Buscar

ANOTAÇÕES - DIREITO DE FAMÍLIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
 
DIREITO DE FAMÍLIA, FAMÍLIA E PARENTESCO 
 
 
1 – Disposição da Matéria no Código 
 
2 – Conceito de Direito de Família 
 
3 – Objeto 
 
4 – O que é família? 
 
* explicação antecipada sobre “relações de parentesco” 
 
5 – Conteúdo do Direito de Família 
 
 
--------------------------------------------------------------------------- 
 
 
1 – Disposição da Matéria no Código 
 
Para termos uma visão geral da matéria, devemos fazer um comparativo do 
Código Civil de 1916 com o Código Civil de 2002, tanto em relação ao número de 
dispositivos, quanto com relação à localização da matéria no Código Civil. Há que 
se atentar para a redução substancial no número de dispositivos de um Código 
para o outro, bem como para uma mudança de localização da matéria no Código 
Civil. 
 
 
 2 
 
2 – Conceito de DIREITO DE FAMÍLIA (Clóvis Beviláqua): 
 
Direito de Família é o complexo das normas, que regulam a celebração do 
casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e 
econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e 
filhos, o vínculo do parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela. 
 
Este conceito precisa, atualmente, ser complementado. 
 
3 - Objeto 
 
Reger as RELAÇÕES de FAMÍLIA e suas INFLUÊNCIAS SOBRE PESSOAS E 
BENS. 
Devemos pensar, portanto, em exemplos de normas que expressem a tutela 
a esses interesses. 
 
 
5 - O que é família ? 
 
O Código Civil não define, mas a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, 
§ 3º e § 4º , traz alguns parâmetros.Vejamos: 
 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
$ 1. O casamento é civil e gratuita a celebração 
$ 2. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
$ 3. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em 
casamento. 
$ 4. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. 
 3 
Conceito doutrinário de família 
 
Atenção para o conceito que traz a família composta por “parentes em linha reta e 
colaterais sucessíveis até o 4º. Grau”. 
 
• Necessária, nesse caso, para a compreensão, a explicação de graus e 
antecipação de aula de parentesco 
 
 
 
* DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO 
 
PARENTESCO é a relação vinculatória existente não só entre pessoas que 
descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre 
o cônjuge e os parentes do outro e entre adotante e adotado. 
 
 
1 – Espécies de Parentesco 
 
 
A) NATURAL OU CONSANGUÍNEO - vínculo entre pessoas descendentes de 
um mesmo tronco ancestral, portanto ligadas, umas às outras, pelo mesmo 
sangue. ex. Pai e filho, dois primos etc... 
B) AFIM – vínculo que se estabelece por determinação legal. Vide artigo 1.595 do 
CC 
C) CIVIL – é o que se refere à adoção 
D) OUTRA ORIGEM – segundo o art. 1.593, in fine Ex. inseminação artificial com 
material de doador 
 
 
 
 4 
Atenção: 
 
São parentes em linha reta as pessoas que estão ligadas umas às outras em uma 
relação de ascendência e de descendência. 
 
O parentesco em linha colateral é aquele em as pessoas são provenientes de um 
só tronco, sem descenderem uma das outras. Cabe ressaltar que o parentesco em 
linha colateral só é contado até o quarto grau (art. 1.592, CC). 
 
Observe-se, ainda, que na linha colateral ou transversal, o parentesco pode ser: 
• Igual – Quando a distância entre as pessoas que estão sendo comparadas 
com relação ao ascendente comum for a mesma; 
• Desigual – Quando a distância entre as pessoas que estão sendo 
comparadas com relação ao ascendente comum for diferente. 
 
Todos os “Desenhos” serão feitos e esclarecidos em aula síncrona 
 
5 - CONTEÚDO DO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
A Constituição Federal de 1988 inovou e trouxe 3 (três) grandes alterações para o 
Direito de Família, alterando susbtancialmente seu conteúdo: 
 
1 – IGUALDADE ENTRE OS CÔNJUGES 
- Vide Lei n. 4121/62 
 
2 – FILIAÇÃO 
- art. 227, § 6º, da Constituição Federal - igualou os direitos e proibiu qualquer 
designação discriminatória 
 
3 – UNIÃO ESTÁVEL 
- reconhecida como entidade familiar 
 1 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
UNIÃO ESTÁVEL 
 
 
A – Evolução histórico-legislativa da União Estável 
 
B - Nomenclatura 
 
C - Conceito de União estável 
 
D – Elementos Constitutivos 
 
E – Deveres mútuos 
 
F – Contrato de Convivência e Regimes de Bens 
 
 
--------------------------------------------- 
 
 
A – Evolução histórico-legislativa da União Estável 
 
 
- Fatores de crescimento do número de uniões: casamentos apenas religiosos e 
impossibilidade de divórcio até 77 
 
- Em 1988, a Constituição Federal reconheceu a União Estável como entidade 
Familiar 
 
- Lei 8971/94 - “Lei dos companheiros”: 
 
• reconheceu dirreito a alimentos e direitos sucessórios para 
os companheiros, desde que preenchidos alguns 
requisitos. 
 
Requisitos: 
 
• união com mais de 5 anos ou com prole; 
• pessoa desimpedida, ou seja, solteira, viuva, separada 
judicialmente ou divorciada. 
 
 
- Lei 9278/96, “Lei dos conviventes”: 
 
• previu a presunção de que os bens adquiridos durante 
a convivência seriam comuns. 
 2 
Requisito: 
• necessidade de comprovação do “objetivo de 
constituição de família”; 
• não exigia prazo de 5 anos ou qualquer outro requisito. 
 
 
B - Nomenclatura 
 
Antiga 
 
Concubinato puro – união duradoura de pessoas livres e desimpedidas 
Concubinato impuro– adulterino–se houvesse impedimento de casamento anterior 
 incestuoso–se houvesse impedimento de parentesco próximo 
 
Atual 
 
União estável - união duradoura de pessoas livres e desimpedidas 
Concubinato – Relações “não eventuais” entre pessoas impedidas de casar (artigo 
1.727 do Código Civil) 
 
 
C - Conceito de União estável 
 
Vide conceito do Artigo 1723: 
 
“É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, 
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o 
objetivo de constituição de família.” 
 
 
D - Elementos constitutivos da União Estável 
 
1 – Estabilidade – a consequência da estabilidade é a durabilidade, mas a 
Constituição Federal não estabeleceu um tempo determinado. O Código Civil, 
contudo, exige o “ânimo” de constituir família; 
 
2 – Continuidade – sem interrupções ou sobressaltos, mas deve ser analisado o 
caso concreto; 
 
3 – Publicidade –notoriedade da união. Ambos devem se apresentar como 
cônjuges, situação que se assemelha a posse do estado de casado. 
 
4 – Diversidade de sexos – afastava-se, de plano, até o entendimento do SFT, 
qualquer hipótese que união de pessoas do mesmo sexo ser reconhecida como 
união estável. Até este entendimento, eventuais direitos eram amparados no 
campo obrigacional, isto é, como se os relacionamentos fossem sociedades de 
fato. 
 3 
 
5 – Objetivo de constituir família – corolário de todos os elementos legais 
antecedentes. Não é necessário prole em comum, mas sim comunhão de vida e 
interesses. 
 
 
E - Deveres mútuos 
 
Art. 1.724 – lealdade, respeito e assistência e de guarda, sustento e educação dos 
filhos. 
 
O dever de lealdade pode ser entendido como dever de fidelidade? 
 
A vida em comum no mesmo domicílio é exigida? 
 
Atenção para a Sumula 382 do STF... a vida em comum não é indispensável a 
caracterização do concubinato. 
 
* Recomendável analisar a demanda que deu origem à súmula 
 
 
F - contrato de convivência e regime de bens 
 
Há tanto escrituras públicas quanto contratos particulares de Uniões Estáveis. 
Com relação aos regimes de bens, atentar para o artigo 1.725: 
 
“Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.”1 
DIREITO DE FAMÍLIA - CASAMENTO 
 
“Roteiro de aula” 
 
 
1 – Casamento - Definição 
 
 
2 – Fins do Casamento 
 
 
3 – Criação do Casamemto Civil 
 
 
4 – Casamento Inexistente 
 
 
5 - Processo de Habilitação 
 
- exigências - documentos 
 
- publicação - art. 1.527 cc – vide hipótese de dispensa 
 
 
6 - Impedimentos 
 
- Comparação do CC de 1916 com o CC de 2002 
 
- Hipóteses do artigo 1.521 do Código Civil 
 
 
7 – Causas Suspensivavs 
 
- Hipóteses do artigo 1.523 do Código Civil 
 
- Exceções 
 
 
8 – Oposição de Impedimentos e Causas Suspensivas 
 
- Particularidades 
 
 
 
 
 
 
 2 
1 - CASAMENTO - DEFINIÇÃO de Silvio Rodrigues 
 
 
É o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do “homem 
e da mulher”, de conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações 
sexuais, cuidarem da prole comum e se prestarem mútua assistência. 
 
- Atenção: os grifos representam relação com a discussão quanto à natureza 
jurídica do Casamento 
 
 
2 – FINS DO CASAMENTO 
 
 
Além dos fins previstos no conceito do Silvio Rodrigues, como 
- disciplinar as relações sexuais 
- proteção da prole (“cuidar”) 
- mútua assistência 
 
Temos os fins destacados por Maria Helena Diniz: 
 
- a instituição da família matrimonial; 
 
- procriação visto que, para a autora, é a conseqüência lógico-natural do 
casamento. Esclarece, contudo, Maria Helena que a falta de filhos não afeta o 
matrimônio, por não ser “essencial”; 
 
- estabelecimento de deveres patrimoniais ou não entre os cônjuges, como 
conseqüência do auxílio mútuo e recíproco. 
 
- atribuição do nome ao cônjuge e aos filhos (1565, parágrafo 1º) 
 
 
3 – CRIAÇÃO DO CASAMEMTO CIVIL 
 
Em Portugal e no Brasil Império existia o casamento entre católicos, celebrado por 
sacerdotes, pois os princípios do Direito canônico regiam todo e qualquer ato 
nupcial. 
 
