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Estudos de Caso com Respostas Câncer de Esôfago/ Alimentação por Sonda Gary é um homem branco de 72 anos com diagnóstico de adenocar- cinoma de esôfago há 3 meses e que está internado para reabilitação após cirurgia eletiva para remover o tumor. Ele foi submetido a uma esofagectomia com colocação de uma sonda de alimentação de jeju- nostomia. A sonda de alimentação permanece no lugar e atualmente fornece 100% de sua ingestão. O pós-operatório incluiu pneumonia e tratamento com anti bió ticos por via intravenosa. Outros diagnós- ticos ativos incluem doen ça do refluxo gastresofágico (DRGE), hi- pertensão arterial, hiperlipidemia e osteo artrite. As cirurgias ante- riores incluem artroplastia total do quadril e remoção bilateral da catarata. Gary é um carpinteiro aposentado e mora com sua esposa e uma filha adulta. Ele parou de fumar em 1994 e não consome bebidas alcoó licas. Foi diagnosticado com disfagia há cerca de 6 meses e tem apresentado dificuldade para manter o peso desde então. Sua esposa, Selene, relata que, antes da cirurgia, fazia a maior parte de suas refei- ções no liquidificador por recomendação de um fonoaudió logo. Ela cozinha todas as refeições, embora, antes de Gary ficar doente, eles comessem fora de vez em quando. Ela explicou que eles têm um casa- mento muito “tradicional”, portanto considera cozinhar uma respon- sabilidade sua. Relatou que, pré-hospitalização, a alimentação habi- tual de seu marido era insuficiente. Ele comia cerca de 50% da comida que ela lhe dava, mas no café da manhã alimentava-se um pouco melhor. Selene diz que seu marido consome iogurte, mas evita leite e laticínios. AntropometriA yy Peso corporal atual: 67,3 kg yy Peso corporal na admissão há 2 semanas: 71,8 kg yy Peso corporal normal: 77,2 kg yy Altura: 1,80 m. DietA hAbituAl yy Café da manhã: uma caneca de aveia diluí da com leite de amêndoa, iogurte, café forte yy Almoço: arroz, vegetais e lentilhas transformados em uma sopa aquosa yy Jantar: geralmente um prato de frango e arroz ou massa transfor- mado em uma sopa pastosa, chá yy Toma seus medicamentos com purê de maçã duas vezes ao dia. meDicAmentos e suplementos yy Nadolol 200 mg/dia yy Ondansetrona (conforme necessário) yy Lansoprazol 15 mg, 2 vezes/dia yy Ciprofloxacino 500 mg, 2 vezes/dia yy Sinvastatina 40 mg/dia. AvAliAção físicA nutricionAl O paciente parece magro e apresenta perda muscular nos braços e nas pernas. Sem perda orbital. Sua clavícula é proeminente. Sua pele tem um bom turgor. Seus lábios não estão rachados nem secos e sua boca parece normal. Com exceção dos locais cirúrgicos, sua pele está in- tacta, sem áreas eritematosas. Exames laboratoriais Valores de referência Sódio 140 mEq/l 135 a 145 mEq/l Potássio 4,2 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Albumina 3,1 g/dl 3,5 a 5,4 mEq/l Nitrogênio ureico no sangue 11 mg/dl 8 a 24 mg/dl Creatinina 1,1 mg/dl 0,6 a 1,3 mg/dl Colesterol 178 mg/dl < 200 mg/dl prescrição DA DietA AtuAl Nada por via oral, alimentação por sonda polimérica de alta proteí na padrão (1,2 kcal/ml e 58 g de proteí na por litro) 60 ml/hora de ali- mentação con tí nua com 200 ml de água irrigada a cada 6 horas. Questões 1. Avalie a antropometria de Gary e calcule suas necessidades calóri- cas, proteicas e hídricas. 2. A alimentação por sonda atende às necessidades energéticas e pro- teicas do paciente? Que alterações você recomendaria? 3. Você considera esse paciente desnutrido? Por quê? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Gary e Selene, a fim de auxiliá-lo a fazer a transição da alimentação por sonda para a ingestão de alimentos. Deficiên cia de Crescimento em Crianças com Alergias Alimentares Madeline, uma criança branca de 7 anos e 4 meses, foi encaminhada por seu pediatra por deficiên cia de crescimento. Ela e sua família (mãe, pai e irmão mais novo) acabam de retornar aos EUA, depois de 3 anos morando na Irlanda. Quando tinha 2 anos, Madeline foi diag- nosticada com alergia a manga, castanha-de-caju, amendoim, noz- pecã, leite e ovo, tendo-lhe sido prescrita uma caneta de epinefrina (EpiPen®). Caso seja exposta a esses alimentos, suas vias respiratórias se tornarão reativas e desenvolverá urticária (erupção cutâ nea). Ela também tem alergia a poeira, grama, pólen e gatos. A mãe de Madeline, Rebecca, descreve-a como uma criança caute- losa que tem um pouco de ansiedade para comer, especialmente ali- mentos que não lhe são familiares. “Uma vez que acabamos de nos mudar para cá, vários alimentos não são familiares para Madeline”. Ela está nervosa por começar em uma nova escola porque não se sente confortável alimentando-se fora de casa. AntropometriA Rebecca relata que, desde o nascimento, o peso de Madeline está entre os percentis 3 e 10 e seu comprimento/estatura, entre os percentis 10 e 25. Antes de deixar a Irlanda, há 1 mês, seu peso/idade estava no 8o percentil. Hoje, sua estatura é 1,16 m e seu peso, 18 kg. De acordo com os gráficos de crescimento do CDC: yy Peso/idade: 4% yy Estatura/idade: 14% yy IMC/idade: 3%. