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Fome e Saciedade

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Mayra Gonçalves 
 
Fome: sensação associada ao desejo por 
comida, fazendo com que o indivíduo procure 
por adequado suprimento alimentar. 
Apetite: desejo por determinado tipo de 
comida, diferenciando a qualidade do 
alimento a ser ingerido. 
Saciedade: sensação obtida quando a busca 
por alimento é bem sucedida. 
NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS 
- O hipotálamo ventromedial é denominado 
de centro ou área da saciedade; controla a 
ingestão alimentar através de uma inibição do 
centro da fome (ventrolateral). 
- O hipotálamo ventrolateral é denominado 
centro ou área da alimentação ou da fome. 
- As áreas hipotalâmicas que controlam a 
ingestão alimentar parecem não agir 
diretamente determinando a conduta 
alimentar, mas atuando sobre reflexos 
alimentares que participam da aquisição e 
consumo de alimento. 
CENTRO DA FOME 
- A estimulação dessa área faz com que o 
indivíduo coma vorazmente (hiperfagia). Ao 
contrário, a destruição dessa área provoca a 
ausência do desejo por comida e inanição, 
desencadeando perda de peso, fraqueza 
muscular e redução do metabolismo. 
- O controle da fome seria feito pelo 
hipotálamo ventrolateral e o sistema 
dopaminérgico, pois lesões apenas nos 
neurônios dopaminérgicos ou apenas o 
hipotálamo lateral, produzem-se perturbações 
menos severas da conduta alimentar do que 
na lesão do hipotálamo em conjunto com as 
fibras dopaminérgicas. Os centros superiores 
 
do sistema nervoso central, incluindo o córtex 
cerebral e o sistema límbico, fornecem 
aferências ao hipotálamo. Uma grande 
variedade de mensageiros químicos exerce 
funções de sinalização que influenciam a 
ingestão de alimentos e a saciedade, incluindo 
neuropeptídios, hormônios gastrointestinais, e 
mensageiros químicos, chamados de 
adipocinas, secretados pelo tecido adiposo. 
CENTRO DA SACIEDADE 
Estímulos nessa região podem provocar 
saciedade completa, quando mesmo na 
presença de alimento altamente apetitoso, o 
indivíduo se recusa a comer. Ao contrário, a 
destruição desses núcleos faz com que o 
animal coma de modo voraz, até que se torne 
extremamente obeso. 
*Há outros núcleos envolvidos nesse 
processo: lesões nos núcleos 
paraventriculares provocam excesso de 
ingestão, enquanto lesões dos núcleos 
dorsomediais deprimem o comportamento 
alimentar. 
NÚCLEO ARQUEADO DO HIPOTÁLAMO (ARC) 
- Centro de integração entre os diversos sinais 
oriundos da periferia e do tronco cerebral, 
determinando ações que visam adequar o 
balanço energético do organismo. 
- Existem duas subpopulações de neurônios: 
(1) neurônios anorexígenos liberam 
proopimelanocortina (POMC) e transcritos 
relacionados à anfetamina e cocaína (CART) 
com papel anoréxico, ou seja, causam 
diminuição de apetite; (2) neurônios 
orexígenos liberam neuropeptídio y e proteína 
relacionada ao gene agouti (AgRP), causam 
aumento do apetite. Como os neurônios NPY 
produzem ácido gama aminobutírico (GABA) 
eles inibem os neurônios POMC através de 
 Mayra Gonçalves 
receptores Y1, assim como de receptores 
GABA. 
- Na ausência dessa atividade GABAérgica, 
nota-se uma prevalência do comportamento 
orexígeno. 
- Os núcleos arqueados demarcam o local 
onde múltiplos hormônios liberados pelo TGI 
e pelo tecido adiposo convergem para regular 
a ingestão de alimentos, assim como o gasto 
energético. 
- O hipotálamo recebe sinais neurais do trato 
gastrointestinal que fornecem informação 
sensorial acerca de: enchimento gástrico, 
sinais químicos dos nutrientes do sangue 
(glicose, aminoácidos, ácidos graxos) que 
significam saciedade, sinais de hormônios 
intestinais, hormônios de tecido adiposo e 
sinais do córtex cerebral (visão, paladar e 
olfato) que influenciam o comportamento 
alimentar. 
*Anorexígenos: POMC, Leptina, Serotonina, 
Norepinefrina, CRH, Insulina, CCK, GLP, CART 
e PYY. 
*Orexígenos: NPY, AGRP, MCH, Orexinas A e 
B, Endorfinas, Galanina, Aminoácidos, 
Cortisol e Grelina. 
NEURÔNIOS DOS NÚCLEOS ARQUEADOS DO 
HIPOTÁLAMO 
- Neurônios POMC (anorexígenos): produzem 
hormônio alfa-melanócito estimulante (alfa-
MSH), juntamente com o transcrito 
relacionado à cocaína e à anfetamina (CART). 
- Neurônios orexígenos: produzem NPY e 
proteína relacionada a agouti (AGRP). 
A ativação dos anorexígenos reduz a ingestão 
de alimentos e aumenta o gasto energético, 
enquanto a ativação dos neurônios orexígenos 
eleva a ingestão e reduz o gasto energético. 
Esses neurônios são os principais alvos de 
diversos hormônios regulatórios do apetite. 
- Os neurônios POMC liberam alfa-MSH, que 
atua sobre os receptores de melanocortina, 
encontrados principalmente nos núcleos 
paraventriculares, principalmente MCR-3 e 4, 
diminuindo o consumo de alimentos. 
- O efeito da ativação do MCR em promover 
saciedade e aumentar o gasto energético 
parece ser mediado, em parte, pela ativação 
de vias neuronais que se projetam dos núcleos 
paraventriculares para o núcleo do trato 
solitário, estimulando o SNA simpático. 
- O AGRP liberado dos neurônios orexígenos 
do hipotálamo é um antagonista natural do 
MCR-3 e do MCR-4 e provavelmente aumenta 
a ingestão de alimentos pela inibição dos 
efeitos do alfa-MSH na estimulação dos 
receptores de melanocortina. 
- O NPY também é liberado pelos neurônios 
orexígenos dos núcleos arqueados. Quando os 
estoques energéticos do corpo estão em 
baixa, esse hormônio estimula o apetite. Ao 
mesmo tempo, os disparos de POMC são 
reduzidos, diminuindo a atividade da via da 
melanocortina e estimulando adicionalmente 
o apetite. 
- O tronco encefálico também é de extrema 
importância para a alimentação, sendo ele 
responsável pelos atos de salivar, lamber os 
lábios, mastigar os alimentos e deglutir. A 
função dos outros centros é controlar a 
quantidade de ingestão alimentar e colocar 
esses mecanismos alimentar e sem ação. 
Alguns centros neurais superiores ao 
hipotálamo também desempenham papéis 
importantes no controle da alimentação. Esses 
centros incluem a amígdala e o córtex pré-
frontal, responsáveis pela qualidade e 
quantidade da comida ingerida 
respectivamente. 
 Mayra Gonçalves 
*As alterações na regulação do cortisol e o 
equilíbrio simpatovagal, os dois mais 
importantes indicadores neurobiológicos de 
resposta ao estresse, foram evidentes quando 
indivíduos foram estudados por 6 dias na 
restrição de sono. Uma associação negativa 
entre as mudanças nos níveis da leptina e do 
cortisol é bem documentada na literatura 
durante a restrição de sono, e pode indicar um 
efeito supressivo da leptina no eixo 
hipotálamo-pituitária-adrenal. 
PROCESSO 
Aferências pré-absortivas: estímulos 
produzidos antes da absorção intestinal, mas 
que agem excitando a área ventromedial e 
estimulando a saciedade, e por conseguinte, 
somente podem começar a agir quando já se 
iniciou o processo da alimentação, mas não 
antes de comer; a natureza destes estímulos é 
digestiva, originando-se principalmente em 
três níveis diferentes: na boca, estômago e 
duodeno. 
Aferências Alimentares (oral): o alimento 
chega na boca e aumenta a pressão intraoral, 
excitando mecanorreceptores d mucosa oral, 
que promove o reflexo da mastigação e 
excitação do núcleo ventromedial do 
hipotálamo; esse reflexo excita ainda mais o 
centro da saciedade por meio de aferências 
derivadas dos movimentos mandibulares e 
dos receptores de distensão do periodonto; 
Aferências Alimentares (gástrica): o bolo 
alimentar chega ao estômago, produz 
distensão do corpo estomacal, aumentando o 
volume gástrico e excitando receptores de 
distensão localizados nas paredes do 
estômago, que geram aferências e estimulam 
a área da saciedade e inibem a fome; os 
receptores gástricos estimulados transmitem 
os impulsos nervosos através de fibras 
aferentes vagais, agindo sinergicamente com 
os estímulos orais, gerando uma sequência de 
fenômenos que tendem a limitar aingestão 
alimentar. 
*Durante o jejum prolongado (inanição), isto 
é, na fase pré-prandial prolongada, um 
indivíduo pode apresentar, junto coma 
sensação de fome, vigorosas dores 
epigástricas com a sensação de vazio; ao 
mesmo tempo, detectam-se fortes contrações 
do corpo do estômago, de alta frequência e 
com aumento do tônus gástrico basal. São as 
denominadas contrações da fome. As 
contrações de fome podem ser induzidas pela 
hipoglicemia, que muitas vezes se apresenta 
no período interprandial, e que estimularia os 
centros bulbares vagais. O nervo vago, por sua 
vez, excitaria a musculatura lisa do estômago, 
determinando as contrações de fome. 
Aferências pós-absortivas: estímulos gerados 
depois do processo absortivo intestinal, 
produzidos, então, principalmente no período 
pós-prandial. a natureza destes estímulos é 
metabólica, e são ligados aos mecanismos 
desencadeados pela presença do substrato 
energético no sangue, disponível para a célula. 
estes mecanismos metabólicos estão ligados 
às variações da temperatura corporal e à taxa 
sanguínea de glicose e ácidos graxos livres. 
Influência da Glicemia: a utilização celular de 
glicose é o mecanismo fundamental para 
determinação da fome e saciedade habituais, 
dependente em grande parte da concentração 
sanguínea de glicose. Desse modo, após um 
período prandial (refeição) e após a absorção 
intestinal, a taxa plasmática de glicose 
aumenta, e em relação a este aumento, a 
sensação de fome vai diminuindo e a 
saciedade vai se exagerando gradativamente. 
