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Teorema de Green Introdução O teorema de Green estabelece uma relação entre uma integral de linha sobre uma curva fechada simples C e uma integral dupla na região D delimitada por C. (Figura extraída do livro de James Stewart, Calculus, 5 edição) Orientação positiva significa que a região fica a esquerda ao percorrermos a curva. No exemplo acima, percorremos a curva C no sentido anti-horário! Teorema de Green http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=2996&m=db Teorema de Green Teorema (Teorema de Green) Seja C uma curva plana simples, fechada, contínua por partes, orientada positivamente e seja D a região delimitada por C. Se P e Q tem derivadas parciais de primeira ordem contínuas sobre uma região aberta que contém D, então∫ C Pdx + Qdy = " D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA . Notações Alternativas As notações ∮ C Pd + Qdy e � C Pd + Qdy, são também usadas para enfatizar que a integral é calculada sobre uma curva fechada C usando a orientação positiva. A fronteira da região D também pode ser denotada por ∂D. Usando essa notação, o teorema de Green é enunciado como" D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA = ∫ ∂D Pdx + Qdy. Ideia da demonstração Mostraremos que ∫ C Pdx = − " D ∂P ∂y dA . Para tanto, vamos supor que a região D pode ser escrita como D = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b , g1(x) ≤ y ≤ g2(x)}, onde g1 e g2 são funções contínuas. Por um lado, pelo teorema fundamental do cálculo, temos" D ∂P ∂y dA = ∫ b a ∫ g2(x) g1(x) ∂P ∂y dydx = ∫ b a [ P ( x, g2(x) ) −P ( x, g1(x) )] dx. Por outro lado, pode escrever a fronteira C de D como a união dos caminhos C1, C2, C3 e C4 mostrados abaixo: (Figura extraída do livro de James Stewart, Calculus, 5 edição.) O caminho C1 pode ser descrito por r1(x) = xi + g1(x)j, a ≤ x ≤ b . Logo, ∫ C1 Pdx = ∫ b a P ( x, g1(x) ) dx. De um modo similar, −C3 pode ser descrita por r3(x) = xi + g2(x)j, a ≤ x ≤ b . Assim, ∫ C3 Pdx = − ∫ −C3 Pdx = − ∫ b a P ( x, g2(x) ) dx. Finalmente, sobre C2 e C4, x é constante e, portanto, dx = 0. Consequentemente, ∫ C2 Pdx = 0 = ∫ C4 Pdx. Concluindo, a integral de P sobre a curva C com respeito a x é∫ C Pdx = ∫ C1 Pdx + ∫ C2 Pdx + ∫ C3 Pdx + ∫ C4 Pdx = ∫ b a P ( x, g1(x) ) dx − ∫ b a P ( x, g2(x) ) dx = ∫ b a [ P ( x, g1(x) ) − P ( x, g2(x) )] dx = − ∫ b a [ P ( x, g2(x) ) − P ( x, g1(x) )] dx =− ∫ b a ∫ g2(x) g1(x) ∂P ∂y dydx = − " D ∂P ∂y dA . De um modo similar, podemos mostrar que∫ C Qdy = " D ∂Q ∂x dA , descrevendo D da seguinte forma: D = {(x, y) ∈ R2 : c ≤ y ≤ d, h1(y) ≤ x ≤ h2(y)}, onde h1 e h2 são funções contínuas. Finalmente, combinando as equações∫ C Pdx = − " D ∂P ∂y dA e ∫ C Qdy = " D ∂Q ∂x dA , concluímos que∫ C Pdx + Qdy = " D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA . Região Simples Na demonstração do teorema de Green, assumimos que a região D pode ser escrita tando como D = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b , g1(x) ≤ y ≤ g2(x)}, como D = {(x, y) ∈ R2 : c ≤ y ≤ d, h1(y) ≤ x ≤ h2(y)}, em que g1, g2, h1 e h2 são todas funções contínuas. Chamamos tais regiões de regiões simples. O teorema de Green pode ser estendido para o caso em que D é a união finita de regiões simples. Um exemplo é mostrado na figura abaixo: (Figura extraída do