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DOENÇAS INFECCIOSAS AULA 30/05 e 06/06/2022 Parvovirose Canina Sinônimos: Enterite hemorrágica, Gastroenterite he- morrágica, Canine parvovirosis Principais sinais clínicos: vômito e diarreia Definição: infecto contagiosa (altamente contagi- osa), caráter agudo ou subagudo (não existe caráter crônico de Parvo), diarreia hemorrágica Doença relativamente nova, descoberta em 1978 em um canil de Beagles (fazenda de cães). Foi ob- servado: gastroenterite hemorrágica, síndromes ge- neralizadas e miocardites. Parvovírus já era conhe- cido, porém era um vírus inofensivo nos cães, nos primeiros surtos foi investigado e observado que nenhum desses animais possuíam esses anticor- pos para esse Parvovírus. Porém, esse agente já era prejudicial para felinos, então o canino surgiu de uma mutação do Parvovírus felino. CPV-2b é o vírus importante para nós. Epidemiologia: Ocorre especialmente em climas quentes (prima- vera/verão), atenção para as mudanças climáticas que hoje existem. Afeta membros da família Canidae, domésticos e selvagens, raposas, lobos, coyotes. Imunidade passiva: até os 45 dias Idade susceptível: logo após imunidade passiva acabar Raças susceptíveis: animais não vacinados Etiologia: Vírus 25 nn (muito pequeno, mais fácil de se disse- minar), DNA fita simples (possibilidade de sofrer mutação pequena), não envelopado (envelope pro- tege partícula viral, é formado por lipídeo que é des- truído por detergente. Vírus não envelopado são mais resistentes). Dogma central da biologia Precisa de células com intensa atividade mitótica, porque para sua replicação ele precisa de enzima polimerase, que é produzida em grande quantidade por células desse tipo. Tº ambiente: vírus protegido na matéria orgânica → durabilidade de meses/anos. Tº ambiente: exposto a radiação solar → 4 sema- nas Usado para desinfecção: Hipoclorito de Na ou For- maldeido 4% Transmissão: direta e indireta Um cão com parvo apresenta vômito a todo mo- mento, diarreia frequente, por grama de fezes esse animal elimina 1012 partículas virais. Dose mínima infectante (quantidade mínima de par- tículas virais que um animal precisa ter contato para desenvolver uma infecção) → 1000 • Direta: precisa haver contato de um animal com o outro • Indireta: possui igual ou maior importância quanto a direta por conta da quantidade de partículas vi- rais que pode se encontrar no ambiente Fontes de infecção: contaminação do ambiente, fô- mites. Eliminado basicamente por vômito e diarreia Animal convalescente consegue eliminar o vírus para o ambiente por um período de até 3 meses. Transmissão horizontal e vertical • Transmissão vertical: mãe para filho Se a fêmea prenha for infectada vai haver replicação nela e vai transmitir para o feto via transplacentária. Feto possui alta atividade mitótica no corpo todo, ele se infectar vai originar uma infecção generali- zada (animais com relutância ao mamar, gelados, apáticos, vem a óbito). Ninhada com 3-8 semanas, células que apresentam intensa atividade mitótica são as do miocárdio. Isso fará com que o animal venha a óbito ou pode apre- sentar miopatias pelo resto da vida. Entra em contato com o vírus através da via oro-na- sal, replicação viral 24-48h nos linfonodos da porta de entrada. Vírus cai na circulação, viremia, e vai para três locais do organismo: tecido linfático, ór- gãos menos afetados (fígado, rim, pulmão) e célu- las intestinais (alta atividade mitótica). Células que revestem mucosa intestinal: enteróci- tos (permeabilidade e absorção) Pregas: aumentar superfície de contato para absor- ção Criptas intestinal: onde ocorre replicação, onde pos- sui as células de alta atividade mitótica. Parvovírus começará a se replicar nas criptas e não haverá cé- lulas para substituição ou haverá células inaptas para realizar sua função. Trato digestório possui bactérias, principalmente gram negativas, nessa situação as bactérias come- çam a penetrar os espaços, levando a uma infecção bacteriana secundária. Aumento da permeabilidade e diminuição de absor- ção → diarreia Morte → infecção bacteriana secundária (sepse) e desidratação Replicação das bactérias no leite → acidose meta- bólica Paciente sem energia → hipoglicêmico Diarreia sanguinolenta