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Efeito da consociação do milho com outras culturas

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÓMICAS 
CUAMBA 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja (Glycine max L.), feijão nhemba 
(Vigna unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajanus cajan) na incidência, 
densidade e nível médio de ataque da lagarta do funil do milho Spodoptera 
frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e rendimento da cultura do milho (Zea 
mays L.) nas condições agro-ecológicas do distrito de Nampula 
 
 
 
 
Autora: Ana Domingas Assane 
 
 
 
 
 
 
 
Cuamba 
Outubro de 2020 
Efeito da consociação do milho com soja (Glycine max L.), feijão nhemba 
(Vigna unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajanus cajan) na incidência, 
densidade e nível médio de ataque da lagarta do funil do milho Spodoptera 
frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e rendimento da cultura do milho (Zea 
mays L.) nas condições agro-ecológicas do distrito de Nampula 
 
 
 
 
 
Autora: Ana Domingas Assane 
 
 
Monografia Submetida à Faculdade de Ciências 
Agronómicas – Universidade Católica de 
Moçambique como requisito parcial para a 
obtenção do grau de licenciado em Ciências 
Agrárias. 
Supervisora: Eng.º Ali Momade Ussene 
Co-supervisor: Eng.º Samuel Nito Miguel Mussava 
 
 
 
 
 
 
Cuamba 
Outubro de 2020 
Efeito da consociação do milho com soja (Glycine max L.), feijão nhemba 
(Vigna unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajanus cajan) na incidência, 
densidade e nível médio deataque da lagarta do funil do milho Spodoptera 
frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e rendimento da cultura do milho (Zea 
mays L.) nas condições agro-ecológicas do distrito de Nampula 
 
O presente trabalho é submetido à Universidade Católica de Moçambique – Faculdade de 
Agricultura, como condição parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Ciências 
Agrárias. 
ANA DOMINGAS ASSANE 
 
Aprovação do júri 
O presente trabalho foi sujeito a avaliação do júri no dia 15 de Outubro de 2020, tendo sido 
aprovado com a classificação final de __________ valores. 
Júri examinador: 
Presidente:____________________________________ 
_____ 
UCM – FCA 
Examinador:___________________________________ 
_____ 
UCM – FCA 
Orientador:___________________________________ 
Eng.º Samuel Nito Miguel Mussava 
UCM – FCA
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página I 
Declaração de honra 
Eu Ana Domingas Assane declaro em minha honra que este Trabalho de Fim de Curso nunca foi 
apresentado na sua essência para a obtenção de qualquer grau e que ele constitui o resultado da 
minha investigação pessoal, estando indicadas no texto e nas referências bibliográficas as fontes 
utilizadas. 
 
 
 
