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DPC0412 - Processual Penal III - Prof Zilli

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21-02-2011 
Direito.proc.Penal-prof.Marcos Zilli 
 
Livros: ver bibliografia do curso. 
Projeto do novo código de processo penal 
WWW.novo.direitoprocessual.org.br 
10.Leiitura obrigatória 
FAUSTO,Boris.O crime do restaurante chinês.São Paulo.Companhia das 
Letras,2009.(Para a 1° prova) 
Provas: 
Situações problema para resolver. 
Badaró e Scarance- principais. 
25/04 – 1°prova 
28.02.2011 
Jurisdição – Função estatal substitutiva da vontade das partes, tem a característica da 
substitutividade, aplicação do direito com a respectiva solução do conflito, 
Imparcialidade( atributo da jursidição) 
Jurisdição penal 
O processo é instrumento de aplicação do direito material, é pelo processo penal que o 
direito penal ganha concretude, só a via do processo concretiza o direito penal. 
A sanção penal não é concretizada automaticamente, a punição só é possível pela via do 
processo, coerção de via indireta não auto-executável, a jurisdição penal é necessária 
quando há a ocorrência de um ilícito penal, já no ilícito civil pode haver auto-
composição entre as partes e o conflito não se submete à jurisdição. A imposição de 
pena é possível só pelo processo 
Inadmissibilidade da vingança privada, indispensabiliudade do processo, monopólio 
estatal da jurisdição penal(titularidade exclusiva do poder-dever punitivo), Estado-
administração(titular do interesse punitivo- parcialidade), Estado-Juiz( imparcialidade e 
substitutividade). 
É o estado que delinea os bens jurídicos protegidos penalmente, o estado detém o 
interesse punitivo, quer proteger os bens jurídicos que ele estado elegeu como 
essenciais. No processo penal, o MP é o órgão(art.129, inciso I da CF) legitimado para 
perseguir o interesse punitivo em nome do estado, recebe legitimidade de agir em nome 
do estado, o interesse punitivo pertence ao estado e não ao MP.O estado concede ao MP 
ou ao particular o direito de perseguir o interesse punitivo que é do estado. O MP 
representa o Estado-Administração. 
Estrutura da relação processual penal 
Juiz – Acusador – acusado 
Indispensabilidade do processo(Juiz – Acusador) 
Monopólio estatal da jurisdição penal( juiz – acusado) 
Estado administração (art.129,I,CF),Excepcionalmente particular pode ser o 
acusador(legitimidade extraordinária quando o crime toca sensivelmente a vítima, deixa 
o estado a vitima a escolha se e quando será proposta a ação penal), interesse punitivo 
O acusado em regra é pessoa física imputável, mas a pessoa jurídica nos crimes 
ambientais é imputável, liberdade jurídica. 
No caso do acusador o interesse perseguido é o interesse punitivo, voltado a 
concretização da sanção penal, punir o responsável pelo crime.O interesse do acusado é 
claramente preservar sua liberdade, o poder-dever punitivo é público, mas a preservação 
da liberdade também é interesse público.É neste confronto de interesses que teremos as 
soluções da jurisprudência e da legislação, a composição desses interesses é o objetivo 
do processo penal.P,ex, a prova ilícita não pode ser levada ao processo, a CF fez a 
opção pela liberdade,conflito de valores entre poder dever punitivo e liberdade. No caso 
do particular temos prazos mais exíguos decadenciais, já no caso do MP temos prazos 
prescricionais para propor a ação penal pública. No caso dos menores infratores não é 
processo penal, o processo penal é só para maiores imputáveis. Processo é mecanismo 
que viabiliza aplicação do direito penal, mas o processo é também uma garantia como 
fator inibidor do exercício da vingança privada e do abuso estatal. Assegura que 
nenhuma outra forma concretizará a sanção penal, garantia do acusado de que não serão 
usados outros meios para concretizar a sanção penal. 
A sensibilidade política do processo 
O processo penal é o mais sensível e permeado pelo humor político do estado, se o 
estado é autoritário o processo se torna mais eficiente para punir, quando o estado está 
fundado por padrões democráticos e liberais o processo reflete tais padrões. O CPP é de 
1941 e traduz fórmulas mais autoritárias do exercício do poder dever punitivo. Mudança 
de paradigmas com a CF de 1988, a CF rompe com este ranço autoritário e é natural que 
a legislação processual penal seja lida de outra forma, uma maneira de vivificarmos a 
legislação processual penal à luz da CF/88. Corpo legislativo arcaico e desatualizado. 
CPP/1941 – busca de maior eficiência da ação repressiva, concepção autoritária do 
legislador de 1941. 
CPP – Novo – reconhecimento dos direitos fundamentais, eficiência não pode ser 
buscada à custa dos direitos individuais 
Processo penal, CF e Tratados Internacionais 
 
DPP – regulamentação normativa e principiológica do processo penal( atividades 
preliminares, fase judicial e execução penal) 
Pacto de San Jose da costa Rica 
Sistema de garantias processusais 
CF/1988 art.5 – aplicação imediata das garantias, inclusive as processuais, e o rol não é 
taxativo, pode ser completado por regras e princípios reconhecidos pelo estado 
brasileiro, ver §1 e §2 do art.5, a Convenção Americana de San Jose da Costa Rica 
completa o rol de direitos e garantias fundamentais, a Convenção americana era 
entendida como norma recebida com força de lei ordinária pelo STF( ver Ag.regimental 
403.828-MS), a Convenção americana só seria recebida no que fosse de conformidade 
com a CF. Este voto se alinha a um pensamento ultrapassado de soberania jurídica,,no 
qual a CF fica no ápice da pirâmide. Em 2004 a Emenda 45(reforma do judiciário), 
introduziu o §3 no art.5 outorgando força constitucional aos tratados sobre direitos 
humanos aprovados por maioria especial. Legislador quis dar força constitucional aos 
tratados sobre direitos humanos, mas isso era desnecessário por causa do §2 do art.5. 
Pacto de San Jose da Costa Rica foi ratificado antes desta emenda, entendimento é de o 
§3 concede força de norma formalmente constitucional aos tratados de direitos humanos 
aprovados com quórum especial, mas todos os tratados de direitos humanos são 
materialmente constitucionais. Por força do §2, art.5 as garantias processuais penais da 
Convenção Americana integra o rol das garantias do Art.5 da CF.Caráter subordinante 
dos tratados de direitos humanos sobre a legislação ordinária. E quando houver 
incongruência ou antinomia entre a CF e a Convenção americana de Direitos Humanos? 
Prevalece a norma que dê maior efetividade aos direitos humanos, não importa se o 
dispositivo é da CF ou da CADH. Para Gilmar Mendes a CADH tem status supralegal. 
Para Celso de Melo a CADH tem status constitucional. O §3 foi importante para mudar 
a jurisprudência do STF, mas qualquer tratado de direitos humanos acrescenta o rol do 
art.5 da CF, sendo o §3 desnecessário. 
Devido processo penal 
‘’due process’’ – regra de competência no direito inglês ( Magna Carta 1215) 
Constitucionalismo – garantia das partes e de legitimidade da jurisdição 
Art.5, LIV – restrição da liberdade e propriedade somente mediante devido processo – 
feixe de garantias 
Garantias processuais penais – identidade penal do devido processo 
A garantia da independência e da imparcialidade do juiz(CADH), juiz natural na CF e 
na CADH, contraditório, da publicidade dos atos processuais, inadmissibilidade de 
provas ilícitas, duração razoável do processo(pode haver prisão no curso do processo e 
ele deve ser rápido). 
Dia 14- ampla defesa, contraditório, da cumplicidade dos atos processuais, da 
motivação das decições. 
Dia 21 independencia, imparcialidade, juiz natural, 
 
