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(resumo) AULAONLINE 1~5 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

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REVISÃO AULAONLINE 1~5 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Aula 01 PRINCÍPIOS E PRÁTICAS EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O conceito de orientação tem uma estreita relação com a educação, fazendo com que suas histórias sejam coincidentes.
O conceito etimológico de educação vem dos vocábulos latinos:
Educare: Apresenta-nos o sentido de guiar, nortear, orientar o indivíduo.
Educere: o buscar as potencialidades do indivíduo no sentido de fazê-las vir de dentro para fora.
Início da Orientação
A orientação educacional tem sua trajetória iniciada pela área de orientação vocacional, voltada para a escolha de uma profissão, tem como seu precursor Frank Parsons, em 1908, Boston, EUA. Tinha como configuração o aconselhamento. 
Em relação às escolas, ela surge em 1912, Detroit, EUA, com Jesse Davis.
Início da Orientação no Brasil
Sob a influência americana, em especial o counseling, o Brasil viveu suas primeiras experiências em orientação na década de 20, iniciadas com os trabalhos de Robert Mange, engenheiro suíço, que iniciou em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo, os primeiros trabalhos para criação de um serviço de seleção e orientação profissional para os alunos do curso de mecânica.
*counseling: Aconselhamento - conceito que faz referência ao processo de ajuda individualizado, que pretende adequada compreensão da informação profissional em relação às características pessoais.
Em 1931, Lourenço Filho criou o primeiro serviço público de orientação profissional no Brasil. 
Ainda muito voltado aos desejos da época, uma vez que focava nas aptidões naturais como forma de endosso e valorização das atividades sociais.
Outro dado marcante é o Manifesto dos Pioneiros, de 1932. 
Ele representa as causas e princípios educacionais face ao momento vigente que, se por um lado tinha um ideário dos pressupostos liberais e, portanto, a busca de uma educação integral com base nas aptidões naturais, por outro, buscava um trabalho mais dinâmico e mais ativo para seus alunos. 
Dois anos após o manifesto, a Associação Brasileira de Educação oferece o primeiro curso de extensão sobre orientação educacional.
Na década de 80, continua o trabalho da busca de uma identidade para o orientador, assim como de um referencial que atendesse às reais necessidades, dentro de um contexto mais democrático que o país começava a viver, deixando de lado as questões do ajustamento para refletir questões desta realidade.
Alguns períodos da Orientação Educacional:
Período Implementar: compreende o período de 1920 a 1941 e está associada à orientação profissional, preponderando a seleção e escolha profissional.
Período Institucional: de 1942 a 1961: caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação dos orientadores educacionais. Nesse período, há a divisão funcional e institucional. Surge a escola pública;
Período Transformador: de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a Orientação Educacional é caracterizada como educativa, ressaltando a formação do orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educação nacional.
Período Disciplinador: de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71, a Orientação Educacional é obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a Lei 5.564/68, sobre o exercício da profissão de orientador educacional, disciplina os passos a serem seguidos
Período Questionador: de 1980 a 1990: o orientador discute suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim a sua realidade no meio social. A prática da orientação volta-se para a concepção de educação como ato político.
Período Orientador: a partir de 1990: a orientação volta-se para a "construção" do cidadão comprometido com seu tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo.
Como se encontra a orientação educacional nos dias de hoje?
A orientação educacional, hoje, caracteriza-se por um trabalho muito mais abrangente no sentido de sua dimensão pedagógica. 
Possui caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de qualidade.
Segundo Mírian Paura, a concepção de orientação educacional deve, hoje, estar comprometida com:
a construção do conhecimento através de uma visão da relação sujeito-objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade do mundo, esta considerada como um momento individual de internalização da relação sujeito-objeto;
a realidade concreta da vida dos alunos,vendo-os como atores de sua própria história;
a responsabilidade do processo educacional na formação da cidadania,valorizando as questões do saber pensar, saber criar, saber agir e saber falar na prática pedagógica;
a atividade realizada na prática social, levando-se em consideração que dessa prática provém o conhecimento e que ele se dá como um empreendimento coletivo;
a diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais, submersos nos atos da escolha e da decisão do indivíduo;
a construção da rede de subjetividade que é tecida em diferentes momentos na escola e por ela;
o planejamento e a efetivação do projeto político-pedagógico da escola, em termos de sua finalidade, considerando os princípios que os sustentam, portanto a filosofia da educação que os fundamenta, e as demais áreas que os articulam.
1.A Orientação Educacional no Brasil teve várias abordagens em sua evolução histórica, sendo uma delas associada ao conceito de uma orientação terapêutica ou psicologizante. Dentre as alternativas abaixo, há somente uma aspecto associado a essa abordagem. Selecione-a:
Parte superior do formulário
1) A formação do aluno numa perspectiva crítica consciente de seu papel na sociedade. 
2) O ajustamento do aluno problema aos padrões preestabelecidos na sociedade e escola. 
3) O desenvolvimento de atividades fundamentadas com o projeto político pedagógico da escola. 
4) A valorização de uma prática educativa contextualizada com a realidade do aluno favorecendo a aprendizagem. 
Parte inferior do formulário
2.A ação do orientador educacional atualmente na escola não pode ser desenvolvida de forma isolada. Sua prática deverá seguir uma perspectiva contextualizada, valorizando as especificidades dentro da pluralidade sob a ótica da cidadania e dos direitos humanos. Marque a alternativa correta após a apreciação das proposições:
I – A orientação favorece a aprendizagem a partir da articulação entre a escola e realidade cultural do aluno.
II- A orientação trabalha para a padronização dos alunos nos modelos de ajuste de comportamento. 
III- A orientação é uma especificidade voltada somente para a orientação vocacional sem envolvimento com outros aspectos escolares.
Parte superior do formulário
1) Somente a proposição I está correta. 
2) As proposições I e II estão corretas. 
3) As proposições II e III estão corretas. 
4) Somente a proposição III está correta. 
Parte inferior do formulário
3.Dentre as frases a seguir, algumas são verdadeiras e outras são falsas no que se referem à Orientação Educacional. Identifique a ordem correta:
I. O período implementador caracteriza-se pelo surgimento da Orientação Educacional no Brasil, baseando-se a priori a orientação profissional a partir de atividades se seleção e escolha profissional.
II. O período orientador caracteriza-se pelo seu aspecto preventivo e vocacional.
III. O período institucional caracteriza-se pelo aparecimento legal da Orientação Educacional.
Parte superior do formulário
1) F, V, V 
2) V, V, F 
3) F, F, V 
4) V, F, V 
Parte inferior do formulário
Resposta: 1-2, 2-1, 3-4.
Aula 02 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Para que serve o estudo da legislação?
O estudo da orientação associado ao conhecimento da legislação educacional brasileira torna-se importante para os profissionais da área em formação como instrumento de compreensão do desenvolvimento e evolução da própria Orientação Educacional.
A partir da leitura de documentos legais, tais como; a Constituição, as Leis Orgânicasde Ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é possível perceber como a Orientação Educacional é vista pelos legisladores.
Alem disso, vislumbrar os fundamentos que nortearam a prática da Orientação Educacional em sua trajetória histórica.
