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Raciocínio Clínico para a Construção de um Diagnóstico

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Raciocínio Clínico para a Construção de um Diagnóstico
- Exame Clínico = Anamnese + Exame Físico.
- O raciocínio clínico é o processo cognitivo por meio do qual o médico é capaz de
estabelecer o diagnóstico correto e propor uma conduta adequada frente a um
problema clínico encontrado. Depende de: observação clínica, experiência clínica
por vivências e conhecimento natural das doenças.
- O diagnóstico clínico depende de: coleta de dados, processo de raciocínio e
conhecimento médico.
- Estratégias para o Raciocínio Clínico:
➢ Método hipotético-dedutivo (é o mais usado): a partir de uma hipótese são
feitas deduções de quais testes podem ser usados para afastar ou reforçar a
afirmação.
● Hipótese: afirmação relacionada a uma situação (exemplo: queixa do
paciente) que pode ser verdadeira ou falsa. É um palpite.
➢ Reconhecimento de padrões: médicos mais experientes.
➢ Heurísticas: atalhos mentais para encontrar soluções para problemas.
➢ Fluxogramas: médicos menos experientes.
➢ Exaustão (varredura): estudantes iniciais, doenças atípicas ou raras.
- Como investigar um sintoma:
➢ Localização (onde?)
➢ Qualidade (como?)
➢ Quantidade ou Intensidade (quanto?)
➢ Sequência Cronológica, ou seja, início, duração e frequência (quando?)
➢ As circunstâncias nas quais ocorrem (por quê?)
➢ Fatores que agravam ou aliviam os sintomas
➢ Manifestações associadas
- Tipos de diagnóstico clínico (geralmente coexistem):
➢ Sindrômico: sinais e sintomas (exemplo: depressão, insuficiência cardíaca)
➢ Etiológico: causal (exemplo: tuberculose, miocardiopatia alcoólica)
➢ Fisiopatológico (exemplo: insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão)
➢ Topográfico: região do corpo onde há o problema (exemplo: artrite
reumatoide)
➢ Anatômico: pneumonia
Exemplo de Raciocínio Clínico: Um homem de 80 anos adentra o consultório com sua
filha. Ele caminha vagarosamente, a face tem tonalidade pletórica (aumento do volume de
sangue no organismo, que provoca inturgescência -inchaço- vascular), respira com
dificuldade e está em uso de um dispositivo portátil de oxigenoterapia. Antes de se sentar
na cadeira em frente ao médico, tosse algumas vezes, e o ruído produzido indica a
existência de secreções nas vias respiratórias.
❖ Mesmo antes de fazer qualquer pergunta ao paciente, vem à mente do médico a
hipótese diagnóstica de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) por meio do
reconhecimento de padrões.
As informações fornecidas pelo paciente na anamnese apontam para o padrão reconhecido
inicialmente pelo médico: dispneia (falta de ar) há anos, que aparece agora mesmo para
atividades do cotidiano; tosse crônica com expectoração (expulsão) mucosa em grande
quantidade; antecedentes de tabagismo durante décadas. Entretanto, a filha notou que o
paciente vinha apresentando episódios de tosse com expectoração hemoptóica (expulsão
de sangue) nas últimas semanas.
❖ Vem, então, à mente do médico, que a expectoração com sangue associada a
antecedentes de tabagismo pode resultar em carcinoma broncogênico. O médico
teve um raciocínio heurístico.
Pensando num diagnóstico diferencial de causas de hemoptise (sangue + escarro), o
médico descobre que períodos de sintomatologia semelhante já aconteceram no passado,
principalmente após episódios de exacerbações agudas da doença. O paciente costuma ter
episódios de escarros hemoptóicos há 30 anos, e que eles tiveram início após ter realizado
tratamento para tuberculose pulmonar durante 6 meses.
❖ O médico pondera que carcinomas broncogênicos não têm evolução de 30 anos, e
que bronquiectasias pós-tuberculose, além de levar a quadros de escarro com
sangue, são uma condição relativamente comum. O raciocínio apresentado é o
hipotético-dedutivo (ou analítico).
O médico descobre que o paciente já havia realizado uma radiografia em um pronto socorro
da sua cidade há 1 semana. A análise do exame radiológico que o paciente trazia mostrou
alterações compatíveis com a tuberculose residual.
❖ O médico sentiu-se suficientemente confiante para estabelecer os diagnósticos de
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bronquiectasias pós-tuberculose,
introduzindo, então, terapias dirigidas para tais condições. O médico teve um
raciocínio hipotético-dedutivo.
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