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Anatomia funcional do córtex cerebral (Telencéfalo IV)

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Anatomia funcional do córtex cerebral
O córtex cerebral de todos os mamíferos é muito próximo, diferindo apenas no número de células, mas com a mesma disposição e números de camadas. Cada área do córtex cerebral tem uma citoarquitetura e uma função diferenciada. São 52 áreas de Brodman, sendo que as camadas 13 a 16 estão na ínsula. O córtex cerebral é segmentado em áreas motoras, sensitivas e multimodais (integrativas).
Áreas corticais sensitivas
O córtex com função sensitiva está localizado nos lobos parietal, temporal e occipital, chegando informação, principalmente de dor, tato, vibração, visão, audição, gustação e olfação. Podem ser:
Primárias: primeira região do córtex a receber uma informação sensitiva. Existem campos receptores restritos com um mapa do corpo humano com um local para cada órgão sensitivo. São áreas de projeção para a área secundária. 
Secundária: são áreas de associação próximas que recebem informação da área primária e auxilia na interpretação do estímulo, passando essa informação pra outras áreas e fornecendo a sensação do estímulo recebido e a características desse.
Área somestésica primária (S1)
É o giro pós-central, responsável pela sensibilidade somática geral, sendo as áreas 1, 2 e 3 de Brodman. Chega informação projetada pelo tálamo, especificamente o núcleo ventroposteromedial (lemnisco trigeminal) e ventroposterolateral (informações somestésicas do pescoço para baixo). A informação chega até a área contralateral, mas as áreas dos dois hemisférios se conectam. 
Homúnculo é a representação do corpo humano no giro pós-central. Quanto maior o espaço que o órgão ocupa no homúnculo, mais campo sensitivo ele terá. Uma lesão na área sensitiva primária, como por comprometimento das artérias cerebral média ou anterior, promove a perda de todos os estímulos sensitivos do lado oposto da lesão, perdendo tato discriminativo e propiocepção, sendo que com o tempo a sensibilidade térmica e dolorosa e o tato não discriminativo reaparecem sem especificidade, já que essas são interpretadas no tálamo. 
Área somestésica secundária (S2)
Localizada no lobo parietal, atrás da área somestésica primária, sendo dividida em duas regiões. A área sensitiva secundária mais ventral tem conexões recíprocas com o núcleo ventroposteromedial, tendo mais relação com a informação somestésica da face. Essa área promove a interpretação da dor (padrão de reconhecimento, localização e características). Portanto, uma lesão promove assimbolia da dor, pela incapacidade de reconhecer o estímulo doloroso, sentindo a dor, mas não decifrando o que é. 
Já a área mais dorsal, as áreas 5 e 7 de Brodman, que recebe de fato a informação secundária de todo corpo, recebendo muitas aferências da área sensitiva primária e de informações de estereognosia, além de manter conexão com o pulvinar do tálamo. Lesão nesse local promove uma agnosia tátil, a perda da capacidade de reconhecer uma estrutura pelo tato, a reconhecendo apenas quando se olhar o objeto. Além disso, essa área promove o reconhecimento do objeto e o controle do movimento, se essa área falhar, promove um quadro de ataxia óptica, já que você vê o objeto, mas não consegue ter controle do movimento para pegar esse objeto. 
Área visual primária (V1)
Localizada nos lábios do sulco calcarino, sendo a área 17 de Brodman (córtex estriado). A informação visual chega pelo trato genículo-calcarino, originadas do corpo geniculado lateral. A retina lateral pega um campo de visão mais medial, que combina com o campo visual da outra retina lateral e a retina medial pega o campo de visão lateral, que combina com o campo visual da outra retina medial, para ampliar o campo visual. 
A informação da retina medial cruza o plano mediano para juntar a informação com a retina lateral do outro, sendo que a informação mais lateral não cruza. A parte superior do campo visual vai para a parte do córtex occipital abaixo do suco calcarino contralateral e a parte inferior do campo visual vai para a parte do córtex superior ao suco calcarino. Essa área também fornece o contorno de objetos e pontos luminosos. 
