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DIREITO ADMINISTRATIVO I

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1ª AULA - 25.01.2012
DIREITO ADMINISTRATIVO
Fernanda Marinela
www.marinela.ma
Bibliografia
Celso Antônio Bandeira de Mello – crítico, conexão com a realidade
José dos Santos Carvalho Filho
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Direito: conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado que vão disciplinar a vida em sociedade, buscando a coexistência pacífica dos seres.
Subdivisões para fins didáticos:
• Direito interno e Direito Internacional.
• Direito público – aquele que se preocupa com a atuação do Estado na realização do interesse público - e Direito privado – tem como objeto as relações privadas e a satisfação do interesse particular.
Obs.: Norma de Direito público não é sinônimo de norma de ordem pública. Esse último conceito é maior que o primeiro. Norma de ordem pública é aquela imodificável/inafastável pela vontade das partes. Toda regra de Direito público também de é regra de ordem pública, mas também existem regras de ordem pública no Direito privado (ex: impedimentos absolutos para o casamento).
Direito Administrativo
• Objeto → Escola legalista/exegética/empírica/caótica: o Direito Administrativo resumia-se a um estudo de leis. Escola superada.
 → Princípios + leis
• Conceito → Escola do serviço público: o Direito Administrativo tem como objeto o serviço público. O serviço público tinha um conceito amplo, seria toda atividade do Estado.
 → Critério do Poder Executivo: o Direito Administrativo estuda somente o Poder Executivo. Conceito restrito. Também são estudados os outros poderes, quando esses exercem a atividade administrativa.
 
→ Teoria das relações jurídicas: o Direito Administrativo tem como objeto todas as relações jurídicas do Estado. Conceito muito amplo, não foi acolhido no Brasil. 
→ Critério teleológico: O Direito Administrativo é um conjunto harmônico/sistema de princípios que disciplinam a atuação do Estado na persecução de seus fins. Foi acolhido e difundido no Brasil, mas é considerado insuficiente (Oswaldo Aranha). 
→ Critério residual/ negativo: O Direito Administrativo é conceituado por exclusão, retirando-se as funções jurisdicional e legislativa. Foi aceito no Brasil, mas também foi dito insuficiente. 
→ Critério de distinção da atividade jurídica e atividade social do Estado: o Direito Administrativo preocupa-se com a atividade jurídica, mas não a social. 
→ Critério da Administração Pública: foi difundido por Hely Lopes Meirelles e é o mais aceito pela doutrina brasileira. O autor soma os critérios anteriores – “O Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras (regime jurídico administrativo), que regem agentes, órgãos e entidades no exercício da atividade administrativa, independente do poder, tendentes a realizar de forma direta (atua independente de provocação; exclui a indireta), concreta (destinatário determinado – efeitos concretos; exclui a função abstrata/legislativa) e imediata (atividade jurídica do Estado, exclui a atividade social – mediata) os fins (definidos pelo Direito Constitucional) desejados pelo Estado”.
Fontes do Direito Administrativo
• Lei (sentindo amplo). Sistema escalonado/hierárquico. “Relação de compatibilidade vertical”( termo usado pelo STF).
• Doutrina
• Jurisprudência. Decisões reiteradas sempre no mesmo sentido; apenas um acórdão não é jurisprudência.
• Costumes. Prática habitual acreditando ser ela obrigatória.
• Princípios gerais do direito. Alicerce/Vigas mestras. Podem estar expressos ou implícitos no ordenamento.
Sistemas administrativos/ mecanismos de controle
• Sistema do contencioso administrativo (sistema francês): o julgamento vai ser feito pela própria administração. Excepcionalmente o judiciário julga (ex: atividade pública de caráter privado, como a locação realizada pela administração pública; Estado e capacidade da pessoa; repressão penal e propriedade privada).
• Sistema de jurisdição única (sistema inglês): quem decide em última instância é o Poder Judiciário, o que não exclui o julgamento pela administração, o qual, por sua vez, pode ser revisado por aquele poder. É o sistema que vigora no Brasil.
Conceito de Estado, Governo e Administração
• Estado: pessoa jurídica. Goza, portanto, de personalidade jurídica. Logo, é sujeito de direito. No Brasil, não se adota mais a teoria da dupla personalidade (CC, 16). Aplica-se hoje a personalidade de direito público.
Função do Estado
- função típica (principal): legislativa - geral e abstrata, poder de inovar; jurisdicional – concreta (regra), indireta, intangibilidade jurídica, impossibilidade de mudança, imutabilidade, efeitos da coisa julgada; executiva – executar o ordenamento vigente, concreta, direta, não inova o ordenamento jurídica, a decisão é revisível pelo Poder Judiciário.
Hoje a doutrina moderna, como Celso Antônio Bandeira de Mello, fala de uma quarta função, qual seja, a função política ou de governo, que são funções excepcionais, com alto grau de discricionariedade. Ex.: sanção e veto do Presidente; declarar guerra e celebrar paz; declarar estado de sítio ou defesa.
- função atípica (secundária)
• Governo: elemento do Estado que significa comando/direção; soberano (independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna).
• Administração:
Critério formal/ orgânico/ subjetivo: máquina administrativa; aparelho estatal; bens e servidores.
Critério material/objetivo: atividade administrativa desenvolvida pelo Estado.
 
2ª AULA- 07.02.2012
Regime jurídico administrativo
Conjunto harmônico de princípios e regras que guardam entre si uma correlação lógica (compondo um sistema, uma unidade.
•Teoria da ponderação de interesses
Toda regra possui plano de validade (aplicação), excluindo-se deste as demais.
Quanto aos princípios, todos podem ser válidos e aplicáveis a um caso ( todos são importantes). Necessária se faz uma ponderação de interesses verificando-se qual deve prevalecer (ora se aaplica um, ora se aplica outro).
Nomeação de servidor público sem concurso: ato ilegal → legalidade
 STJ: princípios da segurança jurídica e da boa-fé dos servidores → estabilização do ato
Texto: Estabilização dos efeitos do ato (Jacinto Arruda)
PRINCÍPIOS
“Pedras de toque” do Direito Administrativo (Celso Antônio Bandeira de Mello): princípio da supremacia do interesse público e princípio da indisponibilidade do interesse público.
Interesse público
Representa o somatório dos interesses individuais dos seres considerados como membros da sociedade, representando, assim, a vontade da maioria.
Interesse público primário: a vontade do povo
Interesse público secundário: a vontade do Estado enquanto pessoa jurídica.
O ideal é que os interesses primário e secundário coincidam. Não existindo coincidência, deve prevalecer sempre o interesse primário.
 
Princípio da supremacia do interesse público
Significa a superioridade (supremacia) do interesse público frente aos interesses particulares.
Fundamental ao convívio social (pressuposto lógico)
Obs.: superioridade da máquina estatal/ do administrador → ERRADO
Traz algumas prerrogativas (privilégios):
- autoexecutoriedade dos atos administrativos (não precisam de autorização judicial)
- exercício do poder de polícia (compatibilizar interesses buscando o bem-estar social)
- requisição (ex.: de imóvel)
- desapropriação
- clásulas exorbitantes (tratamento diferenciado da Administração)
A administração não pode dispor do interesse público
Há corrente minoritária que defende a exclusão do princípio da supremacia, uma vez que este permitira abusos cometidos pelo administrador.
A maioria defende apenas a sua aplicação de forma correta.
Artigo: Alice Gonzales Borges
Princípio da indisponibilidade do interesse público:
O administrador não pode abrir mão (dispor) do interesse público – não tem liberalidade sobre este interesse (não lhe pertence)
Exercer função pública:exercer atividade em nome e no interesse do povo.
“O administrador de hoje não pode criar entraves (obstáculos) para a futura administração” (princípio geral do direito) → Lei da responsabilidade Fiscal
Fraude em concurso público: violação do princípio da indisponibilidade
Dispensa/inexigibilidade de licitação quando não devido: violação deste princípio.
Princípios mínimos do Direito Administrativo: 
Caput do artigo 37, CF (alterado pela EC nº 19/98)- legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Topda a Administração pública (direta ee indireta; Legislativo, Executivo e Judiciário; União, Estados e Municípios)
Princípio da legalidade
Indispensável no Estado de Direito (aquele politicamente organizado e que obedece às suas próprias leis).
Dois enfoques:
Para o Direito privado (particular): o particular pode tudo, salvo o que for vedado por lei – critério da não contradição à lei;
Para o Direito público (administrador): somente pode fazer o que está previsto (autorizado na lei) – critério da subordinação à lei.
Aumento do salário/ crianção de sanção: somente por lei
Art. 5ª/art. 37, caput, art. 84, IV/art. 150 – CF
“Administrar é aplicar a lei de ofício”: CORRETO (conceito de Seabra Fagundes).
“Princípio da legalidade é sinônimo do princípio da reserva da lei”: ERRADO
 Reserva da lei: escolha da espécie normativa (mais restrito que a legalidade)
Hoje no Brasil aplica-se a legalidade ampla aos atos normativos: compatibilidade com lei e com as regras e princípios constitucionais (controle de legalidade dos atos).
Princípio da impessoalidade 
Exemplos: concurso público e licitação (expressos na CF)
 O administrador deve agir com ausência de subjetividade
“Princípios da impessoalidade traduz a ideia de que o administrador deve tratar todos sem discriminações benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos, nem perseguições são toleradas; simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atividade administrativa”: CORRETO (Conceito de Celso Antônio Bandeira de Mello)
“Impessoalidade → isonomia, moralidade → lealdade e boa-fé “: CORRETO
Divergência entre os princípios da impessoalidade e da finalidade: segundo a doutrina tradicional (Hely Lopes), o princípio da finalidade é o ato administrativo não é do agente, mas da entidade a que ele pertence (é impessoal)
sinônimo do da impessoalidade (sinônimos de imparcialidade; imparcialidade + finalidade + impessoalidade).
