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Mayra Gonçalves Fome: sensação associada ao desejo por comida, fazendo com que o indivíduo procure por adequado suprimento alimentar. Apetite: desejo por determinado tipo de comida, diferenciando a qualidade do alimento a ser ingerido. Saciedade: sensação obtida quando a busca por alimento é bem sucedida. NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS - O hipotálamo ventromedial é denominado de centro ou área da saciedade; controla a ingestão alimentar através de uma inibição do centro da fome (ventrolateral). - O hipotálamo ventrolateral é denominado centro ou área da alimentação ou da fome. - As áreas hipotalâmicas que controlam a ingestão alimentar parecem não agir diretamente determinando a conduta alimentar, mas atuando sobre reflexos alimentares que participam da aquisição e consumo de alimento. CENTRO DA FOME - A estimulação dessa área faz com que o indivíduo coma vorazmente (hiperfagia). Ao contrário, a destruição dessa área provoca a ausência do desejo por comida e inanição, desencadeando perda de peso, fraqueza muscular e redução do metabolismo. - O controle da fome seria feito pelo hipotálamo ventrolateral e o sistema dopaminérgico, pois lesões apenas nos neurônios dopaminérgicos ou apenas o hipotálamo lateral, produzem-se perturbações menos severas da conduta alimentar do que na lesão do hipotálamo em conjunto com as fibras dopaminérgicas. Os centros superiores do sistema nervoso central, incluindo o córtex cerebral e o sistema límbico, fornecem aferências ao hipotálamo. Uma grande variedade de mensageiros químicos exerce funções de sinalização que influenciam a ingestão de alimentos e a saciedade, incluindo neuropeptídios, hormônios gastrointestinais, e mensageiros químicos, chamados de adipocinas, secretados pelo tecido adiposo. CENTRO DA SACIEDADE Estímulos nessa região podem provocar saciedade completa, quando mesmo na presença de alimento altamente apetitoso, o indivíduo se recusa a comer. Ao contrário, a destruição desses núcleos faz com que o animal coma de modo voraz, até que se torne extremamente obeso. *Há outros núcleos envolvidos nesse processo: lesões nos núcleos paraventriculares provocam excesso de ingestão, enquanto lesões dos núcleos dorsomediais deprimem o comportamento alimentar. NÚCLEO ARQUEADO DO HIPOTÁLAMO (ARC) - Centro de integração entre os diversos sinais oriundos da periferia e do tronco cerebral, determinando ações que visam adequar o balanço energético do organismo. - Existem duas subpopulações de neurônios: (1) neurônios anorexígenos liberam proopimelanocortina (POMC) e transcritos relacionados à anfetamina e cocaína (CART) com papel anoréxico, ou seja, causam diminuição de apetite; (2) neurônios orexígenos liberam neuropeptídio y e proteína relacionada ao gene agouti (AgRP), causam aumento do apetite. Como os neurônios NPY produzem ácido gama aminobutírico (GABA) eles inibem os neurônios POMC através de Mayra Gonçalves receptores Y1, assim como de receptores GABA. - Na ausência dessa atividade GABAérgica, nota-se uma prevalência do comportamento orexígeno. - Os núcleos arqueados demarcam o local onde múltiplos hormônios liberados pelo TGI e pelo tecido adiposo convergem para regular a ingestão de alimentos, assim como o gasto energético. - O hipotálamo recebe sinais neurais do trato gastrointestinal que fornecem informação sensorial acerca de: enchimento gástrico, sinais químicos dos nutrientes do sangue (glicose, aminoácidos, ácidos graxos) que significam saciedade, sinais de hormônios intestinais, hormônios de tecido adiposo e sinais do córtex cerebral (visão, paladar e olfato) que influenciam o comportamento alimentar. *Anorexígenos: POMC, Leptina, Serotonina, Norepinefrina, CRH, Insulina, CCK, GLP, CART e PYY. *Orexígenos: NPY, AGRP, MCH, Orexinas A e B, Endorfinas, Galanina, Aminoácidos, Cortisol e Grelina. NEURÔNIOS DOS NÚCLEOS ARQUEADOS DO HIPOTÁLAMO - Neurônios POMC (anorexígenos): produzem hormônio alfa-melanócito estimulante (alfa- MSH), juntamente com o transcrito relacionado à cocaína e à anfetamina (CART). - Neurônios orexígenos: produzem NPY e proteína relacionada a agouti (AGRP). A ativação dos anorexígenos reduz a ingestão de alimentos e aumenta o gasto energético, enquanto a ativação dos neurônios orexígenos eleva a ingestão e reduz o gasto energético. Esses neurônios são os principais alvos de diversos hormônios regulatórios do apetite. - Os neurônios POMC liberam alfa-MSH, que atua sobre os receptores de melanocortina, encontrados principalmente nos núcleos paraventriculares, principalmente MCR-3 e 4, diminuindo o consumo de alimentos. - O efeito da ativação do MCR em promover saciedade e aumentar o gasto energético parece ser mediado, em parte, pela ativação de vias neuronais que se projetam dos núcleos paraventriculares para o núcleo do trato solitário, estimulando o SNA simpático. - O AGRP liberado dos neurônios orexígenos do hipotálamo é um antagonista natural do MCR-3 e do MCR-4 e provavelmente aumenta a ingestão de alimentos pela inibição dos efeitos do alfa-MSH na estimulação dos receptores de melanocortina. - O NPY também é liberado pelos neurônios orexígenos dos núcleos arqueados. Quando os estoques energéticos do corpo estão em baixa, esse hormônio estimula o apetite. Ao mesmo tempo, os disparos de POMC são reduzidos, diminuindo a atividade da via da melanocortina e estimulando adicionalmente o apetite. - O tronco encefálico também é de extrema importância para a alimentação, sendo ele responsável pelos atos de salivar, lamber os lábios, mastigar os alimentos e deglutir. A função dos outros centros é controlar a quantidade de ingestão alimentar e colocar esses mecanismos alimentar e sem ação. Alguns centros neurais superiores ao hipotálamo também desempenham papéis importantes no controle da alimentação. Esses centros incluem a amígdala e o córtex pré- frontal, responsáveis pela qualidade e quantidade da comida ingerida respectivamente. Mayra Gonçalves *As alterações na regulação do cortisol e o equilíbrio simpatovagal, os dois mais importantes indicadores neurobiológicos de resposta ao estresse, foram evidentes quando indivíduos foram estudados por 6 dias na restrição de sono. Uma associação negativa entre as mudanças nos níveis da leptina e do cortisol é bem documentada na literatura durante a restrição de sono, e pode indicar um efeito supressivo da leptina no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. PROCESSO Aferências pré-absortivas: estímulos produzidos antes da absorção intestinal, mas que agem excitando a área ventromedial e estimulando a saciedade, e por conseguinte, somente podem começar a agir quando já se iniciou o processo da alimentação, mas não antes de comer; a natureza destes estímulos é digestiva, originando-se principalmente em três níveis diferentes: na boca, estômago e duodeno. Aferências Alimentares (oral): o alimento chega na boca e aumenta a pressão intraoral, excitando mecanorreceptores d mucosa oral, que promove o reflexo da mastigação e excitação do núcleo ventromedial do hipotálamo; esse reflexo excita ainda mais o centro da saciedade por meio de aferências derivadas dos movimentos mandibulares e dos receptores de distensão do periodonto; Aferências Alimentares (gástrica): o bolo alimentar chega ao estômago, produz distensão do corpo estomacal, aumentando o volume gástrico e excitando receptores de distensão localizados nas paredes do estômago, que geram aferências e estimulam a área da saciedade e inibem a fome; os receptores gástricos estimulados transmitem os impulsos nervosos através de fibras aferentes vagais, agindo sinergicamente com os estímulos orais, gerando uma sequência de fenômenos que tendem a limitar aingestão alimentar. *Durante o jejum prolongado (inanição), isto é, na fase pré-prandial prolongada, um indivíduo pode apresentar, junto coma sensação de fome, vigorosas dores epigástricas com a sensação de vazio; ao mesmo tempo, detectam-se fortes contrações do corpo do estômago, de alta frequência e com aumento do tônus gástrico basal. São as denominadas contrações da fome. As contrações de fome podem ser induzidas pela hipoglicemia, que muitas vezes se apresenta no período interprandial, e que estimularia os centros bulbares vagais. O nervo vago, por sua vez, excitaria a musculatura lisa do estômago, determinando as contrações de fome. Aferências pós-absortivas: estímulos gerados depois do processo absortivo intestinal, produzidos, então, principalmente no período pós-prandial. a natureza destes estímulos é metabólica, e são ligados aos mecanismos desencadeados pela presença do substrato energético no sangue, disponível para a célula. estes mecanismos metabólicos estão ligados às variações da temperatura corporal e à taxa sanguínea de glicose e ácidos graxos livres. Influência da Glicemia: a utilização celular de glicose é o mecanismo fundamental para determinação da fome e saciedade habituais, dependente em grande parte da concentração sanguínea de glicose. Desse modo, após um período prandial (refeição) e após a absorção intestinal, a taxa plasmática de glicose aumenta, e em relação a este aumento, a sensação de fome vai diminuindo e a saciedade vai se exagerando gradativamente. Na hiperglicemia, por haver maior passagem do meio extracelular para o intracelular de glicose, há maior disponibilidade de glicose dentro da célula. À isso, chama-se teoria Mayra Gonçalves glicostática de mayer, que prediz que o metabolismo da glicose pelos centros hipotalâmicos regula a ingestão alimentar. Quando ocorre hipoglicemia, de modo inverso, o centro da saciedade é inibido, e o centro da fome torna-se dominante. Quando o metabolismo da glicose aumenta, o centro da saciedade inibe o centro da fome. Assim, nos centros hipotalâmicos existem glicorreceptores (receptores sensíveis às variações do consumo de glicose) isto é, há excitação quando o consumo de glicose é alto. São os glicorreceptores que, quando estimulados pela maior diferença arteriovenosa de glicose, deprimem a fome e estimulam o centro da saciedade. