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DPC0411 - Processo Civil IV - Prof. Carmona - T183 (2013)

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CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – 1ª prova 
Professores: Paulo Henrique dos Santos Lucon e Carlos Alberto Carmona 
Anotadoras: Anelise, Julia Drummond e Adriana Sarra. 
Revisora: Julia Drummond 
Bibliografia: Barbosa Moreira e Luiz Guilherme Marinoni 
 
27/02/2013 
Teoria Geral dos Recursos 
Obs.: aula do Carmona 
 
Recorrer: correr de novo. O recurso é algo intrínseco ao processo, está ligado a revisão. 
Nem sempre o recurso visará à mudança da decisão, mas sim à sua anulação. 
Conceito: É o ato voluntário da parte que faz o processo correr de novo, para modificar 
ou anular uma decisão judicial. 
Obs.: Pode acontecer de uma manifestação simples do juiz, como um “cite-se”, ser uma decisão 
interlocutória, e não um despacho. 
 Recorre-se apenas de decisão interlocutória e sentença (não de despacho nem de ato 
administrativo). A distinção entre decisão e sentença está nos arts. 267 e 269 do CPC. 
Discussões doutrinárias: 
- Qual o limite da quantidade de recursos? 
- Processo eletrônico e a necessidade do instrumento no agravo; 
- Prazo em dobro para a Fazenda Pública e sua necessidade. 
 
Breves considerações sobre cada espécie recursal: 
 
Apelação: 
É de fundamentação livre, cabível contra sentenças. 
E as sentenças parciais? Cabe apelação, mas usa-se o procedimento de agravo (a natureza 
continua sendo a de apelação). 
 O julgamento é feito nos Tribunais, por 3 desembargadores (relator, revisor e terceiro, 
chamado de xxx). 
 
Agravo: 
 Cabível contra qualquer decisão. Antes de 1995, não tinham efeito suspensivo (retirada da 
eficácia da decisão), o que tornava o agravo inútil às vezes. 
Obs.: antes de 1995, a parte que se sentisse prejudicada impetrava um mandado de segurança 
com pedido liminar para dar efeito suspensivo ao agravo. Uma das vantagens dessa medida era 
a possibilidade de ser realizada sustentação oral no procedimento do mandado de segurança. 
Crítica do professor: em torno de 50% dos agravos são providos. 50% dos juízes estão errando? 
 
Embargos de declaração: 
 Impugnação. Cabível em caso de decisão/sentença obscura, contraditória ou omissa. Não 
é um recurso, mas sim a análise de um ponto no qual o juiz foi omisso, obscuro ou contraditório. 
Contudo, o legislador abrangeu os ED no conceito de recurso. 
 
Embargos infringentes: 
 Qualquer voto vencido em apelação ou rescisória é passível de permitir os embargos 
infringentes. Tem que ser decisão de mérito e recurso tem que ter sido provido (em caso de 
apelação). Tratando-se de rescisória, só são cabíveis em caso de voto vencido a favor da 
manutenção da sentença a ser anulada (tendo em vista que o resultado procedente da rescisória 
fere a segurança jurídica, os EI visam à manutenção do ato judicial transitado em julgado). 
 Na hipótese de apelação, são julgados por 5 magistrados (os 3 desembargadores que 
julgam a apelação mais 2). Em caso de rescisória, a regra geral é o julgamento por 9 julgadores. 
No estado de SP, juntam-se 2 Câmaras. 
 São de fundamentação livre. 
 
Recursos de superposição: 
 São de fundamentação vinculada: REsp e RE. 
 Recurso especial: STJ – violação da lei federal. Tem por finalidade a uniformização do 
entendimento jurisprudencial, não a justiça do caso concreto002E 
 Recurso extraordinário: STF. 
 
Meios de impugnação externos: 
 São externos ao processo, contrários à noção de “correr de novo”. 
Mandado de segurança; querela nullitatis; ação rescisória; embargos do devedor; 
embargos de terceiro; correição parcial etc. 
 
