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SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 1 🥁 SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! Coriolano, nos seus 75 anos, ainda se considera um atleta, do xadrez… pois exercício só com a cabeça. É o que comenta com os colegas e amigos. Trabalhou no ramo administrativo por longos anos e se aposentou. Relembra os momentos de grande estresse pelo qual passou durante esse período. Nos últimos 15 anos foi alertado de que sua pressão arterial estava elevada e que precisava modificar seu estilo de vida: dieta, medicações e praticar atividade física. Só aceitou mesmo foi a medicação. Resolveu deixar de beber há três anos, por recomendação e insistência médica. Foi alertado que seu peso estava acima dos limites desejados. Há um ano seus exames de sangue mostraram colesterol sérico total de 300 mg/dL (desejável: até 200mg/dL) e glicemia de jejum 120 mg/dL (desejável: até 99mg/dL). Foram acrescentados então mais alguns medicamentos para diminuir o colesterol e passado uma dieta restrita de gorduras e carboidratos, o que não seguia regularmente. Esses últimos dias vinha sentindo uma dor estranha no braço esquerdo com irradiação para o pescoço, sem ter feito nenhum esforço com esse braço, pois é destro. Resolveu então procurar atendimento médico. Conceitos Colesterol sérico Problemas Coriolano era sedentário e possuía dieta rica em carboidratos e lipídeos. Coriolano sofria de estresse no trabalho Coriolano estava obeso, hipertenso,com dislipidemia, glicemia elevada. Coriolano sentia dor no braço esquerdo com irradiação para o pescoço. Coriolano precisava modificar seu estilo de vida Coriolano foi resistente com a mudança de hábitos Trabalhou no ramo administrativo , no qual passou por grande estresse Hipóteses Coriolano estava tendo um Infarto Agudo do Miocárdio. O sedentarismo e dieta do coriano ocasionaram a dislipidemia, glicemia elevada e a hipertensão. A dislipidemia ocasionou aterosclerose em Coriano. O estresse no trabalho de Coriolano foi a causa da HAS. Descritores SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 2 Envelhecimento / Aging. • Sistema Cardiovascular / Cardiovascular System. • Inflamação / Inflammation. • Fatores Epidemiológicos / Epidemiologic Factors. • Doenças Cardiovasculares / Cardiovascular Diseases. • Idoso / Aged. • Doença Crônica / Chronic Disease. • Fatores Sociológicos / Sociological Factors. • Exercício Físico / Exercise. • Prevenção de Doenças / Disease Prevention. • Dislipidemias / Dyslipidemias. • Diabetes Mellitus / Diabetes Mellitus. • Hipertensão / Hypertension. • Hábitos / Habits. • Fatores de Risco / Risk Factors. • Diagnóstico por Imagem / Diagnostic Imaging Questões de Aprendizagem 1. Descreva as alterações causadas no sistema cardiovascular durante o envelhecimento e como prevenir. (acelerar o processo de envelhecimento do sistema) O processo de envelhecimento Embora seja uma fase previsível da vida, o processo de envelhecimento não é geneticamente programado, como se acreditava antigamente. Não existem genes que determinam como e quando vamos envelhecer. Há, sim, genes variantes que favorecem a longevidade ou reduzem a duração da vida. Estudos sugerem que a genética é responsável por apenas 25% do ritmo do envelhecimento. Os outros 75% correspondem às particularidades de cada indivíduo, por exemplo, por hábitos e estilo de vida, fatores ambientais, condições socioeconômicas e doenças crônicas. Portanto, o envelhecimento pode variar muito de pessoa para pessoa, ser mais tranquilo ou desafiador, gradativo para uns e mais rápido para outros. O pico da maior parte das funções biológicas relacionadas com a idade ocorre antes dos 30 anos e declinam gradual e linearmente, o declínio pode ser crítico sob condições de estresse, mas normalmente tem pouco ou nenhum efeito sobre as atividades diárias. Portanto, as doenças, mais do que o envelhecimento normal, são a causa primária das perdas funcionais durante o envelhecimento. Apenas cerca de 10% dos indivíduos idosos praticam atividades físicas regulares por > 30 