14.03.2011 
 
 
Art.5,LV CF. 
Ampla defesa tem auto-defesa e defesa técnica. Auto-defesa é a feita pelo próprio réu e 
tem três manifestações(direito de audiência, de presença e de postular pessoalmente) 
.Direito de audiência, direito de apresentar pessoalmente ao juiz da causa a sua defesa, 
interrogatório. A videoconferência é constitucional? 
Direito de presença – direito que o acusado tem de acompanhar todos os atos do 
processo juntamente com seu defensor. 
STF –exigiu que o Fernandinho beira-mar provasse ter sofrido prejuízo para ser ouvido 
em audiência no RJ, mas ele estava preso em Catanduvas. Para os professores da SF o 
preso deve ser levado para ser ouvido pelo juiz do local da prisão por meio de 
precatória. Mas os professores da SF entendem ser constitucional a lei federal que trata 
da oitiva de preso por videoconferência e esta deve ser feita conforme à lei para ser 
válida. 
Direito de postular pessoalmente 
O acusado tem o direito de praticar alguns atos do processo de maneira pessoal, como, 
por exemplo: interpor recurso, impetrar habeas corpus, formular pedidos na execução. 
No STF o HC não precisa ser digitalizado, todos os outros atos estão sendo 
digitalizados, processo Defesa técnica 
Exercida por profissional apto e inscrito nos quadros da OAB.Atenção: a defesa técnica 
é irrenunciável, já a autodefesa é renunciável. 
Discussões modernas sobre a defesa técnica 
Pacto de San Jose da Costa Rica: art.8,2, d. Direito de sigilo entre acusado e defensor, 
direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de 
sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor. 
Inquérito 2424/RJ do STF, STF entendeu ser possível colocar câmeras no escritório do 
advogado e gravar sua conversa com seu cliente, sob fundamento de que o advogado 
perdia o direito de inviolabilidade quando se tornava criminoso. 
Súmula vinculante 14 – “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício 
do direito de defesa.”Reclamação para o STF e mandado de segurança são medidas para 
o advogado assegurar acesso aos autos do inquérito policial, com violação da súmula 14 
do STF,o mandado de segurança é dirigido ao juiz criminal. 
Perguntas a corréus 
Informativo STF 586.Assine os informativos do STF e do STJ sobre jurisprudência. 
Pode o advogado de um réu perguntar para o correu.Faz parte da ampla defesa a 
possibilidade de um advogado perguntar ao corréu, não sendo advogado deste corréu. 
Art.185 do CPP não cuida de pergunta ao correu. 
Princípio do contraditório 
Noção- ciência bilateral dos atos e termos do processo e a possibilidade de contraria-los 
(Canuto de Almeida) 
Contraditório é ciência mais possibilidade de reação, ciência mais participação, ciência 
mais reação efetiva.Localização: Art.5,LV CF. Dá-se ciência pela intimação. Duas 
possibilidades de limitar o contraditório: o contraditório pode ser limitado.O que se 
limita é o elemento ‘’ciência’’, mas posteriormente a parte terá ciência e poderá se 
manifestar(contraditório diferido ou retardado). A limitação do congtraditório se dá em 
duas situações: 
a) Cautelaridade: preventiva ou liminar em HC. 
b) Quando o conhecimento da medida a torna ineficaz(interceptação telefônica e 
busca e apreensão). 
Abrangência do princípio 
1. Contraditório no inquérito policial 
2. Contraditório sobre matéria de fato ou também sobre matéria de direito: 
A) Guilerme Nucci: somente sobre matéria de fato( de direito apenas 
excepcionalmente) 
B) Germano Marques da Silva: matéria de fato e de direito.Antonio Scarance 
Fernandes. 
Se estudante for pego com maconha pode ser tráfico ou uso, se for tráfico o 
estudante fica preso até o julgamento, se for uso assina um TC e volta pra casa. 
É importante discutir o fato e também a sua qualificação jurídica(o direito), pois 
faz muita diferença. Questionamento do direito material. 
Contraditório no inquérito: a maioria da doutrina e da jurisprudência rejeitam 
essa possibilidade de contraditório no IP. Marta Saad,Fauzi Hassan Choukr( 
esses autores admitem a possibilidade de contraditório no IP). Contraditório no 
IP: ambos entendem que pode haver. 
Súmula vinculante 14. Vou à delegacia e digo que quero ter acesso á 
interceptação telefônica e o delegado diz não, mas aqui o delegado tem razão, 
pois o advogado tem acesso apenas ao que já foi documentado. 
Súmula 701. “No mandado de segurança impetrado pelo MP contra decisão 
proferida no processo crime, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte 
passivo. Quando juiz solta, MP impetra recurso em sentido estrito, sem efeito 
suspensivo, então promotor impetra mandado de segurança para suspender 
decisão do juiz. Se o juiz defere a liminar no mandado de segurança então se 
suspende a decisão de soltura.Art.581 CPP. Cite-se a ré como litisconsorte 
passiva. 
Princípio da publicidade 
Art.5,LX e Art.93,IX,CF 
A regra no processo penal é a publicidade.Atenção: antes de 1988 era cuidado 
apenas pelo artigo 792 do CPP. 
ASF(Publicidade) se divide em: 
Plena( popular ou geral) – atos do processo estão abertos a todo o público. 
Restrita( especial, mediata, interna) – quando há limitação à publicidade dos atos 
do processo. 
 Interna(publicidade feita para as partes) e externa( feita para a sociedade). 
Em que medida a publicidade o torna compressivo? Publicidade se opondo à 
privacidade. Atenção: pode ser restringido o acesso às partes, mas não ao 
advogado e ao promotor. A proteção da intimidade no processo gera 
responsabilidade civil e incipientemente penal, o funcionário público responde. 
Caso perante a CIDH 
Caso Esher – Data do julgamento 06.07.09 
Caso: interceptação telefônica indevida 
Postura do Brasil: não esgotamento dos recursos internos. 
A interceptação telefônica foi pedida por policial militar e deferida sem 
fundamentação pela juíza, no dia seguinte a interceptação foi divulgada no jornal 
nacional revelando escutas de pessoas ligadas ao MST.O Brasil foi condenado a 
pagar indenização ás vítimas, sendo a juíza e o secretário de segurança 
absolvidas. 
A própria corte tem analisado a legislação interna do país, a corte analisa se o 
Brasil aplicou corretamente a sua própria lei e a corte tem revisto a coisa julgada 
quando viola direitos fundamentais. A CIDH dá a última palavra e não mais o 
STF. A saída para rever a lei de anistia é a revogação dela, segundo brecha no 
voto do Eros Grau que disse que a saída seria legislativa. 
21.03.2011 
Independência do julgador 
Art.8.1.CADH Visam o resguardo da imparcialidade do próprio julgador, 
imparcialidade como fonte de legitimidade do próprio julgador. A independência não 
vem expressa na CF/1988. Aspecto estrutural- ausência de ingerência política, 
postulado da separação de poderes.A atividade judiciária deve ser pautada só por 
critérios jurídicos. 
Atividade jurisdicional- guiada pela aplicação do ordenamento jurídico – inesistência de 
finalidade política. 
Precedentes da CIDH – (Caso La Cantuta VS. Peru) – Justiça militar vinculada ao Poder 
Executivo. Caso de desaparecimento de estudantes da universidade La Cantuta por 
supeita de terrorismo e judiciário comprometido com o poder Executivo, pois os juízes 
eram militares da ativa. 
Imparcialidade do julgador(art.8.1. CADH) 
Eqüidistância do julgador, não comprometimento com qualquer das partes ou com os 
interesses discutidos, separação entre as funções de acusar e de julgar( art.129,I,CF) 
processo penal de estrutura acusatória. Impedimento de exercício de poderes 
investigatórios, suspeição(art.254,CPP);impedimento(art.252,CPP). Prevalece o sentido 
de que a convergência de algumas situações objetivas coloquem em dúvida a 
imparcialidade do julgador, basta a dúvida estar presente. Suspeição e impedimento são 
situações objetivas que geram dúvida quanto à imparcialidade do julgador. No processo 
penal a imparcialidade guarda uma conseqüência com o sistema processual usado, 
sistemas processuais estabelecem modelos teóricos de formatação do processo penal, 
importante para compreender a dinâmica do processo. Classificação em: 
 
