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Curso Fisioterapia – Nova Iguaçu Disciplina: Fisioterapia em Reumatologia SDE0942 Prof. Leonardo Brito Rio de Janeiro, 2020 Prezado aluno: os slides são apenas para apresentar tópicos da disciplina Para um aprofundamento você deverá procurar o material didático da Estácio e demais referências na biblioteca ARTRITE REUMATOÍDE 2 Definição Doença sistêmica, inflamatória, autoimune caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial preferencialmente das articulações periféricas. - Prevalência e Etiologia: 0,5% a 1% da população com predomínio do sexo feminino 3x1. (Goeldner, 2011) Faixa etária 30 aos 50 anos. Fatores Genéticos Fatores ambientais (Vírus, Bactérias, poluição do ar...) Ex. Vírus Epstein Barr; M. Tuberculosis; E. Coli; Fatores Imunológicos Fatores Neuroendocrinos Fatores comportamentais (Tabagismo) Manifestação Clínica: Aguda, Subaguda e Crônica Destruição e Remodelagem óssea: Osteoclastos e condrócitos Manifestações clínicas • Manifesta-se fundamentalmente nas articulações, Poliartrite simétrica; • Sinais Inflamatórios: Calor, rubor e edema • Sintomas iniciais: fadiga, mal estar, febre baixa e dores musculoesqueléticas vagas, antes do início das queixas articulares. • Comprometer outros órgãos, como pulmões, o coração, vasos sanguineos e os nervos periféricos. • Piores nos dois primeiros anos, período pelo qual ocorrem as erosões ósseas. Aguda • Dor; • Sinais flogísticos; • Edema; • Perda de função. Subaguda • ↓ dor; • ↓ sinais flogísticos; • enrijecimento matinal; • alterações articulares e musculares. Dores e fadiga generalizada Sinais flogísticos Acometimento art. proximais Rigidez matinal Edema articular e edema articular simétrico Nódulos subcutâneos Crepitação articular Hipotrofia muscular Classificação Colégio Americano de Reumatologia Clássica – 7 critérios por 6 semanas . Definida – 5 critérios por 6 semanas . Provável – 3 critérios por 6 semanas. Possível – 2 critérios por 3 semanas. Evolução patológica Inflamatória Espessamento da membrana sinovial das articulações e tendões Destruição Inflamação persiste Cartilagem articular é erosada assim como osso subcondral Tendões podem amolecer e se romper. Deformidade Deformidades visível nas articulações Podem ocorrer subluxações Seqüela da destruição Exames diferenciais • Exames Radiográficos: - Aumento da densidade na região periarticular(aumento de volume de partes moles). - Rarefação óssea - Diminuição do espaço articular. - Erosão do osso subcondral. - Subluxações. • A Artrocentese é a coleta do líquido sinovial através da punção da agulha de uma articulação inflamada. Este exame serve para avaliar a composição do líquido sinovial e descartar outras causas de artrite – Fator Reumatoide Positivo • Anti-CCP Anticorpo Antipeptidio Ciclico Citrulinadas DIAGNÓSICO DIFERENCIAL DA AR Tratamento da Artrite Reumatoíde • Não existe cura para a artrite reumatoide. O tratamento é voltado para redução dos processos inflamatórios e prevenção para as deformidades. • O tratamento não medicamentoso inclui exercícios físicos controlados, fisioterapia e orientação nutricional para se evitar o colesterol e sobrepeso. Não existe dieta especifica para AR. Artrite Reumatóide Juvenil (ARJ) É a doença reumática mais comum na infância causando incapacidade física na adolescência; Origem desconhecida; (infecciosos, imunológicos, genéticos, traumáticos e distúrbios psíquicos.) Doença inflamatória crônica, produzida pelo sistema imunológico da criança. (↓ 16 anos) Sexo feminino Definida como edema ou dor e limitação de movimentos em pelo menos uma articulação Não é uma doença fatal, mas se não for tratada pode causar sérias complicações, com a incapacidade funcional, tornando a criança totalmente dependente da família. • Os joelhos são as articulações mais frequentes acometidas; Edema articular e alterações da marcha são causas frequentes de encaminhamento de crianças ao reumatologista pediátrico. A ocorrência de artrite indolor em algumas crianças pode retardar a percepção da família e a procura por auxilio médico. Quadro clinico • Febre alta (>39°C) por 15 dias (pode preceder) • Exantema reumatoide (95% dos casos) • Linfadenomegalia (70% dos casos) • mais grave e menos comum • 10 A 20 % • grandes articulações são envolvidas • pode ocorrer dor abdominal (hepatoesplenomega lia) • pericardite é comum SISTÊMICO • aproximadamente 35% • 5 ou mais articulações. • 2 picos de maior incidência : entre 1 e 5 anos e entre 9 e 12 anos de idade • Anorexia, perda de peso, febre baixa, adenomegalia, hepatoesplenomeg alia), serosite. POLIARTICULAR • 30 a 50% • 1 a 4 articulações • Joelhos e articulações mais acometidos. • Anticorpos antinucleares encontrados (AAN) • Presença de uveíte indolor OLIGOARTICULAR Diagnóstico O processo articular inflamatório deve ser persistente, com duração mínima de 6 semanas, e algumas manifestações tais como rigidez matinal, febre intermitente, pericardite, espondilite cervical e nódulos reumatóides. Exame Radiológico : Alterações radiológicas iniciais: - osteoporose justa articular - edema de partes moles - alargamento do espaço articular - neoformação óssea periostal Alterações radiológicas tardias : - erosões marginais - redução do espaço articular - anquilose óssea - subluxação atlanto-axóidea - anormalidades do crescimento Exame Laboratorial : - Anemia é comum em todas as formas de início da doença. - VHS e a Proteína C - Reativa quase sempre estão elevadas. - Fator reumatóide (FR), sabe-se que o FRIgM é positivo em 15% das crianças. - Os testes para anticorpos antinucleares são positivos em aproximadamente 40%. - O estudo do líquido sinovial mostra processo inflamatório. TRATAMENTO • Terapia medicamentosa – analgésicos e antiinflamatórios. Conservador – Repouso das articulações inflamadas para promover analgesia e exercícios para a manutenção da amplitude de movimento e força muscular das articulações não inflamadas. Cirúrgico – pode feito uma artroplastia para substituição de uma articulação ou uma osteotomia para correção de uma deformidade. • Tratamento Fisioterápico: AR aguda – Repouso, mobilizações passivas e contração isométrica. Evita-se maior movimentação, pois aumenta a dor. AR subaguda – Não havendo dor , realiza-se cinesioterapia passiva e ativa, para recuperação da função. Trabalhar a mobilidade articular, fortalecimento, treinamento da marcha e atividades da vida diária. Artrite Séptica ou Piogênica • Processos infecciosos inespecíficos que acometem as articulações periféricas, é também articulações da coluna vertebral e de estruturas peri-articulares (bolsas sinoviais, bainhas tendinosas); • Uma infecção rara geralmente causada por bactérias, e se caracteriza por afetar apenas uma articulação (monoarticular) • Se tratada em tempo hábil com a terapêutica antimicrobiana adequada, há possibilidade de cura definitiva do paciente. • Acomete todas as idades. Etiopatogenia • Staphylococcus aureus e Neisseria gonorrhoeae • Apresenta-se de forma insidiosa, com intenso processo inflamatório; • O diagnóstico deve ser preciso e rápido pois coloca a vida do paciente em risco; • Cirurgias ortopédicas, com ou sem colocação de próteses metálicas; • Estados de imunodepressão (Doenças Malignas) • Colocação de cateteres endovenosos e uso de drogas; • Contusões; • Vacinas De que forma chega na articulação, bolsa sinovial ou bainha tendinosa? • Via Hematogênica: a partir de um foco infeccioso a distância, que pode se situar na pele, vias respiratórias, urinárias etc... ou então localizada em área óssea vizinha. • Via Direta: Inoculação de germes através de perda da integridade do aparelho locomotor (traumatismo, punção, cirurgias) • Via por Contiguidade: infecção nas proximidades da articulação Em resposta a infecção bacteriana, a membrana sinovial torna-se edemaciadae hipertrofiada em poucas horas; Presença de Pannus subcondral Edema nas partes moles Diagnóstico • As manifestações são exuberantes, de forma aguda, com febre e calafrios. Presença de eritema, calor e dor local; irregularidade das partes moles. • Infecções Poliarticulares Maior mortalidade • Outros focos infecciosos: infecções de pele: foliculite, furúnculo, impetigo, erisipela. Artrocentese: Cultura do líquido sinovial Radiografia, TC. RNM Hemocultura Bacteriocospia pelo GRam TRATAMENTO OBJETIVOS: ▪ Aliviar a Dor; ▪ Manter ou melhorar a amplitude de movimento, força muscular e resistência muscular e aeróbica; ▪ Minimizar a progressão das lesões (deformidades); ▪ Manutenção da função; ▪ Prevenir