minutos, 5 vezes/semana (uma recomendação comum). Cerca de 35 a 45% praticam atividades mínimas. Os indivíduos idosos tendem a se exercitar menos que outros grupos etários por muitas razões, mais SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 3 comumente pelos distúrbios que limitam a sua atividade física. Os benefícios da atividade física para idosos são muitos e muito superiores aos riscos (p. ex., quedas, rompimento ligamentar, estiramento muscular). Os benefícios incluem: Redução da taxa de mortalidade, mesmo para fumantes e obesos Preservação da força muscular esquelética, capacidade aeróbica e da densidade mineral óssea que contribui para maior mobilidade e independência Redução do risco de obesidade Prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares (incluindo reabilitação após infarto do miocárdio), diabetes, osteoporose, câncer de cólon e transtornos psiquiátricos (principalmente transtornos de humor) Prevenção de quedas, assim como as lesões relacionadas a quedas por meio de melhora da força muscular, equilíbrio, coordenação, função articular e resistência (endurance) Melhora da capacidade funcional Oportunidades de interação social Melhora do senso de bem-estar Possivelmente melhora da qualidade do sono A atividade física é uma das poucas intervenções que podem restaurar a capacidade fisiológica depois de ter sido perdida. Os efeitos não modificáveis do envelhecimento podem ser menos dramáticos do que se pensa, e o envelhecimento mais saudável e vigoroso torna-se possível para muitas pessoas. Atualmente, as pessoas com > 65 anos são mais saudáveis que seus antecessores e permanecem saudáveis por mais tempo. → No caso do sistema cardiovascular O envelhecimento causa uma série de mudanças e adaptações. Também aumenta as chances de problemas. E aqui podemos incluir complicações que envolvem o coração, os vasos sanguíneos ou ambos. A probabilidade de doenças ou eventos graves é maior entre os adultos com 65 anos ou mais. Tudo vai depender do histórico de cada um ao longo dos anos. Livre de doenças, anormalidades ou fatores de risco, como pressão alta, tabagismo, diabetes, obesidade e sedentarismo, o coração será poupado, mantendo sua dinâmica mesmo na oitava década de vida, não perdendo função ou vigor com o passar dos anos. Ou seja, o coração de um idoso tem capacidade de funcionar tão bem quanto de um jovem. Com o envelhecimento, diversas alterações podem acontecer no sistema cardiovascular, em diferentes aspectos: musculatura cardíaca, valvas, artérias coronárias, sistema elétrico, dinâmica SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 4 cardíaca, entre outros. O que não quer dizer que gerem alguma repercussão prejudicial. São adaptações necessárias. → Elasticidade Com a idade, a função do coração é influenciada, principalmente, pela diminuição da elasticidade e da capacidade do órgão em responder às mudanças de pressão do sistema arterial, aumentando assim sua resistência à ação de bombeamento, e como consequência, o trabalho necessário para conduzir o sangue. Normalmente, o coração continua a bombear sangue suficiente, suprindo todas as partes do corpo. Porém, em determinados casos, pode não ser capaz de desempenhar tal função tão bem quanto antes, em especial em situações que exigem mais, como em casos de constante tensão emocional e estresse, esforço físico excessivo, doenças, infecções, lesões e até em decorrência de certos medicamentos. Além disso, o coração é um órgão que, com o envelhecimento, não apenas se atrofia, mas se hipertrofia, ou seja, aumenta de tamanho. Entre 30 e 90 anos de idade há um aumento da massa cardíaca de 1 a 1,5 g/ano. Isso por si só não traz nenhum problema. O risco surge para aqueles com esclerose valvar ou pressão arterial alta, principalmente quando não há um controle bem estabelecido. → Alterações da dinâmica cardíaca Não devemos esquecer de mencionar as possíveis alterações da dinâmica cardíaca. Em repouso, o coraçãode um indivíduo mais maduro funciona quase do mesmo modo que o órgão de um jovem, porém, a frequência cardíaca (número de vezes que o