O elemento crucial para a distinção está na concentração e divisão de poderes 
Acusatório- o poder de acusar pertence a um sujeito diferente daquele encarregado do 
julgamento.Pode ser o acusador públicoou privado. 
Inquisitório- O mesmo sujeito processual acusa e também julga.É o inquisidor, sujeito 
que apresenta a acusação e julga o caso. Nos estados absolutistas o processo era 
inquisitório.Hoje já se fala de um processo penal misto. 
Art.129,I,CF – este artigo proclama que a ação penal pública será exercida 
privativamente pelo MP, o MP é órgão do Poder Executivo e este inciso consagra o 
princípio acusatório. O juiz não apresenta a acusação e não está vinculado aos termos da 
acusação. O juiz poderia ter poderes investigatórios? 
Investigação: 
Poder investigatório é o poder de executar atos de investigação, poder de descobrir as 
provas, de levantar as provas, realizar exames periciais, buscar documentos, presidir a 
investigação.Segundo a CF/1988 o juiz não pode ter poderes investigatórios, idéias de 
eqüidistância e imparcialidade. 
Processo Penal: lato ou amplo(coincide com a idéia de persecução penal, duas fases: 1ª 
fase é eminentemente investigatória, majoritariamente representada pelo Inquérito 
policial, nesta fase temos a reunião de uma série de atos de investigação, rastreamento e 
busca de provas para construirmos uma tese acusatória,2ªfase é processual estrito senso, 
fase eminentemente judicial, a 1ªfase é eminentemente administrativa, a 2ª fase começa 
com o oferecimento da ação penal. Quando se chega a uma probabilidade de autoria 
pode-se oferecer a ação penal com acusação formal. 
Pode o juiz ter poderes investigatórios? Se juiz decide autorizar uma interceptação 
telefônica, ele está autorizando a investigando, está decidindo se em determinado caso é 
cabível a restrição a algum direito fundamental, não é o juiz que fará a busca e 
apreensão ou interceptará, quem preside a investigação deve convencer o juiz de que a 
medida é necessária.aqui o juiz não exerce poder investigatório. 
Poder instrutório: a 2ªfase do processo começa com a acusação(tese acusatória), vou 
averiguar se a tese acusatória é verdadeira ou não através da instrução(uma série de atos 
que busca produzir provas para averiguar se a acusação é verdadeira ou não), juiz atua 
na instrução, as provas são produzidas para o juiz, na instrução o juiz pode determinar a 
produção de alguma prova que não foi alegada pelas partes, juiz aqui está instruindo e 
pondo a tese acusatória à prova. Juiz pode determinar a oitiva de testemunhas ou 
qualquer prova para verificar a veracidade da acusação. Poder investigatório pressupõe 
investigação(não há tese acusatória ainda e ela está sendo construída), no poder 
instrutório já há tese de acusação, poder instrutório é complementar ao poder instrutório 
das partes, juiz complementa provas apresentadas pelas partes. 
A autorização de uma escuta telefônica ou uma busca e apreensão são medidas 
cautelares informadas pela necessidade e urgência, sob perigo de perecimento da prova. 
Juízo preliminar, pois o juízo definitivo é dado ao fim da ação penal. Medidas cautelares 
exigem pronunciamento judicial por causa da reserva de jurisdição(toda ação que 
implique a violação de direitos fundamentais devem passar pela apreciação judicial). No 
nosso sistema o juiz que concede a medida cautelar é o mesmo que julga o caso se 
oferecida a acusação formal. 
A independência estrutural do poder. A eqüidistância do juiz em relação às partes. 
Inércia da jurisdição( juiz não pode instaurar a ação penal, a jurisdição é provocada pela 
ação penal, com o poder instrutório o juiz muitas vezes esclarece uma dúvida para 
melhor julgar). 
Juiz natural, art.5,XXXVII eLII,CF 
Juiz estabelecido antes da ocorrência dos fatos, pré-constituido, juízo ou tribunal de 
exceção são os constituídos pós-fato. Ocorrido o crime, temos que já saber qual é o juiz 
competente, as justiças especiais não são incompatíveis com o juiz natural, desde que as 
justiças especiais sejam pré-constituidas, alterações de competência não teriam 
conseqüências no andamento do processo. Se lei alterou a competência posteriormente à 
ocorrência do fato, então o juiz permanece competente(o juiz do momento da ocorrência 
do fato). Lei alterou a competência da Justiça Militar levando para a justiça comum os 
crimes dolosos contra a vida de civis. STJ e STF consideraram que os processos em 
curso na JM deveriam ser remetidos para a justiça comum, pela interpretação do art.2 
CPP, mas Ada Pelegrini Grinover e parte da doutrina entendem que tal postura do 
STF/STJ viola a garantia do juiz natural, juiz pré-constituido no momento da ocorrência 
do fato-crime. Assim os processos em curso deveriam ficar na JM segundo a doutrina 
de Grinover e outros(Badaró,Scarance etc). STF/STJ invocaram a aplicação imediata da 
lei processual. O sistema brasileiro adota a tese de que o juiz natural é juiz 
constitucionalmente competente(seus poderes emanam de norma constitucional,JF/JM 
tem poderes e competências estabelecidos na CF/1988). Juiz natural é o 
constitucionalmente previsto, a competência pode ser originária no caso de o STF 
processar e julgar parlamentares. Competência territorial é relativa. 
Presunção de inocência(art.5,LVII CF e art.8.2.CADH) 
Fórmula da CF/1988 é mais favorável ao réu e deve prevalecer sobre a CADH, 
presunção de inocência ou de não culpabilidade(algo mais restrito), boa parte da 
doutrina entende que não há diferença de conteúdo entre presunção de inocência e de 
não culpabilidade, sendo considerada inocente a pessoa até ser definitivamente julgada. 
São expressões sinônimas presunção de não-culpabilidade e de inocência. Idéia de a 
pessoa que não for defitivamente condenada tem uma barreira de proteção que é a 
presunção de inocência. Até ser definitivamente condenado, o acusado tem a proteção 
da presunção de inocência. A presunção de inocência implica regra de tratamento e 
regra probatória. 
Regra de tratamento extraprocessual( o tratamento que aquele pessoa deve merecer no 
campo social, regra estabelecida sobretudo aos meios de comunicação que podem 
‘’condenar’’ o acusado antes do julgamento, papel da imprensa, caso da escola de base, 
caso Lori no Peru), regra endoprocessual ( é o tratamento que a pessoa recebe das 
pessoas dentro do processo, que fazem a persecução penal, deve o acusado ser tratado 
como se inocente fosse). 
Prisão pena- é o próprio cumprimento da sanção condenatória 
Prisão processual(endoprocessual) – prisão anterior a condenação definitiva, prisão 
ocorrida durante a persecução penal:Temporária:Flagrante:Preventiva. 
As prisões processuais somente são cabíveis, não como antecipação de pena, mas se 
tiverem natureza cautelar. Prisão informada pela necessidade de resguardar o bom 
andamento do processo. 
Requisitos para decretar prisão preventiva deve ter os requisito de medida cautelar: 
Fumus delicti comissi- elementos de que alguém é o provavém autor do crime 
Periculum libertatis- aliberdade daquela pessoa põe em risco o bom andamento do 
processo, o acusado pode estar sumindo com as provas, os instrumentos do crime ou 
ameaçando testemunha. 
Regra probatória 
No processo penal, por causa da presunção da inocência, recai sobre quem acusa porque 
já tem a presunção de inocência como sua proteção. Mas, se o acusador prova o fato, 
que é típico, antijurídico e culpável remove essa barreira protetiva. 
Estados subjetivos do julgador: 
Certeza positiva- ao final do processo penal, o juiz reconhece que o fato imputado pelo 
acusador realmente aconteceu. Sentença condenatória. 
Certeza negativa- ao final da trajetória processual o juiz tem certeza de que o fato 
imputado não aconteceu, aqui o acusador não se desincumbiu com maestria do ônus 
probatório.sentença absolutória. 
Incerteza ou dúvida- Não tem como esclarecer a dúvida, dúvida intransponível. 
Sentença absolutória. 
Art.386 CPP,VI e VII. Inciso primeiro consagra a certeza negativa e depois a hipótese 