Sendo assim, apresentamos como destaque deste estudo os documentos legais referentes à Educação e à Orientação Educacional de forma direta ou indireta.
A Educação presente na Constituição
Entende-se a Constituição como um conjunto de regras governamentais que legisla sobre os poderes e funções de um país, aplicando-se aos variados níveis da organização política, inclusive sobre o campo educacional.
Nosso país, em sua história, possui algumas constituições, sendo a atual promulgada em 1988 e única com a participação popular.
Aspectos relevantes para o campo educacional presentes nestas constituições:
Constituição de 1824
Gratuidade da instrução primária.
Criação de colégios e universidades.
Constituição de 1891
Atribui ao Congresso Nacional a legislação sobre o ensino superior.
Atribui aos Estados a legislação sobre o ensino secundário e primário, assim como a manutenção das escolas primárias.
Constituição de 1934
Possui capítulo específico sobre a Educação e Cultura.
Atribui à União o estabelecimento das diretrizes da educação nacional.
Atribui à União a e os Estados a difusão da instrução pública em todos os seus graus.
Define a educação como um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.
Constituição de 1937
Institui que a educação integral da prole é o primeiro dever e o direito da família, sendo o estado apenas colaborador para facilitar a sua execução ou suprir as deficiências e lacunas da educação particular.
O ensino pré-vocacional profissional destinado às classes menos favorecidas.
O ensino primário é obrigatório e gratuito.
Constituição de 1946
Fixa, como competência da União, o estabelecimento das diretrizes e bases da educação nacional.
A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola.
O ensino primário é obrigatório.
Possui princípios de liberdade e ideais de solidariedade humana.
Constituição de 1967
A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola.
Possui o princípio da unidade nacional e os ideais de liberdade e de solidariedade humana.
Amplia a obrigatoriedade do ensino no período de sete a catorze anos.
Constituição de 1988
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Possui princípio democrático, valorizando o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a gestão democrática.
Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
Estabelece o Plano Nacional de Educação com duração plurianual.
As Leis Orgânicas do Ensino e Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Como forma de cumprimento dos dispositivos educacionais assinalados na Constituição de 1937, o então Ministro da Educação, Gustavo Capanema, institui um conjunto de reformas chamadas de Leis Orgânicas:
 
• Lei Orgânica do Ensino Industrial em 1942 (Decreto-lei 4073)
• Lei Orgânica do Ensino Secundário em 1942 (Decreto-lei 4244)
• Lei Orgânica do Ensino Comercial em 1943 (Decreto-lei 6141) 
Em seguida, no governo de José Linhares, o então Ministro da Educação, Leitão Cunha, institui novas leis Orgânicas que complementam as anteriores:
 
• Lei Orgânica do Ensino Primário em 1946 (Decreto-lei 8259)
• Lei Orgânica do Ensino Normal em 1946 (Decreto--lei 8530)
• Lei Orgânica do Ensino Agrícola em 1946 (Decreto-lei 9613)
Tais medidas denotam relevância na instituição e desenvolvimento do ensino profissionalizante, como também referências à Orientação Educacional.
(p.7)
Quando é instituído oficialmente o serviço de Orientação Educacional?
Na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942, pela Reforma Capanema, é instituído oficialmente o Serviço de Orientação Educacional no Brasil, tendo o objetivo de correção e encaminhamento dos alunos-problemas, como pode ser visto em:
“É instituído o Serviço de orientação Educacional, com a finalidade de correção e encaminhamento dos alunos-problemas e de elevação das qualidades morais, através de um regime de autonomia que facilita a educação social dos escolares. Referiu-se, ainda, a Lei, à facilitação da escolha profissional, esclarecendo e aconselhando, em cooperação com a família”. (MAIA; GARCIA, 1995, p. 15).
Nesta perspectiva, observa-se seu caráter adaptador, visando à inserção e adaptação do indivíduo às necessidades da sociedade, mediante a sua incorporação de valores morais.
Alguns aspectos relevantes
Segundo Grinspun (2006), a Orientação Educacional revela-se como um mecanismo dos legisladores para ajustar a população no campo educacional às demandas do mercado de trabalho e da sociedade quanto à estratificação das classes sociais.
Outro aspecto relevante na evolução histórica da Orientação Educacional no Brasil refere-se à própria legitimação do papel do orientador mediante a legislação brasileira, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Educação Nacional e outras relacionadas ao tema, seguindo os modelos americano e francês.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Orientação Educacional
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 (Lei 4024/61) verifica-se um capítulo destinado à Orientação Educacional fixando a formação de orientadores para os cursos primários e secundários, porém com ênfase dela para o Ensino Médio.
É instituída a Orientação Educativa e Vocacional, em cooperação com a família, com a preocupação de ajustamento do indivíduo ao ambiente da escola, do trabalho e à própria sociedade.
No tocante à formação do orientador, sua fundamentação baseava-se em conteúdos psicológicos como forma de construção de uma prática voltada para uma ideologia liberal do desenvolvimento da individualidade e de aptidões.
Logo, o orientador ocupa papel central dentro do ambiente escolar para a aplicabilidade da diretriz educacional do país.
Em 1968 tem-se a regulação do exercício da profissão de Orientação Educacional a partir da Lei 5564/68, proporcionando a sua profissionalização baseada numa perspectiva psicológica e preventiva e tendo a finalidade não apenas de orientação profissional, mas também de auxiliador do desenvolvimento integral do indivíduo.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 (Lei 5692/71), que possui como eixo norteador a qualificação para o trabalho, é declarada a obrigatoriedade da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino de 1° e 2° graus em cooperação com professores, a família e a comunidade, visando um aconselhamento vocacional que favoreça a escolha profissional conforme as necessidades do mercado de trabalho.
Nesse contexto, Grinspun (2006) acrescenta que:
“O Decreto-lei 69.450/71 e a Res. 2/72 fixaram outras atividades para a Orientação Educacional; o Parecer 339/72 ressaltou a importância da sondagem de aptidões, com isso reforçando o uso de técnicas apropriadas para o conhecimento das “vocações” dos alunos”(BRASIL, Parecer 339/72, p.146).
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (Lei 9394/96), fundamentada em princípios democráticos, fixa a educação numa concepção abrangente, como vemos a seguir:
“Art. 1º - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” (BRASIL, Lei 9394, 1996).
Em seu corpo textual não encontramos menção objetiva sobre a Orientação Educacional como na lei anterior, exceto a abordagem dada para a formação deste profissional:
“Art. 64. A formaçãode profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.” (BRASIL, Lei 9394, 1996).
Mediante a análise da evolução histórica da Orientação Educacional, não podemos descartar a atuação desta quanto à educação profissional assinalada na lei, tornando-a presente de forma indireta.
Outro aspecto relevante refere-se à instituição da gestão democrática no ensino público, que em sua concepção preconiza a participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, possibilitando ao orientador uma prática educativa mais política no ambiente escolar.
+SAIBA MAIS
Voce sabia que o profissional da Orientação Educacional e o professor de Educação Física são os únicos que possuem a regulamentação da profissão por lei?
Com a leitura dos principais textos referentes à legislação educacional pertinentes à Orientação Educacional verificamos que a prática desta está vinculada à concepção de educação instituída. Logo, para a construção e compreensão da identidade desse profissional é necessária uma retrospectiva histórica do seu processo evolutivo.
