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Ano 22 | Nº 276 Ano 22 | Nº 276 • CYBERPUNK 2077• IMMORTALSFENYX RISINGARTE E MAPA TODOS EM PAPELESPECIAL (40X26) GRÁTIS3 PÔSTERES IMMORTALS FENYX RISING E MAIS 11 JOGOS PS4 E PS5 DICAS • PERSONAGENS • MAPA DE DESAFIOS PS5PS5 CYBERPUNK 2077 ASSASSIN’S CREED VALHALLA DIRT 5 BUGSNAX THE PATHLESS YAKUZA LIKE A DRAGON COD: BLACK OPS – COLD WAR MARVEL’S SPIDER–MAN MILES MORALES E REMASTERED SACKBOY: A BIG ADVENTURE WATCH DOGS LEGION 6 facebook.com/PlayStationRevistaOficial AO LEITOR Fuja do hype U m termo muito comum e usado frequentemente no mercado de games, assim como no de cinema, é o hype. Trata-se da expectativa e ansiedade por um produto gerada por campanhas de marketing milionárias, que martelam meses a fio que seu jogo será o melhor lançamento do mundo. Quando essas campanhas funcionam, costumamos dizer que estamos "no hype" daquele jogo. Alimentar o hype é útil para fortalecer as pré-vendas e garantir o retorno de jogos que gastam milhões de dólares em seu desenvolvimento, mas pode ser uma armadilha perigosa para o jogador e para a empresa por um simples motivo: o hype é o desejo de algo que ainda não temos em mãos, e se a campanha reforça que aquele jogo será fenomenal, nossa imaginação não tem limites para determinar o que "fenomenal" significa. Aí vai dos parâmetros de cada um. No meu caso, eu tento manter meu hype sempre morno. Não assisto trailers de filmes para que eles não criem uma expectativa errada com todo aquele exagero da montagem de cenas, e fico com uma atitude neutra com todo jogo anunciado. "Acredito no que foi prometido, mas vamos ver como será quando ele chegar", é o que penso sobre cada jogo. Deve ser resultado de muitos anos como jogador, de ver que alguns grandes lançamentos não eram nada daquilo que foi alardeado, enquanto outros surpreendentes chegam de mansinho. Com todo auê que rolou atualmente, você já sacou que estou falando de Cyberpunk 2077. Nesta edição você vai entender as polêmicas que cercaram esse aguardado lançamento, e verá como a ansiedade alimentada de forma desastrosa comprometeu um bom RPG. 08 IMMORTALS FENYX RISING 24 CALL OF DUTY: BLACK OPS - COLD WAR 32 CYBERPUNK 2077 36 COLUNA DE NOTÍCIAS 38 MARVEL'S SPIDER-MAN: MILES MORALES 42 MARVEL'S SPIDER-MAN REMASTERED 44 ASSASSIN'S CREED VALHALLA 46 WATCH DOGS LEGION 48 THE PATHLESS 50 BUGSNAX 52 DIRT 5 54 SACKYBOY - UMA GRANDE AVENTURA 56 YAKUZA - LIKE A DRAGON 57 PUYO PUYO TETRIS 2 58 GIGANTES DO PASSADO - RIDGE RACER 60 ENTREVISTA CLÁSSICA - SPIDER-MAN 62 RESUMINDO - LARA CROFT su m á r io EDIÇÕES DIGITAIS • EuroClube • GoRead • Tim Banca • Claro Banca • Oi Revistas • Clube de Revistas • Bancah • UOL Banca • Nuvem do Jornaleiro • Revistarias • Mais Banca • Magzter • Ubook • Bookplay NOSSO OBJETIVO É A EXCELÊNCIA. ENTRE EM CONTATO LIGAÇÃO GRATUITA 0800 8888 508 GRANDE SÃO PAULO (11) 3038-5050 FALE COM A REDAÇÃO (11) 3038-5050 playstation@europanet.com.br SITE EDITORA EUROPA europanet.com.br SITE REVISTA PLAYSTATION europanet.com.br/playstation INSTAGRAM ACOMPANHE O DIA A DIA DA REVISTA PLAYSTATION E DIVERSAS NOTÍCIAS DO MERCADO NO NOSSO INSTAGRAM: @REVISTAPLAYSTATION Fundador: Aydano Roriz Diretores: Luiz Siqueira Tânia Roriz Diretor Executivo: Luiz Siqueira Diretor Editorial e Jornalista Responsável: Roberto Araújo – MTb.10.766 e-mail: araujo@europanet.com.br REDAÇÃO Editor: Humberto Martinez Colaborou: Douglas Pereira Editor de Arte (projeto e capa): Nani Dias PUBLICIDADE publicidade@europanet.com.br São Paulo Angela Taddeo, Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Peron e Roberta Barricelli Outras regiões Head de Publicidade Regional: Maurício Dias - (11) 98536-1555 Brasília: New Business - (61) 3323-0205 Pernambuco: Espaço de Mídia - (81) 99976-8544 Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515 EUA e Canadá: Global Media +1 (650) 306-0880 ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br) Coordenação: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br) Equipe: Camila Brogio, Josi Montanari e Bia Moreira ATENDIMENTO LIVRARIAS E BANCAS - (11) 3038-5100 Paula Hanne (paula@europanet.com.br) EUROPA DIGITAL (www.europanet.com.br) Gerente: Marco Clivati (marco.clivati@europanet.com.br) Equipe: Anderson Ribeiro e Anderson Cleiton PRODUÇÃO, EVENTOS E MARKETING Gerente: Aida Lima (aida@europanet.com.br) Arte: Jeff Silva Equipe: Beth Macedo (produção) e Laura Araújo (arte) DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA Coordenação: Henrique Guerche (henrique.moreira@europanet.com.br) Equipe: Henrique Kenji, Gabriel Silva e Lourival Batista ADMINISTRAÇÃO Gerente: Renata Kurosaki Equipe: Paula Orlandini DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL Tânia Roriz e Elisangela Harumi Rua Alvarenga, 1416 – São Paulo, SP CEP 05509-003 Telefone: 0800-8888-508 (ligação gratuita) São Paulo: (11) 3038-5050 Pela internet: www.europanet.com.br E-mail: atendimento@europanet.com.br A PlayStation: Revista Oficial – Brasil é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN 0104-8732). A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. As reportagens localizadas da PlayStation Official Magazine são propriedades da Future Publishing, uma empresa do grupo Future Network, Reino Unido, 2006. * PLAYSTATION é uma marca registrada da Sony Interactive Entertainment, Inc. Distribuidor Exclusivo para o Brasil: Total Publicações Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678. CEP 06045-390 - Osasco, SP Impressão: AR Fernandez PlayStation: Revista Oficial - Brasil, Edição # 276, janeiro/fevereiro de 2021 Humberto Martinez EDITOR 8 CAPA O HUMOR DA FÊNIX Com doses generosas de ação e aventura Immortals Fenyx Rising prova que jogos não precisam se levar tão a sério para divertir Se Legend of Zelda: Breath of the Wild e Assassin’s Creed Odyssey tivessem um filho (ou uma filha, você decide), a criança seria muito parecida com Immortals Fenyx Rising. O jogo de ação e aventura que marca a estreia da nova franquia da Ubisoft traz muitos elementos inspirados no sucesso da Nintendo, combinados com mecânicas de combate que os fãs de Assassin’s conhecem bem. Para dar um toque de personalidade própria, o jogo tem um tom bem humorado que cativa o jogador ao longo de suas 30 horas de jornada por uma ilha mitológica nos mares da Grécia Antiga. POR PABLO RAPHAEL 9 CAPA 10 Immortals parece o típico jogo de ação da Ubisoft: é preciso encontrar um templo, cumprir tarefas e obter equipamentos especiais, no caso as asas de Dédalo e um jarro cheio de vento. Até a tradicional escalada até o topo de algum mirante está lá. Ao final desse longo e divertido tutorial, em que o jogador é apresentado ao sistema de combate e aos puzzles que completam o pacote, é hora de sair da zona de conforto. A partir daí, o herói passa a explorar as regiões da ilha para ajudar os deuses gregos a recuperarem suas essências para ajudá-lo na luta contra o temível vilão Tifão. A trama toda é narrada pelo semideus Prometeus para o todo-poderoso Zeus, sempre pronto para interferir na história com alguma piada ou comentário sem noção. Essa liberdade de exploração é uma das notas altas do jogo, que deixa de lado as listas de tarefas obrigatórias tão comuns em mundos abertos, descartando até truques óbvios que forçam o jogador a cumprir certas tarefas para subir de nível e poder entrar em uma nova região. Assim como em Breath of the Wild, o mundo de Immortals está quase todo aberto desde o começo, e o jogador tem total liberdade para explorar e desvendar seus muitos segredos, Dominar a técnica da aparagem é fundamental para Fenyx levar a melhor nos combates No game, o jogador controla Fenyx, personagem que pode ser homem ou mulher, um jovem escudeiro naufragado na costa da Ilha Dourada, uma espécie de resort de férias dos deuses gregos. Rapidamente Fenyx descobre que há algo errado: todos habitantes locais e seus colegasde tripulação (incluindo seu heróico irmão, Lygeros, que Fenyx idolatra) foram petrificados. Nas primeiras horas da aventura, se arriscando em desafios e nas câmaras do Tártaro que surgem pelo caminho quando bem quiser – e não quando o jogo exige. A capacidade de planar pelo mapa estimula essa exploração livre, pois ao se jogar de uma montanha ou estátua gigante, o herói pode percorrer longas distâncias com relativa facilidade, descendo ao avistar algo que interesse ao jogador, como um tesouro, recurso natural ou uma boa briga contra monstros mitológicos. Mesmo com a ajuda de suas asas mecânicas, Fenyx não é lá um grande herói nas primeiras horasde sua jornada e é preciso buscar melhorias e evoluir para conseguir se virar. No começo, desviar do caminho de um ciclope ou de um bando de górgonas é mais seguro do que atraí-los para a briga. UMA PROFECIA PREVIU A CHEGADA DE FENYX NA ILHA. OU NÃO... Aventura sem limites: Fenyx pode explorar quase toda a Ilha Dourada desde o começo do jogo IMMORTALS FENYX RISING 11 Há um equilíbrio sutil entre a exploração e o combate aqui e é o jogador quem decide quando o risco vale a recompensa. O jogo muda com os poderes divinos que Fenyx recebe de cada um dos deuses e com a ajuda da fênix (pois é!) que ele encontra e ajuda durante a jornada. Os poderes permitem executar golpes especiais poderosos e que ficam ainda melhores conforme o jogador evolui o personagem. Seja uma investida com o escudo de Atena, em que golpeia o inimigo diversas vezes, ou a poderosa martelada de Hefesto que causa dano de área, Fenyx rapidamente se torna em uma força a ser temida na Ilha Dourada. O excesso de combinações de botões para o