*Para a doutrina moderno (Celso Antônio, Zanela), são princípios autônomos (que são separados). Impessoalidade significa ausência de subjetividade; finalidade significa “buscar o espírito da lei” (sua vontade). A finalidade estaria ligada ao princípio da legalidade. Art. 2º da Lei nº 9.784/99.
O ato administrativo não é do agente, mas da entidade a que ele pertence (é impessoal).
Prevalece a posição da impessoalidade ligada á legalidade!
*FCC, nível médio: doutrina tradicional.
Princípio da moralidade
Traz as ideias de lealdade, boa-fé, princípios éticos, honestidade, coerência, correção de atitudes, probidade.
A doutrina ainda diz que tal conceito é vago, indeterminado.
A moralidade administrativa é diferente da moralidade comum:
Comum→ certo e errado dentro do convívio social;
Administrativa → correção de atitudes + boa administração (também significa eficiência)
Nepotismo:
Lei 8.112/90 (já havia a proibição)
EC nº 45/04 (Reforma do Judiciário – CNJ e CNMO: controle administrativo)
Resolução nº 07 do CNJ; Resolução nº 01 do CNMP.
→ levada ao Supremo (controle de constitucionalidade – ADC nº12)
→proíbe o parentesco no Judiciário
ADC nº 12: constitucionalidade da Resolução nº 07; vedar o nepotismos representa a aplicação de pelo menos 4 princípios (impessoalidade, moralidade, eficiência, isonomia); é da competência do CNJ determinar tal proibição – e pode ser por resolução (pois não expede lei – é seu ato normativo); surge vontade do STF de legislar → súmula vinculante nº 13.
Súmula vinculante número 13: 1 ação → 1 súmula vinculante! 
 Cônjuge, companheiro, parente até 3º grau (linha reta, colateral ou por afinidade)
Entre autoridade nomeante e o nomeado – ocupando cargo em comissão ou exercendo função gratificada (relação de hierarquia)
- cargo em comissão (antigo cargo de confiança – antes da CF/88): baseado na confiança - de livre nomeação e exoneração (ad nutum); utilizado para direção, chefia e assessoramento; pode ser exercido por qualquer pessoa (mínimo reservado para quem é de carreira).
- função de confiança: baseado na confiança; utilizada para direção, chefia, e assessoramento; só pode ser por quem já tenha cargo efetivo.
Cargo: atribuições + responsabilidades + posto
Função: atribuições + responsabilidades (não dá lugar no quadro da Administração)
Cargo + função: + gratificação por função de confiança
A+R+P A+R
Entre autoridade que ocupe cargo de direção, chefia ou assessoramento (cargo em comissão) e outro servidor que ocupe cargo em comissão ou função gratificada, na mesma pessoa jurídica (de todos os Poderes).
Não há bancos de dados para tal controle.
Nepotismo cruzado (designações recíprocas).
Não há banco de dados para controle.
Agentes políticos estão fora da proibição.
Obs.: opinião da professora – função gratificada deveria estar fora; contrato temporário e contratação direta com dispensa de inexigibilidade de licitação deveriam ser proibidos (estão na Resolução nº 07 do CNJ).
3ª AULA - 08.02.2012
Princípio da publicidade: 
 
- conhecimento, divulgação, ciência (do titular do interesse – povo).
- condição de eficácia de atos administrativos (publicação de contrato: condição de eficácia - início da produção dos efeitos). Art. 61, parágrafo único, Lei. 8.666/93. 
 - início da contagem de prazo (marco inicial). 
 - é instrumento de controle/fiscalização. Art. 30, CF.
“A licitação na modalidade convite não tem publicidade”: ERRADO. Publicidade não se confunde com publicação. Na modalidade convite não há publicação de Edital. A publicação é feita mediante carta convite.
publicidade > publicação – publicidade é muito maior que publicação. A publicidade é sempre instrumento mais amplo que publicação. Esta é uma espécie daquela.
Negação por parte do órgão público no fornecimento de informações que não são pessoais mas são de interesse pessoal: MS (direito líquido e certo de informação).
Exceções ao princípio da publicidade: art. 5º, X, CF (intimidade); art.5º, XXXIII, CF (segurança da sociedade e do Estado); art. 5º, LX, CF (atos processuais sigilosos). Há divergência doutrinária: para a maioria dos autores, os três incisos são exceções; para uma corrente minoritária, a exemplo de Celso Antônio Bandeira de Mello, somente o inciso XXXIII é indicado como exceção. 
Lei 12.527/2011 (regulamenta o direito à informação)
Art. 37, §1º, CF: dever de publicar do administrador; forma de se publicar (não publicar seus atos: improbidade administrativa – Lei 8.429/92, art. 11) – dever de não fazer promoção pessoal (nomes, símbolos e imagens não podem ser utilizados para promoção pessoal; promoção pessoal – viola impessoalidade, moralidade, legalidade, eficiência: ato de improbidade administrativa – Lei 8.429/92, art. 11).
STJ: o simples fato de se mencionar o nome do Administrador não gera promoção pessoal; é possível que o nome esteja lá com caráter informativo. Para ser improbidade precisa ter a índole de promoção pessoal.
Obs.: nome de bem público – em tese, homenagear-se-ia apenas pessoas falecidas
Obs.: Projeto de lei para dizer expressamente que a promoção pessoal em nome de terceiros também constitui ato de improbidade.
 
Princípio da eficiência
“O princípio da eficiência ganha roupagem de princípio constitucional expresso a partir da EC nº 20/98”: ERRADO, EC nº 19.
EC nº 19/98: reforma administrativa; EC nº 20/98: reforma previdenciária.
O princípio da eficiência era implícitona CF – roupagem de princípio expresso com a EC nº 19/98 (á estava expresso na Lei nº 8.987/95, art. 6º - serviço público adequado)
- agilidade, presteza
- produtividade
-economia
- ausência de desperdícios
Alterações constitucionais pela eficiência (EC nº 19/98):
Estabilidade dos servidores públicos (art. 41, CF): aprovação em concurso público → nomeação para cargo efetivo → 3 anos de exercício →aprovação em avaliação especial de desempenho.
Perda da estabilidade: a)processo administrativo (contraditório e ampla defesa assegurados); b) processo judicial com trânsito em julgado; c) avaliação periódica de desempenho (ainda não foi regulamentada).
Limite de despesas com pessoal (art. 169, CF): racionalização da máquina administrativa (limite previsto na LC nº 101/00 – LRF – art. 19).
União: 50%
Estados e Municípios: 60%
Mecanismos para reduzir gastos (CF) – cortes (racionalização da máquina administrativa):
- cargos em comissão/ funções de confiança (no mínimo 20%);
- servidores não estáveis (quantos forem necessários, de acordo com a desnecessidade de cada um); 
- servidores estáveis.
→ Só se passa à próxima classe após esgotada a outra.
→ Instituto: exoneração (servidor não foi penalizado).
→ Os cargos devem ser extintos e somente podem ser recriados, com funções idênticas ou assemelhados, quatro anos depois.
→ Só possuem direito à indenização os servidores estáveis.
“Disserte sobre o princípio da eficiência”:
- Nos serviços públicos: necessita-se de eficiência quanto aos meios e quanto aos resultados (gastar o mínimo possível com a obtenção do melhor resultado possível).
- Infelizmente, o princípio da eficiência ainda não se tornou a realidade, não passando de um mero destaque, utopia, sonho do constituinte de 1998 (dizem alguns autores).
Princípio da isonomia
Apesar de não estar no caput do art. 37, deve ser observado na Administração
Conceito: tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, de acordo com a sua desigualdade.
Deve ser verificado se o fator discriminatório é compatível com o objetivo da norma.
Ex: exclusão de deficiente físico de concurso para salva-vidas → não viola;
 exclusão de deficiente físico(cadeirante) de concurso para a função 
administrativa na Polícia Civil → viola o princípio da isonomia.
Três exigências para requisitos de concursos públicos (segundo a jurisprudência):
A lei da carreira tem que disciplinar o registro;
O requisito deve ser compatível com as atribuições do cargo;
Deve estar previsto no edital.
Exigência de atividade jurídica: magistratura e MP (EC nº 45) – outras carreiras: deve estar na sua lei.
Prova física: estudos técnicos dizem que mulheres não podem fazer os mesmo exercícios que os homens
Teste psicotécnico (súmula nº 686 do STF e jurisprudência do STJ):
Tem que estar previsto na lei da carreira;
Precisa de parâmetros objetivos;
Deve haver o direito de recurso.
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
A maioria doa autores os colocam juntos
Razoabilidade: o administrador deve agir de forma lógica, coerente, congruente (critério do homem médio).
Para os administrativistas, o princípio da proporcionalidade é desdobramento da razoabilidade.
Proporcionalidade: equilíbrio entre os benefício e os prejuízos entre os atos e as medidas a eles inerentes.
São princípios implícitos na CF e expressos na norma infraconstitucional ( Lei nº 9.784/99).
Art. 5º, LXXVIII (EC nº 45/04): há quem diga que a razoabilidade teria se transformado em princípio expresso → princípio da razoável duração do processo
São princípios que restringem (limitam) a liberdade do administrador.