Com a chegada de novas crenças ao Brasil e por um projeto apresentado em 
1858 pelo então Ministro da Justiça, Diogo de Vasconcelos, foi promulgada a lei 
1.144, em 1861, que permitia o casamento de não católicos 
 
A partir desse momento passaram a ser praticados 3 tipos de casamento no 
Brasil: 
 
• ato nupcial – católico, acatólico e misto. 
 3 
 
 
Com a proclamação da República deu-se a separação entre a Igreja e o Estado, 
vindo o Dec. 181/1890, de 24 de janeiro, estabelecer o casamento civil e 
acabar com qualquer valor jurídico do casamento religioso. 
 
A CF de 34, todavia, em seu art. 146, possibilitou que se atribuísse ao casamento 
religioso efeitos civis, desde que observadas as prescrições legais. Abertura que 
resultou na forma especial de celebração de casamento que temos hoje, chamada 
de Casamento Religioso com Efeitos Civis. 
 
 
4 - CASAMENTO INEXISTENTE 
 
 
O CC não trata de forma específica das condições de existência do 
casamento. 
 
- O conceito de casamento inexistente apareceu na França, em razão do 
princípio de que não pode haver nulidade sem expressa disposição legal. 
 
- Essa doutrina aponta 3 requisitos essenciais do casamento cuja falta faz com 
que seja considerado inexistente: 
 
 
1 – diversidade de sexo - Deve-se distinguir a identidade de sexos dos vícios 
congênitos de formação, como a dubiedade de sexos, por exemplo. Elemento que 
deve ser interpretado, atualmente, em conformidade com o posicionamento do 
STF e do STJ quanto às uniões homoafetivas. 
 
2 –consentimento - se houver ausência total de consentimento teremos o ato 
inexistente. Ex. Procuração sem poderes especiais. 
 
3 – celebração - Ex. Se duas pessoas se casarem redigindo um instrumento 
particular temporário o casamento será inexistente. 
 
Como destruir o que não existe ? Silvio Rodrigues ressalta que o casamento 
inexistente é um NADA jurídico, mas um NADA que incomoda uma vez que se 
deve promover ação declará-lo inexistente. 
 
 
5 - PROCESSO DE HABILITAÇÃO 
 
O Estado diante do casamento pode ter 2 atitudes: 
 
a) atitude preventiva – evita que impedidos se casem 
b) atitude repressiva – prevê a nulidade ou anulação do casamento 
 4 
 
 
AÇÃO PREVENTIVA – Processo de Habilitação – art. 1525 
 
Por ser ato eminentemente formal, deve ater-se às prescrições formais de ordem 
pública que demonstram a capacidade nupcial ou a habilitação dos nubentes. 
 
 
EXIGÊNCIAS 
 
O requerimento, preenchido por ambos os nubentes, deverá ser instruído 
com os documentos do artigo 1.525 do CC: 
 
a) certidão de nascimento ou documento equivalente; 
b) autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, 
ou ato judicial que a supra; 
c) declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem 
conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; 
d) declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos 
contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; 
e) certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade 
ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da 
sentença de divórcio. 
 
PUBLICAÇÃO - art. 1.527 CC. 
 
Uma vez apresentados os documentos, o oficial do Registro verificará se estão 
em ordem e lavrará os proclamas do casamento, mediante edital que será afixado, 
durante 15 dias, em lugar ostensivo do cartório e se publicará pela imprensa onde 
houver. 
 
Se após 15 dias não houver oposição de impedimentos, o oficial do Registro 
extraíra certificado de habilitação com eficácia de 90 dias. 
 
- os editais devem ser publicados na comarca onde residem os pretendentes. Se 
forem 2 os locais, em ambos. 
 
• DISPENSA DA PUBLICAÇÃO – art. 1.527, PARÁG. ÚNICO - motivo 
urgente. Exemplo: Doença Grave. 
 
 
 
 5 
6 - IMPEDIMENTOS 
 
Necessária a comparação do previsto no Código Civil de 1916 com o Código 
Civil de 2002. 
 
No CC antigo havia o art. 183, com incisos de I até XVI: 
 
Incisos I – VIII - impedimentos absolutamente dirimentes 
Incisos IX – XII - impedimentos relativamente dirimentes 
Incisos XIII – XVI - impedimentos impedientes, proibitivos ou suspensivos 
 
No Código Civil de 2002, os artigos são o 1.521 e o 1.523: 
 
1.521 - Impedimentos 
1.523 - Causas suspensivas 
 
 
A – IMPEDIMENTOS (ABSOLUTAMENTE DIRIMENTES) – art. 1521 - I ao VII 
 
Idealizado para evitar prejuízos para a ordem pública, nubentes e terceiros. O 
casamento, caso contraído com desrespeito a esse artigo, é nulo e sem nenhum 
efeito (Vide artigo 1.548). 
 
 
ART. 1521. Não podem casar: 
 
I – os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil 
 
- parentesco civil é o decorrente de adoção. 
 
 
II – os afins em linha reta 
 
- Observem a aula de parentesco. 
 
 
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi do 
adotante 
 
- análise à luz da CF. 
 
 
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive. 
 
- Bilaterais ou germanos – mesmo pai e mesma mãe; 
- Unilaterias (Meio-irmão) – só do pai ou só da mãe. 
 6 
- Classificados em: 
 
a) consanguíneos – mesmo pai 
b) uterinos – mesma mãe 
 
- Quanto aos colaterais de 3º. Grau, observar o Decreto-lei. 3200/41 
 
 
V – o adotado com o filho do adotante 
 
- análise à luz da CF. 
 
 
VI – as pessoas casadas 
 
- casamento no religioso não inscrito no registro civil não constitui impedimento. 
 
 
VI – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
 
- tem que haver condenação, se houver absolvição ou prescrição com a 
extinção da punibilidade não há impedimento. 
 
 
 
7 - CAUSAS SUSPENSIVAS – ART. 1.523 - incs. I a IV 
 
 
Art. 1523. Não devem casar: 
 
 
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros 
 
- para evitar que o patrimônio dos filhos se confunda com o da nova sociedade 
conjugal 
 
“Penas”: 
 
* celebração do 2º casamento sob o regime de separação de bens – art. 1.641, I 
* hipoteca legal de seus imóveis em favor dos filhos – art. 1.489, II - Filhospassam a ser titulares do direito real sobre os imóveis do pai/mãe 
 
 
 7 
II – a viúva, ou mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, 
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade 
conjugal 
 
- para evitar a confusão sanguínea 
 
“Pena”: 
- sofrerá a sanção do art. 1.641, I – regime de separação de bens obrigatório 
 
 
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha 
dos bens do casal 
 
- para evitar a confusão de patrimônios 
 
“Pena”: 
- sofrerá a sanção do art. 1.641, I – regime de separação de bens obrigatório 
 
 
 
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados 
ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela 
ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
 
- visa a impedir a influência em virtude do poder que tem sobre o outro 
 
“Pena”: 
- sofrerá a sanção do art. 1.641, I – regime de separação de bens obrigatório 
 
 
 
EXCEÇÕES: 
 
- prova da inexistência de prejuízo para os herdeiros, divorciado e 
tutelado/curatelado – conforme art. 1.523, parág. único 
 
- no caso do inciso II – a liberação da pena ocorrerá se se provar a inexistência 
da gravidez (exame científico, anulação do casamento anterior por impotência 
coeundi absoluta e anterior ao casamento ) ou que teve o filho antes da 
fluência do prazo legal – art.1523, parág. único. 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
8 - OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTOS E CAUSAS SUSPENSIVAS 
 
A - Impedimentos (art. 1522) 
 
PODEM ser opostos em caso dos incs. I ao VII: 
 
a) por qq. pessoa maior e capaz que, até o momento do casamento, sob 
assinatura apresentar declaração escrita com provas do fato alegado, ou com 
indicação do lugar onde possam ser obtidas. (arts. 1.522 e 1.529) 
 
São OBRIGADOS a declará-lo: 
 
b) oficial do registro civil 
c) quem presidir a celebração do casamento 
PRAZO: até a data da celebração do casamento – art. 1.522. 
 
 
 
2 - CAUSAS SUSPENSIVAS (art. 1.524) 
 
Por interessarem exclusivamente à família, só poderão ser opostos por: 
 
a) parentes em linha reta de um dos nubentes, consanguíneos ou afins; 
b) colaterais em 2º grau, consanguíneo ou afim (cunhados); 
 
Atenção para a crítica de Pontes de Miranda quanto à ausência de legitimidade do 
marido. Crítica feita ao disposto no CC de 1916, mas aplicável também ao que 
prevê o Código Civil de 2002. 
 
PRAZO: dentro do prazo de 15 dias da publicação dos proclamas. 
 
Particularidades 
 
- Em caso de oposição de impedimentos ou causas suspensivas, o oficial deverá 
dar ciência aos nubentes ou a seus representantes, mediante nota da oposição, 
incluindo os fundamentos, as provas e o nome da pessoa que a ofereceu. Em 
seguida, remeterá os autos ao juiz que decidirá após ciência do MP e após ter 
ouvido os interessados. 
 
Caso seja comprovada a inveracidade dos fatos alegados os interessados 
poderão promover as ações cíveis e criminais contra o oponente de má-fé 
(Parágrafo único do art. 1530). 
 
OBS: 
A habilitação do casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de 
selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza dor declarada, sob as 
penas da lei – art. 1512, parágrafo único. 
 1 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO, DIVERSAS ESPÉCIES DE CASAMENTO, 
PROVAS E EFEITOS 
 
 
1 - CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
 
- Formalidades 
- Suspensão 
 
2 - DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE CASAMENTO 
 
A – Por Procuração 
 
B - Casamento Urgente em Caso de Moléstia Grave 
 
C – Casamento Nuncupativo ou “In Extremis Vitae Momentis” ou “In Articulo 
Mortis” 
 
D – Casamento Religioso com Efeitos Civis 
 
 
3 - PROVAS DO CASAMENTO 
 
- Direta 
 
- Direta Supletória 
 
- Indireta 
 
 
4 – EFEITOS DO CASAMENTO 
 
- Sociais 
 
- Pessoais 
 
- Patrimoniais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1 - CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
 
 
Formalidades: 
 
- publicidade – portas abertas 
- sede do cartório ou outro local desde que o celebrante concorde 
- perante 2 testemunhas parente ou não dos nubentes 
- 4 testemunhas se o casamento for celebrado em edifício particular e um dos 
nubentes não souber ou não puder escrever - art. 1.534 § 2º. 
 
