Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Por que falar, aqui, de tensoes entre os processos de parti- cipacao e de conscientizacao, ao se considerar a perspective dos trabalhos comunitarios? Quando se focaiizam estas dimensoes, destaca-se, de ime- diato, a figura dos agentes comunitarios, considerando-os seja na interface direta com a pratica comunitaria realizada, seja na interseccao desta com as suas vidas, projetos e sonhos. Em outras palavras, emergem dai aspectos relativos as dimensoes psicossociais que estariam na base da rnanutencao, do fortalecimento ou do enfraqueeimento das acoes de intervencao psieossoeial promovidas pelos diferentes atores envolvidos. Como esta a vida da comunidade, dos seus representantes e dos moradores que participam de inumeras atividades coletivas? Que informacoes temos sobre isso e sobre as suas condicoes cotidianas de existencia, que nos permitam elaborar urn quadro representativo e fiel dessas pessoas que tern enfrentado inumeros desafios e vivido, a cada dia, constantes dissabores? 0 que sera 1. Breve introducao: por que falar de retacoes e de tensoes nos trabalhos cornunitartos? Maria de Fatima Quintal de Freitas Impl ic acfies para os process os de co ns ci e nt iz ac ao e par t icip acao comun it ar ia TENSOES NA RELA«;AO COMUNIDADE-PROFISSIONAL CAPiTULO 5 null que. COl muitos mementos dcsalcntadores. as Iransfonna em fortes ccmbetentes em defcsa da justice c da dignidade para rodos e, em outros 1ll01110:n105.menos diflccis, as faz cair em ceria dcscrcnca, como se nao valcssc a pcua continuar em sua luta? Essas sao algumas das indagacoes por tras da proposta de compre- ensao do Homern como um ser psicossocial, que podem nos ajudar a comprccndcr alguns dcsafios, desalentos e sofrirnentos presentes na d1ll5nllca das relacocs cornunitarias e que podem subsidiar propostas de mudanca c rcsrstencia na vida cotidiana dessas pessoas. Quando se focalize a realizacao dos trabalhos comunitarios, podc-sc dizcr que alguns aspectos tern sido cruciais para 0 processo de implant:l~ao. desenvolvimcnto e consolidacao das praticas de interveneao psicossccial (Escorcl, 1999; Flores &Gomez, 1999; Freitas, 1994, 1999, 2005; Lozada. 1999; Montero. 1994; Serrano-Garcia, 1992). Entre csses aspectos, podernos destacar aqueles relatives it propria dinamica irucrna das praticas, como os relatives as relacoes esrabelecidas entre os panicipautes e aquclcs ligados aos objetivos propostos para a realizacao dos trabalhos cornunitarios. Trata-se, entao, das dimensoes psicossociais presentes nas relacoes travadas entre os di ferentes participantes dos rrabalhos comunitarios, sejam eles agentes intemos e auroctones, sejam agerues externos comumente tecnicos e profissionais das equipes de intervencao e planejamento cornunitario. Esses aspectos podem tanto fortaleccr como enfraquecer a participacao das pessoas nas diferentes redes associativas e de interacao; podem intcrferir na construcao da consciencia critica favorecendo (ou nao) processos de conformismo c faialisrno. Tudo isso pode acontecer independentemente de esses agentes cornunitarios esrarem cornprornetidos com a transformacao social (Freitas. 1998, 2003, 2005), ou mesmo terem (ou nao) clareza sobre 0 significado psicossoeial e impacto social do seu papel nesse contexte. Partindo-se do principio de que a Psicologia Social Comunitaria larino-amcricana assume 0 ccmprornisso com a libertacao dos povos e setores oprimidos e que, para isso, tern como perspective que as poputacoes, setores c grupos cornunitarios possam se mobilizar e organi- zar em torno dos seus direitos basicos para poderem construir uma vida mais digna e justa, entao, torna-se importanrc proceder it analise 8" "'ana de FAtimaQUlnt.1de Frelt., null null null null null null de .•lguns aspectos incrcmcs a propria pratica comuniuiria que podem .nrcrtcnr ncsscs propositos (Barreiro. 1985; Freitas, 2000,2005; Martin. L3JIO. 1999). Dcssa mnncira.u comprecnsao sobre 0 que acontece com as pessoas em sell din a dia, sobre os significados que atribucm a vida que tern, e ,obr,· " iipo de relacao que estabclecem com os demais durante 0 processo de intcrvencdo comunuaria, pode sc constiruir em verdadeiro porno de 111t'I.: ':\0. em tcrmos de que as praticas cornunitarias possam avancar 113 dln:.;:io proposta pclos objetivos e pclos compromissos assumidos (Freitas. 1998. 2003. 