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21-02-2011 Direito.proc.Penal-prof.Marcos Zilli Livros: ver bibliografia do curso. Projeto do novo código de processo penal WWW.novo.direitoprocessual.org.br 10.Leiitura obrigatória FAUSTO,Boris.O crime do restaurante chinês.São Paulo.Companhia das Letras,2009.(Para a 1° prova) Provas: Situações problema para resolver. Badaró e Scarance- principais. 25/04 – 1°prova 28.02.2011 Jurisdição – Função estatal substitutiva da vontade das partes, tem a característica da substitutividade, aplicação do direito com a respectiva solução do conflito, Imparcialidade( atributo da jursidição) Jurisdição penal O processo é instrumento de aplicação do direito material, é pelo processo penal que o direito penal ganha concretude, só a via do processo concretiza o direito penal. A sanção penal não é concretizada automaticamente, a punição só é possível pela via do processo, coerção de via indireta não auto-executável, a jurisdição penal é necessária quando há a ocorrência de um ilícito penal, já no ilícito civil pode haver auto- composição entre as partes e o conflito não se submete à jurisdição. A imposição de pena é possível só pelo processo Inadmissibilidade da vingança privada, indispensabiliudade do processo, monopólio estatal da jurisdição penal(titularidade exclusiva do poder-dever punitivo), Estado- administração(titular do interesse punitivo- parcialidade), Estado-Juiz( imparcialidade e substitutividade). É o estado que delinea os bens jurídicos protegidos penalmente, o estado detém o interesse punitivo, quer proteger os bens jurídicos que ele estado elegeu como essenciais. No processo penal, o MP é o órgão(art.129, inciso I da CF) legitimado para perseguir o interesse punitivo em nome do estado, recebe legitimidade de agir em nome do estado, o interesse punitivo pertence ao estado e não ao MP.O estado concede ao MP ou ao particular o direito de perseguir o interesse punitivo que é do estado. O MP representa o Estado-Administração. Estrutura da relação processual penal Juiz – Acusador – acusado Indispensabilidade do processo(Juiz – Acusador) Monopólio estatal da jurisdição penal( juiz – acusado) Estado administração (art.129,I,CF),Excepcionalmente particular pode ser o acusador(legitimidade extraordinária quando o crime toca sensivelmente a vítima, deixa o estado a vitima a escolha se e quando será proposta a ação penal), interesse punitivo O acusado em regra é pessoa física imputável, mas a pessoa jurídica nos crimes ambientais é imputável, liberdade jurídica. No caso do acusador o interesse perseguido é o interesse punitivo, voltado a concretização da sanção penal, punir o responsável pelo crime.O interesse do acusado é claramente preservar sua liberdade, o poder-dever punitivo é público, mas a preservação da liberdade também é interesse público.É neste confronto de interesses que teremos as soluções da jurisprudência e da legislação, a composição desses interesses é o objetivo do processo penal.P,ex, a prova ilícita não pode ser levada ao processo, a CF fez a opção pela liberdade,conflito de valores entre poder dever punitivo e liberdade. No caso do particular temos prazos mais exíguos decadenciais, já no caso do MP temos prazos prescricionais para propor a ação penal pública. No caso dos menores infratores não é processo penal, o processo penal é só para maiores imputáveis. Processo é mecanismo que viabiliza aplicação do direito penal, mas o processo é também uma garantia como fator inibidor do exercício da vingança privada e do abuso estatal. Assegura que nenhuma outra forma concretizará a sanção penal, garantia do acusado de que não serão usados outros meios para concretizar a sanção penal. A sensibilidade política do processo O processo penal é o mais sensível e permeado pelo humor político do estado, se o estado é autoritário o processo se torna mais eficiente para punir, quando o estado está fundado por padrões democráticos e liberais o processo reflete tais padrões. O CPP é de 1941 e traduz fórmulas mais autoritárias do exercício do poder dever punitivo. Mudança de paradigmas com a CF de 1988, a CF rompe com este ranço autoritário e é natural que a legislação processual penal seja lida de outra forma, uma maneira de vivificarmos a legislação processual penal à luz da CF/88. Corpo legislativo arcaico e desatualizado. CPP/1941 – busca de maior eficiência da ação repressiva, concepção autoritária do legislador de 1941. CPP – Novo – reconhecimento dos direitos fundamentais, eficiência não pode ser buscada à custa dos direitos individuais Processo penal, CF e Tratados Internacionais DPP – regulamentação normativa e principiológica do processo penal( atividades preliminares, fase judicial e execução penal) Pacto de San Jose da costa Rica Sistema de garantias processusais CF/1988 art.5 – aplicação imediata das garantias, inclusive as processuais, e o rol não é taxativo, pode ser completado por regras e princípios reconhecidos pelo estado brasileiro, ver §1 e §2 do art.5, a Convenção Americana de San Jose da Costa Rica completa o rol de direitos e garantias fundamentais, a Convenção americana era entendida como norma recebida com força de lei ordinária pelo STF( ver Ag.regimental 403.828-MS), a Convenção americana só seria recebida no que fosse de conformidade com a CF. Este voto se alinha a um pensamento ultrapassado de soberania jurídica,,no qual a CF fica no ápice da pirâmide. Em 2004 a Emenda 45(reforma do judiciário), introduziu o §3 no art.5 outorgando força constitucional aos tratados sobre direitos humanos aprovados por maioria especial. Legislador quis dar força constitucional aos tratados sobre direitos humanos, mas isso era desnecessário por causa do §2 do art.5. Pacto de San Jose da Costa Rica foi ratificado antes desta emenda, entendimento é de o §3 concede força de norma formalmente constitucional aos tratados de direitos humanos aprovados com quórum especial, mas todos os tratados de direitos humanos são materialmente constitucionais. Por força do §2, art.5 as garantias processuais penais da Convenção Americana integra o rol das garantias do Art.5 da CF.Caráter subordinante dos tratados de direitos humanos sobre a legislação ordinária. E quando houver incongruência ou antinomia entre a CF e a Convenção americana de Direitos Humanos? Prevalece a norma que dê