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Entrevista com Idosos: percepções de qualidade de vida na velhice

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>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
57	
  
Entrevista	
  com	
  Idosos:	
  percepções	
  de	
  qualidade	
  de	
  vida	
  na	
  velhice	
  
Lara	
  Carvalho	
  Vilela	
  de	
  Lima1,	
  Wilza	
  Vieira	
  Vilella2,	
  Cléria	
  Maria	
  Lobo	
  Bittar1	
  
	
  
1Programa	
  de	
  Pós	
  Graduação	
  Mestrado	
  e	
  Doutorado	
  em	
  Promoção	
  da	
  Saúde	
  da	
  Universidade	
  de	
  Franca	
  
2Departamento	
  de	
  Medicina	
  Preventiva	
  da	
  Universidade	
  Federal	
  de	
  São	
  Paulo	
  
Resumo.	
   Pesquisa	
   realizada	
   com	
   32	
   idosos	
   de	
   ambos	
   os	
   sexos,	
   residentes	
   em	
   cinco	
   municípios	
   brasileiros	
   de	
  
pequeno	
  porte,	
  que	
  buscou	
  conhecer	
  suas	
  percepções	
  sobre	
  qualidade	
  de	
  vida.	
  Para	
  tanto	
  utilizou-­‐se	
  a	
  entrevista,	
  
cujo	
  roteiro	
  de	
  perguntas	
  abertas	
   foi	
  embasado	
  nos	
  domínios	
  dos	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐BREF.	
  
Estas	
   foram	
   posteriormente	
   transcritas	
   e	
   tratadas	
   à	
   luz	
   da	
   análise	
   do	
   conteúdo.	
   Não	
   se	
   pretendeu	
   criar	
   novo	
  
instrumento	
   ou	
   adaptar	
   o	
   existente,	
   entretanto	
   a	
   realização	
   de	
   entrevistas	
   abertas	
   orientadas	
   pelas	
   perguntas	
  
extraídas	
   dos	
   domínios	
   do	
   instrumento,	
   revelou-­‐se	
   bastante	
   produtiva	
   quanto	
   à	
   coleta	
   de	
   informações,	
   quando	
  
comparado	
   a	
   trabalhos	
   anteriormente	
   realizados	
   exclusivamente	
   com	
   os	
   instrumentos,	
   que	
   demonstraram	
   que	
  
idosos	
   de	
   baixa	
   escolaridade	
   tinham	
   dificuldades	
   na	
   compreensão	
   dos	
   termos	
   e	
   vocábulos	
   propostos	
   pelos	
  
instrumentos.	
  	
  
Palavras-­‐chave:	
  Entrevistas	
  com	
  idosos.	
  Qualidade	
  de	
  vida	
  na	
  velhice.	
  Whoqol-­‐Old	
  e	
  Bref.	
  	
  
Interview	
  With	
  The	
  Elderly:	
  perceptions	
  of	
  quality	
  of	
  life	
  in	
  old	
  age	
  	
  
Abstract.	
   Survey	
   of	
   32	
   elderly	
   of	
   both	
   sexes,	
   living	
   in	
   five	
   Brazilian	
   cities,	
  which	
   sought	
   to	
  meet	
   his	
   perceptions	
  
about	
  quality	
  of	
  life.	
  To	
  do	
  this	
  the	
  interview	
  was	
  applied,	
  whose	
  screenplay	
  of	
  open-­‐ended	
  questions	
  was	
  based	
  in	
  
the	
  areas	
  of	
  WHOQOL-­‐OLD	
  and	
  WHOQOL-­‐BREF	
  questionnaires.	
  These	
  were	
  later	
  transcribed	
  and	
  treated	
  in	
  light	
  of	
  
the	
  analysis	
  of	
   the	
  content.	
   It	
  was	
  not	
   intended	
  to	
  create	
  a	
  new	
   instrument	
  or	
  adapt	
   the	
  existing,	
  however	
  open	
  
interviews	
   guided	
   by	
   questions	
   from	
   the	
   fields	
   of	
   instrument,	
   proved	
   to	
   be	
   very	
   productive	
   with	
   respect	
   to	
  
gathering	
   information,	
   when	
   compared	
   to	
   works	
   previously	
   carried	
   out	
   exclusively	
   with	
   the	
   instruments,	
   which	
  
have	
  shown	
  that	
  seniors	
  with	
  low	
  schooling	
  had	
  difficulties	
  in	
  understanding	
  of	
  terms	
  and	
  words	
  proposed	
  by	
  the	
  
instruments.	
  
Keywords:	
  Interviews	
  with	
  elderly	
  people.	
  Quality	
  of	
  life	
  in	
  old	
  age.	
  Whoqol-­‐Old	
  e	
  Bref.	
  	
  
1	
  Introdução	
  
As	
   quedas	
   das	
   taxas	
   de	
   mortalidade	
   e	
   fecundidade	
   ocorridas	
   no	
   Brasil	
   foram	
   responsáveis	
   pela	
  
mudança	
   da	
   estrutura	
   etária	
   do	
   país	
   e	
   consequentemente	
   pela	
   transição	
   demográfica,	
   com	
  
expressivo	
  aumento	
  do	
  número	
  de	
  idosos	
  e	
  da	
  expectativa	
  de	
  vida.	
  	
  	
  	
  
As	
  projeções	
  indicam	
  que	
  em	
  2020	
  a	
  população	
  brasileira	
  acima	
  de	
  60	
  anos	
  atingirá	
  um	
  percentual	
  
de	
  13,7%	
  (28,3	
  milhões)	
  e	
  em	
  2040	
  representarão	
  quase	
  um	
  quarto	
  do	
  total	
  de	
  habitantes	
  do	
  país	
  
23,8%	
  (52	
  milhões	
  de	
  pessoas)	
  (Mendes,	
  Sá,	
  Miranda,	
  Lyra	
  &Tavares,	
  2012).	
  	
  
O	
  aumento	
  do	
  número	
  de	
  anos	
  de	
  vida	
  não	
  significa	
  que	
  as	
  pessoas	
  vivam	
  melhor.	
  São	
  necessárias	
  
ações	
   específicas	
   que	
   garantam	
   aos	
   cidadãos	
   a	
   chance	
   de	
   viver	
   esta	
   etapa	
   de	
   forma	
   digna	
   e	
   com	
  
qualidade	
  (Brasil,	
  2006).	
  
A	
  qualidade	
  de	
  vida	
  (QV)	
  envolve	
  uma	
  variedade	
  de	
  fatores.	
  Segundo	
  Neri	
   (2008,	
  p.	
  163)	
  “QV	
  é	
  um	
  
evento	
  que	
  tem	
  múltiplas	
  dimensões,	
  é	
  multideterminado,	
  diz	
  respeito	
  à	
  adaptação	
  de	
  indivíduos	
  e	
  
grupos	
   humanos,	
   em	
  diferentes	
   épocas	
   e	
   sociedades,	
   e	
   assim,	
   sua	
   avaliação	
   tem	
   como	
   referência	
  
diversos	
  critérios”.	
  
O	
   Grupo	
   WHOQOL	
   da	
   Organização	
   Mundial	
   da	
   Saúde	
   (OMS)	
   define	
   QV	
   como	
   “a	
   percepção	
   do	
  
indivíduo	
  de	
  sua	
  posição	
  na	
  vida,	
  no	
  contexto	
  de	
  sua	
  cultura	
  e	
  no	
  sistema	
  de	
  valores	
  em	
  que	
  vive	
  e	
  
em	
  relação	
  a	
  suas	
  expectativas,	
  seus	
  padrões	
  e	
  suas	
  preocupações”.	
  Esta	
  considera	
  o	
  conceito	
  de	
  QV	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
58	
  
amplo,	
  e	
  incorpora	
  a	
  saúde	
  física,	
  o	
  estado	
  psicológico,	
  o	
  nível	
  de	
  independência,	
  as	
  relações	
  sociais,	
  
as	
  crenças	
  pessoais	
  e	
  a	
  relação	
  com	
  aspectos	
  significativos	
  do	
  meio	
  ambiente	
  (The	
  WHOQOL	
  Group,	
  
1995	
  apud	
  Fleck,	
  2008,	
  p.25).	
  