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA CORPORAL A ingestão alimentar, além de representar maior disponibilidade de energia, significa um aumento da taxa energética basal, promovendo maior calorigênese e, consequentemente, termogênese exacerbada, elevando a temperatura corporal (mecanismo termo-dependente) que induz a excitação da área ventromedial e a saciedade. Esse mecanismo operaria no período pós-prandial, especialmente após refeições abundantes, ou no exercício muscular (aumenta termogênese). Ô LEPTINA - Hormônio proteico sintetizado e secretado pelos adipócitos do tecido adiposo subcutâneo em proporção à quantidade de gordura armazenada. - Atravessa a barreira hematoencefálica e informa ao cérebro (neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo) da presença de excesso de tecido adiposo, o que, por sua vez, induz o bloqueio do neuropeptídio Y, um potente orexígeno, suprimindo o apetite ao interagir com receptores específicos e aumentando o gasto energético. - Quando as reservas adiposas estão baixas, a redução da leptina estimula a produção do neuropeptídio y e aumenta o apetite. - A reduzida secreção de leptina reduz o gasto energético, reduz a secreção de hormônios tireoidianos e de gonadotrofinas e aumenta a secreção de cortisol, levando ao depósito central de gordura. *Leptina & obesidade: nos obesos, a concentração de leptina é elevada, mas não se condiciona bloqueio do apetite, pois se desenvolve resistência à leptina. Nos animais que hibernam, no final do verão, onde eles já estão obesos, eles continuam a comer, para aumentar as reservas para o inverno que vai chegar e isto ocorre porque se desenvolve resistência à leptina. Um mecanismo para esta aquisição de resistência à leptina é a elevação de triglicerídeos, o que dificulta a passagem da leptina pela barreira hematoencefálica. No recém-nascido, os triglicerídeos derivados do leite inibem o transporte de leptina para o SNC e isto tem importância num momento da vida em que o alimento é precioso e o ganho de peso é rapidamente necessário. INSULINA - A insulina atua no cérebro, suprimindo a atividade dos neurônios orexígenos, ou seja, produtores de neuropeptídio Y e aumenta a atividade dos neurônios anorexígenos produtores de proopimelanocortina (POMC), diminuindo, assim, o apetite. - As ações superpostas de insulina e leptina são explicadas porque ambas ativam o PI3K no interior dos neurônios hipotalâmicos e o PI3K é requerido para a supressão do apetite. Mayra Gonçalves - Em contraste com a leptina, os níveis de insulina flutuam durante o dia, portanto, tem efeitos agudos (de curto prazo) para diminuir o apetite. *Um dado a ser lembrado é que a hipoglicemia motivada pela insulina é um poderoso estímulo à ingestão alimentar: a concentração de glicose sofre diminuição antes do início da maioria das refeições, tanto em humanos quanto em roedores. Quando se evita esta queda glicêmica, a próxima retardada. GRELINA - Peptídeo secretado em vários tecidos, dentre eles a mucosa gástrica, além do hipotálamo, rins, coração, intestino, pâncreas, gônadas e hipófise; secretada no fundo gástrico quando o estômago está vazio, dá um poderoso sinal de fome para o cérebro e sua secreção é inibida com a ingestão alimentar. - Apresenta efeitos antagônicos à insulina e à leptina por estimular os neurônios orexígenos e inibir neurônios anorexígenos, aumentando o apetite e a ingestão de alimentos. - Períodos de fome e perda de peso estimulam fortemente a secreção de grelina. - Estimula os neurônios produtores de NPY através de um receptor secretagogo de GH (GHS-R), pertencente à família da rodopsina. - A grelina exerce uma ação estimulante da fome, de modo que o efeito produzido seria de uma maior ingestão de alimento. Este efeito é determinado inicialmente no hipotálamo, na área de saciedade, que seria deprimida pela ação da grelina, determinando-se assim exagero da sensação de fome. Seu efeito direto no hipotálamo, este seria reforçado pela maior secreção de GH. Além disso, o GH excitaria maior secreção de insulina, que controlaria a secreção de grelina, por mecanismo feedback negativo. A grelina, por feedback negativo, estimulariam o mesmo hipotálamo a secreção de outro hormônio, opeptídeo y (YY), que inversamente pode promover a sensação de saciedade ou antioréxica que é acompanhada de sensação prazerosa de bem-estar (plenitude). Aliás, estima-se que a emoção de prazer alimentar seria determinada pela liberação de dopamina e serotonina nas estruturas límbica. PEPTÍDEO INIBIDOR DE GASTRINA (GIP) Reduz a ingestão alimentar em indivíduos obesos e em magros. Hormônios pancreáticos incluindo glucagon, amilina e polipeptídio pancreático também reduzem a ingestão alimentar. GLP-1 Incretina sintetizada e secretada pelas células l intestinais, é secretado pela estimulação direta dos nutrientes na parede intestinal, bem como por reflexos originados na porção mais alta do intestino. O GLP-1 é um potente inibidor da ingestão alimentar, por seu efeito retardador sobre o esvaziamento gástrico e também por sua ação na área supressora do apetite do hipotálamo, onde, como a leptina e a insulina, estimula neurônios anorexígenos. NEUROPEPTÍDEO Y (NPY) - Incretina secretada pelas células l intestinais após uma refeição. Ele atua diminuindo o apetite, tanto por meio de efeito direto sobre o hipotálamoquanto por inibir a secreção de grelina. - Além de suprimir a ingestão alimentar, modula a atividade da área tegumentar ventral (VTA) e o núcleo striatum ventral. Sinais advindos do fígado, pâncreas e músculos também são enviados ao cérebro informando sobre a disponibilidade de Mayra Gonçalves nutrientes, mediados por diversas outras incretinas. - Inibe os neurônios orexígenos produtores de NPY através da via de receptores Y2. SEROTONINA - Apresenta controle sobre a fome e a saciedade através de diversos receptores, com diferentes funções. - Existem sete famílias diferentes de receptores de 5-HT, e há vários subtipos de receptores, principalmente em receptores 5- HT1 e 5-HT2, responsáveispela redução da ingestão de alimentar associada à injeção de agonistas serotoninérgicos como quipazina, meta-clorofenilpiperazina e d-norfenflu- ramina no núcleo paraventricular. - O receptor 5-HT2C parece ser o mais importante na relação entre ingestão alimentar e balanço energético. - Agindo por meio de seu receptor 5-HT2C, a serotonina (5-HT) ativa diretamente a clivagem da proopimelanocortina (POMC); - Pelo receptor 5-ht1b, a serotonina hiperpolariza e inibe, no núcleo arqueado, o neuropeptídio y (NPY) e a proteína relacionada à agouti (AGRP), deprimindo a transmissão inibitória gabaérgica da α- melanotropina (Α-MSH) e do transcrito regulado por cocaína e anfetamina (CART). Estes mecanismos associados produzem saciedade e estímulo à termogênese; - A 5-HT, através da ação nos receptores 5- HT1B, modula a liberação endógena de ambos os agonistas e antagonistas dos receptores da melanocortina, que são um dos componentes principais do circuito de controle da homeostase do peso corporal. A via da melanocortina é fundamental para hipofagia dos compostos serotonérgicos. Á CLORIDRATO DE SIBULTRAMINA - Administrado via oral para o tratamento da obesidade. - Age inibindo a reabsorção, recaptação e a degradação de neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina e a dopamina, fazendo com que essas substâncias fiquem disponíveis por mais tempo estimulando os neurônios. - As aminas derivadas de seu metabolismo são farmacologicamente ativas e induzem os processos naturais que levam ao aumento da saciedade. - A redução de peso também é justificada pela ação de saciedade que a sibutramina exerce no organismo. AÇÃO SOBRE A NORADRENALINA: É uma catecolamina liberada pelas glândulas adrenais e terminações nervosas simpáticas que tem como principais efeitos: elevação do metabolismo, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; ao inibir a recaptação da noradrenalina na fenda sináptica, a sibutramina potencializa os efeitos deste hormônio, aumentando o gasto energético pelo organismo. AÇÃO SOBRE A SEROTONINA: produzida a partir do aminoácido triptofano em células cromafins e neurônios; funciona tanto como um neurotransmissor como um hormônio local (sistema vascular periférico), promovendo