maior efetividade aos direitos humanos, não importa se o dispositivo é da CF ou da CADH. Para Gilmar Mendes a CADH tem status supralegal. Para Celso de Melo a CADH tem status constitucional. O §3 foi importante para mudar a jurisprudência do STF, mas qualquer tratado de direitos humanos acrescenta o rol do art.5 da CF, sendo o §3 desnecessário. Devido processo penal ‘’due process’’ – regra de competência no direito inglês ( Magna Carta 1215) Constitucionalismo – garantia das partes e de legitimidade da jurisdição Art.5, LIV – restrição da liberdade e propriedade somente mediante devido processo – feixe de garantias Garantias processuais penais – identidade penal do devido processo A garantia da independência e da imparcialidade do juiz(CADH), juiz natural na CF e na CADH, contraditório, da publicidade dos atos processuais, inadmissibilidade de provas ilícitas, duração razoável do processo(pode haver prisão no curso do processo e ele deve ser rápido). Dia 14- ampla defesa, contraditório, da cumplicidade dos atos processuais, da motivação das decições. Dia 21 independencia, imparcialidade, juiz natural, 14.03.2011 Art.5,LV CF. Ampla defesa tem auto-defesa e defesa técnica. Auto-defesa é a feita pelo próprio réu e tem três manifestações(direito de audiência, de presença e de postular pessoalmente) .Direito de audiência, direito de apresentar pessoalmente ao juiz da causa a sua defesa, interrogatório. A videoconferência é constitucional? Direito de presença – direito que o acusado tem de acompanhar todos os atos do processo juntamente com seu defensor. STF –exigiu que o Fernandinho beira-mar provasse ter sofrido prejuízo para ser ouvido em audiência no RJ, mas ele estava preso em Catanduvas. Para os professores da SF o preso deve ser levado para ser ouvido pelo juiz do local da prisão por meio de precatória. Mas os professores da SF entendem ser constitucional a lei federal que trata da oitiva de preso por videoconferência e esta deve ser feita conforme à lei para ser válida. Direito de postular pessoalmente O acusado tem o direito de praticar alguns atos do processo de maneira pessoal, como, por exemplo: interpor recurso, impetrar habeas corpus, formular pedidos na execução. No STF o HC não precisa ser digitalizado, todos os outros atos estão sendo digitalizados, processo Defesa técnica Exercida por profissional apto e inscrito nos quadros da OAB.Atenção: a defesa técnica é irrenunciável, já a autodefesa é renunciável. Discussões modernas sobre a defesa técnica Pacto de San Jose da Costa Rica: art.8,2, d. Direito de sigilo entre acusado e defensor, direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor. Inquérito 2424/RJ do STF, STF entendeu ser possível colocar câmeras no escritório do advogado e gravar sua conversa com seu cliente, sob fundamento de que o advogado perdia o direito de inviolabilidade quando se tornava criminoso. Súmula vinculante 14 – “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”Reclamação para o STF e mandado de segurança são medidas para o advogado assegurar acesso aos autos do inquérito policial, com violação da súmula 14 do STF,o mandado de segurança é dirigido ao juiz criminal. Perguntas a corréus Informativo STF 586.Assine os informativos do STF e do STJ sobre jurisprudência. Pode o advogado de um réu perguntar para o correu.Faz parte da ampla defesa a possibilidade de um advogado perguntar ao corréu, não sendo advogado deste corréu. Art.185 do CPP não cuida de pergunta ao correu. Princípio do contraditório Noção- ciência bilateral dos atos e termos do processo e a possibilidade de contraria-los (Canuto de Almeida) Contraditório é ciência mais possibilidade de reação, ciência mais participação, ciência mais reação efetiva.Localização: Art.5,LV CF. Dá-se ciência pela intimação. Duas possibilidades de limitar o contraditório: o contraditório pode ser limitado.O que se limita é o elemento ‘’ciência’’, mas posteriormente a parte terá ciência e poderá se manifestar(contraditório diferido ou retardado). A limitação do congtraditório se dá em duas situações: a) Cautelaridade: preventiva ou liminar em HC. b) Quando o conhecimento da medida a torna ineficaz(interceptação telefônica e busca e apreensão). Abrangência do princípio 1. Contraditório no inquérito policial 2. Contraditório sobre matéria de fato ou também sobre matéria de direito: A) Guilerme Nucci: somente sobre matéria de fato( de direito apenas excepcionalmente) B) Germano Marques da Silva: matéria de fato e de direito.Antonio Scarance Fernandes. Se estudante for pego com maconha pode ser tráfico ou uso, se for tráfico o estudante fica preso até o julgamento, se for uso assina um TC e volta pra casa. É importante discutir o fato e também a sua qualificação jurídica(o direito), pois faz muita diferença. Questionamento do direito material. Contraditório no inquérito: a maioria da doutrina e da jurisprudência rejeitam essa possibilidade de contraditório no IP. Marta Saad,Fauzi Hassan Choukr( esses autores admitem a possibilidade de contraditório no IP). Contraditório no IP: ambos entendem que pode haver. Súmula vinculante 14. Vou à delegacia e digo que quero ter acesso á interceptação telefônica e o delegado diz não, mas aqui o delegado tem razão, pois o advogado tem acesso apenas ao que já foi documentado. Súmula 701. “No mandado de segurança impetrado pelo MP contra decisão proferida no processo crime, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. Quando juiz solta, MP impetra recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo, então promotor impetra mandado de segurança para suspender decisão do juiz. Se o juiz defere a liminar no mandado de segurança então se suspende a decisão de soltura.Art.581 CPP. Cite-se a ré como litisconsorte passiva. Princípio da publicidade Art.5,LX e Art.93,IX,CF A regra no processo penal é a publicidade.Atenção: antes de 1988 era cuidado apenas pelo artigo 792 do CPP. ASF(Publicidade) se divide em: Plena( popular ou geral) – atos do processo estão abertos a todo o público. Restrita( especial, mediata, interna) – quando há limitação à publicidade dos atos do processo. Interna(publicidade feita para as partes) e externa( feita para a sociedade). Em que medida a publicidade o torna compressivo? Publicidade se opondo à privacidade. Atenção: pode ser restringido o acesso às partes, mas não ao