Na hiperglicemia, por haver maior passagem 
do meio extracelular para o intracelular de 
glicose, há maior disponibilidade de glicose 
dentro da célula. À isso, chama-se teoria 
 Mayra Gonçalves 
glicostática de mayer, que prediz que o 
metabolismo da glicose pelos centros 
hipotalâmicos regula a ingestão alimentar. 
Quando ocorre hipoglicemia, de modo 
inverso, o centro da saciedade é inibido, e o 
centro da fome torna-se dominante. Quando 
o metabolismo da glicose aumenta, o centro 
da saciedade inibe o centro da fome. Assim, 
nos centros hipotalâmicos existem 
glicorreceptores (receptores sensíveis às 
variações do consumo de glicose) isto é, há 
excitação quando o consumo de glicose é alto. 
São os glicorreceptores que, quando 
estimulados pela maior diferença 
arteriovenosa de glicose, deprimem a fome e 
estimulam o centro da saciedade. 
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA CORPORAL 
A ingestão alimentar, além de representar 
maior disponibilidade de energia, significa um 
aumento da taxa energética basal, 
promovendo maior calorigênese e, 
consequentemente, termogênese exacerbada, 
elevando a temperatura corporal (mecanismo 
termo-dependente) que induz a excitação da 
área ventromedial e a saciedade. Esse 
mecanismo operaria no período pós-prandial, 
especialmente após refeições abundantes, ou 
no exercício muscular (aumenta 
termogênese). 
Ô
LEPTINA 
- Hormônio proteico sintetizado e secretado 
pelos adipócitos do tecido adiposo 
subcutâneo em proporção à quantidade de 
gordura armazenada. 
- Atravessa a barreira hematoencefálica e 
informa ao cérebro (neurônios do núcleo 
arqueado do hipotálamo) da presença de 
excesso de tecido adiposo, o que, por sua vez, 
induz o bloqueio do neuropeptídio Y, um 
potente orexígeno, suprimindo o apetite ao 
interagir com receptores específicos e 
aumentando o gasto energético. 
- Quando as reservas adiposas estão baixas, a 
redução da leptina estimula a produção do 
neuropeptídio y e aumenta o apetite. 
- A reduzida secreção de leptina reduz o gasto 
energético, reduz a secreção de hormônios 
tireoidianos e de gonadotrofinas e aumenta a 
secreção de cortisol, levando ao depósito 
central de gordura. 
*Leptina & obesidade: nos obesos, a 
concentração de leptina é elevada, mas não se 
condiciona bloqueio do apetite, pois se 
desenvolve resistência à leptina. Nos animais 
que hibernam, no final do verão, onde eles já 
estão obesos, eles continuam a comer, para 
aumentar as reservas para o inverno que vai 
chegar e isto ocorre porque se desenvolve 
resistência à leptina. Um mecanismo para esta 
aquisição de resistência à leptina é a elevação 
de triglicerídeos, o que dificulta a passagem 
da leptina pela barreira hematoencefálica. No 
recém-nascido, os triglicerídeos derivados do 
leite inibem o transporte de leptina para o 
SNC e isto tem importância num momento da 
vida em que o alimento é precioso e o ganho 
de peso é rapidamente necessário. 
INSULINA 
- A insulina atua no cérebro, suprimindo a 
atividade dos neurônios orexígenos, ou seja, 
produtores de neuropeptídio Y e aumenta a 
atividade dos neurônios anorexígenos 
produtores de proopimelanocortina (POMC), 
diminuindo, assim, o apetite. 
- As ações superpostas de insulina e leptina 
são explicadas porque ambas ativam o PI3K no 
interior dos neurônios hipotalâmicos e o PI3K 
é requerido para a supressão do apetite. 
 Mayra Gonçalves 
- Em contraste com a leptina, os níveis de 
insulina flutuam durante o dia, portanto, tem 
efeitos agudos (de curto prazo) para diminuir 
o apetite. 
*Um dado a ser lembrado é que a 
hipoglicemia motivada pela insulina é um 
poderoso estímulo à ingestão alimentar: a 
concentração de glicose sofre diminuição 
antes do início da maioria das refeições, tanto 
em humanos quanto em roedores. Quando se 
evita esta queda glicêmica, a próxima 
retardada. 
GRELINA 
- Peptídeo secretado em vários tecidos, dentre 
eles a mucosa gástrica, além do hipotálamo, 
rins, coração, intestino, pâncreas, gônadas e 
hipófise; secretada no fundo gástrico quando 
o estômago está vazio, dá um poderoso sinal 
de fome para o cérebro e sua secreção é 
inibida com a ingestão alimentar. 
- Apresenta efeitos antagônicos à insulina e à 
leptina por estimular os neurônios orexígenos 
e inibir neurônios anorexígenos, aumentando 
o apetite e a ingestão de alimentos. 
- Períodos de fome e perda de peso estimulam 
fortemente a secreção de grelina. 
- Estimula os neurônios produtores de NPY 
através de um receptor secretagogo de GH 
(GHS-R), pertencente à família da rodopsina. 
- A grelina exerce uma ação estimulante da 
fome, de modo que o efeito produzido seria 
de uma maior ingestão de alimento. Este 
efeito é determinado inicialmente no 
hipotálamo, na área de saciedade, que seria 
deprimida pela ação da grelina, 
determinando-se assim exagero da sensação 
de fome. Seu efeito direto no hipotálamo, este 
seria reforçado pela maior secreção de GH. 
Além disso, o GH excitaria maior secreção de 
insulina, que controlaria a secreção de grelina, 
por mecanismo feedback negativo. A grelina, 
por feedback negativo, estimulariam o mesmo 
hipotálamo a secreção de outro hormônio, 
opeptídeo y (YY), que inversamente pode 
promover a sensação de saciedade ou 
antioréxica que é acompanhada de sensação 
prazerosa de bem-estar (plenitude). Aliás, 
estima-se que a emoção de prazer alimentar 
seria determinada pela liberação de dopamina 
e serotonina nas estruturas límbica. 
PEPTÍDEO INIBIDOR DE GASTRINA (GIP) 
Reduz a ingestão alimentar em indivíduos 
obesos e em magros. Hormônios pancreáticos 
incluindo glucagon, amilina e polipeptídio 
pancreático também reduzem a ingestão 
alimentar. 
GLP-1 
Incretina sintetizada e secretada pelas células l 
intestinais, é secretado pela estimulação 
direta dos nutrientes na parede intestinal, 
bem como por reflexos originados na porção 
mais alta do intestino. O GLP-1 é um potente 
inibidor da ingestão alimentar, por seu efeito 
retardador sobre o esvaziamento gástrico e 
também por sua ação na área supressora do 
apetite do hipotálamo, onde, como a leptina e 
a insulina, estimula neurônios anorexígenos. 
NEUROPEPTÍDEO Y (NPY) 
- Incretina secretada pelas células l intestinais 
após uma refeição. Ele atua diminuindo o 
apetite, tanto por meio de efeito direto sobre 
o hipotálamoquanto por inibir a secreção de 
grelina. 
- Além de suprimir a ingestão alimentar, 
modula a atividade da área tegumentar 
ventral (VTA) e o núcleo striatum ventral. 
Sinais advindos do fígado, pâncreas e 
músculos também são enviados ao cérebro 
informando sobre a disponibilidade de 
 Mayra Gonçalves 
nutrientes, mediados por diversas outras 
incretinas. 
- Inibe os neurônios orexígenos produtores de 
NPY através da via de receptores Y2. 
SEROTONINA 
- Apresenta controle sobre a fome e a 
saciedade através de diversos receptores, com 
diferentes funções. 
- Existem sete famílias diferentes de 
receptores de 5-HT, e há vários subtipos de 
receptores, principalmente em receptores 5-
HT1 e 5-HT2, responsáveispela redução da 
ingestão de alimentar associada à injeção de 
agonistas serotoninérgicos como quipazina, 
meta-clorofenilpiperazina e d-norfenflu-
ramina no núcleo paraventricular. 
- O receptor 5-HT2C parece ser o mais 
importante na relação entre ingestão 
alimentar e balanço energético. 
- Agindo por meio de seu receptor 5-HT2C, a 
serotonina (5-HT) ativa diretamente a 
clivagem da proopimelanocortina (POMC); 
- Pelo receptor 5-ht1b, a serotonina 
hiperpolariza e inibe, no núcleo arqueado, o 
neuropeptídio y (NPY) e a proteína 
relacionada à agouti (AGRP), deprimindo a 
transmissão inibitória gabaérgica da α-
melanotropina (Α-MSH) e do transcrito 
regulado por cocaína e anfetamina (CART). 
Estes mecanismos associados produzem 
saciedade e estímulo à termogênese; 
- A 5-HT, através da ação nos receptores 5-
HT1B, modula a liberação endógena de ambos 
os agonistas e antagonistas dos receptores da 
melanocortina, que são um dos componentes 
principais do circuito de controle da 
homeostase do peso corporal. A via da 
melanocortina é fundamental para hipofagia 
dos compostos serotonérgicos. 
Á
CLORIDRATO DE SIBULTRAMINA 
- Administrado via oral para o tratamento da 
obesidade. 
- Age inibindo a reabsorção, recaptação e a 
degradação de neurotransmissores como a 
serotonina, noradrenalina e a dopamina, 
fazendo com que essas substâncias fiquem 
disponíveis por mais tempo estimulando os 
neurônios. 
- As aminas derivadas de seu metabolismo são 
farmacologicamente ativas e induzem os 
processos naturais que levam ao aumento da 
saciedade. 
- A redução de peso também é justificada pela 
ação de saciedade que a sibutramina exerce 
no organismo. 
AÇÃO SOBRE A NORADRENALINA: É uma 
catecolamina liberada pelas glândulas 
adrenais e terminações nervosas simpáticas 
que tem como principais efeitos: elevação do 
metabolismo, aumento da frequência cardíaca 
e da pressão arterial; ao inibir a recaptação da 
noradrenalina na fenda sináptica, a 
sibutramina potencializa os efeitos deste 
hormônio, aumentando o gasto energético 
pelo organismo. 
AÇÃO SOBRE A SEROTONINA: produzida a 
partir do aminoácido triptofano em células 
cromafins e neurônios; funciona tanto como 
um neurotransmissor como um hormônio 
local (sistema vascular periférico), 
promovendo vasoconstrição, estimulação da 
musculatura lisa, regulação do sono, do 
apetite e do humor. A sibutramina, ao inibir a 
recaptação da serotonina, aumenta sua 
concentração no sistema nervoso central, 
diminuindo a ansiedade e aumentando a 
saciedade. 
