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Prof. Andrea Horst Neuroanatomia I 05/03/2021 1 Luana M. Faria – ATM 2026/2 PARES CRANIANOS São os nervos que saem da base do crânio e que passam pelos forames dos ossos. Os nervos são divididos em dois grupos → Cranianos: saem da base do crânio (12) → Raquidianos: saem da medula espinal (31) PARES CRANIANOS São numerados de acordo com sua origem, da região anterior para posterior I PAR CRANIANO (NC I) OLFATÓRIO Os nervos olfatórios têm fibras sensitivas relacionadas com o sentido especial do olfato. Os neurônios receptores olfatórios estão no epitélio olfatório (túnica mucosa olfatória) no teto da cavidade nasal Os prolongamentos centrais dos neurônios receptores olfatórios ascendem através dos forames na lâmina cribiforme do etmoide para chegar aos bulbos olfatórios na fossa anterior do crânio. Esses nervos fazem sinapse em neurônios nos bulbos, e os prolongamentos desses neurônios acompanham os tratos olfatórios até as áreas primárias e associadas do córtex cerebral. Sentido unilateral Considerações clínicas: Anosmia unilateral: tumor em lobo frontal, suspeita de covid. Anosmia bilateral: traumas cranianos. Fraturas de fossa anterior com licoreira Delírios olfatórios: tumores na região do uncus. Perda de consciência e movimentos mastigatórios. II PAR CRANIANO (NC II) ÓPTICO Os nervos ópticos (NC II) têm fibras sensitivas responsáveis pelo sentido especial da visão. As fibras do nervo óptico originam-se de células ganglionares na retina. As fibras nervosas saem da órbita através dos canais ópticos; as fibras da metade nasal da retina cruzam para o outro lado no quiasma óptico (formando esse “X”), serve para não duplicar as imagens. Depois, as fibras seguem através dos tratos ópticos até os corpos geniculados do tálamo, onde fazem sinapse em neurônios cujos processos formam as radiações ópticas para o córtex visual primário do lobo occipital. Considerações clínicas: Cegueira ipsilateral: lesões no nervo ou na retina Hemianopia bitemporal: lesões no quiasma Defeitos contralaterais homônios: lesões na via óptica Prof. Andrea Horst Neuroanatomia I 05/03/2021 2 Luana M. Faria – ATM 2026/2 III PAR CRANIANO (NC III) ÓCULO-MOTOR Os nervos oculomotores (NC III) enviam fibras motoras somáticas para todos os músculos extrínsecos do bulbo do olho, exceto o oblíquo superior e o reto lateral. Esses nervos também enviam fibras parassimpáticas pré- ganglionares para o gânglio ciliar para inervação do corpo ciliar e do músculo esfíncter da pupila. Esses nervos originam-se do tronco encefálico, emergindo medialmente aos pedúnculos cerebrais, e seguem na parede lateral do seio cavernoso. Esses nervos entram na órbita através das fissuras orbitais superiores e dividem-se em ramos superior e inferior. → Nervo eferente → Fibras motoras: músculo extrinscicos do olho → Fibras parassimpáticas da pupila → Fisurra orbital superior Considerações clínicas: Ptose: paralisia da pálpebra Estrabismo Midríase: dilatação da pupila IV PAR CRANIANO (NC IV) TROCLEAR Os nervos trocleares (NC IV) enviam fibras motoras somáticas para os músculos oblíquos superiores, que abduzem, deprimem e giram medialmente a pupila. Emergem da face posterior do tronco encefálico. Os nervos seguem um trajeto intracraniano longo, seguindo ao redor do tronco encefálico para atravessar a dura-máter na margem livre do tentório do cerebelo, perto do processo clinoide posterior. Em seguida, os nervos passam na parede lateral do seio cavernoso, entrando na órbita através das fissuras orbitais superiores. Considerações