O Poder Judiciário pode rever ato administrativo quanto à legalidade (sentido amplo) – controle de legalidade do ato.
O Poder Judiciário não pode rever o mérito do ato administrativo.
O controle de legalidade em sentido amplo acaba atingindo o mérito do ato.
ADPF nº 45: o Poder Judiciário pode rever política pública que não seja razoável/proporcional.
3ª AULA – 29.02.2012
Contraditório e ampla defesa
Os princípios do contraditório e da ampla defesa, para o processo administrativo, são novidades no âmbito administrativo; estão previsto no artigo 5º, LV, CF.
Contraditório: 1) dar à parte ciência/conhecimento da existência do processo; 2) bilateralidade da relação processual; 3) em um Estado Democrático de Direito ninguém pode ser processado e condenado com o conhecimento da existência do processo.
Ampla defesa: para que haja a ampla defesa, é necessário que seja dada a oportunidade de defesa à parte.
Exigências: 
1) a defesa tem que acontecer de forma prévia/antes do julgamento: a- o procedimento deve ser predeterminado/já definido; b- penas já definidas: conhecimento das possíveis sanções que poderão ser aplicadas; 
2) a parte tem que ter direito às informações do processo/acesso ao processo*;
*A maioria dos processos administrativos a carga é vedada. O direito de cópia tem que ser viabilizado, desde que a parte pague a conta.
3) que o interessado tenha direito á produção de provas (isso significa não só produzir a prova, mas ter também essa prova avaliada e interferir no julgamento);
4) defesa técnica no processo administrativo 
PAD:
- A defesa técnica foi construída em parte no processo administrativo disciplinar → presença facultativa em sede de processo administrativo disciplinar – Lei 8112
- o STJ editou a súmula 343: “é obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar”; essa súmula está superada.
-posteriormente, a matéria foi levada ao STF, e foi editada a súmula vinculante n. 5, a qual preceitua que: “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.
5) direito de recurso
O depósito prévio é inconstitucional, pois atrela a possibilidade de recurso à capacidade financeira da parte (súmula 373 do STJ; súmula vinculante n. 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”).
Súmula vinculante n. 3: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.
O ato administrativo de anulação ou revogação do ato de concessão inicial ilegal de aposentadoria, reforma e pensão é um ato administrativo complexo, ou seja, depende de duas manifestações de vontade, e essas manifestações de vontade acontecem em órgão diferentes.
A súmula diz que esse ato de ilegalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, quando analisado pelo TCU, não terá contraditório e ampla defesa. A oportunidade de contraditório e ampla defesa vai acontecer na administração pública.
1 ATO ADMINISTRATIVO → 1 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
O próprio STF em decisões posteriores entendeu que se o TCU demorar mais de 5 anos para julgar, ele deverá garantir o contraditório e a ampla defesa, por razões de segurança jurídica (vídeo youtube: “temperando a vinculante número 3”).
Princípio da continuidade
O serviço público tem que ser prestado de forma ininterrupta/contínua.
O princípio da continuidade e o direito de greve dos servidores públicos
Art. 37, VII, CF – na forma da lei específica.
Antes da E.C. 19 era lei complementar, a partir da E.C 19 passou a ser uma lei ordinária 
O STF já disse que essa é uma norma de eficácia limitada. Desse modo, teoricamente o servidor não poderia exercer o direito de greve na falta da lei. Durante muitos anos essa greve foi reconhecida como ilegal. 
Mandado de injunção com efeitos concretos (MI 670/708/712)→ o STF reconhece que o MI pode ter efeitos concretos, reconhecendo aos servidores públicos o direito de greve, aplicando, no que couber, a Lei 7.783/89.
MI passa a ter efeitos concretos e nãoapenas declaratório, além de conferir efeitos erga omnes a essas decisões.
Corte do serviço - art. 6º, §3º, Lei 8789/95
1) Emergência
2) Com aviso prévio: 
a) segurança das instalações →normas técnica; 
b) inadimplemento: corrente majoritária entende que mesmo em caso de serviço essencial é possível o corte, em nome da supremacia do interesse público e da continuidade – para que a empresa não quebre – e da isonomia; corrente minoritária diz que não pode – CDC. Existem situações excepcionais em que os serviços são mantidos.
Se o usuário não pagador for o Estado, o serviço pode ser cortado? Sim, salvo algumas exceções (ex.: logradouros públicos, hospitais públicos, etc.).
Presunção de legitimidade
O ato administrativo goza de presunção de legitimidade.
Onde tiver escrito presunção de legitimidade (moral), leia-se também presunção de legalidade (lei) e presunção de veracidade (verdade).
Essa presunção é relativa – “juris tantum”.
A consequência prática de presunção de legitimidade dos atos administrativos é a sua aplicação imediata.
Geralmente o ônus da prova é de quem alega, e quem em regra contesta é o administrado, logo, em regra, o ônus da prova é do administrado.
Princípio da autotutela
A administração pública pode rever seus próprios atos.
1) Quanto à legalidade: anulação
2) Quanto à conveniência: revogação
Di Pietro afirma que o princípio da autotutela, além da revisão dos atos, incumbe à administração o dever de cuidado, de zelo (posição minoritária; já caiu em concurso).
Princípio da especialidade
Esse princípio traz a ideia de que a administração pública, especialmente a indireta, está vinculada às finalidades para as quais foram criadas. Essa finalidade está prevista na sua lei de criação.
AD→ entes políticos (União, Estados, Municípios e DF)
AI→ autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista.
Para que um ente da AI seja criado, é necessário uma lei. Quando a AD define essa lei, ela também vai definir nessa lei a finalidade específica do ente.
Se quem define a finalidade é a lei, pode o administrador modificar? O que a lei define, o administrador não modifica. E se vier uma nova lei? Aí pode.
Esse princípio surgiu inicialmente para a AI. Mas hoje ele também é aplicado para os órgãos da AD (já caiu em concurso).
OBS.: ROL NÃO EXAUSTIVO
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Formas de prestação da atividade administrativa
Prestação centralizada: administração direta; núcleo.
Prestação descentralizada: transferência para a administração indireta e para os particulares (a atividade é deslocada para outra pessoa).
Nova pessoa (o serviço descentralizado pode ser prestado por pessoa jurídica – regra - e por pessoa física).
Não existe hierarquia, não há subordinação. O que existe é controle, fiscalização.
Forma desconcentrada de prestação do serviço: se a atividade for deslocada dentro do próprio núcleo, dentro da própria pessoa.
Mesma pessoa
Há hierarquia, há relação de subordinação.
Descentralização administrativa
Se a descentralização for feita entre entes políticos, isso é chamado de descentralização política (estudado em constitucional). Essa espécie de descentralização é diferente da descentralização da administração (aqui não é deslocada a competência política, mas a atividade administrativa).
Ela pode acontecer de duas formas:
Outorga: transferir a titularidade mais a execução do serviço.
Somente é permitida por meio de lei. 
Para a maioria da doutrina no Brasil, há transferência da titularidade mais a execução. Considerando que a titularidade não pode sair da mão do poder público, a outorga só é permitida para as pessoas da administração indireta de direito público (autarquias, fundações públicas de direito público).
A posição minoritária diz que poderia ser qualquer pessoa da indireta, não necessariamente a de direito público (incluindo as empresas públicas e sociedades de economia mista).
Delegação: transferência somente da execução do serviço.
Por lei → pessoa jurídicas da administração indireta de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista).
Por contrato → particulares (ex.: concessionárias e permissionárias de serviços).
Por ato administrativo → particulares (ex.: autorização).
“O poder público pode outorgar a concessão de um serviço público a um particular” → verdadeiro. A questão não disse que a concessão é uma outorga; acepção vulgar da palavra outorgar. A CF, em seu art. 175, usa essa palavra no mesmo sentido.
5ª AULA – 01.03.2012
Relação Estado (P.J.) e agente (P.F.)
Teoria do mandato: o Estado e seu agente, assim como você e seu advogado, vão celebrar um contrato de mandato. A teoria do contrato fica superada para o nosso sistema pois o Estado não pode celebrar esse contrato de mandato.
Teoria da representação: ela foi idealizada da mesma forma que a tutela e a curatela. O Estado seria tratado como incapaz, e como incapaz ele precisaria de um representante. Mas o Estado é sujeito incapaz? A própria CF preceitua que o Estado responde pelo seus agente. Se ele responde pelos seus agentes, ele é sujeito capaz. Então essa teoria também fica superada.
Teoria da imputação (teoria do órgão): para essa teoria o agente atua como se fosse o Estado. As vontades se confundem, formando uma única vontade. O agente manifesta a vontade do Estado por imputação legal/através de previsão legal. Essa é a teoria adotada no Brrrrrrrrrrrasil. 
Órgãos públicos
Órgão público: centro especializado de competência → busca por maior eficiência.
O órgão público está presente não somente na administração direta, mas também na administração indireta.
Lei n. 9784/99, art. 1º, §2º, I: “Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração (...)§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; (...)”
Características:
Não tem personalidade jurídica
1. Não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
2. Não responde pelos atos (responsabilidade da pessoa jurídica).
3. O órgão não celebra contratos, porque não pode ser sujeito de obrigações. Mas ele licita? Sim. Ele executa e faz a gestão do contrato? Sim. Mas quem celebra o contrato é a pessoa jurídica (parte do contrato vai ser a pessoa jurídica). Art. 37, §8, CF (EC 19) → contrato de gestão (o contrato de gestão pode ser celebrado entre entres da administração, órgão públicos e administradores). A doutrina diz que esse artigo, no ponto que permite a celebração de contrato entre órgãos seria inconstitucional. Já no ponto que permite a celebração de contrato administrativo entre administradores não seria contrato administrativo, pois o Estado não está presente. Apesar das críticas da doutrina, a EC 19 não foi declarada inconstitucional nesse ponto (ainda não foi objeto de ADI ou já foi declarado constitucional?).