- se um dos nubentes sofre de moléstia grave o presidente do ato irá celebrá-lo 
no local onde se encontra o impedido de se locomover, ainda que à noite, 
perante 2 testemunhas que saibam ler e escrever - art. 1.539, caput 
 
 
Suspensão – art. 1.538 
 
- se um dos nubentes manifestar arrependimento, negar ou declarar que não é 
livre e espontânea a sua vontade, a celebração será suspensa. 
- não poderá se retratar no mesmo dia art. 1.538, § ú. 
 
OBS – Atenção para o momento da consumação do casamento – artigo 1.535 - 
Discussão. 
 
 
2 - DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE CASAMENTO 
 
 
A – POR PROCURAÇÃO 
 
 
- É permitido pelos arts. 1.535 e 1.542. Não dispensa a cerimônia pública. 
- Pode ocorrer no caso de pessoa que se encontra em local diverso de onde 
será celebrado o casamento e não puder se locomover, por razão justa. 
- O casamento do preso também poderá ser realizado por procuração. 
 
1 - A procuração deverá ser pública; 
2 - a eficácia da procuração não ultrapassará 90 dias; 
3 - a procuração será específica para o ato; 
4 – deverá trazer a qualificação certa da pessoa pretendida. 
 
 
 
 
 
 
 3 
Questões: 
 
1 - Ambos podem se fazer representar por procuradores ? 
 
2 - O que ocorre se houver a revogação do mandato sem que o mandatário 
saiba (instrumento público) ? Vide – art. 1550, inciso V do Código Civil. 
 
3 - O que ocorre se houver a realização do casamento após extinção do 
mandato por morte do mandante, estando de boa-fé o mandatário e 
ignorando o fato ? Poderia haver uma aplicação analógica do art. 1550 ? 
 
 
 
B - CASAMENTO URGENTE EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE 
 
 
É o casamento em que um dos nubentes está impedido de se locomover e seu 
estado de saúde o impede de adiar o ato. 
 
Solicita-se a presença do celebrante e do oficial em sua casa ou onde estiver, 
mesmo à noite, para realizar o ato nupcial, independentemente do cumprimento 
das formalidades, perante 2 testemunhas que saibam ler e escrever – art. 1539 
 
Caso, diante da urgência, a autoridade não possa atender o chamado, a cerimônia 
poderá ser realizada por qualquer de seus substitutos legais. Se o oficial do 
Registro também não puder, será substituído por uma pessoa nomeada ad hoc 
pelo presidente do ato – art. 1539, parág. 1o, do Código Civil. 
 
 
C – CASAMENTO NUNCUPATIVO OU “IN EXTREMIS VITAE MOMENTIS” ou 
“IN ARTICULO MORTIS” 
 
É uma forma especial de celebração de casamento em que, ante a urgência do 
caso e por falta de tempo, não se cumprem todas as formalidades estabelecidas 
nos artigos 1.533 e seguintes do CC. 
 
Ocorre quando um dos nubentes se encontra em iminente risco de vida. Art. 
1.540. 
- Pode haver a dispensa de proclamas e até mesmo de autoridades, pois diante 
da urgência do ato, os NUBENTES serão celebrantes 
 
Peculiaridades: 
 
- presença de 6 testemunhas sem parentesco em linha reta com os nubentes 
ou colaterais em 2º grau. 
- o nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se 
representar por procuração, conforme o art. 1.542, § 2º 
 4 
 
- dentro de 10 (antes 5) dias após o casamento, as testemunhas comparecerão 
perante a autoridade judiciária mais próxima para que suas declarações sejam 
reduzidas a termo. 
- declarações. art. 1.541 - que foram convocadas por parte do enfermo 
- que este parecia em perigo de vida mas em seu juízo 
- que, em sua presença, declararam os contraentes livre e 
espontaneamente receber-se por marido e mulher. 
 
Se qualquer das testemunhas não comparecer voluntariamente, o 
interessado poderá requerer sua intimação. 
 
Autuado o pedido e tomadas as declarações a termo, juiz procederá às diligências 
necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado e ouvirá o 
MP e os interessados dentro de 15 dias. O juiz, então, após estas providências, 
decidirá 
 
Efeitos: 
Os efeitos retroagirão à data do casamento,inclusive quanto ao estado dos 
cônjuges. 
 
Possíveis consequências: 
Se o nubente enfermo sobreviver poderá ratificar o casamento na presença da 
autoridade competente e do oficial do registro. Não se exige novo casamento, mas 
apenas a confirmação da vontade. 
Se, todavia, somente melhorar após a transcrição da sentença que julgou regular 
o casamento no Registro Civil, não há necessidade de ratificação. 
 
 
ATENÇÃO: 
 
Provas destas duas espécies de Casamento: 
 
Casamento urgente – é a certidão de termo avulso transcrito no registro. 
Casamento nuncupativo - é a certidão da transcrição da sentença que o 
homologou. 
 
 
D – CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS – art. 1.516 
 
a) Precedido de habilitação civil 
 
- Observado o art. 1.516, caput e § 1º, o oficial expedirá certidão com fim 
específico que será entregue a autoridade eclesiástica para celebração do 
casamento no prazo de 90 dias(art. 1532). 
 5 
- após o ato nupcial qualquer interessado ou o ministro religioso deverá 
requerer sua inscrição no Registro Civil no prazo decadencial de 90 dias. Após 
este prazo o registro dependerá de nova habilitação (art. 1516, § 1º) 
 
 
b) Não precedido de habilitação – artigo 1.516, § 2º 
 
- Apresenta-se requerimento de registro 
- prova do ato religioso e docs. do art. 1.525 CC 
- Os interessados comprometem-se a suprir quaisquer. requisitos faltantes no 
termo de celebração religiosa 
- Processada a habilitação com a publicação dos editais, não havendo 
impedimentos nem causas suspensivas, o oficial fará o Registro observando o 
prazo do art. 1.532 - 90 dias. 
 
PS. Se um dos contraente vier a falecer antes da inscrição do casamento 
religioso por ele requerida, a inscrição será feita. 
 
PS2 – Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, 
qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil. 
 
 
EFEITOS: 
O casamento religioso, após ser registrado, produzirá efeitos a partir da data de 
sua celebração. Ver art. 1515. 
 
 
 
 
3 – PROVAS DO CASAMENTO 
 
As provas do casamento podem acontecer por meio direto e indireto. 
 
Prova DIRETA – é a certidão de registro feito ao tempo da celebração - art. 1.543 
CC. Esta é a prova específica do casamento. Constitui presunção jurídica da 
veracidade do ato nupcial, prevalecendo até que se prove o contrário. 
 
PROVAS DIRETAS SUPLETÓRIAS – Justificada a falta ou perda do registro é 
admissível qualquer outra espécie de prova, apresentada ao juiz competente Art. 
1543. 
 
PROVA INDIRETA - A prova INDIRETA é a POSSE DO ESTADO DE CASADO, 
ou seja, situação que se encontram aquelas pessoas de que vivem publica e 
notoriamente como cônjuges. 
 
EXIGÊNCIAS PARA A PROVA DA POSSE DO ESTADO DE CASADOS 
 6 
1 – nomem (nome) – qualquer um dos cônjuges pode utilizar o sobrenome do 
outro; 
2 – tractatus (tratamento) – ambos devem tratar-se, ostensivamente, como 
casados; 
3 – fama – a sociedade deve reconhecê-los como “cônjuges”; 
 
 
Atenção: na dúvida entre provas julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges 
tiverem vivido na posse do estado de casados 1.547 (nome, tratamento e fama) 
“in dubio pro matrimonio” 
 
 
4 - EFEITOS DO CASAMENTO 
 
São três as classes de efeitos: 
 
 
• SOCIAIS - Aqueles que atingem toda a sociedade 
 
1 – cria a família matrimonial, vedando-se qualquer interferência - art. 1.513 
2 – estabelece o vínculo de afinidade – art. 1.595, §§ 1º e 2º 
3 – emancipa o consorte menor – CF art. 5, parágrafo único, II 
4 – estabelece o estado de casado que é utilizado para a individualização da 
pessoa. 
 
 
• PESSOAIS – Aqueles que são apresentados no rol de deveres dos 
cônjuges– art. 1.566. 
 
 
1 – fidelidade 
 
2 – coabitação 
 
3 – mútua assistência 
 
4 – respeito e consideração mútuos 
 
5 - sustento, guarda e educação dos filhos 
 
 
• PATRIMONIAIS - Efeitos que estão ligados às relações econômicas 
subordinadas ao regime matrimonial de bens. 
 
 
 
 7 
 
 1 
DIREITO DE FAMÍLIA 
REGIME DE BENS (Considerações Iniciais ) e REGIME DA COMUNHÃO 
PARCIAL DE BENS 
 
 
REGIME DE BENS 
 
 
1 - Conceito 
 
2 - Possibilidade de Alteração 
 
3 - Espécies de regime 
 
4 - Classificação 
 
5 - Pacto Antenupcial 
 
 
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
 
 
2 - Bens incomunicáveis – art. 1659 
 
 
3 – Bens comunicáveis – art. 1.660 
 
 
 
REGIME DE BENS 
 
 
1 - Conceito 
 
É o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges durante o 
matrimônio. (Silvio Rodrigues) 
 
 
2 – Possibilidade de alteração 
 2 
 
Novidade do Código Civil de 2002. 
É possível desde que sejam seguidas as exigências legais. 
No Código Civil anterior vigorava a irrevogabilidade e imutabilidade do regime. 
Hoje o Código Civil admite expressamente a alteração – art. 1639, parágrafo 2o. 
 
Requisitos: 
1 – pedido motivado de ambos os cônjuges 
2 – autorização judicial após apurada a procedência das razões invocadas 
 
Atenção: na hipótese de alteração do regime, os direitos de terceiros serão 
sempre resguardados. 
 
OBS: Segundo o art. 2.039 – o regime de bens nos casamentos celebrados na 
vigência do Código Civil anterior é por ele estabelecido. 
 