vasoconstrição, estimulação da musculatura lisa, regulação do sono, do apetite e do humor. A sibutramina, ao inibir a recaptação da serotonina, aumenta sua concentração no sistema nervoso central, diminuindo a ansiedade e aumentando a saciedade. Mayra Gonçalves ANATOMIA A cavidade oral é dividida em duas partes: o vestíbulo, fenda localizada entre os dentes e os lábios e que se comunica com o exterior através da rima da boca, e a cavidade própria da boca, espaço entre os arcos dentais, o palato e a orofaringe. - A rima da boca corresponde à delimitação da abertura da cavidade oral quando os lábios estão em contato, cujas extremidades constituem a comissura labial; o tamanho da rima é definido pelos músculos periorais como o orbicular da boca (considerado componente esfinctérico), o bucinador, o risório e os depressores eelevadores dos lábios (considerados componentes dilatadores). VESTÍBULO DA BOCA - Região delimitada externamente pelos lábios e bochechas e internamente pelos dentes e processos alveolares recobertos pela mucosa alveolar, normalmente vermelho-brilhante e não queratinizada. Essa mucosa comunica-se com outra bastante especializada, espessa e mais clara correspondente à gengiva. - Onde a mucosa que cobra o osso alveolar da mandíbula para os lábios e bochechas, um canal ou sulco é formado e é chamado de fórnice vestibular. - A gengiva é um tecido fibroso coberto por túnica mucosa, presa aos processos alveolares e aos colos dos dentes, normalmente rósea, pontilhada e queratinizada. - No vestíbulo, encontramos pregas mucosas na linha mediana que unem a gengiva vestibular a túnica mucosa dos lábios, os frênulos do lábio superior e do lábio inferior. CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA ASSOALHO - Região pequena em forma de ferradura situada abaixo da parte móvel da língua, sendo recoberta por uma mucosa delgada, vermelha e translúcida que continua com a mucosa da língua. - Quando a língua é elevada em direção ao palato, encontramos uma prega mucosa mediana que atinge a face inferior da língua, o frênulo da língua. - Os ductos submandibulares abrem-se para a boca na carúncula sublingual, grande protuberância centralmente localizada na base da língua. - As pregas sublinguais situam-se em ambos os lados da carúncula sublingual e cobrem os ductos submandibulares subjacentes e glândulas salivares sublinguais. Ô Mayra Gonçalves - O principal músculo que forma o assoalho da boca é o milo-hióideo, com o gênio-hióideo situado imediatamente acima dele. *A principal ação do músculo milo-hióideo é elevar o assoalho da boca durante a primeira fase da deglutição, além de elevar o osso hioide ou abaixar a mandíbula. Já o músculo genio – hióideo eleva o osso hioide, leva – o para a frente e, quando o osso hioide está fixo, ele abaixa a mandíbula. - No espaço entre o músculo milo-hióideo e a mucosa, encontramos vários elementos anatômicos importante como a glândula sublingual, ducto da glândula submandibular, nervos lingual e hipoglosso e vasos sublinguais, além do músculo gênio-hiódeo. TETO O teto curvo da boca separa a cavidade oral das cavidades nasais e da parte nasal da faringe (nasofaringe) e é formado pelo palato. A face superior (nasal) do palato é coberta por túnica mucosa respiratória, e a face inferior (oral) é coberta por túnica mucosa oral, densamente povoada por glândulas. O palato é dividido em uma porção anterior, o palato duro, e uma parte posterior, o palato mole. Mayra Gonçalves PALATO DURO - Corresponde aos 2/3 anteriores do palato, é côncavo e forma um espaço ocupado pela língua em repouso. - Seus ossos constituintes são o processo palatino da maxila e a lâmina horizontal do palatino. - A rafe palatina é uma saliência linear encontrada na porção mediana do palato, vestígio da união embriológica das duas maxilas. - Na linha mediana e atrás dos dentes incisivos centrais superiores, encontramos a papila incisiva, localizada por cima da fossa incisiva (depressão óssea na região posterior a esses dentes, na qual abrem canais incisivos, onde passam os nervos nasopalatinos). - Lateral à papila incisiva, encontramos as pregas palatinas transversas, que têm por função auxiliar na mastigação ao prender o alimento contra a língua. - Profundamente à túnica mucosa do palato, há glândulas palatinas secretoras de muco, cujos óstios dos ductos conferem uma aparência ondulada à mucosa. - Os forames palatinos maiores perfuram a margem lateral do palato ósseo e os forames palatinos menores, localizados posteriormente, perfuram o processo piramidal do palatino; esses forames dão passagem aos nervose vasos de mesmo nome. *A túnica mucosa do palato duro está firmemente unida ao osso subjacente; logo, injeções submucosas nesse local são extremamente dolorosas. A parte da gengiva que cobre a face lingual dos dentes superiores e o processo alveolar, é contínua com a túnica mucosa do palato; portanto a injeção de um agente anestésico na gengiva de um dente anestesia a túnica mucosa palatina adjacente. - O limite entre o palato duro e o palato mole pode ser facilmente reconhecido no indivíduo vivo, devido a diferença de coloração entra ambas as regiões, sendo o palato mole vermelho mais escuro com tonalidade amarelada. PALATO MOLE - Corresponde ao 1/3 posterior móvel do palato, caracterizado pela ausência de esqueleto ósseo, que inclina-se entre as partes nasal e oral da faringe. - É uma prega espessa de mucosa que envolve aponeurose, tecido muscular, vasos, nervos, tecido linfoide e glândulas mucosas. - Sua parte aponeurótica anterior é reforçada pela aponeurose palatina, que se fixa à margem posterior do palato duro. - A aponeurose tem a parte anterior espessa e a parte posterior fina, na qual se funde a uma parte muscular posterior. *É possível encontrar papilas gustativas na face oral do palato mole, auxiliando na atribuição de sabor aos alimentos enquanto ele estiver na boca. - Na borda livre do palato mole, o véu palatino, na sua porção mediana, encontramos uma projeção cônica de comprimento variável chamada de úvula. Lateralmente, esta borda divide-se em duas pregas, uma de cada lado, que são os arcos palatinos, componentes do istmo das fauces. - Os músculos que compõem o palato mole são: músculo levantador do véu palatino, músculo tensor do véu palatino, músculo da úvula, músculo palatoglosso e músculo palatofaríngeo. Mayra Gonçalves *Durante a deglutição, o palato mole é tensionado para que a língua consiga empurrar o bolo alimentar para a parte posterior da boca. Em seguida, é elevado posterossuperiormente contra a parede da faringe, para impedir a entrada do alimento na cavidade nasal e conduzi-lo à orofaringe. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO PALATO PALATO DURO: Artéria palatina maior, ramo da artéria palatina descendente, que é ramo da artéria maxilar e artéria palatina menor, um ramo menor da artéria palatina descendente. PALATO MOLE: Artéria palatina ascendente, ramo da artéria facial. A artéria palatina maior atravessa o forame palatino maior e segue em sentido anteromedial, enquanto a artéria palatino menor entra no palato através do forame palatino menor e se anastomosa com a artéria palatina ascendente. DRENAGEM VENOSA DO PALATO Veias tributárias do plexo venoso pterigóideo. DRENAGEM LINFÁTICA DO PALATO - Linfonodos submandibulares - Linfonodos jugulares profundos - Linfonodos faríngeos laterais INERVAÇÃO DO PALATO - Sensitiva: ramos do nervo maxilar; nervo palatino maior; nervo nasopalatino e nervo palatino menor. - Motora: Com exceção do músculo tensor do véu palatino suprido pela divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC V3), todos os músculos do palato mole são supridos através do plexo faríngeo de nervos. Í - Órgão muscular móvel recoberta por uma túnica mucosa rosa e úmida e pode assumir vários formatos e posições. - Funções da língua: articulação das palavras durante a fala, mastigação, deglutição, paladar e limpeza da boca. - Tem posição parcialmente oral e parcialmente faríngea e é fixada pelos seus músculos ao osso hioide, mandíbula, processos estiloides, palato mole e parede da faringe. - A língua é dividida em raiz, corpo e ápice. RAIZ DA LÍNGUA - É a parte posterior fixa que se estende entre a mandíbula, o hioide e a face posterior, quase vertical da língua, e está voltada para a parte oral da faringe. - Sua mucosa possui muitas pequenas massas de tecido linfoide que recebem o nome de tonsila lingual. - Cobertas por essa mucosa, temos pequenas glândulas salivares linguais. Mayra Gonçalves - A raiz da língua limita-se com a epiglote por meio de pregas, a prega glossoepiglótica mediana, e duas laterais, as pregas glossoepiglóticas laterais. Entre a prega mediana e as laterais, há uma depressão chamada valécula glossoepiglótica. CORPO DA LÍNGUA - Corresponde aos 2/3 anteriores da língua, entre a raiz o ápice, a extremidade anterior do corpo, que se apoia sobre os dentes incisivos. - A língua apresenta duas faces: o dorso, face mais extensa, superior e posterior, e a face inferior, que geralmente descansa sobre o assoalho da boca. - A face dorsal é dividida em dois terços anteriores, parte pré-sulcal, e um terço posterior, parte pós-sulcal, por um sulco em forma de V, o sulco terminal. - No vértice desse V, encontramos o forame cego, remanescente inativo da parte proximal do ducto tireoglosso embrionário a partir do qual se desenvolveu a glândula tireoide. - Um sulco mediano divide o corpo da língua em metade direita e esquerda e, em corte coronal, é possível identifi car a rafe da língua, um septo fibroso mediano, que se funde posteriormente com a aponeurose lingual. - A mucosa dorsal é coberta por inúmeras papilas gustativas. 