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Unidade 3 Bases Biológicas e Sociais do Comportamento Humano Tainá Thies Psicologia do Desenvolvimento Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora TAINÁ THIES A AUTORA Tainá Thies Olá! Meu nome é Tainá Thies. Sou formada em Letras, com especialização em Linguística, mestrado em Teoria da Literatura e, atualmente, cursando Psicologia, com uma experiência técnico- profissional na área de Educação e Aprendizagem de mais de 10 anos. Atuei em empresas que me colocaram em contato com a diversidade do povo brasileiro e me fizeram amar ainda mais a Educação, a Psicologia e a Língua Portuguesa. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Os fatores que influenciam no desenvolvimento do psiquismo ..12 Fatores biológicos ........................................................................................................................... 13 Fatores biológicos de ordem universal ........................................................ 13 Fatores biológicos de ordem individual ...................................................... 15 Fatores sociais ...................................................................................................................................16 Fatores individuais ......................................................................................................................... 20 Fatores histórico-culturais ........................................................................................................23 Os processos mentais e a constituição do psiquismo humano ... 26 Sensação ...............................................................................................................................................27 Percepção .............................................................................................................................................28 O princípio do fechamento ..................................................................................29 Princípio de proximidade ......................................................................................29 Princípio da semelhança ...................................................................................... 30 Princípio da simplicidade .................................................................................... 31 Princípio da figura e fundo ................................................................................. 31 Memória ................................................................................................................................................32 Memória sensorial ......................................................................................................33 Memória de curto prazo ..........................................................................................33 Memória de trabalho ................................................................................................33 Memória de longo prazo .......................................................................................34 Memória declarativa ..................................................................................................34 Memória processual .................................................................................................34 Memória semântica ....................................................................................................34 Memória episódica ......................................................................................................35 Memória explícita .......................................................................................................35 Memória implícita .......................................................................................................35 Memória instantânea ................................................................................................35 Pensamento e raciocínio lógico ......................................................................................... 36 Linguagem ...........................................................................................................................................37 Atenção ........................................................................................................................................................ ...................................................................................................................................................................... 39 Emoções .............................................................................................................................................. 40 Transtornos mentais e o desenvolvimento da aprendizagem .44 Distúrbios fisiológicos e o desenvolvimento da aprendizagem .. 48 Psicologia do Desenvolvimento 9 BASES BIOLÓGICAS E SOCIAIS DO COMPORTAMENTO HUMANO UNIDADE 03 Psicologia do Desenvolvimento10 INTRODUÇÃO Vimos na unidade passada o desenvolvimento da Psicologia da Educação, as teorias e concepções de desenvolvimento e aprendizagem, noções sobre a Psicopedagogia e a Neuropsicopedagogia. Dentro da Psicologia do Desenvolvimento podemos nos aprofundar em diversos conhecimentos, que se inter-relacionam com aprendizagem. Dentre eles, destacam-se fatores biológicos, sociais, individuais e, até mesmo, culturais. Porém, infelizmente, nem sempre o desenvolvimento segue como o esperado, e para isso temos áreas de estudo que focam em desvendar os mistérios por trás dos transtornos mentais e distúrbios fisiológicos que interagem com a aprendizagem. Assim, nesta unidade, veremos um resumo de todos estes conhecimentos listados acima para que se tenha uma visão mais ampla sobre a área da Psicologia do Desenvolvimento. Vamos começar? Psicologia do Desenvolvimento 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Diferenciar os fatores que influenciam no desenvolvimento do psiquismo humano; 2. Identificar os processos cognitivos, o que constituem o ser humano; 3. Esclarecer os possíveis transtornos mentais em consonância com a aprendizagem; 4. Descrever distúrbios fisiológicos mais relevantes para o processo de desenvolvimento da aprendizagem. