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INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA VETERINÁRIA

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INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA VETERINÁRIA 
Semiologia: é a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os 
sintomas e os interpreta, a fim de reunir os elementos necessários para constituir o diagnóstico 
e presumir a evolução da enfermidade. É subdividida em: 
• Semiotécnica: é a utilização, por parte do examinador, de todos os recursos disponíveis 
para avaliar o paciente enfermo, desde a observação do animal até a realização de 
exames complexos. 
o Física: determina as alterações anatômicas por meios físicos → aumento de 
volume articular. 
o Funcional: determina as alterações funcionais por meio de registros gráficos → 
ECG. 
o Experimental: promove alterações orgânicas para comprovar o diagnóstico → 
prova de tuberculinização. 
• Clínica propedêutica: reúne e interpreta os dados obtidos pelo exame do paciente, é 
um elemento de raciocínio e análise para o estabelecimento do diagnóstico médico. 
• Semiogênese: busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se 
desenvolvem. 
Sintoma: fenômeno anormal, orgânico ou funcional, pelo qual as doenças se revelam no animal 
(tosse, claudicação, dispneia). 
Sinal: avaliação e conclusão que o clínico retira dos sintomas observados e/ou a partir de 
métodos físicos de exame, é um elemento de raciocínio – tudo que é possível quantificar (sinal 
de Godet positivo, hipertermia). 
Síndrome: conjunto de sintomas clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas; 
quando reconhecidos e considerados em conjunto, caracterizam, determinada enfermidade ou 
lesão. 
Diagnóstico: ato de reconhecer uma dada enfermidade por suas manifestações clínicas e prever 
o seu prognóstico – nosológico; terapêutico, anatômico, etiológico, diagnóstico por exclusão. 
Prognóstico: consiste em prever a evolução da doença e suas prováveis consequências. 
 
MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO FÍSICA 
A exploração física baseia-se na utilização dos sentidos do examinador com a finalidade de 
examinar metodicamente todo o animal, visando estabelecer o diagnóstico e a cura do animal. 
Os principais métodos de exploração física são: 
1. Inspeção. 
2. Palpação. 
3. Auscultação. 
4. Percussão. 
5. Olfação. 
Em conjunto, deve-se ter paciência, perseverança e prática para atingir a competência. 
INSPEÇÃO 
Método de exploração física baseado na observação visual do animal de forma geral. 
O exame inicia com a observação do animal de forma geral, a avalição é feita utilizando-se o 
sentido da visão do examinador. O ideal é que se faça em um ambiente bem iluminado. 
• Direta: a visão é o principal meio utilizado, sem outras formas de auxílio. 
o Pelos, pele, mucosas, movimentos respiratórios, secreções, aumento de volume, 
cicatrizes, claudicação. 
• Indireta: feita com auxílio de aparelhos. 
o Otoscópio, laringoscópio, lanterna, lâmpada de Wood, raio X. 
• Panorâmica: quando o animal é visualizado como um todo. 
o Condição corporal, aprumos. 
• Localizada: atenta-se para alterações em uma determinada região do corpo. 
o Lesão focal em face, membros, glândula mamária. 
PALPAÇÃO 
Método de exploração física baseado na utilização do sentido tátil ou força muscular, usando-
se as mãos, dedos ou instrumentos, para determinar as características de uma área explorada. 
Pela palpação, é possível notar modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, 
temperatura, volume, dureza, frêmitos, flutuação, elasticidade, edema. 
• Direta: uso somente das mãos, dedos ou punhos. 
o Linfonodos, palpação retal em bovinos. 
• Indireta: uso de instrumentos para examinar estruturas inacessíveis. 
o Termômetro, martelo, sonda, cateter, pinça, agulha, lâmina de vidro. 
o Palpação esofágica em bovinos, teste da vitropressão. 
• Superficial: palpação de estruturas superficiais. 
o Consistência de um edema, tamanho de linfonodos palpáveis, temperatura do 
casco. 
• Profunda: uso de força muscular ou de pressão para avaliar estruturas mais profunda 
ou quando se quer verificar uma resposta dolorosa. 
o Teste de sensibilidade com pinça de casco, neoplasias abdominais. 
A palpação possui diversas variantes que podem ser sistematizadas da seguinte maneira: 
- Palpação com a mão espalmada: com toda a palma de uma ou ambas as mãos ou apenas as 
polpas digitais e a parte ventral dos dedos. 
- Palpação em pinça com o polegar e o indicador. 
- Digitopressão: com a polpa do polegar ou indicador para comprimir uma área, com o 
objetivo de: teste de dor, detectar edema (Godet positivo) e avaliar circulação cutânea. 
- Punhopressão: com a mão fechada, com a finalidade de avaliar a consistência e estruturas de 
maior tamanho (rúmen, abomaso) e aumento de sensibilidade na cavidade abdominal. 
- Vitropressão: uma lâmina de vidro comprimida contra a pele, analisa-se a área por meio da 
própria lâmina → distinção entre eritema e púrpura. 
- Pesquisa de flutuação: a palma da mão sobre um lado da tumefação e a mão oposta exerce 
sucessivas compressões perpendiculares à superfície cutânea. 
Consistências 
 Mole: estrutura reassume seu formato normal após cessar a pressão; macia* e flexível 
→ lipoma. 
 Firme: a estrutura, ao ser pressionada, oferece resistência, mas acaba cedendo e 
voltando ao normal ao final da pressão → fígado, músculo. 
 Dura: estrutura não cede por mais forte que seja a pressão → ossos e alguns tecidos 
tumorais. 
 Pastosa: estrutura cede facilmente à pressão e permanece a impressão do objeto que a 
pressionava, mesmo quando cessada → edema: sinal de Godet positivo. 
 Flutuante: determinada pelo acúmulo de líquidos (sangue, soro, pus, urina) em uma 
estrutura ou região que resulta em movimento ondulante, mediante aplicação de 
pressão alternada → teste de baloteamento → ascite. 
 Crepitante: observada quando o tecido contém ar ou gás em seu interior, sensação de 
movimentação de bolhas gasosas → enfisema subcutâneo. 
AUSCULTAÇÃO 
Método de exploração física baseado na avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos 
produzem espontaneamente. 
Pulmões: ruídos respiratórios normais e patológicos; Coração: bulhas cardíacas normais e 
suas alterações, sopros e outros; Cavidade abdominal: ruídos característicos do sistema 
digestório. 
• Direta (imediata): quando se aplica o ouvido, protegido por um pano, diretamente na 
área examinada, evitando o contato com a pele do animal. 
• Indireta (mediata): quando se utiliza aparelhos de auscultação → estetoscópio, 
Doppler. 
Ruídos 
 Aéreos: ocorrem pela movimentação normal de massas gasosas → movimentos 
inspiratórios: passagem de ar pelas vias respiratórias. 
 Hidroaéreos: movimentação de massas gasosas em um meio líquido → borborigmo 
intestinal. 
 Líquidos: movimentação de massas líquidas em uma estrutura → sopro anêmico. 
 Sólidos: atrito de duas superfícies sólidas rugosas, como o esfregar de duas folhas de 
papel → roce pericárdico. 
PERCUSSÃO 
Método de exploração física baseado na produção de sons, por meio da aplicação de pequenos 
golpes ou batidas, em uma determinada parte do corpo, para se obter informações sobre a 
condição dos tecidos adjacentes e das porções mais profundas. 
• Direta (digital): somente um dedo de uma mão percute uma área, imitando um 
martelo. 
• Indireta: interpõe o dedo médio ou um instrumento (plessímetro) entre a área a ser 
percutida e o objeto percutor (martelo ou dedo). 
o Digitodigital: examinador posiciona-se do lado oposto da estrutura a ser 
examinada. 
o Martelo-plessimétrica: examinador posiciona-se do mesmo lado da região a ser 
percutida. 
Regras: 
1. Percussão bilateral e por toda a extensão do órgão/estrutura/sistema. 
2. Fazer observações com relação à delimitação topográfica dos órgãos; 
3. Fazer comparações entre as mais variadas respostas sonoras obtidas; 
4. Batidas rítmicas e precisas - ritmo constante, originando 2 golpes (um mais forte e 
outro mais fraco). 
5. Ambiente silencioso. 
6. Evitar percutir animais em decúbito lateral, colocarem posição quadrupedal. 
7. Fazer pressão moderada com o dedo ou plessimetro contra a superfície corporal. 
Tipos de sons 
 Claro: presença de ar ou gás que se movimenta em um órgão. 
o Som de média intensidade, duração e ressonância. 
▪ Pulmão sadio. 
o Quanto menor a espessura dos tecidos que cobrem o órgão percutido, maior 
será a zona vibratória e mais alto será o som. O contrário é verdadeiro. 
 Timpânico: órgãos ocos, cavidades repletas de ar ou gás e paredes semidistendidas. 
o Som de maior intensidade e ressonância. 
▪ Percussão abdominal. 
 Maciço: regiões compactas, totalmente desprovidas de ar. 
o Som de fraca intensidade, ressonância e curta duração. 
▪ Região hepática, musculatura. 
 Submaciço: intermediário entre o claro e o maciço. 
o Onda percutora atinge uma área de sobreposição. 
▪ Porção do fígado em que o rebordo pulmonar repousa. 
 Hipersonoro: intermediário entre o claro e o timpânico. 
o Áreas repletas de ar com paredes distendidas. 
▪ Pneumotórax, timpanismo gasoso. 
OLFAÇÃO 
Método de exploração física baseado na avaliação pelo olfato clínico, empregado no exame 
de transpirações cutâneas, do ar expirado e das excreções. 
É de grande ajuda para o diagnóstico e necessita apenas da aproximação razoável da área do 
animal a ser examinada. 
• Halitose: Doença periodontal, corpos estranhos na cavidade oral e esôfago, infecções 
respiratórias, alterações metabólicas. Acetona: vacas com acetonemia - Urêmico: 
paciente em uremia. 
• Fezes de cães com gastrenterite hemorrágica. 
• Secreções de cães com hipertrofia da glândula ad anal. 
EXAME CLÍNICO 
Exame clínico: reúne todas as informações necessárias para o estabelecimento do 
diagnóstico. 
Exame físico: é uma parte do exame clínico, resume-se à coleta dos sintomas e sinais por 
métodos físicos de exame (inspeção, palpação, percussão, auscultação e olfação). 
Deve-se estabelecer uma sequência de exame e realizar de forma sistemática, em todos os 
animais, para que dados relevantes ao caso não sejam esquecidos. 
 ETAPAS DO EXAME CLÍNICO: 
▪ Identificação/resenha; 
▪ Anamnese; 
▪ Exame físico: 
▪ Geral: avaliação do estado geral do animal (nível de consciência, estado 
nutricional, hidratação, mucosas, parâmetros vitais, linfonodos). 
▪ Específico: exame direcionado ao sistema envolvido de acordo com a 
necessidade. 
▪ Exames complementares; 
▪ Diagnóstico, prognóstico e tratamento. 
 