coração bate em um minuto) é discretamente mais baixa. Durante atividades físicas, o coração do idoso não atingirá frequência cardíaca máxima dos tempos de juventude. → Válvulas cardíacas Há ainda mudanças nas válvulas cardíacas, as responsáveis por manter o sangue fluindo na direção correta. A estenose (estreitamento) das válvulas pode dificultar o fluxo de sangue. Válvulas cardíacas com vazamento, por sua vez, acarretam no acúmulo de fluido, o que SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 5 prejudica o bombeamento do coração. Ambas as condições enfraquecem o coração com o tempo. A estenose valvar aórtica (ou estreitamento da válvula aórtica) é a doença valvar mais comum em adultos idosos. → Artérias coronárias Em relação as artérias coronárias, com o tempo, existe um risco maior do desenvolvimento da chamada doença arterial coronária (DAC). No entanto, é preciso destacar que ela não ocorre apenas pela idade. Pelo contrário. Fatores de risco já mencionados aqui (genética, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia, tabagismo, obesidade e sedentarismo) são as principais causas dessa enfermidade. → Miocárdio Já o miocárdio (músculo cardíaco) sofre uma degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso. Também é possível observar o acúmulo de gordura (inclusive placas gordurosas) e aumento do colágeno em determinadas regiões do órgão. Modificações que são decorrentes do desgaste progressivo e da perda de elasticidade e maior rigidez nas paredes arteriais. Isso provoca ampliação da calcificação das artérias e propicia o desenvolvimento de arteriosclerose (o endurecimento destes vasos sanguíneos). O consequente endurecimento das artérias leva a uma pressão arterial elevada, que sem os cuidados necessários e se somado a fatores adicionais, podem desencadear o desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares, como a DAC, um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, há a possibilidade de aneurismas, que se desenvolvem em uma das principais artérias do coração ou do cérebro. Os aneurismas são um alargamento ou abaulamento de uma parte de uma artéria devido à fraqueza na parede do vaso sanguíneo. Se um aneurisma romper, causa sangramento e até a morte. → Dificuldade no relaxamento da musculatura do ventrículo esquerdo Outra consequência é uma possível dificuldade no relaxamento da musculatura do ventrículo esquerdo, o que pode levar a diminuição no enchimento desta cavidade do coração e, em decorrência disso, a uma insuficiência cardíaca. → Insuficiência Cardíaca A insuficiência cardíaca, aliás, é umas das complicações cardiovasculares mais comuns em pessoas idosas. Naqueles com mais de 75 anos, ocorre 10 vezes mais frequentemente do que em adultos jovens. Surge tanto de repente, sem sinais, como em decorrência secundária a infecções, a partir do histórico de doença arterial coronariana ou ainda depois de um ou mais ataques cardíacos (infarto do miocárdio). → Alterações do sistema de condução dos estímulos elétricos O envelhecimento gera também alterações do sistema de condução dos estímulos elétricos do órgão. Quando isso ocorre, há um bloqueio parcial dos batimentos cardíacos e, como resultado, SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 6 a ocorrência de desmaios e talvez a necessidade do implante de um marca-passo. Entre os problemas com o coração e vasos sanguíneos é possível incluir: coágulos sanguíneos, trombose venosa profunda, tromboflebite, doença vascular periférica, resultando em dor intermitente nas pernas ao caminhar e varizes. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/geriatria/abordagem-ao-paciente-geriátrico/alterações- físicas-associadas-ao-envelhecimento#v1130874_pt https://institutodelongevidademag.org/longevidade-e-saude/saude-fisica/efeitos-do-envelhecimento-no- coracao 2. Quais as principais doenças cardiovasculares que acometem os idosos e os aspectos epidemiológicos e fatores relacionados. Com o envelhecimento a incidência de doenças cardiovasculares e aumenta consideravelmente, chegando a 50% daqueles com idade superior a 75 anos e temos que estar preparados para tratá-las e o que é mais importante, preveni-las. Como podemos deduzir estas doenças cuja base é a aterosclerose, afetam não só o coração mas também os vasos sanguíneos incluindo os responsáveis pela circulação do cérebro e podem levar até a morte, principalmente por infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência cardíaca. 