 Mayra Gonçalves 
 
 
ANATOMIA 
A cavidade oral é dividida em duas partes: o 
vestíbulo, fenda localizada entre os dentes e 
os lábios e que se comunica com o exterior 
através da rima da boca, e a cavidade própria 
da boca, espaço entre os arcos dentais, o 
palato e a orofaringe. 
- A rima da boca corresponde à delimitação da 
abertura da cavidade oral quando os lábios 
estão em contato, cujas extremidades 
constituem a comissura labial; o tamanho da 
rima é definido pelos músculos periorais como 
o orbicular da boca (considerado componente 
esfinctérico), o bucinador, o risório e os 
depressores eelevadores dos lábios 
(considerados componentes dilatadores). 
VESTÍBULO DA BOCA 
- Região delimitada externamente pelos lábios 
e bochechas e internamente pelos dentes e 
processos alveolares recobertos pela mucosa 
alveolar, normalmente vermelho-brilhante e 
não queratinizada. Essa mucosa comunica-se 
com outra bastante especializada, espessa e 
mais clara correspondente à gengiva. 
- Onde a mucosa que cobra o osso alveolar da 
mandíbula para os lábios e bochechas, um 
canal ou sulco é formado e é chamado de 
fórnice vestibular. 
- A gengiva é um tecido fibroso coberto por 
túnica mucosa, presa aos processos alveolares 
e aos colos dos dentes, normalmente rósea, 
pontilhada e queratinizada. 
- No vestíbulo, encontramos pregas mucosas 
na linha mediana que unem a gengiva 
vestibular a túnica mucosa dos lábios, os 
frênulos do lábio superior e do lábio inferior. 
CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA 
ASSOALHO 
- Região pequena em forma de ferradura 
situada abaixo da parte móvel da língua, 
sendo recoberta por uma mucosa delgada, 
vermelha e translúcida que continua com a 
mucosa da língua. 
- Quando a língua é elevada em direção ao 
palato, encontramos uma prega mucosa 
mediana que atinge a face inferior da língua, o 
frênulo da língua. 
- Os ductos submandibulares abrem-se para a 
boca na carúncula sublingual, grande 
protuberância centralmente localizada na 
base da língua. 
- As pregas sublinguais situam-se em ambos os 
lados da carúncula sublingual e cobrem os 
ductos submandibulares subjacentes e 
glândulas salivares sublinguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ô
 Mayra Gonçalves 
- O principal músculo que forma o assoalho da 
boca é o milo-hióideo, com o gênio-hióideo 
situado imediatamente acima dele. 
*A principal ação do músculo milo-hióideo é 
elevar o assoalho da boca durante a primeira 
fase da deglutição, além de elevar o osso 
hioide ou abaixar a mandíbula. Já o músculo 
genio – hióideo eleva o osso hioide, leva – o 
para a frente e, quando o osso hioide está 
fixo, ele abaixa a mandíbula. 
- No espaço entre o músculo milo-hióideo e a 
mucosa, encontramos vários elementos 
anatômicos importante como a glândula 
sublingual, ducto da glândula submandibular, 
nervos lingual e hipoglosso e vasos 
sublinguais, além do músculo gênio-hiódeo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TETO 
O teto curvo da boca separa a cavidade oral 
das cavidades nasais e da parte nasal da 
faringe (nasofaringe) e é formado pelo palato. 
A face superior (nasal) do palato é coberta por 
túnica mucosa respiratória, e a face inferior 
(oral) é coberta por túnica mucosa oral, 
densamente povoada por glândulas. O palato 
é dividido em uma porção anterior, o palato 
duro, e uma parte posterior, o palato mole. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mayra Gonçalves 
PALATO DURO 
- Corresponde aos 2/3 anteriores do palato, é 
côncavo e forma um espaço ocupado pela 
língua em repouso. 
- Seus ossos constituintes são o processo 
palatino da maxila e a lâmina horizontal do 
palatino. 
- A rafe palatina é uma saliência linear 
encontrada na porção mediana do palato, 
vestígio da união embriológica das duas 
maxilas. 
- Na linha mediana e atrás dos dentes incisivos 
centrais superiores, encontramos a papila 
incisiva, localizada por cima da fossa incisiva 
(depressão óssea na região posterior a esses 
dentes, na qual abrem canais incisivos, onde 
passam os nervos nasopalatinos). 
- Lateral à papila incisiva, encontramos as 
pregas palatinas transversas, que têm por 
função auxiliar na mastigação ao prender o 
alimento contra a língua. 
- Profundamente à túnica mucosa do palato, 
há glândulas palatinas secretoras de muco, 
cujos óstios dos ductos conferem uma 
aparência ondulada à mucosa. 
- Os forames palatinos maiores perfuram a 
margem lateral do palato ósseo e os forames 
palatinos menores, localizados 
posteriormente, perfuram o processo 
piramidal do palatino; esses forames dão 
passagem aos nervose vasos de mesmo 
nome. 
*A túnica mucosa do palato duro está 
firmemente unida ao osso subjacente; logo, 
injeções submucosas nesse local são 
extremamente dolorosas. A parte da gengiva 
que cobre a face lingual dos dentes superiores 
e o processo alveolar, é contínua com a túnica 
mucosa do palato; portanto a injeção de um 
agente anestésico na gengiva de um dente 
anestesia a túnica mucosa palatina adjacente. 
- O limite entre o palato duro e o palato mole 
pode ser facilmente reconhecido no indivíduo 
vivo, devido a diferença de coloração entra 
ambas as regiões, sendo o palato mole 
vermelho mais escuro com tonalidade 
amarelada. 
PALATO MOLE 
- Corresponde ao 1/3 posterior móvel do 
palato, caracterizado pela ausência de 
esqueleto ósseo, que inclina-se entre as partes 
nasal e oral da faringe. 
- É uma prega espessa de mucosa que envolve 
aponeurose, tecido muscular, vasos, nervos, 
tecido linfoide e glândulas mucosas. 
- Sua parte aponeurótica anterior é reforçada 
pela aponeurose palatina, que se fixa à 
margem posterior do palato duro. 
- A aponeurose tem a parte anterior espessa e 
a parte posterior fina, na qual se funde a uma 
parte muscular posterior. 
*É possível encontrar papilas gustativas na 
face oral do palato mole, auxiliando na 
atribuição de sabor aos alimentos enquanto 
ele estiver na boca. 
- Na borda livre do palato mole, o véu 
palatino, na sua porção mediana, 
encontramos uma projeção cônica de 
comprimento variável chamada de úvula. 
Lateralmente, esta borda divide-se em duas 
pregas, uma de cada lado, que são os arcos 
palatinos, componentes do istmo das fauces. 
- Os músculos que compõem o palato mole 
são: músculo levantador do véu palatino, 
músculo tensor do véu palatino, músculo da 
úvula, músculo palatoglosso e músculo 
palatofaríngeo. 
 Mayra Gonçalves 
*Durante a deglutição, o palato mole é 
tensionado para que a língua consiga 
empurrar o bolo alimentar para a parte 
posterior da boca. Em seguida, é elevado 
posterossuperiormente contra a parede da 
faringe, para impedir a entrada do alimento 
na cavidade nasal e conduzi-lo à orofaringe. 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO PALATO 
PALATO DURO: Artéria palatina maior, ramo 
da artéria palatina descendente, que é ramo 
da artéria maxilar e artéria palatina menor, 
um ramo menor da artéria palatina 
descendente. 
PALATO MOLE: Artéria palatina ascendente, 
ramo da artéria facial. A artéria palatina maior 
atravessa o forame palatino maior e segue em 
sentido anteromedial, enquanto a artéria 
palatino menor entra no palato através do 
forame palatino menor e se anastomosa com 
a artéria palatina ascendente. 
DRENAGEM VENOSA DO PALATO 
Veias tributárias do plexo venoso pterigóideo. 
DRENAGEM LINFÁTICA DO PALATO 
- Linfonodos submandibulares 
- Linfonodos jugulares profundos 
- Linfonodos faríngeos laterais 
INERVAÇÃO DO PALATO 
- Sensitiva: ramos do nervo maxilar; nervo 
palatino maior; nervo nasopalatino e nervo 
palatino menor. 
- Motora: Com exceção do músculo tensor do 
véu palatino suprido pela divisão mandibular 
do nervo trigêmeo (NC V3), todos os músculos 
do palato mole são supridos através do plexo 
faríngeo de nervos. 
Í
- Órgão muscular móvel recoberta por uma 
túnica mucosa rosa e úmida e pode assumir 
vários formatos e posições. 
- Funções da língua: articulação das palavras 
durante a fala, mastigação, deglutição, paladar 
e limpeza da boca. 
- Tem posição parcialmente oral e 
parcialmente faríngea e é fixada pelos seus 
músculos ao osso hioide, mandíbula, 
processos estiloides, palato mole e parede da 
faringe. 
- A língua é dividida em raiz, corpo e ápice. 
 
RAIZ DA LÍNGUA 
- É a parte posterior fixa que se estende entre 
a mandíbula, o hioide e a face posterior, quase 
vertical da língua, e está voltada para a parte 
oral da faringe. 
- Sua mucosa possui muitas pequenas massas 
de tecido linfoide que recebem o nome de 
tonsila lingual. 
- Cobertas por essa mucosa, temos pequenas 
glândulas salivares linguais. 
 Mayra Gonçalves 
- A raiz da língua limita-se com a epiglote por 
meio de pregas, a prega glossoepiglótica 
mediana, e duas laterais, as pregas 
glossoepiglóticas laterais. Entre a prega 
mediana e as laterais, há uma depressão 
chamada valécula glossoepiglótica. 
CORPO DA LÍNGUA 
- Corresponde aos 2/3 anteriores da língua, 
entre a raiz o ápice, a extremidade anterior do 
corpo, que se apoia sobre os dentes incisivos. 
- A língua apresenta duas faces: o dorso, face 
mais extensa, superior e posterior, e a face 
inferior, que geralmente descansa sobre o 
assoalho da boca. 
- A face dorsal é dividida em dois terços 
anteriores, parte pré-sulcal, e um terço 
posterior, parte pós-sulcal, por um sulco em 
forma de V, o sulco terminal. 
- No vértice desse V, encontramos o forame 
cego, remanescente inativo da parte proximal 
do ducto tireoglosso embrionário a partir do 
qual se desenvolveu a glândula tireoide. 
- Um sulco mediano divide o corpo da língua 
em metade direita e esquerda e, em corte 
coronal, é possível identifi car a rafe da língua, 
um septo fibroso mediano, que se funde 
posteriormente com a aponeurose lingual. 