de dúvida.VII é o in dubio pro réu( se não há certeza positiva, a dúvida deve favorecer o 
réu). 
28.03.2011 
aplicação da lei processual penal 
As provas ilícitas são inadimissíveis, art.5,LVI, paraNuvolone e Ada Pelegrini as 
provas ilícitas compõe uma subdivisão das provas proibidas(vedadas), essa provas são 
as provas ilegítimas e as provas ilícitas, são ilegítimas são aquelas que são produzidas 
com violação das normas processuais já as ilícitas são as provas obtidas com a violação 
dos direitos fundamentais relacionados a intimidade, a privacidade etc. é ilegítima 
quando a prova é produzida e há violação de normas processuais. A obtenção antecede a 
produção da prova, obter é descobrir, produzir a prova é levá-la ao processo, os vícios 
podem ocorrer.Alguém ingressa ilegalmente na casa da colega e pega documentos que 
comprovam um crime que ela cometeu. A violação do domicilio viola direito 
fundamental(problema da ilicitude); se na produção da prova testemunhal há vicio(o 
vício se refere a norma processual e o vício é ilegitimidade), no caso de provas 
ilegítimas o problema é de nulidade(invalidade do ato de produção probatória, o ato 
pode e deve ser repetido, Se foi produzida prova testemunhal sem contraditório então há 
ilegitimidade, possibilidade de repetição da prova oral respeitando as normas 
processuais), no caso de provas ilícitas o problema é de inadmissibilidade( aquela 
prova é considera imprestável, uma não-prova, não poderá ser levada ao processo, não 
pode sequer ser repetida aquela prova, seu meio de descobrimento foi viciado). Art.157 
CPP tentou consagrar algo que estava consagrado na jurisprudência(determinou o 
desentranhamento da prova ilícita, impedimento do juiz que manteve contato com a 
prova ilícita’’dispositivo vetado no projeto de reforma do CPP’’), ficou só o 
desentranhamento. Teoria dos frutos da árvore envenenada, se temos uma árvore 
envenenada na origem , então seus frutos estarão envenenados também( sujeito confessa 
sob tortura e com essa confissão a autoridade policial obtém informações para pedir um 
mandado judicial para a busca e apreensão de documentos e com essa busca descobre-se 
os autores do crime, essa segunda prova é contaminada pela primeira). A grande 
maioria da doutrina nacional admite a prova ilícita quando possibilitar a absolvição do 
réu. A ilicitude da prova diz respeito à violação de direitos fundamentais relacionados à 
personalidade. 
Garantia da motivação das decisões penais, vem no art.93,IX CF e complementa o 
art.5,§2 CF. A atividade jurisdicional é manifestação de poder do estado e deve ser 
motivada e fundamentada. Motivação: 
a) Extraprocessual______ política_______ legitimação diante da sociedade. 
b) Endoprocessual ________ garantia( as partes e aos sujeitos do processo, aqueles 
mais diretamente interessados pela marcha processual, tem eles o direito de 
terem conhecimento das razões da decisão e o que permite o exercício do duplo 
grau de jurisdição por meio do recurso). Se a sentença omitiu algo, pode ser a 
sentença objeto de embargos de declaração. 
Garantia do duplo grau de jurisdição, não está prevista expressamente na CF/1988 
esta garantia, pode ser extraída por uma interpretação sistemática do texto quando 
trata da estrutura do Poder Judiciário com relação à competência recursal dos 
tribunais. A CADH, permite em seu art.8.2,h expressamente o duplo grau e a CADH 
ratificada pelo Brasil faz com que o duplo grau esteja em nosso sistema.O duplo 
grau permite que a decisão judicial seja reexaminada por outros juízes, via de regra 
colegiados, a garantia se contenta com um único reexame.Recurso de apelação no 
CPP satisfaz o duplo grau, apelação contra decisão absolutória ou condenatória.STF 
e STJ fazem reexame de questões jurídicas e não reexame de questões de fato, STJ 
procura manter a uniformidade da lei federal, STF examina a conformidade da 
decisão com a CF; o duplo grau de jurisdição prevê reexame total( do direito e dos 
fatos) e vai até os TJ’s e TRF’s, TRT’s etc. Mas há competências originárias dos 
tribunais, como o foro dos senadores no STF, aqui a jurisdição é realizada em grau 
único, não havendo possibilidade de reexame, STF decidiu que o legislador 
constitucional pode estabelecer exceção ao duplo grau como no caso das 
competências originárias do STF. 
Duração razoável do processo, art.5,LXXVII CF, processo efetivo e eficaz é o 
processo célere, mas no processo penal a duração razoável tem o complicador da 
prisão processual(cautelar), não há prazo para a duração processual na lei. Antes da 
reforma de 2008, foi estabelecido na jurisprudência o prazo de 81, pois na contagem 
dos diversos prazos dos atos do processo o processo deveria terminar com este 
prazo, mas nos últimos anos com a complexidade da causa, o número de 
testemunhas e outros fatores o prazo de 81 dias foi flexibilizado, mas pelos novos 
prazos oriundos da reforma do CPP, daria 105 dias, mas há o prazo peremptório de 
60 dias para a ocorrência de audiência de instrução a partir do recebimento da 
denúncia. A atual legislação não fixa prazo para a prisão processual, temos um 
prazo indicativo e não-peremptório de 105 dias como parâmetro para verificar a 
razoabilidade da prisão. A razoabilidade da duração da prisão é verificada caso a 
caso. 
Aplicação da lei processual no tempo, espaço. 
Art.1 CPP, uma clara vinculação do direito processual penal com o território, a lei 
processual penal aplica-se no território brasileiro, mesmo que atos processuais 
estrangeiros sejam cumpridos aqui no Brasil, seu cumprimento observará a lei 
processual brasileira. Unidade da legislação processual penal, o CPP unificou a 
legislação processual penal, a competência legislativa em matéria processual penal é 
da União, os estados podem legislar sobre procedimento processual penal. A lei 
estadual paulista de videoconferência foi julgada inconstitucional pelo STF, pois 
interrogatório por videoconferência é matéria processual penal e não procedimental. 
Lei penal, art.5,XXXIX e XL, extra-atividade da lei mais benéfica, retroatividade da 
lei nova mais benéfica, se a lei velha revogada era mais benéfica então ela goza de 
ultra-atividade(se aplica aos casos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que no 
momento de sua aplicação já esteja revogada). Quando a lei é processual: 
Art.2 CPP, lei mais benéfica ou não, não entra no campo de valoração processual 
penal, a lei processual penal aplica-se desde logo, de forma imediata aos processos 
em curso, mas os atos praticados sob a lei anterior são convalidados, não são 
repetidos, mas aproveitados. Se a lei tem caráter misto (penal e processual penal), 
art.366CPP, causa(se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado), conseqüências(suspensos o processo e o curso do prazo prescricional). E 
no conflito de normas mistas(penais e processuais ao mesmo tempo)? Na lei 
anterior(antigo art.366) o processo prosseguia. Vamos dividir e aplicar de modo 
imediato só a parte processual, mas o STF entendeu que não era possível partilhar a 
norma e tinha que aplicar-se a norma mista por inteiro, a parte penal prevalece sobre 
a parte processual e entendeu-se que o novo art.366 só se aplicaria aos casos 
ocorridos após a sua vigência, pois a norma penal anterior era mais benéfica e seria 
aplicada aos crimes ocorridos na sua vigência. 
04.04.2011 
Motivação das decisões penais, páginas 35 a 50. 
Aplicação temporal(leis mistas) 
a)partilhamento do conteúdo, aspecto penal prejudicial(não retroage), aspecto 
processual(aplicação imediata) 
b) exame conjunto ( prevalência do conteúdo penal (exame qualitativo) 
STF entendeu que a norma não devia ser cindida e deveria prevalecer o conteúdo da lei 
penal na norma mista 
a) Imunidades diplomáticas 
Art.1,I CPP, tratados, regras e convenções internacionais 
Convenção de Viena, diplomatas gozam da imunidade e se vinculam a lei do 
país que representam, pouco importando o país onde se encontrem para se evitar 
perseguição política. 
 