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De mADeline 8h: ½ xícara de aveia com 1 xícara de leite de amêndoa fortificado com cálcio, ½ colher de chá de óleo de coco e ½ xícara de água com ¼ xí- cara de suco de laranja natural fresco. 12h: ½ maçã, 1 fatia de pão com margarina sem laticínios e mel e 1 xícara de água. 14h: 1 xícara de cereais e 1 xícara de leite de amêndoas fortificado com cálcio. 17h30: 57 g de salsicha de peru, ¾ xícara de fatias de batata assada, ½ xícara de brócolis e 1 xícara de água. meDicAmentos e suplementos Sem medicamentos, multivitamínico infantil com ferro (cerca de 4 vezes/semana). AvAliAção físicA nutricionAl Madeline é magra, tem pouca gordura corporal e aparenta timi- dez. Ela não faz muito contato visual e hesita em responder às perguntas que lhe são dirigidas, preferindo fazê-lo quando sua mãe reformula a pergunta. Sua pele é clara e seus olhos, brilhan- tes. Madeline evacua diariamente e sua mãe relata que não há problemas com sua digestão. Questões 1. Avalie a antropometria de Madeline. Ela se encaixa na categoria de deficiên cia de crescimento? Por que sim ou por que não? 2. Calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. Existem nutrientes adicionais importantes para sua idade? 3. Avalie sua dieta de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e nutrientes é adequada? 4. Na sua opinião, quais são os motivos pelos quais o peso corporal de Madeline diminuiu desde que voltou para os EUA? 5. Descreva os objetivos nutricionais de curto e longo prazos para Madeline. Diabetes Emanuel é um homem de 47 anos, descendente de mexicanos, que foi encaminhado para tratamento de diabetes não controlado. Ele foi diagnosticado há 7 anos e já começou a ter visão embaçada relacionada à retinopatia diabética. Sua hemoglobina A1C con ti- nua aumentando e seu médico quer colocá-lo em insulina basal. Emanuel quer prevenir as complicações do diabetes a longo prazo e espera não ter que tomar insulina. Seu histórico médico inclui hiperlipidemia, hipertensão arterial (HA), obesidade, depressão e fadiga. Ele é divorciado, tem dois filhos adultos, mora com o irmão e trabalha no turno da noite (das 23h às 7h) como auxiliar de en- fermagem em uma casa de repouso. Seu pai também tinha diabetes e faleceu há 6 meses de um infarto do miocárdio. Ele ainda está se sentindo muito estressado e tendo dificuldade em lidar com sua dor. Emanuel acabou de modificar a dieta e parou de comer no trabalho, a não ser por um pedaço de fruta, para tentar emagrecer e diminuir seus níveis glicêmicos. A única atividade física que ele faz é caminhar no trabalho. AntropometriA yy Altura: 1,70 m yy Peso corporal: 110,4 kg yy IMC: 38,1 kg/m2. Emanuel relata que, desde criança, esteve com sobrepeso. Seu peso normal é cerca de 100 kg, mas seu peso começou a aumentar depois que seu pai morreu.Desde que modificou sua dieta, há 2 semanas, perdeu 2,7 kg. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De emAnuel 15h: 700 ml de café com creme e leite e um pãozinho com presunto e queijo. 22h: 2 xícaras de arroz branco, 2 ovos e 115 g de chouriço (linguiça) com uma tortilha de farinha branca. Gosta de comer algo doce, como 4 minibarras de chocolate e 1 saquinho de jujubas. 3h às 4h: às vezes como uma laranja ou uma maçã. Consome 3 latinhas de água com gás por dia (1 l). meDicAmentos e suplementos yy Metformina 500 mg, 2 vezes/dia yy Lisinopril 20 mg yy Sinvastatina 40 mg yy Sertralina 50 mg. Ele também está tomando um multivitamínico. AvAliAção físicA nutricionAl Emanuel tem um habitus corporal maior com adiposidade abdomi- nal. Ele tem acantose nigricans visível na nuca. exAmes lAborAtoriAis recentes e pressão ArteriAl Emanuel realiza o automonitoramento da glicemia (AMG) pela ma- nhã cerca de 3 vezes/semana. Ele diz que não gosta de medi-la porque está sempre alta (na faixa de 200 a 300 mg/dl). Exames laboratoriais Valores de referência Glicose de jejum 229 mg/dl 80 a 130 mg/dl Hemoglobina A1C 9,6% < 7% Colesterol 220 mg/dl < 200 mg/dl HDL 46 mg/dl > 40 mg/dl LDL 137 mg/dl < 130 mg/dl ( ideal) Triglicerídeos 187 mg/dl < 150 mg/dl Pressão arterial (PA): 132/92 mmHg Questões 1. Avalie a antropometria de Emanuel e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é apropriada para suas necessidades? Há nutrientes im- portantes para sua idade e seu estado de saú de (diabetes, hiperlipi- demia, hipertensão arterial)? 