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Endometriose: definição, fisiopatologia, sintomas e diagnóstico

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DEFINIÇÃO:
-Distúrbio	ginecológico	benigno	definido	pela	presença	de	tecido	endometrial	fora	da	cavidade	uterina.
-Glândulas	endometriais	e	estroma (por	isso	o	diagnóstico	é	anatomopatológico).	
-Pode	ocorrer	em	qualquer	parte	do	corpo,	sendo	os	principais	sítios	de	implantação	o	peritônio	pélvico,	ovários,	septo	
retovaginal	e	ureter.	
-Devido	ao	fato	de	ser	uma doença	hormônio-dependente,	a	endometriose	ocorre	sobretudo	na	idade	reprodutiva,	tendo	pico	
de	diagnóstico	na	terceira	década	de	vida.	
OBS:	Não	confundir	com	adenomiose,	que	ocorre	quando	há	tecido	endometrial	dentro	do	miométrio.	
FISIOPATOLOGIA	E	ETIOLOGIA:
-A	causa	da	endometriose	ainda	não	é	totalmente	esclarecida.	No	entanto,	existem	várias	teorias que	tentam	explicar	os	
mecanismos	dessa	doença.
TEORIAS:
-Teoria	de	Sampson:	teoria	do	refluxo	menstrual.	
-Metaplasia	do	epitélio	celômico:	transformação	de	células	totipotenciais	peritoneais	em	células	endometriais.
-Disseminação	linfática:	endometriose	à	distância	(principalmente,	pulmonar).
-Deficiência	imunológica:	não	destruição	de	células	endometriais	na	cavidade	abdominal.
-Iatrogênica:	procedimentos	cirúrgicos.
-Em	conjunto	com	as	teorias	de	surgimento	da	endometriose,	existem	alterações	nos	sistemas	hormonais	e	imunes que	atuam	
no	favorecimento	dessa	doença.
FATORES	DE	RISCO:
-Existem	uma	série	de	fatores	que	podem	ser	relacionados	ao	surgimento	da	endometriose.	Aparentemente,	a	endometriose	
é	uma	doença	poligênica	e	multifatorial,	resultantes	da	interação	genética	com	fatores	ambientais	envolvidos.
-História	familiar	materna.
-Malformações	uterinas,	principalmente	as	que	tem	estenose	do	colo	uterino,	hímen	perfurado	- menstruação	volta	para	a	
cavidade	abdominal.
-Menarca	precoce.
-Ciclos	menstruais	curtos.
-Menstruação	prolongada	e	fluxo	aumentado.
-Nuliparidade	e/ou	1ª	gestação	tardia	(a	partir	dos	35	anos	de	idade).
-Raça	parda	ou	asiática.
-Café	e	bebidas	alcoólicas	- provocam	alterações	vasculares	que	alteram	sistema	imunológico,	favorecendo	o	aparecimento	de	
endometriose.	
SINTOMAS:
-A	endometriose	pode	ser	assintomática	em	cerca	de	um	terço	das	pacientes.	No	entanto,	nas	pacientes	sintomáticas	os	
sintomas	mais	comuns	são:
Dismenorreia	progressiva - principal	queixa	das	paciente	é	de	ter	muita	cólica	e	de	forte	intensidade,	que	vai	piorando	
ao	longo	do	tempo.	As	vezes	a	paciente	tem	que	deixar	de	fazer	suas	atividades	da	vida	diária	devido	dor.
ü
Dispareunia - dor	interna	durante	o	ato	de	penetração.	ü
Dor	pélvica	crônica - pacientes	vivem	a	base	de	medicamentos	para	dor.ü
Infertilidade	e	esterilidade - endometriose	não	provoca	em	si	esterilidade,	mas	é	bem	frequente	nesse	grupo	de	
pessoas.
ü
LESÕES:
-Focos	de	endometriose	(intra-abdominais):	divididos	em	lesões	recentes	(vermelhas,	devido	presença	de	conteúdo	
hemático) e	antigas	(pretas).