advogado e ao promotor. A proteção da intimidade no processo gera responsabilidade civil e incipientemente penal, o funcionário público responde. Caso perante a CIDH Caso Esher – Data do julgamento 06.07.09 Caso: interceptação telefônica indevida Postura do Brasil: não esgotamento dos recursos internos. A interceptação telefônica foi pedida por policial militar e deferida sem fundamentação pela juíza, no dia seguinte a interceptação foi divulgada no jornal nacional revelando escutas de pessoas ligadas ao MST.O Brasil foi condenado a pagar indenização ás vítimas, sendo a juíza e o secretário de segurança absolvidas. A própria corte tem analisado a legislação interna do país, a corte analisa se o Brasil aplicou corretamente a sua própria lei e a corte tem revisto a coisa julgada quando viola direitos fundamentais. A CIDH dá a última palavra e não mais o STF. A saída para rever a lei de anistia é a revogação dela, segundo brecha no voto do Eros Grau que disse que a saída seria legislativa. 21.03.2011 Independência do julgador Art.8.1.CADH Visam o resguardo da imparcialidade do próprio julgador, imparcialidade como fonte de legitimidade do próprio julgador. A independência não vem expressa na CF/1988. Aspecto estrutural- ausência de ingerência política, postulado da separação de poderes.A atividade judiciária deve ser pautada só por critérios jurídicos. Atividade jurisdicional- guiada pela aplicação do ordenamento jurídico – inesistência de finalidade política. Precedentes da CIDH – (Caso La Cantuta VS. Peru) – Justiça militar vinculada ao Poder Executivo. Caso de desaparecimento de estudantes da universidade La Cantuta por supeita de terrorismo e judiciário comprometido com o poder Executivo, pois os juízes eram militares da ativa. Imparcialidade do julgador(art.8.1. CADH) Eqüidistância do julgador, não comprometimento com qualquer das partes ou com os interesses discutidos, separação entre as funções de acusar e de julgar( art.129,I,CF) processo penal de estrutura acusatória. Impedimento de exercício de poderes investigatórios, suspeição(art.254,CPP);impedimento(art.252,CPP). Prevalece o sentido de que a convergência de algumas situações objetivas coloquem em dúvida a imparcialidade do julgador, basta a dúvida estar presente. Suspeição e impedimento são situações objetivas que geram dúvida quanto à imparcialidade do julgador. No processo penal a imparcialidade guarda uma conseqüência com o sistema processual usado, sistemas processuais estabelecem modelos teóricos de formatação do processo penal, importante para compreender a dinâmica do processo. Classificação em: O elemento crucial para a distinção está na concentração e divisão de poderes Acusatório- o poder de acusar pertence a um sujeito diferente daquele encarregado do julgamento.Pode ser o acusador públicoou privado. Inquisitório- O mesmo sujeito processual acusa e também julga.É o inquisidor, sujeito que apresenta a acusação e julga o caso. Nos estados absolutistas o processo era inquisitório.Hoje já se fala de um processo penal misto. Art.129,I,CF – este artigo proclama que a ação penal pública será exercida privativamente pelo MP, o MP é órgão do Poder Executivo e este inciso consagra o princípio acusatório. O juiz não apresenta a acusação e não está vinculado aos termos da acusação. O juiz poderia ter poderes investigatórios? Investigação: Poder investigatório é o poder de executar atos de investigação, poder de descobrir as provas, de levantar as provas, realizar exames periciais, buscar documentos, presidir a investigação.Segundo a CF/1988 o juiz não pode ter poderes investigatórios, idéias de eqüidistância e imparcialidade. Processo Penal: lato ou amplo(coincide com a idéia de persecução penal, duas fases: 1ª fase é eminentemente investigatória, majoritariamente representada pelo Inquérito policial, nesta fase temos a reunião de uma série de atos de investigação, rastreamento e busca de provas para construirmos uma tese acusatória,2ªfase é processual estrito senso, fase eminentemente judicial, a 1ªfase é eminentemente administrativa, a 2ª fase começa com o oferecimento da ação penal. Quando se chega a uma probabilidade de autoria pode-se oferecer a ação penal com acusação formal. Pode o juiz ter poderes investigatórios? Se juiz decide autorizar uma interceptação telefônica, ele está autorizando a investigando, está decidindo se em determinado caso é cabível a restrição a algum direito fundamental, não é o juiz que fará a busca e apreensão ou interceptará, quem preside a investigação deve convencer o juiz de que a medida é necessária.aqui o juiz não exerce poder investigatório. Poder instrutório: a 2ªfase do processo começa com a acusação(tese acusatória), vou averiguar se a tese acusatória é verdadeira ou não através da instrução(uma série de atos que busca produzir provas para averiguar se a acusação é verdadeira ou não), juiz atua na instrução, as provas são produzidas para o juiz, na instrução o juiz pode determinar a produção de alguma prova que não foi alegada pelas partes, juiz aqui está instruindo e pondo a tese acusatória à prova. Juiz pode determinar a oitiva de testemunhas ou qualquer prova para verificar a veracidade da acusação. Poder investigatório pressupõe investigação(não há tese acusatória ainda e ela está sendo construída), no poder instrutório já há tese de acusação, poder instrutório é complementar ao poder instrutório das partes, juiz complementa provas apresentadas pelas partes. A autorização de uma escuta telefônica ou uma busca e apreensão são medidas cautelares informadas pela necessidade e urgência, sob perigo de perecimento da prova. Juízo preliminar, pois o juízo definitivo é dado ao fim da ação penal. Medidas cautelares exigem pronunciamento judicial por causa da reserva de jurisdição(toda ação que implique a violação de direitos fundamentais devem passar pela apreciação judicial). No nosso sistema o juiz que concede a medida cautelar é o mesmo que julga o caso se oferecida a acusação formal. A independência estrutural do poder. A eqüidistância do juiz em relação às partes. Inércia da jurisdição( juiz não pode instaurar a ação penal, a jurisdição é provocada pela ação penal, com o poder instrutório o juiz muitas vezes esclarece uma dúvida para melhor julgar). Juiz natural, art.5,XXXVII eLII,CF Juiz estabelecido antes da ocorrência