4. CNPJ. O órgão público não tem personalidade, mas possui recurso orçamentário. O CNPJ serve para a fiscalização da receita.
Instrução normativa 1210 de 16 de nov. 2011 da Receita Federal.
5. O órgão pode ir à juízo? Assim como espólio, nascituro, massa falida o órgão não possui personalidade jurídica, o que em tese não o levaria como parte à juízo, ele pode excepcionalmente figurar como parte em um processo judicial. A jurisprudência diz que ele pode ir à juízo em busca de prerrogativas jurídicas e normalmente como sujeito ativo.
Quando o órgão público vai à juízo, ele pode ter representação própria? Não significa que ele vai ter sempre, mas ele pode ter. Vai depender da lei que cria o órgão.
Ler “Personalidade judiciária” – José dos Santos Carvalho Filho
Classificação de órgão público
De acordo com a posição estatal
Independentes: ele goza deindependência, o que significa dizer que ele não sofre qualquer relação de subordinação. Há controle/fiscalização, mas não há hierarquia. Ex.: presidência, prefeituras, governadorias de Estados, congresso nacional, assembleias legislativas, câmaras municipais, tribunais, juízes monocráticos (topo do escalão).
Autônomos: aquele que goza de autonomia. Autonomia significa uma ampla liberdade, mas eles estão subordinados aos órgãos independentes (relação de hierarquia). Ex.: ministérios, secretarias estaduais e municipais.
MP e TC são o que? A professora entende que seriam autônomos (a independência funcional do MP não se confunde com a estrutura administrativa). Isso tem muita divergência.
Superiores: ele tem poder de decisão, mas já não tem independência e nem autonomia. Eles estão subordinados aos órgãos anteriores. Ex.: gabinetes, procuradorias (maioria dos casos).
Subalternos: é aquele que não tem qualquer poder de cisão. São chamados de órgãos de mera execução. Ex.: zeladoria, almoxarifado, seções administrativas.
De acordo com a estrutura
Órgãos simples: não têm órgãos agregados à sua estrutura. Ex.: gabinete.
Órgãos composto: aqueles que têm ramificações. Ex.: postos de saúde e hospitais X secretaria de saúde; escolas X delegacias de educação.
Quanto à atuação funcional
Órgão singular (unipessoal): é aquele no qual a tomada de decisão é feita por um único titular. Ex.: presidência, prefeitura, o juízo monocrático.
Órgão colegiado: a tomada de decisão é coletiva. Ex.: tribunais e casas legislativas.
Administração indireta
Autarquias
Fundações públicas
Empresas públicas
Sociedades de economia mista
Características gerais (todas pessoas da AI)
Personalidade jurídica própria
Pode ser sujeito de direitos e de obrigações.
Elas respondem pelos seus atos.
Patrimônio e receita próprios.
Autonomia técnica/administrativa/financeira (autonomia política elas não têm – não têm o poder de legislar).
Criação/extinção – art. 37, XIX, CF.
Lei – cria ou autoriza a criação.
Art. 37, XIX: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”
*LO/específica → cria autarquia.
*LO/específica → autoriza a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação.
Quando a lei autoriza a criação, para que a pessoa jurídica exista efetivamente, é preciso o registro. O local do registro depende da natureza da pessoa jurídica (civil – cartório, empresarial – junta comercial).
Pelo paralelismo das formas, da mesma maneira que a pessoa jurídica é criada, ela vai ser extinta.
No caso da fundação, uma LC vai trazer uma lista de finalidades possíveis. Essa LC mão vai autorizar a criação da fundação, é a LO específica que autoriza sua criação. A fundação que a CF está falando nesse caso é a fundação pública de direito privado.
Hely Lopes Meirelles – seu posicionamento é com base na CF anterior; para ele toda fundação pública deve ser de direito privado.
Celso Antônio Bandeira de Mello – toda fundação pública deve ser de direito público ( posição minoritária – diferente do STF)
 
(Fundação)
Patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica. Patrimônio personalizado (universitas bonorum).
Fundação privada: é aquela constituída por um fundador particular.
Fundação pública: fundada pelo poder público.
Doutrina e jurisprudência majoritária (inclusive STF) entende que o poder público pode constituir uma fundação pública sob dois regimes distintos: de direito público e de direito privado.
A fundação pública de direito público nada mais é que uma espécie de autarquia (autarquia fundacional). Ela é espécie do gênero de autarquia, logo a lei cria a fundação pública de direito público. O que for dito pra autarquia serve pra essa pessoa jurídica.
A fundação pública de direito privado é chamada de fundação governamental. Seu regime é o mesmo da empresa pública e da sociedade de economia mista. O que for dito pra EM SEM serve pra essa pessoa jurídica.
Não têm fins lucrativos
O lucro é possível, mas a pessoa jurídica não é criada para isso.
Autarquias e fundações públicas → serviço público
Empresas públicas e sociedade de economia mista → serviço público e atividade econômica.
 
 Art. 173, CF (o fim é o interesse coletivo ou a segurança nacional)
Finalidade específica
As pessoas jurídicas da administração indireta estão vinculadas à sua finalidade específica, a qual é definida na sua lei de criação.
Princípio da especialidade.
Controle
Entre a administração direta e indireta não há relação de subordinação e nem de hierarquia, o que há é fiscalização/controle.
PL → TC/CPI
PJ 
PE → supervisão ministerial (controlar receitas, despesas, nomear os dirigentes da indireta).
Normalmente a nomeação é feita pelo chefe do Executivo. Excepcionalmente depende da aprovação do Congresso Nacional, mais especificamente do Senado, como é o caso das agências reguladoras e do Banco Central.
6ª AULA – 15.03.2012 (faltei)
Autarquias
Pessoa jurídica de direito público.
Prestar atividade típica de Estado. Prestadora de serviços públicos; ela presta serviços públicos desenvolvendo atividades próprias do Estado.
Por ser de direito público, seu regime é muito semelhante ao utilizado pela Administração Direta.
São criadas e extintas por lei.
Não tem finalidade lucrativa.
Têm finalidade específica.
Está sujeita a controle.
Características da A.D.
Regime jurídico:
1. Atos praticados pela autarquia são atos administrativos. 
Isso significa que esses atos vão ter um regime próprios, gozando de presunção, legitimidade, autoexecutoriedade, imperatividade.
Os contratos da autarquia também são contratos administrativos. Logo, está sujeita ^`a licitação (Lei 8666/93). Além da licitação, também vai haver cláusula exorbitante (aquelas que extrapolam o comum dos contratos – art.58, Lei 8666/93).
2. Responsabilidade civil 
A autarquia é uma entidade de direito público, logo aplica-se o art. 37, §6º da CF/88. Teoria objetiva (conduta/dano/nexo).
Excepcionalmente pode ser subjetiva – caso de omissão. Decisões mais recentes vêm aplicando a objetiva mesmo nesses casos.
Responsabilidade subsidiária do Estado (ordem).
“O Estado responde objetivamente por ato de autarquia”: CERTO.
CULPA: objetiva ou subjetiva. ORDEM DE PREFERÊNCIA: solidária e subsidiária.
3. Bens autárquicos
São bens de pessoa jurídica de direito público, logo são bens públicos. Observa, portanto, o regime de bem público.
Características:
a) Inalienáveis
Os bens públicos são, em regra, inalienáveis. Eles são inalienáveis de forma relativa; em algumas situações é possível alienar. 
Alienáveis de forma condicionada = inalienáveis de forma relativa.
Condições para alienar: art. 17, Lei 8666/93.
b) Impenhoráveis
São impenhoráveis. Não pode ser objeto de penhora, bem como de arresto e sequestro.
Penhora: restrição de bens dentro do processo de execução e serve para garantir o juízo.
Arresto e sequestro são cautelares típicas. Arresto serve para bens indeterminados, ao passo que a cautelar de sequestro serve para bens determinados. Vão proteger a futura penhora. Elas ficam prejudicadas no regime dos bens públicos, pois depois não vai poder haver a penhora.
c) Impossibilidade de oneração
Oneração significa nada mais que direito real de garantia. 
Bem público não pode ser penhor, hipoteca e anticrese.
Penhor é direito real de garantia sobre bens móveis, que não se confunde com hipoteca e nem com penhora. Penhor e hipoteca acontecem fora do juízo, enquanto a penhora acontece em juízo.
Hipoteca é direito real de garantia sobre bens imóveis.
Anticrese é um direito real de garantia em que o credor explora o patrimôniodo devedor, e com o produto da exploração salda o crédito. Está em desuso no Brasil, apesar de previsto no novo CC.
d) Imprescritíveis
Não podem ser objetos de prescrição aquisitiva – usucapião. O Poder Público não perde bens por usucapião.
A garantia do pagamento dos débitos judiciais é o regime de precatório.
4. Débitos judiciais
Regime de precatório – art. 100, CF. Ordem cronológica de apresentação (fila).
Cada pessoa jurídica tem sua fila própria.
5. Prazo prescricional
A prescrição, em regra, é quinquenal, ou seja, cinco anos (Dec. 910/32).