1. Cicunvaladas: mais volumosas, enfileiradas à frente do sulco terminal, paralelas a ele; forma semelhante a um cogumelo mergulhada na mucosa lingual formando um “vale” ao seu redor, no qual se abrem os ductos de glândulas linguais serosas cuja secreção mantém este vale limpo para a ação dos calículos gustatórios, importantes receptores do gosto. 2. Fungiformes: mais espaçadas na mucosa lingual, sendo lisas e avermelhadas; apresentam calículos gustatórios e no indivíduo vivo podem ser visualizadas como pontos vermelhos luminosos. 3. Filiformes: longas, estreitas e rosa - acinzentadas, distribuídas densamente em todo o dorso da língua e atribuem um aspecto piloso â língua. Não apresentam corpúsculos gustativos, apenas corpúsculos relacionados ao tato. 4. Folhadas: Pequenas pegas laterais da túnica mucosa lingual que são pouco desenvolvidas em humanos. - A face inferior da língua apresenta uma túnica mucosa lisa, arroxeada, fina e refletida sobre o assoalho da boca e gengivas. É unida ao assoalho da boca anteriormente pelo frênulo da língua que permite o movimento livre da parte anterior da língua. Nessa face, é possível visualizar, de cada lado do frênulo, a veia lingual profunda, que se encontra medialmente a prega franjada, uma crista mucosa com bordas onduladas e irregulares. Ainda na porção do ápice da língua, encontramos glândulas salivares menores. MÚSCULOS DA LÍNGUA EXTRÍNSECOS Prende a língua à mandíbula, ao osso hioide, ao processo estiloide e ao palato. Quando estes músculos se contraem, movimentam a língua em todas as direções. 1. Estiloglosso 2. Hioglosso = Condroglosso (preso ao corno menor do hioide) + Ceratogloso (preso ao corno maior do hioide) 3. Genioglosso 4. Palatoglosso Mayra Gonçalves INTRÍNSECOS Estão contidos inteiramente na língua, com origem e inserção nela e são responsáveis pela alteração de sua forma. 1. Longitudinal Superior 2. Longitudinal Inferior 3. Transverso 4. Vertical IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA LÍNGUA RAIZ DA LÍNGUA: Artérias dorsais da língua, derivadas da artéria lingual, que se origina da artéria carótida externa. CORPO DA LÍNGUA: Artérias profundas da língua, derivadas da artéria lingual. ASSOALHO DA BOCA: Artéria sublingual, derivada da artéria lingual. DRENAGEM VENOSA DA LÍNGUA - Veias dorsais da língua - Veias profundas da língua - Veias sublinguais *Pode haver drenagem de parte dessas veias, ou de todas elas, para a veia jugular interna; ou isso pode ser feito indiretamente, unindo- se primeiro para formar uma veia lingual que acompanha a parte inicial da artéria lingual. DRENAGEM LINFÁTICARAIZ DA LÍNGUA: Linfonodos cervicais profundos superiores; - Parte medial do corpo da língua: Linfonodos cervicais profundos inferiores; - Partes laterais do corpo da língua: Linfonodos submandibulares; - Ápice e frênulo da língua: Linfonodos submentuais; *Toda a linfa da língua termina sendo drenada para os linfonodos cervicais profundos. INERVAÇÃO DA LÍNGUA - MOTORA: Todos os músculos da língua, exceto o palatoglosso que é inervado pelo plexo faríngeo, são inervados pelo nervo hipoglosso (NC XII). - SENSIBILIDADE GERAL: 2/3 anteriores - Nervo trigêmeo (NC V) e 1/3 posterior - Nervo glossofaríngeo (NC IX) - SENSIBILIDADE GUSTATIVA: 2/3 anteriores - Nervo facial (NC VII) e 1/3 posterior - Nervo glossofaríngeo (NC IX) Estão inseridos nos alvéolos dentais, são usados na mastigação e ajudam na articulação. Os dentes podem ser classificados em decíduo (primário) ou permanente (secundário), além de ser identificado de acordo com o tipo e com a sua proximidade da linha mediana. As crianças apresentam 20 dentes decíduos, enquanto os adultos costumam ter 32 dentes permanentes. Tipos: 1. Incisivos: 8 dentes por adulto, apresentam margens cortantes finas, semelhantes a lâminas; 2. Caninos: 4 dentes por adulto, caracterizados por cones proeminentes únicos, pontiagudos utilizados para perfuração, laceração; 3. Pré-molares: 8 dentes por adulto, aparecem apenas na dentição permanente; Mayra Gonçalves 4. Molares: Pode haver 12 dentes ou mais por adulto. Assim como os pré- molares, são dentes de trituração. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS DENTES - Arco dental superior - Artérias alveolares superiores, ramos da artéria maxilar. - Arco dental inferior - Artérias alveolares inferiores, ramos da artéria maxilar. DRENAGEM VENOSA DOS DENTES - Arco dental superior - Veias alveolares superiores - Veia facial + Plexo venoso pterigoide. - Arco dental inferior - Veias alveolares inferiores - Veia facial + Plexo venoso pterigoide. DRENAGEM LINFÁTICA DOS DENTES Linfonodos submandibulares. INERVAÇÃO DOS DENTES (PLEXOS DENTAIS) - Nervos alveolares superiores, ramos da divisão maxilar do nervo trigêmeo (NC V2) - Nervos alveolares inferiores, ramos da divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC V3). Â - A saliva é um líquido viscoso transparente, inodoro e insípido, responsável por diversas funções na boca, como a umidificação, que é secretado a partir de glândulas salivares. Estas podem ser classificadas, segundo o seu tamanho, em menores e maiores. - As glândulas salivares menores apresentam ductos excretores pequenos e, segundo a sua localização topográfica, são denominadas de: labiais, bucais, palatinas e linguais. - As glândulas salivares maiores são bilaterais, de maior volume e tamanho e que, geralmente, apresentam grandes e longos ductos excretores. Dentre elas, estão as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. GLÂNDULA PARÓTIDA - É a maior e a mais desenvolvida entre as glândulas salivares. - É revestida por uma cápsula fascial resistente e inflexível, a fáscia parotídea. - Tem um formato irregular porque ocupa o leito parotídeo, um espaço anteroinferior ao meato acústico externo, entre o ramo da mandíbula e o processo mastoide. - O tecido adiposo entre os lobos da glândula confere a flexibilidade necessário para permitir o movimento da mandíbula. - O ápice da parótida situa – se posteriormente ao ângulo da mandíbula, e sua base relaciona – se com o arco zigomático. - O ducto parotídeo parte horizontalmente da borda anterior da glândula, volta-se medialmente na margem anterior do músculo masseter, perfura o músculo bucinador e entra na cavidade oral através da papila parotídea. - Inseridos na substância da glândula parótida, da região superficial para a profunda, estão o plexo intraparotídeo do nervo facial (NC VII) e seus ramos, a veia retromandibular e a artéria carótida externa. - Na fáscia parotídea e na glândula estão os linfonodos parotídeos. Mayra Gonçalves IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA PARÓTIDA Artéria carótida externa e seus ramos dentro e próximos à glândula. DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA PARÓTIDA Tributárias locais da veia jugular interna DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA PARÓTIDA - Linfonodos pré – auriculares - Linfonodos cervicais profundos superiores INERVAÇÃO DA GLÂNDULA PARÓTIDA - Sensitiva: nervo auriculotemporal, um ramo da divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC V3) e o nervo auricular magno, um ramo do plexo cervical (fibras dos nervos espinais CII e CIII) - Fibras parassimpática (secretoras): Pré ganglionares – Nervo glossofaríngeo - Gânglio ótico; Pós-ganglionares – Nervo auriculotemporal - Fibras simpáticas: derivados do gânglios cervicais através do plexo nervoso carotídeo; Embora o plexo intraparotídeo do nervo facial esteja inserido na glândula, ele não a inerva. GLÂNDULA SUBMANDIBULAR - Situa – se ao longo do corpo da mandíbula, sendo dividida em partes superior e inferior pela metade posterior da mandíbula e em partes superficial e profunda pelo músculo milo-hióideo. - Apresenta uma forma ovoide, tendo um tamanho que corresponde à metade da parótida, e sua superfície não é lisa devido ao número variável de lóbulos unidos entre si por tecido conjuntivo. - O ducto submandibular origina-se na parte da glândula entre os músculos milo-hióideo e hioglosso, segue anteriormente e abre – se por meio de um a três óstios em uma pequena papila sublingual ao lado da base do frênulo da língua, a carúncula sublingual. Esse ducto é rodeado de lateral para medial pelo nervo lingual. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR Artérias submentuais, ramos da artéria facial DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR Veias submentuais DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR Linfonodos cervicais profundos INERVAÇÃO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR - Fibras sensitivas: Nervo lingual - Fibras secretomoras parassimpáticas: Pré- ganglionares > são conduzidas pelo nervo corda do tímpano do nervo lingual para o facial - Gânglio submandibular; Pós- ganglionares -> acompanham as artérias. - Fibras simpáticas: Fibras pós ganglionares vasoconstritoras do gânglio cervical superior. GLÂNDULA SUBLINGUAL - É a menor e mais profunda glândula salivar maior. - Apresenta uma forma alongada e achatada e situa-se no assoalho da boca, entre a mandíbula, em contato com a fóvea sublingual desse osso, e o músculo genioglosso. Re- pousa sobre o músculo milo-hióideo e sua presença provoca uma saliência no assoalho Mayra Gonçalves da boca, a prega sublingual. Não apresenta ducto excretor único, mas sim aproximadamente uma dúzia de ductos sublinguais menores, que se abrem separadamente na prega sublingual. - Algumas vezes podemos encontrar um ducto maior, chamado ducto sublingual maior, que se une ao ducto submandibular ou se abre na carúncula sublingual juntamente com o submandibular. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA SUBLINGUAL - Artérias sublinguais, ramos da artéria língual - Artérias submentuais, ramos da artéria facial DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA SUBLINGUAL Veias sublinguais - Veia lingual DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA SUBLINGUAL - Linfonodos submentuais - Linfonodos submandibulares INERVAÇÃO DA GLÂNDULA SUBLINGUAL Acompanha a inervação das glândulas submandibulares COMPOSIÇÃO: baixa osmolaridade, alta concentração de K, amilase, lipase, mucina, fatores de crescimento, Ca, Mg, Na, HCO3 e Cl. *Nos humanos, a secreção salivar é sempre hipotônica. SÍNTESE Primária: produzida pelas células acinares nas partes terminais secretoras e é modificada pelas células ductais conforme a saliva passa pelos ductos. - Secreção controlada pela sinalização dependente de Ca, abre canais de Cloretoapicais nas células acinares; o Cloreto flui para o lúmen ductal e estabelece um gradiente osmótico e elétrico; as células do ducto reabsorvem Na e Cl e secretam K e HCO3 no lúmen. - O HCO3 é secretado apenas em troca de Cl → alcalinizando a secreção salivar; - O Na é trocado por prótons, mas alguns dos prótons secretados são reabsorvidos na permuta de com o K. *O epitélio do ácino é relativamente permeável, o Na e a água flui através desse epitélio por meio de junções oclusivas (transporte paracelular). O movimento transcelular da água também pode ocorrer por aquaporina 5. Em repouso, a secreção salivar é hipotônica e levemente alcalina -> neutralizando o refluxo de ácido gástrico. SECREÇÃO SALIVAR ESTIMULADA - Redução na concentração de K - Aumento da concentração de Na em direção aos níveis plasmáticos; - Aumento da concentração de Cl e de HCO3 Fatores que tornam o fluido mais alcalino. *O epitélio do ducto é relativamente fechado e não expressa aquaporinas, desse modo a água não pode seguir os íons de forma rápida para manter a isotonicidade em taxas de fluxo Mayra Gonçalves moderados ou altas durante a secreção salivar estimulada. Logo, aumenta a taxa de secreção, diminui o tempo pra modificação iônica pelas células ductais, resultando em uma saliva semelhante a de secreção primária. CONSTITUINTES ORGÂNICOS - Sintetizados, armazenados e secretados pelas células acinares. - AMILASE: enzima que inicia a digestão do amido. - LIPASE: digestão de lipídeos. - GLICOPROTEÍNA: mucina -> forma muco. - LISOZIMA: ataca a parede celular bacteriana. METABOLISMO - As glândulas produtoras de saliva apresentam elevado metabolismo e alto fluxo sanguíneo (aumento da estimulação parassimpática). SECREÇÃO - Ocorre pelo SNA e pelo Sistema Endócrino. Sistema Simpático: estimula a contratilidade das células mioepiteliais, resultando na expulsão da saliva pré-formada, gerando aumento transitório do fluxo de saliva (pelos ductos de excreção das glândulas salivares), e logo depois o fluxo começa a diminuir (psialoquese) por causa da diminuição do fluxo sanguíneo causado pela vasoconstrição simpática adrenérgica. Sistema Parassimpático: sistema originado no bulbo, nos núcleos salivares inferior ou superior , localizados na ponte do tronco encefálico e estão ligados a neurônios motores dos nervos glossofaríngeo e facial. 1. Núcleo salivar superior: emergem fibras aferentes do nervo facial, que através do nervo corda do tímpano inervam a glândula submandibular e a sublingual. 2. Núcleo salivar inferior: Saem fibras motoras do glossofaríngeo, que sinaptam no gânglio ótico e inervam a glândula parótida. - Corda do tímpano – Glossofaríngeo: estimulação da glândula salivar, aumentando a velocidade da formação da saliva e o consumo de O2 e da irrigação sanguínea. Sistema Parassimpático: estimula diretamente as células salivares (acinares e tubulares), pela estreita relação das fibras parassimpáticas, pela concentração de Acetilcolina nas células salivares e pelas mudanças dos potenciais elétricos provocados pela estimulação parassimpático; estimula indiretamente no aumento do fluxo sanguíneo, logo, no aumento de O2, H20, eletrólitos e substratos. - Órgão tubular com formato de cone invertido, localizado na região cervical, com extensão de 12– 15 cm. - Com notável importância, devido a sua participação em dois sistemas vitais, sendo um órgão que participa da constituição tanto do Sistema Respiratório, quanto do Sistema Digestório, além de contar com o Anel Linfático da Faringe, pertencente ao Sistema Linfático. - É um tubo musculomembranoso situado posteriormente às cavidades nasais e bucal, assim como à laringe. - Estende desde a Base do Crânio (parte basilar do Osso Occipital e corpo do Osso Esfenoide) até a Margem Inferior da Cartilagem Cricóidea, sendo este tubo dividido Mayra Gonçalves em 3 porções: Nasofaringe, Orofaringe e Laringofaringe. NASOFARINGE - Se localiza entre a Base do Crânio (parte basilar do Osso Occipital e corpo do Osso Esfenoide) e uma linha horizontal situada ao nível do Palato Mole, posteriormente à Cavidade Nasal. - Nesta porção da Faringe, integrante do Sistema Respiratório pelo fato de se comunicar com a Cavidade Nasal por meio dos Coanos, se situam as estruturas: Tonsila Faríngea (Adenoide), situada na mucosa do teto e parede posterior da Nasofaringe; Óstio Faríngeo da Tuba Auditiva, que comunica a Faringe ao Aparelho Auditivo; Toro Tubário, onde se localiza, profundamente, a estrutura linfática Tonsila Tubária; Prega Salpingofaríngea, que recobre o Músculo Salpingofaríngeo; e Recesso Faríngeo, projeção lateral da faringe, próxima a Prega Salpingofaríngea, que se estende lateroposteriormente. HISTOLOGIA - A Nasofaringe, parte superior do órgão, é integrante do Sistema Respiratório, sendo composta, dessa forma, pelo epitélio característico, constituído por Epitélio Ciliado Pseudoestratificado Colunar, com abundância de Células Caliciformes. Tal epitélio, presente na maior parte da porção condutora do Sistema Respiratório, é composto por 5 tipos celulares: Célula Colunar Ciliada, Célula Caliciforme, Célula em Escova, Célula Basal e Célula Granular. - A mucosa da região conta com agregados de tecido linfático difusos, que visam auxiliar na defesa do organismo, devido a comunicação da Nasofaringe com o meio externo, o que aumenta a probabilidade de infecções. CÉLULA COLUNAR CILIADA: células mais abundantes no Epitélio Respiratório, contendo cerca de 300 cílios em suas superfícies apicais, sobrepostas sobre numerosas mitocôndrias, que fornecem ATP para a atividade primordial destas células, que consiste nos batimentos ciliares que são responsáveis por expulsar partículas inspiradas. CÉLULAS CALICIFORMES: segunda célula mais abundante no Epitélio Respiratório, contém, em sua porção apical, abundantes gotículas de muco composto por glicoproteínas, responsáveis pela lubrificação e consequente proteção da Faringe. CÉLULAS EM ESCOVA: apresentam, em suas superfícies apicais, numerosas microvilosidades e, em suas bases, terminações nervosas aferentes, consideradas receptores sensoriais. CÉLULAS BASAIS: formato pequeno e arredondado, consideradas como células- tronco, que suprem a renovação celular do sistema. CÉLULAS GRANULARES: morfologicamente semelhantes as Células Basais, mas pertencentes ao Sistema Neuroendócrino Difuso. OROFARINGE - Segunda porção da Faringe, se situa entre a linha horizontal, ao nível do Palato Mole, e a margem superior da Cartilagem Epiglótica (C4), posteriormente a Cavidade Bucal. - Nessa porção da Faringe, integrante do Sistema Digestório, se situam as estruturas: Arco Palatoglosso e Arco Palatofaríngeo, que delimitam a Fossa Tonsilar, remanescente embriológico no qual se alojam as Tonsilas Palatinas; e as Tonsilas Linguais, estruturas do Sistema Linfático, situadas na Parte Posterior da Língua. Mayra Gonçalves LARINGOFARINGE - Terceira porção da Faringe, se situa entre a margem superior da Cartilagem Epiglótica (C4) até a margem inferior da Cartilagem Cricotireóidea (C6), posteriormente a Laringe, onde se inicia o Esôfago. - Nessa porção da Faringe, pertencente ao Sistema Digestório, se encontram as estruturas: Recessos Piriformes, depressões localizadas lateralmente ao Ádito da Laringe, que é a abertura da via aérea inferior. HISTOLOGIA A partir da segunda porção da Faringe, Orofaringe, até a terceira porção da