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo aoconhecimento? Ao trabalho! Psicologia do Desenvolvimento12 Os fatores que influenciam no desenvolvimento do psiquismo INTRODUÇÃO: Ao término deste tópico, você será capaz de entender e diferenciar os fatores que influenciam no desenvolvimento do psiquismo humano. Estudar o desenvolvimento humano é tarefa árdua, pois não envolve apenas a observação em pesquisa do desenvolvimento físico do ser humano, mas com certeza inicia-se neste ponto desde o nascimento. Os estudiosos do desenvolvimento tentam compreender como os seres humanos se transformam ao longo de suas vidas e quais são os processos envolvidos nessa transformação. E então? Será que conhecer o desenvolvimento humano auxilia a compreender os processos cognitivos? Então, vamos lá! Que o interesse por estudar o desenvolvimento humano em sua totalidade, levando-se em consideração o físico, o psicológico e o social, iniciou-se com as observações do psiquiatra francês Jean-Marc-Gaspard Itard a respeito de Victor, o menino selvagem da cidade de Aveyron. Para saber mais sobre essa história, recomendamos assistir ao filme, de 1970, “O menino selvagem”, dirigido por François Truffaut. Para estudar o desenvolvimento é preciso saber que há dois tipos de mudanças que ocorrem com os seres humanos, as quais são de ordem quantitativa e qualitativa. As mudanças quantitativas podem ser descritas em termos de números ou medidas, como peso altura, quantidade de palavras aprendidas e frequência dos comportamentos. Já as quantitativas são aquelas que não são facilmente mensuradas, mas que apresenta um salto em relação como a criança era há pouco tempo, isto é, em pouco tempo pode-se notar a melhoria na fala ou na motricidade, bem como na aquisição de novas habilidades, que antes a criança não possuía. Psicologia do Desenvolvimento 13 Há ainda, outro ponto, que precisamos saber antes de verificarmos os fatores que influenciam no desenvolvimento: as características que mudam e outras que são relativamente estáveis ao longo do tempo, como a personalidade. Assim, para se observar o desenvolvimento de uma pessoa é preciso levar em consideração o processo físico como crescimento do corpo, desenvolvimento do cérebro e habilidades motoras. Além disso, deve-se levar em conta o desenvolvimento cognitivo, com mudanças no aprendizado, na linguagem e nos outros processos cognitivos, bem como o desenvolvimento psicossocial, isto é, a personalidade, os relacionamentos e as emoções. Veremos, a seguir, cada uma dessas dimensões, porém, não ache que elas agem de forma separada, muito pelo contrário, elas interagem entre si e se afetam mutuamente. Assim, um acontecimento no desenvolvimento físico pode afetar tanto as dimensões cognitivas quanto psicossocial, e vice e versa. Fatores biológicos Os fatores biológicos são uma série de eventos que ocorrem em diversos níveis no corpo humano: genético, anatômico e fisiológico. Eles podem ser de ordem universal ou individual, ou seja, podem determinar acontecimentos que ocorrem com todos (ou, pelo menos, que deveriam ocorrer) e acontecimentos que ocorrem com cada indivíduo em específico. Vamos esclarecer sobre cada um deles. Fatores biológicos de ordem universal Tais fatores dizem respeito a processos que ocorrem de forma natural e que são predeterminados geneticamente para a espécie humana. Estes fatores foram amplamente explorados por cientistas como Piaget, quando estudou, em específico, o desenvolvimento motor da criança. Assim, há na espécie humana um código genético, que determina que precisaremos de, mais ou menos, 6 meses de vida para desenvolvermos o tônus muscular capaz de fazer com que fiquemos Psicologia do Desenvolvimento14 sentados e, aproximadamente, 11 meses para darmos os primeiros passos, entre outras características. Da mesma forma, o nosso código genético determina que a puberdade se inicia por volta dos 11 anos de idade com o desenvolvimento de feições adultas. O mesmo acontece com o cérebro humano, que só se desenvolve completamente ao final da adolescência, terminando o seu processo de mielinização próximo dos 18 anos de idade. A maior parte dos neurônios possui uma camada de gordura que envolve seus axônios. Esta substância gordurosa denomina-se a bainha da mielina e é composta por células de Schwann, que fazem um isolamento elétrico nos axônios. Assim, a bainha da mielina auxilia na condução dos impulsos nervosos, aumentando a velocidade de transmissão das informações. A mielinização é o processo de formação de bainha de mielina ao redor dos neurônios. Este processo ocorre desde a infância até o início da vida adulta, começando na parte posterior do cérebro e indo até a parte frontal, área responsável por raciocínio lógico, linearidade e personalidade, entre outros. Figura 1: Comunicação entre neurônios Fonte: Freepik Assim, os eventos emocionais que ocorrem durante a adolescência têm ligação direta com os fatores maturacionais: Duas importantes mudanças no cérebro do adolescente são semelhantes a processos que ocorrem antes do nascimento e durante a infância: o crescimento e a inibição da matéria cinzenta. Um segundo surto na produção de matéria cinzenta Psicologia do Desenvolvimento 15 – neurônios, axônios e dendritos – começa pouco antes da puberdade e pode estar relacionado ao repentino aumento da produção dos hormônios sexuais nessa época (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2010, p. 403). Logo, percebe-se o quão importante são os eventos desencadeadores pelo fator biológico, pois eles interferem, como falamos anteriormente, na cognição, na personalidade e nas emoções. Logicamente que, mesmo que tenhamos uma determinação genética, não quer dizer que há uma idade correta e exata para que estes eventos ocorram, mas existe, sim, uma média que deve ser levada em consideração para o acompanhamento e verificação de possíveis problemas do desenvolvimento. Como vimos no trecho citado acima, há interação entre a anatomia (a matéria cinzenta) e a fisiologia (os hormônios) corporais, ambas seguindo um programa de desenvolvimento ditado por um código genético, que é passado pela nossa espécie. SAIBA MAIS: Quer saber mais a respeito de como o código genético é composto? Recomendamos assistir a aula “Biologia – Código genético – Visão Geral”, disponível em https://bit.ly/3kpoGQ0. Acesso em: 16 set. 2020. Fatores biológicos de ordem individual Fatores biológicos que podem influenciar o desenvolvimento podem se apresentar na forma de material genético, com a herança de genes familiares, que também podem influenciar na maturação física e cognitiva, como síndromes e características individuais. Além de outros fatores de ordem individual, como: consumo de drogas ou medicamentos, doenças e transtornos causados em decorrência da gestação ou do nascimento, como má formação ou nascimento prematuro, com defeitos em órgãos vitais, que requeiram intervenções, como os problemas cardíacos ou pulmonares. Psicologia do Desenvolvimento16 • Você sabia? Que ao ingerir álcool durante a gestação, o bebê pode desenvolver a Síndrome Alcoólica Fetal? Esta síndrome causa déficits intelectuais no crescimento e no desenvolvimento psicológico e motor. Embora tais situações relatadas acima não sejam determinantes em possíveis atrasos ou problemas no desenvolvimento, elas podem contribuir para esses quadros. Porém, tem-se a certeza de que todos esses fatores influenciam a forma de que como a criança se desenvolve em todas as suas dimensões, mesmo que tal influência não represente problema ou distúrbio no desenvolvimento. ACESSE: Recomendamos que aprofunde um pouco mais seus estudos sobre os fatores que influenciam o desenvolvimento, assistindo ao vídeo “Influências Internas no Desenvolvimento”, da Psicóloga Mônica Alves, disponível em https://bit.ly/2H4vmol. Acesso em: 16 set. 2020. Fatores sociais O segundo fatorde desenvolvimento do ser humano é o social. De acordo com Papalia, Olds e Feldman: Seres humanos são seres sociais. Desde o começo, desenvolvem- se dentro de um contexto social e histórico. Para um bebê, o contexto imediato normalmente é a família, que, por sua vez, está sujeito às influências mais amplas e em constante transformação da vizinhança, da comunidade e da sociedade (2010, p. 15). Quando falamos que os seres humanos são seres sociais, compreendemos que, mesmo que haja um código genético que