Cuamba, Outubro de 2020 
 
___________________________________ 
/Ana Domingas Assane/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página II 
Dedicatória 
O presente trabalho dedico à minha mãe e irmãos desde sempre me incentivaram a realizar o 
meu sonho de ser formada e que sempre estiveram presente durante toda a minha caminhada e 
fizeram todo o esforço para tornar possível o meu sonho. Agradecer Allah por dar-me forças, 
saúde e firmeza durante todo o percurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página III 
Agradecimentos 
A realização deste trabalho em primeiro lugar agradecer a Allah por sempre dar-me forças, saúde 
e firmeza que ajudaram a realizar o trabalho. 
Allah, ele que é omnipresente e omnipotente, graças e louvores lhe sejam dados a todo o 
momento junto com seu Profeta Rassul (S.A.W) por todas as graças e todas as benesses por ele 
concedidas. 
Aos meus pais, irmãos, sobrinhos, família e em particular a família Machango pelo apoio 
prestado. 
 Aos meus colegas da Faculdade em especial Rosa Elsa e Samia Adelino, pelo espírito de 
camaradagem e de entre-ajuda revelado ao longo do percurso. E aos meus docentes, pela forma 
sábia como souberam transmitir os conteúdos. 
Agradecer a equipe do IIAM o delegado António Chamuene, Eng.º Francisco José, Eng.º Ali 
Momade Ussene, Eng.º João Antonio Pedro, Eng.ª Elizeth Regina Raisse, Eng.ºSabir Tualibo 
Gimo, e Eng.º Diocleciano pelo apoio prestado durante todo o meu percurso naquela prestigiada 
instituição de investigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página IV 
Resumo 
O presente experimento foi conduzido na campanha agrícola 2019/2020 nos campos do Instituto 
de Investigação Agrária de Moçambique localizado na província de Nampula, distrito de 
Nampula sob condições de sequeiro com o objectivo de avaliar o efeito da consociação do milho 
com soja (Glycine max L.), feijão nhemba (Vigna unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajunus 
cajunus) na incidência, densidade e nível médio de ataque da lagarta do funil do milho 
Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e rendimento da cultura do milho (Zea mays 
L.). Para tal, foi utilizado o delineamento de Blocos Completos Casualizados, num esquema 
mono-factorial com quatro tratamentos e três repetições. Os tratamentos estudados consistiram 
na consociação de milho com três leguminosas. Durante a condução do experimento foram 
recolhidos dados sobre o número de espigas comerciais, número de espigas não comerciais, peso 
de 100 sementes, rendimento do grão, incidência, densidade e nível médio de ataque da lagarta 
do funíl do milho. Após a organização dos dados, foram submetidos ao pacote estatístico 
SISVAR versão 5.1, para a Análise de Variância e teste Tukey ao nível de 5% de significância. 
O pacote estatístico Microsoft Office Excel també foi usado para determinar as médias e 
organização de tabelas. As espécies foram consociadas em fileiras alternadas em séries de 
substituição com as seguintes proporções: 50%:50%. Os resultados obtidos mostraram que a 
incidência, densidade e nível médio de ataque foram baixas na consociação entre milho e feijão 
nhemba em relação nos demais tratamentos, principalmente no milho puro. No que diz respeito 
às variáveis de rendimento, os resultados para número de espigas comerciais e número de 
espigas não comerciais foram maiores na consociação entre milho e soja e na consociação engtre 
milho e feijão boer respectivamente. O maior peso de cem sementes e rendimento do grão foi 
observado na consociação entre milho e soja. 
Palavras-chave: Consociação, Zea mays, Spodoptera frugiperda, feijão nhemba, soja, feijão bóer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página V 
Abstract 
The present research work was conducted in the 2019/2020 cropping seaon in the fields of the 
Institute of Agricultural Research of Mozambique located in the Nampula province, district of 
Nampula under rainfed conditions with the aim of evaluating the effect of the intercropping of 
maize with soybean(Glycine max L.), cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walp.) and pigeopea 
(Cajunus cajunus) in the incidence, density and average level of attack of the maize fall 
armyworm Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) and maize crop yield (Zea mays L.). 
For this purpose, the Randomized Complete Blocks design was used, in a mono-factorial scheme 
with four treatments and three repetitions. The treatments studied consisted of intercropping 
maize with three legumes. During the conduct of the experiment, data were collected on the 
number of commercial ears, number of non-commercial ears, weight of 100 seeds, grain yield, 
incidence, density and average attack level of the fall armyworm. After organizing the data, were 
submitted to the statistical package SISVAR version 5.1, for the Analysis of Variance and Tukey 
test at the level of 5% of significance. The Microsoft Office Excel statistical package was also 
used to determine the mean and table designs. The species were intercropped in alternating rows 
in substitution series with the following proportions: 50%:50%. The results obtained showed that 
the incidence, density and average attack level were low in the intercropping between maize and 
cowpea in relation to the other treatments, mainly in pure maize. With regard to yield variables, 
the results for number of commercial ears and number of non-commercial ears were higher in the 
intercropping between maize and soybeans and in intercropping between corn and pigeonpea 
respectively. The greatest weight of one hundred seeds and grain yield was observed in the 
intercropping between maize and soybean. 
Keywords: intercropping, Zea mays, Spodoptera frugiperda, cowpea, soybean, pigeonpea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página VI 
Índice Pág. 
Declaração de honra ......................................................................................................................... I 
Dedicatória ...................................................................................................................................... II 
Agradecimentos ........................................................................................................................ 25III 
Resumo ......................................................................................................................................... IV 
Abstract .......................................................................................................................................... V 
Listas ............................................................................................................................................. IX 
Lista de tabelas .......................................................................................................................... IX 
Lista de gráficos ......................................................................................................................... X 
Lista de abreviaturas.................................................................................................................. XI 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 
1.1. Contextualização, generalidades e antecedentes .............................................................. 1 
1.2. Problematização ............................................................................................................... 2 
1.3. Justificativa....................................................................................................................... 3 
1.4. Objectivos......................................................................................................................... 4 
1.4.1. Geral .......................................................................................................................... 4 
1.4.2. Específicos ................................................................................................................ 4 
1.5. Hipóteses .......................................................................................................................... 4 
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 5 
2.1. Origem da cultura de milho .............................................................................................. 5 
2.2. Características fisiológicas do milho................................................................................ 5 
2.2.1. Semente ..................................................................................................................... 5 
2.2.2. Sistema radicular ....................................................................................................... 6 
2.2.3. Parte aérea ................................................................................................................. 6 
2.3. Condições de solo e clima ................................................................................................ 9 
2.4. Necessidades hídricas ..................................................................................................... 10 
2.5. Fertilização ..................................................................................................................... 11 
2.6. Problemas/desafios tecnológicos.................................................................................... 11 
2.6.1. Plantas invasoras ..................................................................................................... 11 
2.6.2. Doenças ................................................................................................................... 12 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página VII 
2.6.3. Desafios no maneio doenças ................................................................................... 15 
2.6.4. Pragas ...................................................................................................................... 17 
2.7. Efeito da consociação do milho com soja (Glycine max L.), Feijão nhemba (Vigna 
unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajunus cajunus) na incidência, densidade e nível médio 
deataque da lagarta do funil do milho Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e 
rendimento da cultura do milho (Zea mays L) .......................................................................... 26 
2.7.1. Maneio ecológico de pragas .................................................................................... 26 
2.7.2. Consociação de culturas .......................................................................................... 27 
2.8. Soja Glycine max (L.) Merr............................................................................................ 29 
2.8.1. Características da planta de soja ............................................................................. 30 
2.9. Feijão nhemba [Vigna unguiculata (L.) Walp] .............................................................. 31 
2.10. Feijão bóer [Cajanus cajan (L.) Millspaugh] .............................................................. 32 
CAPITULO III: MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 35 
3.1. Descrição do local de estudo .......................................................................................... 35 
3.1.1. Condições edafoclimatica .......................................................................................35 
3.2. Materiais ......................................................................................................................... 36 
3.2.1. Descrição das Variedades Estudadas ...................................................................... 36 
3.3. Métodos .......................................................................................................................... 37 
3.3.1. Delineamento Experimental.................................................................................... 37 
3.3.2. Condução do ensaio ................................................................................................ 38 
3.3.3. Variáveis observadas .............................................................................................. 40 
3.3.4. Variáveis medidas ................................................................................................... 42 
3.4. Processamento e Análise de dados ................................................................................. 43 
3.5. Limitações do estudo ...................................................................................................... 44 
CAPITULO IV: RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÕES .................................................. 45 
4.1. Comparação das médias do número de espigas comerciais e não comerciais ............... 45 
4.2. Comparação das médias de peso de cem sementes e rendimento do grão ..................... 46 
4.3. Peso de cem sementes .................................................................................................... 47 
4.4. Rendimento do grão ....................................................................................................... 48 
4.5. Comparação valores médios da incidência da lagarta do funíl do milho ....................... 49 
4.6. Comparação de valores médios da densidade da lagarta do funíl do milho .................. 51 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página VIII 
4.7. Comparação de valores médios do nível médio de ataque da lagarta do funíl .............. 52 
4.8. Correlação entre as diferentes variáveis estudadas e o rendimento ............................... 54 
4.8.1. Correlação entre espiga comercial e rendimento do grão ....................................... 54 
4.8.2. Correlação entre peso de cem sementes e rendimento do grão .............................. 55 
4.8.3. Correlação entre incidência da lagarta do funíl do milho e rendimento do grão .... 56 
4.8.4. Correlação entre densidade da lagarta do funíl do milho e rendimento do grão .... 57 
4.8.5. Correlação entre nível médio de ataque da lagarta do funíl e rendimento do grão 58 
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................... 59 
5.1. Conclusões ..................................................................................................................... 59 
5.2. Recomendações .............................................................................................................. 60 
Apêndices ...................................................................................................................................... 61 
Apêndice I. Protocolo de Ensaio ............................................................................................... 62 
Apêndice II. Esquema de Ensaio............................................................................................... 64 
Apêndice III: Tabela de Analise de Variância .......................................................................... 65 
Apêndice III.I: Tabela de Analise de Variância para Espiga Comercial ............................... 65 
Apêndice III.II: Tabela de Analise de Variância para Espiga Não Comercial ...................... 65 
Apêndice III.III: Tabela de Analise de Variância para Peso de Cem Sementes ................... 65 
Apêndice III.IV: Tabela de Analise de Variância para Rendimento do Grão ....................... 65 
Apêndice III.V: Tabela de Analise de Variância para Incidência da Lagarta do Funíl ......... 66 
Apêndice III.VI: Tabela de Analise de Variância para Densidade da Lagarta do Funíl ....... 66 
Apêndice III.VII: Tabela de Analise de Variância para Nível Médio de ATaque da Lagarta 
do Funíl .................................................................................................................................. 66 
Anexos .......................................................................................................................................... 67 
Anexo I: Dados brutos do ensaio .............................................................................................. 68 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página IX 
Listas 
Lista de tabelas 
Tabela 1. Métodos de controlo directo e restrições de pesticidas ..................................................25 
Tabela 2. Descrição das variedades em estudo ..............................................................................36 
Tabela 3. Codificação dos tratamentos ..........................................................................................37 
Tabela 4. Escala visual de danos para Spodoptera frugiperda proposta por Davis & Williams 
(1989) .............................................................................................................................................42 
Tabela 5. Esquema de análise de variância usado para o presente estudo .....................................43 
Tabela 6. Classificação geral do coeficiente de variação ..............................................................44 
Tabela 7. Comparação das médias do número de espigas comerciais e não comerciais nos 
diferentes tratamentos ....................................................................................................................45 
Tabela 8. Comparação das médias de peso de cem sementes (g) e rendimento do grão (kg/ha) 
entre os tratamentos .......................................................................................................................46
 
