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PATOLOGIA II - IMED - Yasmin G Dias DOENÇAS RENAIS VASCULARES # quase todas as patologias renais secundariamente envolvem os vasos sanguíneos # a hipertensão está intimamente associada ao rim, sendo a doença renal tanto causa ou consequência do aumento da pressão arterial # lesões associadas à hipertensão e a estenose da artéria renal NEFROESCLEROSE: # expressão utilizada para designar as lesões (esclerose) nas pequenas artérias e arteríolas renais associadas à hipertensão arterial # representada por hialinose na íntima e espessamento das paredes vasculares com estreitamento da luz e alterações isquêmicas no parênquima renal # isquemia leva à glomeruloesclerose e lesão tubulointersticial crônica - redução da massa renal funcional # encontradas também no diabetes melito e no envelhecimento # PATOGENIA: · espessamento da média e íntima em resposta a alterações hemodinâmicas, genética e envelhecimento · hialinização das paredes arteriolares → devido ao extravasamento de proteínas plasmáticas e deposição aumentada de matriz da membrana basal # MORFOLOGIA: · MACRO: · rins com tamanhos normais ou reduzidos · na superfície cortical apresentam granulações pequenas, finas e homogêneas · na progressão, ocorre redução do tamanho e peso do órgão → devido a cicatrização e adelgaçamento da cortical · MICRO: · estreitamento das luzes das pequenas artérias e arteríolas → por conta do espessamento e hialinização das paredes (arteriolosclerose hialina) · cicatrizes subcapsulares com glomérulos e túbulos escleróticos alternando com o parênquima normal - superfície granulosa · arteríola aferente, hialinose intimal; hiperplasia do aparelho justaglomerular · hiperplasia fibroelástica: as artérias interlobulares e arqueadas mostram hipertrofia medial, replicação da lâmina elástica interna e aumento do tecido muscular e elástico (miofibroblástico) na íntima → estreitando a luz vascular. Lesão vem acompanhada de arteriolosclerose hialina e aumenta a gravidade com a idade e na hipertensão · estreitamento vascular promove focos de atrofia tubular e fibrose intersticial e alterações glomerulares (redução da celularidade, colapso MBG, deposição de colágeno nos espaços de Bowman, fibrose periglomerular e esclerose total glomerular) → atrofia isquêmica irregular # ASPECTOS CLÍNICOS: · pessoas de ascendência africana, pessoas com graves elevações da pressão arterial, e pessoas com uma segunda doença subjacente (diabetes) possuem chances de serem acometidas por insuficiência renal ou uremia; no geral é incomum que nefrosclerose cause IR ou uremia NEFROESCLEROSE MALIGNA: # doença vascular renal associada à hipertensão maligna ou acelerada # hipertensão acelerada pode surgir em normotensos mas acomete principalmente pacientes com hipertensão arterial essencial ou secundária # hipertensão maligna corresponde a até 5% dos casos de HA (hipertensão arterial) → ocorre mais em jovens, homens e negros # PATOGENIA: · lesão vascular com lesão endotelial, aumento da permeabilidade dos vasos com saída fibrinogênio e outras proteínas plasmáticas · morte focal das células da parede vascular e deposição plaquetária → necrose fibrinóide dos vasos com ativação de fatores de coagulação causando trombose intravascular · o PDGF (fatores mitogênicos das plaquetas), o plasma e outras células estimulam hiperplasia do músculo liso na íntima dos vasos → arteriosclerose hiperplásica · rins se tornam isquêmicos · níveis elevados de renina plasmática # MORFOLOGIA: · rins com hemorragias petequiais na superfície cortical · necrose fibrinóide das arteriolas: parede do vaso com aparência manchada e granular, eosinofílica, devido a deposição de fibrina; inflamação mínima (geralmente não é vista); glomérulos necróticos e infiltrados com neutrófilos; capilares glomerulares podem trombosar · arteriolite hiperplásica: artérias e arteríolas interlobulares → há espessamento da íntima por edema, neoformação colágena e elástica, proliferação de fibroblastos e de células musculares lisas alongadas arranjadas concentricamente → bulbo de cebola; trombose intraluminal sobreposta · lesões arteriolares e arteriais promovem estreitamento das luzes vasculares, atrofia isquêmica, infarto distal # ASPECTOS CLÍNICOS: · pressões sistólicas maiores do que 200 mmHg e diastólicas maiores que 120 mmHg · papiledema; hemorragias retinais; encefalopatia; anormalidades cardiovasculares; insuficiência renal · sintomas iniciais: dor de cabeça (pressão intracraniana aumentada), náuseas, vômitos e problemas visuais (escotomas) ESTENOSE DA ARTÉRIA RENAL: # estenose da artéria renal unilateral é responsável por 2 a 5% dos casos de HA → a correção cirúrgica do estreitamento pode curar o estado hipertensivo # isquemia causada por obstrução da artéria renal induz aumento da secreção renina, aparelho justaglomerular, resultando em aumento dos níveis de angiotensina II - causa HA # PATOGENIA: · causa mais comum de estenose da artéria renal é o estreitamento na origem da artéria renal pela placa de ateroma; principalmente em homens, incidência aumenta com a idade e o diabetes melito → placa concêntrica com a sobreposição de uma trombose é frequente · o segundo tipo de lesão que leva à estenose é a displasia fibromuscular da artéria renal → espessamento fibroso ou fibromuscular envolvendo a íntima, a média ou a adventícia - média é a mais envolvida; mais comum em jovens e mulheres. # MORFOLOGIA: · MACRO: · rim isquêmica está reduzido de volume e mostra sinais de atrofia isquêmica difusa · arteríolas no rim isquêmico → leve arteriosclerose · rim isquêmico contralateral apresenta arteriosclerose mais grave, varia com a gravidade da hipertensão · MICRO: · glomérulos envoltos por túbulos atróficos · fibrose intersticial · infiltrado inflamatório focal REFERÊNCIAS: Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010. ………………………………CONCEITOS-CHAVE → NEFROSCLEROSE…………………………. A nefrosclerose, que é comumente associada à hipertensão, é definida pela presença de vários graus de glomeruloesclerose, fibrose intersticial, atrofia tubular, arteriosclerose e arteriolosclerose. A redução luminal da vasculatura renal (artérias e arteríolas) contribui para a glomerulosclerose (tanto global quanto segmentar), que posteriormente pode causar fibrose intersticial e atrofia tubular. A nefrosclerose maligna está associada à hipertensão maligna. As lesões renais se manifestam como necrose fibrinóide de arteríolas e arteriolosclerose hiperplásica. Esta última lesão afeta as artérias e arteríolas interlobulares e é caracterizada pela proliferação de céls do músculo liso da parede arterial, que estão dispostas de forma concêntrica.
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