Para	
   Paschoal	
   (2006),	
   a	
   natureza	
   abstrata	
   do	
   termo	
   explica	
   porque	
   o	
   significado	
   de	
   uma	
   boa	
  QV	
   é	
  
diferente	
   para	
   diferentes	
   pessoas,	
   em	
   distintos	
   lugares	
   e	
   ocasiões.	
   Talvez,	
   cada	
   indivíduo	
   tenha	
   um	
  
conceito	
   próprio,	
   submetido	
   a	
  múltiplos	
   pontos	
   de	
   vista,	
   dada	
   a	
   variedade	
   de	
   dimensões	
   a	
   serem	
  
aferidas.	
   Segundoo	
   autor,	
   quando	
   se	
   pensa	
   em	
   QV	
   para	
   idosos,	
   algumas	
   incertezas	
   pairam.	
   Por	
  
exemplo,	
  o	
  que	
  pensam	
  os	
  idosos	
  sobre	
  QV?	
  Como	
  eles	
  definem	
  QV?	
  Quais	
  modificações	
  poderiam	
  
ser	
  implementadas	
  para	
  alcançar	
  uma	
  QV	
  excelente,	
  no	
  ponto	
  de	
  vista	
  dos	
  idosos?	
  
A	
  complexidade	
  da	
  relação	
  entre	
  envelhecimento	
  e	
  QV	
  foi	
  observada	
  durante	
  pesquisa	
  em	
  que	
  foi	
  
comparada	
  a	
  percepção	
  de	
  QV	
  entre	
  dois	
  grupos	
  de	
  idosos	
  em	
  um	
  pequeno	
  município	
  brasileiro,	
  a	
  
partir	
  da	
  aplicação	
  dos	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐BREF	
  e	
  da	
  realização	
  de	
  entrevistas	
  
abertas	
   (Lima,	
  2010).	
  Nesta	
  oportunidade	
   foi	
  constatado,	
  que	
  aqueles	
   idosos	
  que	
   frequentavam	
  as	
  
atividades	
  realizadas	
  no	
  grupo	
  da	
  terceira	
  idade	
  tiveram	
  melhor	
  percepção	
  de	
  QV	
  global	
  e	
  em	
  outros	
  
domínios	
  em	
  relação	
  aos	
  que	
  não	
  frequentavam	
  essas	
  atividades.	
  Entretanto,	
  foi	
  observado,	
  durante	
  
a	
   aplicação	
   dos	
   questionários	
   que	
  muitas	
   perguntas	
   existentes	
   nos	
  mesmos	
   não	
   eram	
   claramente	
  
compreendidas	
   pela	
   maior	
   parte	
   dos	
   participantes.	
   Vale	
   ressaltar	
   que	
   durante	
   a	
   aplicação	
   dos	
  
questionários	
   os	
   termos	
   empregados	
   nas	
   perguntas	
   que	
   não	
   foram	
   compreendidos	
   pelos	
  
participantes	
  não	
  foram	
  substituídos	
  por	
  outros.	
  	
  
Percebeu-­‐se	
  neste	
  caso,	
  o	
  quanto	
  QV	
  é	
  um	
  tema	
  complexo	
  de	
  se	
  avaliar,	
  principalmente	
  utilizando	
  
apenas	
   métodos	
   quantitativos,	
   pois	
   cada	
   pessoa	
   tem	
   uma	
   concepção	
   sobre	
   a	
   sua	
   QV,	
   que	
   pode	
  
variar,	
   considerando	
   a	
   idade,	
   a	
   origem,	
   a	
   cultura,	
   os	
   valores	
   e	
   os	
   sentimentos	
   vividos	
   em	
  
determinados	
  momentos	
  de	
  suas	
  vidas,	
  extrapolando	
  muitas	
  vezes	
  as	
  respostas	
  que	
  os	
  questionários	
  
oferecem.	
  Coelho	
  (2012)	
  considera	
  importante	
  a	
  realização	
  da	
  pesquisa	
  qualitativa	
  sobre	
  percepção	
  
de	
  QV	
  dos	
  idosos,	
  para	
  que	
  a	
  subjetividade	
  desse	
  construto	
  possa	
  ser	
  melhor	
  explorada	
  e	
  analisada.	
  	
  
Além	
  disso,	
  a	
  baixa	
  escolaridade	
  e	
  principalmente	
  o	
   contexto	
  e	
  a	
   cultura	
  na	
  qual	
  as	
  pessoas	
  estão	
  
inseridas	
   podem	
   interferir	
   no	
   entendimento	
   dos	
   idosos	
   em	
   relação	
   às	
   perguntas	
   existentes	
   em	
  
questionários,	
   limitar	
   a	
   compreensão	
   sobre	
   determinados	
   assuntos	
   ou	
   até	
   mesmo	
   interferir	
   nas	
  
respostas,	
  que	
  neste	
  caso,	
  podem	
  não	
  fazer	
  sentido	
  aos	
   idosos.	
  Braz	
   (2012)	
  observou	
  em	
  pesquisa	
  
sobre	
  percepção	
  de	
  QV	
  entre	
  idosas	
  em	
  uma	
  cidade	
  de	
  médio	
  porte,	
  que	
  a	
  maioria	
  das	
  participantes	
  
apresentou	
  boa	
  compreensão	
  dos	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  BREF,	
  provavelmente	
  porque	
  estas	
  
tinham	
  maior	
  grau	
  de	
  escolaridade	
  do	
  que	
  os	
  participantes	
  do	
  estudo	
  de	
  Lima	
  (2010).	
  
Outro	
   problema	
   foi	
   identificado	
   por	
  Maués,	
   Paschoal,	
   Jaluul,	
   França	
   &	
   Filho,	
   (2010)	
   em	
   pesquisa	
  
realizada	
   com	
   idosos.	
   Houve	
   dificuldade	
   em	
   compor	
   a	
   amostra	
   devido	
   ao	
   grande	
   número	
   de	
  
analfabetos,	
   principalmente	
   os	
   mais	
   velhos,	
   já	
   que	
   o	
   WHOQOL-­‐OLD	
   era	
   auto-­‐aplicado;	
   assim,	
   o	
  
analfabetismo	
  foi	
  critério	
  de	
  exclusão.	
  Outra	
  limitação	
  encontrada	
  neste	
  estudo	
  foi	
  a	
  impossibilidade	
  
de	
   auxílio	
   por	
   parte	
   de	
   familiares,	
   cuidadores	
   ou	
   do	
   pesquisador	
   para	
   o	
   preenchimento	
   do	
  
questionário.	
  Isto	
  foi	
  criticado	
  por	
  idosos	
  com	
  dificuldade	
  de	
  entendimento	
  de	
  termos	
  e	
  expressões	
  
encontradas	
  nas	
  perguntas	
  e	
  opções	
  de	
  resposta.	
  
O	
  questionário	
  WHOQOL-­‐BREF	
  é	
  uma	
  versão	
  abreviada	
  do	
  WHOQOL-­‐100,	
  instrumento	
  genérico	
  que	
  
afere	
  QV	
  e	
  pode	
  ser	
  aplicado	
  em	
  uma	
  variedade	
  de	
  populações.	
  O	
  WHOQOL-­‐BREF	
   foi	
  validado	
  em	
  
vários	
   centros	
   do	
  mundo,	
   inclusive	
   no	
   Brasil,	
   em	
   Porto	
   Alegre,	
   onde	
   a	
   amostra	
   foi	
   composta	
   por	
  
pessoas	
  doentes	
  e	
  saudáveis	
  (Chachamovich	
  &	
  Fleck,	
  2008).	
  A	
  versão	
  OLD	
  também	
  foi	
  desenvolvida	
  
pelo	
  grupo	
  WHOQOL	
  com	
  o	
  objetivo	
  de	
  oferecer	
  um	
  conjunto	
  de	
  itens	
  adicionais	
  para	
  a	
  avaliação	
  da	
  
QV	
  de	
  idosos,	
  a	
  partir	
  de	
  uma	
  metodologia	
  transcultural.	
  Sua	
  validação	
  e	
  tradução	
  foram	
  feitas	
  em	
  
vários	
   centros	
   do	
  mundo,	
   incluindo	
   o	
   Brasil,	
   obedecendo	
   a	
   uma	
  metodologia	
   padronizada,	
   com	
   a	
  
participação	
   de	
   cinco	
   grupos	
   focais	
   que	
   incluíram	
   idosos	
   saudáveis	
   e	
   doentes	
   (Chachamovich,	
  
Trentini,	
  Fleck,	
  Schmidt	
  &	
  Power	
  (2008);	
  Fleck,	
  Chachamovich	
  &	
  Trentini,	
  2003).	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
59	
  
Assim,	
   foi	
   questionado	
   se	
   uma	
   abordagem	
   dos	
   diferentes	
   temas	
   descritos	
   pelos	
   domínios	
   dos	
  
questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐BREF	
  por	
  meio	
  de	
  entrevistas	
  abertas,	
  com	
  base	
  em	
  outra	
  
metodologia,	
   especificamente	
   a	
   partir	
   da	
   utilização	
  de	
   uma	
   abordagem	
  qualitativa,	
   e	
   ampliando	
  o	
  
escopo	
   para	
   idosos	
   que	
   residem	
   em	
   diferentes	
   municípios	
   brasileiros	
   de	
   pequeno	
   porte,	
   poderia	
  
proporcionar	
  um	
  melhor	
  entendimento	
  das	
  perguntas	
  e	
  consequentemente	
  respostas	
  mais	
  amplas	
  
sobre	
  os	
  assuntos	
  propostos.	
  	
