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Liderança Tornar-se um líder é um processo gradativo que depende de investimentos tanto em habilidades quanto em conhecimentos e emoções; a capacidade de liderar é um conjunto de aptidões que podem ser aprendidas e aperfeiçoadas mesmo naqueles que são considerados líderes natos. Sempre é possível melhorar e lapidar. O papel do líder é fundamental na elaboração e desenvolvimento de estratégias, na condução e motivação de grupos para que estes possam alcançar, de maneira individual e coletiva, seus propósitos pessoais e profissionais. A liderança coloca energia e define a direção nas corporações. CONCEITOS DE LIDERANÇA Podemos encontrar várias definições que tentam explicar o que é liderança, mas vamos nos concentrar em dois autores para desenvolver esses conceitos: Chiavenato e Robbins. Este último define liderança como a “capacidade de influenciar um conjunto de pessoas para alcançar metas e objetivos” (2010, p. 359). A influência pode ser formal, vinda do cargo que o líder ocupa, ou informal, quando vem de pessoas que são respeitadas por suas ações ou opiniões, mas não são lideranças formais. Ambas são importantes e têm seu lugar de destaque na estrutura da empresa. Segundo Robbins, as organizações precisam de líderes desafiadores, com visão de futuro, inspiradores de times que serão os responsáveis pela realização dessas visões; líderes que sejam capazes de gerenciar os trabalhos dentro de sistemas corporativos eficientes. De acordo com Chiavenato (2005), liderança é uma forma de poder pessoal através do qual uma pessoa influencia outra para provocar ou modificar o comportamento dela. Ele define poder como o potencial de influência de um indivíduo sobre o outro, e a autoridade é o poder reconhecido e socialmente aceito; a percepção de poder em um líder está fortemente ligada à sua capacidade de persuadir e motivar seu time. Em sua visão, existem cinco tipos diferentes de poder, que podem ser derivados da posição (coerção, recompensa e legitimado) ou da pessoa (competência e referência) e sete táticas de poder (como influenciar o time), que veremos em seguida. TIPOS DE PODER Poder coercitivo é baseado no medo e na imposição; o liderado sabe que sofrerá algum tipo de penalidade caso não atenda às exigências do líder. Já o poder de recompensa se baseia no incentivo ou reconhecimento da equipe; no caso do poder legitimado, esse se origina da posição ou cargo que o líder ocupa no grupo ou na empresa – nesse cenário, é a hierarquia que determina o nível de autoridade. Esses foram os poderes baseados na posição; vamos ver agora aqueles derivados da pessoa. O poder de competência, como o próprio nome já diz, está apoiado no talento, no conhecimento técnico e na competência de seu ocupante; os liderados o enxergam como alguém que está além de seus próprios conhecimentos. Por último, temos o poder de referência, que está apoiado na atuação e no carisma do líder: ele é admirado por suas ações e seus traços de personalidade que lhe dão referências positivas com sua equipe. Seu poder vem da admiração e do desejo do time em querer se parecer com ele. Vale lembrar que a verdadeira liderança deve se basear em exemplos de poder de competências ou referências, para que seja capaz de gerar resultados por meio das pessoas e não por pressão, dádivas ou por conta do cargo que ocupa. TÁTICAS DE PODER Para que os gestores possam provocar ações de sua equipe, ele precisa influenciá-los, e, para isso, utilizar de certas estratégias. A primeira delas é a razão, que usa fatos e dados objetivos para uma exposição lógica de ideias. Se ele utilizar de elogios, mostrar-se amigável, em um clima de boa vontade ao fazer uma solicitação, estará utilizando a amabilidade. Ao procurar obter apoio de outras pessoas na empresa para certa ideia, fará uso da coalizão. Já se a negociação for seu meio de troca de favores ou benefícios, a barganha será sua tática. A afirmação cita regras e ordens de forma direta e enfática, enquanto a autoridade superior se utiliza do apoio de altos escalões da empresa para aprovação de sua ideia. Cada corporação tem sua forma de utilizar as táticas de poder, dependendo de quais são aceitáveis pelos gestores e quais não são. ESTILOS DE LIDERANÇA O tema liderança é, sem dúvida, um dos mais estudados graças à sua importância no mundo corporativo, que solicita líderes cada vez mais eficazes para renovar e estimular as empresas rumo a novas conquistas. // Teoria dos traços de personalidade Essa linha de estudo foi uma das primeiras a serem elaboradas e busca descrever as lideranças com base em seus traços de personalidade. No decorrer de diversas pesquisas neste campo, vários traços foram considerados como importantes nas características de lideranças; no entanto, de um modo geral, líderes que são extrovertidos (assertivos), que conseguem manter seus compromissos com disciplina (conscienciosos), além de serem criativos e flexíveis (abertos a mudanças), levam vantagem em relação à sua eficácia. As pessoas tendem a seguir o líder que acreditam que as levará no caminho certo. Esta teoria revela algumas limitações, pois não aponta um conjunto único de traços que possam representar todas as lideranças, além de funcionar melhor para prever a liderança do que sua explicação. Contudo, mais recentemente, certas competências e habilidades foram consideradas como essenciais para a eficácia das lideranças. Veja: 1. Impulso Motivação para perseguir objetivos. 