determine etapas de desenvolvimento, este só é possível caso haja contato com outros indivíduos da mesma espécie, indivíduos que proporcionem um Psicologia do Desenvolvimento 17 ambiente propício para que o código genético seja posto em prática e outras habilidades sejam afloradas. Assim, os primeiros indivíduos que propiciaram tal ambiente é a família nuclear. Essa família é a unidade de parentesco, não necessariamente biológico, mas que contemple a criança e seu(s) cuidador(es). Desta forma, temos diversas constituições familiares, com um, dois ou mais adultos na função parental, sejam eles do mesmo sexo ou de sexos opostos. Além disso, temos famílias constituídas por outras funções, como aquelas lideradas por ambos ou um dos avós e por outros adultos que exerçam grau de parentesco. É nesta família nuclear que a criança terá seus primeiros modelos e estímulos para se desenvolver. Mesmo que a criança esteja em lares ou abrigos, haverá um número de estímulos no ambiente aos quais a criança responderá com o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. • A constituição familiar e o conceito do que é família mudaram ao longo do tempo. Hoje, as famílias não se constituem por meio de contrato entre duas partes, que acordam viver em conjunto (casamento legalmente falando) como há 50 anos, mas, sim, por união de pessoas com objetivos e afetos em comum. A respeito desse tema, recomendamos a leitura do artigo “A evolução da ideia e do conceito de família”, do Advogado Luiz Augusto, • Desta forma, convivendo com a família nuclear e, posteriormente, expandindo o contato da criança para os outros ambientes, como a escola, promove-se a socialização dela. A socialização se torna possível quando há uma internalização de padrões, que são ensinados desde cedo às crianças: Socialização é o processo pelo qual a criança desenvolve hábitos, habilidades, valores e motivações que as tornam membros responsáveis e produtivos de uma sociedade. [...] A socialização depende da internalização desses padrões. Crianças bem-sucedidas na socialização não apenas obedecem a regras ou comandos para obter recompensas Psicologia do Desenvolvimento18 ou evitar punições; elas fazem os padrões da sociedade seus próprios padrões (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2010, p. 215-216). É por meio da socialização que se desenvolve o comportamento moral, com respeito a regras e ordens, bem como a cooperação, as habilidades socioemocionais e o controle de impulsos. ACESSE: : Piaget desenvolveu uma teoria sobre o desenvolvimento moral na criança e descreveu três fases na aquisição das regras: anomia, heteronomia e autonomia. Saiba mais lendo o artigo “Piaget e o desenvolvimento moral da criança”, disponível em https://bit.ly/2H7lcU6. Acesso em: 16 set. 2020. Caso tenha interesse em se aprofundar nas ideias de Piaget, recomendamos a leitura de seu livro “O juízo moral na criança”. Outro fator social que tem grande influência sobre o desenvolvimento é a condição socioeconômica de sua família. As condições sociais e econômicas em que as crianças crescem afetam significativamente seu desenvolvimento, por condições que vão desde o acesso à alimentação até ao lazer. É sabido que a pobreza pode ser associada a fatores emocionais na família, refletir nas más condições de saúde e saneamento, segurança e educação precárias, que representam fatores de grande importância para o pleno desenvolvimento do indivíduo. Psicologia do Desenvolvimento 19 Quadro 1: Os males da pobreza que atingem as crianças Fonte: Adaptado de Papalia, Olds e Feldman (2010, p. 16). Em relação aos males que a pobreza pode trazer a uma criança, Papalia, Olds e Feldman nos mostram que tais crianças estão mais susceptíveis a problemas de saúde e educação do que as crianças com acesso a serviços como os descritos anteriormente. Como podemos verificar no quadro acima, a pobreza afeta tanto o biológico, quanto o cognitivo e o emocional, sendo estes últimos envolvidos de forma íntima com o abandono, a repetência e a expulsão da escola. Embora não ligado obrigatoriamente a fatores econômicos, os maus--tratos e abusos podem ser classificados como fatores sociais subjacentes a problemas no desenvolvimento infantil. Tais abusos podem Psicologia do Desenvolvimento20 ser de ordem física, psicológica, assim como de grande impacto na vida da criança, causando barreiras para seu desenvolvimento e traumas, que podem ser carregados para a vida. • É sabido que o maior número de abusos sexuais contra as crianças ocorre dentro da própria casa, cometido por familiares próximos. Por este motivo, é tão importante que a escola trabalhe assuntos ligados à educação sexual, uma vez que, dentro de casa, a criança pode não conseguir auxílio para sair de situações angustiantes. Entretanto, muitas vezes, a criança não tem o mínimo discernimento para saber que o que fazem com ela é errado. A esse respeito, recomendamos a leitura da entrevista realizada pela ONG do antropólogo Felipe Areda, disponível em https://bit.ly/3hDaaSX. Acesso em: 16 set. 2020. Fatores individuais Entre os fatores individuais de desenvolvimento, encontramos processos cognitivos: linguagem, memória, atenção, raciocínio lógico e percepção. Porém, não apenas os fatores de ordem individual devem ser levados em consideração, mas, sim, a ligação entre eles, a qual proporciona aprendizagem, pensamento e inteligência. Outro fator individual de extrema importância para a adaptação do indivíduo é a personalidade. • Para complementar seu conhecimento sobre o que é a personalidade, recomendamos assistir ao vídeo do canal “Minutos psíquicos”, disponível em https://bit.ly/2RzdtQw. Acesso em: 16 set. 2020. Para compreendermos o que é personalidade, é preciso, primeiramente, saber que não há uma visão única a respeito dela na Psicologia. A definição dela se dá por meio das teorias que a estudam. Porém, em linhas gerais, Hall, Lindzey e Campbell nos dizem que “a personalidade consiste concretamente em uma série de valores ou termos descritivos, que descreve um indivíduo que está sendo estudado” (2000, p. 33). Psicologia do Desenvolvimento 21 Segundo as autoras citadas acima, há inúmeras explicações para o que vem a ser personalidade, porém, tais definições podem ser subdivididas em algumas categorias, como segue (idem, p. 32): 1. Definição biossocial – as teorias que se encaixam nessa teoria acreditam que a personalidade não está no sujeito, e sim no que os outros pensam sobre ele, isto é, a reação dos outros ao indivíduo; 2. Definição biofísica – a personalidade seria o conjunto das qualidades específicas do sujeito, que teria relação tanto com os processos internos, quanto com os comportamentos externos observáveis; 3. Definição globalizante – tudo o que se pode ser medido no indivíduo e que possa descrevê-lo seria a personalidade. Assim, fariam parte também características como cor de cabelo, pele, olhos, altura, peso, entre outras. 