 
3 - Espécies de Regime 
 
 
1. Comunhão parcial de bens 
2. Comunhão total de bens 
3. Regime da separação total de bens 
4. Participação final de aquestos 
 
 
4 – Classificação 
 
O Regime de bens pode ser legal ou convencional. 
 
Os LEGAIS SÃO: 
 
1 - Regime da Comunhão parcial de bens, por força do art. 1.640 CC (em 
substituição ao Regime da Comunhão Universal de Bens, pela Lei 6515/77 – art. 
50, VII); 
 
2 - Regime da Separação obrigatória de bens. art. 1.641, I a III. 
 
 
O CONVENCIONAIS podem ser: 
 
1 – Comunhão total de bens; 
 
2 – Separação de bens; 
 
3 – Participação final de aquestos 
 
 3 
 
Para qualquer regime que não o legal haverá a obrigatoriedade de pacto 
antenupcial. 
 
 
5 - Pacto Antenupcial 
 
Conceito 
 
É o contrato solene, realizado antes do casamento, por meio do qual as partes 
dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre elas, durante o matrimônio. 
(Silvio Rodrigues) 
 
Requisitos de validade e eficácia (art. 1.653) 
 
1 - escritura pública – caso contrário será nulo; 
2 - ser seguido de casamento . caso contrário será ineficaz. 
Particularidades: 
 
- O casamento, no caso, opera como condição suspensiva, pois enquanto não 
ocorrer, o pacto antenupcial não entrará em vigor. 
 
- Não serão levadas em conta cláusulas ou o contrato que prejudique direitos 
conjugais ou paternos ou que disponha de maneira contrária a preceito legal 
(art. 1655) 
 
- Para valer contra 3ºs, deverá ser assentado, após o casamento, em livro 
especial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges, pois só assim 
terão publicidade (art. 1.657) 
 
 
OBS: No caso do casamento por procuração pode ser firmado pelo mandatário, 
desde que obedeça aos preceitos do mandante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
 
É o regime que estabelece separação quanto ao passado e comunhão quanto ao 
futuro. Arts. 1658 a 1.666 
 
Advém da falta, ineficácia ou nulidade do pacto antenupcial 
 
 
 
2 - Bens incomunicáveis – art. 1659 
 
 
- Os que o cônjuge possuir ao casar e os que lhe sobrevierem na constância 
do matrimônio, por doação ou sucessão e os subrogados em seu lugar. 
 
Se o doador/testador desejar pode fazer a doação ou a deixa testamentária em 
nome do casal. 
 
 
- Os adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges, em sub-rogacão dos bens particulares 
 
Exemplo de carro que possuir antes do casamento. 
 
- As obrigações anteriores ao casamento 
 
Responsabilidade pessoal de quem as contraiu. 
 
 
- As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal 
 
Se se provar que ambos tiraram proveito, eventual indenização poderá recair 
sobre o patrimônio do casal. 
 
 
NOVIDADES do CÓDIGO CIVIL DE 2002, INCISOS : 
 
 
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos deprofissão 
 
Segundo M. Helena, se os livros forem destinados a negócios ou tiverem grande 
valor, devem se comunicar. Palavra-chave: Bom senso. 
 
 5 
 
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge 
 
Dificuldade de interpretação do inciso, em razão de passar a impressão que os 
“recebimentos mensais” não se comunicariam, o que, durante o casamento, seria 
equivocado. 
 
 
As pensões, meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes 
 
Por serem bens personalíssimos. 
Definições: 
 
Pensão – valor pago, periodicamente, por forca de lei, sentença judicial, ato inter 
vivos ou causa mortis, com finalidade de prover sua subsistência 
 
Meio soldo – é a metade do soldo paga pelo Estado a militar reformado 
 
Montepio – é a pensão que o Estado paga aos herdeiros de funcionário falecido, 
em atividade ou não. 
 
 
 
 
3 - Bens comunicáveis – art. 1.660 
 
- Bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que 
só em nome de um dos cônjuges 
 
Bens móveis – presumidamente adquiridos na constância do matrimônio ART. 
1662 “Presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis qdo 
não se provar que o foram em data anterior” 
 
 
- Os adquiridos por fato eventual, com ou sem concurso de trabalho ou 
despesa anterior 
 
Loteria, rifa, jogo, aposta... 
 
 
- Os adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os 
cônjuges 
 
Frise-se: devem ser feitos em benfício de AMBOS os cônjuges. Não é uma regra 
do regime, se pensarmos bem, mas de respeito à vontade do doador/testador. 
Atenção para a diferença entre “herança e legado”. 
 
 6 
 
- As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge 
 
É a presunção de que foram feitas com o produto do esforço comum. 
 
 
- Os frutos dos bens comuns ou dos particulares de cada cônjuge, 
percebidos na constância do casamento ou pendentes ao tempo de cessar a 
comunhão 
 
De acordo com a regra de que o que não estiver pendente e for percebido depois 
do casamento constituirá o patrimônio próprio de cada cônjuge 
 
4 - Dívidas 
 
Anteriores ao casamento: cada cônjuge responderá pelos seus débitos. 
Posteriores ao casamento: se comunicarão se contraídas em benefício da família. 
Em ambos os casos há exceções/particularidades. 
 
 
5 – Administração dos Bens 
 
- cabe a qualquer cônjuge, mas é preciso a concordância de ambos para a 
prática de alguns atos (Vide artigo 1.647). Em caso de litígio o juiz decidirá. 
 1 
REGIME DA COMUNHÃO TOTAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
 
2 - Exceções à comunicabilidade – art. 1668 
 
 
REGIME DA COMUNHÃO TOTAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
É o regime em que há a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos 
cônjuges, bem como de suas dívidas passivas, com exceção dos bens constantes 
no art 1668. 
 
2 - Exceções à comunicabilidade – art. 1668 
 
Os bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar 
Vide artigo 1848 do CC, no qual se prevê a necessidade de apresentação de 
justificativa. 
 
 
Os bens gravados em fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário 
antes de realizar a condição suspensiva 
FIDUCIÁRIO é a pessoa que recebe a propriedade de bens que deve, por sua 
morte, ou a certo tempo, ou sob certa condição (condição resolutiva) transmitir ao 
fideicomissário. 
Fiduciário é o titular do domínio, mas domínio resolúvel. Sendo o fideicomissário o 
titular de um direito eventual, só adquirirá o domínio com o advento da condição 
suspensiva. 
 
Dá-se a comunicação se: 
1- se o fideicomissário morrer antes do fiduciário ou da realização da condição. 
2- se o bem passar para o patrimõnio do fideicomissário. 
 
 
As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com 
seus aprestos, ou reverterem em proveito comum 
Quem aproveitou dos benefícios da dívida não pode se eximir de seu pagamento. 
 
 
As doações antenupciais feitas por um cônjuge ao outro com cláusula de 
incomunicabilidade 
Estipulação idealizada para proteger o donatário, embora de raríssima incidência. 
 
 2 
 
Os bens de uso pessoal, os livros e os instrumentos de profissão 
Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge 
As pensões, meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes 
As três exclusões já foram estudadas no Regime da Comunhão Parcial de Bens. 
 
Obs: A incomunicabilidade desses bens não se estende aos seus frutos. 
Vide artigo 1669 do Código Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
REGIME DA SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
 
2 - Espécies 
 
3 - Polêmica quanto à Comunicação ou não de Bens Adquiridos na 
Constância do Casamento 
 
4 - Novidade do art. 1647 
 
 
REGIME DA SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS 
 
 
1 – Conceito 
 
É aquele em que cada consorte conserva, com exclusividade, o domínio, posse e 
administração de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos 
débitos anteriores e posteriores ao matrimônio (Silvio Rodrigues) 
 
Há 2 patrimônios distintos: o do marido e o da mulher, no entanto, ambos devem 
contribuir para as despesas do casal na proporção de seus rendimentos. 
 
 
2 - Espécies 
 
Como vimos na aula inicial de Regime de Bens, esse regime pode ser proveniente 
de lei (obrigatório) ou de acordo entre as partes (convenção), isto é: 
 
a) Legal, nas hipóteses do art. 1.641, I a III 
b) Convencional, com pacto antenupcial 
 
 
Hipóteses de Regime da Separação Total legal - Art. 1641: 
 
- pessoas que contraírem o casamento com inobservância das causas 
suspensivas art. 1.523 
 
- da pessoa maior de 70 anos 
 
Segundo Maria Helena Diniz, se o casamento suceder união estável de mais de 
10 anos consecutivos ou da qual tenham nascido filhos, poderão os nubentes 
escolher livremente o regime de acordo com a Lei 6.515/77 – art. 45. 
 
- de todos que dependerem, para casar, de suprimento judicial 
 4 
3 - Polêmica quanto à Comunicação ou não de Bens Adquiridos na 
Constância do Casamento 
 
 
No Código Civil de 1916 tínhamos: 
 
O art. 259 “Embora o regime não seja o da comunhão de bens, prevalecerão, no 
silêncio do contrato, os princípios dela, quanto à comunhão dos adquiridos na 
constância do casamento.” 
 
Isto quer dizer que o art. 259 tornava o regime semelhante ao da comunhão 
parcial de bens, que é o regime legal. 
 
Esta interpretação foi o remédio encontrado para corrigir a injustiça decorrente do 
fato de que quase a totalidade dos casamentos realizados com autorização judicial 
era de pessoas que não tinham bens e, adquirindo-os, eram colocados no nome 
do marido chegando a mulher ao final da vida sem bem algum. 
 
A discussão que se travava, contudo, era a de se o art. 259 seria aplicável aos 
casos de separação obrigatória, pois faltaria o instrumento onde seria 
convencionada a não comunicação de aquestos e se o legislador quisesse que os 
bens se comunicassem estabeleceria o regime da comunhão parcial de bens. 
 
A solução foi dada pelo Supremo, com a edição da Súmula 377 STF: 
 
“No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento.” 
 
Toda essa polêmica cremos está resolvida, pois o art. 1.687 prevê a administração 
exclusiva de bens e o artigo 259 do Código Civil de 1916 não foi repetido no 
Código Civil de 2002. 
 