A Orientação Educacional foi durante muito tempo associado a um caráter preventivo e ajustamento do indivíduo tanto aos problemas detectados nas áreas de ensino, saúde e moral, às normas preestabelecidas pela a sociedade como também aos de orientação profissional, a partir de uma ideologia de individualidade e aptidões fundamentada em teorias psicológicas. 
Isso demonstra que sua presença no ambiente escolar não se institui a partir de uma necessidade da escola, mas sim como uma necessidade dos legisladores de implementar seus ideais e sua concepção de educação.
Hoje, percebemos que a prática da Orientação Educacional faz-se presente no cotidiano escolar perante as necessidades desta como agente de transformação e mediação do fazer pedagógico e do processo de aprendizagem. 
Nesse aspecto, Grinspum (2006) diz que:
“A Educação é uma prática social, e a orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas cujas atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no sentido da objetividade, da subjetividade da Educação” (GRINSPUM, 2006, p. 20).
Sendo assim, destacamos que, atualmente, a Orientação não se limita a uma atuação burocrática, mas sim a uma atuação pedagógica com a finalidade de promover uma educação de qualidade pautada na cidadania e no desenvolvimento integral do aluno.
Podemos destacar que além de ser instrumento de construção e da identidade do orientador educacional, o conhecimento da legislação no campo educacional é um eixo norteador de sua prática no cotidiano escolar, pois fundamenta sua ação quanto à organização das atividades e na garantia de uma educação de qualidade e acessível a todos.
1.Assinale a legislação que regulariza o exercício da profissão de Orientação Educacional no Brasil:
Parte superior do formulário
1) Constituição de 1988. 
2) Lei 9394/96. 
3) Lei 5564/68. 
4) Decreto-Lei 4073. 
5) (Lei 5692/71) 
Parte inferior do formulário
2.Dentre as afirmativas abaixo, algumas são verdadeiras e outras são falsas no que se referem à Educação, contidas na Constituição de 1934. Identifique a ordem correta:
I - possui capítulo específico sobre a Educação, Cultura e Esporte.
II - criação de colégios e universidades.
III - atribui à União e aos Estados a difusão da instrução pública em todos os seus graus.
IV - atribui à União o estabelecimento das diretrizes da educação nacional.
Parte superior do formulário
1) F, V, F, V 
2) V, V, V, F 
3) F, F, V, F 
4) V, V, F, F 
5) F, F, V, V 
Parte inferior do formulário
3.A Orientação Educacional em sua trajetória evolutiva teve determinados embasamentos teóricos e legais que fomentaram seu estilo e prática profissional. Marque a alternativa que corresponde à atuação deste profissional atualmente:
I – A orientação tem a finalidade de correção e de elevação das qualidades morais dos alunos e professores.
II- Aplicação de teste em alunos para verificar a sua aptidão no campo profissional.
III- A formação de profissionais de educação para orientação educacional será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação.
Parte superior do formulário
1) Somente a proposição II está correta. 
2) As proposições I e III estão corretas. 
3) As proposições II e III estão corretas. 
4) Somente a proposição III está correta. 
5) Todas alternativas estão corretas. 
RESPOSTA: 1-3, 2-5, 3-4.
Parte inferior do formulário
Aula 3 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO COTIDIANO DA ESCOLA
Relacionamento interpessoal e seus diversos atores
O cotidiano escolar apresenta a natureza das práticas, ações desenvolvidas/realizadas em seu interior e, na medida em que conheço essa realidade, passo a entender melhor as decisões que a escola efetiva através de seus diferentes atores.
Estudar e analisar esta realidade ajuda o Orientador Educacional a compreender a reciprocidade e cumplicidade das diversas possibilidades, não só nas questões relativas ao currículo e à aprendizagem, mas também nas relações de poder, de saber, de afeto, de emoção.
(p.4)
Grinspun (2006) ressalta a necessidade de entender como são produzidas essas práticas. Cabe então ao orientador educacional refletir sobre o cotidiano, procurando:
desvelá-lo, trazendo à tona o que está oculto, menosprezado ou alienado;
analisá-lo, priorizando que, para o indivíduo, é essencial o relativo, o particular, o coletivo, o duradouro, o efêmero,o transformador, o ameaçador etc;
relacioná-lo com os outros cotidianos com os quais o indivíduo convive. Aqui é mencionado e caracterizado o cotidiano escolar, mas temos outros também: o familiar, o dos amigos, o do trabalho, o da religião, o pessoal etc;
discuti-lo, interrogando sobre as determinações e obrigações, sobre as ambiguidades, sobre as diferenças e desigualdades;
compreendê-lo, contextualizando a trama das relações e dos dramas que dele provém que pode provocar, se não tivermos a consciência de que em parte somos também responsáveis pelo cotidiano escolar;
visualizá-lo, identificando o aproveitamento do espaço/tempo em que ele ocorre, da mesma forma como acontecem as tomadas de decisão na escola.
(p.5)
A família e seu processo de participação na escola
Processo de participação da família na escola:
A escola precisa encontrar caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da sua atuação. A família aparece como grande parceira nesta busca de uma educação de qualidade, para tanto a escola precisa estabelecer relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e sua clientela escolar. Esta mudança de ação, estabelece situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua função pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos da escola.
(p.6)
Como se constituiu este processo de participação:
A presença dos responsáveis e comunidade no interior da escola não é nenhuma novidade. Historicamente, tem sido estimulado por vários interesses, dentre eles pedagógicos e políticos. 
No Brasil, nos anos a partir de 1920, as teses reformistas defenderam a abertura da escola para os pais e famílias que foram denominados comunidades, atingindo as classes populares já que as elites tinham condições sociais privilegiadas.
Por essas razões, as principais orientações dessa denominada integração, incidiram em torno de iniciativas sanitárias, melhoria do nível de higiene e saúde destas populações e de educação moral e cívica, despertando os pais para a necessidade de moralização dos costumes e hábitos dos seus filhos.
 
A partir de 1970, no regime autoritário, a participação dos pais passou a ser compulsória mediante regulamentação e a obrigatoriedade da criação de alguns canais de comunicação, com regras burocráticas estabelecendo uma condiçãode “cidadania sob controle” (SPÓSITO ,1990, p. 52-56).
Assim, foram marcadas estas propostas de aproximação ao longo do tempo, geralmente com a mesma intenção, voltadas para questões sanitárias ou assistencialistas, como cortina de fundo para interesses políticos.
(p.7)
O que marca a participação das famílias nos dias atuais:
Atualmente, buscamos uma escola de qualidade e diante de tantos entráveis na educação, evasão escolar, falta de recursos, fracasso escolar, a escola percebe que não pode mais ficar fechada ao mundo exterior e isolada de suas influências. Chega-se à ideia que a educação é um empreendimento social coletivo e que, embora tenha sua própria realidade, ela não pode se manter à margem do contexto na qual se insere. É necessário estreitar a parceria entre escola/família/comunidade.
(p.8)
Alguns questionamentos precisam ser repensados:
Qual a dificuldade de garantir este processo de participação?