4. Definição integrativa – a personalidade seria algo que organiza os comportamentos do indivíduo; 5. Definição de ajustamento – a personalidade é o resultado dos comportamentos emitidos pelo indivíduo, que servem para se ajustar ao ambiente; 6. Definição dos aspectos únicos – aquelas características que são individuais e fazem com que o sujeito seja distinto dos outros e que formaria umapersonalidade; 7. Definição da essência – aquela parte da pessoa que faz dela quem ela é realmente. Em todo caso, podemos retirar das teorias que a personalidade é aquilo que faz com que o indivíduo seja ele mesmo, único, mesmo que estas características sejam dadas pelos outros. De toda forma, vimos como se tenta definir o conceito de personalidade. Vamos ver, agora, como ela se compõe. Psicologia do Desenvolvimento22 SAIBA MAIS: Pesquisadores criaram um teste muito utilizado no meio corporativo, para realizar a seleção de pessoas com base nas características dos tipos psicológicos do psicanalista Jung. Ficou curioso? Acesse o link https://bit.ly/2E8HeVn e descubra mais sobre o teste e sobre seu perfil! Divirta-se! Acesso em: 16 set. 2020. Segundo Papalia, Olds e Feldman, há quatro grandes concepções que explicam o desenvolvimento da personalidade. Vamos a elas! Quadro 2: Concepções acerca do desenvolvimento da personalidade humana Fonte: Elaborado pela autora (2020). Psicologia do Desenvolvimento 23 Como podemos ver, ainda não há um consenso acerca do que é e como se forma a personalidade, porém, o que devemos ter em mente é que ela é parte muito importante do desenvolvimento do ser humano, pois nos confere a nossa singularidade! Fatores histórico-culturais Embora fatores biológicos, sociais e individuais possam vir a ser estáveis ao longo da história da humanidade, temos um fator de influência que muda constantemente, interferindo especialmente no fator social: a história e a cultura em que estamos inseridos. Os costumes, os hábitos e os valores são diferentes de um país para o outro e vão se modificando ao longo do tempo. Se pensarmos bem, ao longo de nossa história, podemos ter contato com diversas influências culturais, ainda mais atualmente de globalização. Além disso, vemos que muitos valores que vigoravam antes vêm agora sendo modificados, o que significa, por um lado, uma evolução da humanidade e, por outro, que teremos de nos adaptar. SAIBA MAIS: Que tal dar um passeio por alguns dos sistemas educacionais de diferentes países? Recomendamos assistir ao documentário “Destino: Educação – Diferentes países. Diferentes respostas”, realizado pelo canal Futura sobre a educação em outros países, disponível em https://bit.ly/3iECk1d. Acesso em: 16 set. 2020. Há 30 anos, não tínhamos a influência da tecnologia digital no desenvolvimento infantil. Mas hoje, quem pensa em ficar sem seu celular? Embora ainda haja muito a ser pesquisado no uso das tecnologias digitais no desenvolvimento infantil, é inegável que ela faça parte de nossa história. • As tecnologias digitais apresentam benefícios para o desenvolvimento cognitivo infantil. Para saber quais benefícios, recomendamos a Psicologia do Desenvolvimento24 leitura da matéria do site da “Escola da Inteligência”, disponível em https://bit.ly/32CQ5bp. Acesso em: 16 set. 2020. Assim, até mesmo o conteúdo escolar tenta acompanhar a evolução histórico-cultural, embora de forma mais lenta que o restante da sociedade. Porém, temos que compreender como a sociedade tem evoluído de forma rápida e quais podem ser os fatores que influenciam no desenvolvimento dos outros fatores. Por exemplo, nossa comunicação ficou muito mais efetiva, mas a socialização entre os jovens vem caindo. Ao mesmo tempo em que as ferramentas vêm nos auxiliar a buscar diferentes informações, elas nos jogam dados demais, mais do que nossas cognições conseguem dar conta neste momento. • Ao mesmo tempo em que a tecnologia digital traz inúmeros benefícios para nossas vidas, ela também pode representar um perigo ao desenvolvimento de algumas funções e habilidades. Saiba mais lendo o artigo “A influência da tecnologia na infância: Desenvolvimento ou ameaça?”, dos pesquisadores Natália de Paiva e Jonathan Costa, disponível em https://bit.ly/2FHonkK. Acesso em: 17 set. 2020. Entretanto, não são apenas as invenções que influenciam o desenvolvimento, mas a cultura em que a criança está inserida possui grande importância para compreendermos o indivíduo como um ser em sua totalidade. Segundo Papalia, Olds e Feldman: Os padrões étnicos e culturais afetam o desenvolvimento por sua influência na compra, na composição de uma família, nos recursos econômicos e sociais, no modo com que seus membros agem em relação uns aos outros, nos alimentos que comem, nos jogos e nas brincadeiras das crianças, no modo como aprendem, no aproveitamento escolar, nas profissões escolhidas pelos adultos e na maneira como os membros da família pensam e percebem o mundo (2010, p. 17). Psicologia do Desenvolvimento 25 A educação dada a uma criança no Japão será consideravelmente distinta da educação dada a uma outra nos Estados Unidos. Culturas distintas cifraram o desenvolvimento de forma também distinta. Assim, uma criança no Japão seguirá uma cultura que preza pela comunidade, ao passo que nos Estados Unidos, a individualidade é mais importante que o senso de comunidade. São muitas as características que diferem as duas culturas citadas acima, como todas as outras ao redor do mundo. Tais características moldam a personalidade e a interação social entre os indivíduos, mesmo que o desenvolvimento biológico seja o mesmo para todos os seres humanos. • Você acha que ser adolescente hoje é o mesmo que ser adolescente há 10 anos ou 100 anos? E se compararmos a nossa adolescência com a de um jovem atualmente? Há diferenças? RESUMINDO: Neste tópico, vimos que existem vários fatores que influenciam no desenvolvimento dos seres humanos, que são transformados ao longo de suas vidas. Você aprendeu que existem dois tipos de mudanças que ocorrem com as pessoas: a quantitativa e a qualitativa. E, por fim, podemos compreender que existem características que formam os indivíduos. Psicologia do Desenvolvimento26 Os processos mentais e a constituição do psiquismo humano INTRODUÇÃO: Ao término deste tópico, você será capaz de entender os processos cognitivos que constituem o ser humano. E então? Será que conhecer os processos mentais auxiliam a compreender as principais funções cognitivas? Então, vamos lá! Para iniciarmos esse capítulo, é preciso fazermos uma distinção acerca do que é psiquismo pronto, segundo o dicionário Priberam: Psi.quis.mo (greo psukhê, -ês, vida, espírito +-ismo) substantivo masculino 1. Conjunto de fenômenos procedentes da alma a ela relativos. 2.[Psicologia] Conjunto de fenômenos estudados pela psicologia. =PSIQUE 3.