  
Dada	
  a	
  heterogeneidade	
  do	
  processo	
  de	
  envelhecimento	
  no	
  Brasil	
  é	
  essencial	
  conhecer	
  os	
  pontos	
  de	
  
vista,	
   sentimentos	
   e	
   expectativas	
   dos	
   sujeitos	
   nesta	
   fase	
   da	
   vida.	
   Conhecer	
   e	
   compreender	
   as	
  
percepçõesde	
  QV	
  de	
  idosos	
  que	
  residem	
  em	
  municípios	
  de	
  pequeno	
  porte	
  torna-­‐se	
  relevante	
  para	
  a	
  
elaboração	
   de	
   ações	
   voltadas	
   para	
   a	
   promoção	
   de	
   saúde	
   dessa	
   população.	
   Estes	
   podem	
   vivenciar	
  
experiências	
   sócio	
   culturais	
   particulares	
   em	
   relação	
   ao	
   processo	
   de	
   envelhecimento	
   que	
   podem	
  
refletir	
   na	
   sua	
   percepção	
   sobre	
   QV,	
   consequentemente,	
   a	
   abordagem	
   qualitativa	
   através	
   da	
  
utilização	
   de	
   entrevistas	
   abertas,	
   por	
   explorar	
   os	
   aspectos	
   subjetivos	
   e	
   aproximar	
   pesquisador	
   e	
  
pesquisado	
   poderá	
   oferecer	
   informações	
   amplas	
   sobre	
   o	
   tema,	
   facilitando,	
   sobretudo	
   a	
  
compreensão	
  dos	
  assuntos.	
  	
  
O	
  presente	
  estudo	
  tem	
  como	
  objetivo	
  conhecer	
  a	
  percepção	
  de	
  QV	
  de	
  idosos	
  utilizando	
  a	
  entrevista	
  
como	
   técnica	
   de	
   coleta,	
   cujo	
   roteiro	
   das	
   perguntas	
   se	
   norteou	
   nos	
   temas	
   dos	
   questionários	
  
WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐BREF;	
  e	
  discutir	
  a	
  experiência	
  de	
  realizar	
  entrevistas	
  abertas	
  com	
  idosos.	
  	
  	
  
2	
  Metodologia	
  
Trata-­‐se	
   de	
   um	
   estudo	
   qualitativo	
   sobre	
   percepções	
   de	
   QV	
   na	
   velhice,	
   que	
   utilizou	
   entrevistas	
  
abertas	
   com	
   idosos,	
   a	
  partir	
  da	
  utilização	
  dos	
   temas	
  dos	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐
BREF.	
   O	
   projeto	
   foi	
   aprovado	
   pelo	
   Comitê	
   de	
   Ética	
   em	
   Pesquisa	
   (parecer	
   nº	
   164.370),	
   em	
  
conformidade	
  com	
  o	
  estabelecido	
  na	
  Resolução	
  466/12.	
  
A	
  amostra	
  foi	
  constituída	
  por	
  32	
  pessoas	
  com	
  60	
  anos	
  de	
  idade	
  ou	
  mais	
  (idosos),	
  de	
  ambos	
  os	
  sexos,	
  
sendo	
  15	
  homens	
  e	
  17	
  mulheres,	
  que	
   residem	
  nos	
   cinco	
  municípios	
  brasileiros	
  de	
  pequeno	
  porte.	
  
Buscou-­‐se	
  incluir	
  um	
  homem	
  e	
  uma	
  mulher	
  de	
  cada	
  faixa	
  etária	
  (60-­‐69	
  anos,	
  70-­‐79	
  anos	
  e	
  80	
  anos	
  ou	
  
mais	
   de	
   idade),	
   residentes	
   na	
   zona	
   rural	
   ou	
   urbana,	
   solteiros,	
   casados	
   ou	
   viúvos,	
   com	
   diferentes	
  
graus	
  de	
  escolaridade.	
  
Os	
  critérios	
  de	
  inclusão	
  foram	
  idosos	
  com	
  residência	
  fixa	
  em	
  algum	
  dos	
  cinco	
  municípios	
  incluídos	
  na	
  
pesquisa,	
  de	
  ambos	
  os	
   sexos,	
   sem	
  comprometimento	
  mental	
  ou	
  cognitivo,	
  usuários	
  do	
  SUS,	
  e	
  que	
  
aceitaram	
  participar	
  da	
  pesquisa	
  após	
  a	
  assinatura	
  do	
  Termo	
  de	
  Consentimento	
  Livre	
  e	
  Esclarecido	
  
(TCLE).	
  
Os	
  temas	
  propostos	
  nas	
  entrevistas	
  foram	
  definidos	
  considerando-­‐se	
  aqueles	
  aceitos	
  como	
  os	
  mais	
  
importantes	
  para	
  se	
  tratar	
  da	
  QV	
  na	
  velhice,	
  de	
  acordo	
  com	
  os	
  domínios	
  existentes	
  no	
  WHOQOL-­‐OLD	
  
e	
  WHOQOL-­‐BREF.	
   Para	
   a	
   coleta	
   de	
   dados	
   foi	
   utilizado	
   um	
   roteiro	
   de	
   entrevistas	
   estruturado	
   com	
  
questões	
   abertas	
   com	
   base	
   nos	
   domínios	
   dos	
   respectivos	
   questionários	
   (Chachamovich,	
   Trentini,	
  
Fleck,	
   Schmidt	
  &	
   Power,	
   2008;	
   Chachamovich	
  &	
   Fleck,	
   2008;	
  WHO,	
   2008),	
   que	
   incluíram	
   aspectos	
  
físicos,	
   sociais,	
   ambientais,	
   psicológicos,	
   intimidade,	
   morte,	
   autonomia,	
   atividades	
   passadas-­‐
presentes-­‐futuras	
   e	
   funcionamento	
   dos	
   sentidos;	
   precedido	
   de	
   dados	
   sociodemográficos	
   que	
  
incluíram:	
  nome,	
  idade,	
  sexo,	
  situação	
  de	
  trabalho,	
  grau	
  de	
  escolaridade,	
  residência	
  e	
  origem	
  (cidade	
  
ou	
  fazenda),	
  estado	
  civil	
  e	
  religião.	
  	
  
O	
  roteiro	
  das	
  entrevistas	
  está	
  apresentado	
  no	
  quadro	
  abaixo.	
  
	
  
	
  
	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
60	
  
Quadro	
  1	
  -­‐	
  Roteiro	
  proposto	
  nas	
  entrevistas	
  relacionado	
  aos	
  temas	
  estruturantes	
  para	
  a	
  QV	
  na	
  velhice	
  
Roteiro	
  da	
  entrevista	
   Temas	
  importantes	
  para	
  a	
  Qualidade	
  de	
  Vida	
  (QV)	
  
na	
  velhice	
  
1)	
  Para	
  você,	
  o	
  que	
  é	
  ter	
  qualidade	
  de	
  vida?	
   QV	
  global	
  
2)	
  	
  De	
  um	
  modo	
  geral,	
  você	
  está	
  satisfeito	
  com	
  a	
  sua	
  
saúde?	
  
Aspectos	
  físicos	
  relacionados	
  ao	
  envelhecimento	
  
(especialmente	
  à	
  saúde	
  do	
  idoso)	
  
3)	
  Em	
  sua	
  opinião,	
  você	
  está	
  realizado	
  com	
  a	
  sua	
  vida?	
  
Por	
  quê?	
  
Aspectos	
  psicológicos	
  (realização	
  com	
  a	
  vida)	
  
4.1)	
  Você	
  está	
  satisfeito	
  com	
  as	
  condições	
  de	
  transporte	
  
público	
  oferecido	
  no	
  local	
  onde	
  você	
  mora?	
  Em	
  sua	
  opinião,	
  o	
  
que	
  poderia	
  melhorar?	
  