b) Imunidades parlamentares, inviolabilidade material(pensamento), de direito 
penal material, art.53,CF,art.27§1,CF e art.29,VIII,CF(vereadores), para 
assegurar liberdade de expressãoe opinião nas palavras e votos, conotação 
absoluta, durante o exercício do mandato essa liberdade não é absoluta, limite 
do município no caso do vereador. 
b.2) Imunidades processuais – prisão e processo, prisão – flagrante por crime 
inafiançável, expedição do diploma, auto de prisão - 24 horas – Casa 
respectiva(art.53,=2, e 27,§1,CF) 
processo – STF – denúncia – Casa – suspensão do processo e da 
prescrição(art.53,§3). 
 
Os deputados e senadores não podem ser presos em flagrante a não ser em crime 
inafiançável, mesmo aqui o auto de prisão deve ser encaminhado à Casa 
respectiva para que a Casa se reúna e delibere sobre a prisão, é uma prisão de 
caráter processual, o legislador constituinte exclui(imunidade) a possibilidade de 
prisão processual do parlamentar, a não ser por crime inafiançável em flagrante, 
fiança(depósito de bem com valor em dinheiro ou dinheiro) para afastar a prisão 
processual substituída por liberdade provisória, não são todos os crimes que 
admitem fiança(só para crimes de maior gravidade e maior severidade da 
resposta punitiva do estado). Furto admite fiança, roubo não admite fiança. 
Parlamentar só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável, auto de 
prisão em flagrante deve ser remetida a casa que deliberará sobre a prisão. 
 
