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SGRUPO BRASIL DE APOIO AO SURDOCEGO E AO MÚLTIPLO DEFICIENTE SENSORIAL
Rua Baltazar Lisboa, 212 - Vila Mariana 
CEP: 04110-060 - São Paulo - SP
Fone: 11 5579-5438 / 5579-0032
Site: www.grupobrasil.org.br
e-mail: contato@grupobrasil.org.br
S É R I E
Elaboração: AHIMSA-Associação Educacional para Múltipla Deficiência
O Grupo Brasil desenvolve um 
P r o g r a m a d e n o m i n a d o 
“Semear”, o qual tem por missão 
difundir informações nas áreas de 
surdocegueira e deficiência 
múltipla sensorial.
Este folheto traz informações 
sobre os direitos das famílias, da 
comunicação e da pessoa 
surdocega, visando ao pleno 
exercício da cidadania.
Em 1991, Salvatore Lagati do 
Serviço da Consultoria Pedagógica em 
Trento, Itália, começou uma cruzada para 
conseguir a aceitação da palavra única 
“surdocego” no lugar da palavra 
hifenizada “surdo-cego”. Sua crença era 
que a “surdocegueira é uma condição que 
apresenta outras dificuldades além 
daquelas causadas pela cegueira e pela 
surdez” (Lagati, 1993 p. 249).
O termo hifenizado indica uma 
condição que somaria as dificuldades da 
surdez e da cegueira. A palavra sem hífen 
indicaria uma diferença, uma condição 
única e o impacto da perda dupla é 
multiplicativo e não aditivo.
Lagati escreveu e explicou sua 
proposta a 30 agências ao redor do mundo 
que trabalham com pessoas que são 
surdocegas. Ele recebeu retornos 
bastante positivos de todas as pessoas 
que responderam. Na Alemanha, Polônia, 
Rússia e nos países nórdicos, a palavra 
“surdocego” sempre foi usada sem o 
hífen. Os representantes de outros países 
incluindo os E.U.A., França, Grã-
Bretanha, Índia, Espanha e Suíça 
concordaram que a mudança seria 
desejável. Lagati apresentou esta 
informação na Conferencia Internacional 
da IAEDB em Orebro, Suécia.
 Em 1993, ambos IAEDB e SENSE 
concordaram em usar o termo 
“surdocego” em suas publicações. A 
Associação Canadense de Rubéola e 
Surdocegueira também adotou o termo. 
Lagati relatou estes resultados na 
Conferência Européia da IAEDB em 
Postdam, Alemanha em 1993.
Salvatore Lagati escreveu um 
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton 
Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, 
MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é 
subvencionado por uma doação da Fundação Conrad 
N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.”
Fontes: Título original: Lagati, S. (1995). “Deaf-blind” 
or “Deafblind”,- International Perspectives on 
Terminology, p. 306. Journal of Visual Impairment & 
Blindness, May-Jun 1995 - Título original Deafblind or 
Deaf-blind , Side Bar On Termimology 
Acesso www.deafblind.com/lagati.html em 28/01/05 - 
Título traduzido: Surdocego ou Surdo-Cego hífen na 
terminologia
Tradução: Laura Lebre Monteiro Anccilotto 2002. - 
Revisão 2005- Dalva Rosa e Laura Lebre Monteiro 
Anccilotto
artigo que aparece no mais recente 
Journal of Visual Impairment-Blindness, 
edição especial sobre surdocegueira. Ele 
está agora propondo que “os profissionais 
da área deveriam chegar a um acordo 
sobre a definição do termo” e então “usar 
a palavra única, sem hífen em todas as 
publicações ” (Lagati, 1995, p. 306).
Esta proposta enfrenta um futuro 
incerto nos E.U.A., a terminologia tem 
sido um assunto discutido calorosamente 
neste país por algum tempo. A 
preocupação com o termo “politicamente 
correto” também parece ter uma maior 
influência nos E.U.A. do que em muitos 
outros países. Recentes sinônimos 
incluem “imperfeição sensorial dupla”, 
“desafiado visualmente e auditivamente” 
pessoa com “surdocegueira” etc. A 
política editorial para a perspectiva dos 
surdo-cegos (Reiman, 1993) requer o uso 
da linguagem “pessoa que é surdo-cega”. 
Esta utilização parece ter uma aceitação 
geral nos E.U.A.. Talvez, se Salvatore 
Lagati continuar sua cruzada, a pessoa 
que é surdocega terá uma aceitação global 
futura.
SURDOCEGO OU SURDO-CEGO 
HÍFEN NA TERMINOLOGIA
• Os pais têm o direito de um tempo 
necessário para vencer os inúmeros 
sentimentos de confusão e de dor que os 
envolvem quando nasce um filho especial.
• Os pais têm o direito de uma informação 
fidedigna, do ponto de vista médico, psicológico 
e educacional sobre as condições atuais e as 
futuras possibilidades de seu filho.
• Os pais têm o direito a uma compreensão 
clara da sua função de pais para atender 
satisfatoriamente às necessidades específicas 
de seu filho.
• Os pais têm o direito de participar dos 
programas educacionais e de reabilitação de seu 
filho.
• Os pais têm o direito de participar da 
avaliação periódica dos programas educacionais 
e terapêuticos, do planejamento dos novos 
objetivos que possam ser necessários em 
consequência do tempo e dos progressos ou das 
novas observações realizadas durante o 
tratamento ou do processo educacional.
• Os pais têm o direito a uma informação 
correta e segura dos sistemas de ajuda que a 
comunidade dispõe para atender às suas 
necessidades econômicas, intelectuais e 
emocionais.
• Os pais têm direito de estabelecer contato 
com outros pais de crianças deficientes, a fim de 
compartilhar seus sentimentos e esperanças, 
bem como, a compreensão humana em resposta 
ao desafio de educar seu filho deficiente.