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para esses valores? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Emanuel a fim de auxiliá-lo a controlar o diabetes, os níveis sanguí neos elevados de lipídios e a pressão arterial. Gota Jack é um homem branco de 45 anos que está sendo atendido na clí- nica para tratamento de sua gota recém-diagnosticada. Ele também tem histórico de hipertensão arterial leve e LDL-colesterol elevado. Sua mãe ainda está viva e tem diabetes melito e doen ças cardía cas. Seu pai morreu em um acidente de carro quando Jack tinha apenas 12 anos. Jack tem uma irmã mais nova sem grandes problemas de saú de. Ele mora com o marido em um apartamento na cidade e viaja com fre quência para trabalhar como consultor administrativo. Ele diz que ele tem problemas para fazer exercícios regulares na academia devido ao seu trabalho e ganhou cerca de 9,1 kg nos últimos anos. Jack cos- tuma comer em restaurantes durante as viagens. Quando ele está em casa, o marido, que cozinha muito bem, costuma fazer o que chama de um “jantar saudável”. AntropometriA yy Altura: 1,80 m yy Peso corporal: 101 kg yy IMC: 31 kg/m2. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De JAck yy Café da manhã: sanduí che fast food de ovo e bacon, suco de laranja grande, café com creme yy Colação: biscoitos recheados no avião yy Almoço: sanduí che French Dip com batata frita (em um restau- rante), cerveja artesanal grande yy Lanche: happy hour no bar do aeroporto com dois coquetéi s cuba- libre e frango frito com queijo e biscoitos yy Jantar: salada verde com pepino e molho ranch, peito de frango assado com ervas e azeite, ½ batata doce com manteiga, 1 taça de 260 ml de vinho branco. meDicAmentos e suplementos Lisinopril, pravastatina, MVI com minerais (mas às vezes toma apenas alguns dias por semana), vitamina D 3 . Iniciando agora o alopurinol. Exames laboratoriais Valores de referência Sódio 137 mEq/l 135 a 145 mEq/l Potássio 4,8 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Nitrogênio ureico no sangue 9,2 mg/dl 7 a 20 mg/dl Creatinina 0,8 mg/dl 0,6 a 1,2 mg/dl Glicemia de jejum 100 mg/dl 70 a 99 mg/dl Triglicerídeos 280 mg/dl < 150 mg/dl Colesterol total 210 mg/dl < 200 mg/dl HDL-colesterol 41 mg/dl > 40 mg/dl (mais alto é melhor) LDL-colesterol 145 mg/dl < 130 mg/dl AvAliAção físicA nutricionAl Homem de aparência bem nutrida, sem sinais de desnutrição. Questões 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, pro- teicas e hídricas. 2. Avalie a adequação de seu registro de 24 horas. 3. Comente sobre quaisquer valores laboratoriais anormais. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Que recomendações você faria para mudar a dieta desse paciente para melhorar a gota? E para melhorar sua dieta em geral? Liste os objetivos de curto e longo prazos. Hepatite Maria, mulher filipina de 57 anos que deu entrada no hospital com estado de consciên cia alterado, foi diagnosticada com encefalopatia hepática em estágio II relacionada com hepatite crônica. Ela tem his- tória de hepatite C há 2 anos e sangramento gastrintestinal superior há 3 meses. Desde então, tem sido tratada com ferro e o sangramento não voltou a ocorrer. Atualmente, em decorrência da gravidade de sua ence- falopatia, não é possível rea li zar uma entrevista. Ela foi tratada com Furosemida IV quando internada para tratar ascite, que já melhorou. É solteira, mas tem um namorado que relata que seu apetite em casa varia, com náu seas intermitentes. Os sintomas de Maria antes da internação incluíam episódios irregulares de fadiga intensa e algumas dores no quadrante superior (abdominal). Desde sua última hospitalização, ela está sem apetite e com náu seas leves. Maria queixava-se de alterações no paladar, afirmando que alimentos que eram seus preferidos não lhe agradam mais. A diarreia é um problema contínuo. AntropometriA yy Altura: 1,52 m yy Peso corporal: 48,1 kg yy Peso na admissão: 50,4 kg yy Peso habitual: 50 kg yy IMC: 20,7 kg/m2 yy Peso seco estimado em 47,7 kg. AvAliAção físicA nutricionAl A paciente parece magra e pálida. Petéquias estão presentes. Ela apa- renta ter alguma perda muscular nas extremidades. Maria tem retra- ção gengival que sangra com facilidade e lhe faltam alguns dentes. Ela não tem edema óbvio. meDicAmentos e suplementos yy Lactulose 30 ml, 3 vezes/dia yy Espironolactona 25 mg, 2 vezes/dia yy Ribavirina 200 mg/dia yy Injeção de peginterferona 180 mcg, 1 vez/semana yy Paracetamol conforme necessário yy 325 mg de sulfato ferroso yy Cardo-mariano 250 mg/dia. Atualmente em infusão IV, fornecendo 50 ml/h de líquido. Exames laboratoriais Valores de referência Nitrogênio ureico no sangue 10 mg/dl 7 a 20 mg/dl Creatinina sérica 0,8 mg/dl 0,6 a 1,2 mg/dl TGO 70 U/l 10 a 40 U/l TGP 80 U/l 7 a 56 U/l Amônia 60 mmol/l 11 a 45 mmol/l Albumina 2,9 mg/dl 3,5 a 5,4 mg/dl Hematócrito 34% 37 a 45% DietA AtuAl Maria está fazendo uma dieta com 2 g de sódio. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs no hospitAl yy Café da manhã: café, 1 torrada com geleia yy Almoço: pequena tigela de sopa de legumes com biscoitos cream crackers, meia porção de pudim yy Lanche da tarde: refrigerante à base de noz-de-cola (350 ml) e um biscoito doce yy Jantar: ¼ de peito de frango grelhado, um pouco de purê de batata e cenoura, 240 ml de chá gelado. Questões 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, pro- teicas e hídricas. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é adequada? 3. Há nutrientes importantes para o estado de saúde da paciente? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Avalie os resultados laboratoriais e como eles se relacionam com a doença e comente sobre quaisquer implicações nutricionais. 6. Descreva os objetivos nutricionais de curto e longo prazos. Insuficiên cia Cardía ca George é um nativo americano da etnia Tulalip de 80 anos com insuficiên cia cardía ca recém-diagnosticada em estágio C. Ele foi inter- nado na unidade cardía ca após sentir falta de ar. Seus tornozelos estão inchados e seu pesoaumentou 4 kg (seu peso normal é 84,1 kg). Ele está sendo tratado com furosemida intravenosa e monitoramento cardía co enquanto os medicamentos são titulados para estabilizar sua insuficiên cia cardía ca. Encontra-se em dieta cardía ca hospitalar e restrição hídrica a 2 l. Sua história clínica inclui 12 anos de hiperten- são arterial e hiperlipidemia. Sua fração de ejeção é de 39%. George tem histórico de câncer de próstata e atualmente está em remissão. Histórico social: George mora com sua filha, genro e três filhos em uma casa térrea. Eles vivem na reserva, que fica a cerca de 20 quilômetros de uma cidade com supermercados; portanto, a família depende de muita comida enlatada e carne de caça congelada (veado e alce). George come salmão durante os meses de verão. Faz suas refeições com a família à noite e nos fins de semana; caso contrário, prepara a comida sozinho. Ele tem se alimentado muito mal desde que foi internado no hospital, há 3 dias, afirmando que a comida é insípida e seu apetite “não é grande”. Queixa-se de que a comida está muito seca e de xerostomia, por isso gostaria de beber maior quantidade do que lhe estão oferecendo. AntropometriA yy Altura: 1,77 m yy Peso corporal: 85,4 kg, abaixo dos 88,1 kg na admissão. consumo AlimentAr hAbituAl em cAsA yy Café da manhã: cereais e leite ou ovos fritos e torradas nos fins de semana, suco de laranja yy Almoço: sanduí che de presunto no pão branco yy Lanche: batatas fritas e refrigerante à base de noz-de-cola yy Jantar: macarrão Kraft® com queijo ou hambúrguer de alce e ba- tatas fritas congeladas; no verão, salmão yy Refrigerante à base de noz-de-cola ou limonada yy Feijão-verde enlatado ou, às vezes, salada com molho yy Sorvete algumas noites. ingestão AtuAl Ingere 75 a 100% do café da manhã e menos de 50% do almoço e jantar. meDicAmentos e suplementos Ele toma 20 mg de sinvastatina, 25 mg de carvedilol 2 vezes/dia e co- meçou a tomar 40 mg/dia de potássio. Ele também toma 2.000 UI/dia de vitamina D. Exames laboratoriais Valores de referência Glicose em jejum 128 mg/dl 80 a 130 mg/dl Nitrogênio ureico no sangue 19 mg/dl 7 a 20 mg/dl Creatinina sérica 0,9 mg/dl 0,6 a 1,2 mg/dl Sódio sérico 133 mEq/l 135 a 145 mEq/l Potássio sérico 3,9 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Colesterol total 190 mg/dl < 200 mg/dl Pressão arterial: 125/80 mmHg AvAliAção físicA nutricionAl George parece bem nutrido. Ele apresenta adiposidade abdominal e tem um pouco de edema nos tornozelos. Seus lábios parecem secos, mas não estão rachados. Seu cabelo está ligeiramente ralo, sem man- chas difusas, as unhas parecem lisas e de formato uniforme. Questões 1. Quais são as necessidades calóricas, proteicas e hídricas de George? 2. Avalie se a ingestão habitual de George de calorias, proteí nas e lí- quidos é adequada para suas necessidades. Existem nutrientes im- portantes a serem considerados? 3. Qual é a provável razão para seu baixo teor de sódio sérico? Isso significa que ele precisa de mais sódio em sua dieta? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para o tratamento da insuficiên cia cardía ca de George. Insuficiên cia Renal Henry é um afro-americano de 70 anos com doen ça renal terminal que iniciou recentemente a hemodiá lise 3 vezes/semana e está tendo problemas com as alterações na dieta. Ele não gosta do sabor de seus quelantes (Tums®/carbonato de cálcio) e relata que muitas vezes se esquece de tomá-los com as refeições. Seu nefrologista o encaminhou para ajuda na implementação de uma dieta renal. Ele assistiu a uma aula, mas tem dificuldade de lembrar-se do que aprendeu. Sua filha o acompanha na consulta. Henry foi diagnosticado com diabetes melito tipo 2 há 10 anos. O médico disse que era provável que estivesse com a doen ça vários anos antes do diagnóstico. Henry mora sozinho, mas sua filha mora a alguns quilômetros de distância e o leva para as ses- sões de diá lise, ou ele usa o transporte da clínica. Henry está quase sempre em casa e sua filha leva-lhe mantimentos. Ela o descreve como “teimoso”. Ele costuma comer alimentos enlatados e congelados porque são fáceis de preparar e ele gosta. Sente-se cansado e não tem energia para cozinhar, mas aquece suas refeições e sua filha, às vezes, cozinha para ele e ou traz comida de sua casa. Seus tornozelos estão inchados. “Eu durmo muito na diá lise, então não consigo dormir muito bem à noite; além disso, tenho muitas cãibras muscula res que me mantêm acor- dado”. Sua produção de urina é de cerca de 240 ml/dia e ele tem constipação intestinal crônica, evacuando a cada 2 a 3 dias. AntropometriA yy Altura: 1,78 m yy Peso corporal: 69,5 kg yy IMC: peso corporal 1 ano atrás: 77 kg; peso 3 meses atrás: 72 kg; peso antes da última sessão de diá lise: 75 kg; peso após a última sessão de diá lise: 72,5 kg. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De henry yy Café da manhã: várias vezes pula porque dorme tarde e não tem tido muito apetite ultimamente. Bebe 1 xícara de café com 2 colhe- res de sopa de creme de leite batido quando acorda yy Colação (11h): 350 ml de suco de laranja, 1 fatia de torrada com manteiga e um punhado de M&M yy Almoço (13h): 2 xícaras de sopa de tomate em lata (é a sua favo- rita), 12 biscoitos salgados e 230 ml de leite a 2% yy Lanche: 1 banana grande yy Jantar (20h): bife Salisbury com purê de batatas congelado e 350 ml de chá gelado adoçado yy Ceia (22h): 1 xícara de sorvete de chocolate. meDicAmentos e suplementos Atenolol, eritropoetina (EPO), gliconato férrico de sódio, insulina (insulina basal Lantus®), paricalcitol, sertralina, polietilenoglicol 3350, comprimidos de carbonato de cálcio. AvAliAção físicA nutricionAl Evidência de perda moderada nas re giões orbitária, bucal, temporal e clavicular. O paciente move-se lentamente e as próteses dentárias pa- recem se encaixar frouxamente. Ele adormece brevemente durante a ingestão alimentar. Os tornozelos apresentam evidências de edema. Exames laboratoriais Valores de referência para diá lise Nitrogênio ureico no sangue 20 mg/dl 50 a 100 mg/dl Glicemia de jejum 140 mg/dl < 300 mg/dl HbA1C 7,2% < 7% Albumina 3 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl Potássio (K+) 6,4 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Sódio (Na+) 126 mEq/l 135 a 145 mEq/l Fósforo (PO4) 7,2 mg/dl 3 a 5,5 mg/dl Hematócrito (HCT) 36% 42 a 52% Hemoglobina (Hgb) 12,2 g/dl 14 a 18 g/dl Pressão arterial: 143/92 mmHg Questões 1. Avalie a antropometria de Henry. Ele ganhou mais do que a quan- tidade recomendada entre as sessões de diá lise? Calcule suas neces- sidades calóricas, proteicas e hídricas. 2. Avalie a dieta de 24 horas de Henry. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é adequada para suas necessidades? Alguns nutrientes são importantes para sua idade e seu estado de saú de (doen ça renal terminal, diabetes melito, hipertensão arterial)? 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta, poderia contribuir para esses valores? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para ajudar Henry a administrar sua saú de durante a diá lise. Doença de Parkinson Richard é um afro-americano de 55 anos que foi transferido do hos- pital para um centro de reabilitação, após uma queda com ferimentos leves em casa, para fazer fisioterapia e terapia ocupacional. Diagnosti- cado com doen ça de Parkinson 3 anos antes da internação, ele tem histórico de câncer de cólon de 5 anos, sem metástases, que foi tratado com cirurgia e radioterapia. Seu único outro problema clínico é a constipação intestinal. Atualmente está livre do câncer. Richard, que é divorciado, tem três filhos adultos e mora sozinho, é contador, mas não trabalha desde o ano passado devido ao seu estado de saú de. Ele sofre de alguns tremores, especialmente à tarde. Os filhos de Richard se revezam nas tarefas domésticas e nascompras, mas ele cozinha para si mesmo. Ele come com um amigo todas as sextas-feiras à noite. Está muito motivado para ficar forte o suficiente para que possa voltar a trabalhar pelo menos por meio perío do e fazer suas próprias tarefas domésticas e compras. AntropometriA yy Altura: 1,70 m yy Peso corporal: 70,5 kg yy Peso corporal habitual: 68,1 a 72,7 yy IMC: 24,3 kg/m2. AvAliAção físicA nutricionAl O paciente parece bem nutrido. Não apresenta edema óbvio. A mu- cosa oral de Richard parece saudável, mas ele se esforça para não ba- bar, o que é um sintoma da doen ça de Parkinson. Ele tem hematomas no quadril e no ombro devido a uma queda. meDicAmentos e suplementos yy Carbidopa-levodopa 25 mg, 3 vezes/dia yy Baclofeno 10 mg/dia yy Sertralina 50 mg/dia yy Ranitidina prn (conforme necessário) yy Suplemento de fibra de semente de psyllium: 1 colher de sopa, 2 vezes/dia yy Vitamina C 1.000 mg yy Vitamina D 3 600 mg yy Coenzima Q10 100 mg. Exames laboratoriais Valores de referência Nitrogênio ureico no sangue 19 mg/dl 7 a 20 mg/dl Creatinina sérica 1,2 mg/dl 0,6 a 1,2 mg/dl Sódio sérico 147 mEq/l 135 a 145 mEq/l Potássio sérico 5,1 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Glicemia de jejum 128 mg/dl 80 a 130 mg/dl Hematócrito 53% 41 a 51% DietA AtuAl Richard relata que comumente consegue encontrar no cardápio os alimentos de que gosta. Seu apetite é “muito bom”. Quando questio- nado sobre a ingestão de líquidos, ele afirma: “Não gosto de ser aju- dado a ir ao banheiro, então tento não beber muita água”. DietA hAbituAl yy Café da manhã: 2 a 3 ovos e torradas de trigo, 1 iogurte grego com banana, 1 de copo de suco de laranja, café yy Almoço: sanduí che cujo recheio se alterna entre peru, presunto, atum e inclui alface, queijo e maionese. O tipo de pão varia. Saco pequeno de batatas fritas. Às vezes, uma maçã ou outra fruta, café yy Lanche da tarde: amêndoas e um refrigerante diet yy Jantar: sanduí che de queijo grelhado, produto de conveniência como pizza congelada ou frango assado (paciente afirma sentir-se cansado à noite para fazer comida). Geralmente um copo d’água. Questões 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, pro- teicas e hídricas. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é apropriada? 3. Há nutrientes importantes para sua idade e sua saú de? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Avalie seus exames laboratoriais. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para esses valores? 6. Descreva os objetivos de curto e longo prazos. Síndrome dos Ovários Policísticos Aarti, mulher de 27 anos proveniente da Índia Oriental, foi diagnosti- cada com síndrome do ovário policístico (SOP) há 8 anos. Ela foi encaminhada para obter ajuda com mudanças na dieta porque está ganhando peso rapidamente e seus exames laboratoriais recentes são consistentes com síndrome metabólica. Seu histórico médico inclui depressão, ansiedade, cefaleia e insônia. Ela vai se casar neste verão, está ansiosa para ter filhos e teme que sua fertilidade esteja afetada pela SOP. Aarti trabalha para uma grande empresa de software. Ela se mudou da Califórnia para o Colorado há 3 meses e seu noivo vai se juntar a ela dentro de 1 mês. Atualmente ela mora sozinha e se sente ansiosa e isolada. Ela trabalha muitas horas e se sente cansada e estres- sada. “Com a insônia, durmo apenas cerca de 6 horas por noite. Vou dormir melhor quando meu noivo chegar.” O ciclo menstrual de Aarti está irregular há muito tempo. Sua úl- tima menstruação foi há 2 meses e a anterior, há 5 meses. Aarti tem evacuação diá ria, mas ocasionalmente apresenta constipação intesti- nal. Não tem alergias conhecidas. AntropometriA yy Altura: 1,63 m yy Peso corporal: 94,5 kg. Seu peso normal é de 90,9 kg nos últimos 3 anos ou mais. Ela perdeu peso há 1,5 ano (86,3 kg) aumentando os exercícios físicos e começou a comer com mais atenção, inclusive menos batatas e chapati (pão ázimo). Seu estresse também estava menor. Recentemente, começou a ganhar peso corporal e atualmente se encontra no seu maior patamar ponderal. Ela se inscreveu na academia por meio de seu trabalho, mas a frequenta esporadicamente, exercitando-se na elíptica ou tendo aulas de spinning 1 a 2 vezes/semana. Às vezes, passa 1 ou 2 semanas sem ir à academia. recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De AArti Ela afirma que esse recordatório é bem típico atualmente. 