5 principais doenças cardíacas no idoso: Pressão alta A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é a doença cardiovascular número um dos consultórios médicos direcionados à saúde na terceira idade. Ela é caracterizada pela força desproporcional do sangue nas paredes das artérias (acima de 140 x 90 mmHg em 3 avaliações seguidas). É causada, na maioria das vezes, pela ingestão excessiva de sal na alimentação, mas também está relacionada ao sedentarismo, ao histórico familiar e, é claro, à velhice. O envelhecimento dos vasos sanguíneos aumentam a pressão sobre o coração e dificultam as contrações. O grande perigo desta complicação é justamente porque raramente provoca sintomas. A pressão alta é silenciosa e é um Insuficiência cardíaca Essa doença já foi mencionada algumas vezes neste artigo, sempre relacionada às outras doenças, como a valvopatia e a cardiopatia. Pode ainda se desenvolver a partir de uma pressão alta não tratada, ou qualquer outra doença cardiovascular que enfraquece o músculo cardíaco e dificulta o trabalho do coração. A insuficiência cardíaca não tem cura, mas pode ser tratada para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Ela se mostra presente causando cansaço progresivo, inchaço das pernas e pés, sensação de falta de ar e tosse seca. O tratamento envolve o uso de medicamentos controlados, a prática de exercícios físicos regularmente e uma fisioterapia especial para insuficiência https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/geriatria/abordagem-ao-paciente-geri%C3%A1trico/altera%C3%A7%C3%B5es-f%C3%ADsicas-associadas-ao-envelhecimento#v1130874_pt https://institutodelongevidademag.org/longevidade-e-saude/saude-fisica/efeitos-do-envelhecimento-no-coracao https://www.grupopaxnacional.com.br/blog/38-exercicios-ideais-para-a-terceira-idade.html SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 7 dos principais fatores de risco para infartos e AVCs. A parte boa é que o uso de medicamentos, assim como mudanças nos hábitos do dia a dia, podem facilmente controlar a hipertensão. Arritmia A degeneração natural das células que ajudam na contração do músculo cardíaco, faz com que o coração comece a contrair de forma regular, ou bater com menos frequência. Em casos graves, sintomas como cansaço constante, dor no peito e sensação de incômodo na garganta podem aparecer. Mas esta é outra doença cardiovascular silenciosa, na maioria das vezes não apresenta sintomas. Ela é perigosa pois pode causar parada cardíaca e morte súbita. O ideal é manter os exames de eletrocardiograma em dia. Converse com o seu cardiologista. Valvopatia Outra das principais doenças cardiovasculares que não apresenta sintomas até que a condição se agrave, a valvopatia é caracterizada pelo acúmulo de cálcio nas válvulas do coração. Esse acúmulo faz com que as válvulas fiquem mais grossas e duras, dificultando a passagem do sangue para os vasos sanguíneos. O resultado é o enfraquecimento, ainda mais, do músculo cardíaco e insuficiência cardíaca. Como a valvopatia apresenta vários estágios de evolução, o ideal é que a condição seja descoberta o mais cedo possível. Cardiopatia isquêmica cardíaca. Em casos graves, pode ser necessário um transplante de coração. Aneurisma da aorta abdominal Esta doença ainda não tem uma causa determinada, mas acredita-se que está relacionada afragilidade das paredes da aorta, problema agravado durante a velhice, e por isso é assunto da saúde na terceira idade. Essa doença é caracterizada pela dilatação da aorta. Essa dilatação é preenchida com sangue e pode, com o passar do tempo, se romper e provocar uma hemorragia interna, muitas vezes fatal. Pode causar dores locais, nas costas, abdômen e flanco. Também é