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05 - Glicocorticoides

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Yahanna Estrela 
Medicina – UFCG 
FARMACOLOGIA 
 
GLICOCORTICOIDES 
 
INTRODUÇÃO 
 
✓ Tipos de anti-inflamatórios → AINES (bloqueiam 
a COX), COXIBES e glicocorticoides, que serão 
abordados aqui. 
✓ Definição dos glicocorticoides: são anti-
inflamatórios esteroidais com propriedades 
antialérgicas, imunossupressoras e anti-
inflamatórias. Propriedades “AAI”. 
✓ São medicamentos análogos sintéticos do 
cortisol. A potência com relação ao cortisol 
endógeno pode variar. Os corticoides agem nos 
mesmos receptores (são agonistas) do cortisol. 
✓ Exemplos: dexametasona, betametasona, 
prednisona, prednisolona, metilprednisolona, 
budesonida, mometasona, desonida, fluticasona, 
hidrocortisona, triancinolona. 
✓ São lipossolúveis, então podem ser administrados 
por qualquer via, pois serão bem absorvidos. Isso, 
associado à sua propriedade AAI, facilita sua 
utilização para diversos quadros clínicos. 
✓ Fígado e rins constituem os principais locais de 
metabolismo periférico do cortisol. Sofre 
conjugação com o ácido glicurônico para se 
tornar mais solúvel e ser excretado via renal. 
 
 
Extra: 
• Fígado e Rins apresentam diferentes isoformas 
das enzimas 11B–hidroxiesteróide 
desidrogenase. 
1. Tipo I (11B-HSDI) → Converte Cortisona em 
Hidrocortisona (ativa) no FÍGADO 
2. Tipo II (11B-HSDII) → Converte Cortisol em 
Cortisona (inativo) no RIM 
 
 
 
FISIOLOGIA EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-
SUPRARRENAL 
 
✓ É importante conhecer esse eixo, pois o uso de 
glicocorticoide pode suprimir o eixo hipotálamo-
hipófise, fazendo com que não haja mais 
produção de cortisol. Por isso as prescrições não 
ultrapassam 7 dias, sendo o ideal 5 dias. 
Passando disso, precisa fazer desmame. 
✓ O desmame é utilizado para que seja o eixo volte 
a produzir os hormônios fisiológicos. O desmame 
é feito reduzindo a dosagem gradativamente para 
que o organismo volte a funcionar. 
 
 
 
EXTRA 
 
 
 
 
 
Síndrome de abstinência ao GC: o organismo 
reage à ausência do corticoide. Febre, dor no 
corpo, mal estar. Seu tratamento é feito 
administrando o GC novamente e fazendo 
desmame. 
 
 
 
O paciente pode adquirir tolerância e, 
consequentemente, resistência à determinado 
GC, sendo necessário trocar o fármaco ou 
aumentar a dose. Preferivelmente trocar o 
fármaco. 
 
 
 
O pico de cortisol é pela manhã, por volta de 7h e 
8h da manhã. Dessa forma, o melhor horário do 
dia para se tomar o GC é pela manhã, para que 
ele simule o efeito do cortisol. O uso do GC a 
noite pode gerar insônia. 
 
 
 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
✓ O cortisol, hormônio fisiológico, é transportado 
pela globulina CBG. 
✓ Já o GC é transportado pela albumina. 
 
1. O GC entra na célula alvo por difusão simples; 
2. Ele se liga ao receptor liberando proteínas do 
choque térmico (HSP70 e HSP90); 
3. O complexo GC + receptor migra para o 
núcleo; 
4. O complexo se liga a sequências especificas de 
DNA → GRE (elementos de resposta ao GC. 
São genes regulados pelos GC). 
5. Regulação da transcrição gênica; 
6. Síntese/inibição de proteínas; 
7. Efeito celular. 
 
✓ O efeito celular dos GC são os AAI. Porém, para 
cada efeito, pode haver uma dosagem específica. 
Por exemplo, para imunossupressão, a dosagem 
é maior. 
✓ O GC atua no excesso de ácido araquidônico 
decorrente da inflamação. 
✓ Alguns dos efeitos dos GC no organismo: 
aumentam a expressão da proteína 
lipocortina/anexina, diminuem a expressão de 
COX-2, diminuem a produção de anticorpos (IgE, 
IgG, por exemplo). 
 
