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Insulinoterapia 1 Insulinoterapia Diabetes tipo 2 Conduta inicial conforme a condição clínica do paciente Manifestações graves + A1C > 9% → insulina ou agonista do receptor de GLP-1 Quais são essas manifestações graves? Perda significativa de peso não intencional outros sintomas graves/significantes a insulina consegue controlar essa glicemia em 24-48h, preserva células beta, diminui a resistência insulínica O que vai fazer eu escolher o aGLP-1 → pacientes com obesidade, podem se beneficiar dos efeitos dos aGLP-1 Hospitalização se glicemia > 300 mg/dL, com cetoacidose diabética e estado hiperosmolar OU doença grave intercorrente/comorbidade → insulina Dificuldades na utilização da insulina por parte dos médicos: dificuldade na logística de treinar o paciente para o uso, desconhecimento quanto a dose inicial e como ajustar, medo da hipoglicemia, preocupação com o ganho de peso; Dificuldades na utilização da insulina por parte dos pacientes: medo da injeção e da dependência, sensação de que o diabetes está grave, medo de hipoglicemias, dificuldade nos horários de aplicação Como iniciamos a insulina em um paciente que já está em uso de antidiabéticos e não está conseguindo controlar? Mantemos a medicação tudo igual e acrescentamos uma insulina basal por dia ❗ A insulina basal não precisa ser aplicada em jejum, diferente da insulina que deve ser aplicada antes das refeições Objetivo é controlar a hiperglicemia do jejum! Fazer ajustes até atingir a meta da glicemia de jejum, sem hipoglicemia noturna 💡 Se o paciente utiliza medicamento disponibilizado pelo SUS, como a NPH, o melhor horário para aplicar (visando controle da glicemia noturna), é a pela noite, assim “aguenta” até a manhã. 💡 Se o paciente vai usar glargina (depois do meio dia) ou detemir ou degludeca, podemos combinar o melhor horário para aplicação (pois são insulinas que duram o dia todo) Dose inicial: 10U ou 0,2U/kg/dia; preferível calcular dose a partir do peso, pois o peso contribui para o fator de resistência Depois disso: aumentar 2 (pacientes mais idosos ou mais complicados ou comorbidades) a 4U (pacientes mais resistentes ou mais jovens ou mais hígidos) a cada 3 dias até chegar na meta de glicemia Insulinoterapia 2 de jejum; ao atingir a meta, verificar outas glicemias pré e pós prandiais Acompanhamento: paciente tem que ter acesso ao médico, para ir auxiliando! Efetividade: normaliza a glicada em mais de 70% dos pacientes Meta: em geral, GJ < 100, glicada < 7%; paciente idoso meta um pouco maior, pois essa glicemia fica muito próxima da hipoglicemia, então nesse caso podemos deixar GJ em 130 e glicada em 8% Precauções com a insulinoterapia → ❗ HIPOGLICEMIA → ingerir 15g de açúcar! Evitar alimentos que tenha gordura pois pode atrasar a absorção do açúcar → (curto prazo) → Ganho de peso: 2/3 em gordura e 1/3 em massa magra → (médio a longo prazo) → Retenção hídrica nos primeiros dias → efeito antidiurético → Técnica correta de aplicação → Educação do paciente e familiares é fundamental → Medição da glicemia é fundamental! Paciente deve estar convencido que o controle é o melhor para ele e não porque só o médico acha. Insulinização basal-bolus (plena) no DM2 Adicionar insulina de ação rápida antes das refeições Indicação: normalização da glicemia de jejum se atingir a meta da hemoglobina glicada OU quando a insulina basal atingir a dose de 0,5U/kg/dia, sem atingir a meta da GJ Importância do controle: ao medir o controle depois de 2h das refeições é possível saber em qual momento necessita de atenção/qual glicemia fica acima do esperado Controle da basal → GJ Controle da rápida → glicemia pós-prandial (< 160) Suspensão medicamentosa: secretagogos! Sulfonilureias e glinidas podem ser suspendidas pois não há sentido em estimular a secreção de insulina sendo que o pâncreas já não está conseguindo Os outros medicamentos podem ser mantidos, desde que não haja contra indicação Dose inicial: uma dose de insulina rápida antes da principal refeição (4U ou 0,1U/kg); caso necessário acrescentar em outras refeições Aplicações basal com glargina/detemir/degludeca → dose única com NPH 2 - 3x ao dia Aplicações da rápida: pré-prandial → com R ou aspart/lispro/glulisina Insulinoterapia em idosos Cuidados necessários: requer boa acuidade visual, motora e cognitiva, ou que haja disponibilidade de familiares ou cuidadores bem treinados Risco de hipoglicemia → evitar esquemas complexos como múltiplas injeções Quando vamos tolerar níveis glicêmicos maiores: pacientes com complicações crônicas, comorbidades, estado funcional comprometido ou menor expectativa de vida; mas suspender pode ser extremo dependendo Insulinoterapia 3 do paciente pois