[Psicologia] Conjunto de características psíquicas de um indivíduo. =PSIQUE Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3krgVZQ. Acesso em: 16 set. 2020. Assim, o psiquismo associa-se a uma visão de mente, com uma estrutura que, embora ligada ao corpo, muitas vezes é descrita como agindo além do mesmo. Dessa forma, liga-se à psique da Psicanálise. Porém, aqui, para fins de uma melhor compreensão acerca de como o psiquismo humano acontece, utilizaremos o termo processos mentais, que engloba tanto os processos cognitivos quanto os não cognitivos, fazendo uma relação entre o psiquismo e a cognição, uma vez que esta se relaciona a “mente”, ou a consciência, ao ponto que a produz, o cérebro. Psicologia do Desenvolvimento 27 Desta forma, a nossa mente é desenvolvida por todas as instâncias já discutidas até aqui, por fatores biológicos, sociais, individuais e histórico- culturais. Os processos não cognitivos são derivados de nossa personalidade e demonstram nossas habilidades socioemocionais, como a capacidade de motivação, perseverança, sociabilidade, entre outras. SAIBA MAIS: A relação entre motivação e aprendizagem é muito importante no contexto escolar. Para saber mais sobre esse assunto, recomendamos a leitura do artigo “Motivação e aprendizagem em contexto escolar”, disponível em https://bit.ly/3hG6CPM. Acesso em: 16 set. 2020. Veremos, agora, de forma um pouco maisdetalhada, as principais funções cognitivas, que, juntamente com nossa personalidade, dão origem ao nosso processo de consciência, isto é, que fazem com que sejamos quem somos. Sensação Nossa primeira interação com o mundo se dá pelas sensações – visão, audição, tato, olfato e paladar. A sensações mencionadas apenas tocam na superfície da experiência sensorial. Embora possivelmente você tenha aprendido [...] que existam apenas cinco sentidos – visão, audição, paladar, olfato e tato –, essa enumeração é muito modesta. As capacidades sensoriais humanas vão muito além dos cinco sentidos básicos. Por exemplo, somos sensíveis não apenas ao toque, mas a um conjunto considerável mais amplos de estímulos – dor, pressão, temperatura e vibração, para mencionar apenas alguns. Além disso, a visão tem dois subsistemas relacionados à visão diurna e noturna – e a orelha corresponde a informações, que nos Psicologia do Desenvolvimento28 permitem não somente ouvir, mas manter o equilíbrio (FELDMAN, 2015, p. 89). Vimos um pouco a respeito das sensações na primeira unidade e como elas dependem de estímulos (externos ou internos) para ocorrerem. Assim, conforme descrito por Feldman no trecho acima, a sensação de temperatura dependerá de fatores externos, como a temperatura do ambiente, ou fatores internos, como uma febre provocada por uma doença. • Assista à videoaula “Fisiologia dos sentidos” para compreender melhor como ocorrem as sensações do nosso corpo, disponível em https:// bit.ly/35M6Bb4. Acesso em: 17 set. 2020. Outro conceito muito importante dentro do campo das sensações é o de adaptação sensorial. Vamos ver a seguinte situação para compreender este conceito: o dia está frio lá fora e as janelas das salas estão fechadas; você entra na sala de aula após o intervalo e trinta crianças que correram muito no recreio estão lá dentro! A primeira coisa que seu nariz nota é o odor de suor, não é mesmo? Mas você já percebeu que, após um tempo, você não sente mais o cheiro? Não é porque ele desapareceu, mas sim porque seu cérebro realizou uma adaptação sensorial, como se ele reduzisse a intensidade do odor, para que você não passe mal e possa se concentrar em outras coisas. Percepção As sensações são provenientes de destinos, como acabamos de ver, porém, elas precisam ser analisadas e interpretadas pelo cérebro. A esta análise e interpretação chamamos de percepção. Desta forma, “a percepção é um processo construtivo pelo qual vamos além dos estímulos que nos são apresentados e tentamos construir uma situação com sentido”, como diz Feldman (2015, p. 116). • Assista ao vídeo do link a seguir, que demonstra de forma breve o conceito de percepção, para que se tenha maior compreensão dessa Psicologia do Desenvolvimento 29 função mental. Disponível em: https://bit.ly/3iRugu0. Acesso em: 17 set.2020. Há uma linha de pensamento na Psicologia que deu grande importância ao estudar a percepção, que foi a Escola da Gestalt. Para os gestaltistas há princípios que regem as sensações, principalmente as visuais, e que organizam a percepção. São eles: da Unidade, Semelhança, Proximidade, Segregação, Fechamento, Continuidade, Pregnância e Simetria. Vamos ver alguns deles a seguir: O princípio do fechamento Nosso cérebro agrupa elementos, para que percebamos figuras fechadas, completas, como no exemplo abaixo. Você vê linhas que formam ângulos, porém, você percebe um triângulo e a figura em si não fecha a forma triangular. Figura 2: Princípio do fechamento Fonte: BOOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, A. de L. T. Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 83. Princípio de proximidade Nosso cérebro agrupa elementos próximos. Na imagem abaixo você vê uma linha ou pontos agrupados de dois em dois, normalmente seu cérebro escolherá a ver o agrupamento. Psicologia do Desenvolvimento30 Figura 3: Princípio da proximidade Fonte: BOOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, A. de L. T. Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 82. Princípio da semelhança Da mesma forma, tendemos a agrupar os elementos que são semelhantes ao invés de visualizar o todo, como na figura a seguir, em que percebemos melhor as linhas do que as colunas. Figura 4: Princípio do fechamento Fonte: BOOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, A. de L. T. Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 82. Psicologia do Desenvolvimento 31 SAIBA MAIS: Alguns dos maiores estudiosos da percepção eram de uma escola psicológica chamada de Gestalt. Eles descreveram os princípios que estamos vendo aqui. Para saber mais, assista à aula da Khan Academy sobre os princípios da Gestalt, disponível em https://bit.ly/32G0QJQ. Acesso em: 17 set. 2020. Princípio da simplicidade Quando há um padrão, tendemos a percebê-lo da maneira mais simples possível. Nosso cérebro normalmente preenche as lacunas, logo, a imagem abaixo pode ser interpretada como um retângulo no primeiro momento ou ser uma forma mais simples. Em seguida, pode-se perceber duas letras K, ou W e M. Figura 5: Princípio da simplicidade Fonte: Elaborada pela autora (2020). Princípio da figura e fundo O cérebro faz uma distinção entre o fundo e a figura em si, produzindo diferentes significados, como nas imagens abaixo: Psicologia do Desenvolvimento32 Figura 6: Princípio da figura e fundo Fonte: Pixabay e Wikipedia Desta forma, temos uma capacidade de constância perceptual, que nada mais é do que a percepção dos objetos, enquanto constantes, mesmo que haja mudanças, como quando um carro passa e você o observa, ele parece diminuir quanto mais longe estiver. Porém, pela constância perceptual, sabemos que o carro não diminui, e sim que há uma mudança na sua percepção pelo distanciamento dele. Você sabia? Que o princípio da figura e fundo deu origem ao mesmo conceito na Gestalt-terapia? Para os gestaltistas, quando algo é a figura, significa que está em nosso consciente, como uma ideia ou uma lembrança. O que não está em nosso consciente, aquilo que não estamos focando no momento, é o fundo. Memória A memória é uma função primordial para sobrevivência, adaptação e desenvolvimento do indivíduo. Com a memória conseguimos codificar, armazenar e recuperar as informações sobre nós mesmos e o mundo que nos rodeia. Não seríamos quem somos sem a nossa memória. E ela é um processo complexo, o qual podemos subdividir para compreender suas diferentes funções: Psicologia do Desenvolvimento 33 Memória sensorial • A memória sensorial é o primeiro sistema de memória desenvolvida no ser humano, pois ela representa um retrato breve, como uma imagem de um raio que entra pela visão, mas que logo se perde se não for transferida para outro tipo de memória. Assim, é um armazenamento muito breve das informações processadas, por meio dos órgãos de sentido. Memória