- A mucosa dorsal é coberta por inúmeras 
papilas gustativas. 
1. Cicunvaladas: mais volumosas, enfileiradas 
à frente do sulco terminal, paralelas a ele; 
forma semelhante a um cogumelo 
mergulhada na mucosa lingual formando um 
“vale” ao seu redor, no qual se abrem os 
ductos de glândulas linguais serosas cuja 
secreção mantém este vale limpo para a ação 
dos calículos gustatórios, importantes 
receptores do gosto. 
2. Fungiformes: mais espaçadas na mucosa 
lingual, sendo lisas e avermelhadas; 
apresentam calículos gustatórios e no 
indivíduo vivo podem ser visualizadas como 
pontos vermelhos luminosos. 
3. Filiformes: longas, estreitas e rosa - 
acinzentadas, distribuídas densamente em 
todo o dorso da língua e atribuem um aspecto 
piloso â língua. Não apresentam corpúsculos 
gustativos, apenas corpúsculos relacionados 
ao tato. 
4. Folhadas: Pequenas pegas laterais da túnica 
mucosa lingual que são pouco desenvolvidas 
em humanos. 
- A face inferior da língua apresenta uma 
túnica mucosa lisa, arroxeada, fina e refletida 
sobre o assoalho da boca e gengivas. É unida 
ao assoalho da boca anteriormente pelo 
frênulo da língua que permite o movimento 
livre da parte anterior da língua. Nessa face, é 
possível visualizar, de cada lado do frênulo, a 
veia lingual profunda, que se encontra 
medialmente a prega franjada, uma crista 
mucosa com bordas onduladas e irregulares. 
Ainda na porção do ápice da língua, 
encontramos glândulas salivares menores. 
MÚSCULOS DA LÍNGUA 
EXTRÍNSECOS 
Prende a língua à mandíbula, ao osso hioide, 
ao processo estiloide e ao palato. Quando 
estes músculos se contraem, movimentam a 
língua em todas as direções. 
1. Estiloglosso 
2. Hioglosso = Condroglosso (preso ao corno 
menor do hioide) + Ceratogloso (preso ao 
corno maior do hioide) 
3. Genioglosso 
4. Palatoglosso 
 Mayra Gonçalves 
INTRÍNSECOS 
Estão contidos inteiramente na língua, com 
origem e inserção nela e são responsáveis pela 
alteração de sua forma. 
1. Longitudinal Superior 
2. Longitudinal Inferior 
3. Transverso 
4. Vertical 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA LÍNGUA 
RAIZ DA LÍNGUA: Artérias dorsais da língua, 
derivadas da artéria lingual, que se origina da 
artéria carótida externa. 
CORPO DA LÍNGUA: Artérias profundas da 
língua, derivadas da artéria lingual. 
ASSOALHO DA BOCA: Artéria sublingual, 
derivada da artéria lingual. 
DRENAGEM VENOSA DA LÍNGUA 
- Veias dorsais da língua 
- Veias profundas da língua 
- Veias sublinguais 
*Pode haver drenagem de parte dessas veias, 
ou de todas elas, para a veia jugular interna; 
ou isso pode ser feito indiretamente, unindo-
se primeiro para formar uma veia lingual que 
acompanha a parte inicial da artéria lingual. 
DRENAGEM LINFÁTICARAIZ DA LÍNGUA: Linfonodos cervicais 
profundos superiores; 
- Parte medial do corpo da língua: Linfonodos 
cervicais profundos inferiores; 
- Partes laterais do corpo da língua: 
Linfonodos submandibulares; 
- Ápice e frênulo da língua: Linfonodos 
submentuais; 
*Toda a linfa da língua termina sendo drenada 
para os linfonodos cervicais profundos. 
INERVAÇÃO DA LÍNGUA 
- MOTORA: Todos os músculos da língua, 
exceto o palatoglosso que é inervado pelo 
plexo faríngeo, são inervados pelo nervo 
hipoglosso (NC XII). 
- SENSIBILIDADE GERAL: 2/3 anteriores - 
Nervo trigêmeo (NC V) e 1/3 posterior - Nervo 
glossofaríngeo (NC IX) 
- SENSIBILIDADE GUSTATIVA: 2/3 anteriores - 
Nervo facial (NC VII) e 1/3 posterior - Nervo 
glossofaríngeo (NC IX) 
Estão inseridos nos alvéolos dentais, são 
usados na mastigação e ajudam na 
articulação. Os dentes podem ser classificados 
em decíduo (primário) ou permanente 
(secundário), além de ser identificado de 
acordo com o tipo e com a sua proximidade da 
linha mediana. As crianças apresentam 20 
dentes decíduos, enquanto os adultos 
costumam ter 32 dentes permanentes. 
Tipos: 
1. Incisivos: 8 dentes por adulto, 
apresentam margens cortantes finas, 
semelhantes a lâminas; 
2. Caninos: 4 dentes por adulto, 
caracterizados por cones 
proeminentes únicos, pontiagudos 
utilizados para perfuração, laceração; 
3. Pré-molares: 8 dentes por adulto, 
aparecem apenas na dentição 
permanente; 
 Mayra Gonçalves 
4. Molares: Pode haver 12 dentes ou 
mais por adulto. Assim como os pré-
molares, são dentes de trituração. 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS DENTES 
- Arco dental superior - Artérias alveolares 
superiores, ramos da artéria maxilar. 
- Arco dental inferior - Artérias alveolares 
inferiores, ramos da artéria maxilar. 
DRENAGEM VENOSA DOS DENTES 
- Arco dental superior - Veias alveolares 
superiores - Veia facial + Plexo venoso 
pterigoide. 
- Arco dental inferior - Veias alveolares 
inferiores - Veia facial + Plexo venoso 
pterigoide. 
DRENAGEM LINFÁTICA DOS DENTES 
Linfonodos submandibulares. 
INERVAÇÃO DOS DENTES (PLEXOS DENTAIS) 
- Nervos alveolares superiores, ramos da 
divisão maxilar do nervo trigêmeo (NC V2) 
- Nervos alveolares inferiores, ramos da 
divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC 
V3). 
Â
- A saliva é um líquido viscoso transparente, 
inodoro e insípido, responsável por diversas 
funções na boca, como a umidificação, que é 
secretado a partir de glândulas salivares. Estas 
podem ser classificadas, segundo o seu 
tamanho, em menores e maiores. 
- As glândulas salivares menores apresentam 
ductos excretores pequenos e, segundo a sua 
localização topográfica, são denominadas de: 
labiais, bucais, palatinas e linguais. 
- As glândulas salivares maiores são bilaterais, 
de maior volume e tamanho e que, 
geralmente, apresentam grandes e longos 
ductos excretores. Dentre elas, estão as 
glândulas parótidas, submandibulares e 
sublinguais. 
GLÂNDULA PARÓTIDA 
- É a maior e a mais desenvolvida entre as 
glândulas salivares. 
- É revestida por uma cápsula fascial resistente 
e inflexível, a fáscia parotídea. 
- Tem um formato irregular porque ocupa o 
leito parotídeo, um espaço anteroinferior ao 
meato acústico externo, entre o ramo da 
mandíbula e o processo mastoide. 
- O tecido adiposo entre os lobos da glândula 
confere a flexibilidade necessário para 
permitir o movimento da mandíbula. 
- O ápice da parótida situa – se 
posteriormente ao ângulo da mandíbula, e sua 
base relaciona – se com o arco zigomático. 
- O ducto parotídeo parte horizontalmente da 
borda anterior da glândula, volta-se 
medialmente na margem anterior do músculo 
masseter, perfura o músculo bucinador e 
entra na cavidade oral através da papila 
parotídea. 
- Inseridos na substância da glândula parótida, 
da região superficial para a profunda, estão o 
plexo intraparotídeo do nervo facial (NC VII) e 
seus ramos, a veia retromandibular e a artéria 
carótida externa. 
- Na fáscia parotídea e na glândula estão os 
linfonodos parotídeos. 
 
 
 Mayra Gonçalves 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA 
PARÓTIDA 
Artéria carótida externa e seus ramos dentro e 
próximos à glândula. 
DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA 
PARÓTIDA 
Tributárias locais da veia jugular interna 
DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA 
PARÓTIDA 
- Linfonodos pré – auriculares 
- Linfonodos cervicais profundos superiores 
INERVAÇÃO DA GLÂNDULA PARÓTIDA 
- Sensitiva: nervo auriculotemporal, um ramo 
da divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC 
V3) e o nervo auricular magno, um ramo do 
plexo cervical (fibras dos nervos espinais CII e 
CIII) 
- Fibras parassimpática (secretoras): Pré 
ganglionares – Nervo glossofaríngeo - Gânglio 
ótico; Pós-ganglionares – Nervo 
auriculotemporal 
- Fibras simpáticas: derivados do gânglios 
cervicais através do plexo nervoso carotídeo; 
Embora o plexo intraparotídeo do nervo facial 
esteja inserido na glândula, ele não a inerva. 
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR 
- Situa – se ao longo do corpo da mandíbula, 
sendo dividida em partes superior e inferior 
pela metade posterior da mandíbula e em 
partes superficial e profunda pelo músculo 
milo-hióideo. 
- Apresenta uma forma ovoide, tendo um 
tamanho que corresponde à metade da 
parótida, e sua superfície não é lisa devido ao 
número variável de lóbulos unidos entre si por 
tecido conjuntivo. 
- O ducto submandibular origina-se na parte 
da glândula entre os músculos milo-hióideo e 
hioglosso, segue anteriormente e abre – se 
por meio de um a três óstios em uma pequena 
papila sublingual ao lado da base do frênulo 
da língua, a carúncula sublingual. Esse ducto é 
rodeado de lateral para medial pelo nervo 
lingual. 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA 
SUBMANDIBULAR 
Artérias submentuais, ramos da artéria facial 
DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA 
SUBMANDIBULAR 
Veias submentuais 
DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA 
SUBMANDIBULAR 
Linfonodos cervicais profundos 
INERVAÇÃO DA GLÂNDULA 
SUBMANDIBULAR 
- Fibras sensitivas: Nervo lingual 
- Fibras secretomoras parassimpáticas: Pré-
ganglionares > são conduzidas pelo nervo 
corda do tímpano do nervo lingual para o 
facial - Gânglio submandibular; Pós-
ganglionares -> acompanham as artérias. 
- Fibras simpáticas: Fibras pós ganglionares 
vasoconstritoras do gânglio cervical superior. 
GLÂNDULA SUBLINGUAL 
- É a menor e mais profunda glândula salivar 
maior. 