2. Motivação para liderar Uso do poder para influenciar pessoas. 3. Integridade Confiança e vontade para transformar palavras em ações. 4. Autoconfiança Impressionar as pessoas para torná-las mais confiantes. 5. Inteligência Focada em processar informações, analisar alternativas e descobrir oportunidades. 6. Conhecimento do negócio Gerar ideias que auxiliem a empresa a ser bem-sucedida. 7. Inteligência emocional Habilidade de se adaptar, sensibilidade nas situações e automonitoramento. 8. Flexibilidade cultural Atenção e sensibilidade cultural, reconhecer e valorizar a diversidade. 9. Habilidades de comunicação Bons líderes são hábeis em sua comunicação verbal e não verbal. 10. Habilidades relacionadas com pessoas Promover um clima de aprendizado através de treinamentos, aconselhamento, informações compartilhadas. 11. Criatividade Inovação na solução de problemas. 12. Autogerenciamento do aprendizado Aprendizado contínuo. Apesar dessas habilidades e competências não serem traços de personalidade ou estilos de gerenciamento, elas são um conjunto de comportamentos que o líder deve demonstrar para obter seus resultados e não podem ser separadas umas das outras. Elas devem existir de forma complementar para terem mais força e integração; bons líderes devem ser multitalentosos e capazes de usar, ao mesmo tempo, todo o seu conjunto de habilidades para ganhar poder e influência, motivar as pessoas, administrar conflitos e proporcionar apoio para sua equipe. Devemos enxergar a liderança sob um ponto de vista macro: líder e liderados devem estar comprometidos em uma relação aberta que proporcione aprendizado e desenvolvimento para todas as partes envolvidas. // Teoria comportamentais Elas propõem que certos comportamentos diferenciam os líderes daqueles que não são e que é possível treinar as pessoas para se tornarem líderes. Buscam mapear e compreender o comportamento das lideranças para, assim, perceber como as pessoas lideram suas equipes e quais são suas técnicas de administração. Elas oferecem sete estilos de liderança, que são: líder autocrático, o liberal ou Laissez Faire, democrático, orientado para a produção, orientado para as pessoas, estrutura de iniciação e estrutura de consideração. Veja: A liderança autocrática é centralizadora, fixa diretrizes e supervisiona a equipe de perto; há pouco espaço para discussões e as decisões devem seracatadas. Ainda que pareça difícil lidar com esse estilo, em algumas situações de pressão ou prazos muito curtos, um líder dominador pode ser a melhor opção, contanto que esse estilo seja amenizado assim que o contexto mudar. Na liderança Laissez Faire, o grupo tem total liberdade de ação e esse líder interfere muito pouco nas decisões, com participação mínima nas atividades, limitando-se a dar instruções gerais ao time. Este estilo só é eficaz, se o grupo for suficientemente maduro, hábil e responsável para se autogerenciar; caso contrário, o resultado pode ser desastroso. Quando o líder conduz a equipe, orienta o grupo em suas atividades e diretrizes, incentiva a participação de todos nas decisões e sua autoridade é descentralizada, temos o estilo democrático. Sua grande vantagem é promover o desenvolvimento das pessoas, além de seu amadurecimento enquanto profissionais. No estilo orientado para a produção, o nome se explica: esta liderança prioriza os aspectos técnicos e práticos do trabalho, enfatizando o cumprimento dos objetivos e tarefas do grupo. O colaborador é visto como um meio para a realização do trabalho. Já para o líder orientado para as pessoas, o foco está nas relações interpessoais, nas necessidades de seu time e na aceitação das diferenças pessoais; sua base de liderança é atingir os resultados através das pessoas. No caso da estrutura de iniciação, este estilo se refere à forma como o líder é capaz de definir seu papel em relação aos papéis dos liderados, ou seja, quem faz o que e até onde cada um pode chegar em termos de autonomia (líder e equipe). Lideranças com alto grau de estruturação delegam tarefas aos membros, enfatizam o cumprimento dos prazos e cobram o desempenho. O estilo de estrutura de consideração tem relação com a capacidade do líder em manter relacionamentos de trabalho confiáveis e de respeito às ideias dos seus membros, tendo consideração por seus sentimentos. Esse líder demonstra interesse nos problemas pessoais de seus liderados, trata a todos como iguais e oferece