Faringe, Laringofaringe, o órgão passa a ser integrante do Sistema Digestório, sendo composto, dessa forma, por Epitélio Pavimentoso Estratificado Não Queratinizado, para que consiga suportar o atrito da passagem do bolo alimentar. - Tal tecido apresenta GlândulasSalivares Menores, que liberam secreções que ajudam na lubrificação do Faringe, e agregados de tecido linfático difusos, que contribuem com a defesa do organismo, visto a exposição constante a agentes externos. *Vale ressaltar que, apesar de fazer parte do Sistema Digestório, a Faringe não apresenta a conformação clássica deste sistema. Primeiramente, por não apresentar as camadas Submucosa e Muscular da Mucosa. Além disso, suas camadas musculares externas são organizadas em Longitudinais Internas e Circulares Externas, diferentemente do ordenamento geral do Sistema Digestório, que conta com camadas Circulares Internas e Longitudinais Externas. - Dessa forma, a Orofaringe e a Laringofaringe têm apenas 3 camadas principais: Camada Epitelial Pavimentosa Estratificada Não Queratinizada, Lâmina Própria e Camada Muscular Externa. - Externamente a essas camadas mucosas, se situam as camadas musculares do órgão, compostas por dois grupos musculares, um mais profundo e um mais superficial. - A primeira, chamada de Camada Longitudinal Interna, é composta pelos músculos Salpingofaríngeo, Palatofaríngeo e Estilofaríngeo. - A segunda camada, conhecida como Camada Circular Externa, é composta pelos músculos Constritor Superior da Faringe, Constritor Médio da Faringe e Constritor Inferior da Faringe. TONSILAS FARÍNGEA: também conhecida como Adenoide, localizada na porção superior da Nasofaringe, abaixo da Porção Basilar do Osso Occipital. TUBÁRIAS: situadas profundamente ao Toro Tubário, na Orofaringe. PALATINAS: também conhecidas como Amigdalas, localizadas entre os Arcos Palatoglosso e Palatofaríngeo, na Orofaringe. LINGUAIS: situadas na base da língua, na região da Orofaringe. IRRIGAÇÃO DA FARINGE A irrigação arterial da Faringe é realizada por: Artérias Labiais Superior e Inferior, ramos da Artéria Facial; Artérias Palatinas Maior e Menor e Artéria Bucal, ramos da Artéria Maxilar; e Artéria Lingual, ramo da Artéria Carótida Externa. Mayra Gonçalves DRENAGEM VENOSA DA FARINGE Deve-se destacar a Veia Lingual, que drena para Veia Jugular Interna; Plexo Pterigóideo, composto pelas Veias Bucal e Palatinas Maior e Menor, que drena para Veia Jugular Interna; e Veias Labiais Superior e Inferior que drenam para Veia Jugular Interna. DRENAGEM LINFÁTICA - Os Linfonodos Faríngeos drenam para os Linfonodos Paratraqueais e Retrofaríngeos, que desembocam nos Linfonodos Cervicais Profundos. - O Anel de Waldeyer, no entanto, apresenta drenagem linfática diferenciada, por meio dos vasos linfáticos tonsilares, que conduzem a linfa até o Linfonodo Jugulodigástrico (também chamado de Linfonodo Tonsilar), que drena para Linfonodos Cervicais Profundos. ÇÃ - A inervação sensitiva da Faringe deriva do Plexo Nervoso Faríngeo, constituído por componentes sensitivo e motor. O componente sensitivo é derivado do Nervo Glossofaríngeo (NCIX), enquanto o componente motor é derivado do Nervo Vago (NC X), que supre todos os músculos da Faringe com exceção do Músculo Estilofaríngeo; e do Nervo Glossofaríngeo (NCIX), que supre o Músculo Estilofaríngeo; para entendimento do processo, que o Músculo Tensor do Véu Palatino é suprido sensorialmente pelo Plexo Nervoso Faríngeo e motoramente pelo Nervo Mandibular (NC V3); a inervação motora da língua, realizada pelo Nervo Hipoglosso (NC XII). - A deglutição é um processo que se inicia voluntariamente, mas se continua sob controle reflexo; este processo é responsável por levar o alimento da boca até o Esôfago, inibindo a respiração e entrada de alimento na Traqueia. - É divido em fases: Fase Preparatória ou Oral, que representa a fase voluntária da deglutição; Fase Faríngea e Fase Esofágica, que são involuntárias, estando sob controle reflexo. FASE PREPARATÓRIA - Se inicia com o Processo de Mastigação, que segue com o posicionamento do bolo alimentar no centro da Língua, que passa a se movimentar de forma ondulatória, pressionando o alimento contra o Palato, de forma que estimula os receptores de estiramento do Palato Mole. - Tal estímulo inicia a fase involuntária do processo de deglutição. FASE FARÍNGEA - Se inicia com o envio do estímulo por meio do Nervo Glossofaríngeo, componente sensitivo do Plexo Faríngeo, para o Centro da Deglutição localizado no Núcleo Solitário. - A partir deste estímulo, uma sequência de eventos ocorrerá de maneira reflexa, em menos de 1 segundo, nos quais, a respiração é reflexamente inibida. - Didaticamente, divide-se tal evento em 4 etapas: Etapa 1 – Nesta etapa, o Centro da Deglutição envia estímulos motores, por meio do Nervo Mandibular (NC V3), para o Músculo Tensor do Véu Palatino, que puxa o Palato Mole superiormente, fazendo com que as Dobras Palatofaríngeas se movimentem para dentro, se aproximando. Tal processo consegue vedar a Nasofaringe, evitando refluxo do bolo Mayra Gonçalves alimentar para região, além de abrir o canal pelo qual o alimento passará para Orofaringe. Etapa 2 – Nesta etapa, o Centro da Deglutição envia estímulos motores pelo Nervo Vago (NC X) para os Músculos Salpingofaríngeo e Palatofaríngeo; e pelo Nervo Glossofaríngeo (NC IX) para o Músculo Estilofaríngeo, fazendo com que a Laringe seja movida para frente e para cima, em direção a Cartilagem Epiglote. Tais ações evitam que o bolo alimentar adentre na via aérea inferior, continuando o canal alimentar em direção ao Esôfago. Etapa 3 – Nesta fase, os eventos ocorridos na Etapa 2 facilitam o relaxamento do Esfíncter Esofagiano Superior (EES), que se dilata para receber o bolo alimentar. Etapa 4 – Nesta fase, o Centro da Deglutição envia estímulos motores por meio do Nervo Vago (NC X) para os Músculos Constritores da Faringe, que se contraem, gerando uma onda peristáltica. Tal onda se inicia pela contração do Músculo Constritor Superior da Faringe, se continuando pelos Constritores Médio e Inferior, até que o bolo alimentar alcance o EES do Esôfago, adentrando no órgão. Após a passagem, o EES volta a se fechar. FASE ESOFÁGICA Dura aproximadamente 5 segundos e é involuntária, sendo realizada por meio de ondas peristálticas que conduzem o bolo alimentar até o Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI), para que adentre o Estômago. Ô - O esôfago consiste na primeira porção do tubo digestivo. - É um tubo muscular (aproximadamente 25 cm de comprimento) com um diâmetro médio de 2 cm, que conduz alimento da faringe para o estômago. - Ao longo de toda a sua extensão, sua mucosa apresenta numerosas pregas longitudinais com sulcos intermediários que dão a impressão de seu lúmen estar obstruído; entretanto, quando o esôfago é distendido, as pregas desaparecem e o lúmen torna-se evidente. ANATOMIA - O esôfago normalmente tem três constrições, onde estruturas adjacentes deixam impressões: 1. Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago): em seu início, na junção faringoesofágica, a aproximadamente 15 cm dos dentes incisivos; causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe; 2. Constrição broncoaórtica (torácica): uma constrição dupla combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta, a 22,5 cm dos dentes incisivos, e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo, a 27,5 cm dos dentes incisivos. A compressão pelo arco da aorta é mais evidente na radiografia posteroanterior (PA) após ingestão de bário, e a impressão brônquica é mais visível nas imagens laterais; 3. Constrição diafragmática: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. *Não é possível ver constrições no esôfago vazio. Entretanto, quando o órgão se expande durante o enchimento, as estruturas citadas anteriormente comprimemsuas paredes. Mayra Gonçalves - O esôfago segue a curva da coluna vertebral ao descer através do pescoço e do mediastino. A túnica muscular externa do esôfago está disposta em duas camadas, possuindo lâminas musculares circulares internas e longitudinais externas. Em seu terço superior, a lâmina externa consiste em músculo estriado voluntário; o terço inferior é formado por músculo liso, e o terço médio tem os dois tipos de músculo. PARTE CERVICAL DO ESÔFAGO - O esôfago começa no pescoço, onde é contínuo com a parte laríngea da faringe na junção faringoesofágica. - A primeira parte, a parte cervical, pertence ao terço superior de músculo estriado voluntário esofágico; começa imediatamente posterior à margem inferior da cartilagem cricóidea e no mesmo nível dela, no plano mediano; este é o nível da vértebra C6. - Externamente, como dito anteriormente, a junção faringoesofágica apresenta-se como uma constrição produzida pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe (o esfíncter esofágico superior) e é a parte mais estreita do esôfago. - A parte cervical do esôfago inclina-se um pouco para a esquerda enquanto desce e entra no mediastino superior, através da abertura superior do tórax, onde se torna a parte torácica do esôfago; situa-se entre a traqueia e a coluna vertebral cervical. - Está fixada à traqueia