livro de James Stewart, Calculus, 5 edição.) A ideia é que as integrais de linha sobre C3 e −C3 se cancelam. O teorema de Green também pode ser aplicado para regiões com furo, ou seja, regiões que não são simplesmente conexas. Um exemplo é mostrado na figura abaixo: (Figura extraída do livro de James Stewart, Calculus, 5 edição.) Novamente, a ideia é que as integrais de linha em curvas percorridas em ambos sentidos se cancelam. Observe que a região fica sempre a esquerda quando percorremos a fronteira. Exemplo 1 Calcule ∫ C x4dx + xydy, em que C é a curva triangular constituída pleos seguimentos de reta de (0, 0) a (1, 0), de (1, 0) a (0, 1) e de (0, 1) a (0, 0). � � 16 �1 � x�3 ]10 � 16 1 � y 0 [ 12 y 2 ]y�0y�1�x dx � 12 y10 �1 � x�2 dx yC x 4 dx � xy dy � yy( ) D � �P �y dA � y 1 0 y 1�x 0 �y � 0� dy dx�Q �x SOLUÇÃO y x C (1, 0)(0, 0) (0, 1) y=1-x D Exemplo 2 Calcule ∫ C (3y − esen x)dx + (7x + √ y4 + 1)dy, em que C é o círculo x2 + y2 = 9. SOLUÇÃO A região D delimitada por C é o círculo x2 � y2 � 9, então vamos mudar para coordenadas polares depois de aplicar o Teorema de Green: y�C �3y � e sin x � dx � (7x � sy 4 � 1) dy= � 4 y 2 d y 3 r dr � 36 � y 2 y 3 �7 � 3� r dr d � yy D � � �x (7x � sy 4 � 1) � � �y �3y � e sin x� dA Em vez de utilizarmos as coordenadas polares, podemos simplesmente usar o fato de que D é um círculo de raio 3 e escrever yy D 4 dA � 4 � �3�2 � 36 � y 2 y 3 � � yy D � �x � � Em vez de utilizarmos as coordenadas polares, podemos simplesmente usar o fato de que D é um círculo de raio 3 e escrever yy D 4 dA � 4 � �3�2 � 36 Área de uma Região Se P e Q são tais que ∂Q ∂x − ∂P ∂y = 1, (1) então, pelo teorema de Green, a área de uma região D é dada por A = " D 1dA = ∫ C Pdx + Qdy. Exemplos de funções P e Q e que que satisfazem (1), incluem: P(x, y) = 0 e Q(x, y) = x, P(x, y) = −y e Q(x, y) = 0, P(x, y) = −y/2 e Q(x, y) = x/2. Assim, a área de D pode ser obtida por uma das equações: A = ∫ C xdy = − ∫ C ydx = 1 2 ∫ C xdy − ydx. Exemplo 3 Determine a área delimitada pela elipse x2 a2 + y2 b2 = 1. SOLUÇÃO A elipse tem equações paramétricas x � a cos t e y � b sen t, onde 0 � t � 2p. Usando, temos � ab 2 y 2 0 dt � ab � 12 y 2p 0 �a cos t��b cos t� dt � �b sen t���a sen t� dt A � 12 yC x dy � y dx Exemplo 4 Calcule ∮ C y2dx + 3xydy, em que C é a fronteira da região semianular D contida no semiplano superior entre os círculos x2 + y2 = 1 e x2 + y2 = 4. � y p 0 sen u du y 2 1 r 2 dr � [�cos u]0p [ 13 r 3 ]12 � 143 � yy D y dA � y p 0 2 1 y �r sen u� r dr du y�C y 2 dx � 3xy dy � yy D � � �x �3xy� � � � y �y 2 � dA SOLUÇÃO Observe que, apesar de D não ser simples, o eixo y divide em duas regiões simples . Em coordenadas polares, podemos escrever D � {(r, u)�1 � r � 2, 0 � u � p} Portanto, o Teorema de Green fornece 0 y x C ≈+¥=4 ≈+¥=1 D Introdução I Rotacional e divergente são duas operações essenciais nas aplicações de cálculo vetorial em mecânica dos fluidos, eletricidade e magnetismo, entre outras áreas. I Em termos gerais, o rotacional e o divergente lembram a derivada mas produzem, respectivamente, um campo vetorial e um campo escalar. I Ambas operações são descritas em termos do operador diferencial ∇. Rotacional e Divergente Operador Diferencial e o Vetor Gradiente Definição (Operador Diferencial) O operador diferencial é definido como: ∇ = ( ∂ ∂x , ∂ ∂y , ∂ ∂z ) = i ∂ ∂x + j ∂ ∂y + k ∂ ∂z . Exemplo (Vetor Gradiente) O vetor gradiente é obtido aplicando o operador diferencial ∇ num campo escalar f , ou seja, ∇f = ( ∂f ∂x , ∂f ∂y , ∂f ∂z ) = i ∂f ∂x + j ∂f ∂y + k ∂f ∂z . Definição (Rotacional) Se F = Pi + Qj + Rk é um campo vetorial em R3, então o rotacional de F, denotado por rot F, é o campo vetorial dado pelo produto vetorial do operador diferencial com F, ou seja, rot F = ∇× F. Em outras palavras, rot F = ∇× F = ( ∂ ∂x , ∂ ∂y , ∂ ∂z ) × (P,Q,R) = ∣∣∣∣∣∣ i j k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R ∣∣∣∣∣∣ = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) i + ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) j + ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) k. Definição (Divergente) Se F = Pi + Qj + Rk é um campo vetorial em R3, então o divergente de F, denotado por div F, é o campo escalar dado pelo produto escalar do operador diferencial com F, ou seja, div F = ∇ · F. Em outras palavras, div F = ∇ · F = ( ∂ ∂x , ∂ ∂y , ∂ ∂z ) · (P,Q,R) = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z . Exemplo 1 Determine o rotacional e o divergente de F(x , y , z) = xzi + xyzj− y2k. SOLUÇÃO Usando a definição do rotacional, temos � ��2y � xy� i � �0 � x� j � �yz � 0� k � �y�2 � x� i � x j � yz k � � � �x �xyz� � � �y �xz�� k � � � �y ��y2 � � � �z �xyz�� i � � � �x ��y2 � � � �z �xz�� j curl F� � � F � � i � �x xz j � �y xyz k � �z �y2 � Pela definição de divergente, temos � z � xz �x � div F � � � F � �xz� � � �xyz� � � �y �z ��y2 � Teorema Se f é uma função de três variáveis que tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas, então o rotacional do gradiente de f é o vetor nulo, ou seja, rot (∇f ) = 0. rot (∇f ) = ∣∣∣∣∣∣∣ i j k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z ∣∣∣∣∣∣∣ = ( ∂2f ∂y∂z − ∂ 2f ∂z∂y ) i + ( ∂2f ∂z∂x − ∂ 2f ∂x∂z ) j + ( ∂2f ∂x∂y − ∂ 2f ∂y∂x ) k = 0i + 0j + 0k Demonstração. Pelo teorema de Clairaut, temos Lembre-se que F é um campo vetorial conservativo se F = ∇f para alguma função escalar f . Logo, Corolário Se F é um campo vetorial conservativo, então rot F = 0. Desse modo, se rot F 6= 0, F não é um campo vetorial conservativo. A recíproca do Corolário acima pode ser enunciada da seguinte forma: Teorema Se F = Pi + Qj + Rk for um campo vetorial definido sobre todo R3 cujas funções componentes P,Q e R tenham derivadas parciais de segunda ordem contínuas e rot F = 0, então F será um campo vetorial conservativo. Exemplo 2 O campo vetorial F(x , y , z) = xzi + xyzj− y2k, do Exemplo 5 não é conservativo porque rot F = −y(x + 2)i + x j + yzk, é diferente do vetor nulo. Exemplo 3 a) Mostre que o campo vetorial F(x , y , z) = y2z3i + 2xyz3j + 3xy2z2k, é conservativo. b) Determine uma função potencial f tal que F = ∇f . (a)a) Calculemos o rotacional F: � �6xyz2 � 6xyz2 � i � �3y2z2 � 3y2z2 � j � �2yz3 � 2yz3 � k � 0 rot F � � � F � � i��xy2z 3 j � �y 2xyz 3 k � �z 3xy2z 2 � Como rot F � 0 e o domínio de F é �3, F é um campo vetorial conservativo pelo Teorema anterior. (b). Temos fx(x, y, z) � y2z3 fy(x, y, z) � 2xyz3 fz(x, y, z) � 3xy2z2 Integrando em relação a x, obtemos f (x, y, z) � xy2z3 � t(y, z) ,Derivando 3 em relação a y, obtemos fy(x, y, z) � 2xyz3 � ty(y, z). Comparando com obtemos ty(y, z) � 0. Assim, t(y, z) � h(z) e Então 2 fz(x, y, z) � 