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Cimentos de ionômero de vidro - 1. Pó de vidro de silicato + 2. Ácido poliacrílico; - A junção desses componentes garante como qualidade desses cimentos a liberação de flúor, advinda do pó de vidro de silicato e a melhor adesão química a estrutura do dente, propiciada pelo ác poliacrílico. Além de reduzir os aspectos negativos dos demais cimentos. - Cimento desenvolvido nos anos 1970 para melhorar o desempenho clínico aquém do desejado dos cimentos de silicato e para reduzir o risco de injúria pulpar. - Utilizado como material restaurador provisório, material para base e forramento, além de ser usado como material restaurador definitivo para pacientes pediátricos, em dentes decíduos. Classificação: Tipo I: cimentação provisória – Maior fluidez e escoamento (utilizado em cimentação de coroas, pontes e brackets ortodônticos); Tipo II: restauração provisória em dentes permanentes e definitiva em decíduos; É um cimento mais viscoso; Utilizado em áreas de menores esforços mastigatórios. Tipo III: material de base e forramento/ para base, apresenta maiores granulações, e para forramento, menores granulações. - O cimento para cimentação pode ser utilizado para forramento, mas não para restauração. - O cimento para restauração pode ser utilizado para forramento, mas não para cimentação. - O cimento para forramento até pode ser utilizado para restauração, mas comumente não é utilizado para cimentação. TUDO RELACIONADO COM AS CARACTERÍSTICAS DE VISCOSIDADE DO MATERIAL. Apresentação 1. Pó e líquido; 2. Cápsulas pré-dosadas; 3. Duas pastas. (NÃO PODE SER UTILIZADO COMO MATERIAL DE FORRAMENTO, POIS LIBERA MENOS FLÚOR E NECESSITA DE MELHOR CONDICIONAMENTO ÁCIDO PARA GRUDAR NO DENTE) PÓ E LÍQUIDO - Pó: vidro de fluoraluminassilicato de cálcio; vidro de bário e óxido de zinco (garante a radiopacidade); - Líquido: ácido poliacrílico; ácidos itaconico (garante menor viscosidade), tártico (catalizador que facilita extração de íons); maleico (também ajuda na exposição dos íons). CÁPSULAS PRÉ-DOSADAS - Nesse caso, a principal vantagem é que tem menos erro na mistura, ou seja, há menos chances de errar a proporção; - Por ser uma manipulação mecânica, incorpora menos bolhas; - Mistura homogênea e manipulação mais rápida – conta com um dispensador/ponteira para aplicação (muito utilizado na pediatria); - Entretanto, é mais caro. DUAS PASTAS - Usado em cimentação de bracket ortodôntico e banda ortodôntica; - Menos comuns no mercado brasileiro; - Não incorpora bolhas; - Ativação dual (química e fotopolimerização). Indicações de uso dos cimentos de ionômero de vidro: 1. Base e forramento; 2. Cimentação; 3. Restaurações provisórias ou definitivas; 4. Selantes de fóssulas e fissuras (reduzir a chance de cáries nos posteriores onde essas fóssulas e fissuras são muito profundas); 5. Núcleo de preenchimento (alto nível de destruição coronária em que é necessário reconstruir parte de uma parede pulpar ou axial, sendo necessário usar o Materiais odontológicos CIV para construir uma estrutura mais sólida para fazer restauração). Contra-indicações: - Utilização em áreas de grande esforço mastigatório – cavidade classe II e IV; - Áreas de cúspide, devido ao alto esforço mastigatório; - Proteção pulpar de cavidades muito profundas, sem que seja adicionado hidróxido de cálcio primeiro, pois apesar de não ser tão irritante como o ácido fosfórico, ainda apresenta na sua composição o ácido poliacrílico, não podendo utilizá-lo diretamente como material de forramento nessas cavidades. . Classificação - composição 1 . CONVENCIONAIS – “ANIDRO” (+ uti l izados) - Poliácidos liofilizados e agregados ao pó; - Líquido: água ou solução de ácido tartárico 10%; - O termo anidro é errôneo, pois de acordo com o termo não apresenta água, entretanto, apesar de todos os ácidos terem sido incorporados em um pó liofilizado