Existia divergência doutrinária em caso de reparação de civil. Alguns defendiam 3 anos, outros 5 anos. A posição que prevalece na jurisprudência hoje é que o prazo prescricional é de 5 anos, mesmo me caso de reparação civil.
6. Procedimentos financeiros
As autarquias estão sujeitas à contabilidade pública (Lei 4.320)
Também estão sujeitas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00).
7. Regime processual
Autarquia tem tratamento de Fazenda Pública no processo. 
Prazo: tem prazo diferenciado/dilatado - art. 188, CPC → 4X na contestação; 2X no recurso.
Reexame necessário (duplo grau de jurisdição obrigatório): autarquia tem direito a reexame necessário – art. 475, CPC. O reexame necessário hoje no Brasil não é regra absoluta, pois o CPC traz duas exceções: ação até 60 SM ou se a matéria já foi julgada pelo pleno do tribunal.
8. Regime Tributário
Art. 150, VI, a, CF – imunidade recíproca – impostos.
Art. 150, §2º, CF - Essa imunidade é extensível às autarquias, mas não é absoluta. Ela é extensível às autarquias na sua finalidade específica. Autarquia não paga imposto na sua finalidade específica.
9. Regime de pessoal
Pessoa jurídica de direito público – servidor público.
O servidor público está sujeito a Regime Jurídico Único – ADI 2.135.
Ex.: INSS, INCRA, Universidades Federais.
Autarquias territoriais
Territórios. Apesar de o território estar na lista de autarquia, ele não tem nada de autarquia. 
Conselho de classe
O conselho nasce com natureza de autarquia profissional.
Lei 9.649/98 – natureza jurídica de direito privado.
Exercício do Poder de Polícia.
ADI 1.717 – STF – O conselho de classe exerce Poder de Polícia. Em nome da segurança jurídica, o poder de polícia não pode ser dado à pessoa privada, logo o conselho de classe não pode ter natureza privada. Entendeu que a Lei 9.649 é inconstitucional e o conselho de classe restabelece sua natureza de autarquia.
A sua anuidade ela tem natureza tributária (contribuição). O não pagamento do tributo vai gerar cobrança via execução fiscal.
Controle do tribunal de contas.
Em regra, tem concurso público.
*OAB (Estatuto da OAB) – STF/STJ→ A anuidade da OAB não tem natureza de tributo. O não pagamento da anuidade gera execução fiscal. A contabilidade não é pública e, logo, a OAB não tem controle pelo tribunal de contas. O quadro de pessoal da OAB é celetista, mas o PGR pensa que há necessidade de concurso público. O PGR ajuizou, então, ADI 3026 – necessidade de concurso – interpretação conforme do art. 79, do estatuto da OAB. 
O STF decidiu que: ”não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública direta e indireta. A OAB não é uma entendida da A.I. A ordem é independente, categoria ímpar. Ela não está incluída nas autarquias indiretas. Não está sujeita a controle da Administração. Suas características são autonomia e independência; não pode ser entendida como congênere das demais entidades de classe. Sua finalidade não é coorporativa, mas institucional. Não há exigência de concurso público” → Não tem obrigações de pessoa pública, mas tem os privilégios de pessoa pública.
Pessoa jurídica ímpar significa dizer que ela tem regra de direito público e de direito privado.
Dois MS foram ajuizados pelos demais conselhos: um foi julgado pela obrigatoriedade de concurso (entendimento majoritário) e outro pela inexistência desta obrigação.
Autarquias de regime especial
É uma autarquia que vai ter tratamento diferenciado em algumas situações. Esse termo foi utilizado para falar originariamente para as universidades públicas.
As universidades públicas tinha como regime especial a escolha dos dirigentes – eleição (normalmente a nomeação e exoneração é feita pelo Presidente da república na A.I.)
As universidades têm mais liberdade e autonomia (autonomia pedagógica).
Agências reguladoras
Autarquia de regime especial.
Política nacional de desestatização/da privatização.
Fiscalizar as atividades privatizadas – instrumento de controle – agências reguladoras. Esse controle não é novo; a novidade é o nome “agência”, que foi copiado do direito norte-americano com ideia de conferir credibilidade.
Regime especial
1. Função desenvolvida pela agência – normatizar, regular, controlar e fiscalizar diversas atividade. Complementar à lei/normas técnicas. Mais autonomia. A agência reguladora não legisla, ela define norma técnicas complementares à previsão legal.
2. Nomeação ou investidura especial – depende da prévia aprovação do Senado Federal + nomeação do Presidente da República.
3. Mandato de prazo fixo – prazo: definido na lei de cada agência. Existe um projeto de lei tendente a unificar em 4 anos não coincidentes com o presidente da República. O dirigente da agência só vai sair antes do prazo se houver condenação ou renúncia.
Encerrado o mandato: quarentena – o dirigente deve se manter afastado da iniciativa privada naquele ramo por 4 meses (regra) a 12 meses, com remuneração.
7ª AULA – 16.03.2012 (faltei)
Regime jurídico: em regra, igual ao das autarquias – observações:
1. Licitação
Como autarquia, está sujeita a licitação
Lei nº 9.472/97 (ANATEL) → a agência reguladora terá procedimento próprio de licitação (está fora da Lei n. 8.666/93); seguiria duas modalidades específicas: pregão e consulta.
ADI 1688: o STF entendeu que está sujeita à Lei n. 8.666/93; poderia ter duas modalidades específicas (pregão e consulta).
2000: pregão passou a ser utilizado pela União
2002: pregão para todos os entes
Consulta: continua a ser específica (depende de regulamentação)
2. Regime de pessoal 
Lei n. 9.986/00 (norma geral das agências reguladoras): pessoal com contrato temporário e o regime celetista.
ADI 2310 – cautelar: o regime não pode ser temporário (necessidade permanente); o regime não pode ser celetista – deve ser estatutário (atividade demanda grande qualificação).
O presidente editou a MP 155 (Lei n. 10.871/04) – cria cargos → a ADI 2310 foi extinta por perda de objeto → contratos temporários prorrogados (criação de cargos foi insuficiente)
Qual deve ser o regime? Estatutário (regime de cargo) → ADI 3678
Exemplos de agências reguladoras
Controlando serviços públicos:
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações)
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
ANS (Agência Nacional de Saúde)
ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)
ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários)
ANAC (Agência NICONAL DE Aviação Civil)
ANP ((Agência Nacional de Petróleo)
Fiscalizar bem público: 
ANA (Agência Nacional de Águas)
Objetivo de fomento:
ANCINE: (Agência Nacional do Cinema) – criada por MP que ainda não foi convertida em lei
Crítica da professora: custam caro e têm pouco retorno
Cuidado! Nem tudo com nome de “agência” é agência reguladora! EX: ABIN (órgão da Administração Direta); AEB (Agência Espacial Brasileira) – autarquia.
Há ainda as agências que não são assim denominadas:
CVM (Comissão de Valores Mobiliários): agência reguladora.
Agências executivas
Criadas pela Lei n. 9.649/98
A agência executiva é uma autarquia de fundação – que está ineficiente – que elabora um plano estratégico de restruturação com o objetivo de ser mais eficiente e celebra, então, um contrato de gestão com a Administração Direta (pelo qual obtém mais autonomia e mais recursos públicos).
Crítica: o contrato de gestãodará mais recursos e liberdade a ente que já deveria ser eficiente (“prêmio para a ineficiência”).
Será dada mais autonomia que a lei de criação deu ao ente.
O status de agência executiva é temporário (enquanto estiver em andamento o contrato de gestão).
Ex.: INMETRO (contrato de gestão em andamento).
Foram criadas pela lei 9.649/98. Nada mais são do que uma velha autarquia ou uma fundação pública que está ineficiente, precisam melhorar os seus serviços. Elas elaboram um plano estratégico de reestruturação. 
As agências executivas elaboram um plano estratégico de reestruturação. Com esse plano estratégico, com esse propósito, elas vão à Administração Direta e celebram o chamado contrato de gestão (com promessa de mudança, proposta de mudança). 
Esse contrato de gestão vai dar mais autonomia, mais liberdade e consequentemente mais recurso público. 
O contrato de gestão é um contrato que vai dar mais autonomia, mais liberdade a quem já tinha o dever de eficiência, está-se prometendo o que ela já tinha obrigação de ser. A Agência Executiva é abominada pela doutrina. 
O contrato de gestão e o status de agência executiva são um status temporário enquanto estiver em andamento o contrato de gestão. 
Empresas estatais (empresa pública e sociedade de economia mista)
É aquela em que o Estado participa.
Segue regime próprio
Empresas Estatais: Empresa estatal é aquela que o estado faz parte, participa, tem que estar presente. 
Nem toda empresa estatal é uma empresa pública. 
Essa empresa estatal vai ter que seguir um regime próprio, o estado tem que participar e ela tem que ser uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista. 
Empresa pública
Nome “empresa pública”: capital público (exclusivamente).
É a pessoa jurídica de direito privado.
Segue regime híbrido ou misto (parte público e parte privado)
“O capital da empresa pública deve ser de um só ente”: FALSO!
O capital pode ser de mais de um ente, desde que seja público.
Pode ter duas finalidades: prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica.
Pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial.
- Empresa Pública: Não é pessoa de direito público. O nome da empresa aqui está ligado ao seu capital e não ao seu regime jurídico. Empresa Pública é pessoa jurídica de direito privado que vai seguir um regime que não é verdadeiramente privado, é um regime misto (híbrido), significa que uma parte é público e uma parte desse regime é privado.