A estrutura da família mudou de paradigma cuja escola custa para abrir os olhos. A família não é mais da década passada onde comumente víamos a estrutura: pai, mãe e filhos. Hoje temos diversas estruturas de famílias: em processo de separação, famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias construídas por casais homossexuais e muitos outros modelos que surgem todos os dias. 
Outro fato marcante é a saída da mulher para o mercado de trabalho para garantir a entrada de recursos financeiros necessários à manutenção e à sobrevivência das famílias. A tendência, portanto, é a família, diante de tantas variações, continuar apresentando esse processo dinâmico de transformações que todavia ocorre em todas as instâncias da sociedade.
O que é família?
Enquanto fenômeno social, o processo educativo não pode estar desvinculado de tudo que ocorre fora da escola, em especial o ambiente familiar. Porém, as maiores dificuldades estão relacionadas à falta de atitudes dialógicas, de convivência, verdadeiramente humana. Em suma, da participação efetiva na vida escolar.
(p.9)
A comunicação como caminho para a eficácia nas relações.
Os ruídos da comunicação:
Um dos problemas neste relacionamento são os ruídos de comunicação. Os professores dizem que precisam da família em sua prática docente e que esses pais abandonam os filhos sob total responsabilidade da escola.
Um dos problemas neste relacionamento são os ruídos de comunicação. Os professores dizem que precisam da família em sua prática docente e que estes pais abandonam os filhos sob total responsabilidade da escola.
Logo, ambos não compreendem os anseios uns dos outros e fracassam coletivamente. Cabe à orientação educacional estar atenta a esta realidade permeada de avanços e recuos para romper com práticas enraizadas, consciente, que este “desvelamento” da realidade, permite o crescimento, alimentando uma prática pedagógica reflexiva.
Como se estruturam essas relações de comunicação?
A escola, por muitas vezes, age de maneira autoritária, distanciando sua prática dos reais anseios de todos os envolvidos. A resposta para melhoria da estrutura de comunicação está no afeto onde a escola estabelece um relacionamento solidário, vivo, respeitando, como diz Wallon, a dimensão afetiva. A partir do afeto, os canais de comunicação tornam-se meios para um melhor relacionamento.
A escola, então, compreende melhor o significado humano em todas as dimensões. Com esta visão, o Orientador Educacional estabelece um espaço de convivência e socialização tão importante para a democratização do ensino e minimização dos espaços de conflito.
Como se estruturam essas relações de comunicação?
Algumas das possíveis formas de articulação
Relacionamento interpessoal e seus diversos atores
As relações humanas ocorrem em decorrência do processo de interação.
Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados: comunicação, cooperação, respeito, amizade.
Essa multiplicidade de fatores exige um trabalho de articulação e integração para que ações individuais contribuam efetivamente na consecução dos objetivos pedagógicos da escola. O orientador educacional é corresponsável pelo sucesso ou o fracasso de uma boa comunicação e, consequentemente, por uma relação interpessoal  de qualidade, pois trabalha incentivando e articulando o trabalho coletivo. 
Ao iniciar o processo de coordenação de um grupo, ele  precisa: dar  informações claras, organizar o tempo, o espaço, a rotina, as tarefas  para facilitar o processo de inclusão das pessoas na equipe.
Relacionamento interpessoal e seus diversos atores
EMPATIA
No livro O Coordenador Pedagógico e os Desafios da Educação, o autor ressalta ser necessário estabelecer vínculos, com princípios que tentam preservar a prática profissional, tais como:
Exercício de colocarmo-nos no lugar do outro para que, a partir de suas próprias referências e não das nossas, possamos melhor compreendê-lo; é a tentativa de “calçar os seus sapatos”.
É a perspectiva de que, nas relações que estabelecemos com o outro, possamos ser fiéis a nós mesmos, na coerência entre o sentir, o pensar e o agir, ao mesmo tempo em que valorizamos esse verdadeiramente, ser nas perspectivas do outro.
Aceitação do sujeito tal como ele é, valorizando-o por si mesmo, num esforço de libertarmo-nos de nossas representações e não projetá-las no outro.
Manifestações de nossa disponibilidade para falar com, em vez de falar para, na perspectiva de uma troca na qual é mister, o comparecimento do ouvir ativo, do olhar sensível e do respeito à fala do outro.
SAIBA MAIS
À medida que nos envolvemos em praticar esses princípios, podemos ajudar o outro e a nós mesmos em direção à mudança.
Alguns problemas que cercam as relações humanas:
A tentativa de padronização de comportamentos.
Perder de vista o contexto no qual se coloca o sujeito, dando ênfase ao pessoal.
Despreparo para o enfrentamento dos conflitos que fazem parte das relações humanas.
Achar que se voltar para as relações pessoais é agir de forma terapêutica saindo do campo pedagógico.
As relações pedagógicas, bem como seus objetivos, não podem ser entendidas separadamente das relações interpessoais, já que estas se imbricam e se implicam mutuamente. 
Neste contexto, estabelecem-se os conflitos, lapidam-se os desejos, constroem-se os projetos. Enfim, é neste movimento entre pessoas que se dá de fato a ação educativa. 
Dessa forma, os processos podem ser favorecidos quando há investimento dos atores envolvidos no sentido do refinamento das relações desenvolvidas no cotidiano escolar. 
1.A ação do orientador educacional no cotidiano da escola deve estar envolvida com um trabalho de forma conjunta com a família. Porém há incumbências específicas da família e da escola. Marque a (F) nas que são da família e (E) nas que são da escola:
( ) Promove recursos para a sobrevivência do aluno.
( ) Realiza a educação formal.
( ) Realiza a educação informal.
( ) Propiciar o aluno uma base afetiva.
( ) Sinalizar dificuldades encontradas pelo aluno, seja de cunho afetivo, cognitivo ou de saúde.
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1) F,E,F,F,E 
2) E,F,E,F,E 
3) F,F,E,E,E 
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2.Em sua atividade diária na escola, a orientação educacional utiliza diversas estratégias para a consecução de seus objetivos e a ampliação da parceria com a família. A palestra constitui um desses recursos e, para o seu uso eficiente, é fundamental que:
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1) O público a quem se destina seja informado, sobre as razões para a escolha do tema e seus principais tópicos. 
2) O palestrante seja um especialista com o mais amplo domínio sobre o tema. 
3) O tema seja escolhido, no início, pelos participantes, constituindo-se em um processo dialógico. 
4) O limite de tempo para a palestra não seja pré-estabelecido, de forma que todos possam participar plenamente. 
5) O assunto seja específico para um público também específico, e transmitido, em linguagem adequada, à platéia. 
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3.Marque (V) paraas afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas. 
O orientador educacional é um elemento de ligação e articulação entre a escola e a família, para tanto ele deve:
( ) Só chamar a família para fazer queixas do aluno. 
( ) Impor as famílias valores e crenças.
( ) Obter colaboração da família no desenvolvimento e formação do educando.
( ) Assumir atitudes de colaboração mútua.