por lesão tecidual intensa que afeta vasos, intestino altamente vascularizado Sinais clínicos: Cães com menos de 8 semanas: depressão, miocar- dite com colapso cardiovascular, edema pulmonar, dificuldade respiratória, tosse Apatia, anorexia, febre, linfoadenomegalia (primeiro local de replicação, isso dói), vômitos (pode apre- sentar conteúdo alimentar, porém com o tempo é apenas conteúdo de bile), diarreia (pode surgir ho- ras depois do vômito ou pode vir junto), dor abdomi- nal, desidratação Aspecto da diarreia: amolecida no início > a medida que a doença progride amolece mais > apresenta estrias de sangue > conteúdo hemorrágico Vômito: vírus se replica também na mucosa gás- trica Apresenta viremia, febre (depois de 48h viremia im- portante) Alterações à necropsia: alças intestinais hemorrági- cas, aumento nos linfonodos mesentéricos, conges- tão fígado/baço, inflamação mucosa estômago. Em alguns casos de pacientes que tiveram parvo, os locais que havia mucosa é substituído com tecido cicatricial, perde função. Síndrome da má absorção (animais que não engordam). Esofagite → vômito persistente úlceras Gastrite → hiperemia, fibrose, úlceras Duodenite → hiperemia, friável, erosinada Alterações anatomopatológicas: necrose tecidual de alças intestinais, podem estar mais curtas, fusi- onadas, corpúsculos de inclusão intranuclear Diagnóstico: definitivo e presuntivo • Definitivo: com precisão • Presuntivo: sugestão Patologia clínica: hematócrito alterado, leucograma (leucopenia, diminuição no número de linfócitos, pode se transformar numa leucocitose). Anticorpos: combatem o vírus, quem os produz são os linfócitos Diagnósticos diferenciais: cinomose, giardíase/an- cylostomose, envenenamento, erliquiose Tratamento: Perdendo muitos líquidos, paciente mal, não está se alimentando. É importante avaliar o grau de desidratação. Pode ser que o animal precise de transfusão. Fluidotera- pia. Jejum, reidratação, antibioticoterapia, antieméticos, protetores gástricos, vitaminas, transfusão, imu- noestimulantes. Vômito: não adianta oferecer comida ou comprimi- dos. Vírus passa pela mucosa destruindo-a, gera lí- quidos. Desidratação: quase em choque hipovolêmico. Antibioticoterapia: principal bactéria isolada em cães com parvo → Escherichia coli Elimina flora bacteriana natural do organismo, elas possuem muita importância. Antibiótico deixa re- ceptores expostos para novas bactérias. Depende da condição do paciente, segurar por 5 dias sem an- tibiótico e observar evolução, se houver melhora não é necessário. Animal chega na clínica em cho- que → lactato alto → não esperar para iniciar anti- biótico. Tratamento antibioticoterapia: • Aminopenicilinas (Amipicilina) 10-20mg/kg IV, IMm, SC – Tid • Quinolonas (Enrofloxacina) 5-20 mg/kg • Nitroimidazois (Metronidazol) • Aminoglicosideos • Amicacina • Gentamicina • Nefro/ ototóxicos • Fetos/ fêmeas prenhas Êmese: Plasil, Ondansetrona, Cerenia Força a passagem pelo trato digestório. Protetores gástricos: Ranitidina (eficácia pequena nessas circunstâncias, devido pH baixo), Famoti- dina Vitaminas: A (reepitelização da mucosa), Z (com- bate radicais livres) e E Vitamina K é anti-hemorrágica, quando há carência o animal sangra, no caso da parvo o animal está sangrando pelas lesões da mucosa digestória. Não fará diferença usá-la. Transfusão: depende do hematócrito (abaixo de 25) Sonda nasogástrica: Enterócitos precisa de energia, paciente em jejum células ficam comprometidas, sonda seria uma al- ternativa importantíssima. Precisa ter raio-x para passar. Por meio dela faz alimentaçãoe controla o vômito (aspira líquido a cada 2h). Alimentação micro enteral por 2 dias e depois ente- ral. Nutralife Antivirais: Interferon 2,5 x 106 UM/kg, 3 dias conse- cutivos Infusão continua com Lidocaína, Morfina + Queta- mina, Torfanol, Cerenia Segredo do sucesso: monitoramento do paciente 24h, vigilância das funções vitais (exame clínico), agressividade do tratamento, carinho, conforto am- biental e psicológico. Profilaxia: • Inespecífica: vazio sanitário (6m – 1 ano) Lysoform • Específica: vacinação Entero-Globulin: solução pronta de anticorpos para parvo Medida profilática: 0,5 – 1mL/kg /SC Tratamento curativo: 1 – 2ml/kg /SC
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