2005; Montero, 2000; Sandoval. 1994). Esses sig:nincados psicossociais - sobre a vida e sobre as relacees estabelecidas nssirn como a comprccnsao sobre 0 cotidiano das pessoas devem ser ulcnnficados e analisados no contexte dos integrantes de dois grupos de agentcs psicossociais importantes: 0 grupo de profissionais extemos e 0 grupo autoctone dos moradores elou representantes e lideres cornunitarios. I::. rambern rclcvante que sejarn identificadas e compreendidas as relacoes que esses dois grupos travam entre si, para que se possa captar a dinarnica dos fragmenros da vida cotidiana desses atores envolvidos, dinamica cssa que acaba afetando 3 todos e. tarnbern, ao trabalho realizado. Fazer ISSO nos perrnitiria construir uma especie de crivo de avaliacao para poder compreender em que medida os processos de conscientizacao e de participacao tomam-sc susceriveis de mudanca a partir das interacoes csiabelecidas e dos sentidos de comunidade que as pessoas vao construindo, criando, reiterando e fortalecendo; ou entao, redefinem, alteram, enfra- qucccm e negam como decorrencia dos laces interpessoais que constroem c dos resultados que suas acoes produzem, seja na perspective individual c/ou coletiva (Barreiro, 1985; Flores & Gomez, 1999; Freitas, 2003, 2005; Martin-Bare, 1987; Serrano-Garcia, 1992). Tendo essa preocupacao e que se pretende recuperar, aqui, alguns elementos conceiruais oriundos das praticas da Psicologia Social Cornu- nuana, com 0 intuito de compreender os processos psicossociais que acontccern no interior das relacoes dos atores sociais dos trabalhos cornu- nirarios e que afetam seus processos de conscientizacao e participacao, assirn como rcpercutcrn sobre 8 vida cotidiana e sobre os sentidos de cornunidade que essas pessoas possuem (Freitas, 2003. 2006; Martin-Bare, 1987; Sandoval, 1994). -------- Capilulo 5 • T~Mle. n. Rel.~.o COmunldade·PI'ofissiona' 85 null null null null null null A remarica relative 30 compromisso social estabelecido e cxistenrc 110S rrabalhos descnvolvidos ern contextos e dinarnicas comu- nitarias, tcm-sc lorna do um lema central c relevante, nos ultirnos anos. Tern udo, tambern. destaque nas discussoes das politicas publicas atuais c das difcrcntcs proposias de a~30 social, visto que ha um forte incentive para 0 dcscnvolvimento de trabalhos e prograrnas de a~ao social-comunitario em sua maioria voluntaries. Esse e um fenomeno que tern lido grande visibihdade e tern mobilizado, inclusive, distintas propostas govcrnarnentais para :1 implantacao e desenvolvimento de programas comumtarios que tenharn como caracteristicas primordiais serern eficazes e rapidos nos cfeiros produzidos junto as populacoes. Entrctanto, nao c pelo fato de quc tais programas possarn se dirigir a um contingentc grande de pessoas e focalizem ternaticas sociais irnportantes, que sigmfica que esrejarn na mesma perspective dos pressupostos da psicologia social cornunitaria. Em ourras palavras, 0 fate de terern tais caracteristicas nao gararue Ires dimensoes relevantes aos trabalhos comu- nitarios na perspcctiva da PSC: as necessidades vividas e scntidas e os compromissos decorrentes disso; a adocao dc estrategias de intervencao guiadas pelo foco da melhoria da vida das pessoas, tomando-as como referenda para isso. e acoes c inrervencoes comunirarias que tenharn imponancia e senrido na vida das pessoas e da sua comunidade. A maior procura e aceitacao que. recentemente, tem havido por rrabalhos cornunitarios e propostas de desenvolvimento e organizacao cornunitarias trazern a baila a tcmatica do cornprornisso e da irnplicacao social dos profissionais e dos seus projetos de intervencao (Martin-Bare, 1987; Serrano-Garcia,1992). Em outras palavras, embora pouco se 2. Dimens6esinternas e externas na relacao profissional-comunidade: Eixo I Assim. It c'pnsl\,:lo gtrtml em torno de dols eixos: urn relalivo ;\s duncnsocs inrcmas C cvrcrnas prescnres na relacao profissional- -comunidndc: ourro rcfercnte lis posslvcis tensocs que tem aparccido nessa rcl3~:lo c SlI:1.S rcpcrcussocs 119 vida cotidiana dos trabalhadores e irabalhos cornunuanos. 