combate, porém, pode atrapalhar jogadores jovens, uma fatia do público que com certeza será atraído pelo visual colorido e cartunesco. Em vez da exploração cautelosa do começo, não demora para o jogador partir para cima de todo inimigo que encontra. As lutas contra os chefes, espectros e mini-chefes nas câmaras do Tártaro acabam se destacando por oferecer desafios que exigem o domínio da espada, machado, arco e dos poderes divinos, em combinações que deixam as batalhas realmente empolgantes. O combate é apenas um dos pilares do game: a ilha é recheada de variados quebra-cabeças para resolver, corridas de obstáculos e outros desafios que testam mais as habilidades, raciocínio e paciência do jogador Com a força de Hércules, Fenyx levanta rochas úteis para resolver puzzles e acertar monstros Cansado de correr? Dome uma montaria para Fenyx e dê aquela merecida folga para seus pés! CAPA 12 do que os poderes de Fenyx. Somente alguns destes desafios míticos são tarefas obrigatórias, o que é bom pois nem todo jogador se empolga com as mesmas coisas. Há quem goste dos desafios de pontaria, em que é preciso controlar flechas mágicas por aros, fazendo manobras com o projétil até alcançar o alvo, mas não tem paciência para o s quebra-cabeças de física em que é preciso mover blocos em situações intrincadas. A recompensa em cada desafio sempre é muito boa para compensar o esforço. Enquanto muitos desafios são claramente inspirados naqueles de Breath of the Wild (sim, há puzzles com bolas de ferro), outros acrescentam frescor ao jogo. Os desafios dos afrescos são literalmente quebra-cabeças em que é preciso remontar as pinturas de cenas clássicas, movendo as peças para que se encaixem corretamente. Já os desafios da Lira são os mais interessantes: cada região da ilha tem pequenas liras escondidas, que tocam uma sequência de notas. Encontre todas, memorize as notas e vá para a grande lira de pedra da área e tente acertar todas as notas das liras menores para completar um inesperado e divertido desafio musical. A busca pela evolução do personagem é uma motivação poderosa: é possível aprimorar armas, armaduras, elmos, melhorar os atributos básicos (vida e vigor), adquirir novas habilidades, poções mágicas e assim por diante. Mesmo os poderes divinos ganham novas variações conforme o jogador investe tempo na busca por recursos. A coleta desses itens de evolução abre oportunidades para rápidas aventuras por si mesmas: descobrir como alcançar e abrir os baús, coletar raios para melhorar seu vigor (o atributo mais precioso do jogo) ou simplesmente procurar por uma montaria rara ou uma nova armadura são razões mais do que suficientes para se lançar fora da trilha da campanha principal. Se há um grande defeito na ambientação do jogo é a sensação de solidão: com a exceção dos deuses e de uns poucos guerreiros aleatórios aqui e ali, todos os habitantes da ilha são monstros e animais selvagens. O senso de humor empregado na narrativa ajuda a combater essa sensação: cada passo importante da jornada de Fenyx é narrado por Prometeu e acompanhado por um comentário engraçadinho de Zeus - e a dublagem brasileira se destaca e chega a ser melhor do que a atuação original, em inglês. O tom de comédia se encaixa muito bem no visual cartunesco e colorido do jogo e é apropriado tanto para os pequenos quanto para os adultos – assim como em uma boa animação, há humor e diversão para todas as idades em Immortals Fenyx Rising. A NARRAÇÃO DE PROMETEU E OS COMENTÁRIOS DE ZEUS DITAM O TOM DE COMÉDIA GALHOFA DO JOGO Se aventurar pela Ilha Dourada é mais do que cumprir listas de objetivos: Fenyx precisa lutar e explorar para conquistar seu lugar entre os divinos Vá ao Salão dos Deuses para aprimorar suas armas e habilidades of the Wild ferro), outros Os desafios dos bra-cabeças em turas de cenas para que se á a o ar trilha da ca Se há um jogo é a sen dos deuses aleatóri ilha s sen aju ca F a c ap qu IMMORTALS FENYX RISING 13 Monstros mitológicos vagam pela Ilha Dourada, vindos da região ao redor do vulcão no centro do território, conhecida como os Portões do Tártaro CAPA 14 DEUSES E MONSTROS (E FRUTAS) Immortals Fenyx Rising conta uma saga heróica e original inspirada nos mitos da Grécia Antiga – e faz isso de forma divertida e debochada, divertindo adultos e crianças com os comentários de Zeus sobre a trama narrada por Prometeu. E, enquanto o jovem aspirante a herói Fenyx se aventura pela Ilha Dourada, o jogo nos leva por um belo passeio pela mitologia clássica. ZEUS E PROMETEU A dupla de narradores tem uma relação trágica na mitologia. Zeus é o líder dos deuses do Olimpo e responsável por libertar seus irmãos, devorados pelo pai, o titã Cronos. Casado com Hera, Zeus é um deus fanfarrão e não muito chegado nas responsabilidades do cargo ou da vida como chefe de família. Ele tem vários filhos, incluindo deuses e semideuses. Prometeu é um titã que se aliou aos deuses e traiu sua confiança ao roubar o fogo e entregá-lo aos humanos. Por causa disso, Zeus mandou acorrentar Prometeu por toda a eternidade e todos os dias um corvo voa até ele e devora seu fígado – prova de que os gregos antigos entendiam de anatomia: de fato, o fígado tem a capacidade de se regenerar rapidamente! AFRODITE O jogo segue a versão bonitinha da história de origem de Afrodite, a deusa da beleza, nascida da espuma formada por uma pérola que Urano jogou ao mar. A deusa é famosa por ser volúvel, ciumenta e inspirar grandes confusões, como a Guerra da Tróia. O caso é lembrado no jogo durante a busca pelo Pomo da Discórdia: o jovem Páris deu o fruto para Afrodite em uma disputa entre a deusa, Hera e Atenas, em troca do amor de Helena de Esparta, que era casada com o rei Menelau. O resultado foi a guerra que teria matado milhares de gregos e troianos, inclusive o adorado herói Aquiles. A história toda é contada na Odisséia, épico grego que é praticamente o Vingadores: Ultimato da época. Afrodite é casada com Hefesto, mas teve várioscasos, sendo o do jovem Adônis o mais trágico – e que é relembrado em uma série de missões no Vale da Primavera Eterna. ATENA Nascida de uma dor de cabeça de Zeus, Atena é a filha favorita do líder dos deuses gregos. Ela é a deusa da sabedoria, mas também é a divindade da estratégia e protetora dos exércitos – o que coloca a deusa sabichona em conflito com seu irmão Ares, o esquentado deus da guerra. A sabedoria de Atena rendeu história famosas que geraram termos que usamos até hoje, como o "Voto de Minerva" (Minerva é o nome romano de Atena), que vem do julgamento do grego Orestes, em que metade do júri considerou o réu culpado e a outra metade inocente, e pediram que a deusa decidisse o caso. O julgamento é cenário para um dos desafios do jogo. Nem sempre suas decisões foram acertadas, como quando ela condenou uma sacerdotisa por perder a virgindade para o deus Apolo. A jovem foi transformada em Medusa, um monstro com serpentes na cabeça que o jogador enfrenta na Câmara de Atena em Immortals Fenyx Rising. ARES Ao contrário do que muita gente imagina, o deus grego da guerra é Ares e não Kratos. O filho mais esquentado de Zeus é um guerreiro insaciável e selvagem. Ares toma o que quer e não se desculpa, o que fez dele uma divindade impopular tanto entre deuses como entre os mortais. Ele é o amante de Afrodite, com quem teve vários filhos, cada um representando um aspecto emocional, como Phobos (medo) e Deimos (terror), que o acompanhavam nas batalhas. Ao contrário da estrategista Atena, Ares entra em brigas mesmo quando não tem condições de vencer – pois é, o deus da guerra levou uma surra tão grande de Atena em uma ocasião que, segundo a Odisseia, "gritava como 10 mil homens". Zeus sempre preferiu Atena ao irmão raivoso. HEFESTO O deus do fogo, dos metais e dos inventores, Hefesto é um personagem trágico: manco, ele é desprezado pelos outros deuses e, por sua deficiência, foi arremessado do monte Olimpo por Hera ao nascer. Há uma versão que diz que Zeus teria jogado Hefesto longe em um acesso de fúria e não Hera. Hefesto vive em sua grande forja, no meio de um vulcão, onde trabalha em suas criações com a ajuda dos ciclopes. Entre as criações famosas de Hefesto estão os vários itens mágicos dos outros deuses e de heróis, como a armadura de Aquiles, e os automatos – que são basicamente robôs. Após voltar ao Olimpo, ele se vingou de Zeus e Hera, aprisionando-os e exigindo se casar com a bela Afrodite. O casamento nunca deu muito certo, como fica claro no jogo. AJUDAR OS DEUSES RENDE BÊNÇÃOS, HABILIDADES PASSIVAS QUE DEIXAM FENYX PODEROSO PARA ENCARAR OS DESAFIOS IMMORTALS FENYX RISING 15 Espectros são heróis gregos corrompidos pelo poder de Tifão HERMES O deus malandrão que auxilia Fenyx em sua jornada é Hermes, deus da sorte, das estradas, do comércio e dos ladrões. Ele atua como mensageiro, levando recados de um deus para outro, e é o mais irreverente dos habitantes do Olimpo. Assim como no jogo, na mitologia Hermes atuava como "tradutor" entre humanos e deuses, ajudando heróis quando era de seu interesse, como faz com Fenyx e como fez com Perseu na luta contra a Medusa – ele emprestou as famosas sandálias voadoras para o herói escapar dos ataques da temida criatura que transformava tudo em pedra. Na mitologia, Hermes criou o fogo e a lira. O instrumento musical é representado no jogo em uma série de desafios míticos. TIFÃO O gigantesco Tifão é o vilão de Immortals Fenyx Rising e é um personagem mitológico, filho de Gaia e Tártaro – e pode ser identificado em outras mitologias: Tifão seria a divindade egípcia Seth e o arcanjo Sandalphon. No mito