dos fatos, pré-constituido, juízo ou tribunal de exceção são os constituídos pós-fato. Ocorrido o crime, temos que já saber qual é o juiz competente, as justiças especiais não são incompatíveis com o juiz natural, desde que as justiças especiais sejam pré-constituidas, alterações de competência não teriam conseqüências no andamento do processo. Se lei alterou a competência posteriormente à ocorrência do fato, então o juiz permanece competente(o juiz do momento da ocorrência do fato). Lei alterou a competência da Justiça Militar levando para a justiça comum os crimes dolosos contra a vida de civis. STJ e STF consideraram que os processos em curso na JM deveriam ser remetidos para a justiça comum, pela interpretação do art.2 CPP, mas Ada Pelegrini Grinover e parte da doutrina entendem que tal postura do STF/STJ viola a garantia do juiz natural, juiz pré-constituido no momento da ocorrência do fato-crime. Assim os processos em curso deveriam ficar na JM segundo a doutrina de Grinover e outros(Badaró,Scarance etc). STF/STJ invocaram a aplicação imediata da lei processual. O sistema brasileiro adota a tese de que o juiz natural é juiz constitucionalmente competente(seus poderes emanam de norma constitucional,JF/JM tem poderes e competências estabelecidos na CF/1988). Juiz natural é o constitucionalmente previsto, a competência pode ser originária no caso de o STF processar e julgar parlamentares. Competência territorial é relativa. Presunção de inocência(art.5,LVII CF e art.8.2.CADH) Fórmula da CF/1988 é mais favorável ao réu e deve prevalecer sobre a CADH, presunção de inocência ou de não culpabilidade(algo mais restrito), boa parte da doutrina entende que não há diferença de conteúdo entre presunção de inocência e de não culpabilidade, sendo considerada inocente a pessoa até ser definitivamente julgada. São expressões sinônimas presunção de não-culpabilidade e de inocência. Idéia de a pessoa que não for defitivamente condenada tem uma barreira de proteção que é a presunção de inocência. Até ser definitivamente condenado, o acusado tem a proteção da presunção de inocência. A presunção de inocência implica regra de tratamento e regra probatória. Regra de tratamento extraprocessual( o tratamento que aquele pessoa deve merecer no campo social, regra estabelecida sobretudo aos meios de comunicação que podem ‘’condenar’’ o acusado antes do julgamento, papel da imprensa, caso da escola de base, caso Lori no Peru), regra endoprocessual ( é o tratamento que a pessoa recebe das pessoas dentro do processo, que fazem a persecução penal, deve o acusado ser tratado como se inocente fosse). Prisão pena- é o próprio cumprimento da sanção condenatória Prisão processual(endoprocessual) – prisão anterior a condenação definitiva, prisão ocorrida durante a persecução penal:Temporária:Flagrante:Preventiva. As prisões processuais somente são cabíveis, não como antecipação de pena, mas se tiverem natureza cautelar. Prisão informada pela necessidade de resguardar o bom andamento do processo. Requisitos para decretar prisão preventiva deve ter os requisito de medida cautelar: Fumus delicti comissi- elementos de que alguém é o provavém autor do crime Periculum libertatis- aliberdade daquela pessoa põe em risco o bom andamento do processo, o acusado pode estar sumindo com as provas, os instrumentos do crime ou ameaçando testemunha. Regra probatória No processo penal, por causa da presunção da inocência, recai sobre quem acusa porque já tem a presunção de inocência como sua proteção. Mas, se o acusador prova o fato, que é típico, antijurídico e culpável remove essa barreira protetiva. Estados subjetivos do julgador: Certeza positiva- ao final do processo penal, o juiz reconhece que o fato imputado pelo acusador realmente aconteceu. Sentença condenatória. Certeza negativa- ao final da trajetória processual o juiz tem certeza de que o fato imputado não aconteceu, aqui o acusador não se desincumbiu com maestria do ônus probatório.sentença absolutória. Incerteza ou dúvida- Não tem como esclarecer a dúvida, dúvida intransponível. Sentença absolutória. Art.386 CPP,VI e VII. Inciso primeiro consagra a certeza negativa e depois a hipótese de dúvida.VII é o in dubio pro réu( se não há certeza positiva, a dúvida deve favorecer o réu). 28.03.2011 aplicação da lei processual penal As provas ilícitas são inadimissíveis, art.5,LVI, paraNuvolone e Ada Pelegrini as provas ilícitas compõe uma subdivisão das provas proibidas(vedadas), essa provas são as provas ilegítimas e as provas ilícitas, são ilegítimas são aquelas que são produzidas com violação das normas processuais já as ilícitas são as provas obtidas com a violação dos direitos fundamentais relacionados a intimidade, a privacidade etc. é ilegítima quando a prova é produzida e há violação de normas processuais. A obtenção antecede a produção da prova, obter é descobrir, produzir a prova é levá-la ao processo, os vícios podem ocorrer.Alguém ingressa ilegalmente na casa da colega e pega documentos que comprovam um crime que ela cometeu. A violação do domicilio viola direito fundamental(problema da ilicitude); se na produção da prova testemunhal há vicio(o vício se refere a norma processual e o vício é ilegitimidade), no caso de provas ilegítimas o problema é de nulidade(invalidade do ato de produção probatória, o ato pode e deve ser repetido, Se foi produzida prova testemunhal sem contraditório então há ilegitimidade, possibilidade de repetição da prova oral respeitando as normas processuais), no caso de provas ilícitas o problema é de inadmissibilidade( aquela prova é considera imprestável, uma não-prova, não poderá ser levada ao processo, não pode sequer ser repetida aquela prova, seu meio de descobrimento foi viciado). Art.157 CPP tentou consagrar algo que estava consagrado na jurisprudência(determinou o desentranhamento da prova ilícita, impedimento do juiz que manteve contato com a prova ilícita’’dispositivo vetado no projeto de reforma do CPP’’), ficou só o desentranhamento. Teoria dos frutos da árvore envenenada, se temos uma árvore envenenada na origem , então seus frutos estarão envenenados também( sujeito confessa sob tortura e com essa confissão a autoridade policial obtém informações para pedir um mandado judicial para a busca e apreensão de documentos e com essa busca descobre-se os autores do