Tabela 9. Valores médios da incidência da lagarta do funíl na cultura do milho em sistemas de 
cultivos puro e consociado com o feijão nhemba, soja e feijão bor, entre 20 a 47 dias após a 
emergência .....................................................................................................................................49 
Tabela 10. Valores médios da densidade da lagarta do funíl na cultura do milho em sistemas de 
cultivos puro e consociado com o feijão nhemba, soja e feijão bor, entre 20 a 47 dias após a 
emergência .....................................................................................................................................51 
Tabela 11.Valores médios do nível médio de ataque da lagarta do funíl na cultura do milho em 
sistemas de cultivos puro e consociado com o feijão nhemba, soja e feijão bor, entre 20 a 47 dias 
após a emergência ..........................................................................................................................52 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página X 
Lista de gráficos 
Gráfico 1. Precipitação (mm) registada durante o ciclo vegetativo da cultura de milho no ano 
2020................................................................................................................................................35Gráfico 2. Correlação entre o espigas comeriais e rendimento do grão ........................................54 
Gráfico 3. Correlação entre o peso de cem sementes e o rendimento do grão ..............................55 
Gráfico 4. Correlação entre a incidência da lagarta do funíl do milho e o rendimento do grão ....56 
Gráfico 5. Correlação entre a densidade de lagarta de funíl do milho e o rendimento do grão .....57 
Gráfico 6. Correlação entre nível médio de ataque da lagarta de funíl do milho e o rendimento do 
grão ................................................................................................................................................58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página XI 
Lista de abreviaturas 
% ........................................................................................................................................ Por cento 
AC ......................................................................................................... Agricultura de Conservação 
ANOVA ........................................................................................................... Análise de Variância 
Bt .................................................................................................................... Bacillus thuringiensis 
cm .....................................................................................................................................Centimetro 
CV ............................................................................................................... Coeficiente de Variação 
DENS1, 2, 3, 4 ................................ Densidade na primeira, segunda, terceira e quarta observação 
EC .......................................................................................................................... Espiga comercial 
ECHA .................................................................................................... Espiga comercial por hectar 
ENC................................................................................................................. Espiga não comercial 
ENCHA .......................................................................................... Espiga não comercial por hectar 
Etc ....................................................................................................................................... Et cetera 
Fc......................................................................................................................... Factor de Correção 
FV ........................................................................................................................ Fonte de Variação 
g............................................................................................................................................. Gramas 
GL ......................................................................................................................... Grau de liberdade 
GM ................................................................................................................................ Média Geral 
GR ................................................................................................................................. Ghe Residue 
H1 ............................................................................................................................................................................... Hipótese alternativa 
ha ........................................................................................................................................... Hectare 
ICRISAT ........... Instituto Internacional de Investigação de Culturas para os Trópicos Semi-áridos 
ID ..................................................................................................................... Incidência da doença 
IIAM .................................................................. Instituto de Investigação Agrária de Moçambique 
IITA......................................................................... Instituto Internacional de Agricultura Tropical 
INC1, 2, 3, 4 ................................... Incidência na primeira, segunda, Terceira e quarta observação 
K2O ...................................................................................................................... Óxido de Potássio 
kg ha‑1 .......................................................................................................... Quilograma por hectar 
kg/ha .............................................................................................................. Quilograma por hectar 
L .......................................................................................................................................... Linneaus 
L m-2 ......................................................................................................... Litro por metro quadrado 
LFM ........................................................................................................ Lagarta do Funíl do Milho 
m .............................................................................................................................................. Metro 
m
2
 ............................................................................................................................ Metro quadrado 
MAE ......................................................................................... Ministério de Administração Estatal 
MASA ................................................................. Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar 
Merr......................................................................................................................................... Merril 
mm .................................................................................................................................... Milímetro 
K ........................................................................................................................................... Potássio 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página XII 
N ....................................................................................................................................... Nitrogénio 
NMA ............................................................................................................ Nível Médio de Ataque 
NMA1, 2, 3, 4 ............ Nível Médio de Ataque na primeira, segunda, terceira e quarta observação 
º ..................................................................................................................................................Grau 
ºC ................................................................................................................................... Grau Celsius 
P100S ............................................................................................................. Peso de cem sementes 
P2O5 ............................................................................................................... Pentóxido de difósforo 
pH ..............................................................................................................Potencial Hidrogeniônico 
Pr ................................................................................................................................. Probabilidade 
Pr>Fc ......................................................................... Probababilidademaior que factor de correção 
QM ......................................................................................................................... Quadrado Médio 
R ............................................................................................................... Coeficiente de Correlação 
RAE........................................................................................................ Razão de Área Equivalente 
Rend ............................................................................................................................... Rendimento 
REP ....................................................................................................................................Repetição 
RG ..................................................................................................................... Rendimento do grão 
SQ ....................................................................................................................Soma dos Quadrados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
ecológicas do distrito de Nampula 
Autora: Ana Domingas Assane Página 1 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
1.1. Contextualização, generalidades e antecedentes 
Em Moçambique, o milho é a cultura mais importante e cobre uma área total de cerca de 29% 
sendo o sector familiar o mais importante na produção, o mesmo com mais de 90% de área 
cultivada tendo como principal tipo de agricultura a de regime de sequeiro, praticada na sua 
maioria em zonas rurais. No período entre 2005 a 2010 a produção do milho contribuiu com 
cerca de 1.340.600 toneladas, essa quantidade, representou cerca de 80% do conjunto de cereais 
produzidos (Cunguara, 2011 citado por Augusto, 2016). 
Segundo Uaiene (2006), o milho é a principal cultura alimentar produzida domesticamente em 
Moçambique. Assim, o milho é importante uma vez que ajuda alcançar a segurança alimentar e é 
importante para o sustento das pessoas que vivem nas áreas rurais. 
O milho (Zea mays L.) constitui a fonte básica de alimentação para a maioria da população rural 
e suburbana em Moçambique. Contudo, a produção de milho está seriamente ameaçada devido à 
introdução de uma nova praga do milho no continente Africano, a lagarta do funil do milho, 
Spodoptera frugiperda. A lagarta do funil de milho, Spodoptera frugiperda (J.E.Smith) 
(Lepidoptera: Noctuidae), é originária da América Central e do Sul. Em África, a espécie S. 
frugiperda foi detectada pela primeira vez na Nigéria em Janeiro de 2016 (Ministério da 
Agricultura e Segurança Alimentar, 2017). 
O adulto desta praga (borboleta) tem um poder de dispersão muito grande principalmente na 
época quente e as lagartas podem afectar grandes áreas em pouco tempo devido ao seu estado 
migratório. Dependendo da densidade da população e a fase fenológica da cultura atacada, as 
perdas de rendimento podem variar de 20 a 60% (Figueiredo et al., 2006 citado pelo MASA, 
2017) e, em casos de infestação severa, perda completa da cultura pode ocorrer, ou seja, 100% de 
perdas de rendimento. 
A busca de práticas culturais eficientes que possam assegurar incrementos na produção de forma 
prática e econômica através da utilização de técnicas para obtenção de alta productividade 
através de controlo de pragas tem crescido nos últimos anos. Trabalhos publicados revelam que 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
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Autora: Ana Domingas Assane Página 2 
os sistemas consorciados apresentam níveis mais elevados de productividade da terra e maior 
estabilidade da produção em relação ao sistema em monocultivo (Resende et al., 1992; Carvalho, 
1993; Resende, 1997). 
Evidências mostram que a consociação pode afectar a dinâmica populacional de pragas nas 
culturas (Best e Beegle, 1977; Fuller, 1988; Flesch, 2002 citados em Souza, Távora, Bleicher, & 
Pitombeira, 2004). 
A consociação é um factor de diversificação do agroecossistema, por aumentar a diversidade 
estrutural de espécies, as quais podem afetar a densidade de insectos (Emden e Williams, 1974 
citados em Souza et. al., 2004). Várias opções são empregadas em um sistema de consociação 
envolvendo diferentes culturas, destacando-se a associação entre gramíneas e leguminosas 
(Resende et al., 1992; Carvalho, 1993; Resende, 1997 citados por Souza et. al., 2004). 
O controlo de populações de espécies-pragas, sem agressão ao ambiente, é hoje 
reconhecidamente uma necessidade, não só do ponto de vista da preservação ambiental, mas 
também da productividade e rentabilidade econômica. Assim, a compreensão da dinâmica das 
populações de insetos e de seus diferentes biótipos nos sistemas agrícolas é indispensável para 
que se possa planear e implementar adequadamente o seu controlo (Souza et. al., 2004). 
1.2. Problematização 
A cultura do milho desde a sementeira até a colheita é afectada por diversos factores abióticos e 
bióticos. Dentre os bióticos, as pragas constituem o maior factor limitante. A lagarta do funil do 
milho (Spodoptera frugiperda), uma praga recém-introduzida no país, é considerada a praga que 
mais danos causa na cultura do milho, podendo atingir o nível económico de dano (40 a 100%) 
se não controlado (Rosa, 2011). 
A produção desta gramínea em Moçambique é caracterizada por apresentar baixos níveis de 
produção e da productividade, devido ao maneio da cultura que são medida de emergência para 
minimizar os danos causados a cultura de milho e mitigar o seu impacto na produção e pelo 
ataque de pragas como o caso da larta do funíl e pela tardia controlo da mesma, e por outro lado 
devido à má selecção do método de contro adequado para o controlo da lagarta do funíl. 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
médio de ataque da lagarta do funil do milho e rendimento da cultura do milho nas condições agro-
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Em vista da importância que representam para a agricultura de Moçambique e em particular 
destaque à província de Nampula, faz-se necessário ampliar os conhecimentos técnicos e 
científicos em torno do consócio milho + feijão nhemba, milho + soja e milho + feijão boer, uma 
vez que as informações disponíveis ainda não apresentam a consistência necessária para o 
cotrolo da lagarta do funíl do milho. 
Em face disso, surge a seguinte questão: 
 Qual das combinações de consociação do milho com as leguminosas promove a 
redução populacional da lagarta do funil do milho Spodoptera frugiperda 
(Lepidoptera: Noctuidae) podendo afectar o rendimento da cultura do milho, nas 
condições agro-ecológicas da província de Nampula? 
1.3. Justificativa 
O milho é a cultura mais importante para o sector rural do país, e cobre uma área total de cerca 
de 29% sendo o sector familiar o mais importante na produção. A baixa produção e 
productividade tem sido um dos mais intraves para esta cultura devido ao ataque de pragas e 
doenças, com enfoque na lagarta do funíl do milho. Portanto, o metodo de controlo cultural que é 
um dos factores a ter em conta para o aumento do rendimento da Cultura de milho, dai surgiu a 
necessidade de criar métodos ou técnicas que visam o aumento da productividade através do 
consócio de milho com leguminosas de tal maneiras a controlar a lagarta do funíl. 
Porém, o presente estudo servirá como uma das ferramentas para aumento do rendimento da 
cultura, no nível do sector familiar, assim como das instituições que fazem a prática desta 
gramínea usando a técnica de consociação, isto através da expansão dosmeios de produção que 
melhor respoderem as condições climaticas locais. Academicamente servirá como fonte de 
aquisição de informações acerca desta cultura, quando consociada com leguminosas, e na 
qualidade de pesquisador o trabalho apresenta uma vantagem pelo facto de este constituir uma 
base de experiência em conhecimentos práticos e teóricos na área de produção vegetal. 
 