contraturas; ▪ Melhorar marcha e postura; ▪ Preservar / melhorar habilidade de executar AVD’S ▪ Atividade em atividades recreativas; ▪ Apoio e orientação familiar. TRATAMENTO • FASE AGUDA: exercícios passivos ou ativo- assistidos; contrações isométricas; • FASE SUBAGUDA E CRÔNICA: iniciar exercícios de mobilização ativa e ativa-assistida e alongamento muscular; Artrite Associada a Entesite • Acomete principalmente meninos numa proporção 9:1; • Os locais mais frequentes de entesite (inflamação dolorosa nos pontos onde os tendões e ligamentos se inserem nos ossos) ENTESE: ZONA OSSEA ONDE SE INSERE OS TENDÕES Artrite Psoriática Síndrome de Sjögren • Doença inflamatória auto-imune, crônica e multissistêmica, que acomete principalmente glândulas de secreção exócrina, especialmente as salivares e lacrimais, e órgãos como a pele, o fígado, os pulmões, os rins, os vasos e o sistema nervoso. • Pode ser primária ou secundária, sendo esta última associada a outra doença auto-imune como a artrite reumatóide, o lupus eritematoso sistêmico ou a esclerose sistêmica. Etiopatologia • Três aspectos básicos são considerados : 1. a auto-imunidade desencadeada por fatores ambientais; 2. a perpetuação da auto-imunidade através de mecanismos reguladores da resposta imunológica; 3. a lesão tecidual desencadeada por processo inflamatório crônico. • Os principais agentes implicados no desenvolvimento da síndrome são os vírus, entre eles o herpes vírus (Epstein-Baar vírus e herpes vírus humano tipo 6), o vírus da hepatite C e os retrovírus. • O agente etiológico mais provável é o vírus de Epstein-Baar. CLINICA ALTERAÇÕES: • Oculares • Oreofaríngeo • Manifestações extraglandulares • Pulmonares • Gastrointestinais • Vasculares • Musculares • Sistema Nervoso SISTEMA NERVOSO: -10% dos pacientes, - Envolvimento sensitivo e motor dos nervo periféricos (neuropatia sensoriomotora periférica). -Polineuropatia simétrica, sensitiva distal, afetando mais as extremidades inferiores, com leve anestesia e parestesia. MUSCULARES: - 2,5 a 10% dos casos, - Miosite clássica, - Fraqueza muscular proximal. DIAGNÓSTICO • anemia leve, de doença crônica, em 25% dos pacientes • aumento da VHS em 80 a 90% dos casos • elevação da gamaglobulina em 80% dos pacientes • fator reumatóide presente em 75 a 90% dos casos Atualmente utiliza-se o critério europeu. (presença de quatro dos seis parâmetros estabelecidos) 1. Sintomas oculares (pelo menos um presente) 2. Sintomas orais (pelo menos um presente) 3. Sinais oculares (pelo menos um presente) 4. Envolvimento das glândulas salivares (pelo menos um presente) 5. Achados histológicos nas glândulas salivares 6. Auto-anticorpos (pelo menos um presente) TRATAMENTO • o objetivo principal do tratamento da ceratoconjuntivite seca é a lubrificação dos olhos através da lágrima artificial, aplicada várias vezes ao dia • o estímulo da secreção salivar pode ser obtido com balas de limão, goma de mascar, pilocarpina ou neoestigmina • a secura vaginal e a pele seca são tratadas com lubrificantes e loções umidificantes, • os sintomas gerais de febre e mialgia devem ser abordados pelo controle do processo inflamatório da doença e a fadiga pela correção dos distúrbios do sono, responsáveis em grande parte por esse sintoma • deve-se evitar os antiinflamatórios não-hormonais devido à alteração hepática e renal que podem provocar • recomenda-se o uso de corticoesteróides em doses altas e/ou drogas imunossupressoras Febre reumática Doença inflamatória que pode comprometer as articulações, o coração, o cérebro e a pele de crianças de 5 a 15 anos. - Reação a uma infecção de garganta por uma bactéria conhecida como estreptococo; - Geralmente em crianças maior de 3 anos; - Uma a duas semanas começa a apresentar as queixas; - Caracterizada (febre, dor de garganta, aumento dos gânglios e pontos vermelhos ou placas de pus na garganta.) Epidemiologia • Jovens na faixa etária de 5 a 15 anos, sem preferência por sexo e por raça. • Joelho e Tornozelo – artrite (dor intensa, calor discreto e inchaço) • É comum a dor e as outras alterações passarem de uma articulação para outra permanecendo de 2 a 3 dias em cada uma. • A simples presença de dor em uma ou mais articulações ou nas pernas e sem as outras alterações (inchaço e calor), não