 
4 - Novidade do art. 1647 - Atos que o cônjuge não pode praticar sem a 
autorização do outro – artigo 1.647 
 
Exceção – regime da separação absoluta de bens 
 
 
1 – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
 
2 – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos 
- Ambos devem ser chamados a juízo para fazer valer seus direitos, porque a 
sentença proferida poderá importar perda de domínio. 
 
 
 
 5 
3 – prestar fiança ou aval 
- É anulável o que foi prestado sem o consentimento do cônjuge. A legitimação 
para anular o ato é do cônjuge que não deu a autorização ou de seus herdeiros. O 
Código Civil de 2002 incluiu o aval. 
 
4 – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou que possam 
integrar futura meação 
Podem se feitasas seguintes doações : 
 
A – remuneratórias; 
B – de pequeno valor, por não infringirem (integrarem) a futura meação; 
C – doações nupciais aos filhos ou para que possam estabelecer economia 
separada –art. 1647 – parág. único. 
 
 
Se um dos cônjuges negar a autorização essa poderá ser suprida pela juiz. 
 
A anulação em caso de falta de autorização poderá ser pleiteada no prazo de até 
2 anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
REGIME DA DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
 
 
 
1 – Conceito 
 
2 – Administração dos bens 
 
3 - Bens Móveis e Imóveis 
 
4 – Dívidas 
 
5 - Dissolução da Sociedade Conjugal 
 
 
REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
 
 
1 – Conceito 
 
É um misto de 2 regimes: durante a constância do casamento vigoram regras 
semelhantes ao regime da separação total de bens e após dissolvida a sociedade 
conjugal, em tese, o da comunhão parcial. 
 
Há, na constância do casamento, uma expectativa de direito à meação. 
 
 
2 – Administração dos bens 
 
Administração do patrimônio (inicial) – é exclusiva de cada cônjuge que pode 
alienar livremente os bens móveis (art. 1.673, parág. Único). 
 
No pacto antenupcial poderá ser convencionada a livre disposição dos bens 
imóveis, desde que particulares (art. 1.656). 
 
 
3 - Bens Móveis e Imóveis 
 
- Os bens móveis, salvo prova em contrário, foram adquiridos durante o 
casamento, e, para proteção de terceiros, presume-se que os bens móveis são da 
propriedade do cônjuge devedor, exceto se forem de uso pessoal do outro. 
 
- Os bens imóveis são considerados de propriedade do consorte cujo nome 
constar no registro e em caso da impugnação da titularidade, o demandado 
deverá comprovar a causa da aquisição e a possibilidade de havê-la adquirido 
regularmente. 
 
 7 
- Se os bens forem adquiridos pelo trabalho conjunto, cada um dos cônjuges terá 
direito a uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo 
estabelecido. 
 
- Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação se 
não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar. 
– art. 1.676 
 
 
4 – Dívidas 
 
O cônjuge que pagar dívida do outro, utilizando bens de seu patrimônio terá o 
direito de ter esse valor atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação 
do outro consorte – art. 1.678. 
 
As dívidas de um dos cônjuges quando superiores à sua meação, não obrigam ao 
outro, ou a seus herdeiros. 
 
 
5 - Dissolução da Sociedade Conjugal 
 
Apura-se o montante dos bens, na data em que cessou a convivência, 
excluindo-se: (art. 1.674, I a III) 
 
1 – os bens anteriores ao casamento e os sub-rogados em seu lugar 
2 – os obtidos por cada cônjuge por herança, legado ou doação 
3 – os débitos relativos a esses bens vencidos e a vencer 
 
A mesma regra se aplica qdo a sociedade é dissolvida por morte. 
 
- Os frutos dos bens particulares e os que forem com eles obtidos formarão o 
monte partível. 
 
- Se não for possível nem conveniente a divisão dos bens em natureza poderá 
haver a reposição em dinheiro ao cônjuge não proprietário. – art. 1.684 
 
- Não podendo haver reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante 
autorização judicial alienados. – art. 1.684, parág. único. 
 
 
 
 
 1 
 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
 
INVALIDADE DO CASAMENTO 
 
 
1 - FORMAS DE DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA SOCIEDADE 
CONJUGAL 
 
 
2 - INVALIDADE DO CASAMENTO 
 
 
A – CASAMENTO NULO (ou de nulidade absoluta) 
 
- Hipótese – Artigo 1.548 do Código Civil 
 
 
B – CASAMENTO ANULÁVEL (ou de nulidade relativa) 
 
- Hipóteses - Artigo 1.550 do Código Civil 
 
- Erro Essencial (Requisitos e Hipóteses) 
 
 
C - OBSERVAÇÕES SOBRE O PROCESSO ANULATÓRIO OU DE NULIDADE 
 
 
D - CASAMENTO PUTATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1 - FORMAS DE DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA SOCIEDADE 
CONJUGAL 
 
 
a) Casamento é mais amplo que a sociedade conjugal. Regula a vida dos 
consortes, suas obrigações recíprocas (morais e materiais) e seus deveres para 
com a família e a para com a prole. É o vínculo matrimonial. 
 
b) Sociedade Conjugal está contida no matrimonio. Regula o regime matrimonial 
de bens dos cônjuges e os frutos civis do trabalho dos cônjuges. 
 
 
O Casamento valido se dissolve por: MORTE OU DIVÓRCIO. art. 1571, § 1º. 
 
A Sociedade Conjugal se dissolve: MORTE, NULIDADE ou ANULAÇÃO, 
SEPARAÇÃO JUDICIAL (ou extrajudicial) e DIVÓRCIO. art. 1.571 do Código Civil 
e art. 2º da Lei 6.515/77. 
 
 
 
2 - DA INVALIDADE DO CASAMENTO 
 
A – CASAMENTO NULO – art. 1.548 (ou de nulidade absoluta) 
 
 
Hipótese: 
 
- Por infringência de impedimentos (vide artigo 1.521 do Código Civil) 
 
 
Obs: o Inciso I, do artigo 1.548 do Código Civil que versava sobre o casamento 
“contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da 
vida civil” foi revogado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
 
Efeitos: 
 
Diferentemente do ato nulo, o casamento nulo pode produzir alguns efeitos, como 
por exemplo: 
 
1 –comprovação da filiação; 
2 - manutenção do impedimento por afinidade; 
3- recomendação para a mulher não contrair novo matrimônio nos 300 dias 
subsequêntes à dissolução da sociedade conjugal e do vínculo matrimonial pela 
sentença. 
 
 3 
OBS: A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da 
celebracão, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros 
de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado. Art. 1.563. 
 
 
B – CASAMENTO ANULÁVEL – art. 1.550 (ou de nulidade relativa) 
 
 
Hipóteses 
 
 
I - de quem não completou a idade mínima para se casar (idade mínima: 16 
anos) 
Prazo (art. 1560, parág. 1o) 
– 180 dias, contados: – da data do casamento para ascendentes/repres.legais 
 - da data que completou 16 anos para o menor 
 
OBS: Não se anulará, por motivo de idade, o casamento do qual resultou gravidez 
– Artigo 1551 do CC; 
 
 
 
II - do menor em idade núbil, qdo não autorizado por seu representante legal 
Prazo (art. 1555) 
– 180 dias, contados: –da data que completou 18 anos para o incapaz 
 - da data do casamento para representantes legais 
 - da data da morte para seus herdeiros necessários 
OBS: 
- Não se anulará o casamento se os representantes tiverem assistido a celebração 
ou de qualquer modo manisfestarem sua aprovação (artigo 1.555, parágrafo 2º). 
 
 
 
III - celebrado com vício de vontade nos termos dos artigos 1.556 a 1.558: 
Prazos (art. 1560, III, IV) 
O vício de vontade pode ser entendido como “Erro Essencial” ou “Coação” 
 
Prazos: 
– erro essencial (arts.1556 e 1557): 3 anos, contados da celebração – só o 
enganado pode pedir a anulação; 
- coação (art. 1558): 4 anos, contados da coação – só o coagido pode pedir a 
anulação. 
 
 
 
 
 4 
IV – do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco seu 
consentimento 
Prazo (art. 1560, I) 
– 180 dias, contados da celebração 
 
 
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse 
da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges 
Prazo (art. 1560, parág. 2o.) 
- mandante tem 180 dias a partir da data que tiver conhecimento da celebração 
para pedir a anulação. 
 
 
VI – celebrado por autoridade incompetente 
Prazo (art. 1560, II) 
– 2 anos, contados da celebração 
 
OBS: Incompetência ratione loci. (Art. 1.554: “Subsiste o casamento celebrado por 
quem não tem competência exigida na lei, mas exerce publicamente as funções 
de juiz de casamento e tiver registrado o ato no Registro Civil”) 
 
 
Todos estes casamentos têm validade pendente resolutivamente, ou seja, se o 
cônjuge ou a pessoa legitimada não propuser ação dentro do prazo legal. 
 
 
 
ERRO ESSENCIAL – art. 1.557 
 
Requisitos: 
 
• erro preexistente ao casamento 
• desconhecimento do defeito 
• que a descoberta torne insuportável a vida em comum 
 
Hipóteses do art. 1.557 
 
a) erro quanto à identidade, honra e boa fama de um dos cônjuges – 
tornando insuportávela vida em comum. 
Ex: marido proxeneta 
 
Não se considera erro quanto à identidade os que envolvem FORTUNA, 
NACIONALIDADE ou PROFISSÃO. 
 
 
 5 
b) ignorância de crime anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. 
 
- Antes previa-se crime inafiançável com sentença condenatória anterior ao 
casamento, hoje, não precisa haver condenação ou ser o crime ser 
inafiançável. 
 
 
c) defeito físico irremediável e moléstia grave e transmissível que é risco 
para o cônjuge ou para a prole, desde que não caracterize deficiência 
física. 
 
• impotência coeundi (para o ato), pode anular o casamento; 
• impotência generandi (fecundação) e impotência concipiendi (concepção) 
não anulam. 
 
 
Em todos esses casos arrolados no 1.557 só o cônjuge enganado poderá 
propor a ação anulatória, dentro do prazo de 3 anos, contado da data da 
celebração do casamento. 
 
A coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvada as hipóteses 
de defeito físico ou moléstia grave (III) – Artigo 1.559 
 
 
 
C - OBSERVAÇÕES SOBRE O PROCESSO ANULATÓRIO OU DE NULIDADE 
 
Para a invalidação é necessário processo judicial em ação ordinária. É ação de 
estado que exige intervenção do MP. 
 
Processo pode correr em segredo de justiça. 
 
Depois do transito em julgado, essas sentenças deverão ser averbadas no livro de 
casamentos do Registro Civil e no Registro de Imóveis, se houver bens. 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE CASAMENTO NULO E ANULÁVEL 
 
 
Casamento Nulo 
 
- é decretado tendo em vista o interesse da coletividade 
- é insuscetível de confirmação 
- ação de decretação de nulidade pode ser proposta por qualquer interessado 
ou pelo Ministério Público. Artigo 1.549 CC. 
- é imprescritível – não podem ser ratificados, pois são atos nulos 
 6 
Casamento Anulável 
 
- é decretado tendo em vista o interesse privado da vítima ou de um grupo de 
pessoas 
- pode se convalidar 
- ação pode ser proposta pelos prejudicados com o ato, seus representantes e, 
excepcionalmente, por terceiros 
- Está sujeito a prazos 
 
 
 
 
D - CASAMENTO PUTATIVO 
 
 
Putar vem de putare = imaginar, pensar que... 
 
A lei através de uma ficção e tendo em vista a boa fé dos contraentes ou de um 
deles, vem atribuir ao casamento ANULÁVEL e até mesmo ao NULO, todos os 
efeitos do casamento válido até a data da decretação da nulidade, para os 
consortes e prole, se um deles ou ambos o contraíram de boa fé. art. 1.561 CC 
 
- o momento que a boa-fé deve reinar é o momento da celebração do 
casamento 
 
• Se o erro é de fato – presume-se a boa-fé. Ex. irmãos que não sabiam 
ser irmãos 
 
• Se o erro é de direito – os que pretendem a declaração de putatividade 
devem provar sua boa-fé. Ex. Tia e sobrinho que se casaram 
desconhecendo o impedimento. 
 
 1 
 
 AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO 
 
A - SEPARAÇÃO JUDICIAL 
- Capacidade para a propositura da ação 
- Espécies 
1 - CONSENSUAL – art. 1.574 
 - Separação consensual por via administrativa 
2 - SEPARACÃO LITIGIOSA – art. 1.572 
- Separação litigiosa como sanção 
- Separação litigiosa como falência 
- Separação litigiosa como remédio 
 
B - DIVÓRCIO 
- Histórico do Divórcio 
- Divórcio e CF 
- Divórcio e Código Civil 
- Regras quanto ao nome 
- Divórcio consensual por via administrativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO 
 
SEPARAÇÃO JUDICIAL 
 
- substituiu o termo desquite 
- dissolve a sociedade conjugal mas não o casamento válido (vínculo 
matrimonial) 
- não libera os consortes para contraírem novas núpcias 
- põe fim aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime de bens 
 
Capacidade para a propositura da ação 
 
- somente o cônjuge poderá propor a ação de separação, se incapaz, será 
representado pelo curador, ascendente ou irmão – art. 1.576, parág. único. 
 
Espécies: 
 
a) CONSENSUAL – art. 1.574 
Particularidades 
- requer mútuo consentimento (petição assinada por ambos e advogados ou 
advogado em comum) 
- não precisa de motivação 
- requer homologação após ser ouvido o MP 
 
Observações: 
Para Orlando Gomes também é consensual aquela que é pedida por um cônjuge 
e concedida pelo outro. 
Antes da Emenda Constitucional n. 66/2010 que suprimiu requisitos para o 
divórcio, a separação só poderia acontecer se os cônjuges estivessesm casados 
por mais de 1 ano. 
 3 
Documentos Necessários: 
1 – certidão de casamento e documentos pessoais 
 
2 – pacto antenupcial, se houver 
 
3 – descrição de bens móveis ou imóveis e respectiva partilha (Não obrigatórios) 
Obs: a partilha pode ser desigual, pois se os cônjuges são maiores e capazes 
poderão transigir a respeito dela, mas, neste caso, haverá obrigatoriedade de 
recolhimento de ITCMD. 
 
4 – acordo quanto à guarda dos filhos menores e regulamentação de visitas 
Obs: O guardião poderá ser um dos genitores, avós ou até terceiros. 
Com a separação judicial a titularidade do poder familiar não se alterará, mas o 
guardião terá seu exercício, deliberando sobre a educação. Isto não significa que 
o outro deixa de ser o seu titular, pois se discordar de alguma coisa poderá 
recorrer ao juiz para a solução do problema educacional. 
Guarda compartilhada – é aquela em que os filhos tem uma residêncial 
principal, mas os pais têm responsabilidade conjunta na tomada de decisões e 
igual responsabilidade legal sobre eles. 
Ambos os genitores têm a guarda jurídica, apesar de um deles ter a guarda 
material. O poder familiar será exercido diretamente por ambos que tomarão 
conjuntamente as decisões do dia a dia. 
Desaparece o casal conjugal, mas continua o casal parental. 
Quanto à regulamentação de visitas, abrange o direito de visitar e o de ser 
visitado (interesse do menor). 
 
5 – valor da contribuição para criar e educar filhos 
- na proporção dos recursos de cada um. 
 
6 – pensão ao cônjuge necessitado 
Se estiver presente o binômio necessidade x possibilidade. 
 4 
7 – declaração a respeito do nome do cônjuge 
 
Reconciliação 
- a seperação possui status transitório podendo a qualquer momento os 
consortes restabelecerem a sociedade conjugal desde que o façam mediante 
requerimento nos autos da ação de separação. Portanto, ela pode ser 
REVERTIDA. art. 1.577 
 - A reconciliação deve ser averbada no Registro Civil. 
 
SEPARAÇÃO CONSENSUAL POR VIA ADMINISTRATIVA 
 
Por força da Lei 11.441/07 é possível a realização de separação 
consensual por escritura pública, desde que não haja filhos menores ou 
incapazes; 
A escritura deverá conter disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns, à pensão alimentícia e ao acordo quanto à retomada 
pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando 
se deu o casamento. 
A escritura de separação não depende de homologação judicial e 
constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis. 
O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem 
assistidos por advogado comum ou advogados de cada uma das partes, cuja 
qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 
 
SEPARACÃO LITIGIOSA – art. 1.572 
Particularidades 
- iniciativa unilateral 
- causas previstas em lei 
- poderá ser precedida por medida cautelar de separação de corpos – art. 1.575 
- as partes, a qualquer tempo podem requerer a conversão em separação 
consensual 
 5 
3 ESPÉCIES: 
1 – Separação litigiosa como sanção – ato que importe grave violação dos 
deveres matrimoniais e torne insuportável a vida em comum – arts 1.572 e 1.573, I 
a VI. 
Possíveis causas expressas no artigo 1.573 
I – Adultério 
- Quebra do dever de fidelidade 
 
II – Tentativa de morte 
- Quebra do dever de mútua assistência e respeito 
 
III – sevícia ou injúria grave 
- Quebra do dever de mútua assistência e respeito (sevícias - maus tratos 
corporais) 
 
IV – abandono voluntário do lar conjugalpor um ano contínuo 
- Quebra do dever de vida em comum no mesmo domicílio 
 
V – condenação por crime infamante 
- Quebra do dever de mútua assistência e respeito (aspecto subjetivo) 
 
VI - Conduta Desonrosa 
- Violação dos deveres art. 1.566 
 
Parágrafo único - Outros fatos que o juiz considere que possam tornar 
insuportável a vida em comum 
 
2 – Separação litigiosa como falência – quando um dos cônjuges prova a 
ruptura da vida em comum há mais de 1 ano e a impossibilidade de reconciliação, 
sendo irrelevante o motivo. Art. 1.572, § 1º 
 
 6 
- Prazo não tem mais razão de existir após a Emenda Constitucional n. 66 de 2010 
que suprimiu os requisitos para o Divórcio. 
 
3 – Separação litigiosa como remédio – art. 5º § 2º da Lei 6.515/77 
- quando um dos cônjuges estiver acometido de doença mental grave 
- que a doença torne a vida em comum impossível 
- que após uma duração de 2 anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de 
cura improvável (prazo não tem mais razão de existir após a Emenda 
Constitucional n. 66 de 2010) 
 
Para Washington de Barros Monteiro é falta de caridade, pois o casamento é para 
os bons e maus momentos. 
Para Maria Helena Diniz, as exigências são para evitar separações por qualquer 
distúrbio de pessoa casada. 
 
No caso dessa espécie de separação, reverterão ao cônjuge enfermo, que não 
houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o 
casamento, e se o regime adotado permitir, a meação dos adquiridos na 
constância da sociedade conjugal. – art. 1.572, § 3º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
DIVÓRCIO 
 
É a dissolução do casamento válido que se opera mediante sentença judicial, 
habilitando as pessoas a contrair novas núpcias. 
 
Histórico do Divórcio 
 
Não existia Divórcio no Brasil. A possibilidade veio com a Emenda Constitucional 
n. 9 de 1977 que previu a dissolubilidade do casamento. Na sequência, a Lei 
6.515/77 regulamentou a a dissolução. 
 
A Constituição Federal de 1988, por sua vez, trouxe, em seu art. 226 § 6º, as 
hipóteses de dissolução do casamento por divórcio, com suas exigências: 
 
1 – Divórcio Indireto - após prévia separação judicial por mais de uma ano nos 
casos expressos em lei 
2 – Divórcio Direto - comprovada a separação de fato por mais de 2 anos. 
 
O Código Civil de 2002, em consonância com a Constituição Federal, previu: 
a) Divórcio indireto –art. 1.580 CC – ou por conversão após 1 ano do trânsito 
em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da 
decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos 
b) Divórcio direto – art. 1.580, § 2º - no caso de comprovada separação de 
fato por mais de 2 anos. 
 
O divórcio direto ou indireto pode ser: 
a) litigioso - pedido por um só cônjuge e contestado pelo outro 
b) consensual - quando ambos os cônjuges pedem a conversão em divórcio 
 
 
 
 8 
Esclarecendo: 
- o pedido de divórcio pode ser formulado por ambos os cônjuges ou por um só 
deles 
- se o pedido for subscrito por um só deles o outro será citado para contestá-lo. 
 