clínicas: Diplopia vertical oposto a lesão Paciente tende a inclinar a cabeça para o lado V PAR CRANIANO (NC V) TRIGÊMEO O nervo trigêmeo (NC V) conduz fibras motoras para os músculos da mastigação, milo-hióideo, ventre anterior do músculo digástrico, tensor do tímpano e tensor do véu palatino. Distribui fibras parassimpáticas pós-ganglionares da cabeça até seus destinos. É ensitivo para a duramáter das fossas anterior e média do crânio, pele da face, dentes, gengiva, túnica mucosa da cavidade nasal, seios paranasais e boca. Origina-se na superfície lateral da ponte por duas raízes: motora e sensitiva. Essas raízes cruzam a parte medial da crista da parte petrosa do temporal e entram na cavidade trigeminal da dura-máter lateralmente ao corpo do esfenoide e ao seio cavernoso. A raiz sensitiva leva ao gânglio trigeminal; a raiz motora segue paralelamente à raiz sensitiva, depois passa ao largo do gânglio e torna-se parte do nervo mandibular (NC V3). Apresentam 4 derivações V1) OFTALMICA V2) MAXILAR V3) MANDIBULAR V4) MASTIGATÓRIA → Todos os ramos inervam as meninges supratentoriais → Via aferente: dor, temperatura, tato, pressão face, meninges, dentes, mucosas da boca, nariz e seios paranasais. Prof. Andrea Horst Neuroanatomia I 05/03/2021 3 Luana M. Faria – ATM 2026/2 Considerações clínicas: Mialgia do trigêmeo: geralmente associada pelos remos maxilar e mandibular. Trata-se com antidepressivo, anticonvulsivo para alterar centralmente as sinapses e tentar diminuir esses estímulos de informação, os P.A. que chegam lá. VI PAR CRANIANO (NC VI) ABDUCENTE Os nervos abducentes (NC VI) conduzem fibras motoras somáticas para os músculos retos laterais dos bulbos dos olhos. Os nervos originam-se da ponte, perfuram a dura-máter no clivo, atravessam o seio cavernoso e as fissuras orbitais superiores e entram nas órbitas. Abrir o olho Considerações clínicas: Estrabismo convergente VII PAR CRANIANO (NC VII) FACIAL Os nervos faciais (NC VII) enviam fibras motoras para os músculos estapédio, ventre posterior do músculo digástrico, estilo-hióideo, faciais e do couro cabeludo. Enviam fibras parassimpáticas pré-ganglionares através do nervo intermédio (raiz menor do NC VII) destinadas aos gânglios pterigopalatino e submandibular através dos nervos petroso maior e corda do tímpano, respectivamente. É sensitivo para parte da pele do meato acústico externo e, através do nervo intermédio, é sensitivo para o paladar dos dois terços anteriores da língua e o palato mole. Origina-se da margem posterior da ponte e atravessa o meato acústico interno e o canal facial na parte petrosa do temporal. Sai através do forame estilo mastoideo; seu principal tronco forma o plexo nervoso intraparotídeo → Atravessa o meato acústico, entra no osso temporal forame estilomastodoideo → Glândula parótida – secreção salivar → Tímpano (contração) - → Músculos da face → Glândula lacrimal → Fibras gustatórias 2/3 → Inervação não dolorosa Considerações clínicas: Paralisia lipsilateral da face Distúrbios de paladar Lacrimejamento Salivação VIII PAR CRANIANO (NC VIII) VESTIBULOCOCLEAR Os nervos vestibulococleares (NC VIII) conduzem fibras relacionadas com os sentidos especiais da audição, do equilíbrio e do movimento. Originam-se do sulco entre a ponte e o bulbo. Atravessam o meato acústico interno e dividemse nos nervos coclear e vestibular. É sensitivo para o órgão espiral (para o sentido da audição). O nervo vestibular é sensitivo para as cristas ampulares dos ductos semicirculares e as máculas do sáculo e utrículo (para o sentido do equilíbrio e movimento). Prof. Andrea