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Vírus A principal motivação para descoberta do primeiro vírus (Vírus da mosaico do tabaco) foi entender a causa de uma doença específica que se espalhou entre indivíduos da mesma espécie (de planta) hospedeira. • 1876 Adolf Meyer: Mostra que a doença do Mosaico do Tabaco é contagiosa; • 1892 Iwanowski: “Doença do Mosaico do Tabaco é causada por um agente filtrável”; p.s.: agente filtrável – no século XIX, os cientistas dispunham apenas de um filtro e os agentes (vírus) filtráveis eram identificados assim: se o liquido filtrado pelo dispositivo criado por Chamberland ainda fosse ativo, então o causador da doença seria um “agente filtrável” e não uma bactéria. • 1898 Martinus Beijerinck: Fluidum vivum contagiosum; • 1898 Loeffler e Frosch: fluindum contagiosum da febre aftosa; • 1901 Walter Reed: fluidum contagiosum da febre amarela; • 1917 Felix d’Herelle: Bacteriófagos; p.s.: bacteriófagos são vírus que apresentam a capacidade de infectar bactérias, as quais são utilizadas para o processo de replicação viral. São encontrados em diferentes locais na natureza e não são responsáveis por causar danos à saúde dos seres humanos. Por parasitarem bactérias, os bacteriófagos atuam nesses locais controlando as populações bacterianas. • 1930: invenção do microscópio eletrônico; • 1950-1960: necessidade de classificação e nomenclatura universal; O vírus é definido, baseado no genoma, como uma sequência genômica capaz de replicação autônoma no interior das células e disseminação entre células ou organismos sob condições apropriadas. Como os vírus são organismos pequenos e bastantes simples, sem organização celular complexa, que são consideradas seres vivos por alguns autores e não vivos por outros. Assim tratamos deles usando termos como “funcionalmente ativos” ou “inativos”. • Constituídos por um só genoma: DNA ou RNA; • Se multiplicam em células vivas – parasitas intracelulares obrigatórios; • Os ciclos de multiplicação incluem como passo inicial, a separação de seu genoma e de suas coberturas protetoras; • A maioria das partículas virais são estruturas relativamente estáveis, ou seja, podem persistir no ambiente sem perder a capacidade de poder infectar novas células hospedeiras, em outras palavras, eles mantêm sua infectividade. • Os vírus podem está presentes em aerossol, gotículas ou perdigoto, fluídos circulantes corporais de animais e homem, alimentos e água, extrato de fluído de uma planta. • Todas as partículas virais são menores que 200nm, com exceção dos poxvírus (300 nm) e tupanvírus (considerado um vírus gigante). Os parvovírus, são as menores partículas virais, aproximadamente esféricos com um diâmetro de certa de 24nm. • Em 1971, David Baltimor propôs a classificação dos vírus baseado na estratégia para a produção do mRNA; David Baltimor recebeu o prêmio Nobel por descobrir que os retrovírus, vírus RNA se reproduz pelo uso de uma enzima, a RNA transcripitase reversa. Já o Comitê Internacional de Taxinomia de Vírus (ICTV), foi estabelecido em 1973 e determina os critérios a classificação e nomenclatura dos vírus (utilizadas universalmente). O sistema universal de classificação de vírus emprega os níveis hierárquicos de reino, sub-reino, domínio, filo, subfilo, classe, subclasse, ordem, subordem, família, subfamília, gênero, subgênero e espécie. A nomenclatura de vírus é um sistema formal de nomes usado para rotular vírus e grupo, baseado no rank de 15 estruturas estabelecido pelo ICTV em 2019. Inicialmente os vírus eram classificados de acordo com o quadro clínico. Grupos de vírus de acordo com critérios epidemiológicos: • Gastroenterites virais: astrovirus, calicivirus, rotavírus, coronavírus, norovirus, adenovírus • Vírus de transmissão sexual: HBV, HIV, CMV, HPV; • Hepatites virais: vírus das hepatites A-E; • Vírus respiratórios: influenza, rinovírus, RSV, parainfluenza, coronavírus, adenovírus; • Arbovírus: flavivírus, togavirus, arenavírus, bunyavirus; • Componentes básicos dos vírus: Capsídeo + Genoma = nucleocapsideo ➢ É uma membrana externa de lipídeos e proteínas (bicamada lipídica) que envolve o vírus. Protege o genoma viral e permite a ligação à célula hospedeira e saída viral da célula. O envelope é derivado da membrana nuclear ou citoplasma de um hospedeiro anterior. No envelope estão incorporadas