86 Manaee F~tlm.Qulnt,lde f'"Il.' --------------- null null Acrescerue divulgacao e visibilidade que as praticas da psicologia social cornunuaria passararn a ter, em especial a partir da ultima decada do seculo XX, contribuirarn para que houvesse, intemamente 11 academia, urn movirnento dirigido II formacao e capacitacao de quadros profissionais conhecedores da realidade social e com ela comprometidos. (Freitas, 1998,2000; Sarriera, 2000; Serrano-Garcia, 1992; Silva, 2003; Yamamoto, 2000). Ao mesmo tempo, esse movimento coloca a necessidade, ja sent ida nas decadas anteriores, de serem produzidos 0 sistematizados conhecimentes afeitos :i ness a realidade e as espeeificidades da area_ Felizrnente, na arualidade, tais conhecirncntos vern scndo ampliados Sabre as praticas, formacao e producao de conhecimento f.lk sohrc cstc lema. parcccndo haver urna cspccic de naluraliza~lIo da >u.1 c,"tcncill durante a rcalizacso dcsses trubulhos - 01.1 scja, de que h.1UIIlII Iwsi,'i\I) gcncralizada de que 0 compromisso c urna condicao '\lbJ1~:II()ri:ll1lcntc"existente -, na realidadc 1.1 que podemos afirmar c que ,I Ih~cussao sobre 0 IIpO de compromisso e sobre os modelos de I"'IlICllI C de Socicdade, que estao prcsentcs I1I1Spraticus psicossociais, .Iprl·~cnta-~ccome imprescindivel, sc querernos explicitar as aliancas e .1> I'M~lblltdadcs de avanco para as praricas comunitarias. Esse fcnomcno de grande expansao des trabalhos cornunitarios sc II!,:Up muis ainda quando detectamos haver uma pesi~ae amplarnente dlfunlhda. nos processos de formacao de novos quadros de profissionais, de que dcvcm scr feitas capacitacces com quulidadc e implicadas corn J rcalidade social e com os problemas concretes da populacao, da socicdadc e da propria profissao, Assim, poderiarnos dizer que. hoje, parccern cstar sendo reedita- dos os velhos qucstionamentos ace rea das rclacoes entre Profissso e Socicdade. come aqueles relatives a qualidade, cornpetencia e abran- g;:ncl~ dos trabalhos cornunitarios, de urn lado, e aqueles sobre 0 tipo de reb~ilo estabelccida entre os trabalhos e os dcstinatarios de tais praticas, ~SSIIll como entre os agenies (internes e externos) cornunitarios e as praucas reahzadas. Capitulo 5 . Tenl6es n. ReI.~Ao(omunld.de P'ofiulonal 87 Quando se fala sobre as pniticas do psicologia em comunidade, normalmente, focaliza-se urn ou ambos os poles dn relacao existente: de urn lado, a comunidade e, de outro, os profissionnis que desenvolvem suas arividades em urn rrabalho conjunro com a poputacao. De fato, sao aspectos cruciais para n rcalizncao dos trabalhos de intervencao psicossocial. Porern, h{t outra dimcnsao, mmbem relevante a propria pratica que deve ser considcradu: 1\ cia relncno que se estabelece entre esses dois polos, revelando a relacao conrlnua que se rrava entre esses dois atores (Figura I). Destacam-se. assim, aspectos intrinSCCl)S as rclacoes estabelecidas entre a Comunidade e os ProfissionaislAgcnlcs Extcrnos, e entre os proprios profissionais cnquaruo equipe de trnbnlho; bem como seus refie- xos na conducao das praticas comunirarins. identificando-se 0 lugar desses Sobre as dimens6es internas dos trabalhos comunttarios em inumeros lugarcs " centres de il"'I'~lig!l\'nl' de nosso pais. Ha que se dcstacar, cnlrclanlO, que 1)$ 111\'1'1'$:1$I'rt\Iil:!I~ psicossocinis, cornpro- meridas com a conscicutizuv.u I' pnrtil'ipn,'llll puliticus da populacao e dirigidas 3 urna mclhorin dns $\1:1$ "'lIIdk\)cs concretes de vida, nao sao, necessariamcnle,o rcsultado direto III'CIIII$ de 11111proccsso insritucional formative. Na realidade, II cxpcncuctu 11,) dcscnvolvimcnto de trabalhos cornunitarios tern mostrado qll\.' II \\111 proccsso lougo, di flci I e cheio de imbricacoes epistemologicns c p(lIiIIl"II~. E uiu processo que necessita ser construido colctivamente. n comccur p,lr :I\:I)CS comprometidas com a elirninacao das condicocs csrruturais c' conjunturuis rcsponsaveis pela opressao, marginalizacno C cxclusao sociais que lem subtraido de nossa populacao 0 direito a vida I.' il dignidadc. Ressalte-se. tarnbem, '1"(" depcndcndo da maneira como os profissionais se inserern nos contcxtos cdiruimicas cornunitarias, os setores populares podern se tornar nlvos likds de programas assistcncialistas e patemalistas.umavezqul..su •• gerndos ctcitos di fcrentes daqueles defendidos pela Psicologia Socral Comuniraria lntino-umericana e que sao contraries aos processes de participucao C Uconscientizacao politica da populacao (Freitas, 1994, 1998, 200.1, 2(05). 