 
Na covid, por exemplo, era utilizada apenas após 
7 dias, quando iniciava a fase de inflamação → 
utilizado para diminuir a tempestade de citocinas. 
 
 
 
 
 
No caso de um paciente com asma, o processo 
inflamatório é na musculatura lisa brônquica. 
Inflamações podem ocasionar o aumento das 
substâncias citadas acima, como também de 
leucotrienos, a partir da lipoxigenase. No caso 
dos AINES, eles inibem apenas a COX, deixando a 
via de formação dos leucotrienos livre. Isso 
ocasiona a insuficiência respiratória no asmático 
quando tratado com AINES. 
 
 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 
✓ Síndrome da abstinência ao GC; 
✓ Síndrome de Cushing → patológica (produção 
excessiva de cortisol) ou medicamentosa (uso de 
GC). Para saber qual é, fazer o teste de supressão 
com betametasona. 
o Se for patológico, após o teste, os níveis de 
ACTH e cortisol estarão elevados. 
o Se for medicamentosa, o ACTH e cortisol 
estarão diminuídos devido ao feedback 
negativo. 
o Características da síndrome: 
▪ Face de lua 
▪ Abdome e nuca salientes 
▪ Estrias avermelhadas 
▪ Hipertensão arterial 
▪ Predisposição a diabetes 
 
✓ SNC → insônia, nervosismo, irritabilidade, 
aumento da pressão intracraniana. 
✓ Olhos → aumento de PA intraocular e pode 
desenvolver catarata, como consequência da 
hiperglicemia. 
✓ SCV → aumento da PA devido a aumento de 
sódio e água. 
✓ Catabolismo de proteína → braços e pernas finas 
e pele mais frágil e com equimoses e estrias. 
✓ Metabolismo de lipídios → acúmulo de gordura 
visceral, nucal e facial. Lipogênese na região 
abdominal e lipólise na região de braços e pernas. 
✓ Metabolismo ósseo → Ativação de 
osteoclastos/inibição de osteoblastos e 
diminuição da vitamina D a nível intestinal, 
ocasionando osteopenia, osteoporose e fraturas. 
✓ Metabolismo da glicose → gliconeogênese e 
glicogenólise, ocasionando hiperglicemia e, 
consequente tendência a diabetes. O efeito do 
cortisol é antagonista ao da insulina. 
✓ Diminuição da produção de anticorpos. 
✓ Diminuição da proliferação e marginalização 
leucocitária → suscetibilidade a infecções. 
✓ Diminuição das moléculas de adesão. 
✓ Diminuição das citocinas/quimiocinas. 
✓ Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
(uso prolongado). 
✓ Dificuldade de cicatrização → hiperglicemia e 
catabolização de proteínas. 
 
 
 
USOS CLÍNICOS 
 
✓ Pode ser utilizado para diversos quadros clínicos. 
✓ Deve ser levado em consideração a 
individualidade do paciente → se possui 
comorbidade, idade, etc. 
✓ Buscar sempre uso local, quando possível, para 
evitar efeitos sistêmicos. 
✓ É indicado para distúrbios inflamatórios, doenças 
autoimunes, doenças alérgicas (alimentar, 
dermatológica, etc.), Síndrome de Addison 
(insuficiência adrenal primária), insuficiência 
adrenal secundária. 
✓ Em pacientes que possuem disfunção hepática, é 
preferível o uso de corticoides na forma ativa, 
visto que muitas vezes eles não são capazes de 
biotransformar o profármaco. 
✓ Se um paciente tratado cronicamente com 
glicocorticoide sistêmico tiver seu medicamento 
substituído por um inalatório, por exemplo, é 
preciso ter cuidado para não interromper 
abruptamente a administração sistêmica. 
EXTRA 
✓ A duração da ação desses medicamentos 
depende de fatores como: 
1. Fração do fármaco ligado a proteínas 
plasmáticas 
2. Afinidade do fármaco pela 11B-HSD 2 
3. Capacidade lipofílica do fármaco 
4. Afinidade do fármaco pelo receptor de 
glicocorticoides 
 
 
 
INSUFICIÊNCIAS DA ADRENAL 
 
Síndrome de Addison (insuficiência adrenal 
primária) 
Destruição irreversível do córtex da adrenal 
(dessa forma, comprometerá tanto os níveis de 
cortisol quanto de aldosterona). 
Hiperpigmentação; baixa de Na+ e alta de K+; 
aumento de Renina; hipotensão 
 
Insuficiência adrenal secundária 
Alteração no hipotálamo, hipófise ou uso 
prolongado de glicocorticoides. Não tem 
comprometimento da aldosterona. 
 