- Apresenta uma forma alongada e achatada e 
situa-se no assoalho da boca, entre a 
mandíbula, em contato com a fóvea sublingual 
desse osso, e o músculo genioglosso. Re- 
pousa sobre o músculo milo-hióideo e sua 
presença provoca uma saliência no assoalho 
 Mayra Gonçalves 
da boca, a prega sublingual. Não apresenta 
ducto excretor único, mas sim 
aproximadamente uma dúzia de ductos 
sublinguais menores, que se abrem 
separadamente na prega sublingual. 
- Algumas vezes podemos encontrar um ducto 
maior, chamado ducto sublingual maior, que 
se une ao ducto submandibular ou se abre na 
carúncula sublingual juntamente com o 
submandibular. 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA GLÂNDULA 
SUBLINGUAL 
- Artérias sublinguais, ramos da artéria língual 
- Artérias submentuais, ramos da artéria facial 
DRENAGEM VENOSA DA GLÂNDULA 
SUBLINGUAL 
Veias sublinguais - Veia lingual 
DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA 
SUBLINGUAL 
- Linfonodos submentuais 
- Linfonodos submandibulares 
INERVAÇÃO DA GLÂNDULA SUBLINGUAL 
Acompanha a inervação das glândulas 
submandibulares 
COMPOSIÇÃO: baixa osmolaridade, alta 
concentração de K, amilase, lipase, mucina, 
fatores de crescimento, Ca, Mg, Na, HCO3 e 
Cl. 
*Nos humanos, a secreção salivar é sempre 
hipotônica. 
 
 
SÍNTESE 
Primária: produzida pelas células acinares nas 
partes terminais secretoras e é modificada 
pelas células ductais conforme a saliva passa 
pelos ductos. 
- Secreção controlada pela sinalização 
dependente de Ca, abre canais de Cloretoapicais nas células acinares; o Cloreto flui para 
o lúmen ductal e estabelece um gradiente 
osmótico e elétrico; as células do ducto 
reabsorvem Na e Cl e secretam K e HCO3 no 
lúmen. 
- O HCO3 é secretado apenas em troca de Cl 
→ alcalinizando a secreção salivar; 
- O Na é trocado por prótons, mas alguns dos 
prótons secretados são reabsorvidos na 
permuta de com o K. 
*O epitélio do ácino é relativamente 
permeável, o Na e a água flui através desse 
epitélio por meio de junções oclusivas 
(transporte paracelular). O movimento 
transcelular da água também pode ocorrer 
por aquaporina 5. 
Em repouso, a secreção salivar é hipotônica e 
levemente alcalina -> neutralizando o refluxo 
de ácido gástrico. 
SECREÇÃO SALIVAR ESTIMULADA 
- Redução na concentração de K 
- Aumento da concentração de Na em direção 
aos níveis plasmáticos; 
- Aumento da concentração de Cl e de HCO3 
Fatores que tornam o fluido mais alcalino. 
*O epitélio do ducto é relativamente fechado 
e não expressa aquaporinas, desse modo a 
água não pode seguir os íons de forma rápida 
para manter a isotonicidade em taxas de fluxo 
 Mayra Gonçalves 
moderados ou altas durante a secreção salivar 
estimulada. Logo, aumenta a taxa de secreção, 
diminui o tempo pra modificação iônica pelas 
células ductais, resultando em uma saliva 
semelhante a de secreção primária. 
CONSTITUINTES ORGÂNICOS 
- Sintetizados, armazenados e secretados 
pelas células acinares. 
- AMILASE: enzima que inicia a digestão do 
amido. 
- LIPASE: digestão de lipídeos. 
- GLICOPROTEÍNA: mucina -> forma muco. 
- LISOZIMA: ataca a parede celular bacteriana. 
METABOLISMO 
- As glândulas produtoras de saliva 
apresentam elevado metabolismo e alto fluxo 
sanguíneo (aumento da estimulação 
parassimpática). 
SECREÇÃO 
- Ocorre pelo SNA e pelo Sistema Endócrino. 
Sistema Simpático: estimula a contratilidade 
das células mioepiteliais, resultando na 
expulsão da saliva pré-formada, gerando 
aumento transitório do fluxo de saliva (pelos 
ductos de excreção das glândulas salivares), e 
logo depois o fluxo começa a diminuir 
(psialoquese) por causa da diminuição do 
fluxo sanguíneo causado pela vasoconstrição 
simpática adrenérgica. 
Sistema Parassimpático: sistema originado no 
bulbo, nos núcleos salivares inferior ou 
superior , localizados na ponte do tronco 
encefálico e estão ligados a neurônios 
motores dos nervos glossofaríngeo e facial. 
1. Núcleo salivar superior: emergem 
fibras aferentes do nervo facial, que 
através do nervo corda do tímpano 
inervam a glândula submandibular e 
a sublingual.
2. Núcleo salivar inferior: Saem fibras 
motoras do glossofaríngeo, que 
sinaptam no gânglio ótico e inervam 
a glândula parótida.
- Corda do tímpano – Glossofaríngeo: 
estimulação da glândula salivar, aumentando 
a velocidade da formação da saliva e o 
consumo de O2 e da irrigação sanguínea. 
Sistema Parassimpático: estimula 
diretamente as células salivares (acinares e 
tubulares), pela estreita relação das fibras 
parassimpáticas, pela concentração de 
Acetilcolina nas células salivares e pelas 
mudanças dos potenciais elétricos provocados 
pela estimulação parassimpático; estimula 
indiretamente no aumento do fluxo 
sanguíneo, logo, no aumento de O2, H20, 
eletrólitos e substratos. 
- Órgão tubular com formato de cone 
invertido, localizado na região cervical, com 
extensão de 12– 15 cm. 
- Com notável importância, devido a sua 
participação em dois sistemas vitais, sendo um 
órgão que participa da constituição tanto do 
Sistema Respiratório, quanto do Sistema 
Digestório, além de contar com o Anel 
Linfático da Faringe, pertencente ao Sistema 
Linfático. 
- É um tubo musculomembranoso situado 
posteriormente às cavidades nasais e bucal, 
assim como à laringe. 
- Estende desde a Base do Crânio (parte 
basilar do Osso Occipital e corpo do Osso 
Esfenoide) até a Margem Inferior da 
Cartilagem Cricóidea, sendo este tubo dividido 
 Mayra Gonçalves 
em 3 porções: Nasofaringe, Orofaringe e 
Laringofaringe. 
NASOFARINGE 
- Se localiza entre a Base do Crânio (parte 
basilar do Osso Occipital e corpo do Osso 
Esfenoide) e uma linha horizontal situada ao 
nível do Palato Mole, posteriormente à 
Cavidade Nasal. 
- Nesta porção da Faringe, integrante do 
Sistema Respiratório pelo fato de se 
comunicar com a Cavidade Nasal por meio dos 
Coanos, se situam as estruturas: Tonsila 
Faríngea (Adenoide), situada na mucosa do 
teto e parede posterior da Nasofaringe; Óstio 
Faríngeo da Tuba Auditiva, que comunica a 
Faringe ao Aparelho Auditivo; Toro Tubário, 
onde se localiza, profundamente, a estrutura 
linfática Tonsila Tubária; Prega 
Salpingofaríngea, que recobre o Músculo 
Salpingofaríngeo; e Recesso Faríngeo, 
projeção lateral da faringe, próxima a Prega 
Salpingofaríngea, que se estende 
lateroposteriormente. 
HISTOLOGIA 
- A Nasofaringe, parte superior do órgão, é 
integrante do Sistema Respiratório, sendo 
composta, dessa forma, pelo epitélio 
característico, constituído por Epitélio Ciliado 
Pseudoestratificado Colunar, com abundância 
de Células Caliciformes. Tal epitélio, presente 
na maior parte da porção condutora do 
Sistema Respiratório, é composto por 5 tipos 
celulares: Célula Colunar Ciliada, Célula 
Caliciforme, Célula em Escova, Célula Basal e 
Célula Granular. 
- A mucosa da região conta com agregados de 
tecido linfático difusos, que visam auxiliar na 
defesa do organismo, devido a comunicação 
da Nasofaringe com o meio externo, o que 
aumenta a probabilidade de infecções. 
CÉLULA COLUNAR CILIADA: células mais 
abundantes no Epitélio Respiratório, contendo 
cerca de 300 cílios em suas superfícies apicais, 
sobrepostas sobre numerosas mitocôndrias, 
que fornecem ATP para a atividade primordial 
destas células, que consiste nos batimentos 
ciliares que são responsáveis por expulsar 
partículas inspiradas. 
CÉLULAS CALICIFORMES: segunda célula mais 
abundante no Epitélio Respiratório, contém, 
em sua porção apical, abundantes gotículas de 
muco composto por glicoproteínas, 
responsáveis pela lubrificação e consequente 
proteção da Faringe. 
CÉLULAS EM ESCOVA: apresentam, em suas 
superfícies apicais, numerosas 
microvilosidades e, em suas bases, 
terminações nervosas aferentes, consideradas 
receptores sensoriais. 
CÉLULAS BASAIS: formato pequeno e 
arredondado, consideradas como células-
tronco, que suprem a renovação celular do 
sistema. 
CÉLULAS GRANULARES: morfologicamente 
semelhantes as Células Basais, mas 
pertencentes ao Sistema Neuroendócrino 
Difuso. 
OROFARINGE 
- Segunda porção da Faringe, se situa entre a 
linha horizontal, ao nível do Palato Mole, e a 
margem superior da Cartilagem Epiglótica 
(C4), posteriormente a Cavidade Bucal. 
- Nessa porção da Faringe, integrante do 
Sistema Digestório, se situam as estruturas: 
Arco Palatoglosso e Arco Palatofaríngeo, que 
delimitam a Fossa Tonsilar, remanescente 
embriológico no qual se alojam as Tonsilas 
Palatinas; e as Tonsilas Linguais, estruturas do 
Sistema Linfático, situadas na Parte Posterior 
da Língua. 
 Mayra Gonçalves 
LARINGOFARINGE 
- Terceira porção da Faringe, se situa entre a 
margem superior da Cartilagem Epiglótica (C4) 
até a margem inferior da Cartilagem 
Cricotireóidea (C6), posteriormente a Laringe, 
onde se inicia o Esôfago. 
- Nessa porção da Faringe, pertencente ao 
Sistema Digestório, se encontram as 
estruturas: Recessos Piriformes, depressões 
localizadas lateralmente ao Ádito da Laringe, 
que é a abertura da via aérea inferior. 