 
Efeito da consociação do milho com soja, feijão nhemba e feijão bóer na incidência, densidade e nível 
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1.4. Objectivos 
1.4.1. Geral 
 Avaliar o efeito da consociação do milho com soja (Glycine max L.), Feijão nhemba 
(Vigna unguiculata (L.) Walp.) e feijão boer (Cajunus cajunus) na incidência, densidade e 
nível médio deataque da lagarta do funil do milho Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: 
Noctuidae) e rendimento da cultura do milho (Zea mays L) nas condições agro-ecológicas 
do distrito de Nampula. 
1.4.2. Específicos 
 Comparar as variáveis entomológicas (intensidade da lagarta, densidade da lagarta, nível 
médio de ataque da lagarta do funíl do milho); 
 Determinar a variável de rendimento do milho com as leguminosas em estudo (espiga 
comercial, espiga não comercial e peso de cem sementes); 
 Determinar o rendimento do grão da cultura do milho submetido aos diferentes 
tratamentos. 
1.5. Hipóteses 
Hipótese nula (H0): A consociação do milho com leguminosas não tem efeito significativo no 
controlo da lagarta do funil do milho e nas componentes de rendimento do milho. 
Hipótese Alternativa (H1): Existe pelo menos um dos tratamentos que traz um efeito 
significativo no controlo da lagarta do funil e/ou nas componentes de rendimento do milho. 
 
 
 
 
 