4.2)	
  E	
  em	
  relação	
  ao	
  atendimento	
  na	
  área	
  de	
  saúde,	
  o	
  
senhor	
  (a)	
  está	
  satisfeito	
  com	
  o	
  atendimento	
  na	
  área	
  de	
  
saúde	
  oferecido	
  no	
  local	
  onde	
  você	
  mora?	
  Em	
  sua	
  opinião,	
  o	
  
que	
  poderia	
  melhorar?	
  
Ambiental/	
  Satisfação	
  com	
  o	
  transporte	
  público	
  
	
  
	
  
Ambiental/Satisfação	
  com	
  o	
  atendimento	
  na	
  área	
  de	
  
saúde	
  
5)	
  No	
  seu	
  entender,	
  as	
  perdas	
  nos	
  seus	
  sentidos,	
  se	
  as	
  
tiver	
  (por	
  exemplo,	
  audição,	
  visão,	
  paladar,	
  olfato,	
  tato),	
  
afetam	
  a	
  sua	
  vida?	
  Em	
  quê?	
  
Funcionamento	
  dos	
  sentidos	
  
6)	
  Você	
  tem	
  liberdade	
  de	
  tomar	
  as	
  suas	
  próprias	
  
decisões	
  na	
  sua	
  vida?	
  Por	
  quê?	
  
Autonomia	
  
7.1)	
  Você	
  está	
  satisfeito	
  com	
  aquilo	
  que	
  alcançou	
  na	
  sua	
  
vida?	
  
7.2)	
  O	
  que	
  você	
  espera	
  daqui	
  para	
  frente?	
  
Aspectos	
  relacionados	
  às	
  atividades	
  passadas-­‐
presentes-­‐futuras	
  
8.1)	
  Você	
  está	
  satisfeito	
  com	
  as	
  oportunidades	
  de	
  lazer	
  
que	
  você	
  tem	
  em	
  sua	
  comunidade?	
  
8.2)	
  Você	
  pratica	
  algum	
  tipo	
  de	
  atividade	
  física?	
  
Relações	
  sociais	
  e	
  participação	
  social	
  (lazer	
  e	
  atividade	
  
física)	
  
9)	
  O	
  que	
  você	
  pensa	
  sobre	
  a	
  morte?	
   Morte	
  
10)	
  Você	
  sente	
  amor	
  em	
  suavida?	
   Intimidade	
  (amor)	
  
11)	
  Em	
  sua	
  opinião,	
  quais	
  ações	
  poderiam	
  ser	
  feitas	
  aqui,	
  
neste	
  município,	
  para	
  melhorar	
  a	
  sua	
  qualidade	
  de	
  vida?	
  
Ações	
  para	
  melhorar	
  a	
  QV	
  dos	
  idosos	
  
Fonte:	
  Temas	
  com	
  base	
  nos	
  domínios	
  dos	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐BREF.	
  
Foi	
   incluída	
   no	
   roteiro	
   uma	
   pergunta	
   sobre	
   as	
   ações	
   que	
   melhorariam	
   a	
   QV	
   dos	
   participantes	
  
(questão	
  11).	
  
Este	
  instrumento	
  foi	
  aplicado	
  previamente	
  em	
  um	
  estudo	
  piloto	
  em	
  fevereiro	
  de	
  2013,	
  em	
  idosos	
  de	
  
ambos	
  os	
  sexos	
  e	
  diferentes	
  faixas	
  etárias,	
  residentes	
  em	
  um	
  dos	
  municípios.	
  Após	
  o	
  estudo	
  piloto,	
  
foi	
  feito	
  um	
  ajuste	
  no	
  roteiro	
  para	
  realização	
  das	
  entrevistas	
  definitivas,	
  pois	
  foi	
  constatado	
  que	
  em	
  
algumas	
   perguntas,	
   por	
   exemplo,	
   referentes	
   ao	
   domínio	
   funcionamento	
   dos	
   sentidos,	
   muitos	
  
participantes	
   tiveram	
  dificuldades	
  de	
   compreender	
   algumas	
  palavras,	
   como	
   tato,	
   paladar	
   e	
   olfato.	
  
Neste	
  caso,	
  foram	
  utilizadas	
  expressões	
  sinônimas:	
  vista/enxergar,	
  ouvir,	
  toque,	
  cheiro	
  e	
  gosto,	
  para	
  
explicar	
  a	
  pergunta	
  e	
  facilitar	
  a	
  compreensão	
  durante	
  as	
  entrevistas.	
  	
  Do	
  mesmo	
  modo,	
  alguns	
  idosos	
  
não	
   compreenderam	
   as	
   palavras	
   lazer	
   e	
   atividade	
   física,	
   por	
   isso,	
   foram	
   utilizados	
   termos	
   como	
  
distração,	
   diversão	
   e	
   exercícios	
   físicos,	
  mais	
   habituais	
   para	
   o	
   vocabulário	
   deles.	
   Assim,	
   durante	
   as	
  
entrevistas,	
  quando	
  surgiam	
  dúvidas	
  em	
  relação	
  aos	
  termos	
  empregados,	
  palavras	
  sinônimas	
  foram	
  
utilizadas	
  para	
  facilitar	
  o	
  entendimento.	
  
As	
   entrevistas	
   foram	
   gravadas,	
   transcritas	
   e	
   posteriormente	
   analisadas,	
   através	
   das	
   técnicas	
   de	
  
análise	
   do	
   conteúdo,	
   que	
   incluíram	
   as	
   seguintes	
   etapas:	
   pré-­‐análise,	
   codificação	
   do	
   material	
   e	
  
interpretação	
  dos	
  resultados	
  (Oliveira,	
  2008).	
  Observações	
  relativas	
  ao	
  contexto	
  da	
  entrevista,	
  como	
  
expressões	
   verbais,	
   linguísticas,	
   corporais	
  ou	
   faciais	
   surgidas	
  durante	
  as	
  perguntas,	
   gestos	
  ou	
   falas	
  
ditas	
   após	
   desligar	
   o	
   gravador	
   e	
   emoções	
   (riso	
   ou	
   choro)	
   que	
   emergiram	
   durante	
   as	
   falas	
   foram	
  
anotadas	
  no	
  diário	
  de	
  campo.	
  	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
61	
  
A	
  análise	
  das	
  falas	
  considerou	
  em	
  um	
  primeiro	
  momento	
  as	
  percepções	
  dos	
  idosos	
  em	
  relação	
  à	
  QV.	
  	
  
Para	
  a	
  análise	
  do	
  material,	
  após	
  a	
   leitura	
  exaustiva	
  das	
  entrevistas,	
   foi	
   realizada	
  a	
  organização	
  dos	
  
seus	
  conteúdos	
  de	
  acordo	
  com	
  as	
  categorias	
  que	
  emergiram	
  em	
  cada	
  bloco	
  temático.	
  	
  
Posteriormente,	
  foi	
  relatada	
  a	
  experiência	
  de	
  realizar	
  entrevistas	
  abertas	
  com	
  idosos,	
  cujos	
  desafios	
  
foram	
  observados	
  e	
  discutidos.	
  	
  
Todas	
  as	
  entrevistas	
  foram	
  realizadas	
  individualmente,	
  respeitando	
  a	
  confidencialidade	
  e	
  o	
  sigilo	
  das	
  
informações	
  de	
  cada	
  participante.	
  	
  
3	
  Resultados	
  e	
  Discussão	
  
Foram	
   entrevistados	
   15	
   homens	
   e	
   17	
   mulheres	
   (32	
   pessoas),	
   distribuídos	
   homogeneamente	
   nas	
  
faixas	
   etárias	
   de	
   60-­‐69	
   anos,	
   70-­‐79	
   anos	
   e	
   80	
   anos	
   ou	
   mais.	
   Dentre	
   os	
   32	
   idosos,	
   18	
   foram	
  
entrevistados	
  nas	
  suas	
  próprias	
  residências	
  e	
  14	
  nos	
  locais	
  onde	
  iam	
  realizar	
  suas	
  atividades.	
  
A	
   maioria	
   estava	
   casada,	
   e	
   apenas	
   algumas	
   as	
   mulheres	
   solteiras	
   ou	
   divorciadas.	
   Quanto	
   à	
  
escolaridade,	
  a	
  maioria	
  apresentou	
  ensino	
  fundamental	
  incompleto.	
  Em	
  relação	
  à	
  religião,	
  a	
  maioria	
  
se	
   declarou	
   católica.	
   A	
   maior	
   parte	
   dos	
   participantes	
   estava	
   aposentada.	
   Dos	
   32	
   entrevistados	
  
apenas	
  um	
  não	
  teve	
  experiência	
  de	
  morar	
  na	
  fazenda	
  por	
  determinado	
  tempo.	
  