06/03/2013 
Obs.: aula do Lucon. 
Princípios dos Recursos 
I – Unirrecorribilidade 
Para cada ponto da decisão, parte da matéria total, cabe somente um recurso. 
Obs.: Para uma mesma decisão pode caber recurso especial (quanto a interpretação de lei 
federal) e recurso extraordinário (interpretação constitucional). 
Observações críticas do professor: 
- Quais recursos estão disponíveis em nosso ordenamento? 
- Como diminuir o número de recursos? 
- Estabelecer filtros: análise de admissibilidade. Seria constitucional aumentar o valor das 
custas? Dificultaria o acesso, mas o que é acesso? Ajuizar ação e ter resposta judicial a sua 
demanda ou ter acesso a todos os níveis? 
- Estabelecer honorários de sucumbência: cada vez que perde o recursos adiciona 5% nos 
honorários. Ex.: na Inglaterra é caríssimo para recorrer! 
- A Fazenda não precisa apelar, acima de determinado valor decisão de indeferimento sobe 
automaticamente SEM RECURSO (norma da ditadura, sem precedente em outro país). Duplo 
grau forçado. 
- Por que se recorre tanto? Quantos processos existem no Brasil? 100mi (contra 200mi de 
habitantes). Maiores: estado, banco, empresas de telefonia (incidente de resolução de demandas 
repetitivas será bom.) Poderá ser usado como controle do judiciário? Engessamento da 
atividade? 
- O que o novo código traz para diminuir o número de recursos (ante-projeto do Senado, outro, 
depois foi para câmara e lá está)? 
• Incidente de demandas repetitivas (influência do direito alemão): recolher todas as 
causas, sobe o exame para o STJ e há uma única decisão sobre a matéria. 
Ex. Contra cobrança de tarifa básica na conta da Telefônica. 
Receios contra o instituto -> advogado pode perder trabalho. Argumentos: restringe o duplo 
grau de jurisdição, acesso a justiça (análise dos casos - direito e fatos). 
-> teses tributarias. O STJ julgaria contra ou a favor do fisco? 
-> juízes tememque o incidente engessaria a interpretação do direito. 
Obs. Na versão do ante-projeto, bastava ter o recebimento de causas iguais, na nova versão são 
necessário múltiplas decisões sobre o mesmo caso para suscitar o incidente. 
 
- Por que está aumentando o número de processos? Quanto mais rico o Estado da federação, 
mais processos tem. Enriquecimento da população, maior acesso a educação e conhecimento dos 
direitos -> mais demandas. 
- O que diminuiria o número de processos? Mudança da mentalidade da população. Meios 
adequados de resolução de conflitos (mediação, conciliação, arbitragem). 
- O novo código não estabelece a conciliação pré-processual (somente a intra-processual, o réu 
será citado para comparecer à mediação). NÃO VAI DAR CERTO (segundo Lucon, só funciona 
a mediação pré-processual). 
Uma questão: o juiz não sabe fazer conciliação! 
- STJ tem processo DIGITAL e não ELETRÔNICO. O sistema deve ser único! Tem advogado que 
não tem escritório, como inseri-lo no sistema? 
 
O princípio da unirrecorribilidade e alguns recursos em espécie: 
a) Agravo retido: na prática, são decisões em audiência, o juiz faz constar a consignação e junta 
a motivação em dez dias. 
Pensamento dos sujeitos processuais: 
Advogado: "Já que vou interpor agravo retido, faço um agravo de instrumento. 
Desembargador: "Já que eu tive que ler, vou decidir e proferir." 
É um instrumento processual que não funcionou! 
Sugestão do Luccon: fazer uma notificação extrajudicial antes, troca de provas e minutas, 
conciliação pré-processual. Caso não resolva no processo, só poderá apresentar as provas já 
fornecidas (sistema americano). 
 
b) Agravo de decisão denegatória de recurso especial ou extraordinário. 
c) Apelação: contra sentença. Decisão de extinção do processo com relação a só um dos réus 
(cabe apelação). 
Obs.: pode haver dúvida, no caso das sentenças parciais, acerca da natureza de sentença ou 
decisão. Na dúvida, é recomendável a interposição do recurso no menor prazo previsto em lei 
(no caso, o do agravo, que é de 10 dias), para evitar a intempestividade (critério extrínseco de 
admissibilidade, como se verá mais adiante). 
d) Ação declaratória incidental: proposta pelo autor ou pelo réu, com prazo para resposta. Tem 
por objetivo a decisão de uma questão prejudicial. Na parte dispositiva, fica coberta pela coisa 
julgada. Da declaração incidental cabe agravo. 
 