crime, essa segunda prova é contaminada pela primeira). A grande maioria da doutrina nacional admite a prova ilícita quando possibilitar a absolvição do réu. A ilicitude da prova diz respeito à violação de direitos fundamentais relacionados à personalidade. Garantia da motivação das decisões penais, vem no art.93,IX CF e complementa o art.5,§2 CF. A atividade jurisdicional é manifestação de poder do estado e deve ser motivada e fundamentada. Motivação: a) Extraprocessual______ política_______ legitimação diante da sociedade. b) Endoprocessual ________ garantia( as partes e aos sujeitos do processo, aqueles mais diretamente interessados pela marcha processual, tem eles o direito de terem conhecimento das razões da decisão e o que permite o exercício do duplo grau de jurisdição por meio do recurso). Se a sentença omitiu algo, pode ser a sentença objeto de embargos de declaração. Garantia do duplo grau de jurisdição, não está prevista expressamente na CF/1988 esta garantia, pode ser extraída por uma interpretação sistemática do texto quando trata da estrutura do Poder Judiciário com relação à competência recursal dos tribunais. A CADH, permite em seu art.8.2,h expressamente o duplo grau e a CADH ratificada pelo Brasil faz com que o duplo grau esteja em nosso sistema.O duplo grau permite que a decisão judicial seja reexaminada por outros juízes, via de regra colegiados, a garantia se contenta com um único reexame.Recurso de apelação no CPP satisfaz o duplo grau, apelação contra decisão absolutória ou condenatória.STF e STJ fazem reexame de questões jurídicas e não reexame de questões de fato, STJ procura manter a uniformidade da lei federal, STF examina a conformidade da decisão com a CF; o duplo grau de jurisdição prevê reexame total( do direito e dos fatos) e vai até os TJ’s e TRF’s, TRT’s etc. Mas há competências originárias dos tribunais, como o foro dos senadores no STF, aqui a jurisdição é realizada em grau único, não havendo possibilidade de reexame, STF decidiu que o legislador constitucional pode estabelecer exceção ao duplo grau como no caso das competências originárias do STF. Duração razoável do processo, art.5,LXXVII CF, processo efetivo e eficaz é o processo célere, mas no processo penal a duração razoável tem o complicador da prisão processual(cautelar), não há prazo para a duração processual na lei. Antes da reforma de 2008, foi estabelecido na jurisprudência o prazo de 81, pois na contagem dos diversos prazos dos atos do processo o processo deveria terminar com este prazo, mas nos últimos anos com a complexidade da causa, o número de testemunhas e outros fatores o prazo de 81 dias foi flexibilizado, mas pelos novos prazos oriundos da reforma do CPP, daria 105 dias, mas há o prazo peremptório de 60 dias para a ocorrência de audiência de instrução a partir do recebimento da denúncia. A atual legislação não fixa prazo para a prisão processual, temos um prazo indicativo e não-peremptório de 105 dias como parâmetro para verificar a razoabilidade da prisão. A razoabilidade da duração da prisão é verificada caso a caso. Aplicação da lei processual no tempo, espaço. Art.1 CPP, uma clara vinculação do direito processual penal com o território, a lei processual penal aplica-se no território brasileiro, mesmo que atos processuais estrangeiros sejam cumpridos aqui no Brasil, seu cumprimento observará a lei processual brasileira. Unidade da legislação processual penal, o CPP unificou a legislação processual penal, a competência legislativa em matéria processual penal é da União, os estados podem legislar sobre procedimento processual penal. A lei estadual paulista de videoconferência foi julgada inconstitucional pelo STF, pois interrogatório por videoconferência é matéria processual penal e não procedimental. Lei penal, art.5,XXXIX e XL, extra-atividade da lei mais benéfica, retroatividade da lei nova mais benéfica, se a lei velha revogada era mais benéfica então ela goza de ultra-atividade(se aplica aos casos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que no momento de sua aplicação já esteja revogada). Quando a lei é processual: Art.2 CPP, lei mais benéfica ou não, não entra no campo de valoração processual penal, a lei processual penal aplica-se desde logo, de forma imediata aos processos em curso, mas os atos praticados sob a lei anterior são convalidados, não são repetidos, mas aproveitados. Se a lei tem caráter misto (penal e processual penal), art.366CPP, causa(se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado), conseqüências(suspensos o processo e o curso do prazo prescricional). E no conflito de normas mistas(penais e processuais ao mesmo tempo)? Na lei anterior(antigo art.366) o processo prosseguia. Vamos dividir e aplicar de modo imediato só a parte processual, mas o STF entendeu que não era possível partilhar a norma e tinha que aplicar-se a norma mista por inteiro, a parte penal prevalece sobre a parte processual e entendeu-se que o novo art.366 só se aplicaria aos casos ocorridos após a sua vigência, pois a norma penal anterior era mais benéfica e seria aplicada aos crimes ocorridos na sua vigência. 04.04.2011 Motivação das decisões penais, páginas 35 a 50. Aplicação temporal(leis mistas) a)partilhamento do conteúdo, aspecto penal prejudicial(não retroage), aspecto processual(aplicação imediata) b) exame conjunto ( prevalência do conteúdo penal (exame qualitativo) STF entendeu que a norma não devia ser cindida e deveria prevalecer o conteúdo da lei penal na norma mista a) Imunidades diplomáticas Art.1,I CPP, tratados, regras e convenções internacionais Convenção de Viena, diplomatas gozam da imunidade e se vinculam a lei do país que representam, pouco importando o país onde se encontrem para se evitar perseguição política. b) Imunidades parlamentares, inviolabilidade material(pensamento), de direito penal material, art.53,CF,art.27§1,CF e art.29,VIII,CF(vereadores), para assegurar liberdade de expressãoe opinião nas palavras e votos, conotação absoluta, durante o exercício do mandato essa liberdade não é absoluta, limite do município no caso do vereador. b.2) Imunidades processuais – prisão e processo, prisão – flagrante por crime inafiançável, expedição do diploma, auto de prisão - 24 horas – Casa respectiva(art.53,=2, e 27,§1,CF) processo – STF – denúncia – Casa – suspensão do processo