Os	
   fatores	
  apontados	
  pelos	
  participantes	
  para	
  definir	
  QV	
  na	
  velhice	
   foram	
  amplos.	
  Aspectos	
  como	
  
ter	
  saúde,	
  manter	
  a	
  autonomia	
  e	
  a	
  independência;	
  aliados	
  às	
  ofertas	
  de	
  serviços	
  públicos,	
  à	
  prática	
  
de	
  atividade	
  física	
  e	
  o	
  lazer;	
  e	
  os	
  aspectos	
  subjetivos	
  (ter	
  paz,	
  alegria,	
  amor,	
  ter	
  amizade,	
  boa	
  relação	
  
familiar	
  e	
  espiritualidade)	
  são	
  importantes	
  nas	
  percepções	
  dos	
  idosos	
  e	
  se	
  integram	
  para	
  conceituar	
  
QV.	
  	
  
As	
  categorias	
  que	
  emergiram	
  a	
  partir	
  da	
  análise	
  das	
  falas	
  foram:	
  ‘QV	
  e	
  saúde:	
  diferentes	
  concepções’,	
  
‘A	
  importância	
  dos	
  serviços	
  públicos	
  para	
  a	
  QV	
  de	
  idosos’,	
  ‘A	
  sensação	
  de	
  bem-­‐estar	
  e	
  a	
  importância	
  
das	
   relações	
   pessoais	
   para	
   a	
   QV	
   na	
   velhice’,	
   ‘Novas	
   conquistas	
   X	
   falta	
   de	
   expectativas	
   com	
   o	
  
envelhecimento’,	
   ‘A	
   espiritualidade/religiosidade	
   como	
   formas	
   de	
   promoção	
   de	
   saúde	
   para	
   idosos	
  
residentes	
  em	
  municípios	
  de	
  pequeno	
  porte’.	
  
Outros	
   estudos	
   utilizaram	
   a	
   metodologia	
   qualitativa	
   para	
   estudar	
   QV	
   na	
   velhice	
   e	
   encontraram	
  
variedade	
  de	
   conceitos	
   relacionados	
   ao	
   tema,	
   os	
  quais	
   sustentam	
  a	
   importância	
  desta	
   abordagem	
  
metodológica	
   diante	
   deste	
   construto	
   (Tahan	
   &	
   Carvalho	
   (2010),	
   Irigaray	
   &	
   Trentini	
   (2009),	
   Ruiz,	
  
Corrente,	
  Bocchi,	
  Donalísio	
  &	
  Cordeiro,	
  (2008).	
  
A	
   análise	
   das	
   entrevistas	
   também	
   mostrou	
   que	
   as	
   respostas	
   não	
   se	
   limitavam	
   apenas	
   ao	
   tema	
  
perguntado,	
  mas	
  ampliavam-­‐se;	
  os	
  idosos,	
  em	
  sua	
  maioria,	
  demonstraram	
  interesse	
  em	
  falar	
  de	
  suas	
  
vidas	
   e	
   dialogar	
   com	
   a	
   pesquisadora.Este	
   fato	
   ocorreu	
   na	
  maioria	
   das	
   perguntas.	
   Toma-­‐se	
   como	
  
exemplo,	
  o	
  relato	
  sobre	
  os	
  aspectos	
  espirituais,	
  que	
  sobressaíram	
  na	
  maioria	
  das	
  falas,	
  não	
  havendo	
  
nenhuma	
  pergunta	
  que	
  os	
  abordassem	
  diretamente.	
  	
  
Pérez	
  &	
  Navarrete	
  (2009)	
  afirmaram	
  que	
  a	
  finalidade	
  da	
  entrevista	
  consiste	
  na	
  obtenção	
  de	
  um	
  tipo	
  
de	
   informação	
   por	
  meio	
   da	
   qual	
   se	
   busca	
   compreender	
   as	
   perspectivas	
   que	
   têm	
  os	
   entrevistados	
  
sobre	
   suas	
   ideias,	
   valores	
   ou	
   situações	
   que	
   viveram.	
   Além	
   disso,	
   para	
   Fraser	
   &	
   Gondim	
   (2004)	
   a	
  
entrevista	
   ao	
   privilegiar	
   a	
   fala	
   dos	
   atores	
   sociais,	
   permite	
   atingir	
   um	
   nível	
   de	
   compreensão	
   da	
  
realidade	
  humana	
  que	
  se	
  torna	
  acessível	
  por	
  meio	
  de	
  discursos.	
  	
  
Em	
  pesquisa	
  realizada	
  com	
  idosos	
  em	
  Foz	
  do	
   Iguaçu-­‐	
  Paraná	
  foi	
  utilizado	
  o	
  questionário	
  WHOQOL-­‐
OLD.	
   Nesta	
   oportunidade	
   os	
   autores	
   concluíram	
   que	
   este	
   instrumento	
   mostrou-­‐se	
   útil	
   para	
   a	
  
avaliação	
   da	
   QV	
   dos	
   participantes,	
   porém,	
   não	
   o	
   suficiente	
   para	
   explicar	
   a	
   variabilidade	
   de	
  
significados	
  que	
  o	
  idoso	
  pode	
  revelar,	
  expondo	
  outros	
  fatores	
  significantes,	
  já	
  que	
  a	
  avaliação	
  de	
  um	
  
mesmo	
   indivíduo	
   pode	
   variar	
   com	
   o	
   tempo,	
   com	
   as	
   prioridades	
   ao	
   longo	
   da	
   vida	
   e	
   com	
   as	
  
modificações	
  desta	
  com	
  o	
  tempo	
  (Faller,	
  Melo,Versa	
  &	
  Marcon,	
  2010).	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
62	
  
Há	
  também	
  que	
  se	
  ressaltar	
  que	
  existem	
  entraves	
  e	
  desafios	
  na	
  realização	
  das	
  entrevistas	
  abertas,	
  os	
  
quais	
  foram	
  entendidos	
  de	
  forma	
  positiva.	
  Um	
  primeiro	
  foi	
  conseguir	
  agendar	
  as	
  entrevistas,	
  que	
  por	
  
serem	
   realizadas	
   em	
   diferentes	
   municípios	
   demandaram	
   tempo,	
   tanto	
   para	
   conseguir	
   o	
   contato	
  
inicial	
   com	
   os	
   participantes	
   e	
   posteriormente	
   agendar	
   o	
   encontro,	
   quanto	
   para	
   a	
   realização	
   das	
  
perguntas,	
   no	
   entanto,	
   esta	
   situação	
   proporcionou	
   a	
   chance	
   de	
   conhecer	
   a	
   realidade	
   de	
   outros	
  
municípios.	
  	
  
Além	
  disso,	
  se	
  percebeu	
  que	
  os	
  participantes	
  queriam	
  falar	
  sobre	
  outros	
  assuntos	
  que	
   lhes	
  vinham	
  
na	
   cabeça	
   naquele	
   momento	
   da	
   entrevista,	
   pois	
   queriam	
   ser	
   ouvidos.	
   Assim,	
   as	
   conversas	
   não	
  
terminavam	
  quando	
  o	
  gravador	
  era	
  desligado,	
  pois	
  permanecia	
  a	
  expectativa	
  dos	
  idosos	
  de	
  expressar	
  
os	
  seus	
  sentimentos	
  e	
  opiniões.	
  Ao	
  mesmo	
  tempo,	
   foi	
  a	
  oportunidade	
  que	
  eles	
   tiveram	
  em	
  falar	
  o	
  
que	
   pensavam	
   e	
   sentiam	
   sobre	
   QV,	
   por	
   isso,	
   demandou	
   tempo.	
   Este	
   fato	
   permitiu	
   uma	
   maior	
  
compreensão	
  da	
  realidade	
  de	
  vida	
  dos	
  participantes.	
  	
  
A	
   forma	
   específica	
   de	
   conversação	
   que	
   se	
   estabelece	
   em	
   uma	
   entrevista	
   para	
   fins	
   de	
   pesquisa	
  
favorece	
   o	
   acesso	
   direto	
   ou	
   indireto	
   às	
   opiniões,	
   às	
   crenças	
   e	
   aos	
   significados	
   que	
   as	
   pessoas	
  
atribuem	
  a	
  si,	
  aos	
  outros	
  e	
  ao	
  mundo	
  em	
  sua	
  volta.	
  Deste	
  modo,	
  a	
  entrevista	
  dá	
  voz	
  ao	
  interlocutor	
  
para	
  que	
  ele	
  fale	
  do	
  que	
  está	
  acessível	
  a	
  sua	
  mente	
  no	
  momento	
  da	
  interação	
  com	
  o	
  entrevistador	
  e	
  
em	
   um	
   processo	
   de	
   influência	
   mútua	
   produz	
   um	
   discurso	
   compartilhado	
   pelos	
   dois	
   atores:	
  
pesquisador	
  e	
  participante	
  (Fraser	
  &	
  Gondim,	
  2004).	
  