88 Mariade Falima Qul",~1d~ f,,,It.'S null null Dessamaneira, se ternos, neste memento, como proposta, discutir as praticas psicossociais desenvolvidas nos diferentes contextos comunitarios e refletir sobre a nossa profissao e 0 compromisso estabelecido para com a comunidade, ern termos de como podemos tomar 0mundo mais igualitario, justo e hurnano, considera-se que esta proposicao tambern deveria ser pensada no que se refere aos aspectos intrinsecos presentes nas relacoes. 1$50 deveria ser feito no sentido de como potencializar a construcdo de redes mais solidarias e comunittirias de convivencia que pudessem ser forjadas no cotidiano dos trabalhos, gerando, tambern, resultados para os proprios agentes envolvidos. Este tern sido um dos grandes desafios intemos aos trabalhos ccmunitarios, que se manifesta, no rninirno em dois pianos: um referente ao que se passa na relacao da equipe de profissionais com a comunidade; o outre, ao que se passa, internamente, na propria equipe de profissionais quando das suas interacoes cotidianas. Em verdade, aponta-se, aqui, uma dirnensao importante, ernbora pouco abordada, relativa aos problemas e vicissitudes que acontecem no seio das discussoes, negociacoes e atividades internas da propria equipe de' rrabalho. De urna rnaneira ou outra, acabarn intcrferindo na participacao de cada urn dos atores cnvolvidos, de modo que, durante 0 andamento do projeto irnplementado, os agentes se envolvam rnais ou menos, de acordo com os significados psicossociais que a acao tern para si. Que colldlano comum7 rigura I.Dialelica na relacso Comunidade-Profissional. Comunidade t. 1 - .( 1. . Profissional .'-----.,~--I~ ~--=::!)------:_-I ~ ( Vida cotidiana )( Vida cotidiana ) agenleS em algum ponto do continuum processos de conscientizacao verSIiS processos de naturalizacao da vida cotidiana. _------- C<lpitulo 5 • Tens';e, na Rel.~ao Comunldade·Proflsslonal 89 Assim.tomado-se a perspcctiva das rclacocs internas prcscntes nas praricas e intervcncocs psicossociais em cornunidade, podcr-se-ia, neste rnorneruo, indagar quais aspectos tern se mostrado cruciais na orienta~o dos trabalhos cornunitarios compromctidos corn a transfonnacao social. Comprecnder alguns processos psicossociais que afetam os diferentcs trabalhadores comunirarios torna-se rclcvante para cntendcr por que alguns trabalhos continuam perseguindo seus objeuvos e outros, nao, Para a analise proposta dcstacam-se, cntao, qualm elementos que tem afetado as dinamicas psicossociais em cornunidade. Urn delcs refere-se ao proprio trabalhador cornunitario, em termos de sercm compreendidos os carninhos pelos quais se da a sua construciio como 11111 ser psicossocial. Isso signifies cornpreende-lo em tcrmos de agentc de intervencao e de acoes sociais, ao mesmo tempo em que sc constirui como urn produtor de conhecimentos coerentes com a pratica realizada (Freitas, 1998. 2003; Sandoval, 1994; Montero, 2000). Entramos. aqui, no terreno da cornpreensao do processo de construcao da idenridadc psicossocial deste rrabalhador. E, por se tratar de um processo,faz-se necessario, en tao, entender a sua identidade - antes e durante (d) o trabalho comunitario - urna vez que isso conrribui para cornpreender os movimentos de transformacao ou de rnanutencao dos projetos de comunidade que sao considerados como relevantes por este profissional. Assim deveriarnos perguntar: que identidadcs psicossociais estao sendo construidas, fortalecidas ou enfraquecidas? Outro aspecto importante a ser comprecndido nas relacoes internas dos trabalhos cornunitarios liga-se a propria afiio deste trabalhador comunitdrio, Ou seja, torna-se imponante saber que tipo de cornpreensao c significados psicossociais (pessoais, sociais e politicos) sao tributados - por ele e pelos outros - aquilo que os profissionais fazem em seus trabalhos. Com isso, busca-se identificar 0 crau de importiincia que o 'fazer psicossocial' esta tendo para eada urn dos agentes cnvolvidos em suas vidas, 0 que nos remere a pensar a pratica desenvolvida como urna acao psicossocial que scja cornprcendida como processo e como rcsultado, em cada momento e etapa do trabalho desenvolvido (Freitas, 2003, 2005, 2006). Urn terceiro elernento refere-se it identificacao da relacao estabe- Iceida entre os rrabalhadores comunitarios e 0 seu objeto de intervencao 90 Maria de Fiuma Quintal de Fr~lt•• ----------- _ null e ilwcsliga\'llo. II cuuunududc. Dcpcndendo da natureza dessa rclacao « uOIIJICral011 dlalc(l~.I. di.llI\gica IIU pragm1itico-funcionalisla - decorre que lIS pol0), de conhecimento c de expcriencia podcm se cristalizar em um dos I'OIlIO~ dll comiuuum (conhecimento unilateral x dialetico:, conh~CllltCnlll lhnillgil'o r JlrngmOlico-funcionaJisla), revelando, assirn, difercnlcs podercs Ihll'onitccimenlO C na inlerven~ilo. Outra possibilidadc serm CSSl?S poles uhcmarcru-sc. rcsulrando em urn tipo de intervencao COIcIlWIque produzirin couhecimcntos hist6ricos e dialeticos ligados a realidadc social concrcta, Cnmprecnder isso permitc identiticar 0 grau de CfI!II('a cxistcntc, em cnda urn dos atores, considerando-se agentes de lransfonna~;1{)social ou meres executores de decisoes ja cstabelecidas aprioristicamcnlc. lsso nos leva II identificar as categorias de "poder", na perspectiva de Martln-Baro (1989), c "atividade" e "processo grupal", na perspectiva de Silvia Lane (1987). Pode, tambern, explicitar os caminhos para os difcrcnics tipos de producao de conhecimento, e localizar conhecrmeruos desdc limn perspective harmonica e funcionalista, ate propostas de producocs dialcricas dentro de uma concepcao historico- social que cnfocam os conftitos micro e macrossociais vividos pelas pessoas. POl' tim, um quarto nspecto rclevante situa-se na pr6pria prdtica de intervenciiopsicossociat e silas relafoes com a vida cotidiana, seja em termos de SCI' rnanrenedora. seja adaptadora ou transformadora das condicoes estruturais e conjunturnis que estso mantendo a populacao naquele tipo de realidade c vida. Aparece, aqui, a necessidade de apreendcrmos uma visne de roralidade historica sobre os determinantes dos problemas nos quais vivc :I populacao e sobre como sua dinarnica psicossocial c (dcsjconstrulda. Deparamo-nos. entao, com uma analise que permite refletir sobre as repercussoes psicossociais, na vida cotidiana de cada um dos cnvolvidos, sobre 0 faro de os trabalhos cornunitarios terem urn carater imediato, pontual e curative, 011 lima dirncnsao prevent iva e mediata, tendo uma visao historica: ou ainda serem obrigados a intentos de concilia~iio entre proposras irnediatas e projetos politicos a longo prazo (Freitas. 1994, 1998. 2003, 2005). CJI.hlllo 5 Tell'Oils no RelatAoComunldade·ProRsslon.l 91 null No dcscnvolvirnento dos diferentes prograrnas de intervencao psicossocial em comunidade, alguns questionamentos tern acornpanhado os profissionais e os !,'11lpOSde rrabalho. Constiruem-se em desafios a serem se nao vencidos, pelo menos, aplacados quando da realizacao das atividades. Trara-se de indagacoes muitas vezes colocadas silenciosamenre para os agentes comunitarios, cujas respostas poderiarn constiruir orientacoes metodologicas para alternativas de acao, viaveis e compromctidas com a realidade concreta. Indicarnos, aqui, Ires desses questionamenros cujas respostas C reflexoes podern contribuir para 0 encomro de ahernativas que primem pela coerencia entre 0 fazer psicossocial em comunidade e os compromissos assumidos para com a populacao. Um desses questionarnentos que nos fazemos, a cada mornento da pratica cornunitaria, refere-se ao grau de irnpacto e de importancia que nossos trabalhos tern na vida cotidiana de todos, profissionais, agentes cornunitarios auroctones e/ou comunidade. lndique-se, aqui, tarnbem, 0 faro de que os ganhos ou fracassos, durante as arividades e em mementos diversos, podem afetar 0 valor da irnportancia atribuida ao trabalho e 0 seu grau de irnpacto. Essas variacoes podern criar iocertezas que afetarn a contiouidade das praticas realizadas, chegando a fragilizar a rede de interacoes entre os atores implicados. Um seguodo questionarnento relaciona-se ao desafio ligado ao compromisso e alianca presentes na proposta de a9110cornunitaria. Que compromissos com a rnudanca (ou de transformacao) os trabalhos apresentarn e em que direcao (individual ou coletiva) apontarn? Eque valor os participantes atribuern a isto? Do ponto de vista das relacoes internas da propria equipe, responder a essas perguntas aponta para uma discussao, por parte dos profissiooais e agentes, sobre a sua propria identidade _ individual, grupal e social - e sobre 0 sentimento de pertencimento que pode estar sendo construido (ou nao) internamente 00 grupo. Aprofundar isso significa analisar 0 que Martin-Bare (1989) denominou de "impacto das estruturas sociais no psiquismo humane", permitindo a compreensao dos processos de internalizacao, externalizacao