Observe-se que no Divórcio Indireto, isto é, precedido por separação, podia-se 
somente alegar: 
1 - a falta de decurso do prazo (1 ano) 
2 - o descumprimento das obrigações assumidas pelo requerente na separação 
 
Tudo isso, frisamos, valia antes da Emenda Constitucional n. 66 de 2010, que 
suprimiu todos os requisitos para o Divórcio. Hoje NÃO há qualquer requisito para 
conceder o divórcio. 
 
Obs: Art. 1581 do Código Civil – divórcio sem prévia partilha de bens agora é 
norma. 
 
ALGUNS EFEITOS: 
1 A obrigação com a educação, guarda e sustento dos filhos continua para 
ambos os cônjuges. 
2 Os alimentos (irrenunciáveis) devidos por um cônjuge a outro não se 
extinguirão a menos que o cônjuge credor contraia nova união, mas no 
caso do cônjuge devedor, mesmo contraindo novo matrimônio continua 
obrigado a alimentos. 
3 Dissolve o vínculo matrimonial civil e faz cessar os efeitos civis do 
casamento religioso que tiver sido registrado 
4 Poe fim aos deveres recíprocos, embora subsista o dever alimentar 
5 Extingue o regime matrimonial de bens 
6 Faz cessar os direitos sucessórios 
7 Possibilita novo casamento aos que se divorciam 
8 A reconciliação após do divórcio só poderá ser feita por outro casamento 
 9 
OBS: REGRAS QUANTO AO NOME: ART. 1565, § 1º 
 
“Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrecer ao seu o sobrenome do outro.” 
 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL (separação judicial) e VÍNCULO 
MATRIMONIAL (divórcio) 
 
1571, §2º - o cônjuge poderá manter o nome de casado após o divórcio, salvo no 
caso de divórcio indireto se a sentença de separação judicial dispor em contrário. 
 
Art. 1.578 – O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o 
direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo 
cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: 
• evidente prejuízo para a sua identificação 
• manifesta distinção com o nome dos filhos 
• dano grave reconhecido na decisão judiical 
§ 1 – O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a 
qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro. 
§ 2º Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado. 
 
DIVÓRCIO CONSENSUAL POR VIA ADMINISTRATIVA 
 
Registre-se que por força da Lei 11.441/07 também é possível a 
realização de divórcio consensual por escritura pública. No entanto, é necessário 
que não haja filhos menores ou incapazes; 
A escritura deverá conter disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns, à pensão alimentícia e ao acordo quanto à retomada 
pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando 
se deu o casamento. 
Assim como na separação por via administrativa, o tabelião somente 
lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum 
 10 
ou advogados de cada uma das partes, cuja qualificação e assinatura constarão 
do ato notarial. 
A escritura não depende de homologação judicial e constitui título 
hábil para o registro civil e o registro de imóveis. 
 
 1 
 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
 
FILIAÇÃO 
 
1 - Conceito 
 
2 - Classificação da filiação antes da Constituição Federal de 1988 
 
3 - Presunção de Paternidade 
 
 
AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
1 – Conceito 
 
2 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
3 - Legitimidade para a Propositura da Ação 
 
4 – Prazo 
 
5 - Meios de Prova 
 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
1 - Considerações 
 
2 - Prazo 
 
3 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
 
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO 
 
1 - Hipóteses 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
FILIAÇÃO 
 
 
1 - Conceito 
 
Segundo Silvio Rodrigues filiação “é a relação de parentesco 
consangüíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que 
a geraram, ou a receberam como se as tivessem gerado”. 
 
Nosso conceito 
 
Filiação é a relação de parentesco em linha reta de primeiro 
grau, que se estabelece entre pais e filhos, seja essa relação decorrente do 
vínculo sanguíneo, ou outra origem legal, como no caso de adoção ou 
reprodução assistida com utilização de material genético de pessoa estranha 
ao casal. 
 
 
2 - Classificação da filiação antes da Constituição Federal de 1988 
 
Para conhecimento histórico-legislativo, os filhos, antes da CF/88, 
eram divididos em: 
 
a) legítimos – havidos de pessoas unidas pelo casamento 
b) ilegítimos – havidos fora do casamento. Subdividiam em: 
 
• naturais – filhos de pessoas que não estavam impedidas de contrair o 
matrimônio 
• espúrios – filhos de pessoas unidas, mas impedidas de se casar por previsão 
legal. Subdivididos, por sua vez, em: 
1 - adulterinos – havidos de pais impedidos de casar por casamento anterior 
2 – incestuosos – havidos de pais que não podiam casar pelo parentesco 
natural, civil ou afim 
 
 
3 - Presunçãode Paternidade 
 
 
O artigo 1.597 do Código Civil cuida da presunção da paternidade, 
como segue: 
 
Art. 1.597 – Presumem-se concebidos na constância do 
casamento os filhos: 
 
I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal; 
 3 
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do 
casamento; 
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que 
falecido o marido; 
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; 
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha 
prévia autorização do marido. 
 
Podemos observar que o legislador não contemplou a prole 
resultante da união estável, deixando ao desamparo legal os filhos havidos 
dessa união, a não ser que, por analogia, se estenda essa presunção a eles. 
 
 
Incisos I e II 
 
-As duas primeiras hipóteses já haviam sido tratadas na legislação anterior 
 
 
Incisos III e V 
 
 “Homóloga é a inseminação promovida com o material genético (sêmen e óvulo) 
dos próprios cônjuges.” 
“Heteróloga é a fecundação realizada com material genético de pelo menos um 
terceiro, aproveitando ou não os gametas (sêmen ou óvulo) de um ou de outro 
cônjuge.” 
 
 
Inciso IV 
 
Os embriões excedentários, aos quais se refere o inciso IV, “são aqueles 
resultantes da inseminação promovida artificialmente mas não introduzidos no 
útero materno”. 
 
 
Alguns problemas: 
 
1 – Quando se estabelece como necessária a autorizacão, qual a forma? 
 
2 – A autorização necessária é só a do marido na hipótese do Inciso V? 
 
3 - Como fica a questão sucessória (inciso III)? 
 
4 - Qual é o controle destas inseminações/ fertilizações artificiais com a 
utilização de banco de doadores de gametas para que no futuro não ocorram 
casamento entre irmãos ou entre pais e filhos ? 
 4 
 
5 - É possível a utilização de uma terceira pessoa para gerar o bebê, isto é, a 
popularmente chamada “barriga de aluguel” ? 
 
6 - O que se deve fazer com os embriões que sobraram, ou seja, os 
excedentários? Por quanto tempo poderão ser guardados ? Poderão ser 
destruídos ? A quem pertencem em caso de morte de um dos cônjuges ou 
de ambos ? 
 
7 – Marido (cônjuge) arrependido pode negar a paternidade ? E se a vontade 
for viciada ? 
 
8 - Como fica a questão do direito à identidade genética (filiação) x direito ao 
sigilo do doador ? Doador pode pretender reconhecimento de filho ? 
 
 
Soluções possíveis no PL 115/2015 - 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514
272 
 
 
AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
 
1 - Conceito - É o meio pelo qual pode-se reconhecer judicialmente a filiação de 
alguém. 
 
 
2 - Requisitos no Código Civil de 1916 (art. 363), a saber: 
 
• concubinato com o pretenso pai; 
• rapto da mãe pelo suposto pai ou relações sexuais entre eles ao tempo de sua 
concepção 
• escrito daquele a quem se atribui a paternidade, reconhecendo-a 
expressamente 
 
Atualmente, o Código Civil de 2002 não mais prevê essas 
exigências, necessitando, contudo, que haja pedido motivado para que a ação 
possa ser proposta. 
 
 
 
 
 
 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514272
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514272
 5 
3 - Legitimidade para a Propositura da Ação 
 
 
Qualquer filho poderá propor a ação de investigação 
pessoalmente ou por intermédio de seu representante legal, se incapaz, contra 
seu genitor, ou seus herdeiros ou legatários. 
 
 
PEDIDO CUMULADO 
 
 
O pedido de reconhecimento de paternidade poderá ser cumulado 
com: 
• petição de herança 
• alimentos 
• anulação de registro civil 
 
 
4 - Prazo 
 
Essa ação para declaração de estado de filho é imprescritível, 
vejamos a Súmula 149 do Supremo Tribunal Federal: 
 
“É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de 
petição de herança.” 
 
 
5 - Meios de Prova 
 
1 – a posse do estado de filho 
2 – a testemunhal 
3 – o exame prosopográfico – ampliação de fotografias e justaposição uma a outra 
4 – exame de sangue 
5 – DNA (ácido desoxirribonucleico) 
6 – exame odontológico, apenas auxiliar. 
 
 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
 
1 - Considerações 
 
A ação negatória de paternidade compete ao “marido”, que diante de 
determinados fatos possa ser levado a crer que a paternidade que lhe foi 
atribuída não condiz com a realidade. 
 6 
A presunção de paternidade é absoluta ? 
 
Dessa forma, podemos dizer que a presunção de paternidade é 
juris tantum, isto é relativa e não juris et de jure, ou absoluta. 
 
A confissão da mãe não é suficiente para excluir a paternidade. Art. 1.602. 
 
 
2 - Prazo 
 
Essa ação, com o Código de 2002, passou a ser imprescritível. Na 
legislação anterior, o marido tinha dois ou três meses para negar a paternidade, 
caso estivesse presente ou ausente ao nasciemento (art. 178, §§ 3º e 4º do 
Código de 1916). 
 
 
3 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
No Código de 1916, havia a necessidade de se provar um dos 
dois requisitos a seguir descritos, para que se pudesse contestar a legitimidade 
de filho concebido na constância do casamento: 
 
• que o marido se achava fisicamente impossibilitado de coabitar com a mulher 
nos 121 dias, ou mais, dos 300 que houverem precedido ao nascimento do 
filho; 
• que a esse tempo estavam os cônjuges legalmente separados. 
 
 
Hoje não mais existem esses dois requisitos, bastando para 
que a negativa aconteça que o marido comprove fatos que acabem com a 
presunção do artigo 1.597. 
 