por tecido conjuntivo frouxo. - Os nervos laríngeos recorrentes situam-se nos sulcos traqueoesofágicos, ou perto deles, entre a traqueia e o esôfago. - O esôfago está em contato com a cúpula da pleura na raiz do pescoço; à esquerda está o lobo esquerdo da glândula tireoide e a bainha carótica esquerda; o ducto torácico adere ao lado esquerdo do esôfago e situa-se entre a pleura e o esôfago. PARTE TORÁCICA - O esôfago entra no mediastino superior entre a traqueia e a coluna vertebral, onde se situa anteriormente aos corpos das vértebras T1–T4. - Inicialmente, inclina-se para a esquerda, mas é empurrado de volta para o plano mediano pelo arco da aorta. A seguir, é comprimido anteriormente pela raiz do pulmão esquerdo. - No mediastino superior, o ducto torácico geralmente está à esquerda do esôfago, profundamente (medial) ao arco da aorta. - O esôfago desce do mediastino superior para o mediastino posterior, seguindo posteriormente e à direita do arco da aorta e Mayra Gonçalves posteriormente ao pericárdio e átrio esquerdo. - O esôfago é a principal relação posterior da base do coração. A seguir, desvia-se para a esquerda e atravessa o hiato esofágico no diafragma no nível da vértebra T10, anteriormente à aorta. PARTE ABDOMINAL - O esôfago atravessa o hiato esofágico, de formato elíptico, no pilar muscular direito do diafragma, logo à esquerda do plano mediano, no nível da vértebra T10. - Termina entrando no estômago no óstio cárdico do estômago, à esquerda da linha mediana, no nível da 7a cartilagem costal esquerda e da vértebra T11. - O esôfago está fixado às margens do hiato esofágico no diafragma pelo ligamento frênico-esofágico (Figura 6), uma extensão da fáscia diafragmática inferior. Esse ligamento permite o movimento independente do diafragma e do esôfago durante a respiração e a deglutição. - A face anterior é coberta por peritônio da cavidade peritoneal, contínuo com aquele que reveste a face anterior do estômago. Encaixa- se em um sulco na face posterior (visceral) do fígado. - A face posterior da parte abdominal do esôfago é coberta por peritônio da bolsa omental, contínuo com aquele que reveste a face posterior do estômago. - A margem direita do esôfago é contínua com a curvatura menor do estômago; entretanto, sua margem esquerda é separada do fundo gástrico pela incisura cárdica existente entre o esôfago e o fundo gástrico. - A junção esofagogástrica situa-se à esquerda da vértebra T11 no plano horizontal que atravessa a extremidade do processo xifoide. Os cirurgiões e endoscopistas designam a linha Z, uma linha irregular em que há mudança abrupta da mucosa esofágica para a mucosa gástrica, como a junção. Imediatamente superior a essa junção, a musculatura diafragmática que forma o hiato esofágico funciona como um esfíncter inferior do esôfago fisiológico que se contrai e relaxa. *Exames radiológicos mostram que o alimento para momentaneamente nesse lugar e que o mecanismo esfincteriano normalmente é eficiente para evitar refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Quando uma pessoa não está comendo, o lúmen do esôfago normalmente encontra-se colapsado acima desse nível para evitar a regurgitação de alimentos ou suco gástrico para o esôfago. VASCULARIZAÇÃO ESOFÁGICA As artérias da parte cervical do esôfago são ramos das artérias tireóideas inferiores. Cada artéria dá origem a ramos ascendentes e descendentes que se anastomosam entre si e através da linha mediana. No tórax, o esôfago é irrigado pelos os ramos viscerais ímpares do plano vascular anterior da aorta torácica: as artérias esofágicas — geralmente duas, mas pode haver até cinco. A irrigação arterial da parte abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda, um ramo do tronco celíaco, e pela artéria frênica inferior esquerda. DRENAGEM VENOSA ESOFÁGICA As veias da parte cervical do esôfago são tributárias das veias tireóideas inferiores. O sistema venoso ázigo recebe as veias Mayra Gonçalves esofágicas. A drenagem venosa das veias submucosas dessa parte do esôfago se faz para o sistema venoso porta, através da veia gástrica esquerda, e para o sistema venoso sistêmico, pelas veias esofágicas que entram na veia ázigo. DRENAGEM LINFÁTICA Os vasos linfáticos da parte cervical do esôfago drenam para os linfonodos paratraqueais e linfonodos cervicais profundos inferiores. Os linfonodos mediastinais posteriores situam-se posteriormente ao pericárdio, onde estão relacionados ao esôfago e à parte torácica da aorta. Existem vários linfonodos posteriores à parte inferior do esôfago e mais (até oito) anteriores e laterais a ele. Os linfonodos mediastinais posteriores recebem linfa do esôfago, da face posterior do pericárdio e do diafragma, e dos espaços intercostais posteriores médios. A linfa dos linfonodos drena para os ângulos venosos direito ou esquerdo, pelo ducto linfático direito ou do ducto torácico. A drenagem linfática da parte abdominal do esôfago se faz para os linfonodos gástricos esquerdos; os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos drenam principalmente para os linfonodos celíacos. INERVAÇÃO A inervação do esôfago é somática motora e sensitiva para a metade superior e parassimpática (vagal), simpática e sensitiva visceral para a metade inferior. A parte cervical do esôfago recebe fibras somáticas através de ramos dos nervos laríngeos recorrentes e fibras vasomotoras dos troncos simpáticos cervicais através do plexo ao redor da artéria tireóidea inferior. HISTOLOGIA DO ESÔFAGO MUCOSA - A mucosa do esôfago é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso não- queratinizado, uma lâmina própria fibroelástica e uma camada de músculo liso disposta longitudinalmente, formando a camada muscular da mucosa. - A mucosa do esôfago é constituída de três camadas: epitélio, lâmina própria e camada muscular da mucosa. - O lúmen do esôfago, revestido por um epitélio pavimentoso estratificado não- queratinizado com 0,5 mm de espessura, geralmente encontra-se colabado, abrindo-se somente durante o processo de deglutição. - Dispersas entre os queratinócitos do epitélio estão células apresentadoras de antígenos conhecidas como células de Langerhans, que fagocitam e degradam antígenos, reduzindo- os a polipeptídeos menores conhecidos como epítopos; estas células também sintetizam as moléculasdo complexo principal de histocompatibilidade (MHC) da classe II, associam os epítopos a estas moléculas e expõem o complexo MHC da classe II-epitopo na face externa de sua membrana plasmática; as células de Langerhans migram então para os linfonodos, onde elas apresentam o complexo MHC II-epitopo para os linfócitos. LÂMINA PRÓPRIA: Não apresenta nada de especial; apresenta as glândulas cárdicas esofágicas, as quais são encontradas em duas regiões do esôfago, um grupo próximo da faringe e o outro próximo à sua junção com oestômago; também possui ocasionais nódulos linfóides, membros do sistema MALT (tecido linfoide associado à mucosa). Mayra Gonçalves CAMADA MUSCULAR: não é usual, pois é constituída de apenas uma camada de fibras musculares lisas orientadas longitudinalmente que vai se tornando mais espessa nas proximidades do estômago. As glândulas cárdicas esofágicas produzem um muco que cobre o revestimento do esôfago, lubrificando-o para proteger o epitélio à medida que o bolo alimentar passa para o estômago. Como estas glândulas se as- semelham às glândulas mucosas da região cárdicas do estômago, alguns pesquisadores sugerem que estas glândulas sejam porções ectópicas do tecido gástrico. SUBMUCOSA - A submucosa do esôfago possui glândulas mucosas conhecidas como glândulas esofágicas propriamente ditas. - A submucosa do esôfago é constituída de tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso que o tecido conjuntivo frouxo da lâmina própria, que contém as glândulas esofágicas propriamente ditas. - O esôfago e o duodeno são as duas únicas regiões do tubo digestivo com glândulas na submucosa. Eletromicrografias destas glândulas tubuloacinares indicam que sua porção secretora é constituída de dois tipos de células, células mucosas e células serosas. As células mucosas têm núcleos achatados basais e acúmulos apicais de grânulos de secreção preenchidos com muco. - O segundo tipo celular é representado pelas células serosas, com núcleos arredondados e centrais. Os grânulos de secreção destas células contêm a proenzima pepsinogênio e o agente antibacteriano lisozima. Os ductos destas glândulas lançam suas secreções no lúmen do esôfago. *O plexo nervoso submucoso está na sua posição de costume dentro da submucosa, nas proximidades da camada circular interna da túnica muscular externa. Este plexo nervoso é um componente do sistema nervoso entérico, conhecido como plexo submucoso de Meissner. Este plexo, que também possui corpos de neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, controla a motilidade da mucosa (e, até certo ponto, a motilidade da submucosa) e as atividades secretoras das suas glândulas. TÚNICA MUSCULAR E ADVENTÍCIA - A submucosa é revestida por uma espessa camada muscular, a túnica muscular externa, responsável pela atividade peristáltica, a qual move o conteúdo do lúmen ao longo do trato