de curto prazo A memória sensorial se dá por estímulos sensoriais simples, para que eles tenham significado, é preciso transferi-los para a memória de curto prazo. Desta forma, a memória de curto prazo produz um sentido para as informações recebidas, mas se o processo não continuar, esta memória também é breve e as informações se perdem. Acredita-se que as informações permanecem na memória de curto prazo por, no máximo, 25 segundos. Após esse tempo, se não passar para outra memória, a informação se perde. Um bom exemplo é que quando tentamos reter um número de telefone para discar no telefone ou até anotarmos em um papel, após discar ou anotar, não nos lembramos mais do número. SAIBA MAIS: Que tal saber um pouco mais sobre como funciona a memória? Recomendamos a leitura do artigo dos pesquisadores Carlos Alberto Mourão Júnior e Nicole Costa Faria, da Universidade Federal de Juiz de Fora, disponível em https://bit.ly/3kqrIU5.Acesso em: 17 set. 2020. Memória de trabalho Embora a memória de curto prazo seja mais breve, ela tem papel importante, seleciona as informações que devem ser guardadas, Psicologia do Desenvolvimento34 enviando-as para outras memórias, como a de trabalho. A memória de trabalho também possui um tempo determinado, porém, um pouco maior que a da etapa anterior. Ela manipula as informações a partir de memórias preexistentes. Como exemplo, ao realizarmos uma conta complexa mentalmente, lembramos dos processos envolvidos no cálculo e focamos na realização da tarefa, porém, após realizado o cálculo, não lembramos mais os passos que nos levaram até o resultado. • Você sabia? Que, de acordo com a Associação Internacional do Alzheimer, em 2030, aproximadamente, 75 milhões de pessoas serão acometidas pelo Alzheimer? Saiba um pouco mais sobre essa doença no site do Hospital Israelita Albert Einstein, disponível em https://bit.ly/3cfBEwX. Acesso em: 17 set. 2020. Memória de longo prazo São as informações que, de fato, estão armazenadas em nosso “sistema” e são acessadas quando necessitamos. Esta memória pode ser subdividida em módulos, como caixas de armazenamento de diversos tipos de informação, como veremos a seguir. Memória declarativa Memória que grava fato ou informações sobre pessoas e coisas, como o nome das pessoas, suas feições, fatos e datas. Memória processual Memória de como realizar operações e de habilidades como andar de bicicleta, dirigir, entre outras. É a memória que guarda informação de como realizar alguma atividade. Memória semântica Informações e conhecimentos sobre fatos, sequências e lógica. Podemos chamar essa memória de almanaque ou enciclopédia, onde se armazenam memórias, como saber que a Independência foi declarada às Psicologia do Desenvolvimento 35 margens de um rio, que se chamava Ipiranga, por um príncipe regente, entre outras. Memória episódica Guarda os eventos, sejam eles passados ou futuros, como data de comemoração do aniversário de casamento ou marcar e organizar a festa dos filhos. Memória explícita Ocorre quando tentamos recordar algo de forma intencional. Memória implícita São aquelas memórias que, às vezes, nos aparecem do nada, sem querermos recordar, e têm grande influência em nosso estado emocional. Memória instantânea Memórias ligadas a eventos muito específicos e importantes e que podem ser lembradas com detalhes, como você se lembrar de como foi seu primeiro beijo ou o que estava fazendo no dia em que o World Trade Center sofreu o ataque terrorista em 11/09/2001. Embora lembremos com detalhes, nem sempre essa memória é precisa, pois, normalmente, ela está ligada à emoção, a qual pode alterar nossa percepção dos fatos ocorridos. • Você sabia? Que o Alzheimer ainda não tem cura? Porém, há pesquisas promissoras tanto na descoberta das causas da doença quanto na produção de medicamentos, que retardem os sintomas. De qualquer forma, o melhor é cuidar bem do seu corpo e de sua mente. E este cuidado envolve todos os setores da vida: emocional, nutricional, exercícios físicos, novas aprendizagens, socialização, entre outros. Cuide bem da sua memória! Psicologia do Desenvolvimento36 Pensamento e raciocínio lógico Segundo Feldman: Os psicólogos definem o pensamento como a manipulação das representações mentais da informação. Uma representação pode assumir a forma de uma palavra, de uma imagem visual, de um som ou de dados em qualquer outra modalidade sensorial, em que estejam armazenados na memória. O pensar transforma determinada representação da informação em formas novas e diferentes, permitindo-nos responder perguntas, resolver problemas ou alcançar objetivos (2015, p. 241). Desta forma, para transformar as representações, o nosso pensamento é feito de imagens e de conceitos mentais. As imagens mentais são produzidas por meio das sensações, e não significam que devam ser somente visuais, isto é, ao olharmos para uma cadeira teremos em mente sua imagem, porém, ao escutarmos e registrarmos mentalmente uma melodia, ela será em imagem mental. Assim, as imagens mentais são representações dos objetos ou produtos do mundo real, possibilitadas pelos sentidos e pela memória. Já os conceitos mentais são a capacidade de agruparmos as representações em categorias. Por exemplo, conhecemos um gato e um leão, mesmo que não tenha visto um leão. Assim, temos as imagens mentais dos dois e sabemos que um é domesticado e o outro não. O conceito mental permite que classifiquemos o gato como um animal, no qual podemos passar a mão para fazer carinho, enquanto o leão não. Por fim, o raciocínio lógico é formado por regras internalizadas para se chegar à solução de um problema e por atalhos cognitivos, que auxiliam na busca por novas formas de resolver os problemas. Você sabia? Que os jogos de celular podem ajudar na melhoria do raciocínio lógico, tanto de crianças quanto de adultos? Recomendamos a leitura do artigo “Sete aplicativos para exercitar o cérebro e a função de cognitiva”, disponível em https://glo.bo/3mvtlBY. Acesso em: 17 de set. 2020. Psicologia do Desenvolvimento 37 Linguagem Há inúmeros estudos que se voltam para a linguagem, para compreender seu funcionamento e sua importância, tanto que há áreas específicas que se preocupam com as diversas facetas da linguagem, como a linguística e a fonoaudiologia. Para Feldman: O uso da linguagem – a comunicação de informações por meio de símbolos de organizados, de acordo com regras sistemáticas – é uma capacidade cognitiva central, que é indispensável para nos comunicarmos uns com os outros. Além de ser crucial para a comunicação, ela também está intimamente vinculada ao modo como pensamos sobre o mundo e o compreendemos. Sem a linguagem, nossa capacidade de transmitir informações, adquirir conhecimentos e colaborar com os outros seria extremamente prejudicada (2015, p. 257). Linguagem é diferente de língua! A língua requer uma estrutura fixa, como uma gramática, entre outros aspectos, para se estabelecer como tal. A linguagem pode se utilizar de símbolos, como a língua falada, escrita ou de sinais, mas tem como principal função comunicar. Se pensarmos em animais, veremos que eles não possuem uma língua, e sim uma linguagem, a qual possibilita que interajam. • Leia o artigo “Aquisição e desenvolvimento da linguagem: dificuldades que podem surgir neste percurso” e aprofunde seus conhecimentos