e objetivacao da vida humana (Berger & Luckmann, 1986), que fazem 3. Alguns desafios para os trabalhadores cornunitarios 92 Maria de Fatima Quintal de Freitas --------------- null null Enfrentar desafios e qucstionarncntos aponta para a necessidade de serern consideradas, dcntro da diniimica das praticas psicossociais, dUJ~ caiegorias importantes - os processos de consciemizacao e de parucipacso - buscando-sc possivcis e necessarias aniculacoes entre elas, que permitiriam construir cstratcgias de enfrentamento dos cbamados processes de naruralizacao c psicologizacao da vida cotidiana. Tais intera- cocs e interseccoes estao indicadas na Figura 2. Dessa forma, falar sobre os processes de conscientizaoio implica pensar como se constroi a consciencia na vida cotidiana, a cada etapa e memento das praticas de inicrvencao psicossocial, e como ela pode ser apreendida nas relacocs concretes. Em relacao a scgunda dimensao, poder-se-ia dizer que, 80 indagar sobre as praiicas cornunitarias e suas f0n11aSde expressao, estariamos falando da purticipoctio, devendo ser identificadas as varias dimensoes e reperccssees que apresenta no cotidiano das pessoas. 4. Tensoes na relacao profissional-comunidade e repercussoes na vida cotidiana: Eixo II ,1,)111 que 0 indivlduo de U11l11 dndn classc social. indepcndentcmcruc, de $U3 clareza sobre sun cOIII.li4;I'"de penencimcnto ou origem social. >1111!l-sefazendo pane dcln, pcrceba n si rnesrno c qucira pertenccr a essa ,-Iassc. ou, por outre lade, dcseje pcrtcnccr, viver e sc sentir membro de _,ulr3 classe social, '1OItl!lonisln1\ sua de origem (Freitas, 2005, 2006), Como terceiro dcsatio para os proflssionais que atuarn nos 111.11dlfercl1lcS contcxtos C dinlimicas cornunitarias, encontram-se os IIl1cnlOS de buscar uma dclHnitn~o ou posicionamento consensual - nas perspecllvas individual e grupnl - sobre 0 tipo de compromisso e propos ... que podem produzir urn impncio maier na direcao das transformacocs, dos b~11Crkiose das mclhorias till vida comunitaria. lsso significa saber C0l110 cada uma das partes implicadas nesse processo avalia a relacao entre II importancia das praiicas e 0 tipo de cOll1promisso e alianca csiabclccidoscom a populacao, com 0 trabalho e corn :I proposta poliuca unpllcita, e. consequcntcmente, delimitar que 3\oe5 e esrrategias sao mais cficazcs e mclhorcs. COI.iluIO~ lol1\6n no ~1.~Ao Comunldade-ProRulonal 93 null null null Figura 3. Comunidade e profissionais: identidade e projeto politico dlsrintos. ( Projelo poIilK:o ) ( Projeto politico )V ('v') [,.----'de-ntida-de--") V ( Comunidad. ) ; .. _III.,..,".1Il [V P...... , I As indagacoes relarivas a maneira como se da e como se mantem essa relacao (participacao - vida coridiana - conscientizacao), com vistas a uma transformacao no cotidiano das relacoes, esuo presentes se, tarnbem, nos preocuparnos com a avaliacao do nosso trabalho. Decorre dai a necessidadedecompreendero processo de participar (como acontece e 0 que se faz para participar) e suas repercussoes em nossa consciencia, as quais podem resultar em relacoes de oposicao, de confronto, de negociacao e/ou de concordancia, apontando para tensoes ou rompimcntos entre essas categorias (vide Figura 2). Assim, podem-se derivardesta analise a identificacao e explicitacao do Projeto Politico existente, construido a partir das diferentes acoes travadas nas interacoes desses dois atores (vide Figura 3). Figura 2. ReI3~()csentre formas de participa~ao na vida cotidiana e conscien- li2.a~ilo. Rompimento versus Tendo Mudan~as versus I"nuten~o !-- '~'_~pr~o~c.~I~'o~l~deConlcl.ntlu~lo 94 Mana elf' Fatima Quinta' de Freitas --------------- null null Na dinarnica da vida cotidiana, e posslvel identificar tensoes que acontcccm entre a pratica desenvolvida - e suas orientacoes filosoficas sob a torma do cornprornisso assumido ou intencionado-e as a~oes resultantes, cujos rcAcxos sc manifestam em Ires esferas: no proprio trabalho, na vida do profissional e na vida da cornunidade. Assim, as tcnsocs na vida cotidiana dos trabalhadores cornunitarios apomam para a neccssidadc de compreender os diferentes "faze res" psicossociais decorrentcs, em termos de: a) Que dirnensao sociopolitica a acao hurnana irnplernentada (seja do profissional, da comunidadc, dos rnovimentos e organi- zacoes populares e das acoes resultantes) apresenta? b) Que natureza possui 0 comprornctimento