HISTOLOGIA 
A partir da segunda porção da Faringe, 
Orofaringe, até a terceira porção da Faringe, 
Laringofaringe, o órgão passa a ser integrante 
do Sistema Digestório, sendo composto, dessa 
forma, por Epitélio Pavimentoso Estratificado 
Não Queratinizado, para que consiga suportar 
o atrito da passagem do bolo alimentar. 
- Tal tecido apresenta GlândulasSalivares 
Menores, que liberam secreções que ajudam 
na lubrificação do Faringe, e agregados de 
tecido linfático difusos, que contribuem com a 
defesa do organismo, visto a exposição 
constante a agentes externos. 
*Vale ressaltar que, apesar de fazer parte do 
Sistema Digestório, a Faringe não apresenta a 
conformação clássica deste sistema. 
Primeiramente, por não apresentar as 
camadas Submucosa e Muscular da Mucosa. 
Além disso, suas camadas musculares 
externas são organizadas em Longitudinais 
Internas e Circulares Externas, diferentemente 
do ordenamento geral do Sistema Digestório, 
que conta com camadas Circulares Internas e 
Longitudinais Externas. 
- Dessa forma, a Orofaringe e a Laringofaringe 
têm apenas 3 camadas principais: Camada 
Epitelial Pavimentosa Estratificada Não 
Queratinizada, Lâmina Própria e Camada 
Muscular Externa. 
- Externamente a essas camadas mucosas, se 
situam as camadas musculares do órgão, 
compostas por dois grupos musculares, um 
mais profundo e um mais superficial. 
- A primeira, chamada de Camada Longitudinal 
Interna, é composta pelos músculos 
Salpingofaríngeo, Palatofaríngeo e 
Estilofaríngeo. 
- A segunda camada, conhecida como Camada 
Circular Externa, é composta pelos músculos 
Constritor Superior da Faringe, Constritor 
Médio da Faringe e Constritor Inferior da 
Faringe. 
TONSILAS 
FARÍNGEA: também conhecida como 
Adenoide, localizada na porção superior da 
Nasofaringe, abaixo da Porção Basilar do Osso 
Occipital. 
TUBÁRIAS: situadas profundamente ao Toro 
Tubário, na Orofaringe. 
PALATINAS: também conhecidas como 
Amigdalas, localizadas entre os Arcos 
Palatoglosso e Palatofaríngeo, na Orofaringe. 
LINGUAIS: situadas na base da língua, na 
região da Orofaringe. 
IRRIGAÇÃO DA FARINGE 
A irrigação arterial da Faringe é realizada por: 
Artérias Labiais Superior e Inferior, ramos da 
Artéria Facial; Artérias Palatinas Maior e 
Menor e Artéria Bucal, ramos da Artéria 
Maxilar; e Artéria Lingual, ramo da Artéria 
Carótida Externa. 
 
 
 Mayra Gonçalves 
DRENAGEM VENOSA DA FARINGE 
Deve-se destacar a Veia Lingual, que drena 
para Veia Jugular Interna; Plexo Pterigóideo, 
composto pelas Veias Bucal e Palatinas Maior 
e Menor, que drena para Veia Jugular Interna; 
e Veias Labiais Superior e Inferior que drenam 
para Veia Jugular Interna. 
DRENAGEM LINFÁTICA 
- Os Linfonodos Faríngeos drenam para os 
Linfonodos Paratraqueais e Retrofaríngeos, 
que desembocam nos Linfonodos Cervicais 
Profundos. 
- O Anel de Waldeyer, no entanto, apresenta 
drenagem linfática diferenciada, por meio dos 
vasos linfáticos tonsilares, que conduzem a 
linfa até o Linfonodo Jugulodigástrico 
(também chamado de Linfonodo Tonsilar), 
que drena para Linfonodos Cervicais 
Profundos. 
ÇÃ
- A inervação sensitiva da Faringe deriva do 
Plexo Nervoso Faríngeo, constituído por 
componentes sensitivo e motor. O 
componente sensitivo é derivado do Nervo 
Glossofaríngeo (NCIX), enquanto o 
componente motor é derivado do Nervo Vago 
(NC X), que supre todos os músculos da 
Faringe com exceção do Músculo 
Estilofaríngeo; e do Nervo Glossofaríngeo 
(NCIX), que supre o Músculo Estilofaríngeo; 
para entendimento do processo, que o 
Músculo Tensor do Véu Palatino é suprido 
sensorialmente pelo Plexo Nervoso Faríngeo e 
motoramente pelo Nervo Mandibular (NC V3); 
a inervação motora da língua, realizada pelo 
Nervo Hipoglosso (NC XII). 
- A deglutição é um processo que se inicia 
voluntariamente, mas se continua sob 
controle reflexo; este processo é responsável 
por levar o alimento da boca até o Esôfago, 
inibindo a respiração e entrada de alimento na 
Traqueia. 
- É divido em fases: Fase Preparatória ou Oral, 
que representa a fase voluntária da 
deglutição; Fase Faríngea e Fase Esofágica, 
que são involuntárias, estando sob controle 
reflexo. 
FASE PREPARATÓRIA 
- Se inicia com o Processo de Mastigação, que 
segue com o posicionamento do bolo 
alimentar no centro da Língua, que passa a se 
movimentar de forma ondulatória, 
pressionando o alimento contra o Palato, de 
forma que estimula os receptores de 
estiramento do Palato Mole. 
- Tal estímulo inicia a fase involuntária do 
processo de deglutição. 
FASE FARÍNGEA 
- Se inicia com o envio do estímulo por meio 
do Nervo Glossofaríngeo, componente 
sensitivo do Plexo Faríngeo, para o Centro da 
Deglutição localizado no Núcleo Solitário. 
- A partir deste estímulo, uma sequência de 
eventos ocorrerá de maneira reflexa, em 
menos de 1 segundo, nos quais, a respiração é 
reflexamente inibida. 
- Didaticamente, divide-se tal evento em 4 
etapas: 
Etapa 1 – Nesta etapa, o Centro da Deglutição 
envia estímulos motores, por meio do Nervo 
Mandibular (NC V3), para o Músculo Tensor 
do Véu Palatino, que puxa o Palato Mole 
superiormente, fazendo com que as Dobras 
Palatofaríngeas se movimentem para dentro, 
se aproximando. Tal processo consegue vedar 
a Nasofaringe, evitando refluxo do bolo 
 Mayra Gonçalves 
alimentar para região, além de abrir o canal 
pelo qual o alimento passará para Orofaringe. 
Etapa 2 – Nesta etapa, o Centro da Deglutição 
envia estímulos motores pelo Nervo Vago (NC 
X) para os Músculos Salpingofaríngeo e 
Palatofaríngeo; e pelo Nervo Glossofaríngeo 
(NC IX) para o Músculo Estilofaríngeo, fazendo 
com que a Laringe seja movida para frente e 
para cima, em direção a Cartilagem Epiglote. 
Tais ações evitam que o bolo alimentar 
adentre na via aérea inferior, continuando o 
canal alimentar em direção ao Esôfago. 
Etapa 3 – Nesta fase, os eventos ocorridos na 
Etapa 2 facilitam o relaxamento do Esfíncter 
Esofagiano Superior (EES), que se dilata para 
receber o bolo alimentar. 
Etapa 4 – Nesta fase, o Centro da Deglutição 
envia estímulos motores por meio do Nervo 
Vago (NC X) para os Músculos Constritores da 
Faringe, que se contraem, gerando uma onda 
peristáltica. Tal onda se inicia pela contração 
do Músculo Constritor Superior da Faringe, se 
continuando pelos Constritores Médio e 
Inferior, até que o bolo alimentar alcance o 
EES do Esôfago, adentrando no órgão. Após a 
passagem, o EES volta a se fechar. 
FASE ESOFÁGICA 
Dura aproximadamente 5 segundos e é 
involuntária, sendo realizada por meio de 
ondas peristálticas que conduzem o bolo 
alimentar até o Esfíncter Esofagiano Inferior 
(EEI), para que adentre o Estômago. 
Ô
- O esôfago consiste na primeira porção do 
tubo digestivo. 
- É um tubo muscular (aproximadamente 25 
cm de comprimento) com um diâmetro médio 
de 2 cm, que conduz alimento da faringe para 
o estômago. 
- Ao longo de toda a sua extensão, sua mucosa 
apresenta numerosas pregas longitudinais 
com sulcos intermediários que dão a 
impressão de seu lúmen estar obstruído; 
entretanto, quando o esôfago é distendido, as 
pregas desaparecem e o lúmen torna-se 
evidente. 
ANATOMIA 
- O esôfago normalmente tem três 
constrições, onde estruturas adjacentes 
deixam impressões: 
1. Constrição cervical (esfíncter superior do 
esôfago): em seu início, na junção 
faringoesofágica, a aproximadamente 15 cm 
dos dentes incisivos; causada pela parte 
cricofaríngea do músculo constritor inferior da 
faringe; 
2. Constrição broncoaórtica (torácica): uma 
constrição dupla combinada, no local onde 
ocorre primeiro o cruzamento do arco da 
aorta, a 22,5 cm dos dentes incisivos, e depois 
o cruzamento pelo brônquio principal 
esquerdo, a 27,5 cm dos dentes incisivos. A 
compressão pelo arco da aorta é mais 
evidente na radiografia posteroanterior (PA) 
após ingestão de bário, e a impressão 
brônquica é mais visível nas imagens laterais; 
3. Constrição diafragmática: no local onde 
atravessa o hiato esofágico do diafragma, a 
aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. 
*Não é possível ver constrições no esôfago 
vazio. Entretanto, quando o órgão se expande 
durante o enchimento, as estruturas citadas 
anteriormente comprimemsuas paredes. 
 Mayra Gonçalves 
 
- O esôfago segue a curva da coluna vertebral 
ao descer através do pescoço e do mediastino. 
A túnica muscular externa do esôfago está 
disposta em duas camadas, possuindo lâminas 
musculares circulares internas e longitudinais 
externas. Em seu terço superior, a lâmina 
externa consiste em músculo estriado 
voluntário; o terço inferior é formado por 
músculo liso, e o terço médio tem os dois 
tipos de músculo. 
PARTE CERVICAL DO ESÔFAGO 
- O esôfago começa no pescoço, onde é 
contínuo com a parte laríngea da faringe na 
junção faringoesofágica. 
- A primeira parte, a parte cervical, pertence 
ao terço superior de músculo estriado 
voluntário esofágico; começa imediatamente 
posterior à margem inferior da cartilagem 
cricóidea e no mesmo nível dela, no plano 
mediano; este é o nível da vértebra C6. 