e da prescrição(art.53,§3). Os deputados e senadores não podem ser presos em flagrante a não ser em crime inafiançável, mesmo aqui o auto de prisão deve ser encaminhado à Casa respectiva para que a Casa se reúna e delibere sobre a prisão, é uma prisão de caráter processual, o legislador constituinte exclui(imunidade) a possibilidade de prisão processual do parlamentar, a não ser por crime inafiançável em flagrante, fiança(depósito de bem com valor em dinheiro ou dinheiro) para afastar a prisão processual substituída por liberdade provisória, não são todos os crimes que admitem fiança(só para crimes de maior gravidade e maior severidade da resposta punitiva do estado). Furto admite fiança, roubo não admite fiança. Parlamentar só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável, auto de prisão em flagrante deve ser remetida a casa que deliberará sobre a prisão. No caso de deputados federais e senadores o processo crime é no STF que pode receber a denúncia sem autorização da Casa legislativa, mas a Casa pode deliberar por maioria de votos a suspensão do processo e da prescrição, imunidade processual, C) prerrogativa de foro não é imunidade processual, garantia de julgamento pelos tribunais superiores, STF, art102,I,b e c,CF;STJ(art.105,I,a,CF);TRF(art.108,I,a,CF). Prerrogativa que decorre do exercício da função, cessando a função parlamentar o julgamento volta para as instâncias ordinárias. A regra é informada em razão do cargo e não subsiste quando o parlamentar deixa o mandato, então não viola a igualdade de tratamento no processo. Inquérito policial – persecução penal(engloba duas fases, uma primeira é fase investigatória e uma segunda fase judicial) Investigação(apuração e possibilidade), fase de apuração, de descoberta, de pesquisa, procuramos colher elementos mínimos para que digamos o que tem acontecido, não precisamos esgotar todas as possibilidades atingir um juízo de certeza, fase que serve para apresentarmos uma acusação, juizo de probabilidade, juízo de possibilidade é mais amplo, juízo de probabilidade é mais restrito, fechamos com a investigação e obtemos os prováveis autores do crime, não preciso ter certeza aqui neste momento, para denunciá-la basta ter probabilidade, preciso de certeza só no final com a sentença, se tenho probabilidade posso denunciá-la, cada degrau representa a superação de um estágio da vinculação de uma pessoa com o fato criminoso. Possibilidade, probabilidade e certeza(escada que leva a um termo final), se ao final existe dúvida o réu deve ser absolvido, a probabilidade(indícios de autoria e materialidade), indícios são indicações, é possível que se demonstre no curso do processo a inocência, se há probabilidade posso acusar. Com a denúncia tenho já o acusado, a ação penal(afirmação,imputação, probabilidade, materialidade e indícios de autoria), processo judicial(confrontação), primeiro suspeito, segundo acusado com a ação penal e condenado com a sentença, mas há outra qualificação anterior a ação penal que é a situação de indiciado(indiciamento não é revisto no CPP, mas é uma forma de apontar os possíveis autores do crime antes de acusar a pessoas, indiciamento é feito pela polícia, é até possível que o MP não denuncie a pessoa indiciada por achar o MP que faltam elementos para oferecimento da denúncia). Investigação é uma garantia de liberdade, além de materializar a garantia de uma liberdade, idéia de evitar acusações manifestamente infundadas, estigmatização social da pessoa acusada penalmente, a investigação também assegura a liberdade evitando que acusações infundadas sejam proferidas, investigação não tem por objetivo fornecer certeza,não é desenhada para construir certeza que deverá ser atingida no final do processo, investigação deve levantar aspectos relacionados aos fatos, reconstruir os fatos e indicando quem deve ser o provável autor do fato, a investigação nos leva a apontar o provável autor, investigação como proposição simples ou enunciado( no dia 4 de abril as 11 da manhã a colega acabou assassinado o profº de processo, enunciado é a acusação que que se materializa com a denúncia ou com a queixa), é a partir do oferecimento da ação penal é que avaliamos se o enunciado é verdadeiro ou não, fase processual propriamente dita serve para averiguarmos se o enunciado da ação penal é verdadeiro ou não, o menor não comete crime, comete infração. Quais os órgãos incumbidos da investigação penal Art.144 CF, órgãos incumbidos de zelar pela segurança pública, PF,PRF,Polícias civis e militares. Mas, ao tratar da investigação criminal o legislador faz referência à polícia judiciária. Distinção com a polícia de segurança. A chamada polícia judiciária faz investigação, a apolícia de segurança é a de caráter ostensivo, faz patrulhamento de caráter ostensivo para evitar a prática de crimes, reprimir imediatamente a prática de crimes e restabelecer a ordem, essa é a função da polícia de segurança(manter, recompor a ordem), a polícia militar é a polícia de segurança.A polícia judiciária(expressão usada no sentido de uma polícia que presta auxílio à atividade jurisdicional no que se refere à investigação criminal, não tem finalidade de recompor a ordem, mas desempenha função investigatória de forma repressiva investigando a autoria de crimes. A polícia judiciária pode ser federal ou civil estadual(atribuição de poderes relacionada à competência jurisdicional, PF investiga crimes federais do art.109 da CF, crimes cometidos contra interesses da União ou de suas unidades autárquicas por exemplo, crimes previstos em tratados internacionais desde que o crime tenha tocado o território nacional, casos de competência da JF devem ser investigados pela PF).A Justiça estadual tem competência subsidiária, o que não for dos milicos e da PF, é da polícia civil, a violação desses critérios induz a nulidade da investigação? PF investiga crime estadual ou polícia civil investigando crime federal, é nula? Não é nulo, a nulidade ocorre quando violada regra de competência(regra de jurisdição que deve ser observada na jurisdição), as polícias tem atribuições e não competências, se uma polícia investiga algo de atribuição de outra não temos violação de competência, as polícias atuam no plano administrativo, mas se a investigação(inquérito) no seu curso tem uma decisão de um juiz incompetente então a