comum sentir uma massa abdominal pulsante e náuseas. Dentre as principais doenças cardiovasculares mencionadas neste artigo, o aneurisma da aorta é o mais preocupante. Ele nem sempre aparece nos exames cardiológicos e é de difícil controle. Sinais de problemas no coração Como podemos ver ao longo deste artigo, muitas doenças cardiovasculares podem ser silenciosas e não mostrar nenhum sinal. Mas ainda assim acreditamos que todos podemos ficar atentos a alguns sinais de problemas no coração. Aqui você vai encontrar desde os sinais mais comuns, até aqueles de difícil reconhecimento. Isso porque os sinais podem variar de acordo com o sexo, a idade e o peso do indivíduo. Confira a seguir os principais sinais de problemas no coração: Fadiga ou esgotamento; Falta de apetite; SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 8 Esta doença está ligada à terceira idade principalmente por causar doenças secundárias comuns na velhice, como a diabetes e o colesterol alto. É caracterizada pelo entupimento das artérias, impedindo que o músculo cardíaco receba oxigênio suficiente. As paredes do coração podem se contrair dificultando o bombeamento cardíaco. Ao contrário das outras doenças cardiovasculares mencionadas anteriormente, a cardiopatia isquêmica provoca sintomas bem perceptíveis, como dores constantes no peito, palpitações, cansaço excessivo e até mesmo falta de ar ao caminhar ou subir escadas. Se não tratada pode levar a doenças mais graves como insuficiências cardíaca e arritmias, mas o grande perigo está na possibilidade de uma parada cardíaca. Náuseas; Desmaios; Dor no maxilar; Dor no pescoço; Inchaço de membros; Tosse noturna; Sangramento na gengiva; Suor frio ou sudorese intensa; Extremidades frias; Ganho de peso anormal; Vontade de urinar várias vezes à noite. https://www.grupopaxnacional.com.br/blog/44- principais-doencas-cardiovasculares-na-terceira- idade.html 3. Descreva a fisiopatologia do Infarto agudo do miocárdio, fatores de risco, exames diagnósticos (marcadores cardíacos). https://www.grupopaxnacional.com.br/blog/40-alimentos-ideais-para-diabetico.html https://www.grupopaxnacional.com.br/blog/44-principais-doencas-cardiovasculares-na-terceira-idade.html SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 9 SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 10 Um infarto é definido como uma área de necrose isquêmica causada pela falta de suprimento arterial ou drenagem venosa. Pode acometer qualquer tecido do corpo, porém os infartos mais comuns são do miocárdio e cerebral. Normalmente os infartos são causados pela oclusão arterial trombótica ou embólica, mas também podem ser causados por vasoespasmo, rompimento de placa de ateroma e tumores (compressão extrínseca do vaso). Os infartos são classificados de acordo com a cor e presença ou ausência de infecção. Assim, eles podem ser: vermelhos (hemorrágicos) ou brancos (anêmicos) e podem ser sépticos ou assépticos. Os infartos vermelhos são causados por oclusões venosas; em tecidos frouxos onde o sangue pode se acumular na região infartada; em tecidos com circulação dupla, como o pulmão, pois isso permite o fluxo sanguíneo de um SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 11 vaso paralelo desobstruído; na zona necrótica; em tecidos congestionados pelo fluxo venoso lento; e quando o fluxo é restabelecido em um local de necrose ou que estava ocluído. Esses infartos são mais frequentes no pulmão, onde aparecem macrófagos carregados de hemossiderina. Os infartos brancos Ocorrem com oclusões arteriais em órgãos sólidos que possuem circulação arterial terminal, como coração, baço e rim, e onde a densidade do tecido limita a entrada de sangue dos leitos capilares próximos à área necrótica. Os infartos sépticos Ocorrem quando as vegetações das válvulas cardíacas infectas embolizam ou quando microorganismos se instalam no tecido necrótico. Esses infartos são substituídos por abscessos, acompanhado de reação inflamatória mais vigorosa. A característica histológica do infarto é a necrose coagulativa isquêmica. Mas vale ressaltar que se a oclusão ocorrer