Obs.: No novo código, levando-se em consideração o processo eletrônico, não deveria mais 
existir a diferença entre agravo e apelação, ambos são RECURSOS. 
 
II – Fungibilidaderecursal 
Princípio que se baseia em: aceitar um recurso pelo outro se (i) não houver má-fé 
(escolher um recurso com prazo maior) e (ii) não consistir em erro grosseiro (a lei diz 
expressamente o recurso cabível). 
Obs.: jurisprudência defensiva - criar óbices, legais ou não, para não conhecer dos recursos. 
Crítica do professor: estamos caminhando cada vez mais para decisões monocráticas nos 
tribunais superiores. Problema: constitucionalmente são tribunais colegiados! Essas decisões 
são proferidas por delegação. 
20/03/2013 
III – Princípio devolutivo 
 Só é reanalisada a matéria impugnada. 
 
IV – Proibição da reformatio in pejus 
 
V – Princípio da consumação: só se pode apresentar o recurso uma vez, não se pode aditar a 
peça, ainda que dentro do prazo. 
 
VI – Principio do duplo grau de jurisdição: para Marinoni, não é um princípio recursal (será 
acrescido ainda aqui). 
 
VII – Princípio da taxatividade: só podem ser interpostos os recursos previstos em lei. 
 
Pressupostos de Admissibilidade 
a) Intrínsecos: 
- Cabimento: contra certa decisão, cabe determinado recuso. 
- Legitimidade: recorre quem tem legitimidade; 
- Interesse: deve ter havido sucumbência (diferença entre o que se pediu e que se obteve). 
Lembrando que o réu também pede (Para o Lucon, né. Acho que o Carmona discorda, 
mas ok...). 
b) Extrínsecos 
- Tempestividade 
- Preparo 
- Regularidade formal: está relacionada à inépcia. Não se pode reproduzir a inicial ou a 
contestação, por exemplo. 
- Inexistência de fato extintivo ou impeditivo: preclusão consumativa. Ex: pagou a dívida 
fora do juízo e recorreu. 
 
03/04/2013 
Exame de admissibilidade 
Analise do mérito do recurso somente após o juízo de admissibilidade. Veremos hoje a 
admissibilidade de cada recurso especificamente. 
 
• Embargos -> somente no direito brasileiro e português. 
Etimologia: embargos do latim "colocar obstáculos" 
Embargos infringentes, embargos de recursos, embargos a execução, embargo na nunciacao 
de obra nova, embargos de terceiro, embargos de declaração, no (obstar construção que viole 
leis e posturas municipais ou viole direito de vizinhança) 
No novo CPC não há mais nunciacao de obra nova! 
Nos outros sistemas há "oposição". Onde encontrar? Nas ordenações. História do processo 
canônico lusitano -> matéria da pós. Et alors?! 
 
Embargos de declaração entram em nosso ordenamento como um recurso. Não há 
correspondente em outros sistemas. Os embargos de declaração se destinam a integração ou 
correção de uma sentença. 
 
Tais regras de processo são utilizadas até mesmo em processos administrativos (ex. No 
CADE) 
-> as normas de processo não são somente aplicadas ao procedimento jurisdicional, mas em 
todas os métodos de resolução de conflitos. 
Ex. Assembléia geral de acionistas. 
 
Se integra o julgado quando está faltando alguma coisa. Eles cabem quando houver uma 
omissão, obscuridade ou contradição. 
Anteriormente: dúvida é um estado de espirito decorrente de tais características. 
 
A obscuridade diz respeito à falta de clareza. Vícios relativos ao próprio julgado. Omissão, 
contradição e obscuridade. 
 