Área visual secundária (V2)
São áreas de associação unimodais, trabalhando apenas com informação visual, sendo as áreas 18 e 19. Além dessa tem-se a área visual terciária, quaternária e pentanária, representadas pelas áreas 20, 21 e 37 e parte do parietal. A via ventral V4 (regiões do qual e quem) tem um feixe que se distribui para três áreas no lobo temporal, dando percepção das cores, forma e reconhecimento de faces. A via dorsal, região do lobo parietal V5 (regiões do onde e qual velocidade) fornece percepção de movimento e velocidade. Dentre os defeitos visuais de ordem central, temos:
· Hemiacromatopsia: perde-se a capacidade de reconhecer cor, na área V4. 
· Agnosia visual: olha e não reconhece o objeto, reconhecendo apenas pelo tato. 
· Prosopagnosia (ventral): relacionado com as regiões no lobo temporal, culminando na perda do reconhecimento de faces. 
· Acinetopsia (dorsal): defeito dos feixes mais dorsais (V5) que culmina numa dificuldade de interpretação visual, perdendo o sentido de velocidade das coisas. 
Área auditiva primária (A1)
Possui uma representação dos tons (tonatotópica) em toda via auditiva de acordo com a disposição das células da cóclea. Localizada no giro temporal transverso no lobo temporal, sendo as áreas 41 e 42 de Brodman. As células mais profundas são para tons mais altos e as mais superficiais para tons mais baixos. As informações são provenientes do núcleo geniculado medial, sendo conduzidas pelas radiações auditivas. A via auditiva não é totalmente cruzada, pois a informação de uma cóclea chega até os dois lados. Uma lesão unilateral na orelha promove deficiência na localização do som e uma diminuição bilateral da audição. Uma lesão bilateral do giro temporal transverso causa surdez completa. 
Área auditiva secundária (A2)
Área 22 de Brodman no lobo temporal. Compreensão da fala e reconhecimento de voz se encontra no hemisfério dominante, sendo que no que não é dominante fica reservada para sons ambientais e melodias. Lesão nessa área promove agnosia auditiva, em que a pessoa reconhece pela visão, pelo tato, mas não reconhece pela audição.
Área vestibular primária
Encontrada no lobo parietal, próximo ao território da face no giro pós-central nas áreas 40, 21 e 22. Nela chegam informações sobre orientação de espaço e sensibilidade proprioceptiva. 
Área olfatória primária
No lobo temporal, na área 28 de Brodman, anteriormente ao úncus e ao giro para hipocampal. As informações olfatórias não passam pelo tálamo, sendo que as fibras acabam diretamente nessa área primária. Área das alucinações olfatórias, que geralmente são seguidas por uma crise epiléptica. 
Área gustatória primária
Localiza-se na parte posterior da ínsula e tem muita relação com o sistema límbico. Tem isocórtex granular heterotípico. É relacionada com a olfatória primária, já que possui neurônios sensitivos ao olfato. 
Área gustativa secundária
Região do giro orbitofrontal da área pré-frontal, recebendo aferências da ínsula.
Área motora primária
É a área 4 de Brodman, contendo células de Betz. Recebe informações de áreas sensoriais (somestésica, auditiva, visual), suplementares, pré-motora, cerebelo, tálamo, etc. Está no giro pré-central e de fato faz o movimento ocorrer. Encontra-se o homúnculo motor no giro pré-central, a representação do corpo no giro. Recebem informações do tálamo, cerebelo, núcleos da base, áreas pré-motora e suplementar, criando-se um contexto para realização de movimentos delicados e especializados como da mão, boca, cabeça, pés, etc.
Área motora secundária
É a área 6 de Brodman, no lobo frontal. Dividida em pré-motora (região dorsolateral dos giros frontais) e suplementar (vista medial do giro frontal superior). Participam do planejamento do ato motor. 
Depende de influxos sensitivos (visuais, auditivos e somatossensitivos), dando origem a 30% das fibras do trato corticoespinhal para parte motora de músculos do tronco e proximal dos membros, tendo ação sobre otrato córtico-reticulo-espinhal, mantendo tronco e pescoço fixo para disparar essa informação para área motora primária para efetuar movimentos mais delicados de 	MMII e MMSS, resumindo, prepara o movimento e mantém o tronco fixo pra primária poder agir. 
Área motora suplementar
Localizada na face medial da área 6, sendo região de memória motora, além de participar de mecanismos motores compensatórios, para que o movimento ocorra de modo sequencial de movimentos múltiplos. Tem conexões com o estriado via tálamo, cerebelo, área motora primaria e pré-frontal. Lesão nessa área promove acinesia, uma redução global do movimento e a perda de reflexo de preensão. 