As	
  entrevistas	
  foram	
  realizadas	
  no	
  domicílio	
  ou	
  nos	
   locais	
  onde	
  os	
  participantes	
  realizavam	
  as	
  suas	
  
atividades,	
  em	
  meio	
  a	
  sua	
  rotina.	
  Embora	
  este	
  procedimento	
  tenha	
  respeitado	
  a	
  disponibilidade	
  dos	
  
idosos,	
  em	
  alguns	
  casos	
  comprometeu	
  a	
   fluidez	
  da	
  conversa,	
  em	
  função	
  de	
   interrupções.	
  Este	
   fato	
  
novamente	
   foi	
   entendido	
   de	
   forma	
   positiva,	
   uma	
   vez	
   que	
   proporcionou	
   uma	
   aproximação	
   do	
   seu	
  
cotidiano.	
  
Por	
   meio	
   das	
   entrevistas	
   e	
   da	
   interação	
   verbal	
   que	
   elas	
   proporcionam	
   entre	
   o	
   entrevistador	
   e	
   o	
  
entrevistado,	
  é	
  possível	
  apreender	
  significados,	
  valores	
  e	
  opiniões,	
  além	
  de	
  compreender	
  a	
  realidade	
  
social	
  de	
  forma	
  mais	
  profunda.	
  A	
  relação	
  estabelecida	
  entre	
  o	
  entrevistador	
  e	
  o	
  entrevistado	
  permite	
  
um	
   diálogo	
   amplo	
   e	
   aberto,	
   favorecendo	
   não	
   apenas	
   o	
   acesso	
   às	
   opiniões	
   e	
   às	
   percepções	
   dos	
  
entrevistados	
  à	
   respeito	
  de	
  um	
  tema,	
  como	
  também	
  a	
  compreensão	
  das	
  motivações	
  e	
  dos	
  valores	
  
que	
  dão	
  suporte	
  à	
  visão	
  particular	
  da	
  pessoa	
  em	
  relação	
  às	
  questões	
  propostas	
   (Fraser	
  &	
  Gondim,	
  
2004).	
  
Outro	
  desafio	
   foi	
   a	
  dificuldade	
  de	
   compreensão	
  de	
  muitos	
   idosos	
  diante	
  dos	
   termos	
  existentes	
  no	
  
roteiro.	
  Mesmo	
  tendo	
  sido	
  realizado	
  um	
  pré-­‐teste,	
  muitas	
  vezes	
  houve	
  necessidade	
  de	
  adequação	
  do	
  
vocabulário,	
   dado	
   que	
   o	
   contexto	
   vivenciado	
   pela	
   maioria	
   é	
   rural;	
   situação	
   que	
   pode	
   ter	
  
comprometido	
  o	
  entendimento	
  e	
  o	
  fluxo	
  da	
  entrevista	
  em	
  virtude	
  de	
  algumas	
  palavras	
  não	
  estarem	
  
presentes	
  no	
  convívio	
  e	
  vocabulário	
  destas	
  pessoas.	
  
Embora	
  os	
  questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
  e	
  WHOQOL-­‐	
  BREF	
   sejam	
  validados	
  para	
  o	
  Brasil,	
   é	
  preciso	
  
considerar	
   que	
  o	
   país	
   é	
  marcado	
  por	
   profundas	
   diferenças	
   regionais	
   e	
   socioculturais,	
   inclusive	
   em	
  
relação	
   ao	
   vocabulário,	
   o	
   que	
   pode	
   influenciar	
   na	
   compreensão	
   de	
   idososem	
   relação	
   a	
   alguns	
  
termos	
  existentes.	
  A	
  realização	
  de	
  entrevistas	
  abertas	
  permitiu	
  adequação	
  do	
  vocabulário,	
  liberdade	
  
de	
  expressão	
  e	
  simplificação	
  da	
  linguagem,	
  facilitando	
  a	
  compreensão	
  e	
  o	
  sentido	
  das	
  palavras	
  pelos	
  
participantes.	
  
Um	
  estudo	
  verificou	
  que	
  a	
  forma	
  de	
  construto	
  dos	
  instrumentos	
  utilizados	
  em	
  pesquisa	
  com	
  idosos	
  
residentes	
   em	
   Botucatu-­‐SP	
   não	
   se	
   aplicava	
   à	
   realidade	
   deles,	
   que	
   apresentaram	
   dificuldade	
   de	
  
interpretação	
   das	
   questões.	
   Por	
   isso,	
   foram	
   feitas	
   pelos	
   autores	
   adaptações	
   aos	
   questionários	
  
validados	
  para	
  facilitar	
  a	
  compreensão	
  dos	
  participantes	
  (Joia,	
  Ruiz	
  &	
  Donalísio,	
  2007).	
  
Entende-­‐se	
  que	
  em	
  pesquisa	
  com	
   idosos	
  as	
   técnicas	
  e	
  abordagens	
  metodológicas	
  utilizadas	
  devem	
  
ser	
  de	
  fácil	
  aplicação	
  e	
  entendimento,	
  de	
  modo	
  que	
  facilitem	
  a	
  comunicação	
  entre	
  o	
  pesquisador	
  e	
  o	
  
entrevistado.	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
63	
  
Outro	
   fato	
   chamou	
   a	
   atenção	
   em	
   relação	
   a	
   algumas	
   respostas	
   apresentadas,	
   principalmente	
   em	
  
relação	
  ao	
  domínio	
  ambiental	
  e	
  social,	
  que	
  buscou	
  conhecer	
  a	
  satisfação	
  dos	
  idosos	
  com	
  os	
  serviços	
  
existentes	
  nos	
  municípios	
  nas	
  áreas	
  de	
  saúde,	
   transporte	
  público	
  e	
   lazer.	
  Os	
  resultados	
  mostraram	
  
que	
  num	
  primeiro	
  momento	
  os	
  participantes	
  apontaram	
  satisfação	
  com	
  esses	
  serviços,	
  mas	
  quando	
  
perguntados	
  sobre	
  as	
  possíveis	
  melhorias,	
  apresentaram	
  críticas	
  e	
  sugestões	
  para	
  melhorá-­‐los.	
  Este	
  
dado	
   pôde	
   ser	
   captado	
   por	
   meio	
   da	
   entrevista	
   que	
   inicialmente	
   retratou	
   o	
   conformismo	
   dos	
  
participantes	
  ao	
  responderem	
  satisfação,	
  e	
   logo	
  em	
  seguida,	
  permitiu	
  que	
  eles	
   falassem	
  a	
  respeito	
  
das	
   suas	
   expectativas	
   em	
   prol	
   de	
   mudanças,	
   permitindo	
   posteriormente	
   durante	
   as	
   análises	
   do	
  
conteúdo	
  a	
  articulação	
  entre	
  as	
  falas.	
  	
  
Em	
   estudo	
   realizado	
   sobre	
   os	
   serviços	
   de	
   saúde	
   e	
   a	
   satisfação	
   do	
   usuário	
   em	
   Campinas-­‐SP,	
   os	
  
autores	
  concluíram	
  que	
  o	
  estudo	
  qualitativo	
  revelou	
  aspectos	
  que	
  não	
  seriam	
  notados	
  a	
  partir	
  das	
  
questões	
   quantitativas,	
   abrindo	
   espaço,	
   por	
   exemplo,	
   para	
   as	
   queixas	
   relativas	
   ao	
   serviço	
   e	
   aos	
  
profissionais	
  de	
  saúde	
  do	
  local	
  (Garcia,	
  Rodrigues	
  &	
  Borega,	
  2005).	
  	
  
A	
  experiência	
  deste	
  estudo	
  possibilitou	
  aprofundar	
  o	
  tema	
  da	
  QV,	
  identificando	
  motivos	
  e	
  razões	
  que	
  
os	
  afetam,	
  segundo	
  a	
  percepção	
  dos	
  idosos.	
  Este	
  conhecimento	
  serve	
  para	
  apoiar	
  o	
  desenvolvimento	
  
de	
  ações	
  para	
  melhorar	
  a	
  QV	
  das	
  pessoas,	
  pois	
  fornece	
  dados	
  mais	
  condizentes	
  com	
  a	
  realidade,	
  pelo	
  
fato	
  de	
  captar	
  as	
  histórias	
  de	
  vida	
  dos	
  participantes.	
  	