Quem tem legitimidade para recorrer? Aquele que se viu prejudicado diante de tais vícios. 
Cabimento? Contra qualquer ato decisório. 
Prazo? 5 dias 
Tem preparo? Não. 
Regularidade formal: petição de encaminhamento e petição de razoes. 
São encaminhados ao próprio órgão prolator do ato decisório. 
 
Quando se utiliza embargo, eles já são um obstáculo, portanto : OPÕE-SE EMBARGOS (já 
sao por si só a interposição), diferentemente de interpor-se agravo, apelação. 
 
Não esta prevista no código a intimação para vista da parte contrária. Mas 
jurisprudencialmente se faz. 
Obs. Se o juiz abre para vistas à outra parte, se houver convencimento para alterar o julgado. 
No novo CPC haverá previsão desta obrigação. 
 
Vantagens: suspendem os efeitos da decisão. Há uma tese de que se eles tiverem manifesto 
caráter protelatório, impedem a suspensão dos efeitos. 
Alguns julgadores ficam irritados com embargos de declaração 
Embargos de declaração pré-questionadores -> são requisitos de admissão para os tribunais 
superiores. 
 
Questionar antes, nas instancias ordinárias (primeiro e segundo grau), as matérias a serem 
suscitadas. 
 
Efeito devolutivo -> em extensão e profundidade. 
Segundo grau de jurisdição -> segundo julgamento,não necessariamente o reexamina de uma 
determinada matéria. 
 
O juiz não esta obrigado a refutar todos os argumentos apresentados pela parte, basta que ele 
encontre ao menos um fundamento suficiente para dirimir a lide! 
Obs. Ganhou a causa por um fundamento, utilizar os outros fundamentos na resposta ao 
recurso -> não tem interesse recursal, pois ganhou a causa. 
 
Recomendo a leitura do Barbosa Moreira -> quanto aos efeitos do recurso. 
O único de fato é o efeito devolutivo-> devolvera matéria ao Tribunal. 
Devolução integral!!! O juiz errou no fundamento, a demanda é procedente mas por outro 
fundamento (que outro, da cabeça dele? Raro, utiliza-se dos outros fundamentos apresentados 
na resposta ao recurso). 
 
Bom juiz: analisa petição inicial, contestação, decisão e recurso. 
 
Duas situações: de caráter infringente: os tribunais estão tentando limitar os recursos com 
base em multas! Acirram-se multas nas matérias de direito privado (confundindo o interesse 
publico primário do secundário) -> há interesse público pró-sociedade e interesse publico do 
ente estatal, que não se confundem! 
 
Sucumbência recursal -> aumenta-se os honorários do advogado se perder de novo. 
Obs. De acordo com Chiovenda, os honorários advocatícios têm caráter punitivo! 
 
Outros recursos: 
 
2. a) Agravo de instrumento -> outra criação lusitana (antes era a lesão, hoje é recurso) 
Agravo interposto contra decisão interlocutora. 1995 -> agravo é interposto diretamente no 
Tribunal. 
Quem faz juízo de admissibilidade? O órgão hierarquicamente superior, que receberá ou não. 
Visa a reforma da decisão. 
Só das decisões proferidas em audiência há o agravo retido! 
Tem preparo? Sim, tem que recolher custas. 
Tem resposta ao agravo? Sempre a outra parte é intimada a responder. 
Prazo? 10 dias 
Qual a diferença entre retido e de instrumento? Fica nos autos. 
Obs. O código diz que deve ser interposto em audiência oralmente. Prática é diferente: conste 
na ata da audiência a não-corcondância e que no prazo de dez dias apresenta as razões. 
 
Pela lei, só cabe agravo retido em decisão de audiência. Mas o tribunal aceita e julga e dá 
efeito. 
Obs. NUNCA VIU SER PROVIDO AGRAVO RETIDO. 
Já viu ser provido agravo de instrumento contra decisão em audiência: JÁ!!' 
Mas não há urgência, e o que é urgência? O que eu disser que é. 
 
-> lei de 2007 que disse que só cabe agravo retido contra decisão em audiência, lei inútil! 
 
b) Agravo contra decisão denegatória de recurso extraordinário ou especial (vai para o 
presidente da cessão correspondente). 
Prazo: 10 dias 
Tem resposta? Sim. 
Tem preparo? Sim. 
 