e não utilizar água diretamente, a água exerce importante papel na reação. Manipulação: - Proporcionamento de 1:1 (uma concha rasa de pó para uma gota de líquido); - Agitar frascos antes da utilização; - Dispensar a 1° gota antes de utilizar, pois pode conter bolhas; dispensar o líquido com frasco perpendicular (90°) à placa de vidro; - Evitar variações na proporção. - Pode ser manipulado em uma placa de vidro com espátula de plástico ou em bloco de papel impermeável com espátula de plástico ou metálica; Não se deve utilizar espátula metálica na placa de vidro, pois a espatulação pode quebrar as partículas de vidro, o que afetaria a reação do material e, consequentemente a suas propriedades (afeta a liberação dos íons; diminui a quantidade de liberação de fluoretos; diminui a resistência mecânica; afeta a adesão). - Dividir a quantidade de pó; - Não faz espatulação, apenas aglutinação; - Tempo de mistura = 45 a 60s; - Tempo de trabalho = 2 a 5 min; - Tempo de geleificação = 6 a 8 min. Técnica de manipulação: - Utiliza-se o CIV, um dosador, espátula de plástico e a placa e vidro; - Divide o pó ao meio e vai aglutinando o pó até homogeneizar, em seguida, junta à segunda porção e faz o mesmo processo até adquirir um CIV liso e brilhante (o que significa que a manipulação foi realizada corretamente e que têm radicais carboxílicos do ácido poliacrílico ainda pendentes, para reagir com a estrutura dental/adesão). Nesse momento ele deve apresentar ponto de fio e sinaliza o fim da manipulação e que já pode ser utilizado. - Aglutiná-lo de uma vez implicaria no número de grupamentos carboxílicos no fim da mistura e, consequentemente, em prejuízos desse material na adesão ao dente. Reação de presa - geleificação: - É uma reação ácido-base; - O ácido vai atacar o vidro liberando Ca, Al, Na e F no meio aquoso; - Nos primeiros momentos o ácido poliacrílico forma cadeias moleculares com o cálcio do pó de fluoraluminiossilicatode cálcio, formando ligações cruzadas; - Alguns radicais carboxílicos ficam pendentes para interagir também com o cálcio da estrutura dental, o que garante a adesão; - Em alguns caso esse cálcio pode ser substituído dentro da reação por alumínio nas primeiras 24 horas; - No final, se tem uma mistura de cálcio e alumínio reagido com os grupamentos carboxílicos do ácido poliacrílico hidratados, formando uma massa hidratada com algumas partículas não reagidas/nem todo o pó é consumido; - O flúor e o sódio não participam em nada da reação, ou seja, estão dispersos no meio, o que garante a liberação de fluoretos. CÁLCIO FORMA LIGAÇÕES CRUZADAS COM POLIÁCIDOS DIMINUIÇÃO DA MOBILIDADE DOS COMPOSTOS NA MATRIZ ÍONS TOTALMENTE IMÓVEIS. Propriedades: - Coeficiente de expansão térmico-linear semelhante à dentina; - Baixa resistência à compressão e tração (não suporta carregamento mecânico); - Biocompatibilidade; - Alta solubilidade (o que faz se degradar, já que está em contato com a saliva); - Adesão ao esmalte; - Ligações químicas dos grupamentos carboxílicos com o cálcio as estrutura dentária – quelação; - Anticariogênico; - Liberação de fluoretos – mais intensa nas primeiras 24-48h; - Estabilização da reação; - Catalizador; - Presença constante de flúor na cavidade oral. 2 . CONVENCIONAIS COM ALTA VISCOSIDADE - Desenvolvidos principalmente em função dos procedimentos ART’s (procedimento restaurador atraumático) – característico por alto índice de cáries, que fica difícil fazer todas as restaurações de uma vez. Assim, remove o tecido cariado de todos os dentes em questão e sela todos com o CIV para ir restaurando gradualmente. - Técnica de inserção semelhante a amálgama; - Agilidade no tratamento aliada à liberação de fluoretos, estabilizando o processo carioso, além de controlar o foco de infecção na cavidade bucal, para ter mais tempo de fazer as restaurações. 