IDENTIFICAÇÃO | resenha 
 
ANAMNESE 
Trata-se do conjunto de informações recolhidas sobre fatos de interesse médico, passados e/ou 
atuais, que fornece subsídios para o estabelecimento do diagnóstico do caso em questão. É a 
entrevista médica. 
 
A anamnese não é um processo passivo, portanto, é preciso direcionar o tutor a fornecer 
informações claras e precisas. A qualidade da anamnese depende do informante (proprietário, 
peão) e do entrevistador (veterinário), o profissional deve ser capaz de coletar todas as 
informações importantes para o caso, filtrando as desnecessárias e atentando-se às 
informações incompletas ou errôneas, que comprometem a qualidade do exame. É comum 
que o tutor minta ou omita algumas informações, nesse caso, deve-se interroga-lo de formas 
diferentes, sem coagi-lo. Além disso, nem sempre a queixa principal do tutor é o quadro mais 
importante naquele momento, algumas afecções podem passar despercebidas pelo tutor e 
serem identificadas no exame clínico. 
❖ Princípios básicos de uma boa anamnese: 
o Evitar terminologias médicas; 
o Não se deixar levar pela suspeita do tutor; 
o Não colocar o entrevistado em situações delicadas, pois ele pode ficar na 
defensiva; 
o Não induzir o tutor a respostas falsas ou diagnósticos; 
o Não desprezar informações; 
o Investigue informações conflitantes; 
o Não demonstrar sentimentos desfavoráveis (tristeza, impaciência, desprezo); 
o Evitar interrupções/distrações; 
Regra das vogais (AEIOU) → Atenção; Estimulação; Inquisição; Observação; União. 
 FONTE E CONFIABILIDADE: Conhecer quem é a fonte. 
▪ A fonte é o verdadeiro responsável/proprietário? Quem está trazendo as 
informações? O tutor é atencioso ou negligente (informações precisas ou não)? 
 