Parte superior do formulário
1) V,V,F,F 
2) F,F,V,V 
3) F,V,F,V 
4) F,F,F,V 
Parte inferior do formulário
4.Cabe ao orientador educacional trabalhar diversos temas, que se referem à execução de tarefas escolares e ás atividades extracurriculares, variando estes temas de acordo com a realidade de cada escola, para que se tornem relevantes para cada ocasião, sempre buscando uma ação harmônica e integrada com a família. A reunião é um destes instrumentos, para que este contato seja proveitoso, não se deve falar nestes encontros o seguinte tema:
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1) Profissões 
2) Assuntos particulares relativos á um aluno ou professor 
3) O cuidado com a frequência escolar 
4) Limites 
5) Mesada 
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5.O orientador educacional deve estar atento, para alguns pré-requisitos que asseguram a eficácia de uma boa reunião. Assinale a alternativa correta:
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1) Boa organização 
2) Planejamento 
3) Periodicidade 
4) Escolha de horários favoráveis 
5) Todas as respostas acima 
Resposta: 1-1, 2-1, 3-2, 4-2, 5-5.
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Aula 4 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E OS DESAFIOS PRESENTES NO CONTEXTO ESCOLAR
A Orientação Educacional e os desafios presentes no contexto escolar.
A Orientação Educacional, no contexto escolar, não pode ser compreendida de forma isolada, tendo sua organização e desenvolvimento atrelado a diversos fenômenos e aspectos presentes no cotidiano escolar e, até mesmo, no contexto social.
Assim, podemos destacar como um desses aspectos, a globalização como marco de mudança política e cultural mundial, possibilitando novas posturas quanto ao acesso à informação e transformações na sociedade e nas instituições.
SAIBA MAIS +
A Orientação Educacional e os desafios presentes no contexto escolar.
As transformações na sociedade e nas instituições acabam gerando novas questões no interior da escola, influenciando o seu cotidiano como: intolerância, violência, diferenças e desigualdades, que necessitam de um olhar atencioso da Orientação Educacional. 
É verdade que essas questões durante muito tempo ficaram veladas na escola, cabendo apenas ao aluno o ajuste às normas preestabelecidas pela mesma.
Hoje, compete à escola um tratamento dessas questões de forma mais critica, possibilitando ao aluno a construção de sua identidade numa cultura democrática e de paz.
Destacamos, então, que a ação da Orientação Educacional deve ser de forma contextualizada quanto ao aspecto cultural, ou seja, é necessária a compreensão da realidade cultural brasileira. A realidade cultural do país é um aspecto importante para a compreensão da própria realidade social e histórica, já que a Educação possui como um dos seus objetivos a conservação e a transmissão do patrimônio cultural. 
Sendo assim, a Orientação Educacional tem a função de promover o resgate cultural em toda a sua complexidade, ou seja, características, diferenças, hábitos, normas e valores, promovendo um ambiente propício para a realização de ações que fortalecem a compreensão e o respeito à diversidade cultural presente no espaço escolar na atualidade.
Percebe-se que o termo cultura possui significado variado, alterando-se conforme seu emprego em determinado tempo histórico.  Segundo o dicionário Aurélio (2008), cultura pode ser definida como: 
“1. Ato, efeito ou modo de cultivar. 2. O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas,  intelectuais, etc., transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade. 3. O conjunto dos conhecimentos adquiridos em determinado campo...”(p. 172)
Nesse sentido, verificamos que no espaço escolar a questão cultural está muito presente nas relações interpessoais, pois é um campo que se cruzam e se chocam padrões de comportamento, crenças e conhecimentos diferenciados, gerando, às vezes, atos de intolerância e violência
CULTURA
“provém do verbo latino colere e significa o ato, modo ou efeito de cultivar, cuidar, tomar conta.” In: GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2006, p.64.
Segundo Grinspun (2006), proporcionar o debate e a reflexão sobre a questão cultural poderá auxiliar o aluno no desvelamento de sua história cultural e social a partir do desenvolvimento de projetos, pesquisas e planos de ação que promovam o conhecimento e a reflexão sobre a cultura da comunidade escolar. 
Assim, mediante o envolvimento do aluno com a sua própria cultura desencadeará a compreensão dos valores e tradições, como também o desenvolvimento da visão da realidade que está em seu entorno.
Percebemos a necessidade de a escola possuir uma proposta política pedagógica que contemple e valorize o aspecto cultural, sendo eixo norteador de um currículo.
“A cultura é tudo aquilo que complementa a atividade escolar, do mesmo modo que é tudo aquilo em que se baseia o currículo da escola, portanto, para todos, inclusive, é claro, para a Orientação, ela é imprescindível, como fonte e origem, como fruto e produção.” (GRINSPUM, 2006, p. 72)
O orientador será o mediador da compreensão e resgate da questão cultural no seio da instituição de ensino a partir do diálogo com os membros da comunidade escolar. 
Com essa ação, é possível que, também, sejam tratadas outras temáticas que de certa forma estão associadas ao aspecto cultural, pois dependem muito dos valores e padrões de comportamentos construídos por cada indivíduo.
Uma dessas temáticas que podemos assinalar é o nosso modo de olhar e interpretar o mundo e a realidade que estamos inseridos.  Geralmente, o indivíduo desenvolve um olhar etnocêntrico sobre os fenômenos e as coisas, tendo o próprio padrão cultural como referencial para avaliação dos comportamentos e fenômenos alheios.
A diversidade cultural e outras questões presentes na escola
É na perspectiva desse olhar etnocêntrico que muitas vezes eclodem conflitos no cotidiano escolar, já que atitudes de intolerância em relação ao outro geram também atitudes de reprodução de desigualdades e de violência de forma implícita e explícita. 
A escola, então, torna-se um espaço no qual forças variadas encontram-se e desencontram-se carecendo de estratégias para uma coexistência democrática.
SAIBA MAIS+ Etnocentrismo
“Tendencia a considerar as normas e valores da própria sociedade ou cultura como critério de avaliação de todas as demais.” In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2008, 0.234.
A promoção de uma educação pautada no desenvolvimento da cidadania exige também o reconhecimento que a comunidade escolar é plural e diversificada, sendo necessário a oferta de oportunidades igualmente para todos os alunos e o rompimento com a prática de reprodução da diferença e desigualdade social.
Segundo Grinspun (2006), compete aos sistemas de ensino o estímulo do exercício da cidadania, preocupando-se com a formação de sujeitos participativos e conscientes de seu papel na formação e transformação da sociedade. Logo, urge a concepção e desenvolvimento de um currículo que englobe conhecimentos ligados ao campo racional, mas também sentimentos e valores ligados ao campo emocional.
A formação do indivíduo de forma integral com base numa educação inclusiva com princípios democráticos e de qualidade está associada a uma visão da comunidade escolar de forma plural. Esta concepção de certa forma é recente e ainda está em processo.
“A cultura escolar predominante nas nossas escolas se revela como “engessada”, pouco permeável ao contexto em que se insere, aos universos culturais das crianças e jovens aque se dirige e a multiculturalidade das nossas sociedades” (CANDAU, 2010, p. 53)
Com esse “engessamento” da cultura escolar quanto à valorização da organização de estrutura em modelos padronizados e consecutivamente o ajustamento de todos aos mesmos modelos sem o debate, compreensão e reflexão da realidade, percebe-se que cada vez mais surgem conflitos no cotidiano escolar como forma de resistência ou até mesmo de intolerância ao outro e ao diferente.