O capital da empresa pública é exclusivamente público. O capital da empresa pública pode ser de mais de um ente, pode ser até mesmo dos três entes (União, estados e municípios), desde que esse capital seja exclusivamente público.
A empresa pública pode ter 2 finalidades:
1. Prestadora de serviço público:
2. Exploradora da atividade econômica: 
A empresa pública pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial. 
Sociedade de economia mista
É a pessoa jurídica de direito privado.
Regime híbrido ou misto.
Capital misto (uma parte pública e outra privada)
sociedade de Economia Mista: Também é pessoa jurídica de direito privado. O regime dessa empresa também é misto (híbrido). A sociedade de economia mista vai ter capital misto (parte pública e parte privada). 
Apesar de o capital ser misto (parte pública e parte privada), o comando da empresa tem que estar nas mãos do capital público. A maioria deste capital que dá direito a voto tem que estar nas mãos do poder público (maioria do capital votante). 
O poder público tem que dirigir, comandar essa empresa. 
A sociedade de economia mista tem duas finalidades: 
1. Vai ser prestadora de serviço público;
2. Exploradora de atividade econômica; 
A nossa sociedade de economia mista só pode ser constituída na forma de S/A (Sociedade Anônima). 
	Empresa Pública 
	Sociedade de Economia Mista
	O capital é exclusivamente público
	Capital Misto
	Empresa Pública pode ser de qualquer modalidade empresarial; 
	Só Sociedade Anônima
	Competência para julgamento de suas ações: Art. 109 da CF (Competência da justiça comum federal para julgar Ações da Empresa Pública Federal); 
	Competência para julgamento de suas ações: A sociedade de economia mista federal não está no art. 109 da CF, logo a competência vai ser da justiça comum estadual. 
No entanto, nessa ação em que a sociedade de economia mista federal funcionar como parte e a União tiver interesse nessa ação, a causa vai para a justiça federal. 
STF, súmulas: 517 e 556. Essas súmulas remetem a justiça estadual e ressalvam quando houver interesse da União que coloca a causa na justiça federal. 
Se a Empresa Pública ou a Sociedade de Economia Mista forem estaduais ou municipais, não há divergência, pois a competência já vai ser da justiça estadual. 
3. Competência: Art. 109 da CF. 
4. Finalidades: A empresa pública e a sociedade de economia mista podem ter duas finalidades diferentes: Podem ser prestadoras de serviços públicos e podem ser exploradoras de atividade econômica. Se a empresa presta serviço público, o seu regime vai ser mais público do que privado, mas se a empresa explora atividade econômica, o seu regime vai ser mais privado do que público. 
Art. 173 da CF: O estado não intervirá na atividade econômica, salvo através da empresa pública e da sociedade de economia mista quando isso for imprescindível a segurança nacional e quando for imprescindível ao interesse coletivo. 
De qualquer maneira, a segurança nacional e o interesse público são razões de interesse público. 
www.marinela.ma 
- Regime Jurídico: 
A empresa pública na sua atividade-fim não precisa licitar. 
1. Licitação e contratos administrativos: 
Se e empresa pública e a sociedade de economia mista prestam serviço público não há dúvida que estão sujeitas à licitação. Prestando serviço público (art. 37, XXI da CF: Estabelece que essas empresas estão sujeitas à licitação).
Art. 1º da lei 8.666/93: Empresas públicas e Sociedades de economia mista estão sujeitas à licitação.
Se a nossa empresa explora atividade econômica, o art. 173, §1º, III da CF diz que a empresa pública e a sociedade de economia mista poderão em lei específica ter estatuto próprio. 
Até hoje essa lei específica não saiu e por enquanto a empresa vai seguir o regime geral, ou seja, o art. 1º da lei 8.666/93.
A empresa pública e a sociedade de economia mista estão sujeitas à lei 8.666/93 e essa lei traz hipóteses de dispensa e hipóteses de inexigibilidade. Exemplos: 
a) Dispensa: É a do art. 24, parágrafo único da lei 8.666/93. No primeiro e segundo incisos são estabelecidas dispensas em 10% da modalidade convite. Para obras e serviços de engenharia, o limite vai ser de até 15.000 reais e de 8.000 reais para outras obras e serviços de engenharia. Ocorre que o art. 24, parágrafo único da lei 8.666/93 diz que a dispensa é de 20% do valor do convite (exceção), para obras e serviços de engenharia de até 30.000 reais e outras obras e serviços de até 16.000 reais.
b) Inexigibilidade: A inexigibilidade de licitação está prevista no art. 25 da lei 8.666/93 que representa um rol somente exemplificativo (Se a competição é inviável, a licitação é inexigível). A competição é inviável se ela prejudicar o interesse público. Se a nossa empresa pública presta serviço público, essa é uma razão de interesse público, se a licitação prejudicar esse interesse público, a competição é inviável. 
Quando a licitação prejudicar a atividade fim da empresa, ela vai ser inexigível, vez que vai prejudicar o interesse público. 
Competição inviável, a licitação é inexigível. 
2. Responsabilidade civil do estado:
Se a empresa pública/sociedade de economia mista prestam serviço público (art. 37, §6º da CF- Responsabilidade Civil pela teoria objetiva), o estado responde subsidiariamente.
Se a Empresa Pública/Sociedade de economia mista exploram atividade econômica, a regra é a teoria subjetiva e nesse caso o estado não responde (aplica-se o direito privado). Essa é a posição que prevalece na doutrinahoje, porém há quem entenda em sentido contrário. 
3. Bens: Em regra, o bem da empresa pública/sociedade de economia mista são bens privados, que significa dizer que são em regra alienáveis, oneráveis, penhoráveis. A doutrina majoritária diz que esses bens são privados, salvo quando eles estiverem diretamente ligados à prestação de serviço público e o fundamento é o princípio da continuidade. São aqueles bens que você retirando vão comprometer a prestação do serviço público. 
Bem de empresa pública prestadora de serviço público é penhorável (verdadeiro), salvo aqueles que estiverem ligados diretamente à prestação de serviço. 
A Empresa de Correios e Telégrafos não se confunde com as demais empresas públicas. Essa empresa tem natureza de empresa pública, mas ela presta o serviço postal com exclusividade e em razão dessa exclusividade, ela ganhou tratamento de fazenda pública que é muito próximo, semelhante às autarquias. 
É uma empresa pública que por prestar um serviço com exclusividade ganhou um tratamento especial.
ADPF 46: A ECT tem tratamento diferenciado (de fazenda pública), significa que os bens são públicos, impenhoráveis, não importa se está ou não ligado ao serviço. 
A ECT está sujeita ao regime de precatório, para as outras empresas públicas isso não existe, vez que os bens das outras empresas públicas são penhoráveis. 
Exclusividade é diferente de monopólio. Monopólio é para atividade econômica, logo para a ECT é exclusividade. 
4. Regime tributário da empresa pública e da sociedade de economia mista: 
Se elas prestam serviço público, essas empresas prestando serviço de forma exclusiva, elas ganham imunidade tributária recíproca que significa imunidade para os impostos. Se elas não prestam com exclusividade o serviço público, segue a regra do art. 150, §3º da CF: Se quem está bancando o serviço é o usuário e o valor é repassado, ela não pode ter privilégios. 
Art. 173, §2º da CF: A constituição diz que a EP/SEM exploradora da atividade econômica não tem privilégios não extensíveis à iniciativa privada, o que significa dizer que se a iniciativa privada tiver privilégios, a nossa empresa também vai ter. 
5. Regime Falimentar: A EP/SEM não estão sujeitas ao regime falimentar. Existia uma divergência quanto a essa possibilidade, mas para a maioria não estão sujeitas. 
6. Regime de pessoal da EP/SEM: Esse pessoal não é servidor público, é chamado de servidor de ente governamental de direito privado. Ele não é servidor público, mas vai ter tratamento de servidor em algumas circunstâncias. Ele é titular de emprego e está sujeito ao regime celetista. 
Ele vai se equiparar ao servidor público para fins de concurso público, para fins de regime de não acumulação (no Brasil, em regra, não é possível acumular, mas excepcionalmente pode acumular nas hipóteses da constituição), estão sujeitos a teto remuneratório, salvo quando não receberem dinheiro para custeio (A administração não repassa dinheiro para a sua manutenção), estão sujeitos ao conceito do art. 327 do CP (são funcionários públicos para fins penais), estão sujeitos à lei de improbidade administrativa (lei 8.429/92), estão sujeitos a remédios constitucionais (cabe MS, Habeas data, MI). Esses servidores são diferentes dos servidores públicos no que diz respeito a dispensa. O TST, na súmula 390 diz que o empregado da sociedade de economia mista/empresa pública não tem estabilidade do art. 41 da constituição federal, consequentemente o TST editou a OJ 247 da SDI-I dizendo que se não tem a estabilidade do art. 41 da CF, a dispensa dele vai ser imotivada. A OJ 247 da SDI traz uma ressalva dizendo que no caso da ECT não há dispensa imotivada. No que diz respeito a ECT, o STF declarou a matéria de repercussão geral, mas ainda não fez julgamento de mérito (RE 589.998). Essa dispensa é diferente do servidor público. 
A dispensa dos empregados da ECT tem que ser motivada, diferente dos empregados das outras empresas.
www.marinela.ma (tem vídeo da ECT no site – assistir).
- Consórcios públicos: Estão dentro da Administração, estão previstos na lei 11.107/2005. Consórcio público se constitui com a reunião de entes políticos reunidos para uma finalidade comum e eles celebram um contrato de consórcio. Desse contrato de consórcio, nasce uma nova pessoa jurídica, essa nova pessoa jurídica é chamada de associação. A Associação pode ser de direito público e ela pode ser de direito privado. 