O planejamento motor ocorre com ativação da área pré-motora ou suplementar, que ativa a área motora primária, principal origem do trato corticoespinhal, ocorrendo o movimento. Esse planejamento envolve a escolha dos grupos musculares que irão contrair de acordo com a necessidade de velocidade e trajetória do ato motor, informações que vão para a área M1, que executa o movimento também com auxílio do cerebelo, com a ativação do núcleo denteado, e dos núcleos da base. 
Áreas de associação terciárias (multimodais)
São supramodais e dependem da correlação de várias áreas. Exercem influência na interpretação de informações sensitivas e na ativação de áreas motoras. Irão receber e integrar informações sensoriais já elaboradas pelas secundárias, elaborando estratégias comportamentais. 
Área pré-frontal
Ocupa cerca de ¼ da superfície do córtex cerebral, sendo as áreas 9, 10, 11, 12 e 46 de Brodman. Participam do comportamento inteligente e do julgamento e comportamento afetivo (freios emocionais), promovendo conexões com quase todas as áreas do córtex. Recebem informações do tálamo, amígdala, hipocampo, núcleos da base, cerebelo, tronco encefálico, etc. Tem sistema modulatório de projeções difusas, recebendo muita aferência dopaminérgica, noroadrenérgica, monoaminérgica, serotoninérgica, entre outras, sendo que as deficiências dessa neuroquímica culminam em inúmeros quadros psicóticos, como depressão, psicopatias, entre outros. Lesões nessas áreas promovem: 
· Deficiência de funções executoras, como tomada de decisão;
· Não segue instruções, quebram regras e são persistentes ao erro;
· Desinibição, esquecimento e distração;
· Negligência da aparência e ausência de empatia;
· Repetição inadequada de movimento ou fala. 
1) Área pré-frontal dorsolateral
Localizado na superfície anterior e dorsolateral do lobo frontal. Liga-se ao estriado, forma a via córtico-estriado-talâmico e está envolvida no planejamento, organização de ações e soluções de novos problemas, como também a análise da consequência das ações. Nesse local também se localiza a memória operacional ou de trabalho. 
2) Área pré-frontal orbitofrontal
Giros orbitários
Núcleo caudado
Globo pálido
Núcleo dorsomedial do tálamo
É a parte ventral do lobo frontal, onde se encontram os giros orbitários. Essa área é envolvida com emoções, comportamentos socialmente indesejados, atenção e tomada de decisão. Cria uma alça de conexão com o núcleo dorsomedial do tálamo, o núcleo caudado e o globo pálido. 
Área parietal posterior
Localizada nas áreas 39 e 40 de Brodman, entre as áreas primárias auditivas, visual e somestésica, sendo o centro integrador de informações já processadas em outras regiões, como aparência, cheiro, som, tato, nome, entre outros. Auxilia também na atenção seletiva e na organização da cena visual em um conjunto coerente, além da percepção espacial entre objetos. Lesão nessa área gera agrafia, agnosia dos dedos e acalculia. Nessa mesma área, dependendo do tamanho da lesão e, principalmente se for do lado direito, sofre a síndrome de inatenção de processos visuespaciais.
Córtex insular
É dividido em duas partes. O córtex insular anterior é uma área terciária de associação e serve para empatia, nojo, reconhecimento da própria fisionomia, emoções, entre outras. Já o córtex insular posterior é gustatório primário.
Áreas de linguagem
Área anterior de Broca: localizada no opérculo do giro frontal inferior, nas áreas 44 e 45 de Brodman. É envolvida na expressão da linguagem e na atividade motora envolvida na fala.
Área posterior de Wernicke: localizada na junção entre lobos frontal e parietal, na área 22 de Brodman. É envolvida na percepção da linguagem. 
Tem um feixe (fascículo arqueado) que une essas duas áreas, em que uma é interpretativa e do reconhecimento de fala, e outra para os programas motores da fala. A leitura e a escrita dependem dessa área, sendo que uma lesão provoca afasias motoras (de Broca) e sensitivas (de Wernicke). 
Existe uma assimetria cortical funcional da linguagem nas áreas de associação, em que o hemisfério dominante para fala é o esquerdo e o direito é responsável por prosódia, em que lesões levam à fala monótona.

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