É comum vermos na mídia manchetes relacionadas a conflitos no cotidiano escolar como agressão entre alunos, agressão aos professores, exclusão e bullying. Esses se dão de forma explícita, mas às vezes ocorrem de forma implícita a partir da negligência ou velamento da sua presença no cotidiano, tornando-se algo natural.
Compete à escola proporcionar em sua proposta política pedagógica e, consecutivamente, em seu currículo espaço que contemple a abordagem de forma crítica dessas questões que estão presentes no contexto escolar como meio de reflexão do cotidiano escolar, extraindo do próprio, subsídios para a elaboração de estratégias para compreensão e superação das mesmas.
Podemos destacar o multiculturalismo como movimento de reflexão do caráter monocultural da educação. 
Segundo Silva (2005), entende-se o multiculturalismo como um movimento político originário dos países dominantes do Norte, nos quais os grupos dominados culturamente reivindicavam o reconhecimento e a representação de suas práticas na cultura nacional.
Essa concepção é fundamentada na Antropologia, como se vê a seguir: 
“ela contribuiu para tornar aceitável a ideia de que não se pode estabelecer uma hierarquia entre as culturas humanas, de que todas as culturas são epistemologicamente e antropologicamente equivalentes. Não é possível estabelecer nenhum critério transcendente pelo qual uma determinada cultura possa ser julgada superior a outra” (SILVA, 2005, p. 86)
No âmbito educacional, podemos identificar o multiculturalismo como mecanismo de reflexão de variados aspectos presentes na cultura, salientando não somente o pensamento crítico quanto às diferenças no meio escolar, mas também como são construídas e promovidas essas diferenças.
Atualmente, já desponta um novo olhar sobre a temática: a interculturalidade. Essa corrente amplia a percepção referente à cultura, pois propõe não somente o reconhecimento da diversidade cultural e sim o diálogo e a interrelação entre as diversas culturas, como nos destaca Candau:
“Nesse sentido, trata-se de um processo permanente, sempre inacabado, marcado por uma deliberada intenção de promover uma relação dialógica e democrática entre as culturas e os grupos involucrados e não unicamente de uma coexistência pacífica num mesmo território. Esta seria a condição fundamental para qualquer processo ser qualificado de intercultural.” (CANDAU, 2010, p. 56)
Conforme assinalado, há no espaço escolar a manifestação de conflitos no seu cotidiano como forma de resistência ou de intolerância ao outro e ao diferente. Uma dessas manifestações que frequentemente solicitam a presença da Orientação Educacional é a questão da indisciplina dos alunos.
Devemos destacar que o papel da Orientação Educacional ao longo da sua trajetória evolutiva sempre esteve associado ao atendimento individual com caráter preventivo a partir de uma perspectiva psicológica, o qual tinha como objetivo o ajustamento do aluno ao meio social e, consecutivamente, às normas estabelecidas.
Hoje, para Grinspun (2006), a Orientação Educacional possui uma ação mais abrangente e política, não se limitando à prática assinalada anteriormente. Sua atividade possui um aspecto mediador juntamente com os outros educadores e membros do contexto escolar na busca da compreensão dos fenômenos ocorridos e solução conjunta pautada na criticidade, nos direitos humanos e na ética profissional.
A indisciplina é um fenômeno que se manifesta independente da realidade socioeconômica e cultural nos espaços escolares ou em outros, tendo sua origem na motivação diversa. É caracterizada por condutas que se opõem ao ideal de disciplina prevista pela instituição para o desenvolvimento do ato educativo de forma harmoniosa. 
A  caracterização de um ato como indisciplina está associada à concepção de disciplina de um indivíduo ou dado grupo, variando conforme os valores construídos e instituídos por uma comunidade. Pode-se considerar que um aluno sentar em uma mesa em dada escola seja identificado como indisciplina e em outra escola seja identificado como normal, ou seja, varia conforme a concepção da mesma em cada comunidade escolar.
Aquino (2003) destaca que: 
“Se partimos da suposição de que a indisciplina revela uma recusa a um tipo de vinculação inócua ou obsoleta entre os pares escolares, haveremos de convir que, em última instância, ela traria consigo os novos ventos democráticos” (p. 51)
E também:
“Sendo assim, é imprescindível reconhecer que o manejo das questões disciplinares requer alternativas buscadas coletivamente, que apontem para a presença inconteste e a participação ativa dos alunos na vida escolar, bem como um teor mais inclusivo das ações levadas a cabo pelos educadores.” (p. 52)
Verificamos que o tratamento da escola, no tocante à indisciplina, deve ser refletido de forma coletiva por toda a comunidade escolar englobando ações não somente relacionadas a posturas, como também em sua organização estrutural quanto ao projeto político pedagógico valorizando a pluralidade.
 
Desta forma, distanciamos o caráter milagroso embutido no orientador quanto ao ajustamento imediato do aluno aos padrões da escola ou de viabilização de “receita” eficaz de como lidar e solucionar os problemas decorrentes da questão da indisciplina.
Podemos ressaltar o bullying como fenômeno que já ultrapassou a fronteira de um ato indisciplinar, caracterizando-se como uma violência e agressão física, moral ou material de forma intencional e sem motivação específica. Tal fenômeno durante muito tempo foi considerado como irrelevante, mas atualmente especialistas afirmam que, às vezes, promovem marcas para a vida inteira.
A ação da Orientação Educacional na construção e reinvenção de espaços escolares de qualidade
Como visto, as instituições de ensino possuem estruturas rígidas que muitas vezes ficam alheias às questões do contexto social e principalmente quanto ao fator da diversidade cultural.
A valorização da formação do indivíduo de forma integral, incluindo o aspecto cognitivo e o aspecto emocional, torna-se uma necessidade para que este vivencie experiências para a constituição de sua identidade e a compreensão da sua realidade.
Esse enfoque possibilita um olhar crítico sobre si próprio e sobre a sua realidade, dando subsídios para ações conscientes e de mudanças.
Nessa perspectiva, o orientador é visto como agente de mediação desse processo no tocante ao estímulo do resgate da cultura brasileira no ato educativo, mediante o desenvolvimento de projetos de caráter interdisciplinar que favoreçam o conhecimento das variadas manifestações culturais existentes.
É notório que a amplitude do território brasileiro e o processo de miscigenação ao longo da história possibilitam um farto repertório cultural para ser pesquisado e explorado. 
No entanto, não podemos nos esquecer de que no próprio interior do ambiente escolar, mesmo pertencendo ao mesmo território, micro forças culturais cruzam-se e chocam-se, revelando valores, linguagem, crenças, hábitos entre outros diferenciados, tornando, às vezes, as relações conflituosas.
Assim, torna-se válido a garantia na proposta político e pedagógica o debate e diálogo sobre temas associados ao cotidiano escolar para o desenvolvimento e organização de um currículo comprometido com a pluralidade, a perspectiva da cidadania e do direito humano, compreendendo o aluno como sujeito histórico em sua formação, ou seja, no processo de ensino e aprendizagem.
Essa contextualização possibilitará ao aluno e aos demais membros da comunidade escolar uma leitura crítica sobre os conflitos edesafios que surgem no cotidiano, utilizando os subsídios do mesmo para a superação, como também, na sua relação com o outro.