9h30: 2 ovos grandes cozidos com 1 xícara de café, ½ xícara de leite a 2% 13h: 1 xícara de mirtilos e 3 panquecas (lentilha e arroz branco) (12 cm de diâ me tro), 1 tigela (1,5 xícara) de sambar (prato indiano à base de vegetais e lentilha) 16h: 1 banana grande e 1 xícara de café com ½ xícara de leite a 2% 18h: 2 xícaras de batata e curry de couve-flor com pimentão, ervi- lha, tomate e cebola; 1 xícara de arroz branco 20h30: 10 a 12 biscoitos caseiros de farinha de milho, 2 a 3 peque- nas batatas cozidas com chutney de coentro. Bebe água ao longo do dia (6 a 8 copos) além do café. Ingere bebi- das alcoó licas (1 a 2 taças de vinho 1 vez/mês). Aarti é vegetariana, mas consome ovos e laticínios. Quando está estressada, come o que chama de macarrão tipo lámen indiano, bata- tas, chapati e ovos em grandes porções, geralmente à noite. Ela sabe que não é bom comer demais, mas tem dificuldade em parar. Ela também está tentando não comer muito açúcar – “Eu sei que não é bom para mim”. Ela gosta de cozinhar e considera essa atividade relaxante à noite, depois do trabalho. meDicAmentos e suplementos Metformina 500 mg, 2 vezes/dia. Ela está se consultando com um médico naturopata que prescreveu mioinositol e d-quiroinositol, n-acetilcisteí na (NAC), 1 cápsula de probió tico Culturelle® e 2.000 UI de vitamina D 3 . AvAliAção físicA nutricionAl Aarti tem alguns pelos faciais e acne na linha da mandíbula (hirsu- tismo). Ela também parece ter adiposidade central. Exames laboratoriais Valores de referência Testosterona (total) 153 ng/dl 50 a 70 ng/dl Glicemia de jejum 102 mg/dl 70 a 99 mg/dl HbA1C 5,6% < 5,7% Triglicerídeos: 188 mg/dl < 150 mg/dl Colesterol total: 224 mg/dl < 200 mg/dl Vitamina D 19 ng/ml 20 a 80 ng/ml (o ideal é > 30 ng/ml) Pressão arterial: 128/84 mmHg Questões 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, pro- teicas e hídricas. 2. Avalie seu recordatório de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é adequada para as suas necessidades? Há nutrientes importantes para a fase da vida em que se encontra e o seu estado de saú de (SOP e síndrome metabólica)? 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para os níveis elevados? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Aarti a fim de ajudá-la a controlar a síndrome metabólica, a SOP e auxiliar na fertilidade. Anemia, Síndrome do Intestino Irritável e Transtorno Alimentar Melanie é mulher branca de 19 anos, descendente de europeus orien- tais, encaminhada por SII do tipo misto (SII-M), baixo peso corporal e anemia. A história clínica inclui ansiedade, depressão, refluxo esofá- gico e amenorreia. Ela foi diagnosticada com SII há 3 anos e tem difi- culdade em comer porque vários alimentos desencadeiam seus sinto- mas de constipação intestinal e diarreia alternadas. Ela também sente edema doloroso na maior parte do dia, especialmente depois de co- mer. Dependendo do dia, oscila entre 0 e 6 evacuações por dia. Ela apresenta constipação intestinal por 2 a 3 dias e nos dias que se se- guem experimenta vários episódios de diarreia. Melanie tomou um suplemento de ferro anteriormente, mas descobriu que era muito obstipante. Ela corre de 5 a 8 km todos os dias e também faz ioga 3 a 4 vezes/semana. Quando solicitada a reduzir a atividade devido ao baixo peso corporal,ela protestou afirmando que se sente melhor quando faz exercícios e que eles auxiliam na digestão. AntropometriA yy Altura: 1,70 m yy Peso corporal: 47,3 kg yy IMC: 16,3 kg/m2. Melanie relata que sempre foi magra. Sua relação IMC/idade esteve entre 10 e 25% durante a infância. Depois de desenvolver sintomas digestivos, Melanie decidiu restringir sua ingestão de alimentos e seu peso começou a diminuir. Dois anos atrás ela pesava 54,5 kg (IMC 18,8 kg/m2); 1 ano atrás, 50,4 kg (IMC 17,4 kg/m2); 6 meses atrás, 49 kg (IMC 16,9 kg/m2). recorDAtório AlimentAr De 24 horAs De melAnie yy Café da manhã: pula devido ao baixo apetite e ao edema yy Almoço: bolo de arroz e uma fatia de frango Deli – às vezes pula, se estiver se sentindo muito inchada yy Lanche: alguns biscoitos de arroz yy Jantar: 50 g de peixe, ½ xícara de quinoa e um punhado de mini- cenouras. meDicAmentos e suplementos Omeprazol e suplemento de sene para constipação intestinal. AvAliAção físicA nutricionAl Possui um habitus corporal extremamente magro, com grande perda de gordura temporal, vestibular, orbital e clavicular. O músculo in- terósseo está moderadamente deprimido. O cabelo da paciente está ficando ralo e sua pele é pálida. Exames laboratoriais Valores de referência HCT 32,5% 35 a 47% HGB 10,4 g/dl 12 a 15 g/dl Eritr. 