digestivo. - A túnica muscular externa do esôfago está disposta em duas camadas, circular interna e longitudinal externa. - Estas camadas musculares não são usuais, pois são compostas tanto por fibras musculares lisas quanto por estriadas esqueléticas. - A túnica muscular externa do terço superior do esôfago possui essencialmente músculo esquelético; o terço médio possui músculo esquelético e liso; e o terço inferior possui somente fibras musculares lisas. *Um segundo componente do sistema nervoso entérico, conhecido como plexo mioentérico de Auerbach, está situado entre estas duas camadas musculares e regula a atividade da túnica muscular externa (e, até certo ponto, a atividade da mucosa). - A túnica muscular externa é envolvida por uma delgada camada de tecido conjuntivo que pode ou não ser recoberta pelo epitélio simples pavimentoso do peritônio visceral. Se Mayra Gonçalves a região do tubo digestivo é intraperitoneal, ela é recoberta pelo peritônio, e esta cobertura é conhecida como serosa. Se o órgão é retroperitoneal, ele fica aderido à parede do corpo por um tecido conjuntivo frouxo, sem revestimento mesotelial, conhecido como adventícia. No caso do esôfago, este órgão é coberto por uma adventícia até ultrapassar o diafragma, após o qual passa a ser coberto por uma serosa. Ô - Quando o esôfago está vazio, seu lúmen assemelha-se a uma fenda. Quando um bolo alimentar desce por ele, o lúmen se expande, produzindo peristalse reflexa nos dois terços inferiores do esôfago. O alimento atravessa o esôfago rapidamente em razão da ação peristáltica de sua musculatura, auxiliado pela gravidade, mas não depende dela (é possível engolir de cabeça para baixo). DEGLUTIÇÃO – PROPULSÃO DO BOLO ALIMENTAR 1. Estágio Voluntário da Deglutição: Quando o alimento está pronto para ser deglutido, ele é “voluntariamente” comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe, pela pressão da língua para cima e para trás contra o palato. A partir daí, a deglutição passa a ser um processo inteiramente — ou quase inteiramente — automático e que, nas condições normais, não pode ser interrompido. 2. Estágio Faríngeo Involuntário da Deglutição: O bolo de alimento, ao atingir a parte posterior da cavidade bucal e a faringe, estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição ao redor da abertura da faringe, especialmente nos pilares tonsilares e seus impulsos passam para o tronco encefálico, onde iniciam uma série de contrações musculares faríngeas automáticas, como se segue: - O palato mole é empurrado para cima, de maneira a fechar a parte posterior da cavidade nasal, evitando o refluxo do alimento. - As pregas palatofaríngeas em cada lado da faringe são empurradas medialmente de forma a se aproximarem. Dessa forma, essas pregas formam fenda sagital, por onde o alimento deverá passar para a parte posterior da faringe. Essa fenda desempenha ação seletiva, permitindo que o alimento suficientemente mastigado passe com facilidade. Esse estágio da deglutição dura menos de 1 segundo, e qualquer objeto grande normalmente é impedido de passar para o esôfago. - As cordas vocais da laringe se aproximam vigorosamente, e a laringe é puxada, para cima e para frente, pelos músculos do pescoço. Essas ações, combinadas com a presença de ligamentos que impedem o movimento para cima da epiglote, fazem com que a epiglote se mova para trás, na direção da abertura da laringe. O conjunto desses efeitos impede a passagem do alimento para o nariz e para a traqueia. De grande importância é a vigorosa justaposição das cordas vocais, mas a epiglote ajuda a evitar que o alimento chegue até elas. *A destruição das cordas vocais ou dos músculos que as aproximam pode causar engasgo. - O movimento para cima da laringe também puxa e dilata a abertura do esôfago. Ao mesmo tempo, os 3 a 4 centímetros superiores da parede muscular esofágica, referidos como esfíncter esofágico superior (também conhecido como esfíncter faringoesofágico) se relaxam. Então, o alimento se move livre e facilmente da faringe Mayra Gonçalves posterior para o esôfago superior. Entre as deglutições, esse esfíncter permanece fortemente contraído, evitando a entrada de ar no esôfago durante a respiração. O movimento para cima da laringe também eleva a glote afastando-a do fluxo principal de alimento, de maneira que este passe nos lados da epiglote em vez de ao longo da sua superfície; essa ação confere uma proteção adicional contra a entrada de alimento na traqueia. - Quando a laringe é elevada e o esfíncter faringoesofágico relaxado, toda a parede muscular da faringe se contrai, iniciando na parte superior e, então, a contração progredindo para baixo nas áreas medial e inferior da faringe, o que impulsiona o alimento por peristaltismo para o esôfago. 3. Estágio Esofágico da Deglutição: Afunção primária do esôfago é a de conduzir rapidamente o alimento da faringe para o estômago, e seus movimentos são organiza- dos de modo específico para essa função. O esôfago normalmente apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário é, simplesmente, a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se prolonga para o esôfago, durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa onda faz o percurso desde a faringe até o estômago em cerca de 8 a 10 segundos. O alimento engolido por pessoa na posição ereta normalmente é levado para a porção inferior do esôfago até mais rápido do que a própria onda peristáltica, em cerca de 5 a 8 segundos, devido ao efeito adicional da gravidade que força o alimento para baixo. Se a onda peristáltica primária não consegue mover para o estômago todo o alimento que entrou no esôfago, ondas peristálticas secundárias resultam da distensão do próprio esôfago pelo alimento retido; essas ondas continuam até o completo esvaziamento do esôfago. As ondas peristálticas secundárias são deflagradas, em parte, por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico e, em parte, por reflexos iniciados na faringe e transmitidos por fibras vagais aferentes para o bulbo retornando ao esôfago por fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas. A musculatura da parede faríngea e do terço superior do esôfago é composta por músculo estriado. Portanto, as ondas peristálticas nessas regiões são controladas por impulsos em fibras nervosas motoras de músculos esqueléticos dos nervos glossofaríngeo e vago. Nos dois terços inferiores do esôfago, a musculatura é composta por músculo liso e essa porção do esôfago é controlada pelos nervos vagos, que atuam por meio de conexões com o sistema nervoso mioentérico esofágico. Quando os ramos do nervo vago para o esôfago são cortados, o plexo nervoso mioentérico do esôfago fica excitável o suficiente para causar, após vários dias, ondas peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o suporte dos reflexos vagais. Portanto, inclusive após a paralisia do reflexo da deglutição no tronco encefálico, alimento introduzido por sonda no esôfago, ainda passa rapidamente para o estômago. 4. Relaxamento Receptivo do Estômago: Quando a onda peristáltica esofágica se aproxima do estômago, a onda de relaxamento, transmitida por neurônios inibidores mioentéricos, precede o peristaltismo. Todo o estômago e, em menor extensão, até mesmo o duodeno relaxam quando a onda peristáltica atinge a porção inferior do esôfago e assim se preparam com antecedência para receber o alimento levado pelo esôfago. Mayra Gonçalves Na porção final do esôfago, cerca de 3 centímetros acima da sua junção com o estômago, o músculo circular esofágico funciona como um largo esfíncter esofágico inferior, também denominado esfíncter gastroesofágico. Esse esfíncter, nas condições normais, permanece tonicamente contraído, gerando pressão intraluminal no esôfago da ordem de 30 mmHg, em contraste com a porção medial do esôfago que normalmente permanece relaxada. Quando a onda peristáltica da deglutição desce pelo esôfago, ocorre o “relaxamento receptivo” do esfíncter esofágico inferior à frente da onda peristáltica, permitindo a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago. Raramente, o esfíncter não se relaxa de forma satisfatória, resultando na condição denominada acalasia. As secreções gástricas são muito ácidas, contendo enzimas proteolíticas. A mucosa esofágica, exceto nas porções bem inferiores do esôfago, não é capaz de resistir por muito tempo à ação digestiva das secreções gástricas. Felizmente, a constrição tônica do esfíncter esofágico inferior evita significativo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, exceto em circunstâncias anormais. Outro fator que ajuda a evitar o refluxo é o mecanismo semelhante à válvula de curta porção do esôfago, que se estende por pouco até o estômago. O aumento da pressão intra- abdominal projeta nesse ponto o esôfago para o estômago. Assim, esse fechamento do esôfago, como se fosse uma válvula, contribui para evitar que a elevação da pressão intra- abdominal force os conteúdos gástricos de volta ao esôfago. De outra forma, sempre que andássemos, tossíssemos ou respirássemos profundamente, o ácido gástrico poderia refluir para o esôfago.
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