decisão judicial no curso dessa investigação é nula, o ato decisório é nulo e todos os atos decorrentes desse ato decisório é nulo, atos decisório do juiz incompetente fere o juiz natural, mas se A investigação inicia para investigar tráfico estadual, faz-se interceptação com autorização de juiz estadual e só com isso se descobre que o tráfico é internacional, é razoável não anular tal decisão e mandar os autos para a PF. Promotor natural é questão controvertida(processar - alguns entendem que isso seria oferecer a acusação). Problema do MP, o MP poderia fazer uma investigação de natureza criminal? MP tem ou não poderes investigatórios? Para os que entendem que sim: argumentos do art.129 CF, é possível extrairmos indicações de que o MP poderia investigar, I-MP promover(poderia também investigar, se pode o mais que é acusar, pode o menos que é investigar), o art.129 também diz que o MP pode investigar nos inquéritos civis, e poderia assim fazer também no penal;VIII_ pode o MP requisitar diligências investigatórias e o MP faz o controle externo da atividade policial.Mas há outros que entendem não ser possível poderes investigatórios ao MP(art.144 CF, PF e políciacivil dos estados, constituinte foi expresso e onde não foi expresso não concedeu tal poder ao MP), promover a ação penal e investigar são funções diferentes, uma não contém a outra, o controle externo da polícia e função fiscalizadora e não implica a incorporação da atividade investigadora por parte do MP, é um controle de legalidade. Não há consenso na doutrina e jurisprudência sobre se o MP tem ou não poderes investigatórios no processo penal, para profº Mp não tem este poder. Precisamos resguardar a isonomia processual, e se atribuirmos ao MP a função investigatória estaríamos reforçando o poder do MP então deveria se dar poderes investigatórios também à defesa para preservar a igualdade de forças no processo. Se o MP investigar ele poderá ter interesse em esconder provar que não favoreçam a acusação, no TPI é a procuradoria que faz a investigação e acusação,mas a procuradoria do TPI é obrigada a colocar à disposição dos acusados as provas obtidas pela procuradoria e que favoreçam à defesa, e não somente as provas que favoreçam à acusação. Filme: em nome do pai. 11.04.2011 Inquérito policial Investigação (apuração-possibilidade); ação penal( afirmação,imputação/probabilidade/materialidade e indícios de autoria; processo judicial(confrontação); sentença(certeza/dúvida). A finalidade da investigação não se confunde coma do processo, a investigação tem por meta possibilitar uma acusação, que pode ser denúncia ou queixa-crime.No inquérito é um meio, meio mais corriqueiro de instrumentalizar a investigação criminal, não é o IP meio indispensável à propositura da ação apenal, para oferecimento da ação penal precisa-se da justa causa que pode ser obtida em outros meios, art.12 do CPP, IP acompanhará denúncia ou queixa sempre que acompanhar uma ou outra, podemos usar de outros meios para dar sustentabilidade para a ação penal. O órgão do MP dispensará o IP se já tiver elementos suficientes para oferecer a denúncia. Art.77,§1 lei 9.099/95(regulamentou JEC), juízos competentes para julgamento dos crimes de menor potencial ofensivo, tais juizados estão informados por certos princípios: principio da informalidade, oralidade dos atos processuais e o princípio da concentração. Persecução penal mais célere e informal, legislador dispensa expressamente a instauração do inquérito policial, como se fará a formação da justa causa? A justa causa se fará com termo circunstanciado ou com exame médico, o termo circunstanciado assume forma muito semelhante ao boletim de ocorrência, tal termo circunstanciado é encaminhado ao JEC competente e pode tal termo estar acompanhado de exame médico hospitalar, o termo circunstanciado mais o exame médico já formam a justa causa penal, mas sempre que se fizer necessário o inquérito policial nos JEC, ocorre deslocamento da competência para a justiça comum. Art.16 lei 8176/91(crimes contra a ordem tributária), qualquer pessoa pode levar ao conhecimento do MP a ocorrência da prática de crime contra a ordem tributária, podendo o MP entender que já tem os elementos suficientes para propor a ação. Art.83 lei 9.430/96(procedimento administrativo fiscal, representação fiscal), o esgotamento da via administrativa fiscal é condição de procedibilidade para propor a ação penal fiscal, dispensando-se por isso o IP, já que é a administração fiscal que investiga se há ou não tributo devido. Procedimento próprio para apuração da materialidade(de busca e apreensão, procedimento judicial para busca e apreensão para buscar e localizar o produto resultado de violação de direito autoral e submeter tal produto à exame pericial e tal exame pericial é prova da materialidade delitiva, medida judicial, art.524/530 CPP). Art.513 CPP e sss estabelecem regras especiais nos crimes de responsabilidade do funcionário público, legislador afirma que a ação penal pode ser instaurado por elementos outros que não os colhidos em IP, procedimentos administrativos disciplinares colhem elementos que subsidiam a instauração de ação penal, sem necessidade de IP. O IP é a forma mais comum e usual, mas não é indispensável, já que tais elementos podem ser obtidos de outras formas, nos crimes de menor potencial ofensivo o inquérito é totalmente dispensado, se for necessário o IP a competência é deslocada do JEC para a justiça comum. Inquérito policial é conduzido pela polícia judiciária, mas há situação em que o inquérito policial não é conduzido pela policia judiciária: Art.9 e 10 CPM, crimes militares são de competência da justiça militar, o IPM será conduzido pela autoridade militar, o regramento jurídico do IPM é dado pelo CPPM.Ao definir o IPM o define como uma instrução provisória, idéia de provisoriedade dos elementos colhidos no curso do inquérito, são provisórios porque servem para o oferecimento da ação penal e não para a sentença, exceção dos exames periciais(são definitivos). Provisoriedade dos elementos do inquérito porque servem só para oferecer a ação penal e formar a justa causa penal, na prolação da sentença o juiz deve se valer dos elementos construídos num regime de contraditório. Código florestal(lei 4.771/65), podem conduzir o inquérito as autoridades policiais e além