antes do indivíduo morrer, não será possível identificar alterações histológicas, pois o tecido leva de 4 a 12 horas para exibir necrose evidente. Além disso, nas margens do infarto se inicia uma inflamação aguda em poucas horas, que se define dentro de 2 dias, e normalmente essa inflamação é acompanhada por mecanismos de reparo. A maioria dos infartos são substituídos por cicatriz (áreas de fibrose), com exceção do cérebro, onde o infarto causa necrose liquefativa. Os principais fatores que causam infarto são: A natureza do suprimento vascular: a falta de circulação colateral determina o quanto de dano a oclusão do vaso irá causar. Os pulmões, por exemplo, são mais protegidos de um infarto causado por trombo, pois apresentam duplo suprimento arterial (pulmonar e brônquico). A taxa de desenvolvimento da oclusão: as oclusões de desenvolvimento lento têm menor probabilidade de provocar infarto, pois seu crescimento permite que haja tempo para que se desenvolva circulação colateral alternativa, promovendo fluxo sanguíneo ainda que o vaso principal esteja obstruído. A vulnerabilidade à hipóxia: quando privados de oxigênio por mais de 4 minutos os neurônios sofrem danos irreversíveis. As células miocárdicas são mais resistentes à hipóxia, sobrevivendo até 30 minutos em isquemia, e após esse tempo os fibroblastos ainda estão ativos, vistos que participarão do processo de cicatrização da área infartada. Teor de oxigênio sanguíneo: a obstrução parcial de um vaso menor, que não causaria problemas em indivíduos normais, pode provocar infarto em paciente anêmico ou cianótico, visto que nesses casos, o indivíduo possui complicações no transporte de oxigênio (deficiências na hemoglobina). SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 12 https://sanar-courses-platform-files.s3.sa-east-1.amazonaws.com/DISTRBIOSHEMODINMICOS- 200822-102208-1613137967.pdf?pid=explorer https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala- aula/5da9f795132ed4001119e45b/5ec5a147c09a5700194f80fd/documento/5da9f77475f1530028c2f5f6 4. Descreva a fisiopatologia das principais doenças cardiovasculares (arterioesclerose) e exames de imagens que podem ser utilizados para diagnóstico. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) A insuficiência cardíaca congestiva, também chamada de ICC, é uma condiçãocaracterizada pela perda da capacidade do coração bombear sangue corretamente, o que diminui o transporte de oxigênio para os tecidos, resultando em sintomas como cansaço, falta de ar e aumento dos batimentos cardíacos O diagnóstico dessa doença é feito pelo cardiologista por meio do teste de esforço, raio-x de tórax e ecocardiograma, em que pode-se verificar o funcionamento do coração. É importante que a doença seja identificada logo nos primeiros sintomas para que o tratamento apresente bons resultados. Normalmente o médico indica o uso de medicamentos que diminuem a pressão, além da recomendação da melhora dos hábitos de vida. Doença arterial coronariana É caracterizada pelo acúmulo de placas nas pequenas artérias cardíacas que levam o sangue até ao músculo do coração. Quando isso acontece, as células musculares do coração não recebem oxigênio suficiente e acabam não funcionando corretamente, o que leva ao surgimento de sintomas como dor constante no peito ou cansaço fácil. Além disso, quando uma dessas placas se rompe, ocorre um conjunto de processos inflamatórios que acabam resultando numa obstrução do vaso, fazendo com que o sangue deixe de passar completamente até ao coração e provocando o surgimento decomplicações graves como angina de peito, infarto, arritmia ou, até mesmo, morte súbita. Os sintomas da doença arterial coronariana estão relacionados à angina, que é uma sensação de dor em forma de aperto no peito, que dura de 10 a 20 minutos e que pode irradiar para o queixo, pescoço e braços. Mas a pessoa pode também apresentar outros sinais e sintomas, como: cansaço ao realizar pequenos esforços físicos, sensação de falta de ar, tonturas, suor frio, náusea e/ou vômitos. O diagnóstico da doença coronariana deve ser feito pelo