as proteínas-espículas – geralmente glicoproteínas (relacionada com a infectividade viral), codificadas pelo próprio genoma do vírus. O envelope está associado coma sensibilidade do vírus, os vírus envelopados são menos resistentes as substâncias químicas e físicas, caso do coronav írus , é menos res istente no amb iente (superf íc ies , ob jetos ) e pode ter sua membrana dan if icada e destru ída por detergentes e des infetantes com at iv idade ant im icrob iana, bem como por determinadas temperaturas, sendo fac i lmente e l im inado em superf íc ies do amb iente onde ocorrer um correto processo de l impeza / des infecção . O v írus não enve lopado é ma is res istente dev ido a sua capac idade de se cr ista l izar e ser ma is res istente fora da cé lu la , no amb iente . OU SEJA NÃO CONFERE PROTEÇÃO EXTRA POIS SÃO FACILMENTE DEGRADADOS. Funções do envelope viral: • Adsorção: glicoproteínas se ligam aos receptores celulares; • Penetração do vírus na célula; • Escape viral do sistema imune Exemplo de vírus envelopado: herpesvirus, ortomixovirus, flavivírus, rhabdovirus; Exemplo de vírus não envelopado: rotavírus, parvovirus, adenovírus, papilomavirus; ➢ Camada externa de proteínas que envolve a partícula viral, protege o genoma e permite a adesão/fixação à superfície de uma célula hospedeira. Funções do capsídeo: • Estrutura rígida que confere proteção do genoma viral; • Interação de vírus não-envelopados com as células; • Permitem o transporte viral no interior da célula; • Auxiliam na replicação do genoma viral; • Escape do sistema imune; Simetria do capsídeo: Existem 3 tipos de simetria, são elas: • Simetria icosaédrica Exemplo de vírus com simetria icosaédriaca: adenovírus e vírus da herpes. • Simetria Helicoidal: O vírus melhor estudado com simetria helicoidal é vírus não envelopado do mosaico do tabaco (primeiro vírus descoberto no mundo). Quando falamos nos envelopados com simetria helicoidal temos o vírus da influenza e o vírus da raiva. • Simetria complexa: Na primeira imagem da foto anterior retrata o poxvirus (vírus que causa a varíola). ➢ O material genético do vírus pode ser de DNA ou RNA. O genoma pode ser linear ou circular; fita simples ou dupla. O genoma pode ser Haplóides ou Diplóides Proteínas não-estruturais: • Assegurar a replicação do genoma; • Subverter funções celulares; Proteínas estruturais: • Proteína de capsídeo; • Glicoproteínas de envelopes; • O SARS-coV-2 é um vírus de RNA, com material genético representado por uma única molécula de RNA+ (RNA positivo); • Contém menos de 30.000 nucleotídeos; • Por ser um vírus de RNA as bases nitrogenadas são adenina, citosina, guanina e uracila; • Aproximadamente 29 diferentes proteínas virais são identificadas, mas as mais relevantes são a glicoproteína S e a proteína N; • A glicoproteína S permite a entrada do vírus na célula hospedeira pela ligação ao receptor celular e a fusão da membrana. • A proteína do nucleoclapsídeo que regula o processo de replicação viral; • A proteína S entra em contato com o receptor celular proteico, a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE 2), presente principalmente nas células pulmonares; • A síntese das novas moléculas de RNA+ ocorre no interior das estruturas vesiculares celulares, chamadas de endossomos; • A produção das proteínas virais, por sua vez, ocorre com a participação de ribossomos ligados ao reticulo endoplasmático rugoso na presença do complexo de Golgii, onde ocorrea montagem dos vírions (chamados assim porque ainda não são realmente vírus). Apesar da grande diversidade de vírus, as etapas do ciclo replicativo são semelhantes para todos os vírus. 1. Adsorção 2. Penetração 3. Desnudamento 4. Replicação do genoma viral 5. Montagem do vírus 6. Liberação do vírus ➢ Podemos dizer que a etapa de adsorção é primeiro contato do vírus com o ser humano, quando ele chega e tenta se fixar no corpo humano. Há uma ligação do vírus ao receptor celular; Quem são esses receptores celulares? Proteínas, lipídeos ou carboidratos presentes na membrana celular da célula hospedeira. No vírus não-envelopado o capsídeo que faz essa ligação Vírus – célula humana (grosseiramente falando), já no vírus envelopado essa ligação acontece através do envelope viral. Na imagem abaixo mostra quais são os recepetores e co- receptores virais presente no corpo humano