pode causar desidratação, causar muita sede, entre outros sintomas Fatores que interferem na absorção da insulina → exercício ou massagem no local da aplicação → estimulam a absorção → temperatura → evitar banhos quentes → local de aplicação → mais rápido no abdome → lipohipertrofia → atrasa absorção (paciente costuma aplicar ali pois dói menos) Monitorização Pode ser capilar ou contínua (libre); relação importante entre as glicemias e a glicada! Cuidados com a insulina → armazenada na geladeira em temperatura de 2 - 8 °C. → não pode ser congelada ou ficar em temperatura superior a 30°C → pode ficar em temperatura ambiente por até 28 dias → glargina e detemir não podem ser misturadas na mesma seringa com outras insulinas → NPH pode variar pois com o tempo ocorre sedimentação (diminui a duração da ação) → deve ser feita homogeneização de 20 ciclos pelo menos Diabetes tipo 1 Quando iniciar tratamento com insulina? No diagnóstico Tratamento eficaz em reduzir a frequência de complicações crônicas: tratamento intensivo, com três ou mais doses diárias de insulina! Melhor escolha de medicamentos: uso de análagos de insulina mimetizam melhor o funcionamento do pâncreas e reduzem as hipoglicemias Fase inicial ao diagnóstico: 0,5 a 1U/kg/dia Dose da insulina basal: corresponde a 40-60% da dose total de insulina calculada Correção de insulina: utilização de bolus, aplicada antes das refeições ou aleatoriamente se for necessário Fator de sensibilidade ou fator de correção: quanto uma unidade de insulina reduz a glicemia FS = 1500/dose total de insulina ao dia Exemplo: se um paciente tem dose total de 50 unidades, fator de sensibilidade é 30. Com uma unidade de insulina baixa 30 de glicemia (não é exato) Exemplo: se o paciente aplicou insulina meio dia e as três da tarde está alta, ele pode corrigir! Supondo que estava em 250 de glicemia e ele queira chegar em 120, tem que diminuir 130 dá um pouco mais de 4, então ele vai aplicar 4U para baixar essa glicemia Contagem de carboidratos e análogos de insulina ultra rápida: razão insulina/carboidrato; 500 a 400/pela dose total de insulina Insulinoterapia 4 Quanto de carboidrato ele come para a unidade de insulina? 500 por 50, dá 10. Uma dose de insulina rápida ele consegue comer 10g de carboidrato; se ele for comer 40g de carboidratos, ele vai aplicar 4U para comer essa quantidade. Se depois ainda estiver alta, corrige novamente. Diabetes/hiperglicemia hospitalar Fisiopatologia da hiperglicemia hospitalar: aumento dos hormônios contra reguladores, dificuldade na alimentação, infusão de glicose, falta de atividade física, aplicações de insulina irregulares, medicações hiperglicemiantes, suspensão do tratamento domiciliar Quando é considerado hiperglicemia hospitalar: a partir de 140 mg/dL em pacientes que não eram diabéticos; 💡 caso a hiperglicemia tenha sido recém diagnosticada, uma glicada acima de 6,5% indica diabetes prévia Consequência da hiperglicemia → Distúrbio hidro-eletrolítico ( diurese osmótica). → Diminuição da função dos glóbulos brancos. → Retardo do esvaziamento gástrico. → Complicações cirúrgicas: infecções hospitalares e da ferida cirúrgica. → Aumento do tempo de permanência hospitalar. → Pior prognóstico das patologias cardiovascularese infecciosas a curto e longo prazo. Metas para pacientes hospitalizados Meta glicêmica: 140 - 180 mg/dL Porque evitar valores <100 → aumento das taxas de hipoglicemia e mortalidade Por que não usar “insulina ultrarrápida conforme glicemia”, dose pronta disponibilizada no hospital? Não funciona, aumenta risco de cetose e hipoglicemia, muita oscilação de glicemia; individualizar a intervenção! Ou seja, precisamos colocar uma basal e dar insulina sim quando for se alimentar. 💡 IMPORTANTE! Protocolo de tratamento basal-bolus Na admissão: suspender os medicamentos orais ou injetável não insulínico Cálculo da dose total: 0,5U/kg/dia de peso corporal; cálculo muda em pacientes idosos (>70 anos) ou com creatinina >2mg/dL, 0,3U/kg/dia Divisão da dose: metade basal, metade ultrarápida; se for glargina, 1x ao dia no mesmo horário, se for NPH dividir 2-3x; insulina ultrarrápida divida em 3 doses antes das refeições principais No dia da cirurgia: paciente em jejum, então permanece só com a basal! No momento da alta: → Se HbA1c < 7% - manter o mesmo tratamento → Se HbA1c 7% - 9% acrescentar insulina aos hipoglicemiantes orais Insulinoterapia 5 → Se HbA1c > 9% - insulinoterapia plena (posso receitar a metformina pra ele, mas tem que suspender secretagogos) Vacinas importantes para o paciente com DM: → Influenza → Pneumocócica conjugada 13-V → Pneumocócica polissacarídica 23-V → Hepatite B → Varicela e herpes zoster
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