• Os pais têm o direito a desenvolverem-se 
como pessoas e não só como pais de uma 
criança deficiente. É preciso fazê-los entender 
que não se espera que sejam perfeitos, mas 
simplesmente humanos, no sentido de que seu 
amor, sua preocupação e sua bondade são seus 
maiores valores.
“Se os pais forem reconhecidos nestes direitos, 
chegarão a constituir verdadeiros passos 
fundamentais na reabilitação e na educação da 
criança que apresenta alguma deficiência”.
DIREITOS DOS PAIS
Referência: Alfredo Barale
Tradução: Lilia Giacomini - 1997 - Revista Mano Sobre Mano - Argentina
DIREITOS DAS PESSOAS
SURDOCEGAS
Promulgados em Estocolmo em 1991 na
IV Conferência Mundial “Helen Keller”.
A Semana Helen Keller ocorre na última semana do mês de junho, porque se 
refere à data de nascimento de Helen Keller a mais famosa pessoa 
surdocega da história.
Tradução da versão em espanhol extraida do Estatuto da 
“Asociación de Padres de Personas Sordociegas de la República 
Argentina”
Tradução: Susana M. M. Aráoz
Grupo Brasil 1998 - revisado em 2001/2006.
1) Todo país deve criar um censo 
demográfico de sua população 
surdocega para planejar serviços de 
atendimento.
2) A surdocegueira é uma 
deficiência única, e não a simples 
somatória de duas deficiências ela 
requer serviços especializados.
3) É imprescindível dispor de 
p r o f i s s i o n a i s a l t a m e n t e 
especializados em cada país e 
solicitar o auxílio de outras nações 
para o desenvolvimento dos 
mesmos.
4) A comunicação é a barreira mais 
importante para o surdocego no seu 
desenvolv imento pessoa l e 
educacional. Portanto deve-se dar 
prioridade ao ensino de técnicas 
e/ou métodos de comunicação 
eficazes utilizando todos os 
sentidos remanescentes.
5) Todo país deve oferecer 
oportunidades para a educação 
especializada aos surdocegos.
6) O surdocego pode vir a ser 
produtivo; devem-se estabelecer 
programas de capacitação e 
inclusão profissional.
7) É necessário dar prioridade à 
preparação profissional de guias-
i n t é r p r e t e s e i n s t r u t o r e s 
mediadores, imprescindíveis para 
garantir o exercício da cidadania aos 
surdocegos.
8) É necessário facilitar sistemas 
alternativos de residência para o 
surdocego adulto, de acordo com 
sua capacidade e preferência.
9) A sociedade tem o dever de 
p r o m o v e r a o s u r d o c e g o 
possibilidades de lazer e inclusão na 
comunidade.
10) É essencial que se divulguem as 
possibilidades, necessidades e 
conquistas dos surdocegos para que 
a s o c i e d a d e c o l a b o r e n a 
implementação de serv iços 
governamentais e comunitários.
Obs: Fica proposto a criação da 
“Semana de Conscientização sobre 
a Surdocegueira “HELEN KELLER”.
DIREITOS DE 
COMUNICAÇÃO
T o d a s a s pe s s o a s , 
independentemente da extensão e 
severidade das suas deficiências, têm o 
direito de influenciar, através da 
comunicação, as suas condições de 
existência.
Além deste direito básico, existem 
outros direitos de comunicação que 
deverão ser assegurados nas interações 
diárias que são:
1) O direito de solicitar objetos, ações, 
acontecimentos, pessoas e de exprimir 
preferências pessoais e sentimentos.
2) O direito a que lhe sejam dadas 
alternativas e oportunidades de escolha.
3) O direito de rejeitar ou recusar 
objetos, acontecimentos, ações, 
incluindo o direito de rejeitar ou voltar 
atrás em todas suas preferências.
4) O direito de pedir e obter atenção a 
partir da interação com a outra pessoa.
5) O direito de pedir feedback ou 
informação em relação a uma situação, 
objeto, pessoa ou outro acontecimento 
de interesse.
6) O direito a um programa de 
intervenção ativa que possibilite às 
pessoas com deficiência a comunicação 
das mensagens, referidas acima, usando 
as formas que lhes sejam acessíveis e de 
maneira tão eficiente quanto a sua 
capacidade o permita.
7) O direito a ter os seus atos de 
c o m u n i c a ç ã o r e c o n h e c i d o s e 
respondidos mesmo que a intenção 
desses atos não encontre respostas 
positivas junto ao interlocutor.
8) O direito a ter acesso a todo sistema 
de comunicação alternativa ou 
aumentativa a qualquer momento e a ter 
estes sistemas sempre em condições de 
funcionamento.
9) O direito a contextos ambientais, 
interações e oportunidades que dêem às 
pessoas com deficiência encorajamento 
e possibilidades de comunicação que 
lhes permitam ser parceiros de 
comunicação com todas as pessoas, 
incluindo colegas.
10) O direito a ter informação sobre as 
pessoas, coisas e situações no seu 
ambiente próximo.
11) O direito de receber comunicação de 
uma forma que reconheça e dê 
importância à dignidade da pessoa a 
quem nos dirigimos, incluindo o direito a 
ser parceiro nas trocas comunicativas 
que se lhe referem quando estiver 
presente.
12) O direito a receber comunicação de 
forma que lhe sejam significativa e 
compreensível.
“Nacional Joint Commitee for the Communication needs of Persons With 
Severe Disabilities (1992). Guidelines for Meeting the Communications 
Needs of Persons with sever e Disabilities. ASHA, 34 (March, supp. 7) 1-8.
Grupo Brasil 1997 - Revisão 2001.

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