-Endometriomas - lugares	organizados	císticos	dentro	da	cavidade	abdominal,	associação	de	várias	lesões	que	vão	formando	
uma	cavidade,	uma	cápsula,	para	conter	o	sangue,	que	é	irritativo	para	a	cavidade	abdominal.	Esse	cisto	perde	a	capacidade	
de	oxigenação	da	hemoglobina,	por	isso	ficam	pretos.	
-Aderência	pélvica - ao	toque	vaginal	encontramos	uma	pelve	congelada	(ou	é	câncer	avançado	ou	é	uma	endometriose).
LOCALIZAÇÃO:
-Ovário.
-Fundo	de	saco	posterior	ou	de	Douglas	e	anterior.
-Ligamentos	largos.
-Ligamentos	útero	sacros.
-Trompas.
-Cólon	sigmoide.
-Apêndice.
-Distantes,	principal	é	o	foco	pulmonar.
DIAGNÓSTICO:
-O	diagnóstico	de	endometriose	é	suspeitado	com	base	na	história,	sinais	e	sintomas,	sendo	corroborado	pelo	exame	físico	e	
técnicas	de	imagem.	Além	disso,	muitas	pacientes	são	oligo	ou	assintomáticas,	retardando	o	diagnóstico.
-Vale	lembrar	que	a	correlação	dos	sintomas	com	o	período	menstrual	tem	grande	importância	para	a	suspeita	diagnóstica.	
-Exames	laboratoriais	podem	ser	solicitados	para	excluir	outras	causas	de	dor	pélvica,	através	de	hemograma,	dosagem	sérica	
ou	urinária	de	gonadotrofina	coriônica	humana,	exame	e	cultuas	de	urina,	culturas	vaginais	e	esfregados	de	colo	uterino	
podem	ser	realizados	para	excluir	infecções	ou	complicações	da	gestação.
-US	transvaginal:	exame	simples,	barato	e	amplamente	difundido,	que	identifica	endometriomas (cavidades	císticas,	descritas	
como	conteúdo	espesso).
-US	com	preparo	intestinal:	identifica	lesões	intestinais,	fundo	de	saco,	aderência.
-Ressonância	magnética:	alto	custo	e	pouco	disponível,	que	identifica	lesões	profundas.	Apresenta	melhores	taxas	de	
sensibilidade	e	especificidade.
-Cistoscopia,	urografia	excretora	e	uroressonância (as	vezes	paciente	se	queixa	de	disúria	intensa	apenas	no	período	
menstrual).
-Retossigmoidoscopia	e	colonoscopia (devido	protorragia	periódica,	paciente	refere	que	faz	coco	com	sangue).
-Videolaparoscopia:	permite	o	diagnóstico	e	tratamento da	endometriose.
-Marcadores	tumorais:	CA	125,	alta	sensibilidade	e	baixa	especificidade.	Podendo	servir	para	controle	pós-operatório.
OBS:	O	padrão	ouro	de	diagnóstico	hoje	são	o	US	transvaginal	ou	US	com	preparo	intestinal.	
TRATAMENTO:
-Expectante:	doença	mínima	(paciente	assintomática	e	com	poucos	focos	de	endometriose)	e	perimenopausa.
-Clínico:	casos	leves	entrar	com	anticoncepcional	hormonal	contínuo (de	preferência),	análogos	GnRH (fator	liberador	das	
gonadotrofinas,	não	produz	estrógeno	e	progesterona,	faz	atrofia	de	endométrio	e	entra	no	climatério	de	forma	precoce;	não	
pode	ser	usado	por	muito	tempo	devido	grandes	efeitos	colaterais	e	depois	de	6-9	meses	de	tratamento	começa	cursar	com	
osteoporose),	progesteronas (dienogeste,	que	mais	permite	atrofia).
-Cirúrgico	por	laparotomia	ou	laparoscopia:	conservadora (preserva	a	reprodução)	ou	cirurgia	definitiva (retirada	do	útero	e	
ovários).
Prof	Caero
ENDOMETRIOSE
segunda-feira,	6	de	junho	de	2022 08:07

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