apoio e reconhecimento. // Teoria contingenciais Esta linha de estudo enfatiza a influência da situação e do contexto no estilo de liderança exercido pelo gestor, levando em consideração o ambiente, a tarefa, a equipe e os objetivos. Sob determinadas condições, o líder pratica o estilo A, porém, se as condições mudarem, ele pode, também, mudar seu estilo de gerenciar sua equipe. Ainda de acordo com os autores, vamos considerar três modelos de estilos de liderança que levam em consideração as situações em que acontecem: Modelo de Contingência de Fiedler, Teoria Situacional de Hershey e Blanchard e Teoria do Caminho-meta de House. O Modelo de Contingência de Fiedler propõe combinar o estilo do líder com a situação organizacional, ou seja, escolher o líder que vai se adequar à determinada situação, na qual ele será mais eficaz. O primeiro passo é identificar o estilo do gestor, detectando se ele é mais orientado para a tarefa ou para as relações pessoais; para esta verificação, a teoria se baseia em três variáveis: relações entre líder e liderados (a forma como os membros apoiam o líder), estrutura da tarefa (entendimento dos membros quanto aos objetivos e procedimentos) e poder da posição (grau de autoridade do líder para recompensar ou corrigir e seu conhecimento da tarefa). Com essas informações, é possível ajustar o líder à situação em que ele tenha melhores resultados. Equipes com baixo rendimento, gerenciadas por um líder orientado para os relacionamentos, podem melhorar seu desempenho se forem administradas por outro orientado para a tarefa. Equipes produtivas, porém, com mau relacionamento, pedem um gestor voltado aos relacionamentos, para melhorar o clima entre os membros. Outra alternativa seria modificar a situação ou contexto para se adequar ao estilo do líder: reestruturar as tarefas, aumentar ou limitar seu poder de recompensa. A Teoria Situacional de Hersey e Blanchard destaca o grau de maturidade das equipes, que podem ser mais maduras (membros capacitados tecnicamente e mais confiantes) ou menos (integrantes com poucos recursos técnicos e mais inseguros); o nível de maturidade técnica e emocional determina o estilo do líder em seu gerenciamento. O estilo de contar é usado nas equipes com baixa habilidade e baixo desejo de executar o trabalho, onde o líder define as tarefas e incentiva os membros a assumirem sua responsabilidade por elas. Se a equipe está motivada, porém, não tem ainda o domínio das tarefas, o estilo de vender é o mais indicado, pois diminui a insegurança no trabalho ao dar apoio técnico e encorajar o entusiasmo. No caso de equipes capazes, mas desmotivadas, é necessário que o líder tenha o estilo participativo, atuando com ações de incentivo sem deixar de lado o apoio ao trabalho. O estilo delegativo caracteriza um líder de equipes maduras, coesas e motivadas e sua principal atuação é direcionar o dia a dia do trabalho. A responsabilidade do líder no alcance das metas passa diretamente pelo aumento da motivação da equipe: é o que diz a Teoria do Caminho-meta de House. Nessa linha de pensamento, o estilo do líder deve facilitar o caminho da sua equipe para o atingimento das metas, reduzindo as dificuldades através de informações, recursos e apoio. Os estilos deste gestor podem ser de liderança diretiva, apoiadora, orientada para resultados ou participativa. Como o seu nome já diz, a liderança diretiva guia os times nas tarefas, demonstrando o que deve ser feito e de que maneira ser executado: planejamento e programação das atividades, objetivos de desempenho e padrões de comportamento, regras e procedimentos. Ela é muito eficaz em situações em que as tarefas não são muito claras ou falta estrutura para executá-las, visto que o líder decide tudo. Em um contexto onde as tarefas são estressantes, repetitivas ou desagradáveis, a liderança apoiadora pode tornar o ambiente mais agradável e a execução das atividades melhor. Ela cria um clima de equipe, elevando a satisfação do time, pois foca sua atuação nas relações interpessoais; em linhas de produção, nas quais o trabalho é frustrante, monótono e cansativo, esse estilo pode amenizar o desconforto da atividade. A liderança orientada para resultados incentiva seus liderados a atingir níveis mais altos de qualidade e desempenho. O líder mostra confiança em sua equipe e em suas habilidades para atingir níveis desafiadores de performance ao encorajá-los a buscar novos padrões de qualidade em seu trabalho. Quando o líder valoriza as opiniões e sugestões de seus liderados, incentiva sua participação na tomada de decisões e nas reuniões de trabalho, ele está praticando a liderança participativa. O líder ideal deve praticar estes quatro estilos ao mesmo tempo, de acordo com a situação ou contexto do momento, adaptando-se ao cenário que envolve equipe, tarefa, complexidade e ambiente. // Teoria dos traços de personalidade // Teoria comportamentais
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