Segundo Grinspun (2006), em relação às transformações do contexto social, compete à Orientação Educacional auxiliar o aluno em três pontos básicos: perguntar, pesquisar e criar, sendo esses pilares para uma educação que garanta a sua emancipação e vivência no mundo.
Isso, também, pode ser visto em: “Do mesmo modo que na escola se forma o homem conformista, é também na escola que se forma o homem contestador” (MAIA, 1995, p. 43).
Tal afirmativa denota que a escola possibilita instrumentos para uma participação plena na sociedade.
A partir da concepção de interculturalidade no processo educativo é possível a compreensão que todos possuem voz no ambiente escolar, cabendo a cada indivíduo a responsabilidade de promover espaço de diálogo e interação com o outro, com o similar e com o diferente.
Nesse contexto, a intolerância, a indisciplina, a violência, o bullying entre outros farão parte do debate no cotidiano de toda a comunidade escolar e não apenas da Orientação Educacional, sendo os mesmos estudados e envolvidos no plano de ação ou contrato pedagógico como forma de conhecimento, prevenção e promoção de uma cultura de paz.
De acordo com Candau (2010), a construção e reinvenção de espaços escolares de qualidade está condicionada aos seguintes fatores: a dinamização da estrutura organizacional e diversificação de atividades que contemplem a construção crítica e plural; articulação entre desigualdade e diferença numa proposta intercultural, incorporando as variadas contribuições culturais e o reconhecimento da cidadania como prática social do dia a dia.
Portanto, compete ao orientador a promoção e a garantia de ambientes favoráveis para a efetivação de espaços escolares comprometidos com a promoção de uma real educação de qualidade.
1.O termo cultura engloba vários aspectos, como os valores, as normas, as regras e os costumes de determinado grupo social. Valorizar a cultura no âmbito educacional significa:
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1) Compreender a realidade social, sua diversidade cultural. 
2) Compreender que de acordo com as características existentes podemos classificar de forma hierárquica as diversas culturas. 
3) Perceber a existência da diversidade cultural, porém instituir apenas uma como padrão para tornar a escola hegemônica. 
4) Reconhecer que o conceito de cultura está unicamente associado à questão das pessoas serem cultas ou incultas, conforme o seu grau de escolaridade. 
5) Entender que cultura possui significado único de sistema adaptativo que visa à adaptação dos grupos sociais aos padrões de comportamento construídos. 
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2.Marque a alternativa correta após a apreciação das proposições:
I - A Orientação Educacional tem a função de promover o resgate cultural nas práticas educativas desenvolvidas no ambiente escolar.
II- O Orientador Educacional é um mediador no ambiente escolar quanto o estímulo do resgate da cultura brasileira mediante o desenvolvimento de um currículo comprometido com a pluralidade.
III- A interculturalidade propõe a negativa quanto ao reconhecimento da diversidade cultural e a interrelação entre as mesmas em um ambiente
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1) Somente a proposição I está correta. 
2) As proposições I e II estão corretas. 
3) As proposições II e III estão corretas. 
4) Somente a proposição III está correta. 
3.Assinale a resposta correta. Quanto ao termo interculturalidade podemos afirmar que:
Parte superior do formulário
1) É um processo de integração entre as economias de vários países. 
2) É uma tendência que considera as normas e valores da própria sociedade ou cultura como critério de avaliação de outra. 
3) Seu significado é sinônimo de multiculturalismo, o qual é denonimado de mecanismo de reflexão de variados aspectos presentes na cultura. 
4) Propõe o reconhecimento da diversidade cultural mediante uma relação dialógica e democrática entre as variadas culturas. 
5) É um estudo psicológico sobre a cultura no ambiente escolar. 
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Resposta: 1-1, 2-2, 3-4.
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Aula 5 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
A aprendizagem está inevitavelmente ligada à História do Homem, à sua construção enquanto ser social com capacidade de adaptação a novas situações. Desde sempre se ensinou e aprendeu, de forma mais ou menos elaborada e organizada. 
Já antes do início deste século, existiam explicações para a aprendizagem, mas o seu estudo estava intimamente ligado ao desenvolvimento da Psicologia, enquanto ciência. Contudo não se processou de forma uniforme e concordante.
O estudo da aprendizagem centrou-se em aspectos diferentes, de acordo com as diversas correntes da Psicologia e com as diferentes perspectivas que cada uma defendia. 
Dessas teorias, as que adquiriram maior relevo foram:
- As comportamentalistas (behavioristas) - a aprendizagem é vista como a aquisição de comportamentos expressos através de relações mais ou menos mecânicas entre um estímulo e uma resposta, sendo o sujeito relativamente passivo neste processo.
- As cognitivistas – a aprendizagem é entendida como um processo dinâmico de codificação, processamento e recodificação da informação. O estudo da aprendizagem centra-se nos processos cognitivos que permitem estas operações e nas condições contextuais que as facilitam. O indivíduo é visto como um ser que interage com o meio e é graças a essa interação que ele aprende.
- As humanistas - a aprendizagem baseia-se essencialmente no caráter único e pessoal do sujeito que aprende em função das suas experiências únicas e pessoais. O sujeito que aprende tem um papel ativo neste processo, mas a aprendizagem é vista muitas vezes como algo espontâneo.
 Alguns autores e a aprendizagem:
A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
- O desenvolvimento intelectual partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio.
- O desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico.
- A atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" dos organismos.
- É uma teoria de etapas, que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
Quatro funções da educação:
O processo de aprendizagem dá-se tanto de forma alienante como possibilidade libertadora. À educação, podemos atribuir quatro funções que interagem e se inter-relacionam. São elas:
Função mantenedora: a continuidade da conduta humana se realiza através da aprendizagem.
Função socializadora: o indivíduo, à medida que se sujeita à educação, transforma-se em um ser social, identifica-se com o seu grupo, com as suas regras e seus códigos.
Função repressora: permite a continuidade do homem histórico, garante também a sobrevivência do sistema específico que rege a sociedade.
Função transformadora: a educação revela formas peculiares de expressão revolucionária.
Paín (2007), no livro Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem, também divide a aprendizagem em dimensões. São elas:
- Dimensão biológica do processo de aprendizagem;
- Dimensão cognitiva do processo de aprendizagem;
- Dimensão social do processo de aprendizagem.
 
Para finalizar, a aprendizagem sofre ainda a influência de condições internas e externas da aprendizagem, que dialogam o tempo inteiro e, assim, não permitem a dicotomia da noção do esquema estímulo--resposta. Apenas para melhor observação, as externas são definidas a partir do campo do estímulo e as internas que definem o sujeito.
O que é dificuldadena aprendizagem?
Assim como é difícil definir aprendizagem, a definição do conceito de dificuldade na aprendizagem também é complexa. Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas e que comumente eram testadas a partir dos testes de QI. 
Tínhamos, então, o aluno-problema e rotineiramente lhe era atribuído a razão do fracasso, pois se considera apenas que existia algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, linguístico ou emocional, que são observados na escola, através de dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, da fala, da leitura, da escrita, do raciocínio ou das habilidades matemáticas. 