Entes que estão fora da Administração Pública (entes de cooperação)
São chamados de terceiro setor. São ONGS (Organizações não Governamentais que estão cooperando com o estado). São chamadas de paraestatais. 
Entes de cooperação são pessoas jurídicas de direito privado que de alguma maneira desenvolvem atividade de interesse público, quais sejam:
a) Serviço Social Autônomo (sistema “s”): SESI, SESC, SENAI. Esse sistema tem como finalidade fomentar, incentivar e apoiar as diversas categorias profissionais. Esse sistema não presta serviço público propriamente dito, mas ele desenvolve uma atividade de interesse público. 
Esse serviço tem uma característica importante que diz respeito a sua remuneração, vez que ele vive de duas receitas importantes, ele pode receber dotação orçamentária e ainda pode ser beneficiário da parafiscalidade. O serviço social autônomo é beneficiário da parafiscalidade (delegação da capacidade tributária), ou seja, ele pode receber a aptidão para cobrar tributos. Por essa razão, o serviço social autônomo está sujeito a controle pelo tribunal de contas. A lei 8.666/93 diz que estão sujeitos à licitação os entes controlados, logo o serviço social autônomo está sujeito a licitação, vez que são controlados pelo tribunal de contas. 
O serviço social autônomo está sujeito a um procedimento simplificado de licitação. 
Competência tributária: Aptidão para criar tributos;
Capacidade tributária: Aptidão para cobrar tributos; 
b) Organização da Sociedade Civil de Interesse público (OSCIP): Está prevista na lei 9.790/99. A OSCIP tem como objetivo a reestruturação, a reorganização da administração. É celebrado um termo de parceria da OSCIP com o particular e por meio desse termo de parceria ela pode receber recurso público para executar um projeto determinado (específico). 
Para celebrar o termo de parceria, a pessoa jurídica tem que existir naquele ramo de atividade há pelo menos um ano no mercado e nesse termo de parceria não há interferência de administradores públicos.
c) Organização Social: Foi definida pela lei 9.637/98. A OS nasce da extinção de estruturas da administração pública. O vínculo jurídico aqui é o contrato de gestão e esse contrato de gestão dá a essa pessoa jurídica, vai transferir a este particular recursos orçamentários, gestão de servidores e a utilização de bens públicos.
Para celebrar contrato de gestão, a OS não precisa do requisito de pré-existência de um ano. 
A OS é gerida por um conselho de administração que é composto por particulares e administradores públicos, lembrando que a OS tem dispensa de licitação pelo artigo 24, XXIV da lei 8.666/93 no que diz respeito aos contratos decorrentes do contrato de gestão.
A OS tem discussão a respeito de controle de constitucionalidade por meio da ADIN 1923. 
Entidade de apoio: É fundação privada ou associação privada que funciona dentro das universidades públicas ou hospitais públicos cooperando. 
8ª AULA – 28.03.2012
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Poderes da administração = poderes administrativos.
Poderes da administração são ferramentas/instrumentos/prerrogativas que o Estado tem para a busca do interesse público.
Poder X Ato → Poder é a ferramenta; quando se usa essa ferramenta, são praticados atos administrativos; poder é a ferramenta que se materializa com a prática de atos administrativos.
Poderes da administração são diferentes de poderes do Estado (Executivo, Legislativo, Judiciário). Poder do Estado são elementos estruturais do Estado; elementos orgânicos.
Características:
1. Exercício obrigatório (dever, obrigação) → poder-dever; dever-poder(Celso Antônio);
2. É irrenunciável → Os administradores exercem função pública. Eles exercem, portanto, atividade em nome e no interesse do povo. Logo, é irrenunciável (princípio da indisponibilidade do interesse público) + Princípio geral do direito – não se pode criar entraves à futura administração;
3. Tem limites (previstos em lei).
Autoridade competente – competência definida em lei.
A medida tem que ser necessária, adequada e proporcional.
4. Cabe responsabilização
Extrapolação dos limites da lei →abuso de poder
Ela pode acontecer por ação ou por omissão.
Abuso de poder se subdivide em excesso de poder e desvio de finalidade.
Excesso de poder: quando a autoridade extrapola os limites e pratica abuso.
Desvio de finalidade: vício ideológico; vício subjetivo; defeito na vontade – aparência de legalidade → conjunto probatório difícil.
Classificação:
Quanto ao grau de liberdade
Divisão do poder em relação ao grau de liberdade. 
Criticada pela crítica moderna, mas que cai em concursos. Os doutrinadores dizem que o que é vinculado e discricionário não é o poder, mas o ato no exercício do poder. Ademais, não existe poder que é absolutamente vinculado ou discricionário; ora seria vinculado, ora seria discricionário.
1. Vinculado: é aquele que o administrador não tem liberdade, não tem juízo de valor, não tem conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais, a autoridade tem que praticar o ato. Ex.: licença para construir.
2. Discricionário: com liberdade, com juízo de valor, com conveniência e oportunidade, preenchidos os requisitos da lei. Liberdade nos limites da lei. Ex.: permissão de uso de bem público; disciplinar a utilização de veículos.
Poder hierárquico
Relação de hierarquia.
Escalonar/estruturar/hierarquizar os quadros da administração, estabelecendo quem manda e quem obedece.
Dar ordens e fiscalizar/controlar o cumprimento da ordem.
No exercício do poder hierárquico, também há a possibilidade de rever os atos que estão em escala hierárquica inferior.
Também há a possibilidade de delegação e de avocação de poderes.
No exercício do poder hierárquico há também a possibilidade de aplicar penalidades (os doutrinadores dizem que o poder disciplinar está embutido no poder hierárquico).
Poder disciplinar
É a ferramenta que tem a administração para apenar, punir (aplicar penalidades, sanções) a prática de infrações funcionais. 
Qualquer pessoa pode ser atingido pelo poder disciplinar? Não, apenas aqueles que estão exercitando função pública. Atinge aqueles que estão na intimidade da administração, no exercício de uma função pública.
A doutrina tradicional (Hely Lopes Meirelles) diz que o poder disciplinar é em regra discricionário (é uma discricionariedade limitada. restrita).
Verificada a prática de uma infração o chefe deve ou o chefe pode instaurar o processo? A instauração de processo disciplinar é um dever – decisão vinculada.
No curso do processo deve-se definir a infração - o Direito Administrativo não tem conceitos rígidos como o Direito Penal. Nossa legislação utiliza conceitos vagos/indeterminados – juízo de valor.
Definir a infração – decisão discricionária (valoração).
Aplicação de sanção no exercício disciplinar é medida vinculada.
Exercício do poder disciplinar pelo CNJ → ADI 4.618 (informativo 654 –publicação pendente) – tanto as corregedorias quanto o CNJ podem. Competência concorrente. O CNJ faz controle administrativo, não tem competência jurisdicional.
Poder regulamentar
Poder regulamentar/normativo: aquela ferramenta que tem o Estado para normatizar, disciplinar, complemente a previsão legal, buscando a sua fiel execução.
Ex.: decretos regulamentares, resoluções, portarias, instruções normativas, regimentos, resoluções, deliberações.
Ex.: Pregão – Lei 10.520 – serve para aquisição de bens e serviços comuns→ decreto lista esses bens e serviços – poder regulamentar.
Regulamento X Decreto: na forma é um decreto, no conteúdo é um regulamento. O ideal é falar nesse caso decreto regulamentar. Nem todo decreto é regulamentar. Decreto regulamentar é ato próprio do chefe do Executivo.
Regulamento é diferente de lei. Lei é ato do Legislativo (maior representatividade), ao passo que decreto regulamentar é ato próprio do chefe do Executivo. Processo legislativo é rigoroso e solene (mais difícil).
No direito comparado existem dois tipos de regulamento: executivo e autônomo.
Regulamento executivo: aquele que complementa a lei, que vai buscar sua fiel execução. Regra no Brasil (art. 84, IV, CF).
Regulamento autônomo: não depende de lei anterior; seu fundamento de validade é a própria Constituição. Não é lei, mas exerce o papel da lei. Regulamento autônomo é possível no Brasil hoje (a partir da EC 32/2001 – alterou o art. 84, VI, CF. O art 225 – tem divergência) – STF e doutrina majoritária. É possível quando em exceção e quando expressamente autorizado pela CF.
Ex.: criação de cargo é feito por lei. Pelo paralelismo das formas cargo deve ser extinto por lei. No caso de cargo vago, admite-se sua extinção por decreto regulamentar (está fazendo o papel de lei).
Para Hely Lopes Meireles o autônomo é possível em qualquer caso. Trata-se de faculdade implícita no poder de chefia da Administração.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello não pode autônomo até hoje, defende a impossibilidade no Brasil. Ele defende que o Brasil não possui estrutura democrática para isso (democracia recente). Comparação com a medida provisória.
Poder de polícia
Poder de polícia é a prerrogativa, é o instrumento que tem o Estado para condicionar, restringir, frenar, limitar o exercício das atividades do particular em busca do interesse público.
Compatibilização do interesse público X interesse privado – bem estar-social.
Características
1. Ele atinge basicamente dois direitos: liberdade e propriedade. Não retira o direito, apenas define a forma de exercê-lo.
O poder de polícia não gera a retirada do direito, consequentemente, não gera dever de indenizar.