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CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Origem da cultura de milho 
O milho (Zea mays L.) é uma planta que pertence ao reino plantae, classe monocotiledonea, da 
família paceae (gramíneas), génerozea e espécie Zeamays pertence ao grupo das angiospermas, 
ou seja, produz as sementes no fruto, com interesse agrícola destinada para alimentação humana 
e dos animais, este cereal serve também de fonte de grande número de produtos industriais, 
sendo utilizado em forma de grãos e para forragens. É um dos grãos alimentícios mais antigos 
que se conhece. Entre os cereais cultivados no mundo, o milho ocupa o segundo lugar em 
produção a seguir ao trigo, com o arroz em terceiro lugar essa cultura produz-se em climas 
variados desde zonas temperadas a tropicais, durante o período em que as temperaturas são 
superiores a 15ºC (De Oliveira, 2007 citado por Augusto, 2016). 
A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora haja variedades bem mais baixas, o 
caule tem aparência de bambu, e as juntas estão geralmente a 50 cm de distância umas das 
outras, a fixação da raiz é relativamente fraca com espigas cilíndricas, e costuma nascer na 
metade da altura da planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras 
regulares presas no sabugo que formam a espiga, cada espiga contém mais de duzentos grãos 
(Dos Santos, 2008 citado por Augusto, 2016). 
O milho é menos sensível ao défice hídrico durante os períodos vegetativo e maturação, e 
quando ocorre durante o período de floração particularmente na altura da formação da espiga e 
da polinizaçãopodem resultar num rendimento baixo ou nulo dos grãos devido a secagem dos 
estigmas (Doorembos &, Kassam 1994 citados em Augusto, 2016). 
2.2. Características fisiológicas do milho 
2.2.1. Semente 
Segundo Barros & Calado (2014) a semente do milho é classificada botanicamente como 
cariopse, apresenta três partes: o pericarpo, o endosperma e o embrião. O pericarpo é uma 
camada fina e resistente, constituíndo a parte mais externa da semente. O endosperma é a parte 
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da semente que está envolvida pelo pericarpo e a que apresenta maior volume, sendo constituída 
por amido e outros carbohidratos. 
Para Barros & Calado, (2014) a parte mais externa do endosperma e que está em contato com o 
pericarpo, denomina-se de camada de aleurona, a qual é rica em proteínas e enzimas e cujo papel 
no processo de germinação, é determinante. O embrião, que se encontra ao lado do endosperma, 
possui primórdios de todos os órgãos da planta desenvolvida, ou seja, não é mais do que a 
própria planta em miniatura. 
Quando as condições de temperatura e humidade são favoráveis, a semente do milho germina 
entre 5 à 6 dias quando a temperatura do solo for superior a 10ºC, sendo a óptima de 15ºC. Na 
fase de desenvolvimento vegetativo e floração as temperaturas óptimas devem variar de 24 a 30 
ºC, sendo as superiores a 40 ºC, prejudiciais à cultura (Barros & Calado, 2014). 
2.2.2. Sistema radicular 
Segundo Barros & Calado (2014) o milho tem uma raiz fasciculada com grande 
desenvolvimento e pode atingir 30 a 40 toneladas por hectare. 
A parte do embrião que corresponde à radícula vai dar origem à raíz primária que se aprofunda 
no solo em sentido vertical. A seguir surgem as raízes secundárias, as quais apresentam uma 
grande capacidade de ramificação e a raíz primária desintegra-se. Posteriormente, surgem as 
raízes adventícias que partem dos primeiros nós do colmo e quando atingem o solo ramificam-se 
intensamente, sendo este aspeto muito importante na sustentação física da planta (Barros & 
Calado, 2014). 
2.2.3. Parte aérea 
2.2.3.1. Caule 
Segundo Cruz, et al. (2010) o milho pode atingir uma altura de cerca de 2 metros, podendo o seu 
porte variar em função do próprio hibrído, das condições climáticas, do fornecimento adequado 
de água à planta, das características do solo e da fertilidade do mesmo, da disponibilidade de 
nutrientes, etc. 
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O milho, quando apresenta cerca de 15 centímetros de altura já o caule está totalmente formado, 
possuindo todas as folhas, os primórdios da inflorescência feminina que irão constituir a espiga 
(maçaroca) e a qual se localiza na axila das folhas e, possui já também os primórdios da 
inflorescência masculina, situada na extremidade (ápice) do caule. A partir daqui, o crescimento 
da planta será função do acréscimo do número de células e do aumento do seu volume (Cruz, et 
al., 2010). 
O caule do milho é um colmo ereto, geralmente não ramificado e apresentando nós e entrenós 
que se denominam de meritalos, os quais são esponjosos e relativamente ricos em açúcar. O 
caule, além de ter a função de suportar as folhas e partes florais, é também um órgão de reserva, 
armazenando sacarose (Augusto, 2016). 
2.2.3.2. Folhas 
As plantas do milho são consideradas de folha estreita, com o seu comprimento a ser muito 
superior à largura. As folhas estão dispostas alternadamente e inseridas nos nós. As folhas são 
constituídas de uma bainha invaginante, pilosa de cor verde clara e limbo-verde escuro, estreito e 
de forma lanceolada, possuindo bordos serrilhados com uma nervura central vigorosa (Augusto, 
2016). 
O meristema, também chamado de ponto de crescimento, onde se formam as folhas novas, fica 
abaixoou na superfície do solo até ao estádio de desenvolvimento de dez folhas visíveis. A 
fotossíntese inicia a função de acumulação de matéria seca, ou seja, de alimentação da planta, 
quando esta atinge o estádio de desenvolvimento de duas folhas completamente desenvolvidas 
(Cruz, Magalhães, Filho, & Moreira, 2011). 
2.2.3.3. Inflorescência 
O milho é uma planta monóica, ou seja, possui os órgãos masculinos e femininos na mesma 
planta em inflorescências diferentes, estando os masculinos agrupados na panícula (bandeira), 
situada no topo do colmo que contém unicamente os estames envolvidos nas glumas e os 
femininos em espigas axilares. Os órgãos masculinos aparecem antes dos femininos e por isso, é 
uma espécie protândrica (Augusto, 2016). 
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A panícula, que contém as flores masculinas, pode atingir 50 a 60 cm de comprimento e pode ter 
coloração variável, sendo frequentemente esverdeada ou vermelho escuro. Cada flor é 
constituída de 3 estames e a produção de pólen pode durar cerca de 8 dias. Cada panícula pode 
produzir cerca de 50 milhões de grãos de pólen (Cruz, et al., 2010). 
Segundo Augusto (2016) quando o pendão é emitido, o crescimento da parte aérea do milho 
cessa e o crescimento radicular é bastante reduzido e, isto sucede cerca de 4 a 5 dias antes do 
aparecimento da espiga. 
A inflorescência feminina, designada de espiga ou maçaroca é constituída por um eixo, ao longo 
do qual se dispõe os alvéolos e onde se desenvolvem as espiguetas aos pares, sendo cada 
espigueta formada por duas flores, uma fértil e outra estéril. Cada flor tem um ovário com um 
único óvulo e a partir do ovário desenvolve-se o estilo-estigma. O conjunto do estilo-estigma irá 
constituir o cabelo ou também denominada barba de milho (Cruz, Magalhães, Filho, & Moreira, 
2011). 
Para Augusto (2016) o estilo-estigma é de extrema importância para a concretização da 
fecundação e por isso, a planta deve estar bem nutrida, e sem défice hidríco para se evitar a sua 