Porém, há outros tipos de fatores que se relacionam a essa problemática: desde a desestruturação familiar, sem poder desconsiderar as condições de aprendizagem que a escola oferece a esse aluno, até os outros fatores intraescolares que favorecem a não aprendizagem.
Para Pain (2007), esta dificuldade pode partir de vários fatores:
Fatores orgânicos
Fatores específicos
Fatores psicógenos
Fatores ambientais
ATENÇÃO
O fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos.
Quatro funções da educação: 
Existem problemas de aprendizagem que são produzidos nas relações e no marco da instituição escolar. São alguns exemplos:
 
- Resistência às normas disciplinares
- Problemas de integração
- Desqualificação do professor
- Inibição
Diferente dos problemas de aprendizagem que supõem baixo nível intelectual, não permitindo ao sujeito aproveitar suas possibilidades.
Ambos os casos levam ao fracasso escolar, mas necessitam de intervenções diferenciadas que podem ser: médica, psicológica, pedagógica, entre outras.
Cabe ao orientador preocupar-se principalmente em construir situações de ensino que possibilitem aprendizagem, buscar os meios, as técnicas e as instruções adequadas para favorecer a aprendizagem.
Relação fracasso escolar e dificuldade na aprendizagem
O fracasso escolar está associado às dificuldades de aprendizagem escolar, as quais se manifestam principalmente entre crianças do segmento popular. É um tema que desperta interesse desde o final do século XVIII, quando médicos já se preocupavam em estudar o tema. 
Assim, o fracasso escolar teria como causa a anormalidade orgânica.
Grinspun (2006) destaca algumas concepções relevantes quanto à explicação do fracasso escolar, as quais são apresentadas como estudos sobre o tema ao longo dos anos.
Com a corrente psicopedagógica, o fracasso escolar era explicado a partir da medição da inteligência, destacando-se os estudos de Binet e Claparède, sendo o primeiro o criador da escala métrica da inteligência infantil.
Com a influência das teorias psicanalíticas, o fracasso escolar estava relacionado ao problema de ajustamento ou de aprendizagem escolar, na qual o aluno com anormalidade escolar era considerado “criança-problema”, sendo tal anormalidade oriunda do ambiente sócio-familiar.
No Brasil, uma das autoras que se destaca quanto a essa temática é Maria Helena Patto, que analisa as raízes históricas das concepções sobre o fracasso escolar.
Sua evolução histórica
Segundo Grinspun (2006), a evolução histórica da análise do fracasso escolar pode ser definida pelas seguintes teorias:
Teoria psicológica, na qual o fracasso escolar é devido às características individuais do aluno, sendo ele incapaz de adaptar-se à escola.
Teoria da carência cultural, na qual o fracasso escolar é decorrente das influências de fatores extraescolares, levando o aluno a uma deficiência cultural.
Teoria das diferenças culturais, na qual o fracasso escolar é explicado a partir da padronização da escola que não reconhece as diferenças culturais, promovendo a marginalização das camadas populares no ambiente escolar.
Teoria crítico reprodutivista, na qual o fracasso escolar é motivado à desigualdade social exercida por condicionantes sociais.
Fatores intraescolares, nos quais o fracasso escolar é explicado pela própria organização do sistema escolar e a promoção da seletividade.
Teorias estruturais, na qual o fracasso escolar é visto como responsabilidade de todos os membros do processo educacional.
O papel do Orientador Educacional:
O papel do Orientador Educacional, na dimensão contextualizada, diz respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento. 
A Orientação Educacional – como abordamos – não existe para padronizar os alunos nos paradigmas escolhidos como ajustados, disciplinados ou responsáveis.
A prática não vem desvinculada da teoria. Precisamos da construção do conhecimento, do pensamento e da linguagem do nosso aluno. Cabe ao Orientador junto aos demais profissionais da educação, e, dentro das suas especificidades, favorecermos as relações entre o desenvolvimento e o aprendizado do aluno.
 
Para Grinspun (2006): 
“A Orientação Educacional se fez presente na evolução histórica do fracasso escolar, tendo atribuições específicas conforme a forma de compreender o próprio fracasso escolar, ou seja, a concepção estabelecida. Hoje, cabe ao orientador refletir, discutir, viabilizar meios para a superação do fracasso escolar. Isso significa fomentar meios para que a problemática seja debatida de forma coletiva na escola.”
1.São ações do Orientador Educacional diante do fracasso escolar, exceto uma das afirmativas abaixo:
Parte superior do formulário
1) Discutir sobre o fracasso à luz da realidade existente. 
2) União com os alunos sem atribuir-lhes unicamente a razão pelo fracasso escolar. 
3) Desvalorizar a cultura do aluno, tentando adaptá-lo. 
4) Apostar na auto-estima e valorização das potencialidades do aluno. 
5) Auxiliar o aluno no reconhecimento do que a escola pode fazer para ajudá-lo.
Parte inferior do formulário
2.A educação é um processo que se inscreve na dinâmica da transmissão da cultura. Podemos atribuir quatro funções a mesma. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira.
A. Função mantenedora.
B. Função socializadora.
C. Função repressora 
D. Função transformadora.
( ) O indivíduo transforma-se em sujeito social, identifica-se com o grupo, regras e normas em que está inserido.
( ) Garante a sobrevivência específica do sistema que rege uma sociedade.
( ) Permite a continuidade funcional do homem histórico.
( ) Revela formas e peculiaridades de expressão revolucionária.
Parte superior do formulário
1) A, B, C, D 
2) B, A, C, D 
3) B, A, D, C 
4) D, A, C, B 
5) B, C, A, D 
Parte inferior do formulário
3.Observe as afirmativas abaixo:
I- condições interna do indivíduo
II- a situação do indivíduo em relação à produção.
III- fatores de nacionalidade
IV- questões familiares
V- relativas ao seu grupo de pertencimento.
Dentre esses aspectos citados acima, quais os que se referem à dimensão social da aprendizagem?
Parte superior do formulário
1) Somente a proposição II está correta. 
2) As proposições I e III estão corretas. 
3) As proposições II e III estão corretas. 
4) Somente a proposição I está errada. 
5) Todas alternativas estão corretas. 
Parte inferior do formulário
4.Considerando-se as situações que produzem o fracasso escolar, pode-se afirmar que a orientação educacional tem um importante papel na mudança deste panorama, pois:
Parte superior do formulário
1) Constitui um serviço independente que procura disseminar um discurso científico focado no conhecimento psicológico e nas diferenças individuais. 
2) Promove a discussão e a reflexão sobre o resgate da auto-estima do aluno e traz para dentro da escola a realidade cultural dos alunos, valorizando suas experiências. 
3) Em especial, cabe à orientação educacional o desenvolvimento de técnicas que favorecem diagnósticos ou identidades dos alunos. 
4) Cabe à orientação educacional desenvolver nos alunos as competências psicológicas, cognitivas e sociais, de forma que estes entendam e se ajustem melhor ao processo educacional. 
5) Cabe à orientação educacional desenvolver suas açõesna compreensão e solução das variáveis intra-escolares, não se preocupando com as variáveis fora dos muros da escola. 
Resposta: 1-3, 2-2, 3-4, 4-2Parte inferior do formulário.

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