- Externamente, como dito anteriormente, a 
junção faringoesofágica apresenta-se como 
uma constrição produzida pela parte 
cricofaríngea do músculo constritor inferior da 
faringe (o esfíncter esofágico superior) e é a 
parte mais estreita do esôfago. 
- A parte cervical do esôfago inclina-se um 
pouco para a esquerda enquanto desce e 
entra no mediastino superior, através da 
abertura superior do tórax, onde se torna a 
parte torácica do esôfago; situa-se entre a 
traqueia e a coluna vertebral cervical. 
- Está fixada à traqueia por tecido conjuntivo 
frouxo. 
- Os nervos laríngeos recorrentes situam-se 
nos sulcos traqueoesofágicos, ou perto deles, 
entre a traqueia e o esôfago. 
- O esôfago está em contato com a cúpula da 
pleura na raiz do pescoço; à esquerda está o 
lobo esquerdo da glândula tireoide e a bainha 
carótica esquerda; o ducto torácico adere ao 
lado esquerdo do esôfago e situa-se entre a 
pleura e o esôfago. 
PARTE TORÁCICA 
- O esôfago entra no mediastino superior 
entre a traqueia e a coluna vertebral, onde se 
situa anteriormente aos corpos das vértebras 
T1–T4. 
- Inicialmente, inclina-se para a esquerda, mas 
é empurrado de volta para o plano mediano 
pelo arco da aorta. A seguir, é comprimido 
anteriormente pela raiz do pulmão esquerdo. 
- No mediastino superior, o ducto torácico 
geralmente está à esquerda do esôfago, 
profundamente (medial) ao arco da aorta. 
- O esôfago desce do mediastino superior para 
o mediastino posterior, seguindo 
posteriormente e à direita do arco da aorta e 
 Mayra Gonçalves 
posteriormente ao pericárdio e átrio 
esquerdo. 
- O esôfago é a principal relação posterior da 
base do coração. A seguir, desvia-se para a 
esquerda e atravessa o hiato esofágico no 
diafragma no nível da vértebra T10, 
anteriormente à aorta. 
PARTE ABDOMINAL 
- O esôfago atravessa o hiato esofágico, de 
formato elíptico, no pilar muscular direito do 
diafragma, logo à esquerda do plano mediano, 
no nível da vértebra T10. 
- Termina entrando no estômago no óstio 
cárdico do estômago, à esquerda da linha 
mediana, no nível da 7a cartilagem costal 
esquerda e da vértebra T11. 
- O esôfago está fixado às margens do hiato 
esofágico no diafragma pelo ligamento 
frênico-esofágico (Figura 6), uma extensão da 
fáscia diafragmática inferior. Esse ligamento 
permite o movimento independente do 
diafragma e do esôfago durante a respiração e 
a deglutição. 
- A face anterior é coberta por peritônio da 
cavidade peritoneal, contínuo com aquele que 
reveste a face anterior do estômago. Encaixa-
se em um sulco na face posterior (visceral) do 
fígado. 
- A face posterior da parte abdominal do 
esôfago é coberta por peritônio da bolsa 
omental, contínuo com aquele que reveste a 
face posterior do estômago. 
- A margem direita do esôfago é contínua com 
a curvatura menor do estômago; entretanto, 
sua margem esquerda é separada do fundo 
gástrico pela incisura cárdica existente entre o 
esôfago e o fundo gástrico. 
- A junção esofagogástrica situa-se à esquerda 
da vértebra T11 no plano horizontal que 
atravessa a extremidade do processo xifoide. 
Os cirurgiões e endoscopistas designam a 
linha Z, uma linha irregular em que há 
mudança abrupta da mucosa esofágica para a 
mucosa gástrica, como a junção. 
Imediatamente superior a essa junção, a 
musculatura diafragmática que forma o hiato 
esofágico funciona como um esfíncter inferior 
do esôfago fisiológico que se contrai e relaxa. 
*Exames radiológicos mostram que o alimento 
para momentaneamente nesse lugar e que o 
mecanismo esfincteriano normalmente é 
eficiente para evitar refluxo do conteúdo 
gástrico para o esôfago. Quando uma pessoa 
não está comendo, o lúmen do esôfago 
normalmente encontra-se colapsado acima 
desse nível para evitar a regurgitação de 
alimentos ou suco gástrico para o esôfago. 
 
VASCULARIZAÇÃO ESOFÁGICA 
As artérias da parte cervical do esôfago são 
ramos das artérias tireóideas inferiores. Cada 
artéria dá origem a ramos ascendentes e 
descendentes que se anastomosam entre si e 
através da linha mediana. No tórax, o esôfago 
é irrigado pelos os ramos viscerais ímpares do 
plano vascular anterior da aorta torácica: as 
artérias esofágicas — geralmente duas, mas 
pode haver até cinco. 
A irrigação arterial da parte abdominal do 
esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda, 
um ramo do tronco celíaco, e pela artéria 
frênica inferior esquerda. 
DRENAGEM VENOSA ESOFÁGICA 
As veias da parte cervical do esôfago são 
tributárias das veias tireóideas inferiores. O 
sistema venoso ázigo recebe as veias 
 Mayra Gonçalves 
esofágicas. A drenagem venosa das veias 
submucosas dessa parte do esôfago se faz 
para o sistema venoso porta, através da veia 
gástrica esquerda, e para o sistema venoso 
sistêmico, pelas veias esofágicas que entram 
na veia ázigo. 
DRENAGEM LINFÁTICA 
Os vasos linfáticos da parte cervical do 
esôfago drenam para os linfonodos 
paratraqueais e linfonodos cervicais 
profundos inferiores. Os linfonodos 
mediastinais posteriores situam-se 
posteriormente ao pericárdio, onde estão 
relacionados ao esôfago e à parte torácica da 
aorta. Existem vários linfonodos posteriores à 
parte inferior do esôfago e mais (até oito) 
anteriores e laterais a ele. Os linfonodos 
mediastinais posteriores recebem linfa do 
esôfago, da face posterior do pericárdio e do 
diafragma, e dos espaços intercostais 
posteriores médios. A linfa dos linfonodos 
drena para os ângulos venosos direito ou 
esquerdo, pelo ducto linfático direito ou do 
ducto torácico. 
A drenagem linfática da parte abdominal do 
esôfago se faz para os linfonodos gástricos 
esquerdos; os vasos linfáticos eferentes 
desses linfonodos drenam principalmente 
para os linfonodos celíacos. 
INERVAÇÃO 
A inervação do esôfago é somática motora e 
sensitiva para a metade superior e 
parassimpática (vagal), simpática e sensitiva 
visceral para a metade inferior. A parte 
cervical do esôfago recebe fibras somáticas 
através de ramos dos nervos laríngeos 
recorrentes e fibras vasomotoras dos troncos 
simpáticos cervicais através do plexo ao redor 
da artéria tireóidea inferior. 
 
HISTOLOGIA DO ESÔFAGO 
MUCOSA 
- A mucosa do esôfago é constituída por um 
epitélio estratificado pavimentoso não-
queratinizado, uma lâmina própria 
fibroelástica e uma camada de músculo liso 
disposta longitudinalmente, formando a 
camada muscular da mucosa. 
- A mucosa do esôfago é constituída de três 
camadas: epitélio, lâmina própria e camada 
muscular da mucosa. 
- O lúmen do esôfago, revestido por um 
epitélio pavimentoso estratificado não-
queratinizado com 0,5 mm de espessura, 
geralmente encontra-se colabado, abrindo-se 
somente durante o processo de deglutição. 
- Dispersas entre os queratinócitos do epitélio 
estão células apresentadoras de antígenos 
conhecidas como células de Langerhans, que 
fagocitam e degradam antígenos, reduzindo- 
os a polipeptídeos menores conhecidos como 
epítopos; estas células também sintetizam as 
moléculasdo complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) da classe II, 
associam os epítopos a estas moléculas e 
expõem o complexo MHC da classe II-epitopo 
na face externa de sua membrana plasmática; 
as células de Langerhans migram então para 
os linfonodos, onde elas apresentam o 
complexo MHC II-epitopo para os linfócitos. 
LÂMINA PRÓPRIA: Não apresenta nada de 
especial; apresenta as glândulas cárdicas 
esofágicas, as quais são encontradas em duas 
regiões do esôfago, um grupo próximo da 
faringe e o outro próximo à sua junção com 
oestômago; também possui ocasionais 
nódulos linfóides, membros do sistema MALT 
(tecido linfoide associado à mucosa). 
 Mayra Gonçalves 
CAMADA MUSCULAR: não é usual, pois é 
constituída de apenas uma camada de fibras 
musculares lisas orientadas longitudinalmente 
que vai se tornando mais espessa nas 
proximidades do estômago. As glândulas 
cárdicas esofágicas produzem um muco que 
cobre o revestimento do esôfago, 
lubrificando-o para proteger o epitélio à 
medida que o bolo alimentar passa para o 
estômago. Como estas glândulas se as- 
semelham às glândulas mucosas da região 
cárdicas do estômago, alguns pesquisadores 
sugerem que estas glândulas sejam porções 
ectópicas do tecido gástrico. 
SUBMUCOSA 
- A submucosa do esôfago possui glândulas 
mucosas conhecidas como glândulas 
esofágicas propriamente ditas. 
- A submucosa do esôfago é constituída de 
tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso 
que o tecido conjuntivo frouxo da lâmina 
própria, que contém as glândulas esofágicas 
propriamente ditas. 
- O esôfago e o duodeno são as duas únicas 
regiões do tubo digestivo com glândulas na 
submucosa. Eletromicrografias destas 
glândulas tubuloacinares indicam que sua 
porção secretora é constituída de dois tipos 
de células, células mucosas e células serosas. 
As células mucosas têm núcleos achatados 
basais e acúmulos apicais de grânulos de 
secreção preenchidos com muco. 
- O segundo tipo celular é representado pelas 
células serosas, com núcleos arredondados e 
centrais. Os grânulos de secreção destas 
células contêm a proenzima pepsinogênio e o 
agente antibacteriano lisozima. Os ductos 
destas glândulas lançam suas secreções no 
lúmen do esôfago. 
*O plexo nervoso submucoso está na sua 
posição de costume dentro da submucosa, nas 
proximidades da camada circular interna da 
túnica muscular externa. Este plexo nervoso é 
um componente do sistema nervoso entérico, 
conhecido como plexo submucoso de 
Meissner. Este plexo, que também possui 
corpos de neurônios pós-ganglionares 
parassimpáticos, controla a motilidade da 
mucosa (e, até certo ponto, a motilidade da 
submucosa) e as atividades secretoras das 
suas glândulas. 