dessecação e consequentemente afetar a fecundação. 
A floração ocorre normalmente entre os 50 e os 100 dias após a emergência e é afectada 
principalmente pela temperatura. A polinização não é mais do que a transferência do grão de 
pólen da antera da flor masculina para o estigma da flor feminina e no milho, a autofecundação 
representa apenas cerca de 2%, e daí dizer-se que esta planta tem polinização cruzada. A 
deiscência e a dispersão dos grãos de pólen ocorrem normalmente 2 a 3 dias antes da emissão 
dos estilo-estigma, favorecendo desse modo, a polinização cruzada e tanto a libertação de pólen 
pelas flores masculinas como a receptividade desse pólen pelas barbas, acontece por vários dias, 
sendo o mais comum 5 a 8 dias, podendo por vezes estender-se até ao 14º dia, o que garante a 
polinização de todas as espigas (Cruz, et al., 2010). 
Segundo Contini, Mota, Marra, & Machadom(2019) factores estranhos (défice hidríco, doenças, 
má nutrição, etc.) que ocorram, podem levar a uma polinização deficiente, não havendo 
formação dos grãos e consequentemente conduzir a uma quebra de productividade. 
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Depois da polinização ocorre a fecundação propriamente dita, resultando a formação do grão e, 
temperaturas máximas superiores a 35 ºC durante a fecundação causam danos na produção, 
devido a uma diminuição do número de grãos. Os grãos potencialmente capazes de se 
desenvolverem na espiga depende igualmente da nutrição da planta, do seu estado hidríco, do 
sombreamento causado por populações muito elevadas, etc., com os grãos da periferia a 
abortarem quando estas condições são adversas e a causarem desse modo, perda de 
productividade da cultura. O número de grãos por espiga pode variar dentro da própria variedade 
e entre variedades, estando a productividade de cada uma delas, relacionada com o número de 
grãos polinizados e desenvolvidos e da quantidade de fotoassimilatos provenientes da 
fotossíntese, que estejam disponíveis (Bellido, 1991 citado por Augusto, 2016). 
2.3. Condições de solo e clima 
Segundo Cruz, et al., (2010) apesar do milho se cultivar em diversos solos, sobretudo em 
condições de regadio que caracterizam os ambientes mediterrânicos, há uma melhor resposta da 
cultura a solos bem estruturados que permitam a circulação da água e do ar, alta capacidade 
utilizável para a água e disponibilidade de nutrientes. O milho prefere solos de textura mediana, 
de franco a franco-limoso no horizonte superficial (A) e tolera pH entre 5 a 8, no entanto, solos 
de pH a tender para 5 podem apresentar teores de alumínio e ferro que são tóxicos para as 
plantas. 
Quanto às temperaturas, a maior velocidade de crescimento dos caules e das folhas ocorre 
quando as temperaturas se situam entre os 25 e os 35 ºC, sendo a maior produção potencial 
atingida com temperatura médias dos meses mais quentes entre 21 e 27 ºC em períodos com 120 
a 180 dias sem geadas. Com temperaturas baixas é limitado o crescimento das plantas e a parte 
aérea morre, em geral, com temperaturas negativas (-1 ºC) (Bellido, 1991 citado em Cruz, et al., 
2010). 
Para Cruz, et al., (2010) se as temperaturas máximas durante a fecundação são superiores a 35 ºC 
causam danos na productividade, devido a uma diminuição do número de grãos. Segundo 
Bellido (1991) quando as temperaturas noturnas tendem para 30 ºC nos estádios de floração e 
maturação do grão, o rendimento do milho pode reduzir-se até aproximadamente 40%. 
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A precipitação de 150 mm durante o período em que decorre o ciclo vegetativo do milho poder-
se-á considerar o limite mínimo para a cultura de milho sem irrigação (Barros & Calado, 2014). 
2.4. Necessidades hídricas 
Segundo Augusto (2016) a absorção de água, o transporte e a transpiração são função da 
evapotranspiração potencial, da maior ou menor resistência dos estomas, da difusão do vapor de 
água, da água que o solo tem disponível e da densidade de raízes que a planta apresenta. A planta 
absorve água para suprir a sua necessidade em nutrientes que são transportados com a água e 
para controlar a sua temperatura através da transpiração. Da totalidade da água absorvida pela 
planta, apenas cerca de 1% é retida pela própria planta. 
Quando a disponibilidade hídrica é baixa, devido à pouca disponibilidade de água no solo ou 
devido à elevada transpiração (o que sucede nas horas do dia de temperaturas mais elevadas) a 
planta desenvolve mecanismos fisiológicos que lhe permite reduzir a perda de água, como por 
exemplo, encerrando os estomas ou alterando o ângulo foliar e desse modo reduzindo a 
incidência dos raios solares (Barros & Calado, 2014). 
Para Augusto (2016) com o encerramento dos estomas a planta deixa de transpirar, mas também 
deixa de haver entrada de dióxido carbono nas células, fazendo com que não se realize a 
fotossíntese e portanto, a produção de biomassa (matéria seca) fica afectada. 
Segundo Cruz, et al., (2010) consoante o estádio de desenvolvimento em que a planta se 
encontre, a quebra de productividade devido à deficiência hídrica poderá ser maior ou menor. Se 
a deficiência hídrica se verificar por exemplo durante dois dias na época da floração,a quebra de 
rendimento da cultura poderá ser superior a 20%, mas se essa deficiência hídrica se prolongar 
por quatro dias ou mais, essa quebra de rendimento poderá ser superior a 50%. 
Os estádios de desenvolvimento da planta em que a deficiência hídrica mais afeta a produção de 
grão são o início da floração e o desenvolvimento da inflorescência, porque é nesta fase que é 
determinado o número potencial de grãos, o período de fertilização, ou seja, quando o potencial 
de produção é fixado, sendo também nesta fase a presença de água muito importante para não 
haver desidratação dos grãos de pólen e por último, a fase de enchimento do grão, quando 
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ocorre o aumento na deposição de matéria seca, estando a matéria seca relacionada com a 
fotossíntese e se esta for afectada pela deficiência hídrica, haverá uma menor produção de 
hidratos de carbono, com consequência num enchimento deficiente do grão (Cruz, et al., 2010). 
O milho é por um lado uma planta que tem grandes necessidades de água, mas por outro lado é 
muito eficiente na utilização dessa água, ou seja, para a mesma quantidade de água utilizada, 
produz uma quantidade de matéria seca muito superior a outras culturas. A necessidade total de 
água de rega na cultura do milho depende de diversos factores, tais como da capacidade de 
retenção do solo para a água, da duração do ciclo do genótipo e da utilização dada à cultura 
(milho grão ou milho forragem), da data de sementeira, da evapotranspiração e da precipitação 
ocorrida durante o ciclo da cultura. Nas nossas condições climáticas, a necessidade de água de 
rega por unidade de área (ha) pode variar aproximadamente de 250 a 350 mm (L m-2) em milho 
forrageiro e cerca de 500 a 600 mm (L m-2) em milho destinado à produção de grão (Tabela 1), 
sendo as necessidades diárias de 2-3 mm até as plantas atingirem cerca de 30 a 40 cm de altura e 
de 7-10 mm durante a fase reprodutiva. O número de regas ao longo do ciclo da cultura é 
variável, sendo em média, entre 3 a 4 por semana (Barros & Calado, 2014). 
2.5. Fertilização 
Segundo Cruz, Magalhães, Filho, & Moreira (2011) tal como em todas as outras culturas, os 