grego, ele é o pai de vários monstros famosos, incluindo a Hidra de Lerna, o Leão de Neméia e o cão Cérbero. Essas criaturas aparecem no jogo, seja representadas em estátuas ou como adversários que Fenyx precisa enfrentar em sua jornada. Tifão recebeu de Gaia a missão de vingar a morte dos gigantes e, para isso, atacou o Olimpo. Para se proteger, os deuses gregos assumiram formas de outras criaturas. DÉDALO Um dos equipamentos icônicos de Fenyx são as asas mecânicas que o herói usa para planar pela Ilha Dourada. Costumamos nos lembrar das asas como sendo de Ícaro, mas o criador do acessório é seu pai, o inventor Dédalo. Ele e o filho construíram, entre outras obras, o labirinto do rei Minos, em Creta, e foram aprisionados em seu interior. Para fugir, Dédalo criou suas famosas asas – não mecânicas como no jogo, mas com penas e cera de abelha – para ele e Ícaro. O jovem, que representa o orgulho excessivo que sublima a razão, voou com elas perto demais do Sol, acabando por desfazer as asas e despencar lá de cima, enquanto Dédalo foi mais comedido e conseguiu escapar. ROMÃS As romãs são itens curativos no jogo e podem ser encontradas em árvores e em cestas de oferendas em altares. A fruta era sagrada para os gregos antigos e para muitos povos do Oriente Médio, como os persas. Na mitologia grega, Perséfone, deusa da primavera, da terra e da colheita, é levada para o submundo para se casar com Hades, irmão de Zeus. Contrariada, ela se recusa a comer qualquer coisa por lá, mas não resiste e come uma romã. Para cada semente da fruta, ela foi obrigada a ficar um mês no submundo com o marido – e assim nasceu o inverno. Não deixe de usar essa deliciosa fruta para produzir poções curativas no jogo. CAPA 16 Salvar o panteão grego não é uma tarefa simples, mas com as nossas dicas a jornada heróica de Fenyx será um pouco mais fácil Salvar o panteão grego não é uma tarefa MANUAL DO HERÓI O s deuses do Olimpo precisam da sua ajuda. No controle do jovem herói Fenyx, você vai explorar catacumbas, resolver enigmas, enfrentar feras mitológicas e saquear tesouros em uma ilha cheia de segredos.Este guia oferece dicas que vão ajudar em sua aventura, seja na exploração, combate e evolução das habilidades. I ENCONTRE TODOS OS DEUSES… Após completar o tutorial e chegar no Vale da Primavera Eterna, siga a missão principal até o Salão dos Deuses. A partir daí, Fenyx pode explorar quase todas as regiões do mapa. Dar uma volta por toda a ilha e visitar as estátuas dos deuses vai remover a névoa nessas quatro áreas e facilitar muito a navegação. Cumpra as primeiras missões de cada uma dessas regiões para encontrar os deuses e receber suas bênçãos iniciais - são habilidades passivas que ajudam bastante na progressão. Tifão transformou os deuses em seres inofensivos, como Ares, o simpático e covarde galo da guerra IMMORTALS FENYX RISING 17 I I ...MAS COMECE POR AFRODITE Comece sua aventura procurando por Afrodite, a deusa da beleza. Ela é a senhora do Vale da Primavera Eterna, onde Fenyx começa a aventura e sua primeira bênção, Abraço de Afrodite, é uma mão na roda: o personagem ressuscita imediatamente após morrer. Esse poder é muito útil, mas cuidado: leva 20 minutos para ser recarregado. I I I AUMENTE SEU VIGOR, SEMPRE Fenyx tem dois atributos principais (vida e vigor) e várias habilidades especiais e equipamentos que podem ser aprimorados no Salão dos Deuses. Cada um deles exige um tipo de item específico. Para melhorar o vigor, é preciso coletar Raios de Zeus, encontrados nas catacumbas do Tártaro, as mini-dungeons espalhadas pela ilha. Aprimore seu vigor até ter pelo menos duas barras inteiras, vai fazer MUITA diferença ao longo da aventura. IV O IMPORTANTE É TER QUALIDADE DE VIDA Use as moedas de Caronte que Fenyx encontra na cisterna do Estige, uma das estações do Salão dos Deuses. Com elas, você pode melhorar as habilidades e poderes do herói. Também pode adquirir algumas melhorias que aumentam bastante sua qualidade de vida, agilizando a exploração da ilha ao permitir saltar durante escaladas, acelerar o voo e o nado, além de coletar automaticamente vários recursos (como cogumelose romãs) de uma só vez. Essas melhorias são baratas e é uma boa adquirí-las primeiro. V COLHA ROMÃS E ÂMBAR EM ÁRVORES Romãs são frutas que você encontra em cestos nos pés das estátuas e em árvores. Elas são sua principal fonte de cura e podem ser consumidas diretamente ou transformadas em poções, que recarregam toda a vida instantaneamente ao serem consumidas. No começo, elas são bem raras, mas a partir do vale da Eterna Primavera é possível encontrá-las em maior quantidade nas árvores. Atire nas frutas com o arco ou dê algumas machadadas no tronco para derrubar todas. O âmbar é mais raro e é encontrado em baús ou DENTRO do caule de algumas árvores. Se vir uma árvore com um brilho dourado na base, corte o tronco com o machado para colher um âmbar. Use-os no caldeirão de Circe para aprimorar os efeitos das suas poções. VI ARREMESSE OBJETOS PARA CAUSAR DANO Fenyx começa o jogo meio fraquinho, mas logo consegue uma dádiva poderosa: a Força de Heracles, que permite agarrar e arremessar objetos pesados. É muito usado nos quebra-cabeças do jogo, mas também pode ser útil em combate. Pegue pedras e troncos no chão e arremesse nos inimigos para causar muito dano. Segure o gatilho direito para carregar o arremesso e mirar exatamente onde vai jogar a pedra. PORTÕES DO TÁRTARO A porção central da Ilha Dourada é onde ficam os Portões do Tártaro, o covil de Tifão, o poderoso Titã que aprisionou os deuses, e adversário de Fenyx durante toda sua jornada. Embora seja possível ir até lá a qualquer momento, o grande vulcão no centro é cercado por uma névoa tóxica que consome o vigor de Fenyx. É preciso libertar todos os deuses e cumprir a missão Emergência Familiar, em Monte Real, no norte da ilha, para conseguir chegar ao vulcão. Logo no começo da missâo final, Fenyx estará na face sul do vulcão (o lado com uma caveira gigante). Escale até o topo para encontrar um ponto de observação. Ao contrário de outras regiões, esse ponto não é parte de nenhuma missão e pode passar despercebido. Ao chegar lá em cima, rastreie a área para remover a névoa do mapa. CAPA 18 Ao usar a Investida de Atena, Fenyx vai pra cima e ataca todos que estiverem em seu caminho Fenyx encontra uma fênix em sua aventura. Ela não é só bonita: a ave bota pra quebrar O Martelo de Hefesto causa dano de área ao golpear o chão, recua inimigos e derruba objetos A Ira de Ares dá um impulso para cima que lança inimigos menores ao ar, causa dano e atordoa VII EQUIPE SEUS NOVOS PODERES Sempre que Fenyx traz um novo aliado para o Salão dos Deuses, ele ganha acesso a um novo poder divino. Essas habilidades super poderosas causam grande impacto no jogo, principalmente durante o combate. O que não fica muito claro é que esses poderes não são disponibilizados imediatamente. É preciso adquiri-los (baratinho) na cisterna do Estige, com suas moedas do Caronte. NÃO QUER LUTAR? FUJA ATÉ TIFÃO DESISTIR Durante suas andanças pela Ilha Dourada, Fenyx vai acabar passando pelas chamadas Zonas dos Espectros. Eles são antigos heróis, como Atalanta, Odisseu e Aquiles, que foram corrompidos por Tifão e vão caçar Fenyx assim que ele entrar em sua área. Tifão vai anunciar sua chegada e o tempo vai ficar feio. A partir daí, o Espectro vai aparecer para atacar Fenyx, teleportando-se para não perder o alvo de vista. Lutar contra esses mini-chefes é desafiador e divertido, mas caso você não esteja preparado, a melhor opção é fugir – monte em um cavalo e corra para longe. Embora o espectro persiga Fenyx por um bom tempo, eventualmente Tifão vai desencanar e interromper a caçada. Se precisar, escape para o Salão dos Heróis e espere Tifão anunciar que está deixando a perseguição para lá. IMMORTALS FENYX RISING 19 VIII ARMAS E ARMADURAS PARA TODOS OS GOSTOS Ao longo da aventura, Fenyx encontra várias armas, armaduras e elmos diferentes. Cada uma elas têm diferentes bônus para o jogador e é bom conferir qual combina mais com seu estilo de jogo. Até mesmo as variações de cor da Fênix trazem bônus distintos. Na hora de aprimorar seus equipamentos na Forja de Efesto, não se preocupe em qual arma será afetada pela melhoria: todos os itens de uma categoria (Espada, Machado, Elmo ou Armadura) recebem os mesmos aprimoramentos pelos quais você pagou. IX ACEITE TODOS OS CONTRATOS Se tem uma coisa que os deuses gregos gostam é de arrumar trabalhos para seus heróis. Confira a Tabela de Trabalhos Heróicos de Hermes no Salão dos Deuses para pegar desafios adicionais que rendem Electro (a moeda do jogo) e outras recompensas. Pegue todas as tarefas fixas, pois você vai cumprí-las ao longo da aventura. Sempre que voltar ao Salão, passe na tabela para ver quais já foram completadas, entregá-las e adquirir novas. Você pode usar seu Electro para adquirir itens poderosos com Hermes… mas os preços da loja dele são um roubo. Lembre-se: o deus do comércio também é o deus dos ladrões... X FAÇA SEU PRÓPRIO MAPA Immortals Fenyx Rising tem um mapa grande e é pontuado por tesouros e segredos. Sempre que entrar em uma nova área, idealmente no alto da estátua do deus local, pressione ¢ para rastrear a área e marcar pontos de interesse na região. Logo seu mapa estará apinhado de coisas, mas ao marcar os itens dessa forma, você terá uma boa noção do que existe ao redor de Fenyx naquela área. IMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMORTALS FENYX RISING 19 ctro com a : A m r Memorize os ataques dos monstros para saber quando esquivar, aparar