 QUEIXA PRINCIPAL: É a manifestação imediata da doença do animal, que levou o 
proprietário a procurar atendimento. 
▪ Registrar a queixa principal REPETINDO as expressões utilizadas pelo tutor – 
o animal tem coceira, e não prurido. 
▪ Nem sempre expressa o principal distúrbio que o paciente apresenta. 
▪ Evitar rótulos diagnósticos. 
 
 HISTÓRIA MÉDICA RECENTE: Refere-se a alterações recentes na saúde do animal 
que levaram o tutor a procurar auxilio médico. Descreve, com maior detalhe, a 
informação relevante para a queixa principal. 
▪ Deve responder a 3 perguntas: O que? Quando? Como? 
▪ Ordem cronológica. 
▪ Deve-se identificar o principal sintoma, bem como o tempo (início e duração), 
de evolução, como procedeu e sua progressão. 
▪ O que está acontecendo? Como aconteceu? O que está apresentando? É a 
primeira vez que apresenta os sinais? Quando começou (época, dia, semana, 
mês)? Gradativo ou súbito? Qual a duração? Frequência? Gravidade ou 
intensidade? Iniciou ou piorou em alguma época do ano (sazonal ou não)? Como 
evoluiu desde então? Já levou em outro médico antes? Há medicações em uso? 
Nome? Dose e frequência? Desde quando? Prescrita por médico veterinário? 
Um Rottweiler com 3 meses de idade foi levado pelo proprietário (fonte e confiabilidade) por 
desenvolver diarreia (queixa principal: sintoma-guia; provável localização: sistema digestório). 
O problema teve início há 3 dias (início) e persiste até o momento (duração). A diarreia ocorre 
várias vezes ao dia (frequência) e apresenta sangue nas fezes em grande quantidade (gravidade). 
Começou a demonstrar anorexia, vômito, desidratação e febre há 1 dia (problemas associados) 
e o animal tem ficado cada vez mais apático desde então (evolução). Não foi fornecida nenhuma 
medicação (tratamento). 
 REVISÃO DOS SISTEMAS (anamnese especial): É o interrogatório sintomatológico 
ou anamnese especial que resume, em termos de sistemas orgânicos, sintomas que 
podem ter sido negligenciados na HMR. 
▪ Conjunto de perguntas sobre todos os sistemas orgânicos, sequencialmente: (1) 
sistema digestório; (2) sistema cardiorrespiratório; (3) sistema geniturinário; (4) 
sistema nervoso; (5) sistema locomotor; e (6) sistema oto-tegumentar. 
1. Digestório: o animal alimenta-se bem? Bebe água normalmente? Está defecando? Qual 
o tipo de fezes (duras, moles, pastosas, líquidas, com sangue ou mudo, odor)? Apresenta 
vômito ou regurgitação? Qual o aspecto? Horário em que ocorre? Tem relação com a 
ingestão de alimentos? Tem sangue, muco ou alimentos não digeridos? Notou a 
presença de vermes? Quando foi a última vermifugação? Com qual produto, dose e 
duração? Qual é a alimentação? Come apenas ração ou outros alimentos? Frequência? 
Costuma comer comida humana com tempero? Come frutas e plantas? Quais? Com que 
frequência? Costuma ingerir objetos? Quais e com que frequência? 
2. Cardiorrespiratório: o animal lhe parece fraco? Cansa-se com facilidade? Estava 
acostumado a correr e já não o faz mais? Tosse ou ronca? A tosse é seca ou com 
expectoração (produtiva)? Qual a frequência? Piora à noite ou após exercício? Qual o 
aspecto da expectoração (cor, odor, volume)? Elimina sangue pelas narinas? Observou 
edema ou inchaço em alguma parte do corpo (época que apareceu; evolução; região que 
predomina)? Notou mudança na coloração da sua mucosa (pálido ou roxo, por 
exemplo)? Já apresentou desmaios? Após atividade física ou em repouso? Em quando 
tempo acordou? 
3. Geniturinário: o animal está urinando? Qual a frequência? Qual a coloração da urina? 
Odor? Aparecem formigas no local em que o animal urina? Aparentemente, o animal 
sente dor quando urina (posição à micção, gemidos, emissão lenta e vagarosa)? O 
animal já pariu alguma vez? O parto foi normal? Quando foio ultimo cio? Percebeu 
alguma secreção vaginal ou peniana? Qual o comportamento sexual dos reprodutores? 
Apresentam exposição peniana prolongada? É castrado? Quando foi castrado? 
Apresenta inchaço na barriga? Secreção na genitália externa? Qual é o aspecto do 
corrimento? O macho faz a própria higiene do pênis e prepúcio? Costuma dar leite 
mesmo sem estar gestante? 
4. Nervoso: o animal apresenta mudanças de comportamento (agressividade)? Apresentou 
convulsões? Apresenta dificuldade para andar? Tem dificuldade para subir escadas? 
Anda em círculos? Apresenta tropeços ou quedas quando caminha? Pressiona a cabeça 
em paredes, portas e moveis? A pupila permanece dilatada ou contraída? Apresenta 
movimentos involuntários dos olhos? Claudica? Quando deitado, apresenta 
movimentos de pedalagem? 
5. Locomotor: o animal está mancando? De que membro? Observou pancadas ou coices? 
Apresenta aumento de volume ou mudança de posicionamento de membro? Apoia mais 
um membro do que outro? Lambe muito as patas? Senta ou deita de maneira incomum? 
Demonstra dor ou desconforto quando algum membro é manipulado? 
6. Oto-tegumentar: o animal se coça? Continuamente ou de forma intermitente? Muito ou 
pouco? Chega a se automutilar? Apresenta meneios de cabeça (otite)? Apresenta queda 
de pelos? Onde? Teve falha de pelo quando filhote? Usa algum produto de limpeza nas 
orelhas? Costuma remover os pelos de dentro das orelhas? Lambe muito as patas? Coça 
a região dorsolombar? O que apareceu primeiro: a lesão ou o prurido? Apresentou 
ectoparasitas recentemente? Faz uso de ectoparasiticidas regularmente? Qual produto e 
com qual intervalo? Algum contactante (inclusive humano) apresentou prurido ou lesão 
semelhante? Faz uso de algum medicamento? Melhora com o uso de corticoides? Os 
sinais iniciaram antes dos 3 anos de idade? Tem acesso à rua? Come algo além de ração? 
O que? Tem otites recorrentes? A margem das orelhas está afetada? 
 
 HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA: Constitui a avaliação geral da saúde do animal, 
antes da ocorrência ou manifestação da doença atual. 
▪ Estado geral de saúde; 
▪ Doenças prévias ou doenças crônicas; 
▪ Cirurgias anteriores; 
▪ Imunizações; 
▪ Vermifugações. 
 
 HISTÓRIA AMBIENTAL, MANEJO, FAMILIAR: Avalia-se onde o animal vive, 
como é criado e alimentado, seu comportamento (hábito predatório, acesso à rua), 
convivência com outros animais, histórico de doenças hereditárias. 
▪ Ambiente urbano ou rural? Animal domiciliado, semi-domiciliado ou errante? 
Hábito predatório? Local em que vive (canil/gatil ou dentro de casa)? Ambientes 
que frequenta (praia, sítio)? Tipo de piso ou solo? Vegetação e plantas? Boa 
ventilação? Condições de higiene do local? Quais produtos são usados na 
limpeza das áreas que o animal fica? Qual a frequência da limpeza? Existência 
de fumantes no local? Utilização de perfumes? Onde o animal come (vasilhas)? 
Localização e disponibilidade de cochos? Qual a origem (qualidade) e 
disponibilidade (quantidade) de água? Existência e quantidade de contactantes? 
Contactantes com algum sintoma? Inclusão de novos animais? Brigas entre eles? 
Pais ou avós adoeceram? 
EXAME FÍSICO GERAL 
O exame físico geral constitui um passo decisivo para a realização do exame físico específico. 
 
 NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: o comportamento ou nível de consciência deve ser 
avaliado pela inspeção, considerando, ainda, a sua reação a estímulos, tais como palmas 
ou estalos de dedos. Os termos a seguir classificam quanto à excitabilidade do animal: 
▪ Apático – diminuída; 
▪ Alerta – normal; 
▪ Excitado – aumentada; 
▪ Coma – inconsciente, ausência de resposta à estimulo doloroso; 
▪ Estupor – inconsciente, responde à estímulo doloroso. 
 
 POSTURA: trata-se do posicionamento que o animal adota quando em posição 
quadrupedal, em decúbito e durante a locomoção. Nenhum animal adotará uma postura 
anormal, seja em posição quadrupedal, em decúbito ou em locomoção, sem que haja 
algum fator determinante. Geralmente, as posturas anormais sugerem algia localizada 
e/ou comprometimento do sistema nervoso. 
▪ Em estação – posição quadrupedal; 
▪ Decúbito - lateral, esternal, dorsal, ventral; 
▪ Ortopneica – abdução dos membros torácicos, distensão do pescoço, protrusão 
da língua. 
▪ Cifose – curvatura da coluna vertebral em casos de processos dolorosos na 
cavidade abdominal. 
▪ Claudicação. 
 