3 . CIMENTOS REFORÇADOS POR METAL- Basicamente em dois processos diferentes, muda apenas em função de como esse cimento é misturado; 1. Mistura de liga de prata – incorporação de pó de prata do amálgama no pó de CIV, misturando em um só pó. Em seguida manipula com o líquido. 2. Cermet – fusão de partículas por sintetização Propriedades: - Bons resultados para restaurações em decíduos a curto prazo; - Indicado para núcleos de preenchimento – por conter as partículas de prata, suportam maior resistência mecânica (repor até 40% da porção que perdeu); - É susceptível a ação dos ácidos = ionômero convencional; - Esses cimentos liberam quantidades apreciáveis de fluoretos, mas a taxa de liberação diminui com o tempo. - Uma quantidade menor de flúor é liberada dos cimentos cermet porque uma porção da superfície das partículas de vidro está recoberta por metal. - Já na liga de prata, as partículas de prata não estão aderidas ao vidro; assim, todas as superfícies de vidro estão livres para liberar flúor. 4 . MODIFICADOS POR RESINA (+ uti l izados) Conta com mais vidro de fluoraluminiossilicato do que monômero resinoso. Principais motivos da sua utilização: - Acelera a reação; - Diminuir sensibilidade à umidade; - Aumentar a resistência e lisura do material; Foram adicionados os monômeros de metacrilato e HEMA, que são utilizados na composição das resinas compostas para melhorar as características finais do material. - Utilizado como matérial restaurador definitivo em dentes permanentes; áreas de reforço mastigatório, além de melhorar propriedades mecânicas em restaurações definitivas em dentes decíduos. NÃO É UTILIZADO COMO MATERIAL DE FORRAMENTO - Iniciadores de ativação no pó; - Condicionamento da superfície com ácido fosfórico é essencial, caso contrario, os monômeros resinosos não iriam aderir ao dente. Mecanismos de presa: - Química; - Dual (reação química e fotoativado para polimerizar); - Fotoativação. Reação de polimerização: - Polimerização dos monômeros metacrilato; - Reação rápida; - Resistência final após maturação da reação ácido-base. Indicações: - Material de base e forramento; restaurações; adesivos para brackets e núcleos de preenchimento. Desvantagens: - Conversão de monômero em polímero, que envolve uma contração/ gera tensão nas margens entre o material e o dente; - Menor liberação de fluoretos; - Sem camada híbrida evidente. 5. COMPÔMEROS Conta com mais monômero resinoso que vidro de fluoraluminiossilicato. - PROBLEMA: absorve mais água que a resina convencional e libera menos flúor do que o convencional e modificado por resina. Propriedades: - Menor liberação de fluoretos e menor resistência que as resinas compostas; - Indicado para áreas de pequenas tensões; - Necessidade de sistema adesivo; - Sensível à umidade. Considerações técnicas 1. ARMAZENAMENTO: - Armazenar os frascos fechados e em ambientes com temperaturas próximas dos 20°C; - Não armazenar em geladeira – o líquido reage dentro do frasco; - Usar placa de vidro resfriada para retardar a reação de geleificação; - Não resfriar a placa ao ponto de orvalho (+/- 9°C) 2. PROPORÇÃO PÓ/LIQUIDO - Menor quantidade de pó = mistura fluída; maior solubilidade; diminui a resistência à abrasão; - Maior quantidade de pó = menos tempo de trabalho e de presa; diminui a adesividade, reduz a translucidez. 3. VISCOSIDADE - Tamanho do fio formado varia de acordo com o tipo de cimento: - Forramento, cimentação e banda = 3 a 4 cm; - Restauração = 1 cm; - Base = 1 a 2 cm 4. CONTROLE DA UMIDADE - Muita umidade: mais opaco, frágil e anti-estético; - Ambiente seco: presença de trincas; - Cobertura do material: primeiras 24h 5. CONDICIONAMENTO DA SUPERFÍCIE Em função do tipo de CIV utilizado: - Convencional: Ácido poliacrílico 10 a 25%; - Modificados por resina: Ácido fosfórico 37%. 6. APLICAÇÃO - Pontas dispensadoras e seringas tipo centrix; - Espátula flexível.
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