e contra-atacar CAPA 20 H á muitos tipos de desafios esperando por Fenyx na Ilha Dourada, mas os melhores deles são os chamados Desafios Míticos: eles contam histórias curiosas sobre Zeus, Prometeus e Dédalos, e recompensam o jogador com preciosas moedas de Caronte para usar na cisterna do Estige e aumentar seus poderes e habilidades. Alguns desafios estão disponíveis de imediato, assim que Fenyx chega perto, enquanto outros exigem que o jogador complete um puzzle para desbloquear o acesso ao desafio. Quase todos são opcionais – mas alguns desafios míticos fazem parte de missões da campanha principal e é preciso completá-los para prosseguir na história. Conheça os quatro tipos de desafios míticos e prepare-se para enfrentá-los! DESAFIO DE NAVEGAÇÃO O inventor Dédalo preparou uma série de desafios de navegação para testar seus reflexos e vigor. Essas provas são corridas contra o tempo em que Fenyx precisa correr e voar de um ponto até outro. O ponto de chegada é marcado em dourado e o trajeto até ele é sempre fácil de perceber, mas não necessariamente de completar. DESAFIO DA LIRA Todas as regiões da Ilha Dourada têm suas próprias Grandes Liras, instrumentos musicais gigantes que servem como ponto de viagem rápida e como palco para o desafio da lira A Ilha Dourada oferece provações heróicas e recompensas preciosas para os heróis que conseguirem superá-las A Ilha Dourada oferece provações DESAFIOS MÍTICOS Para vencer os desafios de navegação, é preciso velocidade, habilidade e pegar a manha de cada pista CAPA 22 CORRENTES DE AR, LASERS E OBSTÁCULOS DO TÁRTARO Um dos maiores diferenciais de Fenyx é a habilidade de planar pelos céus da Ilha Dourada (e pelos labirintos do Tártaro) com as asas de Dédalo. O voo depende de alguns fatores, como a altura da decolagem e o vigor de Fenyx, que é consumido lentamente conforme avança pelos ares. É importante entender como alguns obstáculos funcionam, principalmente ao navegar pelas catacumbas do Tártaro. Correntes de ar quente são muito úteis para levar Fenyx para o alto, alcançando objetivos que de outra forma seriam inatingíveis. Porém, se o personagem estiver voando em uma direção quando encontrara corrente de ar, vai acabar saindo dela antes do planejado – e dar a volta é uma péssima opção que não costuma terminar bem. Ao entrar em uma corrente de ar durante o voo, solte o direcional e aproveite o "elevador", é de graça! Em alguns labirintos Fenyx vai se deparar com grandes arietes surgindo através de portais e golpeando as paredes. Ser pego por um deles é o equivalente na Grécia Antiga a ser atropelado por um caminhão, especialmente se estiver voando. Deixe para passar por essas marretas cósmicas quando elas atingirem a parede, calcule bem o tempo e passe com tranquilidade. Em alguns casos, é preciso usar esses arietes para alcançar pontos mais altos – lembre-se, não dá para escalar no Tártaro. Nesses casos, salte sobre eles e de lá para o outro nível. Seja rápido pois eles somem depois de acertar a parede. Outro obstáculo temível são os feixes de laser. Ser atingido por um deles significa perder uma bela quantidade de vida – e raramente Fenyx será atingido por um só. Quando estiver voando, porém, note que apesar de arrancar a vida do personagem, o laser não interrompe o voo, então dependendo do caso (ter uma barra de vida extra, muitas poções de cura), pode valer a pena receber o dano para prosseguir. No solo, é possível saltar sobre os lasers ou usar blocos metálicos como escudo – posicione o bloco em frente ao raio laser e passe por trás dele. Tome cuidado, o laser pode cortar o cordão que liga Fenyx e o cubo. daquela região. Fenyx deve encontrar quatro liras pequenas e memorizar as notas tocadas em cada uma delas. Com as sequências anotadas, vá para a Grande Lira e atire nas cordas com o arco para reproduzir as notas dos instrumentos menores. DESAFIO DE AFRESCO Essa categoria de desafios envolve mover pequenos quadros por um tabuleiro para formar uma pintura completa. Alguns deles são guardados por inimigos ou atrás de quebra-cabeças. É um processo de tentativa e erro até posicionar os quadros corretamente – e sempre é possível resetar a obra de arte para tentar de novo, caso as coisas fiquem muito bagunçadas. DESAFIO DE ODISSEU Para completar os desafios de Odisseu, é preciso subir em uma plataforma e disparar uma flecha de Apolo, guiando o projétil através de vários obstáculos e passando por aros até chegar ao alvo. Em alguns casos basta guiar a flecha até o objetivo, em outras situações é preciso primeiro passar por um braseiro para incendiar o alvo no final do circuito. As câmaras do Tártaro escondem desafios implacáveis que exigem reflexos rápidos e raciocínio aguçado Desafios de arco e de afresco são atividades terapêuticas depois de encarar as câmaras do Tártaro! VOCÊ PODE AUMENTAR A QUANTIDADE DE FLECHAS QUE FENYX CARREGA USANDO A FORJA DE HEFESTO Decore as notas das liras pequenas e toque-as na ordem correta na lira grande para vencer 24 R R E V I E W S TESTAMOS E AVALIAMOS OS SEUS GAMES T oda vez que você vai ao galpão secreto onde seu time de agentes se encontra para organizar o próximo passo entre as fases, há algo estranho no ar. As pessoas falam de você na sua frente, ou até mesmo em uma conversa particular que você pode escutar sem sequer disfarçar. Cold War não tenta esconder muito. Todo Black Ops envolve lavagem cerebral, conspirações e o protagonista tendo que lembrar de algo importante no final, e a Raven Software deixa claro que esse é o caso aqui também. Não apenas na campanha, o novo Call of Duty segue essa ideia em todos os modos de jogo: não existem muitas surpresas, mas o normal de COD ainda é bom o suficiente. CAMPANHA A campanha é especialmente boa, se levar em consideração que Blops 4 sequer teve uma e Blops 3 teve a pior campanha já vista em Call of Duty. A história segue os eventos do primeiro Black Ops, por isso nomes conhecidos como Woods e Mason estão por aí, mesmo que você passe a maior parte do tempo com agentes inéditos – entre eles, Russell Adler, o "Robert Redford com a cara toda cortada", é o personagem mais importante da vez. O grupo está atrás de Perseus, um espião soviético que é tido como um fantasma, uma lenda, cuja existência nunca foi totalmente confirmada, mas que sempre tem o nome ligado a grandes eventos da guerra fria. Seu personagem, chamado apenas de Bell (você pode mudar características do perfil, como gênero, histórico e dois bônus de habilidades que servem como seu perfil de personalidade), é chamado para integrar o time que vai caçá-lo. Seus parças estão muito interessados tanto em encontrar Perseu no presente quanto nas memórias do protagonista. Assim, enquanto boa parte da caçada ocorre em 1981, rolam flashbacks da guerra do Vietnã que contam partes importantes para sacar o que está acontecendo. O que torna essa parte single player fresca é o toque de espionagem e investigação. As missões ficam dispostas em um quadro cheio de fotos F I C H A • PS4 E PS5 (VERSÃO USADA NO REVIEW) • FPS • ACTIVISION, TREYARCH RAVEN SOFTWARE • PORTUGUÊS (TEXTO E ÁUDIO) • MÍDIA FÍSICA E DIGITAL JOGO DE ESPIÕES 7DOUGLAS PEREIRACALL OF DUTY: BLACK OPS - COLD WAR Dá para sentir o cheiro do prato principal, mas só veio o aperitivo 1. Os momentos no Vietnã são barulhentos e explosivos no padrão Call of Duty 2. Cold War foi lançado cheio de skins, tanto de armas quanto de personagens 3. O ritmo do multiplayer é tradicional, mas uns mapas tentam layouts diferentes, como esse no mar 4. Cold War tem ótima iluminação, especialmente no PS5 1 SEU GRUPO ESTÁ EM BUSCA DE PERSEU, UM ESPIÃO SOVIÉTICO CUJA EXISTÊNCIA NUNCA FOI TOTALMENTE CONFIRMADA 25 REVIEW 2 4 3 O QUE TORNA A NOVA CAMPANHA FRESCA É O TOQUE DE ESPIONAGEM E INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL 26 REVIEW e evidências que podem ser analisadas para saber um pouco mais sobre cada alvo ou objetivo. Isso não acrescenta nada mecanicamente, mas é legal. Fases que seguem o arroz com feijão de COD, como aquelas em que você segue outro soldado sorrateiramente abatendo inimigos de forma coreografada, acontecem em ambientes mais urbanos e têm um jeitão mais de espiões tentando encontrar provas ou alvos importantes. Para compensar, momentos no Vietnã e sequências de perseguição entregam aqueles momentos bombásticos que não podem faltar em um jogo desse tipo. Ao mesmo tempo, Cold War tenta ideias diferentes em Call of Duty. Uma fase em que você se infiltra em Lubyanka (o prédio da KGB) permite escolher entre vários objetivos para impedir que descubram que você é um traidor. Há um quê de Goldeneye: 007 e Perfect Dark nessa fase e em algumas outras, uma falta de urgência em relação ao natural de COD que deixa o jogador apreciar melhor o que está acontecendo. No final, as coisas ficam muito loucas, talvez mais loucas do que em qualquer outro Black Ops. A fase mais importante do jogo é uma das mais interessantes da série, abusando de narrações e mudanças de cenário para chegar lentamente até a informação que os personagens tanto procuram. O resultado do mistério não é muito diferente do que já vimos com Mason no primeiro Blops, porém toda a apresentação em torno da história tem mais classe do que os jogos anteriores – provavelmente porque a Raven foi a principal desenvolvedora da campanha, enquanto a Treyarch ficou mais no multiplayer. A decepção real da campanha é que ela é mais curta do que o esperado até mesmo de um Call of Duty – certamente um sacrifício causado por Cold War ter tido só dois anos de desenvolvimento em vez dos costumeiros três. Com uma