  
Segundo	
   Günther	
   (2006)	
   a	
   questão	
   não	
   é	
   comparar	
   ou	
   colocar	
   a	
   pesquisa	
   quantitativa	
   versus	
   a	
  
pesquisa	
  qualitativa,	
  não	
  é	
  decidir-­‐se	
  por	
  uma	
  ou	
  outra,	
  mas	
  sim	
  considerar	
  o	
  objeto	
  em	
  estudo,	
  as	
  
implicações	
   de	
   natureza	
   prática,	
   empírica	
   e	
   técnica.	
   A	
   abordagem	
   metodológica	
   escolhida	
   deve	
  
permitir	
  em	
  um	
  mínimo	
  de	
  tempo	
  chegar	
  a	
  um	
  resultado	
  que	
  melhor	
  contribua	
  para	
  a	
  compreensão	
  
do	
  fenômeno	
  estudado	
  e	
  para	
  o	
  avanço	
  do	
  bem-­‐estar	
  social.	
  	
  
Ressalta-­‐se	
   que	
   mesmo	
   diante	
   dos	
   desafios	
   que	
   podem	
   surgir	
   frente	
   à	
   utilização	
   de	
   entrevistas	
  
abertas	
   com	
   idosos,	
   os	
   pontos	
   positivos	
   se	
   destacam	
   como	
   forma	
   de	
   produzir	
   conhecimento,	
   e	
  
propiciam	
  concomitantemente	
  a	
  capacidade	
  de	
  interpretação	
  dos	
  dados,	
  que	
  passam	
  a	
  ter	
  sentido	
  a	
  
partir	
  da	
   integração	
  das	
  falas,	
  vivências	
  e	
  do	
  contexto	
  de	
  vida	
  dos	
  participantes.	
  Destacou-­‐se	
  neste	
  
estudo	
   que	
   a	
   pesquisa	
   qualitativa	
   permitiu	
   o	
   conhecimento	
   profundo	
   das	
   questões	
   relativas	
   à	
  
percepção	
   de	
   QV	
   na	
   velhice,	
   de	
   modo	
   a	
   sustentar	
   ações	
   que	
   de	
   fato	
   se	
   aproximem	
   das	
   suas	
  
necessidades.	
  
4	
  Conclusão	
  
O	
  estudo	
  apontou	
  a	
  amplitude	
  de	
  termos	
  que	
  define	
  QV	
  na	
  velhice	
  para	
  os	
  participantes	
  do	
  estudo	
  e	
  
as	
   particularidades	
   que	
   envolvem	
   o	
   processo	
   de	
   envelhecimento	
   em	
   municípios	
   brasileiros,	
  
sobretudo	
  os	
  de	
  pequeno	
  porte	
  que	
   sofrem	
   forte	
   influência	
   do	
  estilo	
   de	
   vida	
   e	
   costumes	
  da	
   zona	
  
rural.	
  Além	
  disso,	
  a	
  abordagem	
  qualitativa,	
  em	
  especial	
  a	
  realização	
  de	
  entrevistas	
  abertas,	
  mostrou-­‐
se	
   importante	
   para	
   o	
   estudo	
   da	
   percepção	
   de	
  QV,	
   pois	
   a	
   partir	
   das	
   falas	
   é	
   possível	
   aprofundar	
   o	
  
conhecimento	
  sobre	
  o	
  assunto	
  frente	
  a	
  realidade	
  vivida.	
  
Observou-­‐se	
   que	
   os	
   temas	
   abordados	
   nos	
   domínios	
   dos	
   questionários	
  WHOQOL-­‐OLD	
   e	
  WHOQOL-­‐
BREF	
  são	
  interessantes	
  e	
  importantes	
  para	
  conhecer	
  as	
  percepções	
  da	
  QV	
  da	
  população,	
  em	
  especial	
  
da	
   idosa.	
   Embora	
   algumas	
   perguntas	
   existentes	
   nos	
   respectivos	
   questionários	
   causem	
   certa	
  
dificuldade	
   de	
   compreensão,	
   principalmente	
   considerando	
   idosos	
   com	
   baixa	
   escolaridade	
   e	
   que	
  
residem	
   em	
   municípios	
   de	
   pequeno	
   porte	
   marcados	
   por	
   um	
   contexto	
   rural,	
   ao	
   utilizar	
   os	
   temas	
  
referentes	
  aos	
  domínios	
  a	
  partir	
  da	
  entrevista	
  aberta	
  constatou-­‐se	
  mais	
  facilidade	
  de	
  entendimento	
  
e	
  liberdade	
  para	
  os	
  participantesresponderem.	
  
As	
   pesquisas	
   realizadas	
   com	
   abordagens	
   qualitativas	
   demonstram	
   ser	
   importantes	
   fontes	
   de	
  
conhecimento	
   sobre	
   as	
   questões	
   relativas	
   à	
   percepção	
   de	
   QV	
   na	
   velhice,	
   pois	
   consideram	
   os	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
64	
  
aspectos	
   subjetivos	
  e	
  o	
  ponto	
  de	
  vista	
  dos	
  participantes	
   sobre	
  um	
  assunto,	
   fornecem	
   informações	
  
variadas	
  que	
  são	
  importantes	
  para	
  a	
  formulação	
  de	
  ações	
  e	
  estratégias	
  de	
  cunho	
  social,	
  assistencial,	
  
da	
  promoção	
  da	
  saúde,	
  entre	
  outros,	
  e	
  permitem	
  mais	
  liberdade	
  durante	
  a	
  sua	
  utilização,	
  pelo	
  fato	
  
da	
  linguagem	
  ser	
  mais	
  próxima	
  do	
  universo	
  cultural	
  e	
  social	
  do	
  participante.	
  	
  	
  
Referências	
  
BRASIL.	
   Ministério	
   da	
   Saúde.	
   (2006).	
   Secretaria	
   de	
   Atenção	
   à	
   Saúde.	
   Departamento	
   de	
   Ações	
  
Programáticas	
  e	
  Estratégicas.	
  Atenção	
  à	
  saúde	
  da	
  pessoa	
  idosa	
  e	
  envelhecimento.	
  Secretaria	
  de	
  
Atenção	
  à	
  Saúde,	
  Departamento	
  de	
  Ações	
  Programáticas	
  e	
  Estratégicas,	
  Área	
  Técnica	
  Saúde	
  do	
  
Idoso.	
  Brasília:	
  Ministério	
  da	
  Saúde.	
  	
  
Braz,	
  I.	
  A.	
  (2012).	
  Percepção	
  da	
  qualidade	
  de	
  vida	
  de	
  idosas	
  participantes	
  e	
  não	
  participantes	
  de	
  um	
  
grupo	
  de	
  convivência	
  da	
  terceira	
  idade	
  de	
  Catanduva	
  (SP).	
  Dissertação	
  (Mestrado	
  em	
  Promoção	
  
de	
  Saúde)	
  –	
  Universidade	
  de	
  Franca,	
  Franca.	
  
Chachamovich,	
  E.;	
  Fleck,	
  M.	
  P.	
  A.	
  (2008)	
  Desenvolvimento	
  do	
  WHOQOL-­‐BREF.	
  In:	
  FLECK,	
  M.	
  P.	
  A.	
  et	
  
al.	
   (Org.).	
   A	
   avaliação	
   de	
   qualidade	
   de	
   vida:	
   guia	
   para	
   profissionais	
   da	
   saúde.	
   Porto	
   Alegre:	
  
Artmed.	
  cap.	
  6,	
  p.	
  75-­‐82.	
  
Chachamovich,	
  E.;	
  Trentini,	
  C.	
  M.;	
  Fleck,	
  M.	
  P.	
  A.;	
  Schmidt,	
  S.;	
  Power,	
  M.	
  	
  (2008).	
  Desenvolvimento	
  do	
  
instrumento	
  WHOQOL-­‐OLD.	
   In:	
  FLECK,	
  M.	
  P.	
  A.	
  et	
  al.	
   (Org.).	
  A	
  avaliação	
  de	
  qualidade	
  de	
  vida:	
  
guia	
  para	
  profissionais	
  da	
  saúde.	
  Porto	
  Alegre:	
  Artmed.	
  cap.	
  9,	
  p.	
  102-­‐111.	
  