No caso de deputados federais e senadores o processo crime é no STF que pode 
receber a denúncia sem autorização da Casa legislativa, mas a Casa pode 
deliberar por maioria de votos a suspensão do processo e da prescrição, 
imunidade processual, 
 
C) prerrogativa de foro não é imunidade processual, garantia de julgamento 
pelos tribunais superiores, STF, art102,I,b e 
c,CF;STJ(art.105,I,a,CF);TRF(art.108,I,a,CF). Prerrogativa que decorre do 
exercício da função, cessando a função parlamentar o julgamento volta para as 
instâncias ordinárias. A regra é informada em razão do cargo e não subsiste 
quando o parlamentar deixa o mandato, então não viola a igualdade de 
tratamento no processo. 
 
Inquérito policial – persecução penal(engloba duas fases, uma primeira é fase 
investigatória e uma segunda fase judicial) 
 
Investigação(apuração e possibilidade), fase de apuração, de descoberta, de 
pesquisa, procuramos colher elementos mínimos para que digamos o que tem 
acontecido, não precisamos esgotar todas as possibilidades atingir um juízo de 
certeza, fase que serve para apresentarmos uma acusação, juizo de 
probabilidade, juízo de possibilidade é mais amplo, juízo de probabilidade é 
mais restrito, fechamos com a investigação e obtemos os prováveis autores do 
crime, não preciso ter certeza aqui neste momento, para denunciá-la basta ter 
probabilidade, preciso de certeza só no final com a sentença, se tenho 
probabilidade posso denunciá-la, cada degrau representa a superação de um 
estágio da vinculação de uma pessoa com o fato criminoso. Possibilidade, 
probabilidade e certeza(escada que leva a um termo final), se ao final existe 
dúvida o réu deve ser absolvido, a probabilidade(indícios de autoria e 
materialidade), indícios são indicações, é possível que se demonstre no curso do 
processo a inocência, se há probabilidade posso acusar. 
 
Com a denúncia tenho já o acusado, a ação penal(afirmação,imputação, 
probabilidade, materialidade e indícios de autoria), processo 
judicial(confrontação), primeiro suspeito, segundo acusado com a ação penal e 
condenado com a sentença, mas há outra qualificação anterior a ação penal que é 
a situação de indiciado(indiciamento não é revisto no CPP, mas é uma forma de 
apontar os possíveis autores do crime antes de acusar a pessoas, indiciamento é 
feito pela polícia, é até possível que o MP não denuncie a pessoa indiciada por 
achar o MP que faltam elementos para oferecimento da denúncia). Investigação 
é uma garantia de liberdade, além de materializar a garantia de uma liberdade, 
idéia de evitar acusações manifestamente infundadas, estigmatização social da 
pessoa acusada penalmente, a investigação também assegura a liberdade 
evitando que acusações infundadas sejam proferidas, investigação não tem por 
objetivo fornecer certeza,não é desenhada para construir certeza que deverá ser 
atingida no final do processo, investigação deve levantar aspectos relacionados 
aos fatos, reconstruir os fatos e indicando quem deve ser o provável autor do 
fato, a investigação nos leva a apontar o provável autor, investigação como 
proposição simples ou enunciado( no dia 4 de abril as 11 da manhã a colega 
acabou assassinado o profº de processo, enunciado é a acusação que que se 
materializa com a denúncia ou com a queixa), é a partir do oferecimento da ação 
penal é que avaliamos se o enunciado é verdadeiro ou não, fase processual 
propriamente dita serve para averiguarmos se o enunciado da ação penal é 
verdadeiro ou não, o menor não comete crime, comete infração. 
 