duração maior, a história poderia ter construido melhor os personagens. O jogo até tenta isso com conversas opcionais que podem acontecer na base de operações entre as fases, mas, no fim, a maioria dos personagens de ambos os lados nem precisaria Esse feioso aí é o Stitch, personagem queilustra a primeira temporada do modo multiplayer Raid, um mapa popular de Black Ops, está de volta Russell Adler é o rosto do jogo e não é uma face bonita. Cuidado com ele! 27 REVIEW existir, já que o protagonista e Adler são os que importam para avançar a história. MULTIPLAYER Cobrimos bem a versão alpha de Cold War meses atrás e, apesar de ter tido um grande salto de qualidade na parte técnica, o básico não mudou muito na hora de jogar. Esse multiplayer dá uma sensação mais tradicional de Call of Duty em relação ao Modern Warfare de 2019, com ritmo rápido em cada round – a movimentação parece ter um peso parecido com o de MW, mas você se move mais rápido. Os mapas têm um pouco mais da cara da série, menores e com linhas de tiro mais tradicionais de modo geral, mesmo que o jogo tenha herdado um pouco da ideia de ambientes mais abertos. No melhor estilo Treyarch, os pontos onde você volta após morrer não estão muito bons e devem melhorar com o tempo. Algumas escolhas de design são duvidosas, como eram nas versões alpha e beta. O sistema de scorestreaks é bizarro e faz com que o céu do jogo fique congestionado na segunda metade das partidas, já que ninguém perde o streak quando morre e quem consegue manter sequências grandes é beneficiado de maneira absurda mesmo sem contribuir em nada para o time – é como se o sistema fosse feito somente pensando no modo Team Deathmatch. Os lobbies geralmente são desfeitos a cada uma ou duas partidas sem motivo aparente, uma indicação de que talvez o matchmaking baseado em habilidade (o tenebroso SBMM) tenha voltado aos lobbies públicos ainda mais forte do que no jogo de 2019. Ainda assim, Cold War é muito bom de jogar no momento-a-momento, no ato de correr, olhar, mirar e atirar. Ele tem um equilíbrio muito bom entre o estilo mais visceral das Treyarch com o peso extra introduzido no último Modern Warfare. O barulho de cada medalha conseguida dá a sensação de recompensa ideal para você sentir que alcançou algo em cada kill, o posicionamento de som é ótimo e a falta de recuo ao ser acertado permite uma "trocação" mais honesta nos tiroteios. É um bom multiplayer, não há como negar isso. O que incomoda é que, assim como a campanha, há poucas atrações no multiplayer de Cold War. É bizarro notar que o jogo foi lançado apenas com dois mapas a mais do que estava disponível no beta – são só seis mapas feitos Não há muitos mapas, mas os que estão no jogo até que são bons especificamente para o tradicional 6 contra 6 e mais dois que são versões menores dos mapas de 12 contra 12. Com outros dois do modo Dirty Bomb, a Activision certamente vai jurar que o novo Black Ops foi lançado com um número decente de mapas, mas na prática não é bem assim. Isso vai melhorar com a chegada de novas temporadas, e não precisar mais pagar por mapas novos ajuda, mas é chato ter que ficar na mesma meia dúzia de mapas por uns meses até termos mais variedade. Também há a sensação de ter um pouco menos de armas e acessórios também. No caso dos acessórios isso é até bom, com escolhas mais relevantes entre eles e por mostrarem de forma mais clara os atributos que melhoram ou pioram ao equipar cada um. Nas armas, fica faltando variedade em certas categorias – os rifles de assalto, por exemplo, não são tão diferentes entre si quanto em jogos anteriores. TEMPOS DIFÍCEIS Essa é a grande questão de Black Ops - Cold War. Nem há muito o que falar do modo Zombies porque é a mesma situação: o mapa de lançamento é muito bom, com mecânicas mais diversificadas e progressão mais ágil do que antes (você já começa com a arma que quiser, escolhida do multiplayer, para acelerar os primeiros rounds chatões), mas por enquanto só há um mapa. A oferta geral é magra. 28 REVIEW Zumbis ou não, acabar com nazistas em jogos é algo que nunca fica chato Mas até que ponto podemos culpar os estúdios por isso? Cold War teoricamente foi feito em um ano a menos que o planejado, mas isso nem conta a história toda. O jogo que deveria sair no lugar dele supostamente estava cheio de problemas e acabou passado para depois, então Cold War talvez tenha começado em menos de dois anos por nem estar na agenda. E aí aparece uma pandemia que força todo mundo a trabalhar de casa e atrapalha o desenvolvimento de todos os jogos. Nós sabíamos desde sempre que esse COD teria problemas e que foi revelado muito mais tarde que o normal da série por causa disso, então não é surpresa ver que falta conteúdo. Ainda assim, não dá para isentar completamente o jogo desse problema. Parece que faltaram prioridades. A primeira temporada de Cold War foi lançada enquanto eu escrevia este review e, apesar de dar uma pequena aliviada, não é o suficiente para resolver a escassez. Dois mapas 6v6 (e uma versão de natal da Nuketown), a volta do Gunfight 2v2 (que poderia ter sido deixado mais para frente para se concentrarem nos modos principais) e alguns modos novos feitos na correria. Sem contar a integração muito corrida com o popular Warzone, o battle royale da série. O que não falta, claro, é a avalanche de skins novas para você gastar pequenas fortunas. Sim, elas são opcionais. Inclusive, são de alta qualidade e de bom gosto, muito bonitas e bem mais interessantes que as iniciais de MW (vão ficando extravagantes conforme o ano passa, mas é assim que funciona faz um tempo). E, claro, o time que cuida dessa parte não tem a ver com quem tem que fazer os mapas e afins, além de precisar de muito menos testes do que um mapa. Mas, no fundo dá para ver o que a empresa considera que não pode faltar logo no lançamento e o que o pode ser acrescentado só depois. BASE SÓLIDA Não tenho a menor dúvida de que, assim como o Modern Warfare de 2019, Black Ops Cold War vai ser um COD ótimo alguns meses depois do lançamento. No momento, ele tem uma base ótima, com um clima interessante, controles que nos fazem lembrar dos melhores momentos da série e potencial de sobra, mas fica devendo no conteúdo. Talvez seja bom você continuar só no Warzone gratuito nesse início de ano até o jogo principal valer mais. Cold WAR NO PS5 A parte técnica ajuda bastante no clima de Cold War. No PS4, o visual não é muito diferente de Modern Warfare, que era muito bonito para um console já idoso – e o jogo deste ano parece ter resolução um pouco menor. Os ambientes são mais coloridos no geral, com neons e estética mais oitentista. No PS5, Cold War usa diversas novidades do console, do ray tracing (só nas sombras) até as funções do DualSense, 120 fps e áudio 3D. É uma das experiências mais completas do PS5 até agora, o oposto do que aconteceu na transição do PS3 para o PS4 com o infame Call of Duty: Ghosts. O áudio merece uma menção especial. Ele mantém o impacto de Modern Warfare, porém mais controlado e com mais presença mesmo que você não use o áudio 3D do PlayStation 5 – não só na campanha, mas no multiplayer também. Seria excelente se a Treyarch colocasse essa nova solução de som no lugar da existente em Warzone. A parte mais legal de jogar no PS5 são os badalados gatilhos do DualSense. Cada arma tem um peso e isso é refletido na força que você tem que aplicar para apertar ™ ao disparar e como isso afeta a mira da arma. Por um lado, isso dá uma pequena desvantagem no multiplayer caso você jogue com crossplay ligado, já que as pessoas com outros controles podem apertar os gatilhos um instante mais rápido; por outro, você se sente mais no controle da arma, mais atento, como se o peso da mira e a pressão do gatilho oferecessem informações melhores para começar e parar de atirar. É um caso de realismo vs desempenho. V E R E D I TO É melhor esperar até a segunda temporada para poder tirar mais proveito, a não ser que queira aproveitar já as boas funções de Cold War no PS5. A fase de zumbi, Die Maschine, começa com uma versão oitentista e destruída de Nacht der Untoten, o primeiro mapa de zumbis da série A fase zumbi entra em um laboratório subterrâneo e as coisas ficam loucas, como sempre No PS5, as sombras em ray tracing acrescentam detalhes mais naturais a todas as cenas 29 REVIEW WARZONE O modo battle royale da série Call of Duty, Warzone deve ser tratado separadamente. Isso porque a influência de Cold War em Warzone vai ser mais sentida conforme o ciclo continuar durante 2021. Com a chegada da primeira temporada do novo Black Ops, pouco mudou até o momento, e o que mudou não parece relevante ou bem planejado. O principal é a chegada das armas antigas de Cold War em Warzone, sem perder nenhuma das armas atuais de Modern Warfare que já estavam lá. Em teoria, essa adição traria uma variedade enorme ao jogo, mesmo com esquisitices como ter na lista duas AK-47 diferentes, uma de MW e outra de CW. É uma bagunça. Não é um desastre, mas sem dúvida é uma bagunça. As armas precisam ter atributos diferentes no Warzone em relação ao multiplayer, porque em Cold War elas são feitas para matar inimigos com 150 de vida, enquanto em Warzone todo mundo tem 100 de vida. Além disso, os jogos funcionam em engines diferentes e pequenas coisas que não existem em um jogo estão no outro, por isso o transplante deve ser feito com cuidado. Mas pelo que dá para ver, basicamente pegaram as armas do jogo novo, viram qual era a mais parecida de Modern Warfare e deram atributos parecidos para facilitar a vida de quem equilibra o modo Warzone. Só