3xy2z2 � h�(z) fornece h�(z) � 0. Portanto, 1 3 2 1 6 3 f (x, y, z) � xy2z3 � K Teorema Se F = Pi + Qj + Rk é um campo vetorial sobre R3 e P, Q e R têm derivadas parciais de segunda ordem contínuas, então div rot F = 0. Demonstração. Pela definição de divergente e rotacional, temos que div rot F = ∇ · (∇× F) = ∂ ∂x ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) + ∂ ∂y ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) + ∂ ∂z ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) = ∂2R ∂x∂y − ∂ 2Q ∂x∂z + ∂2P ∂y∂z − ∂ 2R ∂y∂x + ∂2Q ∂z∂x − ∂ 2P ∂z∂y = 0 pelo teorema de Clairaut. Exemplo 4 O campo vetorial F(x , y , z) = xzi + xyzj − y2k, do Exemplo 1 não pode ser escrito como o rotacional de outro campo vetorial porque div F 6= 0. Com efeito, se existisse G tal que F = rot G, então div F = div (rot G) = 0. O divergente do vetor gradiente de uma função de três variáveis f é div (∇f ) = ∇ · (∇f ) = ∂ 2f ∂x2 + ∂2f ∂y2 + ∂2f ∂z2 . Definição (Operador e Equação de Laplace) O operador de Laplace ou laplaciano, denotado por ∇2, para funções de três variáveis é ∇2 = ∂ 2 ∂x2 + ∂2 ∂y2 + ∂2 ∂z2 . A equação de Laplace é ∇2f = 0 ou seja ∂ 2f ∂x2 + ∂2f ∂y2 + ∂2f ∂z2 = 0. Podemos também aplicar o laplaciano �2 a um campo vetorial F � P i � Q j � R k em termos de suas componentes: �2 F � �2P i � �2Q j � �2R k Formas vetoriais do teorema de Green O teorema de Green afirma que∫ C Pdx + Qdy = ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dA. Considerando um campo vetorial F = P(x , y)i + Q(x , y)j + 0k, temos∫ C F · dr = ∫ b a ( P dx dt + Q dy dt ) dt = ∫ C Pdx + Qdy . Além disso, rot F = ∣∣∣∣∣∣ i j k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P(x , y) Q(x , y) 0 ∣∣∣∣∣∣ = ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) k. Logo, (rot F) · k = ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) k · k = ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) . Concluindo, o teorema de Green pode ser escrito na forma vetorial como ∫ C F · dr = ∫∫ D (rot F) · kdA. de Esta equação expressa a integral de linha da componente tangencial de F ao longo de C como uma integral dupla da componente vertical rotacional sobre e a a por a região D delimitada por C. De forma alternativa, podemos descrever a curva C como r(t) = x(t)i + y(t)j, a ≤ t ≤ b. O vetor tangente unitário a curva no ponto (x(t), y(t)) é T(t) = x ′(t) ‖r′(t)‖ i+ j. y ′(t) ‖r′(t)‖ . E mais, o vetor normal unitário externo a curva C é n(t) = y ′(t) ‖r′(t)‖ i − j.x ′(t) ‖r′(t)‖ . Vamos deduzir, agora, uma fórmula semelhante, envolvendo a componente normal de F Por um lado, a integral de linha com relação ao comprimento do arco de F · n satisfaz∫ C F · nds = ∫ b a (F · n)(t)‖r′(t)‖dt = ∫ b a ( P y ′(t) ‖r′(t)‖ −Q x ′(t) ‖r′(t)‖ ) ‖r′(t)‖dt = ∫ b a ( P dy dt −Q dx dt ) dt = ∫ b a Pdy −Qdx . Por outro lado, podemos escrever∫∫ D ( ∂P ∂x + ∂Q ∂y ) dA = ∫∫ D (div F)dA. Desse modo, pelo teorema de Green podemos escrever:∫ C F · nds = ∫∫ D (div F)dA. Essa versão diz que a integral de linha da componente normal de F ao longo de C é igual à integral dupla do divergente de F na região D delimitada por C. C F · dr = Concluindo, as duas versões vetoriais do teorema de Green são: ∫ ∫∫ D (rot F) · kdA, e ∫ C F · nds = ∫∫ D (div F)dA. Aula_Teo_Green Aula_Rot_Diverg
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