nutrientes absorvidos em maior quantidade na cultura do milho, são o Azoto (N), o Fósforo 
(P2O5) e o Potássio (K2O). Pelo facto de serem os mais absorvidos, designam-se de 
macronutrientes principais. Na cultura do milho são também muito importantes e até 
indispensáveis, os macronutrientes secundários (Cálcio, Magnésio e Enxofre) e alguns 
micronutrientes como o cobre, o boro e o zinco. 
2.6. Problemas/desafios tecnológicos 
2.6.1. Plantas invasoras 
Com o advento da biotecnologia, o maneio de plantas daninhas na cultura do milho passa por um 
processo de transformação. O cultivo do milho resistente ao glifosato vem ganhando cada vez 
mais adeptos dentro do sector produtivo. Novos desafios, como o controlo de plantas invasoras e 
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o aumento da frequência de espécies tolerantes e biótipos resistentes a glifosato, têm ocasionado 
perdas de rendimento ao sector produtivo (Cruz, Magalhães, Filho, & Moreira, 2011). 
Segundo Silva et al. (2018a) citado por Contini, Mota, Marra, & Machado (2019) o controlo de 
plantas invasoras de milho resistente ao glifosato (GR) tem se destacado como um sério 
problema em muitas áreas de produção de grãos. O fluxo irregular de germinação dos diferentes 
tipos de perdas de colheita associado à adoção de estratégias de controlo inadequadas tem 
contribuído para manutenção de ponte verde e perdas de rendimento na cultura de interesse 
econômico semeada em sucessão. A manutenção de plantas de milho voluntário pode favorecer a 
ocorrência de pragas específicas, como da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), e acelerar o 
processo de quebra de resistência das tecnologias Bt. 
Segundo Cruz, Magalhães, Filho, & Moreira (2011) o cultivo em sucessão de culturas GR como 
soja-milho safrinha tem contribuído para o aumento da pressão de seleção de espécies tolerantes 
e biótipos resistentes ao glifosato. 
O aumento da incidência de espécies tolerantes e biótipos resistentes têm estimulado empresas 
do sector agropecuário no desenvolvimento de tecnologias que envolvem o estaqueamento de 
'novos' genes de resistência a herbicida nas culturas. Desta forma, é fornecida uma estratégia de 
maneio simplista ao produtor, que visa vender um pacote com soluções já formatadas adaptadas 
ao portfólio de herbicidas da detentora da tecnologia (Barros & Calado, 2014). 
A fim de se estabelecer programas de maneio mais sustentáveis, deve-se priorizar estratégias que 
integrem diferentes métodos de controlo. Este facto contribuirá para a redução do aumento da 
frequência de espécies tolerantes e biótipos resistentes e para o melhor posicionamento dos 
herbicidas e das novas tecnologias nos sistemas de produção de grãos (Contini, Mota, Marra, & 
Machado, 2019). 
2.6.2. Doenças 
As principais doenças da cultura são a mancha-branca, as ferrugens, a cercosporiose, as 
podridões de espigas e os enfezamentos. Além destas, nos últimos anos algumas doenças (como 
a antracnose-foliar, a mancha-de-bipolaris, a helmintosporiose e a mancha-foliar-de-diplodia), 
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consideradas de menor importância, têm ocorrido com elevada severidade em algumas regiões 
produtoras. A importância destas doenças é variável de ano para ano e de região para região, em 
função das condições climáticas, do nível de suscetibilidade das cultivares plantadas e do sistema 
de plantio utilizado (Costa et al., 2017 citado por Contini, Mota, Marra, & Machado, 2019). 
Sengundo Contini, Mota, Marra, & Machado (2019), além dos prejuízos causados pela infecção 
de diversas partes das plantas, alguns fungos que contaminam as espigas também são produtores 
de micotoxinas, metabólitos tóxicos que causam diversos problemas à saúde humana e animal e 
são barreira para comercialização dos grãos e seus subprodutos. O milho é uma cultura altamente 
propícia à contaminação por micotoxinas e, portanto, é um dos principais alvos de fiscalização e 
regulação internacional. Ou seja, barreiras fitossanitárias podem ser exigidas contra o milho em 
contaminações deste tipo. 
2.6.2.1. Chephalosporium maydis 
É um fungo que entra na planta através das raízes quando o milho é muito jovem, destruíndo 
integralmente a planta em 2 ou 3 dias. Os sintomas aprecerem em finais de Julho ou Agosto, 
dependendo da data de sementeira. Além das folhas secarem, outro sintoma da doença é a 
maçaroca dobrar-se para baixo, acabando o ciclo cerca de um mês mais cedo que o devido. O 
milho não consegue encher o grão, originando um peso de mil grãos muito baixo e 
consequentemente uma redução significativa da productividade da planta. Quanto mais cedo for 
o ataque mais prejuízos provoca. O ataque é mais grave em solos arenosos e condições de 
excesso de humidade, ou seja, em primaveras mais chovosas é de esperar uma maior incidência 
da doença. Não existem atualmente tratamentos para esta doença, sendo a única solução semear 
mais cedo, milhos de ciclos mais longos e arranjar variedades mais resistentes a este fungo 
(Contini et al., 2019). 
2.6.2.2. Cercosporiose(Cercospora zeae-maydis) 
A cercosporiose é uma doença foliar do milho causada por um fungo e os sintomas caracterizam-
se pela existência de manchas de cor cinzenta, normalmente retangulares, estando as lesões 
paralelas às nervuras. Com o desenvolvimento dos sintomas, pode ocorrer necrose de todo o 
tecido da folha. A melhor maneira de reduzir a doença é a utilização de variedades resistentes, 
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evitar deixar os resíduos da cultura do milho no solo, fazer rotação de culturas, por exemplo com 
o sorgo e o girassol que não são culturas hospedeiras e realizar adubações de maneira que não 
haja desequilíbrios nutricionais nas plantas, principalmente na relação azoto/potássio (Contini et 
al., 2019).. 
2.6.2.3. Ferrugem - Puccinia sorghi 
A ferrugem é uma doença causada pelo fungo Puccinia sorghi que produz uredosporos, 
inicialmente de cor alaranjada e que posteriormente evoluem para acastanhados, elipsoidais de 
dois a quatro centímetros de diâmetro na página superior e inferior das folhas, nas brácteas e no 
colmo. Em ataques mais severos esta doença provoca o dessecamento das folhas (Contini et al., 
2019). 
2.6.2.4. Fusariose da espiga - Fusarium graminearum (Gibberella zeae), F. moniliforme 
(G. moniliformis 
Este fungo provoca a descoloração das brácteas, ficando posteriormente avermelhadas ou 
apresentando-se com uma tonalidade rosada. A espiga fica colada às brácteas por micélio 
esbranquiçado e dá-se o desenvolvimento de massa micelial cotonosa, na extremidade ou em 
toda a espiga, com formação de esporodóquios (cor branca, salmão, rosa ou vermelho), como se 
pode verificar pela. Este fungo inviabiliza as maçarocas comercialmente, causando por isso, 
graves prejuízos (Contini et al., 2019). 
2.6.2.5. Antracnose - Colletotrichum graminicola 
As folhas e o caule apresentam na fase final do ciclo vegetativo, manchas que são inicialmente 
pardas, ovais, pequenas e com aspeto aquoso e que mais tarde adquirem um aspeto acastanhado-
avermelhado, com o bordo mais escuro ou amarelado. Posteriormente dá-se a coalescência das 
lesões com morte de zonas mais ou menos extensas da folha notando-se a presença de acérvulos 
com sedas. Os colmos partem-se com facilidade na zona atacada (Contini et al., 2019). 
 