Quais os órgãos incumbidos da investigação penal 
Art.144 CF, órgãos incumbidos de zelar pela segurança pública, 
PF,PRF,Polícias civis e militares. Mas, ao tratar da investigação criminal o 
legislador faz referência à polícia judiciária. Distinção com a polícia de 
segurança. A chamada polícia judiciária faz investigação, a apolícia de 
segurança é a de caráter ostensivo, faz patrulhamento de caráter ostensivo para 
evitar a prática de crimes, reprimir imediatamente a prática de crimes e 
restabelecer a ordem, essa é a função da polícia de segurança(manter, recompor 
a ordem), a polícia militar é a polícia de segurança.A polícia 
judiciária(expressão usada no sentido de uma polícia que presta auxílio à 
atividade jurisdicional no que se refere à investigação criminal, não tem 
finalidade de recompor a ordem, mas desempenha função investigatória de 
forma repressiva investigando a autoria de crimes. A polícia judiciária pode ser 
federal ou civil estadual(atribuição de poderes relacionada à competência 
jurisdicional, PF investiga crimes federais do art.109 da CF, crimes cometidos 
contra interesses da União ou de suas unidades autárquicas por exemplo, crimes 
previstos em tratados internacionais desde que o crime tenha tocado o território 
nacional, casos de competência da JF devem ser investigados pela PF).A Justiça 
estadual tem competência subsidiária, o que não for dos milicos e da PF, é da 
polícia civil, a violação desses critérios induz a nulidade da investigação? PF 
investiga crime estadual ou polícia civil investigando crime federal, é nula? Não 
é nulo, a nulidade ocorre quando violada regra de competência(regra de 
jurisdição que deve ser observada na jurisdição), as polícias tem atribuições e 
não competências, se uma polícia investiga algo de atribuição de outra não 
temos violação de competência, as polícias atuam no plano administrativo, mas 
se a investigação(inquérito) no seu curso tem uma decisão de um juiz 
incompetente então a decisão judicial no curso dessa investigação é nula, o ato 
decisório é nulo e todos os atos decorrentes desse ato decisório é nulo, atos 
decisório do juiz incompetente fere o juiz natural, mas se 
A investigação inicia para investigar tráfico estadual, faz-se interceptação com 
autorização de juiz estadual e só com isso se descobre que o tráfico é 
internacional, é razoável não anular tal decisão e mandar os autos para a PF. 
Promotor natural é questão controvertida(processar - alguns entendem que isso 
seria oferecer a acusação). 
Problema do MP, o MP poderia fazer uma investigação de natureza criminal? 
MP tem ou não poderes investigatórios? Para os que entendem que sim: 
argumentos do art.129 CF, é possível extrairmos indicações de que o MP 
poderia investigar, I-MP promover(poderia também investigar, se pode o mais 
que é acusar, pode o menos que é investigar), o art.129 também diz que o MP 
pode investigar nos inquéritos civis, e poderia assim fazer também no 
penal;VIII_ pode o MP requisitar diligências investigatórias e o MP faz o 
controle externo da atividade policial.Mas há outros que entendem não ser 
possível poderes investigatórios ao MP(art.144 CF, PF e políciacivil dos 
estados, constituinte foi expresso e onde não foi expresso não concedeu tal poder 
ao MP), promover a ação penal e investigar são funções diferentes, uma não 
contém a outra, o controle externo da polícia e função fiscalizadora e não 
implica a incorporação da atividade investigadora por parte do MP, é um 
controle de legalidade. Não há consenso na doutrina e jurisprudência sobre se o 
MP tem ou não poderes investigatórios no processo penal, para profº Mp não 
tem este poder. Precisamos resguardar a isonomia processual, e se atribuirmos 
ao MP a função investigatória estaríamos reforçando o poder do MP então 
deveria se dar poderes investigatórios também à defesa para preservar a 
igualdade de forças no processo. Se o MP investigar ele poderá ter interesse em 
esconder provar que não favoreçam a acusação, no TPI é a procuradoria que faz 
a investigação e acusação,mas a procuradoria do TPI é obrigada a colocar à 
disposição dos acusados as provas obtidas pela procuradoria e que favoreçam à 
defesa, e não somente as provas que favoreçam à acusação. 
 
Filme: em nome do pai. 
11.04.2011 
Inquérito policial 
Investigação (apuração-possibilidade); ação penal( 
afirmação,imputação/probabilidade/materialidade e indícios de autoria; processo 
judicial(confrontação); sentença(certeza/dúvida). 
 