TÚNICA MUSCULAR E ADVENTÍCIA 
- A submucosa é revestida por uma espessa 
camada muscular, a túnica muscular externa, 
responsável pela atividade peristáltica, a qual 
move o conteúdo do lúmen ao longo do trato 
digestivo. 
- A túnica muscular externa do esôfago está 
disposta em duas camadas, circular interna e 
longitudinal externa. 
- Estas camadas musculares não são usuais, 
pois são compostas tanto por fibras 
musculares lisas quanto por estriadas 
esqueléticas. 
- A túnica muscular externa do terço superior 
do esôfago possui essencialmente músculo 
esquelético; o terço médio possui músculo 
esquelético e liso; e o terço inferior possui 
somente fibras musculares lisas. 
*Um segundo componente do sistema 
nervoso entérico, conhecido como plexo 
mioentérico de Auerbach, está situado entre 
estas duas camadas musculares e regula a 
atividade da túnica muscular externa (e, até 
certo ponto, a atividade da mucosa). 
- A túnica muscular externa é envolvida por 
uma delgada camada de tecido conjuntivo que 
pode ou não ser recoberta pelo epitélio 
simples pavimentoso do peritônio visceral. Se 
 Mayra Gonçalves 
a região do tubo digestivo é intraperitoneal, 
ela é recoberta pelo peritônio, e esta 
cobertura é conhecida como serosa. Se o 
órgão é retroperitoneal, ele fica aderido à 
parede do corpo por um tecido conjuntivo 
frouxo, sem revestimento mesotelial, 
conhecido como adventícia. No caso do 
esôfago, este órgão é coberto por uma 
adventícia até ultrapassar o diafragma, após o 
qual passa a ser coberto por uma serosa. 
Ô
- Quando o esôfago está vazio, seu lúmen 
assemelha-se a uma fenda. Quando um bolo 
alimentar desce por ele, o lúmen se expande, 
produzindo peristalse reflexa nos dois terços 
inferiores do esôfago. O alimento atravessa o 
esôfago rapidamente em razão da ação 
peristáltica de sua musculatura, auxiliado pela 
gravidade, mas não depende dela (é possível 
engolir de cabeça para baixo). 
DEGLUTIÇÃO – PROPULSÃO DO BOLO 
ALIMENTAR 
1. Estágio Voluntário da Deglutição: Quando 
o alimento está pronto para ser deglutido, ele 
é “voluntariamente” comprimido e 
empurrado para trás, em direção à faringe, 
pela pressão da língua para cima e para trás 
contra o palato. A partir daí, a deglutição 
passa a ser um processo inteiramente — ou 
quase inteiramente — automático e que, nas 
condições normais, não pode ser 
interrompido. 
2. Estágio Faríngeo Involuntário da 
Deglutição: O bolo de alimento, ao atingir a 
parte posterior da cavidade bucal e a faringe, 
estimula as áreas de receptores epiteliais da 
deglutição ao redor da abertura da faringe, 
especialmente nos pilares tonsilares e seus 
impulsos passam para o tronco encefálico, 
onde iniciam uma série de contrações 
musculares faríngeas automáticas, como se 
segue: 
- O palato mole é empurrado para cima, de 
maneira a fechar a parte posterior da cavidade 
nasal, evitando o refluxo do alimento. 
- As pregas palatofaríngeas em cada lado da 
faringe são empurradas medialmente de 
forma a se aproximarem. Dessa forma, essas 
pregas formam fenda sagital, por onde o 
alimento deverá passar para a parte posterior 
da faringe. Essa fenda desempenha ação 
seletiva, permitindo que o alimento 
suficientemente mastigado passe com 
facilidade. Esse estágio da deglutição dura 
menos de 1 segundo, e qualquer objeto 
grande normalmente é impedido de passar 
para o esôfago. 
- As cordas vocais da laringe se aproximam 
vigorosamente, e a laringe é puxada, para 
cima e para frente, pelos músculos do 
pescoço. Essas ações, combinadas com a 
presença de ligamentos que impedem o 
movimento para cima da epiglote, fazem com 
que a epiglote se mova para trás, na direção 
da abertura da laringe. O conjunto desses 
efeitos impede a passagem do alimento para o 
nariz e para a traqueia. De grande importância 
é a vigorosa justaposição das cordas vocais, 
mas a epiglote ajuda a evitar que o alimento 
chegue até elas. 
*A destruição das cordas vocais ou dos 
músculos que as aproximam pode causar 
engasgo. 
- O movimento para cima da laringe também 
puxa e dilata a abertura do esôfago. Ao 
mesmo tempo, os 3 a 4 centímetros 
superiores da parede muscular esofágica, 
referidos como esfíncter esofágico superior 
(também conhecido como esfíncter 
faringoesofágico) se relaxam. Então, o 
alimento se move livre e facilmente da faringe 
 Mayra Gonçalves 
posterior para o esôfago superior. Entre as 
deglutições, esse esfíncter permanece 
fortemente contraído, evitando a entrada de 
ar no esôfago durante a respiração. O 
movimento para cima da laringe também 
eleva a glote afastando-a do fluxo principal de 
alimento, de maneira que este passe nos lados 
da epiglote em vez de ao longo da sua 
superfície; essa ação confere uma proteção 
adicional contra a entrada de alimento na 
traqueia. 
- Quando a laringe é elevada e o esfíncter 
faringoesofágico relaxado, toda a parede 
muscular da faringe se contrai, iniciando na 
parte superior e, então, a contração 
progredindo para baixo nas áreas medial e 
inferior da faringe, o que impulsiona o 
alimento por peristaltismo para o esôfago. 
3. Estágio Esofágico da Deglutição: Afunção 
primária do esôfago é a de conduzir 
rapidamente o alimento da faringe para o 
estômago, e seus movimentos são organiza- 
dos de modo específico para essa função. 
O esôfago normalmente apresenta dois tipos 
de movimentos peristálticos: peristaltismo 
primário e peristaltismo secundário. O 
peristaltismo primário é, simplesmente, a 
continuação da onda peristáltica que começa 
na faringe e se prolonga para o esôfago, 
durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa 
onda faz o percurso desde a faringe até o 
estômago em cerca de 8 a 10 segundos. O 
alimento engolido por pessoa na posição ereta 
normalmente é levado para a porção inferior 
do esôfago até mais rápido do que a própria 
onda peristáltica, em cerca de 5 a 8 segundos, 
devido ao efeito adicional da gravidade que 
força o alimento para baixo. 
Se a onda peristáltica primária não consegue 
mover para o estômago todo o alimento que 
entrou no esôfago, ondas peristálticas 
secundárias resultam da distensão do próprio 
esôfago pelo alimento retido; essas ondas 
continuam até o completo esvaziamento do 
esôfago. As ondas peristálticas secundárias 
são deflagradas, em parte, por circuitos 
neurais intrínsecos do sistema nervoso 
mioentérico e, em parte, por reflexos iniciados 
na faringe e transmitidos por fibras vagais 
aferentes para o bulbo retornando ao esôfago 
por fibras nervosas eferentes vagais e 
glossofaríngeas. 
A musculatura da parede faríngea e do terço 
superior do esôfago é composta por músculo 
estriado. Portanto, as ondas peristálticas 
nessas regiões são controladas por impulsos 
em fibras nervosas motoras de músculos 
esqueléticos dos nervos glossofaríngeo e vago. 
Nos dois terços inferiores do esôfago, a 
musculatura é composta por músculo liso e 
essa porção do esôfago é controlada pelos 
nervos vagos, que atuam por meio de 
conexões com o sistema nervoso mioentérico 
esofágico. Quando os ramos do nervo vago 
para o esôfago são cortados, o plexo nervoso 
mioentérico do esôfago fica excitável o 
suficiente para causar, após vários dias, ondas 
peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o 
suporte dos reflexos vagais. Portanto, 
inclusive após a paralisia do reflexo da 
deglutição no tronco encefálico, alimento 
introduzido por sonda no esôfago, ainda passa 
rapidamente para o estômago. 
4. Relaxamento Receptivo do Estômago: 
Quando a onda peristáltica esofágica se 
aproxima do estômago, a onda de 
relaxamento, transmitida por neurônios 
inibidores mioentéricos, precede o 
peristaltismo. Todo o estômago e, em menor 
extensão, até mesmo o duodeno relaxam 
quando a onda peristáltica atinge a porção 
inferior do esôfago e assim se preparam com 
antecedência para receber o alimento levado 
pelo esôfago. 
 Mayra Gonçalves 
Na porção final do esôfago, cerca de 3 
centímetros acima da sua junção com o 
estômago, o músculo circular esofágico 
funciona como um largo esfíncter esofágico 
inferior, também denominado esfíncter 
gastroesofágico. Esse esfíncter, nas condições 
normais, permanece tonicamente contraído, 
gerando pressão intraluminal no esôfago da 
ordem de 30 mmHg, em contraste com a 
porção medial do esôfago que normalmente 
permanece relaxada. Quando a onda 
peristáltica da deglutição desce pelo esôfago, 
ocorre o “relaxamento receptivo” do esfíncter 
esofágico inferior à frente da onda 
peristáltica, permitindo a fácil propulsão do 
alimento deglutido para o estômago. 
Raramente, o esfíncter não se relaxa de forma 
satisfatória, resultando na condição 
denominada acalasia. As secreções gástricas 
são muito ácidas, contendo enzimas 
proteolíticas. A mucosa esofágica, exceto nas 
porções bem inferiores do esôfago, não é 
capaz de resistir por muito tempo à ação 
digestiva das secreções gástricas. Felizmente, 
a constrição tônica do esfíncter esofágico 
inferior evita significativo refluxo do conteúdo 
gástrico para o esôfago, exceto em 
circunstâncias anormais. Outro fator que 
ajuda a evitar o refluxo é o mecanismo 
semelhante à válvula de curta porção do 
esôfago, que se estende por pouco até o 
estômago. O aumento da pressão intra-
abdominal projeta nesse ponto o esôfago para 
o estômago. Assim, esse fechamento do 
esôfago, como se fosse uma válvula, contribui 
para evitar que a elevação da pressão intra-
abdominal force os conteúdos gástricos de 
volta ao esôfago. De outra forma, sempre que 
andássemos, tossíssemos ou respirássemos 
profundamente, o ácido gástrico poderia 
refluir para o esôfago.

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