que isso não conta a história toda. Em Cold War, as armas chutam bem menos do que em Modern Warfare e, por isso, em Warzone tiveram que aumentar um pouco o coice da maioria. Por isso, uma arma que você domina bem no multiplayer de CW pode parecer bem mais estranha no battle royale. O mesmo vale para outros atributos menos óbvios, como a velocidade dos disparos, que fica maior no Warzone e torna certas armas verdadeiros monstros ceifadores de almas a distância, como a M16. O que deixa o update com cara de trabalho apressado é que só as armas de Cold War estão lá. Não dá para usar equipamentos ou os perks do jogo novo em Warzone, então parece que o battle royale só pegou emprestadas as armas novas e pronto, o que é uma integração e manutenção do modo. Talvez o modo seja absorvido com o tempo e, segundo rumores, o mapa de Verdansk pode finalmente ser substituído quando Warzone completar um ano (em março). Até lá, provavelmente vamos nos contentar com essas 30 armas novas, um Gulag diferente e a Rebirth Island, um pequeno mapa separado que é literalmente a ilha de Alcatraz de Black Ops 4, só com uma skin diferente. Conheça a seguir um pouco mais sobre essas novidades. REBIRTH ISLAND É a mesma ilha que apareceu como um modo separado no Blackout de Black Ops 4, apenas com nome diferente e, claro, com as mecânicas de Warzone. É um espaço pequeno, cerca de 20% do mapa normal, em que 39 jogadores divididos em trios descem lá para ver qual time vai sobreviver. As coisas para Dá para ver que a ilha tem só uma fração do tamanho de Verdansk. É um modo de jogo bastante intenso! Essa área central da nova ilha é a melhor do pequeno mapa, mas inimigos vem por toda parte 30 REVIEW Essa caixa d’água é o melhor ponto de sniper de toda Rebirth Island. Aproveite-se disso. O novo gulag de Verdansk é familiar para qualquer um que já jogou um Black Ops comprar, como caixas com suas armas favoritas, custam um pouco mais barato do que no modo normal e as armas jogadas pelo chão reaparecem com frequência para se adaptar ao ritmo frenético que impera nessa ilha. Atualmente há um modo especial em que é possível reviver sozinho após 30 segundos, contanto que alguém do seu time ainda esteja vivo. Jogar aqui é uma loucura. O mapa é pequeno e recompensa demais quem consegue proteger lugares altos, sem dúvida alguma os pontos de vantagem ideais da ilha. Essa, sem dúvida, deve ser sua prioridade: tentar arrumar um bom lugar no centro da ilha (a parte mais alta) e impedir todo mundo de chegar perto. NOVOS GULAGS O gulag de Verdansk, o mapa principal, mudou para ter um tema mais apropriado com Cold War. Saem os chuveiros quebrados, entra um protótipo do famoso mapa Nuketown que aparece em todo Black Ops – uma versão menor dele, feita toda de madeira, com um veículo de madeira no meio e tudo. Você sai de uma sala de interrogatório onde estava amarrado a uma cadeira e espera sua vez. Rebirth Island também terá seu próprio gulag, uma prisão abandonada que será lançada em janeiro. Fique atento ao som no duelo: dá para ouvir o detector de metais no meio dos corredores caso o inimigo passe por ele. Também dá para jogar granadas e afins de um corredor para o outro, já que não há teto nas salas do meio. ONDE ESTÁ O WARZONE? Baixar o battle royale no PS5 é confuso. A "curiosidade" é que não dá para baixar o jogo gratuito dentro do próprio Cold War. Você tem que procurar Warzone na PS Store, desmarcar todo o resto de downloads do Modern Warfare (se quiser), e aí baixar o Warzone como se fosse o Modern Warfare, com ícone do MW e tudo. Depois dá para acessar o battle royale de dentro de Cold War, mas você ainda terá os dois ícones separados no menu do PS5. Como deu para ver, ainda não há versão específica de PS5 do Warzone, mas há um pack de texturas 4K especial de 23 GB, levando o tamanho total para perto de 120 GB. Junto com Cold War, dá uns 200 GB. Se colocar o resto do Modern Warfare, você pode ter a HONRA de ter metade do espaço do seu PS5 dominado só por Call of Duty. Tudo isso é opcional, pelo menos. BIG MAC10 Duas armas novas chegaram com o novo passe de temporada. Elas não são tão incríveis no multiplayer de Cold War, mas uma delas, a submetralhadora MAC10, é ótima no Warzone e tem feito bastante estrago. Ela cospe balas em uma velocidade maior que de qualquer outra arma do jogo novo e esmerilha qualquer oponente em ambientes fechados. Como ela tem um coice tremendo para compensar, é inútil em longa distância, mas o coice quase totalmente vertical faz com que gente habilidosa consiga controlar a arma com sucesso a distâncias que podem ser consideradas médias. A outra arma é o rifle Groza, que, assim como a MAC10, tem bastante coice e não serve para distâncias mais longas. 32 REVIEW U m tema básico por trás de toda obra de ficção científica cyberpunk, dos romances de William Gibson e Philip K. Dick até filmes como Matrix, é "alta tecnologia, baixa qualidade de vida". Infelizmente, isso também descreve o estado de Cyberpunk 2077 no PS4 base. Anunciado em 2013, o jogo da CD Projekt RED tinha tudo para ser um dos maiores lançamentos desta geração. O estúdio polonês tem no currículo The Witcher 3: Wild Hunt e por isso era difícil não se empolgar com cada novo trailer e pedaço de informação divulgada. Mesmo os adiamentos no lançamento ao longo de 2020 não resfriaram o hype da comunidade. Ao contrário, pareciam jogar gasolina no fogo. Tudo isso acabou quando o game finalmente foi disponibilizado. Enquanto a versão para PC entregou a experiência imersiva e detalhada que a produtora divulgou por tantos anos, ao menos nas máquinas top de linha equipadas com super placas de vídeo de última geração e cartões SSD hiper velozes, o mesmo não pode ser dito da versão lançada para PlayStation 4. Quedas de frames e texturas lavadas dividem a atenção dojogador com bugs que vão de cômicos "nudes" não intencionais até falhas que tornam o progresso impossível. E, claro, também há os crashes. Nas primeiras semanas após o lançamento era impossível jogar mais de 50 minutos seguidos sem que o jogo simplesmente quebrasse. É bom notar, porém, que no PS4 Pro e no PlayStation 5 (por retrocompatibilidade), Cyberpunk 2077 roda com uma performance bastante melhor do que no console básico. Mesmo assim, bugs e crashes são frequentes nessas plataformas. A versão para PS5 ainda não foi lançada e deve demorar ainda mais diante dos problemas do jogo atual. Não há nenhum recurso nele que não esteja disponível também no PlayStation 4 Pro. Com toda a decepção do lançamento, Cyberpunk 2077 foi removido da PS Store, mas ainda pode ser comprado em mídia física e as cópias já baixadas continuam funcionando e recebendo atualizações. A CD Projekt RED está trabalhando para resolver todos os problemas e recuperar a confiança da comunidade, mas o estrago já está feito. Agora que removemos o elefante cibernético do meio da sala, vamos falar do game, que é um ótimo RPG, um jogo de ação mediano e um dos mundos mais interessantes que você pode visitar. A Night City de Cyberpunk 2077 é uma cidade detalhada e cheia de histórias paralelas, com personagens e curiosidades que prendem a atenção do jogador por um bom tempo – ou ao menos até o próximo crash do sistema. ACORDE, SAMURAI Uma das melhores coisas de Cyberpunk 2077 é o quão pouco os jogadores sabiam da história F I C H A • PS4 • RPG, MUNDO ABERTO • CD PROJEKT RED • PORTUGUÊS (ÁUDIO/TEXTO) • MÍDIA FÍSICA 7CYBERPUNK 2077 Um bom RPG está escondido sob uma pilha de problemas Apesar de todos os problemas, o novo game da CD Projekt RED é fiel ao RPG de mesa criado por Mike Pondsmith em 1988 DECADÊNCIA PABLO RAPHAEL 33 REVIEW Cansado do metal cromado e das luzes neon? Saia da cidade e visite acampamentos nômades para variar um pouco de fato antes de jogar. No controle do gângster V., o jogador participa de golpes ao lado dos colegas Jack Welles e T-Bug, ganha reputação nas ruas e, eventualmente, acaba com o rockstar terrorista Johnny Silverhand implantado em sua cabeça. Juntos, V. e Silverhand, interpretado por Keanu Reeves, têm uma cidade para queimar. Em linhas gerais, isso é o que foi revelado sobre a trama principal. Há outros personagens já conhecidos e adorados pelos fãs, como a editora de braindance Judy ou o medicânico Victor Vektor, mas só jogando para perceber como a construção desses personagens e o relacionamento com eles são profundos. O jogo tem três trilhas iniciais, histórias de origem para V. que depois rendem opções de interação diferentes em alguns diálogos. Você pode ser um Marginal, integrante do submundo criminoso de Night City; um Nômade, ex-membro de uma das gangues viajantes que rodam pelas estradas dos Novos Estados Unidos; ou um Corpe, funcionário ambicioso de uma das mega corporações que controlam a cidade. Depois da missão inicial de cada trilha, o jogo segue em uma só direção. Quer ver seu V.? É possível mudar a câmera ao dirigir carros e motos Circulando pelas ruas e distritos de Night City, o jogador vai do luxo ao lixo em poucos minutos Duração estendida Cyberpunk 2077 pode ser completado após cerca de 20 horas de jogo, se você se concentrar apenas nas missões da campanha principal. Multiplique esse tempo por 10 se pretende fazer todas as missões secundárias e atividades menores – o crime nunca dorme em Night City. Mesmo depois de terminar sua aventura, há muitos motivos para jogar uma segunda, terceira ou quarta vez: além dos três inícios distintos e dos possíveis romances que V. encontra pelo caminho, existem pelo menos oito finais diferentes, sendo que alguns deles são decididos de forma bem direta, outros afetados por decisões sutis tomadas ao longo da jornada. 