 ESTADO NUTRICIONAL: é necessário considerar a espécie, raça e utilidade/aptidão 
do animal. Ainda, animal com pelagem longa ou muita quantidade de pelos pode dar 
falsa percepção de condição corporal, deve-se apalpá-los. 
▪ Caquético; 
▪ Magro; 
▪ Normal – costelas facilmente palpáveis e apresentam formato de ampulheta 
vistos de cima. 
▪ Sobrepeso; 
▪ Obeso. 
 
 HIDRATAÇÃO: avaliação conjunta de diversos parâmetros. 
▪ Teste de turgor cutâneo (TC): faz o pinçamento da pele do dorso (pescoço) e 
quantifica o tempo que esta leva para voltar à normalidade. 
▪ Avaliação cautelosa: idosos naturalmente tem uma menor elasticidade 
da pele (2 a 3s); raça Sharpey tem dobras cutâneas, pode dificultar o 
teste. 
 
 
 
 MUCOSAS: avalia-se coloração, brilho e TPC. A avaliação é importante pois pode 
refletir alterações em outros órgãos e sistemas. 
▪ Oculopalpebral, oral, nasal, vulvar, prepucial e anal. 
▪ Se uma única mucosa estiver alterada, pode refletir um problema localizado ou 
uma particularidade do animal. Já o envolvimento de varias mucosas pode ser 
um indicio de comprometimento sistêmico. 
▪ Coloração: existem várias tonalidade e gradações de uma mesma cor que, 
geralmente, refletem a intensidade do processo mórbido em evolução. 
▪ Rósea – normal; 
▪ Pálida – varia de branco-rósea a branco-porcelana; 
▪ Perlácea – grau máximo de palidez. 
▪ Congesta – desde vermelho discreto a vermelho-tijolo. 
▪ Cianótica – arroxeada, azulada. 
▪ Ictérica – amarelada. 
 
▪ Tempo de preenchimento capilar: reflete o estado circulatório do animal 
(volemia) e é medido junto à mucosa gengival, próximo aos dentes incisivos. 
Faz-se a eversão do lábio superior ou inferior e compressão digital com o dedo 
polegar, observando-se, após a retirada do dedo, o tempo decorrido para que haja 
novamente o preenchimento dos capilares (coloração voltar ao normal). 
 
 
 PARÂMETROS VITAIS: é de fundamental importância na fase que antecede o exame 
físico específico, pois pode sugerir o comprometimento de outro sistema que não tenha 
sido abordado ou mencionado pelo proprietário. Avalia-se: FC, FR, Tº. 
▪ Fatores não patológicos podem influenciar, como: temperatura ambiental, 
estresse, síndrome do jaleco branco. 
▪ FC (bpm) → palpa-se o choque lateral (ponto mais audível) – 2 bulhas formam 
1 batimento completo. 
▪ FR (rpm) → contagem dos movimentos respiratórios pela expansão do tórax ou 
auscultação pulmonar (12º, 9º, 5º EIC). 
▪ Tº (ºC) → introduzir 1/3 do termômetro e incliná-lo para que o bulbo fique em 
contato com a mucosa – fazer 2 aferições em caso de dúvida. 
 
Hipertermia X Síndrome Febre 
Hipertermia = elevação da temperatura corporal. Não necessariamente está associado a 
doença. 
Síndrome Febre = alterações conjuntas que geralmente refletem alterações sistêmicas → 
mucosa oral ressecada, taquicardia, taquipneia, perda parcial ou total do apetite, oligúria, 
hipertermia. 
 
 LINFONODOS: são estruturas muitas vezes palpáveis, de modo que fornecem boa 
orientação sobre o local em que está ocorrendo determinado processo infeccioso ou 
inflamatório. É necessário conhecer sua localização anatômica. A avaliação sempre 
deve ser BILATERAL. Deve-se avaliar: 
▪ Mobilidade; 
▪ Tamanho; 
▪ Consistência; 
▪ Sensibilidade (dor); 
▪ Temperatura; 
▪ Localizado ou generalizado? 
Os linfonodos palpáveis variam de acordo com a espécie, além disso, dependendo da afecção 
do animal, é possível palpar determinados linfonodos que normalmente não seria palpável.