 
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2.6.2.6. Helmintosporiose 
Esta doença pode ser provocada pelos fungos Exserohilum turcicum Bipolaris maydis, 
Cochliobolus heterostrophus– teleomorfo e Setosphaeria turcica- teleomorfo. Estes fungos 
provocam lesões de cor parda e de forma ovolada, até 10 mm de comprimento, espalhadas pelas 
folhas, podendo até afetar as brácteas e as espigas com lesões necróticas (raça T), provocando 
manchas no campo de milho e antes da fase de grão pastoso as folhas ficam completamente secas 
podendo cair se o ataque for forte (Contini et al., 2019). 
2.6.2.7. Fusariose do colmo - Fusarium graminearum, (Gibberella zeae) e F. Moniliforme, 
(G. moniliformis) 
Este fungo provoca uma alteração repentina da tonalidade das folhas que passam a ter uma cor 
verde baço. Surge uma descoloração dos tecidos da medula e posteriormente o seu 
avermelhamento ou apresentando uma tonalidade rosada. Posteriormente, a medula fragmenta-se 
e desagrega-se. Por vezes observa-se a presença de peritecas na superfície do colmo, os nós 
ficam com tonalidade rosada e com pequenos pontos. Na fase de enchimento do grão pode levar 
a uma queda da produção (Contini et al., 2019). 
2.6.3. Desafios no maneio doenças 
Os desafios fitossanitários para a produção de milho de qualidade estão relacionados a questões 
de saúde dos consumidores, perdas em quantidade e qualidade dos grãos e seus subprodutos por 
causa da ocorrência de infecção por patógenos, resíduos e micotoxinas (Contini et al., 2019). 
Os problemas causados por doenças também interferem na comercialização dos grãos, sendo que 
existe legislação brasileira e internacional sobre a qualidade mínima exigida deles (Contini et al., 
2019). 
Um ponto importante a se observar é que o maneio de doenças nos sistemas de produção atuais, 
em que na maior parte da área cultivada no Brasil tem a soja semeada na primeira safra e o milho 
em seguida (69% do milho semeado em segunda safra), deve ser pensado em termos de sistemas. 
A importância disso é que alguns patógenos são comuns a mais de uma cultura (nematoides, 
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fungos) e, assim, a escolha dos cultivares semeadas deve levar à possibilidade de 
aumento/redução desses patógenos nas lavouras (Contini et al., 2019). 
Segundo Contini et al., (2019) as principais medidas recomendadas para o maneio de doenças na 
cultura do milho são: 
 Utilização de cultivares resistentes; 
 Realização do plantio em época adequada, de modo a se evitar que os períodos críticos 
para a cultura não coincidam com condições ambientais mais favoráveis ao 
desenvolvimento da doença; 
 Utilização de sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas; 
 Rotação com culturas não suscetíveis; 
 Rotação de cultivares; 
 Maneio adequado da lavoura - adubação equilibrada (N e K), população de plantas 
adequada, controlo de pragas e de plantas invasoras e colheita na época correta (Cruz, 
2015). 
A resistência genética tem como principais desafios, o investimento das empresas de 
melhoramento na busca por cultivares resistentes, estratégia que foi reduzida por causa da opção 
por cultivares produtivas, foco na obtenção de cultivares com proteínas Bt e também pela 
disponibilidade de fungicidas para as principais doenças do milho. Ainda, são várias as doenças 
que ocorrem em milho, o que dificulta que uma cultivar seja resistente a vários patógenos 
simultaneamente (Contini et al., 2019). 
Considerando as dificuldades de obtenção de resistência, o controlo químico é a estratégia mais 
utilizada para reduzir as doenças em milho. Embora seja altamente eficiente para algumas 
doenças como a mancha-branca (Pantoea ananatis), existem relatos de falha no controlo, como 
já discutido anteriormente (Contini et al., 2019). 
O uso intensivo dos fungicidas com princípios ativos iguais pode favorecer a seleção para 
resistência, reduzindo ainda mais a quantidade de princípios para a cultura. Um trabalho de 
monitoramento em milho, como o que já acontece para a ferrugem-da-soja, deve ser elaborado 
para se evitar que os danos futuros ocorram pela perda de moléculas (Contini et al., 2019). 
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Alguns patógenos importantes, como Peronosclerospora sorghi, causador do míldio, não 
possuem nenhum produto registrado no Mapa (Brasil, 2003 citado por Contini et al., 2019). 
Embora os fungicidas à base de metalaxil, registrados para tratamento de sementes para outros 
fungos, tenham eficiência contra P. sorghi, pesquisas sobre produtos em alternativa ao metalaxil 
são necessárias dadas o risco de seleção para resistência. Além disso, o patógeno também é 
importante em sorgo, em que já foi observada dificuldadede controlo com metalaxil (Contini et 
al., 2019). 
A rotação de culturas é uma das principais práticas culturais para o controlo de pragas e doenças 
(Contini et al., 2019). 
2.6.4. Pragas 
Os desafios para maneio de insetos-pragas na cultura do milho se renovam com o avanço das 
tecnologias para controlo e com o avanço do cultivo da segunda safra no País . 
Isso porque muitos dos problemas de pragas do milho são oriundos do que chamamos de “ponte 
verde”, que nada mais é do que a presença de plantas hospedeiras dos insetos-pragas durante 
todo ano. Essa é uma condição peculiar dos sistemas tropicais de cultivo do Brasil, onde é 
possível fazer duas e até mesmo três safras consecutivamente na mesma área. Assim, a 
infestação de pragas se torna cada vez mais preocupante. 
Em função das características típicas da produção de milho, é possível dividir o desafio para o 
maneio de pragas na cultura do milho em dois grupos de insetos. 
2.6.4.1. Broca (Sesamia nonagrioides Lef.) 
A broca do milho pertence à classe dos insetos, à ordem dos lepidópteros e à família Noctuidae. 
Os ataques a plantas muito jovens, normalmente provocam a morte das folhas centrais. Os danos 
aprecem em manchas nas searas. Nas plantas atacadas, as folhas murcham e as plantas acabam 
por quebrar devido às galerias escavadas pelas larvas no interior do colmo. As maçarocas podem 
também ser atacadas causando a destruição quantitativa e qualitativa da produção de milho. 
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2.6.4.2. Pirale - Ostrinia nubilalis Hubner 
A pirale do milho pertence à classe dos insetos, ordem dos lepidópteros e família Pyralidae. Nos 
últimos instares a larva aloja-se no caule ou na espiga (maçaroca) provocando estragos 
significativos. Estes podem ser devido à má nutrição das espigas por enfraquecimento geral da 
planta, de maceração e quebra do pedúnculo das espigas, de dificuldade de colheita mecânica 
provocada pela quebra dos caules e de quebra de produção devido à actividade das larvas 
(Contini et al., 2019). 
2.6.4.3. Nóctuas ou roscas - Agrotis sp. 
As principais espécies de roscas que causam estragos no milho são Agrotis ipsilon (Hufnagel) e 
Agrotis segetum (Denis & Schiffermüller), pertencentes à ordem dos lepidópteros e família 
Noctuidae. As larvas de Agrotis ipsilon alimentamse das folhas, mas são frequentes os estragos 
estenderem-se ao pé da planta, ao nível do solo, provocando o seu emurchecimento e morte. 
Uma só larva pode destruir várias plantas. Mostram-se dependentes das condições climáticas as 
quais influem nas migrações e viabilidade dos ovos. Os ataques de Agrotis segetum, apesar das 
larvas serem muito vorazes, aparecem de uma forma dispersa no campo, enquanto os ataques de 
Agrotis ipsilon aparecem de uma forma massiva e brutal, em regra, seguidos da sua migração 
(Contini et al., 2019). 
2.6.4.4. Ralos - Gryllotalpa gryllotalpa 
São insetos de coloração vermelho-acastanhado com 4 a 5 cm de comprimento, que possuem as 
peças bucais muito fortes e as patas anteriores escavadoras muito robustas. Os estragos que 
provocam são causados pelas larvas que, ao abrirem as galerias à procura de alimento, cortam as 
raízes das plantas (Contini et al., 2019). 
2.6.4.5. Afídeos - Aphididae spp. 
Afídios são homópteros da superfamília Aphidoidea e são vulgarmente designados por piolhos 
ou pulgões. Destes, os mais prejudiciais à cultura do milho são Sitobion avenae, A. 
metopolophium e Rhopalosiphum maidis. Os afídeos além de produzirem melada, que dá origem 
ao aparecimento de fumagina, também provocam o enrolamento e a deformação das folhas, que 
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ficam com aspeto encarquilhado. As flores e os frutos também podem ser atacados. Se a 
intensidade de ataque desta praga for elevada a cultura pode sofrer perdas diretas na sua 
produção. São importantes vetores de diversos vírus (Contini et al., 2019). 
2.6.4.6. Alfinetes - Agriotes sp. 
Os alfinetes pertencem ao reino Animalia, filo Arthropoda, classe Inseta, ordem Coleoptera e 
famíla Elateridae. A larva é alongada com os lados paralelos, atingindo de comprimento 
máximo, 17 a 18 mm. O corpo é segmentado e constituído por cabeça, 3 segmentos torácicos e 9 
segmentos abdominais, sendo o último em ogiva (Contini et al., 2019). 
Apresenta mandíbulas fortes, curtas, agudas e dentadas internamente. Possui pequenas patas com 
5 segmentos. O adulto é um pequeno coleóptero, alongado, achatado e revestido de uma 
pubescência cinzento-esbranquiçada ou amarelada. A cabeça é larga e pontuada, as antenas são 
curtas com segmentos irregulares e apresenta fortes mandíbulas. Os ataques destas larvas são 
mais gravosos nas culturas de Primavera, das quais faz parte o milho. Nas plantas jovens, podem 
ocorrer a partir da germinação e prolongar-se por um grande período. As larvas fixam-se ao colo 
da planta que perfuram e nela se alimentam, a folha terminal da planta fica amarela, murcha e 
seca. Na planta atacada, ou à sua volta no solo, pode encontrar-se a larva de alfinete (buraco de 1 
a 2 mm provocado pela sua entrada na planta). Os seus ataques podem destruir grande parte da 
cultura. Em regra, existem duas épocas do ano em que as larvas sobem para as camadas 
superiores, Abril e Outubro/Novembro. Em solos húmidos as larvas imobilizam-se enquanto em 
solos secos apresentam maior actividade e causam maiores prejuízos (Contini et al., 2019). 
2.6.4.7. Lagarta do funil do milho (Spodoptera frugiperda) 
A lagarta do funil de milho, Spodoptera frugiperda, originaria do continente Americano, é 
considerada a principal praga do milho nas zonas tropicais. Esta pra-ga foi recentemente 
introduzida acidentalmente no continente Africano, tendo sido reportada pela pri-meira vez em 
2016, na Africa Ocidental. Em Moçam-bique, foi detectada pela primeira vez em Janeiro de 
2017 com vários relatos de ocorrência. A lagarta do funil de milho, Spodoptera frugiperda, pode 
causar perda de rendimento em 100%; ou seja perda completa da cultu-ra de milho (Cugala, et 
al., 2018) . 
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O ciclo de vida LFM da é completado em cerca de 30 dias (a uma temperatura diária de ~ 28°C) 
durante os meses quentes de verão, mas pode se estender até 60 a 90 dias em temperaturas mais 
baixas. A LFM não tem a capacidade de diapausa (um periodo de repouso biológico). Assim, as 
infestações de LFM ocorrem continuamente ao longo do ano, onde a praga e endémica. Em áreas 
não endémicas, as populações migratórias da LFM chegam quando as condições ambientais 
permitem e podem ter apenas uma geração antes de se tornarem extintas localmente (Huesing, et 
al., 2018). 
2.6.4.7.1. Biologia e ecologia da lagarda do funíl do milho 
Segundo Cugala, et al., (2018) os ovos são colocados à noite sobre as folhas infe-riores, em 
aglomerados apertados de 100-300 ovos, coberto com uma camada protetora. Apos 3-5 dias 
eclodem as pequenas larvas, os dois primeiros ínsta-res alimentam-se gregariamente na parte 
inferior das folhas jovens onde fazem furos ou "janelas" nas folhas, em que por vezes o ponto de 
crescimento pode ser morto. As larvas maiores tornam-se cani-bais e, portanto, uma ou duas 
larvas se alimentam dentro de um funil, com a duração de 14-21

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