34 REVIEW O gênero e a voz que você escolher para V. fazem diferença no jogo Enfrentar gangues é uma ótima maneira de ganhar dinheiro e reputação nas ruas Cada gangue tem regras e cultura, mesmo que às vezes pareçam apenas sacos de pancada para V. Leva um tempo para o jogador sentir que suas decisões estão fazendo alguma diferença, mas acredite, elas fazem. Há muitos finais possíveis e as ações ao longo do game influenciam seu desfecho. A campanha principal é muito mais curta do que jogadores veteranos de The Witcher 3 estão acostumados: em pouco mais de 20 horas é possível ver os créditos rolando pela tela. Há um ponto sem volta bem claro e dá para "segurar" a história ali enquanto faz outras coisas. Ou você pode jogar com calma, trabalhar os relacionamentos e ganhar mais reputação nas ruas cumprindo missões secundárias, participando de torneios de luta e várias outras tarefas menores, e nem por isso menos envolventes. Sem exagero, é possível passar outras 20 horas nessas atividades só no começo do jogo, antes de ver o logo de Cyberpunk 2077 surgir na tela título. V. é um personagem criado pelas ideias e opiniões do jogador e muito do seu apego a ele vem dos personagens secundários – e quando tudo dá errado e o jogo realmente começa, é que a cozinha lenta da narrativa inicial faz efeito. Por mais que o grande astro das propagandas seja Johnny Silverhand (afinal, se Keanu Reeves está no elenco, é preciso usá-lo), é nos outros NPCs que a CD Projekt RED se destaca, com excelentes diálogos e construção caprichosa. NÃO É GTA NO FUTURO É fácil pensar em Cyberpunk 2077 como um GTA futurista: "você é quem quiser", "pode fazer de tudo", "só é crime se eles te pegarem", dizem os comerciais. Não deixa de ser verdade, mas o jogo é um RPG de ação e não um Grand Theft Auto com luzes neon. Os atributos, habilidades e equipamentos (armas, roupas e implantes) do personagem influenciam não só os resultados dos combates como também as conversas. Um nível alto o bastante de Habilidade Técnica faz milagres na hora de discutir com o mecânico ou impressionar Judy, por exemplo. Cada trilha de origem ativa algumas opções de diálogo diferentes em alguns momentos, que não mudam o desenrolar da história, mas enriquecem a experiência com novos fatos sobre o mundo do jogo. Na hora da ação, é possível deixar o jogo ainda mais próximo de um RPG tradicional adicionando os implantes e hacks rápidos (as "magias" de Cyberpunk). Com uma arma inteligente e um auxílio de mira, sua pontaria vai ficar travada nos alvos. É possível se especializar em diferentes estilos de jogo, distribuindo pontos nas habilidades desejadas. E por mais que as armas de fogo sejam abundantes e variadas em Night City, é difícil não recomendar que você jogue com uma boa katana. Samurais urbanos são clichês do gênero e por uma boa razão: fatiar inimigos nas ruas e telhados da megalópole é muito divertido. Há carros e motos para pilotar e você pode roubar os veículos na rua (se tiver Habilidade Técnica ou Força o bastante para isso), tomá-los de gângsteres que acabou de matar e guiar pela cidade, curtindo as várias opções de câmera disponíveis no modo de direção. Mas só vai conseguir guardar em sua garagem os veículos que comprar, o que é decepcionante dado o contexto de criminoso cibernético. BOI NA SOMBRA A localização brasileira é robusta. A tecnologia por trás do jogo permite que o rosto e boca dos personagens 35 REVIEW Nômade, corpe ou marginal: cada origem rende diferentes opções de diálogos Cada NPC importante tem seus próprios objetivos, que nem sempre são os mesmos do jogador se movam em sincronia com as falas, independente do idioma selecionado. O jogo traz menus, diálogos e milhares de falas aleatórias,de NPCs, televisores e rádios, totalmente traduzidas. Os personagens usam e abusam de gírias atuais, como a já famosa sequência em que Dexter DeShawn pergunta à V.: "Boi na sombra ou dedo no c* e gritaria?". A versão brasileira se esforça para dar um tom marginal aos personagens em suas conversas e expressões, mas acaba descartando as expressões e gírias criadas para o ano 2077 e presentes na versão em inglês. Sem dúvida o jogador brasileiro consegue entender tudo e se divertir muito com as gírias adotadas na versão nacional, mas fica a pergunta: essas gírias de 2020 não seriam datadas no futuro? Por outro lado, a localização dos títulos das missões é digna de nota, substituindo nomes não tão legais assim por títulos de rock nacional, como "Tropa de Elite", "Dias de Luta, Dias de Glória" e outras. Cyberpunk 2077 ainda tem potencial para ser um dos melhores RPGs de 2021, depois que a CD Projekt RED corrigir os problemas encontrados na versão atual e lançar a versão de PS5 com os mesmos recursos encontrados no jogo que chegou no PC. Talvez seja melhor esperar até lá para adquirir o seu e ter a melhor experiência possível em sua estadia em Night City. Não que o novo game da CD Projekt RED seja "injogável" agora e desprovido de méritos: a história é sensacional, as missões centrais empolgam e Night City é um mundo aberto cheio de coisas para ver e descobrir, com toda a mitologia estabelecida por Mike Pondsmith no jogo original, o RPG de mesa Cyberpunk 2020, publicado em 1988. Dá para passar muitas horas cumprindo missões secundárias ou em busca de algum objetivo pessoal, seja aprimorar suas armas, evoluir ao máximo aquela build ou descolar um visual decente para V. As interações com os NPCs, principalmente aqueles ligados à trama, como Johnny Silverhand, Evelyn Parker e Panam Palmer, entre outros, estão entre as melhores que você vai encontrar em um RPG. Até os colecionáveis são bem integrados na trama. Mas os problemas técnicos que se amontoam no jogo, mesmo com os primeiros patches de correção, deixam um gosto amargo e tornam impossível mergulhar de cabeça nesse admirável mundo novo… pelo menos por enquanto. V. é uma página em branco criada pelo jogador, então a CD Projekt caprichou na personalidade dos aliados para gerar envolvimento e motivação V ER ED I T O Cyberpunk 2077 poderia ser o RPG inesquecível para fechar a geração, se tivesse recebido a mesma atenção no PS4 que o jogo de PC. 36 OPINIÃO Douglas Pereira Uma avalanche de problemas atropelou a CD Projekt RED JÁ NO LANÇAMENTO, FICOU CLARO QUE CYBERPUNK 2077 RODA RIDICULAMENTE MAL NOS CONSOLES MAIS ANTIGOS, COMO O PLAYSTATION 4 BASE S eja bem-vindo a nova coluna da Revista PlayStation, na qual eu vou deixá-lo sempre a par de tudo que realmente importa entre as notícias de mercado e desenvolvimento. Só a nata dos acontecimentos entra aqui. E já começamos na fogueira, afinal, todas as notícias mais relevantes do momento envolvem um único tópico: Cyberpunk 2077. Quer dizer, até rolou um The Game Awards versão distanciamento social, mas isso é rápido de explicar: os anúncios e trailers da premiação foram fracos (exceto pelo Sephiroth quase matando o Mario em Super Smash Bros. Ultimate, o único jogo que podemos confessar nossa inveja). The Last of Us Parte II ganhou quase todos os prêmios, recordista do evento para felicidade de uns e ódio de outros. Final Fantasy VII Remake (que seria minha escolha como GOTY) ganhou trilha sonora e melhor RPG. Bem... Cyberpunk 2077, não é mesmo? Que loucura! Essa coluna iria estrear apenas na edição de fevereiro, mas cá estou, às seis e meia da manhã, ralando para substituir o montão de páginas que seriam do jogo mais esperado do ano e que foram canceladas quando a bomba começou a explodir por toda parte. O jogo inicialmente recebeu notas boas em reviews baseados na versão de PC, só com o asterisco de que era bugado nível Bethesda. Porém, no lançamento ficou claro que Cyberpunk 2077 roda ridiculamente mal nos consoles, especialmente nos mais antigos, como o PS4 base, onde ele se arrasta em um lamaçal de pixels a 720p e 20 fps com crashes e bugs que exigem resets a toda hora. Com milhões de jogadores que tiveram seus sonhos destruídos ao ver que aquele não é um jogo à altura de The Witcher 3 (muito menos a obra "muito maior" que a CD Projekt alardeou), o estúdio polonês teve uma semana inicial difícil, que culminou no momento bombástico em que Cyberpunk 2077 foi retirado da PSN, sem data para voltar. Isso tudo começou com uma péssima decisão: após prometer que o jogo deve ficar bom de verdade lá para fevereiro (após diversas atualizações), a CDPR, em uma tentativa de se mostrar pró-consumidor, incentivou qualquer pessoa insatisfeita a pedir reembolso da compra nas lojas digitais. Mas não é assim que o mundo funciona. O estúdio não é dono da PSN para sair falando essas coisas. Isso é como se você tivesse comprado seu PS5 em uma loja e, na esquina, o Mark Cerny chegasse na voadora e quebrasse seu console ao meio. Aí ele diz para você: "É só voltar lá na loja e dizer que o arquiteto do PS5 mandou devolver seu dinheiro". Lojas não gostam de reembolso. Lojas de games, menos ainda. Isso também é um problema, mas aí é outra conversa. Devolver dinheiro de cópias digitais, que em teoria não apresentam defeito, é abrir precedente para dores de cabeça, possíveis prejuízos e até abusos do sistema. A PSN costuma ser bem rígida com isso: se você ligou o jogo, já era. E Cyberpunk 2077 tecnicamente não é um jogo com defeito. Ele funciona do início ao fim e a CD Projekt prometeu que vai arrumá-lo, então não tem reembolso. Ao mandar os jogadores procurarem seus direitos com as lojas, o que a CD Projekt fez foi, em parte, pegar toda a frustração que estava focada no estúdio e desviar para as lojas. O jogador deixa de ficar bravo com o estúdio e encrenca com quem não quer devolver o dinheiro do jogo bugado. A Sony foi jogada em uma emboscada e precisava achar um meio de sair disso. XADREZ 4D Sem posicionamente oficiais claros, posso dizer qual é a minha aposta sobre o que aconteceu. A lógica é a seguinte: a Sony não pode abrir exceção e dar reembolso geral, pois isso abre precedentes perigosos para os negócios da PSN. Um único jeito seguro de ter reembolso é se o jogo estiver literalmente quebrado, não funcionar direito, como foi o caso de Afro Samurai 2 no PlayStation 4 em Redator da Revista PlayStation há quase uma década, o Dougão já viu lançamentos problemáticos antes, como Street Fighter IV, Destiny e Driveclub – jogos que se tornaram seus favoritos. Ele, porém, ainda luta para se recuperar do trauma de sofrer com tantos bugs em Cyberpunk 2077. 