cardiologista e, normalmente, é iniciado com uma avaliação do risco de doença cardíaca, o que inclui uma análise do histórico clínico, assim como avaliação da pressão arterial e nível de colesterol no exame de sangue. Além disso, e caso considere necessário, o médico pode ainda pedir a realização de outros exames mais específicos, como eletrocardiograma, ecocardiograma, angiografia coronária, teste de esforço, tomografia computadorizada e outros exames de sangue. Estes exames ajudam não só a chegar no diagnóstico da doença coronariana, mas também a descartar outros possíveis problemas cardíacos. Cardiomiopatia hipertrófica https://sanar-courses-platform-files.s3.sa-east-1.amazonaws.com/DISTRBIOSHEMODINMICOS-200822-102208-1613137967.pdf?pid=explorer https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5da9f795132ed4001119e45b/5ec5a147c09a5700194f80fd/documento/5da9f77475f1530028c2f5f6 SP 3.2 - Oi tum, tum, bate coração! 13 A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença grave que leva ao aumento da espessura do músculo cardíaco, deixando-o mais rígido e com maior dificuldade em bombear o sangue. O termo cardiomiopatia refere-se ao desgaste progressivo da estrutura e da função das paredes musculares das câmaras do coração. Há três tipos principais de cardiomiopatia. Além de cardiomiopatia hipertrófica, existem cardiomiopatia dilatada e cardiomiopatia restritiva (consulte também Considerações gerais sobre cardiomiopatia). O termo cardiomiopatia é usado apenas quando um distúrbio afeta diretamente o músculo cardíaco. Outras doenças, tais como hipertensão arterial e válvulas cardíacas anormais (como estenose aórtica), também podem acabar causando espessamento do músculo cardíaco e insuficiência cardíaca. 5. Qual o papel da rede de apoio na melhora do quadro de pacientes com doenças crônicas? Na estrutura da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, a Atenção Básica à Saúde (ABS) tem caráter estratégico por ser o ponto de atenção com maior capilaridade e potencial para identificar as necessidades de saúde da população e realizar a estratificação de riscos que subsidiará a organização do cuidado em toda a rede. É responsável também por realizar ações de promoção e de proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde para a maior parte da população (BRASIL, 2011b). Desse modo, o desenvolvimento do cuidado integral à saúde que impacte na situação de saúde, na autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades passa por um papel central da ABS, de modo articulado com os demais pontos de atenção da rede. Para que a ABS desempenhe efetivamente seu papel de ordenadora da rede e coordenadora do cuidado, é fundamental garantir sua expansão e qualificação em todo o território nacional. O bom funcionamento das RAS depende primordialmente da existência de um trabalho compartilhado entre os profissionais da atenção básica e os especialistas focais. Adicionalmente, deve-se ressaltar que, por especialistas focais, entendemos não somente os médicos, mas outros profissionais, como os enfermeiros, cuja atuação é sabidamente efetiva e eficiente (MENDES, 2012). O papel dos pontos de atenção ambulatorial especializada (AAE) e atenção hospitalar no cuidado às pessoas com doenças crônicas deve ser complementar e integrado à atenção básica, superando a atuação fragmentada e isolada que ocorre na maioria das localidades hoje. Para tato, é necessário que a oferta de serviços por esses pontos de atenção seja planejada a partir do ordenamento da RAS pela ABS. No caso da relação entre os profissionais da atenção básica e os especialistas focais, é fundamental que o cuidado seja coordenado pelos profissionais da atenção básica. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/cardiomiopatia/cardiomiopatia-dilatada https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/cardiomiopatia/cardiomiopatia-restritiva https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/cardiomiopatia/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-cardiomiopatia
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