é um sinal da doença. Manifestações clinicas • Artrite (joelho e tornozelo) • Cardite (sopro, ↑ fc e cançaso) • Coréia ( fraqueza de MMSS eMMII por sensibilidade emocional) OBS: A febre reumática pode vir isolada (sem a artrite e/ou cardite) e meses após o quadro da infecção de garganta. Quadro Clinico e diagnóstico Inflamações proliferativas e exudativas • Articulações • Coração • Pele • História de inflamação na garganta; • Sopro Cardiaco; • Exame de sangue - Velocidade de hemossedimentação (VHS) - Proteína C reativa (PCR) - Alfa glicoproteína - Dosagem da anti estreptolisina (ALSO) Tratamento • 1) tratar a inflamação de garganta • 2) tratar a artrite com antiinflamatório não hormonal como o ácido acetil salicílico (AAS) na dose de 80 a 100 mg/kg/dia por 4 a 6 semanas. O coração se utiliza o corticóide na dose de 1 a 2 mg/kg/dia por 6 a 8 semanas e para o tratamento da coréia o haloperidol ou o ácido valpróico até os movimentos cessarem. • 3) Repouso relativo por 15 dias • 4) Se houver manifestações cardíacas pode chegar de 2 a 3 meses • 5) Tratar as impossibilidades funcionais (se houver) Espondilite anquilosante • Doença inflamatória crônica que acomete as articulações sacroilíacas, em graus variáveis a coluna vertebral e, em menor extensão, as articulações periféricas. • Relacionada a fatores infecciosos, ambientais e genéticos, entretanto ainda desconhecido • Encontrada de forma indistinta nos dois sexos, porém, há predileção pelos indivíduos caucasianos do sexo masculino na proporção de 2 - 4 : 1 • primeiros sintomas entre os 20 e os 35 anos. • ligação com o antígeno HLA-B27 Fisiopatologia • Reação inflamatória com infiltração de linfócitos; • Formação de tecido de granulação e erosão do osso subjacente • Substituição do tecido de granulação por tecido fibroso Calcificação do tecido fibroso levando a anquilose da articulação Manifestações clinicas • dor ao nível das articulações sacroilíacas e/ou da coluna lombar. • dor lombar pode irradiar para os membros inferiores, sendo com freqüência bilateral, sem sintomas de parestesia. • Associa-se à dor uma rigidez matinal que será mais intensa quanto maior for a atividade clínica da doença. • No exame físico observa-se redução e até retificação da lordose lombar. • A progressão da doença na coluna vertebral ocorre de forma ascendente. • Na coluna cervical pode ocorrer dor, limitação de movimentos, retificação e até perda da lordose fisiológica normal. • As complicações mais comuns do envolvimento vertebral são : subluxação atlas-áxis, fraturas secundárias e osteoporose. • O acometimento articular periférico (dor, edema, calor e limitação) é mais comum nas grandes articulações (coxofemorais, joelhos, ombros, tornozelos e metatarsofalangeanas). • A artrite crônica está presente em 30% dos casos. Manifestações extra-articulares • É uma doença sistêmica apesar da preferência articular.• Os sintomas consistem de: astenia, fadiga, hiporexia, emagrecimento leve e febrícula. • Os olhos são acometidos em 20 a 30% dos casos. • As manifestações cardiorrespiratórias são: distúrbios de condução do ritmo cardíaco, insuficiência aórtica, pericardite, miocardite e fibrose pulmonar apical que evolui para a bilateralidade. Diagnóstico • Exames Laboratoriais : Inespecíficos e consistem em alterações crônicas. Anemia, leucocitose leve, aumento de hemossedimentação e de proteína C reativa e elevações de fosfatase alcalina e de IgA. • Exame Radiológico : Alterações no esqueleto axial. Articulações sacrilíacas • dor lombossacra com pelo menos três meses de duração, que melhora com exercício e não alivia com o repouso • limitação da mobilidade lombar nos planos anterior, posterior e laterais • redução da expansibilidade torácica, medida no quarto espaço intercostal, com valores iguais ou inferiores a 2,5 cm Tratamento OBJETIVOS • Conscientizar o paciente da importância da sua frequência ao tratamento; • Diminuir Dor, Rigidez, Fadiga e inflamação; • Manter ou aumentar a mobilidade da coluna e articulações periféricas; • Prevenir ou diminuir retrações e/ou encurtamento muscular; • Fortalecer músculos; • Manter ou aumentar a expansibilidade da caixa torácica; • Preservar função; • Melhorar qualidade de vida.
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