nos problemas gerados durante o desenvolvimento da linguagem, disponível em https://bit.ly/2Eeq7l2. Acesso em: 17 set. 2020. De forma breve, vamos ver no quadro abaixo como se dá o desenvolvimento da linguagem dos seres humanos: Psicologia do Desenvolvimento38 Quadro 3: Desenvolvimento da linguagem Fonte: Elaborado pela autora (2020). É preciso salientar que essas idades são aproximações para que tais eventos aconteçam, mas não são uma regra. Quem já esteve em contato com bebês, consegue visualizar as situações relatadas acima e saberá que, uma vez iniciado o processo de desenvolvimento da linguagem, a interação com os adultos e outras crianças é fundamental para que o bebê aumente o seu vocabulário. Reflita: Quando falamos com crianças, é normal modificarmos nosso tom de voz e/ou alterarmos algumas palavras. Porém, e quando os pais e/ou cuidadores utilizam a fala infantilizada constantemente? Isto Psicologia do Desenvolvimento 39 pode ser um prejuízo no desenvolvimento da linguagem da criança? O que você acha? Pesquise mais sobre o assunto. Atenção Quando temos uma grande quantidade de informações em nosso ambiente e processamos somente parte dela é porque estamos colocando em ação a habilidade de atenção! Sem atenção, não temos como selecionar as informações e retê-las na memória. SAIBA MAIS: Há técnicas que trabalham a atenção, entre elas, podemos citar a meditação.Hoje, uma das áreas promissoras da Psicologia é domingo de Mindfulness! Esta técnica é uma meditação, que foca no momento presente e na atenção plena. Saiba mais sobre ela na reportagem da Superinteressante, disponível em https://bit.ly/2RypW74. Acesso em: 17 set. 2020. De acordo com Sternberg, há quatro principais funções de atenção, conforme quadro a seguir: Psicologia do Desenvolvimento40 Quadro 4: Funções da atenção Fonte: Elaborado pela autora (2020). Como vemos no quadro acima, a atenção é a função capaz de nos manter seguros em nosso ambiente, pois seleciona qual informação é a mais importante naquele momento, nos preparando para as ações seguintes. Emoções Por fim, não podemos esquecer que somos seres com emoções, simples e complexas, e que elas atuam tanto em nosso psicológico quanto em nosso corpo. Para Papalia, Olds e Feldman: Psicologia do Desenvolvimento 41 O desenvolvimento emocional é um processo ordenado; emoções complexas se desdobram de emoções mais simples. O padrão de reações emocionais característicos de uma pessoa começa a se desenvolver durante a primeira infância, constituindo um elemento básico da personalidade. Entretanto, quando a criança fica mais velha, algumas respostas emocionais podem mudar [...] A emoção está intimamente ligada a outros aspectos do desenvolvimento. Um recém-nascido, por exemplo, negligenciado emocionalmente – ninguém abraça, acaricia ou fala com ele –poderá apresentar insuficiência de crescimento não orgânica, isto é, incapacidade de crescer e ganhar peso, apesar de adequadamente nutrido (2010, p. 194). Assim, conforme as autoras, o desenvolvimento emocional inicia- se com emoções básicas, como tristeza, alegria, medo ou raiva, e, aos poucos, vai se desenvolvendo em emoções mais complexas, como culpa, orgulho, vergonha, empatia, entre outras. • Muitas crianças e jovens apresentam quadros de transtornos de conduta ou de comportamento. Boa parte dos casos acontece por uma falha no desenvolvimento emocional do indivíduo, isto é, por não ter aprendido um repertório diverso das emoções. Assim, muitas pessoas passam a vida lutando com emoções não compreendidas. Para isso, e outras tantas situações, é que a psicoterapia existe. Ir ao psicólogo ainda é um estigma. Porém, reflita: se você sentir dor de dente, não irá ao dentista? E se você tiver uma dor no peito, fará que não existe? Por que deve ser diferente com a dor emocional? Saúde mental deve ser uma prioridade, assim como a saúde física, sempre! A seguir, veja o quadro produzido pelas autoras a respeito do desenvolvimento emocional do nascimento aos três anos. Psicologia do Desenvolvimento42 Quadro 5: Desenvolvimento emocional de 0-36 meses Fonte: Elaborado pela autora com base em Papalia, Olds e Feldman (2010, p. 194). Como podemos perceber pelo quadro acima, os bebês vão se desenvolvendo emocionalmente em relação com o ambiente e com seus cuidadores. Por isso, é tão importante que as crianças se relacionem com outras pessoas desde cedo, para que experimentem e elaborem diferentes emoções. • Aprofunde seus conhecimentos acerca do desenvolvimento emocional com a leitura do artigo “Desenvolvimento da compreensão emocional”, das pesquisadoras Maria da Glória Franco e Nathália Santos, da Universidade da Madeira, disponível em https://bit.ly/2RD6KoQ. Acesso em: 17 set. 2020. Psicologia do Desenvolvimento 43 • Para melhor compreender os tópicos 3 e 4, assista à aula do professor Liércio Pinheiro, “Neuropsicologia dos transtornos do desenvolvimento: Conceito e Teoria”, disponível em https://bit.ly/32EYkU1. Acesso em: 17 set. 2020. RESUMINDO: Neste tópico, vimos que com todos estes fatores, assim como outros derivados da interação deles, formamos a nossa subjetividade. Embora o desenvolvimento emocional, do raciocínio, da linguagem, da percepção, da atenção, da memória e das sensações ocorrem com bases biológicas e sigam um determinado roteiro, seu conjunto faz com que cada ser humano seja único e de significados diferentes para o mundo. Psicologia do Desenvolvimento44 Transtornos mentais e o desenvolvimento da aprendizagem INTRODUÇÃO: Ao término deste tópico, você será capaz de entender os processos de transtornos mentais que constituem e podem estar relacionados com a aprendizagem. E então? Será que conhecer os transtornos do neurodesenvolvimento auxiliam no processo de aprendizagem? Então, vamos lá! O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) agrupa os chamados transtornos de desenvolvimento sob a categoria de “Transtornos de Neurodesenvolvimento”, porém, é preciso ter em mente que, na maior parte dos casos, os transtornos mentais estão ligados aos distúrbios fisiológicos, os quais trabalharemos no próximo tópico desta unidade. Ao mesmo tempo, os transtornos de neurodesenvolvimento têm, muitas vezes, ligação com o biológico, não apenas o psicológico. Assim segundo DSM-V: Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com início no período de desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas, até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência. É frequente a ocorrência de mais de um transtorno no desenvolvimento neurodesenvolvimento, por exemplo, indivíduos com transtorno de espectro autista frequentemente apresentam deficiência intelectual (transtorno de desenvolvimento intelectual), e muitas crianças com transtorno de déficit Psicologia do Desenvolvimento 45 de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam também transtorno específico da aprendizagem (2014, p. 31). Como podemos ver, os transtornos de desenvolvimento podem vir de forma separada ou em conjunto com outro transtorno. Não é apenas o DSM que orienta sobre tais transtornos, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, conhecida como CID-10 (pois está em sua décima edição), também dá diretrizes sobre a saúde mental, porém, é mais amplo que o DSM, englobando todas as doenças, não apenas as mentais. Ambos