politico do trabalho que realizamos? Fi~ur. 4. Comunidadc c protissionais: idernidade c projcto politico "sinreses", Se, antes, cada urn delcs possuia urn projcro politico sobre a soclcdade e sua insercao nela, e sua identidade aprcscntnva-sc configurada de 111113 dada maneira, agora, ap6s as interacocs c rctucoes travadas podc- -'c. ,rll:l0. indagar qual projcto politico estariu cxistindo (vide Figura 3). Em outras palavras. pode-se pcrguntar: havcria, agora, a existencia de Ulll projeto politico identico ao que possulam antes da intervcncao cOl11umlanaou essa interacao possibilitaria a constnl~<1ode um projeto pohuco hibrido? Haveria a prcvalencia de UI11 tipo dc projeto politico ao longo do curso dos trabalhos a screm desenvolvidos c. em caso afirmativo, qual ticks prcvaleceria: 0 da comunidade ou 0 dos profissionais? Suas rela- ~I)CScotidianas teriarn caracteristicas de aproximacao e cocrcncia de tal modo que pudessem surgir condicoes objctivas c subjetivas para que cons- Iru"~'I1I. conjunta e dialcticamenre, um terceiro projeto, que pudesse ser a smtesc de suas posicoes e concepcoes de mundo e de vida (vide Figura4)? Capitulo 5 • T~n.oe. ne Rel.~~o Comunldade·Proftnional 95 Gsscs cixos de avaiiaciio - muitas vezes acontecidos, mas nao companilhados entre os divcrsos profissionais e agentes - irnprimem urn caroler de fortalecirnento ou de enfrnquecimenlO no continuidade das pr:ilica~, assim como na pcrmanencia dessas pessoas em seu desenvol- d Que ,cperl'USS~CScOlidianas acontcccm ":0111('tnuo tins 1I~'('1cs, ~Ut:1"USpclo tipo de compromisso? 1'~'tI~ Illtiag,l,iks nos levarn a considcnu U~ pn~Mhllidltdcs de n\'lk~ " til' pn\Ikns ps.cossociais que Icm predominndo I10S propostus do illl," \'\'11,'1),)c, 'lilt: podcm trazcr impactos e muduncns pnm 11 cotuliuno t1"~~I'SIr.11>lIlhos.ES$" lcque dccorre das interacecs cnt rc II1g1tlnasdimellsl'cs 11111',HI,IIII':",I saber: 3 prruicn rcalizada, 0 referencial de crcncns c idcais 'lUI' lHI,'nl,1,':I",llttll do~mores, os fazeres que se IOmal11(ralll) posslvcis e ,\~ ,,',ull,I"OS obtulos II cada crapa do trabalho rcalizndo. 1)'11111,' disso, podc-sc dizer que a interscccito entre a "AC~o como Rcsullndll c Pro"ulo" tins diversas atividades implcmcntudus c a "Acflo como I'me"sst'"'' que possibilita, compreender as reSSOItS, quando, nos tr.tbalhos comunitarios, em seu cotidiano, nos dizcrn que vale it penn (ou Il,l,) "tic .11"'Il,') continuar lutando e trabalhando nas prill icas c atividadcs n,l conuuud.ulc: que "ale a pena (ou nao vale) continuer participando In, 1111)\ItI1l:nIOS populates c das reunioes: que vale a pcna (ou n~o) ta/cr corsns que os ourros pares, tarnbern. deveriarn cstar fazcndo c. no cntanto. nau Inzcm, c assim por diante. Dcpnrnmo-nos.enl30, com um conjunto complcxo dc significados sobrc (' trnbalho c as rclacocs intrinsecas ao seu descnvolvimcnto, que do .iparcccndo para cada urn dos atores envolvidos e que permitcrn configurar alguns eL\'OS de avaliariio baseados em: :I) Julgamento do trabalho como produtoe proccsso, considcrando scus resultados; b) Tipo c natureza de conhecimento produzido e que mores csno cnvolvidos, seja na producao, seja no desfrute e dcstinacao; c) Crcncas sobrc 0 grau de imporiancia das aeDes realizadas, dos panicipacccs eferivadas e permitidas e dos objetivos cstabelccidos: til Scruirnentos de dignidade e justice ao participar (ou 11110 participar) das praticas cornunitarias em suas diferentes etnpas. 'lh MA,'n ,1,'1~1"fI"(lvl"lhl de 1rcnas Barreiro. J (1985). Educacion popular y proceso de concienttzacion. Madrid: SIg,lovcmuuno Editores. Berger. P.& Luckrnann, T. (1986). La construccion social de 10realidad. Espanha: H. F.Martinez de Mur. Escorel. S (1999). Vidas 00 fell. Rio de Janeiro: FIOCRUZ. Heres, J. M. & Gomez, L. Y. (1999)./tI/rodliccion a lo pslcologla comunitarla. Cuernavaca: CEDEIT. l-reuas. M. F. Q. de. (1994). Practices en comunidad y psicologla comunitaria, Em M. Montero (Org.), Psicologia social comnnitorio: Teorla y metodo (pp. 139-66). MexIco: Editorial Guadalajara. Freuas. M. F.Q. de. (1998). lnsercao na comunidade e analise de necessidades: Rcflcxocs sobrc a pratica do psicologo. Psicotogia: Reftexao e Critica, 1/( I). 175·1&9. Freitas. M F. Q. de. (1999). Dcsafios e nccessidades apresentadas 30(S) p"cologo(s) para trabalhar em comunidade. na perspective da comunidadc. Psykhe, 8( I). 