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Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 2.7 Evicção .............................................................................................................. 2 2.8 Extinção dos contratos ...................................................................................... 3 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 2.7 Evicção Continuação... Exemplo1: Uma pessoa vendeu um carro para outra. Após a tradição do veículo, descobre-se que o verdadeiro dono do bem era o seu pai. Em um contrato de compra e venda, além de entregar a coisa, o alienante tem o dever de transmitir a propriedade do bem. Assim, o alienante não cumpriu o contrato, pois apesar de entregar a coisa, ele não a transferiu. O pai do alienante ingressou com uma ação de reintegração de posse em face do adquirente, tendo essa ação sido julgada procedente. Assim, o adquirente perdeu o direito em face do bem. O adquirente pode ingressar com uma ação contra o alienante, no entanto, neste caso isso não será uma evicção, pois ele irá demandar contra o alienante pelo inadimplemento, propondo uma ação de resolução do contrato com pedido de perdas e danos. Para falar em evicção, o alienante deve ter cumprido a parte que lhe cabe no contrato, caso contrário se fala em inadimplemento e não em evicção. Exemplo2: Uma pessoa ocupou um terreno que não era seu. Essa pessoa é um mero possuidor, então ele não pode vender a casa que construiu nesse terreno, o máximo que ele pode fazer é uma cessão de posse. Depois que ele cedeu essa posse, o proprietário do terreno apareceu e ingressou com uma ação possessória, tendo o pedido sido julgado procedente. Nesse caso houve evicção. Quem reivindica direito anterior é chamado de evictor (é o 3º). Quem perde os direitos sobre as coisas é o evicto (cessionário). Através da denunciação à lide o cedente será chamado a integrar a lide. O evictor pode exigir na denunciação a lide todas as hipóteses do art. 450, CC. Código Civil, art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. E se o evictor, enquanto estivesse na posse do bem, tivesse realizado benfeitorias? art. 453, CC. Código Civil, art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. As partes podem inserir em um contrato uma cláusula de exoneração pela evicção? Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Código Civil, art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Portanto, é permitida a cláusula de exoneração pela evicção. Observação: se essa cláusula estiver em uma relação de consumo, ela será nula, abusiva. Quando mesmo com a cláusula de evicção será possível o cessionário exigir do cedente pelo menos o preço pelo que pagou pela coisa? Código Civil, art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Observação1: A denunciação a lide é facultativa, esse é o atual posicionamento doutrinário e jurisprudencial. Observação2: O art. 73, CPC proíbe a denunciação a lide em face dos alienantes anteriores, determinando que deva ser em face do alienante imediato. No entanto, no caso do vício redibitório, há uma exceção, ou seja, é possível a denunciação per saltum. Observe o art. 456, caput, CC: Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/1973), art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o possuidor indireto ou o responsável pela indenização e, assim, sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o disposto no artigo antecedente. Código Civil, art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. (...) 2.8 Extinção dos contratos A extinção do contrato pode se dar através de: 1) anulação; 2) resilição; 3) resolução; 4) resolução. A anulação ocorre quando um dos elementos essenciais do negócio jurídico está viciado. Aqui ainda deve haver a aplicação da teoria das nulidades. A rescisão é a extinção do contrato em razão da evicção. A resilição é a extinção dos contratos por vontade de uma ou ambas as partes. Se for por vontade de apenas uma das partes, há a resilição unilateral (denúncia). Se for por vontade Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br de ambas as artes será resilição bilateral (distrato). O distrato deve ser da mesma forma exigida para o contrato. A denúncia está disciplinada no art. 473, CC. Código Civil, art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. Então, para que haja denúncia, será necessária uma lei autorizando. Exemplo: Lei 8.245 (locação de imóvel urbano) - denúncia cheia e denúncia vazia; contrato de mandato - revogação e renúncia. A resolução é a extinção dos contratos em razão do seu inadimplemento. A resolução pode se dar em razão de uma cláusula resolutiva, que pode ser expressa ou tácita; ou a resolução pode se dar por uma onerosidade excessiva. Em relação à resolução por onerosidade excessiva, deve-se ler e o art. 474, CC. Código Civil, art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. Portanto, quando há cláusula resolutiva expressa, é contrato por prazo determinado, devendo aplicar tudo relacionado à mora ex re. Já a com cláusula tácita é por prazo indeterminado e deve-se aplicar tudo da mora ex persona. Em relação à resolução por onerosidade excessiva, o contrato será resolvido porque o contrato se tornou excessivamente onerosos para uma das partes. A teoria que irá balizar a onerosidade excessiva será a teoria da imprevisão, queestá no art. 478, CC. Pela teoria da imprevisão, o contrato pode ser resolvido ou revisado pela ocorrência de um evento futuro e imprevisível que o torne excessivamente oneroso para uma das partes. Código Civil, art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Observação1: A teoria da imprevisão é aplicada apenas aos contratos bilaterais, onerosos, comutativos e de trato sucessivo. Observação2: A teoria da imprevisão não é aplicada às relações de consumo. Nas relações de consumos é aplicada a teoria da base objetiva do negócio jurídico, disciplinada no art. 6º, V, CDC. Pela teoria da base, o contrato de consumo pode ser resolvido ou revisado pela ocorrência de um evento futuro, previsível que o tornem excessivamente oneroso para uma das partes.
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