-> juízo de admissibilidade negativo, só analisa tempestividade e preparo. 
Sobe para os tribunais superiores, distribuído para Min. que pode decidir em decisão 
monocrática. 
Contra essa decisão cabe outro agravo: prazo 5 dias 
Preparo: sim 
Resposta: não, mas pode fazer sustentação oral. 
10/04/2013 
Embargos de divergência (Arts. 530 a 534 – CPC) 
 
O principal objetivo dos embargos de divergência é homogeneizar a jurisprudência, não reformar 
o julgamento. Os embargos de divergência visam a unificar o entendimento entre diversas turmas 
de um tribunal. Cabem apenas na hipótese de divergência entre decisões, ou seja, de decisões 
conflitantes. 
 
Há a questão de conflito entre decisão e súmula. Entende-se que é possível, nessa hipótese, opor 
embargos de divergência. Foi o que aconteceu, por exemplo, no caso da antecipação do VRG nos 
contratos de leasing. Havia uma súmula do STJ que considerava ilegal a antecipação, mascomeçaram a surgir julgados da seção de Direito Público, que tratava dessa questão em virtude da 
incidência de IOF, que consideravam legal a antecipação do VRG. Opuseram-se, então, 
embargos de declaração, resultando na revogação da súmula. 
 
Efeitos dos Recursos 
 
O principal efeito dos recursos é o efeito devolutivo. Há alguns recursos que também têm efeito 
suspensivo, o que acaba atrasando o andamento dos processos. Por isso, há autores que defendem 
a reforma da lei no sentido de se excluir ou limitar a possibilidade de recurso com efeito 
suspensivo, principalmente no caso da apelação. A crítica que se faz a essa proposta é a 
insegurança dos julgamentos de primeiro grau. Trata-se, em suma, menos de escolha jurídica do 
que de opção de política legislativa. 
 
a. Efeito suspensivo 
Regra geral, a apelação possui efeito suspensivo, salvo as hipóteses de exceção constantes no Art. 
520 – CPC. Os embargos de declaração possui efeito suspensivo, interrompendo o prazo para 
recorrer. Do mesmo modo, os embargos infringentes. Já nos recursos especial e extraordinário, 
não há efeito suspensivo. Nota-se que o efeito suspensivo tende a não ser previsto conforme se 
suba na hierarquia judiciária. 
 
A consequência de o recurso não ter efeito suspensivo, é a execução provisória da sentença ou 
acórdão recorrido (Art. 475-O – CPC), que é um título provisório enquanto não transitar em 
julgado. Por decisão de política legislativa, exige-se que a execução provisória seja caucionada, 
salvo em duas hipóteses: (i) agravo de decisão de despacho denegatório; e (ii) situação de 
necessidade do recorrente em casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito. 
 
b. Efeito devolutivo (Art. 515 – CPC) 
Embora o CPC trate do efeito devolutivo apenas da apelação, entende-se que o dispositivo se 
aplica aos demais recursos. O efeito devolutivo é o direito ao recurso, não o direito à reapreciação 
da matéria. Por isso, é preciso que a parte recorrente tenha interesse recursal, que por sua vez 
depende da sucumbência. 
 
É preciso atentar para as decisões divisíveis em capítulos autônomos. Assim, se houver capítulos 
autônomos dos quais as partes não recorreram, embora tenham recorrido de outros, aqueles 
transitam em julgado e sujeitam-se desde logo à execução definitiva. 
 
Em sede recursal, também se aplicam as regras relativas aos pedidos implícitos. Assim, 
entendem-se contidos, no recurso contra o pagamento do principal, os juros e a correção 
monetária. 
 
As matérias de ordem pública podem ser conhecidas de ofício pelo juízo que recebe o recurso, 
mesmo que não haja nenhuma alegação a seu respeito. 
 
Há autores que classificam outros efeitos dos recursos. Trata-se, na verdade, de meras 
decorrências dos efeitos devolutivo e suspensivo. 
 
Bibliografia 
Barbosa Moreira, Comentários ao CPC, Art. 520.

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