2. Ele não atinge diretamente a pessoa/ o particular. Ele incide sobre os direitos, sobre os bens, sobre os interesses.
3. Pode ser preventivo, fiscalizador e repressivo (punitivo).
4. Pode ser exercido através de atos normativos (poder regulamentar) e atos punitivos.
5. Possibilidade de cobrança de taxa de polícia (tributo vinculado a uma contraprestação estatal) – art. 78, CTN.
6. Poder de polícia tem seu fundamento no chamado exercício de supremacia geral. Supremacia geral é aquela atuação do poder público que independe de qualquer relação jurídica anterior. Supremacia geral é diferente de supremacia especial. Supremacia especial é aquela relação do poder público que depende do vínculo anterior (ex.: vínculo do servidor público anterior e sua demissão posterior).
9ª AULA – 13.04.2012
Delegação do poder de polícia
Essa matéria foi discutida na ADI 1.717. O STF decidiu que o conselho de classe (que era o assunto da ação) exerce poder de polícia; o poder de polícia nas mãos do particular compromete a segurança jurídica.
O raciocínio da nossa jurisprudência é que o poder de polícia não é passível de delegação/transferência ao particular.
Fundamento: segurança jurídica.
“Máfia dos radares”: reforça a ideia de que o poder de polícia não pode ser transferido ao particular em nome da segurança jurídica.
Atos materiais/instrumentais/preparatório de polícia
“Bater a foto”: pode ser transferido ao particular; esse é um ato material de polícia (simplesmente bater a foto). O radar bate a foto e o Poder Público aplica a multa.
Demolição de obra: empresa privada pode ser contratada para executar a implosão.
O simples ato material/instrumental/preparatório pode ser delegado.
Atributos do poder de polícia
Não confundir atributos de poder de polícia com atributos de atos administrativos (se parecem, mas não são iguais).
São três:
Discricionariedade
Em regra, o exercício do poder de polícia é discricionário. No entanto, existe exercício do poder de polícia vinculado.Autorização: exercício de poder de polícia discricionário.
Licença (para construir/dirigir): exercício vinculado.
Autoexecutoriedade
Atuar independentemente do controle prévio do Poder Judiciário.
É a regra.
Não impede que a parte insatisfeita busque o Judiciário.
Para a doutrina majoritária (há divergência na doutrina), a autoexecutoriedade se subdivide em dois enfoques diferentes:
Exigibilidade: é o poder que tem o Estado/Administrador de decidir sem o Judiciário; está presente em todos os atos administrativos; meio de coerção indireto.
Executoriedade: executar sem o Judiciário; meio de coerção direto; só existe em situações previstas em lei ou em situações urgentes.
Nem todo ato de poder de polícia goza de autoexecutoriedade (por não haver executoriedade). Exemplo: sanção pecuniária (cobrança).
Todo poder de polícia é autoexecutável: Falso (em regra, e não todo).
Coercibilidade/imperatividade
É a regra.
Obrigatoriedade.
Polícia administrativa X Polícia judiciária
Polícia administrativa: poder ser exercida pode diversos órgãos da administração, a depender de regras de competência; poder de polícia.
Polícia judiciária: tem corporação própria (órgãos especializado); contenção do crime (aplicação da lei penal).
ATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito
Fato X Ato
Fato: acontecimento do mundo em que nós vivemos.
Fato jurídico: acontecimento que produz efeitos no mundo jurídico.
Fato administrativo: acontecimento que produz efeitos na seara do Direito Administrativo. Exemplo: falecimento de um servidor público → vacância → novo concurso.
Ato: manifestação de vontade (pode produzir ou não efeitos jurídicos).
Ato jurídico: manifestação e vontade que produz efeitos jurídicos.
Ato administrativo: manifestação e vontade que produz efeitos jurídicos que produz efeitos na órbita do Direito Administrativo.
Ato administrativo X Ato da administração
Ato da Administração é o ato feito pela própria administração. A Administração pode praticar atos no regime público e no regime privado. Quando o ato da Administração é de direito público, trata-se de ato administrativo.
Existem atos no regime público que estão dentro ou fora da Administração. Com efeito, existem atos administrativos que seguem o regime público, mas que estão fora da Administração.
Tem-se, portanto:
Só atos da Administração (regime privado; quem fez: Administração);
Atos da Administração + atos administrativos (regime público);
Só atos administrativos (praticados fora da Administração; regime público). Exemplo: corte de linha de telefone (atos de concessionários e permissionários)
Conceito de ato administrativo: ato administrativo é uma manifestação de vontade do Estado ou de quem o represente (ex.: concessionáripos e permissionárias), que vai criar, modificar, extinguir direitos, protegendo sempre o interesse público.
• Regime jurídico de direito público;
• É complementar/inferior é lei (ato infralegal);
• Está sujeito a controle pelo Poder judiciário (controle de legalidade).
→ Hely Lopes Meirelles: esse conceito é de ato administrativo em sentido amplo; o autor introduziu a ideia de ato administrativo em sentido estrito.
Ato administrativo em sentido estrito: tem duas características a mais, quais sejam: concretude e unilateralidade.
Elementos (requisitos) do ato administrativo
Pegar quadro de divergência na área do aluno
Doutrina majoritária 
A doutrina majoritária fala de elementos ou requisitos utilizando como respaldo a Lei de Ação Popular (Lei 4.717/65). Para essa corrente, são cinco os elementos do ato:
Sujeito competente
Forma
Motivo
Objeto
Finalidade
Celso Antônio Bandeira de Mello (doutrina minoritária)
Elemento do ato é condição para a existência de um ato jurídico. Exemplo: exteriorização da vontade.
O resto (ou a grande parte) é pressuposto. Esses pressupostos, por sua vez, são divididos em dois grupos:
Pressupostos de existência: condição para a existência de ato administrativo. Exemplo: conteúdo/assunto.
Pressupostos de validade: condição para ato administrativo válido. Exemplo: forma.
1. Sujeito competente
Alguns autores falam em sujeito, outros em competência.
Sujeito competente: é aquele que está no exercício de uma função pública; é o chamado agente público.
Agente público: toda aquela que exerce função pública (seja de forma temporária, seja de forma permanente).
O agente público tem que ser autoridade competente para praticar o ato.
A fonte da competência normalmente é a lei, sendo que algumas competências estão previstas na Constituição (exceção).
Características da competência administrativa:
- competência administrativa é obrigação; é poder-dever;
- é irrenunciável;
- é imodificável pela vontade do administrador (se quem define a competência é a lei ou CF, o administrador não pode alterar essa competência; só uma nova lei ou emenda pode alterar essa competência – o que a lei faz, o administrador não derruba);
- não admite transação;
- é imprescritível;
- é improrrogável (o fato de não ter contestação de um ato não transforma autoridade incompetente em competente; competência improrrogável em razão da legalidade administrativa).
Delegação de competência administrativa: 1) dever ser excepcional; 2) depende de justificação; 3) a competência passa a ser cumulativa; 4) depende de autorização legislativa.
Não confundir delegação de competência com avocação de competência. Na avocação de competência tem-se o caminho inverso. 
Delegação e avocação de competência estão proibidas em algumas circunstâncias (a lei fala que a delegação está proibida, mas a doutrina entende que a proibição vale para as duas - tem divergência na doutrina): 1) não se admite delegação quando a competência for exclusiva (é diferente de competência privativa; essa última admite a delegação); 2) para atos normativos; 3) decisão em recurso administrativo (ver arts. 11 a 15 da Lei 9.784/99).
Elementos definidores da competência administrativa
Os elementos definidores vão ser de acordo com cada caso concreto; vai depender da previsão legal. Elas podem ser definidas em razão de:
Matéria
Território
Grau hierárquico
2. Forma do ato administrativo
É a forma prevista em lei.
Condições:
1) Exteriorização da vontade (atendendo às exigências específicas de cada ato).
2) Formalidades específicas:
Em regra, por escrito (se a lei permitir, pode ser de outra maneira, como no caso de guarda de trânsito que faz sinal/gesto e no caso do art. 60, parágrafo único, da Lei 8.666/93 que autoriza excepcionalmente o contrato verbal).
Princípio da solenidade.
Silêncio administrativo não produz efeito algum (“nada jurídico”) – gera direito ao direito líquido e certo de petição (direito de pedir e obter resposta) - art. 5º, XXXIV, CF (pode-se ir ao Judiciário e ajuizar MS).
OBS: Segundo a maioria da doutrina, o Judiciário não vai substituir o administrador – deve fixar um prazo e estabelecer um instrumento de coerção. Celso Antônio Bandeira de Mello, em posição minoritária, diz que se o ato é estritamente vinculado, o juiz poderia fazer mera conferência de requisitos e decidir.
O vício de forma tem três situações diferentes:
• mera irregularidade (defeito de padronização/uniformização) → não compromete o ato;
• vício sanável → pode ser corrigido: ato anulável (passível de convalidação);
•defeito insanável → ato nulo: anulação.
3) Processo administrativo prévio. 
O processo é condição de forma do ato administrativo (processo administrativo prévio) – instrumento de legitimação/fundamentação da conduta . Deve haver um processo conforme o modelo constitucional (contraditório + ampla defesa) – art. 5º, LV, CF. Ver súmula vinculante número 3.
4) Exigência de motivação
Motivação: é a correlação lógica entre os elementos do ato e a previsão legal (fundamentação/justificativa/raciocínio lógico).
Motivação é diferente de motivo. Motivo é fato + fundamento jurídico.
Para a maioria da doutrina (tem divergência), a motivação é, em regra, obrigatória e deve acontecer antes

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