A finalidade da investigação não se confunde coma do processo, a investigação tem por 
meta possibilitar uma acusação, que pode ser denúncia ou queixa-crime.No inquérito é 
um meio, meio mais corriqueiro de instrumentalizar a investigação criminal, não é o IP 
meio indispensável à propositura da ação apenal, para oferecimento da ação penal 
precisa-se da justa causa que pode ser obtida em outros meios, art.12 do CPP, IP 
acompanhará denúncia ou queixa sempre que acompanhar uma ou outra, podemos usar 
de outros meios para dar sustentabilidade para a ação penal. O órgão do MP dispensará 
o IP se já tiver elementos suficientes para oferecer a denúncia. Art.77,§1 lei 
9.099/95(regulamentou JEC), juízos competentes para julgamento dos crimes de menor 
potencial ofensivo, tais juizados estão informados por certos princípios: principio da 
informalidade, oralidade dos atos processuais e o princípio da concentração. Persecução 
penal mais célere e informal, legislador dispensa expressamente a instauração do 
inquérito policial, como se fará a formação da justa causa? A justa causa se fará com 
termo circunstanciado ou com exame médico, o termo circunstanciado assume forma 
muito semelhante ao boletim de ocorrência, tal termo circunstanciado é encaminhado ao 
JEC competente e pode tal termo estar acompanhado de exame médico hospitalar, o 
termo circunstanciado mais o exame médico já formam a justa causa penal, mas sempre 
que se fizer necessário o inquérito policial nos JEC, ocorre deslocamento da 
competência para a justiça comum. Art.16 lei 8176/91(crimes contra a ordem tributária), 
qualquer pessoa pode levar ao conhecimento do MP a ocorrência da prática de crime 
contra a ordem tributária, podendo o MP entender que já tem os elementos suficientes 
para propor a ação. Art.83 lei 9.430/96(procedimento administrativo fiscal, 
representação fiscal), o esgotamento da via administrativa fiscal é condição de 
procedibilidade para propor a ação penal fiscal, dispensando-se por isso o IP, já que é a 
administração fiscal que investiga se há ou não tributo devido. Procedimento próprio 
para apuração da materialidade(de busca e apreensão, procedimento judicial para busca 
e apreensão para buscar e localizar o produto resultado de violação de direito autoral e 
submeter tal produto à exame pericial e tal exame pericial é prova da materialidade 
delitiva, medida judicial, art.524/530 CPP). Art.513 CPP e sss estabelecem regras 
especiais nos crimes de responsabilidade do funcionário público, legislador afirma que a 
ação penal pode ser instaurado por elementos outros que não os colhidos em IP, 
procedimentos administrativos disciplinares colhem elementos que subsidiam a 
instauração de ação penal, sem necessidade de IP. O IP é a forma mais comum e usual, 
mas não é indispensável, já que tais elementos podem ser obtidos de outras formas, nos 
crimes de menor potencial ofensivo o inquérito é totalmente dispensado, se for 
necessário o IP a competência é deslocada do JEC para a justiça comum. 
Inquérito policial é conduzido pela polícia judiciária, mas há situação em que o 
inquérito policial não é conduzido pela policia judiciária: 
Art.9 e 10 CPM, crimes militares são de competência da justiça militar, o IPM será 
conduzido pela autoridade militar, o regramento jurídico do IPM é dado pelo CPPM.Ao 
definir o IPM o define como uma instrução provisória, idéia de provisoriedade dos 
elementos colhidos no curso do inquérito, são provisórios porque servem para o 
oferecimento da ação penal e não para a sentença, exceção dos exames periciais(são 
definitivos). Provisoriedade dos elementos do inquérito porque servem só para oferecer 
a ação penal e formar a justa causa penal, na prolação da sentença o juiz deve se valer 
dos elementos construídos num regime de contraditório. Código florestal(lei 4.771/65), 
podem conduzir o inquérito as autoridades policiais e além desta as autoridades 
incumbidas da fiscalização ambiental, procedimentos apuratórios instaurados pelas 
autoridades responsáveis pela fiscalização e tais resultados podem servir a ação penal 
contra crimes ambientais. LC 35/1979(LOMAN), prevê que sempre que houver indícios 
num IP que o crime foi cometido por autoridade judiciária, então o inquérito deveria ser 
remetido ao tribunal competente, art.33 LOMAN, foro por prerrogativa de função, 
regras justificadas em razão da função exercida pela pessoa. Lei 8.038/1990(regras em 
caso de competência originária do STJ e do STF), os art.1 e 3, regulamentam o 
inquérito, dizem tais artigos que os inquéritos serão conduzidos por tais cortes. O IP é 
dispensável quando tenhamos elementos que supram a justa causa penal, o inquérito 
também pode ser feito por outrem que não a polícia. 
CPI’s:art.58,§3 
CPI não é instituída para realizar investigação criminal, não tem função investigatória 
criminal, tem atividade de complementação da atividade legislativa, tem por escopo 
identificar defeitos na legislação, suas causas e apontar soluções para o aperfeiçoamento 
da legislação, de sua falta de eficácia, mas no curso dessa atividade podem surgir 
elementos indicativos de alguma prática delituosa, mas o objetivo dessa CPI não é 
investigar crimes e por conta dessa possibilidade de identificação dessa prática 
criminosa, podendo o relatório da CPI ser remetido ao MP para as providências penais 
cabíveis. Se o MP verificar que estão reunidos os elementos suficientes para instaurar 
uma ação penal, então oferece denúncia, se não, requisita instauração de IP à polícia. 
Lei 11.343/2006(art.54, prevê a possibilidade de deflagração de ação penal com base 
em relatório de CPI). Poderes: 
• CPI tem poderes de investigação próprios da autoridade judiciária: qual é o 
alcance desses poderes? Hoje existe relativo consenso de que essa expressão está 
permeada de atecnia, porque nosso sistema processual penal é um sistema 
acusatório, art.129,I CF/88. Juiz não tem poder investigatório, por essa 
expressão devemos entender, pela doutrina dominante, que a CPI detem poderes 
de autoridade policial no curso de uma investigação, poderes investigatórios que 
vão até o limite da reserva de jurisdição, poder equivalente ao das autoridades 
policiais, encontra limites na reserva de jurisdição(espaço de conhecimento e 
decisão exclusivo da autoridade judiciária, temas ligados à restrição de direitos 
fundamentais dependem de exclusiva decisão judiciária). 1º para restrição da 
inviolabilidade do domicílio, o ingresso no domicílio de alguém depende de 
autorização judicial prévia, reserva de jurisdição;2º sigilo das comunicações 
telefônicas só pode ser quebrado por autoridade judicial; 3º prisão: a decretação 
de prisão só podeser feita por ordem judicial, com exceção da prisão em 
flagrante que pode ser decretada por qualquer pessoa do povo. Só autoridade 
judiciária pode decretar prisão, a cargo da CPI pode ficar diligências que não 
necessitam de prévia autorização judicial(diligências, oitiva de testemunhas, 
requisição de documentos, há polêmica se a CPI pode requisitar documentos 
protegidos por sigilo fiscal ou bancário). CPI tem poder de convocar 
testemunhas e a pessoa tem dever de atender à intimação, mas entende-se que a 
pessoa pode ficar calada para não se auto-incriminar. A guarda civil 
metropolitana poderia realizar investigação criminal? A previsão de poderes da 
guarda civil é estrutura para proteção de bens e patrimônio públicos, função 
ostensivo e de repressão imediata informada pela necessidade de proteção do 
patrimônio municipal. CPI com finalidade precípua de apuração de deficiências 
legislativas. A antiga lei de falências, decreto-lei 7611/45, previa inquérito 
judicial para apuração de crimes falimentares, mas hoje a lei 11.101/2005 
extirpou do nosso ordenamento a idéia de inquérito judicial, nos crimes 
falimentares a investigação é feita pela polícia judiciária. 
 
Definição de IP: procedimento administrativo a cargo da polícia judiciária 
consistente em atos d investigação visando conferir justa causa(materialidade e 
indícios de autoria) para a ação penal, bem como para a obtenção de medidas 
cautelares cabíveis. Profº Scarance não concorda com a expressão procedimento 
que passa a idéia de um conjunto de atos sucessivos que estão conectados por 
uma conexão lógica. Há normas que definem como o IP é iniciado e como ele é 
encerrado, há uma discricionariedade para a autoridade policial conduzir o 
inquérito conduzir o inquérito de acordo com as necessidades da investigação 
apresentar, então seria o IP uma peça escrita destinada à formação da culpa 
penal. Formação da culpa: não deve ser confundida com a responsabilidade 
penal, idéia de culpa referentes à justa causa penal, formar um quadro de justa 
causa penal que propicie a admissibilidade da ação penal. 
Características do IP: 
 
1.Inquisitividade: seria o oposto do confronto e do contraditório, não há 
contraditório ainda porque não temos acusação, é uma apuração unilateral, 
requisito essencial para sua eficiência, busca unilateral de elementos para evitar 
o insucesso. 
2. cautelaridade: no curso do inquérito são realizadas diversas diligências 
pautadas pela urgência,art.6 CPP, preservação de provas e obtenção de 
elementos informativos, art.6,I CPP, preservação do local do crime,II- ato de 
conservação dos objetos, em caso de busca e apreensão domiciliar, prisão 
preventiva, interceptação telefônica é necessário intervenção judicial. 
3. Destinatários: acusador(público ou privado) em primeiro lugar e em segundo 
lugar ao juiz(medidas cautelares decididas pelo juiz com base nos elementos 
colhidos no inquérito policial), qual o valor probatório do IP? Art.155 CPP, juiz 
formará sua convicção pela livre apreciação das provas, mas não poderá se valer 
exclusivamente dos elementos informativos do IP, elemento informativo dá base 
para a instauração de uma ação penal, mas não pode dar base para a sentença, à 
exceção das provas cautelares irrepetíveis ou antecipadas, há provas colhidas no 
IP que não podem mais ser repetidas ou que foram colhidas antecipadamente 
para evitar o perecimento da prova(perícia em cadáver em virtude morte 
violenta), juiz ao sentenciar tem que se valer das provas, não pode se valer 
somente de elementos informativos do IP.

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