Coelho,	
  A.	
  R.	
  (2012).	
  A	
  contribuição	
  do	
  programa	
  de	
  saúde	
  da	
  terceira	
  idade	
  na	
  qualidade	
  de	
  vida	
  e	
  
promoção	
  de	
  saúde.	
  Dissertação	
  (Mestrado	
  em	
  Promoção	
  de	
  Saúde)	
  –	
  Universidade	
  de	
  Franca,	
  
Franca.	
  
Faller,	
   J.	
   W.;	
   Melo,	
   W.	
   A.;	
   Versa,	
   G.	
   L.	
   G.	
   S.;	
   Marcon,	
   S.	
   S.	
   (2010).	
   Qualidade	
   de	
   vida	
   de	
   idosos	
  
cadastrados	
  na	
  estratégia	
  saúde	
  da	
   família	
  de	
  Foz	
  do	
   Iguaçu-­‐PR.	
  Escola	
  Anna	
  Nery,	
  14(4):803-­‐
810.	
  
Fleck,	
  M.	
  P.	
  A.	
  (2008).	
  Problemas	
  conceituais	
  em	
  qualidade	
  de	
  vida.	
  In:	
  _______.	
  (Org.).	
  A	
  avaliação	
  
de	
  qualidade	
  de	
  vida:	
  guia	
  para	
  profissionais	
  da	
  saúde.	
  Porto	
  Alegre:	
  Artmed,cap.	
  1,	
  p.	
  19-­‐28.	
  	
  
Fleck,	
  M.	
  P.	
  A.;	
  Chachamovich,	
  E.;	
  Trentini,	
  C.	
  M.	
  (2003).	
  Projeto	
  WHOQOL-­‐OLD:	
  método	
  e	
  resultados	
  
de	
  grupos	
  focais	
  no	
  Brasil.	
  Revista	
  de	
  Saúde	
  Pública,	
  37(6):	
  793-­‐799.	
  	
  
Fraser,	
  M.	
  T.	
  D.;	
  Gondim,	
  S.	
  M.	
  G.	
   (2004).	
  Da	
   fala	
  do	
  outro	
  ao	
   texto	
  negociado:	
  discussões	
  sobre	
  a	
  
entrevista	
  na	
  pesquisa	
  qualitativa.	
  Paidéia,	
  14	
  (28),	
  139	
  -­‐152.	
  
Garcia,	
  M.	
  A.	
  A.;	
  Rodrigues,	
  M.	
  G.;	
  Borega,	
  R.	
  S.	
  (2005).	
  Satisfação	
  e	
  qualidade	
  na	
  atenção	
  à	
  saúde	
  do	
  
idoso.	
  Revista	
  Ciências	
  Médicas,	
  14(6),515-­‐522.	
  	
  
	
  
>>Atas	
  CIAIQ2016	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  >>Investigação	
  Qualitativa	
  em	
  Saúde//Investigación	
  Cualitativa	
  en	
  Salud//Volume	
  2	
  
	
  
	
  
 
 
65	
  
Günther,	
  H.	
  Pesquisa	
  qualitativa	
  versus	
  pesquisa	
  quantitativa:	
  esta	
  é	
  a	
  questão?	
   (2006).	
  Psicologia:	
  
teoria	
  e	
  pesquisa,	
  22(2),201-­‐210.	
  
Irigaray,	
   T.	
   Q.;	
   Trentini,	
   C.	
   M.	
   (2009).	
   Qualidade	
   de	
   vida	
   em	
   idosas:	
   a	
   importância	
   da	
   dimensão	
  
subjetiva.	
  Estudos	
  de	
  Psicologia,	
  26(3),297-­‐304.	
  	
  	
  
Joia,	
   L.	
  C.;	
  Ruiz,	
  T.;	
  Donalísio,	
  M.	
  R.	
   (2007).	
  Condições	
  associadas	
  ao	
  grau	
  de	
   satisfação	
  com	
  a	
  vida	
  
entre	
  a	
  população	
  de	
  idosos.	
  Revista	
  de	
  Saúde	
  Pública,	
  41(1),131-­‐138.	
  
Lima,	
  L.	
  C.	
  V.	
  (2010).	
  Avaliação	
  da	
  percepção	
  de	
  qualidade	
  de	
  vida	
  em	
  diferentes	
  grupos	
  de	
  idosos	
  da	
  
cidade	
  de	
  Carneirinho-­‐	
  MG.	
  Dissertação	
  (Mestrado	
  em	
  Promoção	
  de	
  Saúde)	
  –	
  Universidade	
  de	
  
Franca,	
  Franca.	
  
Maués,	
  C.	
  R.;	
  Paschoal,	
  S.	
  M.	
  P.;	
  Jaluul,	
  O.;	
  França,	
  C.	
  C.;	
  Filho,	
  W.	
  J.	
  (2010).	
  Avaliação	
  da	
  qualidade	
  de	
  
vida:	
  comparação	
  entre	
  idosos	
  jovens	
  e	
  muito	
  idosos.	
  Revista	
  Brasileira	
  de	
  Clínica	
  Médica,	
  8(5),	
  
405-­‐410.	
  	
  
Mendes,	
   A.	
   C.	
   G.;	
   Sá,	
   D.	
   A.;	
   Miranda,	
   G.	
  M.	
   D.;	
   Lyra,	
   T.	
   M.;	
   Tavares,	
   R.	
   A.	
  W.	
   (2012).	
   Assistência	
  
pública	
  de	
   saúde	
  no	
  contexto	
  da	
   transição	
  demográfica	
  brasileira:	
  exigências	
  atuais	
  e	
   futuras.	
  
Cadernos	
  de	
  Saúde	
  Pública,	
  28(5),	
  955-­‐964.	
  
Neri,	
  A.	
  L.	
  (Org.).	
  (2008).	
  Palavras-­‐chave	
  em	
  gerontologia.	
  3.	
  ed.	
  Campinas:	
  Alínea.	
  	
  
Oliveira,	
   D.	
   C.	
   (2008).	
   Análise	
   de	
   conteúdo	
   temático-­‐categorial:	
   uma	
   proposta	
   de	
   sistematização.	
  
Revista	
  de	
  Enfermagem	
  UERJ,	
  16(4),569-­‐576.	
  
Paschoal,	
  S.	
  M.	
  P.	
  (2006).	
  Qualidade	
  de	
  vida	
  na	
  velhice.	
  In:	
  FREITAS,	
  E.	
  V.	
  et	
  al.Tratado	
  de	
  geriatria	
  e	
  
gerontologia.	
  2.	
  ed.	
  Rio	
  de	
  Janeiro:	
  Guanabara	
  Koogan.	
  cap.	
  14,	
  p.	
  147-­‐153.	
  	
  
Pérez,	
  A.	
  S.	
  M.;	
  Navarrete,	
  M.	
  L.	
  V.	
  (2009).	
  Técnicas	
  qualitativas	
  aplicadas	
  em	
  saúde.	
  In:	
  NAVARRETE,	
  
M.	
  L.	
  V.	
  et	
  al.	
  Introdução	
  às	
  técnicas	
  qualitativas	
  de	
  pesquisa	
  aplicadas	
  em	
  saúde.	
  Recife,	
  Tema	
  
3,	
  p.	
  51-­‐80.	
  
Ruiz,	
   T.;	
  Corrente,	
   J.	
   E.;	
  Bocchi,	
   S.	
  C.	
  M.;	
  Donalísio,	
  M.	
  R.;	
  Cordeiro,	
  R.	
  C.	
   (2008).	
   	
  Correlação	
  entre	
  
visão	
  de	
  qualidade	
  de	
  vida	
  e	
  aspectos	
  do	
  estilo	
  de	
  vida	
  em	
  idosos	
  do	
  município	
  de	
  Botucatu-­‐SP.	
  
Revista	
  da	
  APS,	
  11(2),145-­‐151.	
  
Tahan,	
   J.;	
   Carvalho,	
   A.	
   C.	
   D.	
   (2010).	
   Reflexões	
   de	
   idosos	
   participantes	
   de	
   grupos	
   de	
   promoção	
   de	
  
saúde	
  acerca	
  do	
  envelhecimento	
  e	
  da	
  qualidade	
  de	
  vida.	
  Saúde	
  e	
  Sociedade,	
  19(4),	
  878-­‐888.	
  	
  
WHO	
   -­‐	
   WORLD	
   HEALTH	
   ORGANIZATION.	
   (2008).	
   Manual	
   WHOQOL-­‐OLD.	
   Disponível	
   em:	
  
http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/WHOQOL-­‐OLD.pdf.	
  Acesso	
  em:	
  24	
  fev.	
  2016.

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