Horst Neuroanatomia I 05/03/2021 4 Luana M. Faria – ATM 2026/2 Considerações clínicas: Sistema vestibular Sistema colcear Nistágmo ∙ Central: déficit auditivo bilateral Desequilíbrio Vertigem Periférico: déficit unilateral Náusea Vômitos IX PAR CRANIANO (NC IX) GLOSSOFARÍNGEO O nervo glossofaríngeo (NCIX) envia fibras motoras somáticas para o músculo estilofaríngeo e fibras motoras viscerais (parassimpáticas pré-ganglionares) para o gânglio ótico para inervação da glândula parótida. Envia fibras sensitivas para o terço posterior da língua (incluindo paladar), faringe, cavidade timpânica, tuba auditiva, glomo e seio caróticos. Originam-se da extremidade rostral do bulbo e saem do crânio através dos forames jugulares. Seguem entre os músculos constritores superior e médio da faringe até a fossa tonsilar e entram no terço posterior da língua. → Nervo aferente → Forame da julgar → Sensibilidade gustativa → Sensibilidade faringe, palato, tonsilas tuba auditiva, corpo e seio caroteídeo Considerações clínicas: Perda sensorial da faringe Perda da gustação no terço posterior Fraqueza faríngea Perda de salivação X PAR CRANIANO (NC X) VAGO Os nervos vagos (NC X) enviam fibras motoras para os músculos voluntários da laringe e da parte superior do esôfago. Enviam fibras motoras viscerais (parassimpáticas pré- ganglionares) para os músculos involuntários e glândulas da: (1) árvore traqueobronquial e esôfago através dos plexos pulmonar e esofágico (2) coração através do plexo cardíaco (3) sistema digestório até a flexura esquerda do colo via troncos vagais. Enviam fibras sensitivas para a faringe, laringe e vias aferentes reflexas dessas mesmas áreas. Originam-se de 8 a 10 radículas nas faces laterais do bulbo do tronco encefálico. Entram no mediastino superior posteriormente às articulações esternoclavicular e veias braquiocefálicas. Dão origem aos nervos recorrentes direito e esquerdo e, então, a partir do plexo esofágico, transformam-se nos troncos vagais anterior e posterior, que continuam até o abdome. Prof. Andrea Horst Neuroanatomia I 05/03/2021 5 Luana M. Faria – ATM 2026/2 XI PAR CRANIANO (NC XI) ACESSÓRIO Os nervos acessórios (NC XI) enviam fibras motoras somáticas para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Os nervos originam-se como radículas das laterais da medula espinal nos cinco ou seis segmentos cervicais superiores. Ascendem até a cavidade craniana através do forame magno e saem através dos forames jugulares, cruzando a região cervical lateral, onde as fibras proprioceptivas e para dor do plexo cervical se juntam aos nervos. → Nervo motor → Origem nos segmentos cervicais superiores → Forame julgar → Músculos cervicais → Auxilia a musculatura da região cervical junto com o glossofaríngeo XII PAR CRANIANO (NC XII) HIPOGLOSSO Os nervos hipoglossos (NC XII) enviam fibras motoras somáticas para os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, com exceção do palatoglosso (na verdade, um músculo do palato). Originam-se por várias radículas entre as pirâmides e as olivas do bulbo. Atravessam os canais dos nervos hipoglossos e seguem inferior e anteriormente, passando medialmente aos ângulos da mandíbula e entre os músculos milo-hióideo e hipoglosso para chegar aos músculos da língua. Considerações clínicas: Paralisia do nervo: deslocamento da língua para o lado oposto Lesão bilateral: paralisia flácida PARES RAQUIDIANOS • Cervicais (8 pares) • Torácica (12 pares) • Lombar (5 pares) • Sacral (5 pares) • Coccígeo (1 par) DERMÁTOMOS
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