para determinados vírus: A presença do receptor determina o espectro de hospedeiros, o tropismo do vírus e a patogenia. Em outras palavras, se o vírus entra em um corpo e nele não há um receptor compatível para a ligação, não há infecção. ➢ É a entrada do vírus na célula, que pode acontecer de 3 formas: • Penetração direta – apenas para vírus não envelopados Através do capsídeo do vírus acontece a ADESÃO no receptor da célula hospedeira, em seguida acontece a PENETRAÇÃO do material genético do vírus na célula do hospedeiro. • Penetração por endocitose (Pode acontecer tanto com vírus envelopado quanto não envelopado) • Penetração por endocitose de vírus não envelopado: Na penetração por endocitose a proteína viral se liga a membrana plasmática evolverá o vírus que em seguida passará para o interior da célula. Penetração por fusão de membrana de vírus envelopados (HIV, Herpesvírus): A entrada por fusão de membranas só acontece em vírus que possuem envelope viral. O envelope vai se fundir com a membrana da célula liberando assim o capsídeo viral. • É a separação física entre proteínas de capsídeo e o genoma viral; Pode ser um desnudamento total (ex,: flavivírus) ou parcial (ex.: reovirus); Após o desnudamento o genoma viral fica livre no citoplasma ou núcleo da célula para o processo de replicação viral. • Depois da penetração na célula, sucede-se um período em que não é possível detectar partículas virais. Este é chamado de período de eclipse, quando ocorrem os primeiros ciclos de expressão dos genomas virais, que é seguido por um rápido aumento dos vírus presentes no meio de cultivo, reflexo de um período de crescimento que se estabiliza quando as células estão destruídas. Um ponto chave para entendermos as diferentes estratégias de replicação é o fato de que todo vírus em algum momento precisa de RNAs mensageiros, para que suas proteínas sejam sintetizadas. Assim, ocorrem diferentes estratégias de replicação para cada tipo de genoma viral. Além de produzir mRNAs para efetivar a expressão gênica, outro aspecto importante é de que os vírus também têm que multiplicar seus genomas. Assim, haverá necessidade de intermediários, dependendo do genoma viral considerado. • Replicação de vírus de RNA polaridade positiva • Replicação de vírus de RNA polaridade negativa ➢ A liberação do vírus por brotamento da célula hospedeira infectada; As glicoproteínas virais são inseridas na membrana da célula hospedeira e projetada externamente através da membrana; O nucleocapsídeo viral brota através da membrana e adquire o envelope lipídico com espiculas Vírus pode ser liberado devido à lise da célula, ou, se envelopado, pode brotar da célula. Brotamento de vírus não necessariamente mata a célula. Assim, alguns vírus que saem da célula podem montar infecções persistentes. Nem todas as partículas virais liberadas são infecciosas. https://planetabiologia.com/o-que-e-capsideo-viral/ Alguns agentes apresentam características semelhantes aos dos vírus, porém são estruturalmente mais simples. Duas entidades, hoje, são as que assumem maior importância: viroides e príons. ➢ • Contém ácido nucléico; • Depende da coinfecção com um vírus auxiliar; • Principalmente em plantas, pode ser o humano por exemplo o vírus da hepatite delta. ➢ • Pequenas moléculas de ssRNA circulares não encapsidadas que se replicam autonomamente; • Apenas em plantas, por exemplo viróide de tubérculo de fuso de batata; • Depende da célula hospedeira para replicação, nenhuma proteína ou m RNA; ➢ • Proteína infecciosa; • É uma proteína normal chamada de príon celular (PrPc) que muda • Sua forma (anormalmente configurados) e torna-se anormal; • A PrPc está presente em todas as células do corpo, mas tem uma elevada concentração no cérebro; • Alguns dos príons recém-formados resistem à decomposição por enzimas no cérebro. Assim, acumulam- se lentamente. Os príons também estimulam outros PrPC próximos a se converterem em príons e o processo continua. Quando os príons alcançam um determinado número, surge a doença. Os príons nunca retornam à forma PrPC normal. As doenças causadas por príons podem ser: ✓ Esporádicas: de ocorrência espontânea, sem nenhuma razão conhecida (mais comum); ✓ Familiares: ocorrendo em famílias ✓ Adquiridas: adquiridas de material contaminado (incomum).
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