49· 56. heitas. M. F.Q. de. (2000). Voices from the south: The construction of Brazilian community social psychology. Journal of CommurJi/y and Applied Social Psy,halogy. 10(4).315· 322. Freitas. M. F. Q. de. (2003). Psychosocial practices and community dynamics: IIkanings and possibilities of advance from the perspective orlhe engaged social aClors. The International JOII/'IJO/ of Crlticoi Psychology. 9. 107·124. REFERENCIAS vill1~nto. 8sses processos psicossociais que. silenciosamcnte, surgcm C acompanllam os profissionais, tem sido alvo de poucos debates c poderiarn aJud~r a comprecnder por que. em muitas ocasioes, rnesmo com condicocs favor.i\'cl~ para urn born undamento das pniticas psicossocims em cornu- rudade,pnrccc que "algo" aconrecee 3 pratica cornunitariu ou parulisa, ou rem certo rctroccsso, ou perde a sua forca mobilizadora e aglutinadoru. Proced"r a cstc tipo de analise pode nos pcnnitir construir alguns con he- cil11cntos a respcito das relacocs entre os processos de panicipacao e de conscicntiz:w50. 0 que traria alguns contributos para a implemcntacao de projctos que ampliem os canais de envolvimento e participacao dn coll1unidadc na construcao cotidiana da sua historia psicossocial. CapIlulo 5 • TensOe' n. R<!1.~ioComunl<l."" Pfollss\0n61 97 I-rCII:h. M. F Q. de. (2005). (In}Coerencias entre pr~lic3s psicossocrais em comunidadc c projctos dc Iransforma950 social: aproximacocs entre as psicologiassocrai- da Itbcl1a~ao e comuniraria, PSI CO. 315(1),47-54. l-rciras, M. F O. de. (2006). Oil11cI1s0cSdo exclusiio e da participacao na vida Cl)II(Ii:lIm I'crspccliv3 da psicologia social cornunitaria latino-amcricana. Em M. A Schmidl c r. Sltoltz (Orgs.), Edllca(,lio, cidadanio c inclustia social (pp. 104- 13) Curitiba: Aos Quatro vcnios. Lane. S 1 M (1987).0 proccsso grupal. Em S, T. M. Lane e W. Codo (Orgs.), /'.<ltologlll ,11)('1(1/ 01"'111('111 "III 11101'11111.'1110(p. 78-98). Sdo Paulo: Brasiliense. IOla":I, M, (11)99),La dcmocracia sospcchosa: La construccien del colectivo en cl cspnciopublico. Em G.A. Morn Botello (Org.). Psicologla politico del nuevo ,i"llI: UlIlI !'('II"IIIlI {/ 10ciudadania (pp, 67-78). Mexico: SEP/SOMEPSO. Manin-I)aro. I. (1987), EI latino lndolcntc: Caractcr ideologicc del fatalisrno latmoamcricauo. Em M. Montero (Org.), Psicologla politico latinoomericana (pp. 135-1(2). Caracas: Eduonal Panapo. Martin-Bare, I. (1989). Si</(:"'(I,gnlpa y poder: Psicologio social desde C"lIImllf"erl(:u II. San Salvador: UCA Editores. Montero. M. (1994). Un paradigma para la psicologra social: Rcflcxiones desde el quchaccr en America Latina, Em M. Montero (Org.), Construccion y critica de /" pSlclIllI"io w('1(I1 (pp. 27-48). Barcelona: Editorial Amhropos. Montero. M. (2000) Perspectivas y rcios de 13 psicologia de 13libcracion. Em J.J Vazquez Onega (Org.) P.liell/agio social y liberocion en America Latina (pp. 9·26) Izrapalaca: Casa Abicrta ,\I TicmpofUAM. Sando' at, A. 1\1. S. (1994). Algumas reflexoes sobre cidadarua e formacao de conscrencio politica no Brasil. Em M. J. P. Spink (Org.). A cidadanio em ('111111111(';11 Villa reflexoo transdiscipllnar (pp. 59-74), S30 Paulo: Cortez hduora Sarricru, J. C. (Org.). (2000). Psicologia comunitario: Estudos atuois. Porto Alegre: Lduorn SULINA. Scrrano-Garcsa, I. (1992). tmcrvencion en la invesrigacion: Su desarrollo. Em I Scrrano-Garcra e \v. R. Collazo (Orgs.), Contribuciones Puertorriqueiias a III pllwiligiu social-comunitorio (pp. 217-282). Puerto Rico: Editorial de la Universrdad de Puerto Rico. Silva. R. C (2003) Metodologias porticipativos para trobalhos de Promofiio de \,(lIid~ c' cidadama. Suo Paulo: VETOR, Yamamoto, O. H. (2000). A psicologia em movirnento: Entre 0 "gatlopardislllo" co ncolibcralismo. f'sicologia & Sociedade, 12(1-2), 145-159. .)14 M.lrl~ cJeFetune QjJmtal de FreItas ---------------- Office Lens 20160404-112625_.pdf Office Lens 20160404-112943_.pdf Office Lens 20160404-113018_.pdf Office Lens 20160404-113113_.pdf Office Lens 20160404-113227_.pdf Office Lens 20160404-113339_.pdf Office Lens 20160404-113420_.pdf Office Lens 20160404-113516_.pdf Office Lens 20160404-113547_.pdf Office Lens 20160404-113621_.pdf Office Lens 20160404-113701_.pdf Office Lens 20160404-113817_.pdf Office Lens 20160404-113846_.pdf Office Lens 20160404-113950_.pdf Office Lens 20160404-114023_.pdf Office Lens 20160404-114142_.pdf
Compartilhar