desta as autoridades incumbidas da fiscalização ambiental, procedimentos apuratórios instaurados pelas autoridades responsáveis pela fiscalização e tais resultados podem servir a ação penal contra crimes ambientais. LC 35/1979(LOMAN), prevê que sempre que houver indícios num IP que o crime foi cometido por autoridade judiciária, então o inquérito deveria ser remetido ao tribunal competente, art.33 LOMAN, foro por prerrogativa de função, regras justificadas em razão da função exercida pela pessoa. Lei 8.038/1990(regras em caso de competência originária do STJ e do STF), os art.1 e 3, regulamentam o inquérito, dizem tais artigos que os inquéritos serão conduzidos por tais cortes. O IP é dispensável quando tenhamos elementos que supram a justa causa penal, o inquérito também pode ser feito por outrem que não a polícia. CPI’s:art.58,§3 CPI não é instituída para realizar investigação criminal, não tem função investigatória criminal, tem atividade de complementação da atividade legislativa, tem por escopo identificar defeitos na legislação, suas causas e apontar soluções para o aperfeiçoamento da legislação, de sua falta de eficácia, mas no curso dessa atividade podem surgir elementos indicativos de alguma prática delituosa, mas o objetivo dessa CPI não é investigar crimes e por conta dessa possibilidade de identificação dessa prática criminosa, podendo o relatório da CPI ser remetido ao MP para as providências penais cabíveis. Se o MP verificar que estão reunidos os elementos suficientes para instaurar uma ação penal, então oferece denúncia, se não, requisita instauração de IP à polícia. Lei 11.343/2006(art.54, prevê a possibilidade de deflagração de ação penal com base em relatório de CPI). Poderes: • CPI tem poderes de investigação próprios da autoridade judiciária: qual é o alcance desses poderes? Hoje existe relativo consenso de que essa expressão está permeada de atecnia, porque nosso sistema processual penal é um sistema acusatório, art.129,I CF/88. Juiz não tem poder investigatório, por essa expressão devemos entender, pela doutrina dominante, que a CPI detem poderes de autoridade policial no curso de uma investigação, poderes investigatórios que vão até o limite da reserva de jurisdição, poder equivalente ao das autoridades policiais, encontra limites na reserva de jurisdição(espaço de conhecimento e decisão exclusivo da autoridade judiciária, temas ligados à restrição de direitos fundamentais dependem de exclusiva decisão judiciária). 1º para restrição da inviolabilidade do domicílio, o ingresso no domicílio de alguém depende de autorização judicial prévia, reserva de jurisdição;2º sigilo das comunicações telefônicas só pode ser quebrado por autoridade judicial; 3º prisão: a decretação de prisão só podeser feita por ordem judicial, com exceção da prisão em flagrante que pode ser decretada por qualquer pessoa do povo. Só autoridade judiciária pode decretar prisão, a cargo da CPI pode ficar diligências que não necessitam de prévia autorização judicial(diligências, oitiva de testemunhas, requisição de documentos, há polêmica se a CPI pode requisitar documentos protegidos por sigilo fiscal ou bancário). CPI tem poder de convocar testemunhas e a pessoa tem dever de atender à intimação, mas entende-se que a pessoa pode ficar calada para não se auto-incriminar. A guarda civil metropolitana poderia realizar investigação criminal? A previsão de poderes da guarda civil é estrutura para proteção de bens e patrimônio públicos, função ostensivo e de repressão imediata informada pela necessidade de proteção do patrimônio municipal. CPI com finalidade precípua de apuração de deficiências legislativas. A antiga lei de falências, decreto-lei 7611/45, previa inquérito judicial para apuração de crimes falimentares, mas hoje a lei 11.101/2005 extirpou do nosso ordenamento a idéia de inquérito judicial, nos crimes falimentares a investigação é feita pela polícia judiciária. Definição de IP: procedimento administrativo a cargo da polícia judiciária consistente em atos d investigação visando conferir justa causa(materialidade e indícios de autoria) para a ação penal, bem como para a obtenção de medidas cautelares cabíveis. Profº Scarance não concorda com a expressão procedimento que passa a idéia de um conjunto de atos sucessivos que estão conectados por uma conexão lógica. Há normas que definem como o IP é iniciado e como ele é encerrado, há uma discricionariedade para a autoridade policial conduzir o inquérito conduzir o inquérito de acordo com as necessidades da investigação apresentar, então seria o IP uma peça escrita destinada à formação da culpa penal. Formação da culpa: não deve ser confundida com a responsabilidade penal, idéia de culpa referentes à justa causa penal, formar um quadro de justa causa penal que propicie a admissibilidade da ação penal. Características do IP: 1.Inquisitividade: seria o oposto do confronto e do contraditório, não há contraditório ainda porque não temos acusação, é uma apuração unilateral, requisito essencial para sua eficiência, busca unilateral de elementos para evitar o insucesso. 2. cautelaridade: no curso do inquérito são realizadas diversas diligências pautadas pela urgência,art.6 CPP, preservação de provas e obtenção de elementos informativos, art.6,I CPP, preservação do local do crime,II- ato de conservação dos objetos, em caso de busca e apreensão domiciliar, prisão preventiva, interceptação telefônica é necessário intervenção judicial. 3. Destinatários: acusador(público ou privado) em primeiro lugar e em segundo lugar ao juiz(medidas cautelares decididas pelo juiz com base nos elementos colhidos no inquérito policial), qual o valor probatório do IP? Art.155 CPP, juiz formará sua convicção pela livre apreciação das provas, mas não poderá se valer exclusivamente dos elementos informativos do IP, elemento informativo dá base para a instauração de uma ação penal, mas não pode dar base para a sentença, à exceção das provas cautelares irrepetíveis ou antecipadas, há provas colhidas no IP que não podem mais ser repetidas ou que foram colhidas antecipadamente para evitar o perecimento da prova(perícia em cadáver em virtude morte violenta), juiz ao sentenciar tem que se valer das provas, não pode se valer somente de elementos informativos do IP.
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