Tratamento 
Hidrocortisona (tem “comportamento” análogo 
ao cortisol. Tanto para reposição quanto para 
inflamação. Aguda: hidrocortisona injetável. Uso 
prolongado: prednisona ou prednisolona 
associado a fludrocortisona (no caso da primária, 
devido ao efeito poupador de Na+, mas em 
baixas doses). 
 
 
 
 
Uso em caso de risco de parto prematuro 
 
Para prevenir a síndrome da angústia respiratória 
no recém-nascido, deve-se fazer uma indução 
hormonal com corticoides potentes para 
estimular a maturação pulmonar do bebê, para 
que haja a produção de surfactante pelos 
pneumócitostipo 2. Medicamento de 1 escolha: 
betametasona. Deve-se ser aplicado e ter no 
mínimo 48h antes do parto. Se o parto ocorrer 
antes dessas 48h, não há garantia de eficácia e 
provavelmente será necessária intubação do RN e 
utilização da betametasona diretamente no RN. 
 
Estresse diminui a imunidade, tendo em vista 
que pode aumentar em até 10x os níveis de 
cortisol. 
 
 
 
Pacientes transplantados têm que usar GC para 
evitar rejeição. 
 
 
 
Por que é preferível usar prednisona em 
grávidas? 
 
A prednisona é pró-fármaco da prednisolona. É 
biotransformado no fígado pela 11B-
hidroxiesteroide desidrogenase I (11-BHDS I) em 
prednisolona. Nos rins, a 11-BHDS II transforma 
em cortisona (inativa). Em grávidas, mesmo que 
algum resíduo de prednisona passe direto no 
fígado, é inativo. Na placenta tem a 11-BHDS II, 
então não haverá biotransformação. O fígado do 
feto é imaturo, por isso não há como ele 
converter. 
 
 
 
Como é o tratamento da asma? 
 
• 1 etapa: beta-agonista de ação curta quando 
for necessário; 
• 2 etapa: corticosteroide inalatório em baixas 
doses; 
• 3 etapa: corticosteroide inalatório em médias 
doses; 
• 4 etapa: corticosteroide inalatório em médias 
doses + beta-agonista de ação longa; 
• 5 etapa: corticosteroide inalatório em altas 
doses + beta-agonista de ação longa; 
• 6 etapa: corticosteroide inalatório em altas 
doses + beta-agonista de ação longa + 
corticosteroide oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICAMENTOS 
 
 
 
✓ Hidrocortisona 
• Mais próximo a ação fisiológica do cortisol, por isso 
é usado para reposição hormonal em caso de 
insuficiência da adrenal. 
 
✓ Fludrocortisona 
• Como mostrado acima, possui 10x mais ação anti-
inflamatória do que o cortisol, porém possui 125x 
mais potência de retenção de sódio 
• Ele não é utilizado para inflamação, apenas para 
reposição de efeito mineralocorticoide (como na 
insuficiência adrenal primária). É usado em 
concentrações muito baixas 
 
✓ Prednisona 
• É pró-fármaco da prednisolona 
• Via oral 
• Potencial anti-inflamatório 4x maior que o cortisol 
• Possui efeito mineralocorticoide menor que o 
cortisol endógeno 
 
✓ Prednisolona 
• Via oral 
• Potencial anti-inflamatório 4x maior que o cortisol 
• Efeito mineralocorticoide é menor do que o cortisol 
endógeno 
 
✓ Metilprednisolona 
• Medicamento injetável 
• É pouco mais potente que a prednisona e 
prednisolona 
• Efeito mineralocorticoide é menor que o da 
prednisolona e prednisona, consequentemente, 
menor que o do cortisol. 
 
✓ Triancinolona 
• Mesma potência farmacológica do 
Metilprednisolona 
• Sem efeito mineralocorticoide 
 
✓ Betametasona e Dexametasona 
• Corticoides 25x mais potentes que o cortisol. 
• Não tem efeito mineralocorticoide

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