 
Será que o adultério comprovado da mulher pode ilidir a presunção de 
paternidade ? 
 
Segundo o art. 1.600, o adultério da mulher, ainda que 
confessado, não basta para ilidir presunção legal de paternidade. Também a 
confissão materna não é suficiente para excluir a paternidade. Art. 1.602. 
 
 
Como fica a ação em caso de falecimento do pai ? 
 
Caso seja contestada a paternidade e o pai venha a falecer, seus 
herdeiros têm o direito de prosseguir na ação. Art. 1.601, parágrafo único. 
 
 
 7 
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO 
 
 
O reconhecimento voluntário é o meio legal colocado à disposição dos pais para 
que possam reconhecer seus filhos. Não admite condição ou termo. Art. 1.613 CC 
 
 
1 - Hipóteses 
 
Segundo o artigo 1.609 do CC, o reconhecimento dos filhos havidos fora do 
casamento poderá ocorrer nos seguintes casos: 
 
• no próprio termo de nascimento 
 
O pai deverá comparecer ao Cartório de Registro Civil e declarar 
sua paternidade, assinando o termo. A mãe, nessa hipótese, somente poderá 
contestar sua maternidade, provando a falsidade do termo ou das declarações 
nele contidas. 
Se o reconhecimento for realizado somente pela mãe, caso ela 
forneça o nome do suposto pai, o juiz corregedor permanente do cartório, ouvirá a 
mãe e, mandará notificar o pai, independente de seu estado civil, para que se 
manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída. 
Se o suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será 
lavrado termo de reconhecimento, remetendo-se, em seguida, a certidão ao oficial 
do registro para a devida averbação. 
 
 
• Por escritura pública, ou escrito particular, a ser arquivado em cartório 
 
Da mesma forma que ocorre quando a manifestação é feita 
diretamente ao juiz, esse reconhecimento pode ser incidente em qualquer ato 
notorial idôneo”, necessitando apenas que a “declaração seja explícita e 
inequívoca”. 
 
 
• Por testamento, ainda que incidentalmente manifestado 
 
Esse reconhecimento é válido ainda que o testamento tenha sido 
julgado nulo ou revogado, salvo se o motivo que promova a nulidade for a doença 
mental do testador à época da feitura do testamento. 
 
 
• Por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o 
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o 
contém8 
 
 
OBS: 
O filho maior não poderá ser reconhecido sem o seu 
consentimento e ao filho menor caberá impugnar esse reconhecimento nos quatro 
anos que se seguirem à sua maioridade ou emancipação. Art. 1.614. 
 
 
 1 
 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
 
FILIAÇÃO 
 
1 - Conceito 
 
2 - Classificação da filiação antes da Constituição Federal de 1988 
 
3 - Presunção de Paternidade 
 
 
AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
1 – Conceito 
 
2 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
3 - Legitimidade para a Propositura da Ação 
 
4 – Prazo 
 
5 - Meios de Prova 
 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
1 - Considerações 
 
2 - Prazo 
 
3 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
 
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO 
 
1 - Hipóteses 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
AULA DIREITO DE FAMÍLIA 
FILIAÇÃO 
 
 
1 - Conceito 
 
Segundo Silvio Rodrigues filiação “é a relação de parentesco 
consangüíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que 
a geraram, ou a receberam como se as tivessem gerado”. 
 
Nosso conceito 
 
Filiação é a relação de parentesco em linha reta de primeiro 
grau, que se estabelece entre pais e filhos, seja essa relação decorrente do 
vínculo sanguíneo, ou outra origem legal, como no caso de adoção ou 
reprodução assistida com utilização de material genético de pessoa estranha 
ao casal. 
 
 
2 - Classificação da filiação antes da Constituição Federal de 1988 
 
Para conhecimento histórico-legislativo, os filhos, antes da CF/88, 
eram divididos em: 
 
a) legítimos – havidos de pessoas unidas pelo casamento 
b) ilegítimos – havidos fora do casamento. Subdividiam em: 
 
• naturais – filhos de pessoas que não estavam impedidas de contrair o 
matrimônio 
• espúrios – filhos de pessoas unidas, mas impedidas de se casar por previsão 
legal. Subdivididos, por sua vez, em: 
1 - adulterinos – havidos de pais impedidos de casar por casamento anterior 
2 – incestuosos – havidos de pais que não podiam casar pelo parentesco 
natural, civil ou afim 
 
 
3 - Presunção de Paternidade 
 
 
O artigo 1.597 do Código Civil cuida da presunção da paternidade, 
como segue: 
 
Art. 1.597 – Presumem-se concebidos na constância do 
casamento os filhos: 
 
I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal; 
 3 
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do 
casamento; 
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que 
falecido o marido; 
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; 
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha 
prévia autorização do marido. 
 
Podemos observar que o legislador não contemplou a prole 
resultante da união estável, deixando ao desamparo legal os filhos havidos 
dessa união, a não ser que, por analogia, se estenda essa presunção a eles. 
 
 
Incisos I e II 
 
-As duas primeiras hipóteses já haviam sido tratadas na legislação anterior 
 
 
Incisos III e V 
 
 “Homóloga é a inseminação promovida com o material genético (sêmen e óvulo) 
dos próprios cônjuges.” 
“Heteróloga é a fecundação realizada com material genético de pelo menos um 
terceiro, aproveitando ou não os gametas (sêmen ou óvulo) de um ou de outro 
cônjuge.” 
 
 
Inciso IV 
 
Os embriões excedentários, aos quais se refere o inciso IV, “são aqueles 
resultantes da inseminação promovida artificialmente mas não introduzidos no 
útero materno”. 
 
 
Alguns problemas: 
 
1 – Quando se estabelece como necessária a autorizacão, qual a forma? 
 
2 – A autorização necessária é só a do marido na hipótese do Inciso V? 
 
3 - Como fica a questão sucessória (inciso III)? 
 
4 - Qual é o controle destas inseminações/ fertilizações artificiais com a 
utilização de banco de doadores de gametas para que no futuro não ocorram 
casamento entre irmãos ou entre pais e filhos ? 
 4 
 
5 - É possível a utilização de uma terceira pessoa para gerar o bebê, isto é, a 
popularmente chamada “barriga de aluguel” ? 
 
6 - O que se deve fazer com os embriões que sobraram, ou seja, os 
excedentários? Por quanto tempo poderão ser guardados ? Poderão ser 
destruídos ? A quem pertencem em caso de morte de um dos cônjuges ou 
de ambos ? 
 
7 – Marido (cônjuge) arrependido pode negar a paternidade ? E se a vontade 
for viciada ? 
 
8 - Como fica a questão do direito à identidade genética (filiação) x direito ao 
sigilo do doador ? Doador pode pretender reconhecimento de filho ? 
 
 
Soluções possíveis no PL 115/2015 - 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514
272 
 
 
AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
 
1 - Conceito - É o meio pelo qual pode-se reconhecer judicialmente a filiação de 
alguém. 
 
 
2 - Requisitos no Código Civil de 1916 (art. 363), a saber: 
 
• concubinato com o pretenso pai; 
• rapto da mãe pelo suposto pai ou relações sexuais entre eles ao tempo de sua 
concepção 
• escrito daquele a quem se atribui a paternidade, reconhecendo-a 
expressamente 
 
Atualmente, o Código Civil de 2002 não mais prevê essas 
exigências, necessitando, contudo, que haja pedido motivado para que a ação 
possa ser proposta. 
 
 
 
 
 
 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514272
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1514272
 5 
3 - Legitimidade para a Propositura da Ação 
 
 
Qualquer filho poderá propor a ação de investigação 
pessoalmente ou por intermédio de seu representante legal, se incapaz, contra 
seu genitor, ou seus herdeiros ou legatários. 
 
 
PEDIDO CUMULADO 
 
 
O pedido de reconhecimento de paternidade poderá ser cumulado 
com: 
• petição de herança 
• alimentos 
• anulação de registro civil 
 
 
4 - Prazo 
 
Essa ação para declaração de estado de filho é imprescritível, 
vejamos a Súmula 149 do Supremo Tribunal Federal: 
 
“É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de 
petição de herança.” 
 
 
5 - Meios de Prova 
 
1 – a posse do estado de filho 
2 – a testemunhal 
3 – o exame prosopográfico – ampliação de fotografias e justaposição uma a outra 
4 – exame de sangue 
5 – DNA (ácido desoxirribonucleico) 
6 – exame odontológico, apenas auxiliar. 
 
 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
 
1 - Considerações 
 
A ação negatória de paternidade compete ao “marido”, que diante de 
determinados fatos possa ser levado a crer que a paternidade que lhe foi 
atribuída não condiz com a realidade. 
 6 
A presunção de paternidade é absoluta ? 
 
Dessa forma, podemos dizer que a presunção de paternidade é 
juris tantum, isto é relativa e não juris et de jure, ou absoluta. 
 
A confissão da mãe não é suficiente para excluir a paternidade. Art. 1.602. 
 
 
2 - Prazo 
 
Essa ação, com o Código de 2002, passou a ser imprescritível. Na 
legislação anterior, o marido tinha dois ou três meses para negar a paternidade, 
caso estivesse presente ou ausente ao nasciemento (art. 178, §§ 3º e 4º do 
Código de 1916). 
 
 
3 - Requisitos no Código Civil de 1916 
 
No Código de 1916, havia a necessidade de se provar um dos 
dois requisitos a seguir descritos, para que se pudesse contestar a legitimidade 
de filho concebido na constância do casamento: 
 
• que o marido se achava fisicamente impossibilitado de coabitar com a mulher 
nos 121 dias, ou mais, dos 300 que houverem precedido ao nascimento do 
filho; 
• que a esse tempo estavam os cônjuges legalmente separados. 
 
 
Hoje não mais existem esses dois requisitos, bastando para 
que a negativa aconteça que o marido comprove fatos que acabem com a 
presunção do artigo 1.597. 
 
 
Será que o adultério comprovado da mulher pode ilidir a presunção de 
paternidade ? 
 
Segundo o art. 1.600, o adultério da mulher, ainda que 
confessado, não basta para ilidir presunção legal de paternidade. Também a 
confissão materna não é suficiente para excluir a paternidade.

Continue navegando