37 OPINIÃO No Man's Sky teve um lançamento terrível e, após anos de atualizações gratuitas, limpou seu nome Grande parte do problema de Cyberpunk 2077 foi a campanha de marketing se basear apenas em imagens da versão turbinada de PC Poucos jogos foram "banidos" da PlayStation Store. Afro Samurai 2 era tão ruim que conseguiu essa severa punição The Last of Us Parte II é um devorador de prêmios e ganhou quase tudo no TGA 2015. A meia dúzia de desavisados que comprou o jogo provou que ele mal funcionava, pegou o dinheiro de volta e Afro Samurai sumiu da loja. Portanto, o único jeito de não enfurecer os milhares de consumidores que foram instruídos pela CDPR para buscarem reembolso foi categorizar Cyberpunk 2077 como um jogo tão quebrado quanto Afro Samurai 2. Assim, há motivo para validar os milhares de reembolsos sem abrir exceção na política da PSN. Só que um jogo categorizado como quebrado não pode ser mais vendido e assim Cyberpunk foi excluído da PSN. Isso faz sentido porque,como muitos devem ter percebido, outros jogos grandes quase tão quebrados quando Cyberpunk já foram lançados antes. Skyrim no PS3. No Man’s Sky e Anthem no PS4. Já vimos muitos jogos online cujos servidores derreteram no primeiro dia e nada funcionava. Mas você não viu nenhuma produtora falar de reembolso, pois incentivar isso é dor de cabeça para todo mundo – elas apenas se concentram em consertar os bugs rápido ou, no caso de jogos online, oferecem mimos de desculpa como "Toma essas 500 moedas de ouro" ou algo assim até os servidores voltarem. A página oficial de reembolso da PSN dá o valor de volta para qualquer um que comprou a versão digital, sem perguntas. E ninguém mais pode comprar lá, colocando um limite no prejuízo que a PSN pode tomar e deixando a CD Projekt em uma situação muito vergonhosa. No desespero, falta de noção ou propositalmente, a CDPR agora tem que conviver com a mancha de que o jogo mais esperado dos últimos anos não está sendo vendido no console mais popular do mercado porque foi lançado de forma irresponsável. E o estúdio vai sempre lembrar como tudo isso destruiu boa parte da confiança dos jogadores conquistada com as aventuras do bruxão Geralt. E por que essa insistência obsessiva de lançar o jogo ainda em 2020, em dezembro, mês que não tem nada? Uma pista: o ano fiscal na Polônia vai do dia 1 de janeiro até 31 de dezembro, não do dia 1 de abril a 31 de março, como acontece nos EUA e Japão. Parece claro que a CDPR precisava dessa entrada gorda de dinheiro a todo custo ainda em 2020, afinal The Witcher 3 foi lançado em 2015 e os lançamentos de Gwent desde então parecem ser moderados fracassos. Nessa aposta de lançar tudo quebrado e ganhar o dinheiro para acalmar investidores (e vendeu bem mesmo, mais de 13 milhões de cópias somando todas plataformas e já excluindo os reembolsos), a CD Projekt RED perdeu algo mais importante: sua credibilidade. 38 REVIEW 9 Como não poderia ser diferente, há muitos uniformes especiais para habilitar DE VOLTA OSCAR TAYLOR-KENT U m ano após o final de Marvel’s Spider-Man, o agora superpoderoso Miles Morales está sendo treinado pelo Peter Parker na dura profissão de salvar Nova York. Achando que ele já está pronto para voar sozinho, Peter tira umas semanas de férias fora do país e deixa Miles como "o único Homem-Aranha de Nova York", porque, como ele diz, Miles pode ser mais novo, mas tem tanto direito de ser Homem-Aranha quanto Peter. Esse jogo é mais curto que o anterior (e o preço reflete isso, se bem que mesmo um jogo de PS5 com desconto continua caro). Tem cerca de metade da duração, o que o torna mais parecido com o Spider-Man 2 de PS2, mas a falta de enrolação permite que a narrativa brilhe e faz seu ritmo e estrutura parecer mais com o de um filme. O roteiro é bom, emocionante e bem sacado. Miles é encantador e carrega o jogo facilmente. Peter pode curtir suas férias merecidas. OUTRA ESPÉCIE Depois de derrotar o fugitivo Rhino, Miles acaba envolvido em um conflito entre a corporação Roxxon e a gangue tecnológica The Underground, liderada pelo Consertador. O que parece apenas uma guerra por território aumenta cada vez mais e Miles tem que encontrar seu próprio jeito de ser o Homem-Aranha, com o apoio de seus amigos e família. A história segue quase sempre uma linha única nas missões principais e se beneficia disso, embora algumas missões paralelas ofereçam aventuras diferentes e seria bom ter mais algumas delas. A ação momento a momento é muito similar à do jogo anterior, mas o Miles não é apenas uma skin diferente do Peter. Balançar pelo mundo aberto é tão bom quanto antes, mas animaram o Miles de um jeito fantástico de ver. Por ser menos experiente, seus braços e pernas balançam sem direção conforme ele se joga pelos ares (quem assistiu Aranhaverso vai notar a semelhança). Seus movimentos e frases são próprios, até em mecânicas para ganhar mais XP, como as manobras aéreas, mais robusto que do jogo anterior. No PS5, se balançar com š coloca uma leve tensão no botão no final do arco – um detalhe sutil, mas legal. Toda a cidade do jogo F I C H A • PS5 • AÇÃO, MUNDO ABERTO • INSOMNIAC GAMES, SIE • PORTUGUÊS (TEXTO/ÁUDIO) • MÍDIA FÍSICA E DIGITAL MARVEL'S SPIDER-MAN MILES MORALES A fórmula clássica renovada em uma experiência contagiante PETER PARKER DECIDE TIRAR FÉRIAS E MILES MORALES TEM SUA CHANCE DE SE CONSAGRAR COMO UM HOMEM-ARANHA 39 REVIEW Chefes e inimigos mais poderosos exigem um uso inteligente dos poderes venom para ser derrotados anterior está lá para atravessar, com mais detalhes em algumas áreas, embora agora bastem apenas dois segundos de loading para um fast travel (e dá para se teleportar instantaneamente para várias atividades paralelas usando o menu de atividades do PS5). As diferenças mecânicas do Miles vão bem mais longe. Os fãs do Aranha sabem que os poderes se manifestam de forma diferente no novato em relação ao Peter, com um choque bioelétrico que pode ser usado ao tocar nos inimigos, e a habilidade de se camuflar por um breve período. Em combate, usar esses poderes gasta a barra de concentração, que se regenera constantemente conforme você acerta e desvia de golpes com seu sentido da aranha. GRANDES PODERES Manter pressionado faz Miles preparar seu poder venom (no PS5, o DualSense reage de acordo). Ele começa apenas com um soco que usa Œ + ¿ (você testemunha quando ele descobre o poder venom, que, aliás, não tem nada a ver com o A invisibilidade ajuda em missões extras e na furtividade. Bem que o Peter queria essas facilidades O modo de fotografia ganhou diversas funções extras em Miles Morales Além de ser mais próximo das pessoas de Nova York, Miles ainda conta com um aplicativo para que eles possam pedir ajuda 40 REVIEW Sim, você pode jogar com um gato na sua mochila e ele até participa dos combos de luta A evolução gráfica alcançou os uniformes, como essa névoa saindo dos olhos deste aqui não são uma tarefa difícil para o PlayStation 5 lidar, mas podem ser um pouco difíceis para você até pegar o jeito. Porém, Miles tem mais uma tática para despistar os outros: a camuflagem. Dá para acionar a qualquer momento depois de destravar, seja no meio das lutas ou para passar despercebido e eliminar todo mundo silenciosamente. Os inimigos podem ficar nervosos com isso e atirar para todo lado, e aí você pode atacar pelos flancos ou só esperar para ganhar invisibilidade novamente. É um jeito decente de manter as seções furtivas equilibradas e dar um momento para respirar. Desafios furtivos opcionais recompensam o uso correto da camuflagem. Quase todo aspecto do jogo, seja a jogabilidade, a trilha sonora inspirada por Aranhaverso ou a história tocante, reflete Miles como personagem. Esse é o jogo dele. Afinal, ele é o Homem-Aranha. E não qualquer Homem-Aranha, mas um com personalidade própria, e isso é incrível. V ER ED I T O Uma história de super-herói excelente. Miles é um grande protagonista e o design bem-feito o usa de forma espetacular (e é bonito demais no PS5). Obrigatório. Essa é uma história mais pessoal e sensível, que aborda a relação de Miles com sua mãe, Rio Morales, e seus amigos, Ganke e Phin vilão de mesmo nome) e aprende mais golpes em momentos de necessidade. O poder se regenera rápido o bastante para ser usado com frequência durante combos. Logo você usará o venom para atordoar inimigos, mandar grupos para o alto e encurtar a distância, como se fosse um cabo de força super revoltado. Esses novos poderes complementam as tradicionais teias e invenções muito bem, resultando em muitas opções de combate quando são misturados. Certos inimigos têm fraquezas específicas que podem ser aproveitadas com venom. Às vezes, isso pode ser meio
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