os manuais estabelecem códigos para que a comunidade científica médica possa se orientar em seus diagnósticos e seus encaminhamentos. Desta forma, quando a escola recebe algum laudo a respeito de avaliações neuropsicológicas dos alunos, os códigos estarão sempre presentes e auxiliam na pesquisa a respeito do transtorno relacionado. • Para ter maior clareza sobre o que são DSM-V e CID-10, assista ao vídeo no canal de Filosofia Psique, disponível em https://bit. ly/3iOy9Ag. Acesso em: 18 set. 2020. Assim, conforme a tabela abaixo, podemos ter os seguintes transtornos relacionados ao neurodesenvolvimento, os quais afetam a aprendizagem: Quadro 6: Transtornos do neurodesenvolvimento segundo o DSM-V Psicologia do Desenvolvimento46 Fonte: Elaborado pela autora (2020). Como se pode ver pela tabela acima, são muitos os transtornos mentais que podem interferir no desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo. Saber as características de cada um deles é importante para ter noção de como cada indivíduo aprende e quais dificuldades encontrará. Não menos importante, podemos citar ansiedade e depressão como quadros que influenciam no desenvolvimento da aprendizagem, bem como outros tantos transtornos de ordem mental, cada um interferido por suas próprias razões. • Não é somente a ansiedade que pode causar prejuízos na aprendizagem, mas também problemas na autoimagem. As Psicologia do Desenvolvimento 47 pesquisadoras Monalisa Muniz e Débora Fernandes escreveram um artigosobre esses dois fatores e sua relação com a aprendizagem de alunos do Ensino Fundamental, que está disponível em: https://bit.ly/3iIgaLv. Acesso: 18 set. 2020. RESUMINDO: Neste tópico, vimos que o transtorno mental é um campo extremamente amplo e a sua relação com aprendizagem. E o que precisamos ter em mente é que os transtornos não são iguais entre si e podem apresentar desafios dos mais diversos em sala de aula. Psicologia do Desenvolvimento48 Distúrbios fisiológicos e o desenvolvimento da aprendizagem INTRODUÇÃO: Ao término deste tópico, você será capaz de entender os distúrbios fisiológicos mais relevantes para o processo de desenvolvimento da aprendizagem e que muitos transtornos mentais vêm acompanhados de distúrbios fisiológicos, e vice-versa. E então? Será que fazer distinção entre eles pode auxiliar na aprendizagem? Então, vamos lá! Como dissemos anteriormente, muitos transtornos mentais vêm acompanhados de distúrbios fisiológicos e vice-versa. Porém, é preciso que façamos aqui uma distinção entre os problemas, que são de ordem fisiológica e que interferem na aprendizagem com um déficit, e aqueles problemas que são, na verdade, de ordem de visão de quem aprende de forma comum em boa parte da população. Vamos entender um pouco melhor. Um aluno com deficiência auditiva, visual ou motora pode, em muitos casos, não apresentar nenhum déficit cognitivo, apenas necessitará de formas diferentes de ensino para adquirir os conhecimentos e desenvolver habilidades. Já os alunos que tenham passado por acidentes envolvendo o cérebro, como tumores, paralisia cerebral, epilepsia ou outras situações, que interferem na função cerebral, apresenta, muitas vezes, déficit no desenvolvimento da aprendizagem. Também entram nesses quadros algumas síndromes cromossômicas, as quais fazem com que o funcionamento do cérebro seja atípico, isto é, diferente de uma pessoa sem síndromes ou distúrbios de zoológicos. Você sabe o que é a epilepsia? Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia, é uma alteração no funcionamento do cérebro, com emissão de sinais incorretos durante alguns minutos ou segundos. A epilepsia nem sempre se apresenta com quadros de convulsões severas, como às vezes costumamos pensar. Recomendamos a leitura do artigo Psicologia do Desenvolvimento 49 Assim, para compreendermos alguma dessas situações, vamos ver a seguir, de forma breve, um pouco mais sobre a epilepsia e paralisia cerebral. Segundo Rudimar Riesgo: Como aprendizado é, na realidade, o primeiro dos três passos mnemônicos, e como em um cérebro epilético pode haver perturbação da atividade cerebral como um todo ou em determinados “focos” de atividade irritativa, não é surpreendente que crianças epiléticas possam ter, concomitante, problemas atencionais e de aprendizagem [...] (ROTTA; OHLWEILER; RIESGO, 2016. p. 410). Crises de epilepsia podem comprometer tanto a atenção quanto a memória, ambos responsáveis pela aprendizagem. Além do fator neurológico, a criança com epilepsia pode sofrer com baixa autoestima, ansiedade por causa de suas crises convulsivas e dificuldades de relacionamento. Já a paralisia cerebral se configura como: [...] uma sequela predominantemente motora de um insulto orgânico, ocorrido durante as etapas iniciais do desenvolvimento psicomotor (DNPM) da criança. Portanto, por definição, paralisia cerebral não é doença em evolução (ROTTA; OHLWEILER; RIESGO, 2016. p. 410). Estes insultos orgânicos podem ser infecções, falta de oxigenação, malformação do sistema nervoso central, entre outros. • A respeito da paralisia cerebral, recomendamos a leitura sobre síndromes de paralisia cerebral (PC), disponível em https://msdmnls.co/2RFR5VU. Acesso em: 18 set. 2020. Como se pode perceber, a gama de transtornos ou distúrbios que podem afetar aprendizagem é imensa e pode ocorrer desde a baixa autoestima até a uma lesão no sistema nervoso central, quanto afetar áreas como linguagem, raciocínio, atenção, memória ou percepção. Psicologia do Desenvolvimento50 Por isso, se você achou interessante saber sobre como nós desenvolvemos nossas funções cognitivas, nossa personalidade e quais são os possíveis déficits na aprendizagem, pesquise mais sobre o assunto tratado nessa unidade. Tenho certeza de que você ficará maravilhado com o mundo de conhecimento e áreas de atuação dentro da psicologia do desenvolvimento! • Para ampliar seus horizontes de conhecimentos sobre desenvolvimento humano e aprendizagem, recomendamos o vídeo a seguir, que trata dos métodos e de fatores adjacentes que interferem no processo de aprender. Disponível em: https://bit.ly/2RDpXqn. Acesso em: 18 set. 2020. RESUMINDO: Neste tópico, vimos que a área de estudos dos Transtornos de Aprendizagem é muito vasta, e normalmente os pesquisadores se concentram em alguns pontos dos transtornos, tentando compreender sua biologia e suas implicações psicológicas e sociais. Psicologia do Desenvolvimento 51 REFERÊNCIAS APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos metais. 5. ed. DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014, pp. 72-74. DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA [em linha], 2008-2013. Disponível em: https://bit.ly/3krgVZQ. Acesso em: 16 set. 2020. FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. Porto Alegre: AMGH, 2015. HALL, C.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. Teorias da Personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2000. PAPALIA, D. F.; OLDS, ...............S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: AMGH, 2010. ROTTA, N. T.; OHWEILER, L.; RIESGO, R. S. (orgs.). Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016. STERNBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage, 2016. Tainá Thies Psicologia do Desenvolvimento
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