3,38 × 10 M/ml 3,8 a 5,20 M/ml VCM 80 fl 82 a 99 fl CHCM: 30,6 g/dl 32 a 36 g/dl Leuc. 10,7% 11 a 14,5% CTLF 460 mcg/dl 250 a 400 mcg/dl Ferritina 9 ng/ml 10 a 150 ng/ml Glicose 77 mg/dl 70 a 99 mg/dl Potássio 4,2 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Sódio 136 mEq/l 135 a 145 mEq/l Pressão arterial (PA): 92/58 mmHg Questões 1. Avalie a antropometria de Melanie e calcule suas necessidades ca- lóricas, proteicas e hídricas. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é apropriada para suas necessidades? Há nutrientes im- portantes para sua idade e seu estado de saú de (anemia, SII, baixo peso corporal)? 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para esses valores? 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricio- nais e efeitos colaterais. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Melanie a fim de auxiliá-la a controlar a anemia, o baixo estado ponderal e a síndrome do intestino irritável. câncer De esôfAgo/AlimentAção por sonDA 1. Avalie a antropometria de Gary e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. O peso corporal atual é 87% do peso normal e o peso de admis- são foi 93% do peso normal. Com base na idade do paciente, suas necessidades energéticas são de 25 a 30 g/kg. Agora, no entanto, ele precisa ganhar peso, então, usando 35 kcal/kg para ganho de peso, suas necessidades calóricas são de 2.350 kcal. Suas necessidades de proteí na são elevadas para a cura em 1,2 a 1,5 g/kg ou 80 a 100 g. As necessidades hídricas são calculadas como 1 ml/caloria, por- tanto 2.350 ml. 2. A alimentação por sonda atende às necessidades energéticas e proteicas do paciente? Que alterações você recomendaria? Cálculo da taxa de alimentação (TA): 60 ml/hora × 24 horas = 1.440 ml × 1,2 kcal/ml = 1.728 kcal. Isso é apenas 73% de suas necessidades calóricas estimadas. Uma fórmula padrão de 1,2 kcal/ ml tem 54 g de proteí na por litro, então ele estaria recebendo 78 g de proteí na (1,44 l × 54 g/l), o que está um pouco abaixo de suas necessidades estimadas de proteí na. Recomendação: aumentar a TA por sonda para 82 ml/hora. Isso fornece 2.361 kcal (82 ml/hora × 24 horas = 1.968 ml total × 1,2 = calorias totais) e 106 g de proteí na (1,97 l × 54 g/l). 3. Você considera este paciente desnutrido? Por quê? Sim, ele é considerado desnutrido. Segundo a Academy and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN), o estado de desnutrição deve ser diag- nosticado quando pelo menos duas das seis características a seguir estiverem presentes: 1. Ingestão energética insuficiente. 2. Perda ponderal. 3. Perda de massa muscular. 4. Perda de gordura subcutâ nea. 5. Acúmulo de líquido localizado ou generalizado que às vezes pode mascarar a perda de peso corporal. 6. Diminuição da força de preensão da mão. Outro indício de sua desnutrição é a ingestão habitual antes da hospitalização, que é muito deficiente em calorias e proteí nas e, em geral, insuficiente em nutrientes. Todos os exames laboratoriais estão dentro dos limites normais, exceto a albumina, que, quando diminuí da, sugere inflamação e não é um indicador de desnutrição. O nível de sódio denota bom estado de hidratação e o nível de creatinina é normal para a idade. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricionais e efeitos colaterais. yy Ciprofloxacino: limita o metabolismo da cafeí na e pode esti- mular o SNC, portanto os alimentos que contêm cafeí na devem ser restringidos Respostas yy Nadolol: pode mascarar sinais de hipoglicemia, devendo ser tomado com alimentos yy Lansoprazol: diminui a absorção de ferro e B 12 . Pode ocorrer baixo Mg yy Sinvastatina: evitar suco de toranja e erva-de-são-joão. Suple- mentos de fibra separados por várias horas podem provocar alguns distúrbios gastrintestinais, mialgia e reduzir os níveis de CoQ10. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Gary e Selene a fim de auxiliá-lo a fazer a transição da alimentação por sonda para a ingestão de alimentos. yy Objetivos de curto prazo: os objetivos durante a reabilitação são começar a ingerir alimentos regulares, conforme recomen- dado pelo fonoaudió logo e pelo médico. O médico determina o tempo de cicatrização e o fonoaudió logo recomenda a tex- tura adequada do alimento para iniciar a ingestão oral. O pa- ciente passou por uma cirurgia que elevou seu estômago na cavidade abdominal e agora tem apenas um pequeno pedaço de esôfago preso ao estômago. Ele pode ter dificuldade com a textura e o volume dos alimentos. Pacientes que passam por esse procedimento geralmente permanecem em alimentação por sonda por um longo perío do (3 meses) enquanto se ajus- tam à sua nova anatomia. Seis pequenas refeições são recomen- dadas, devendo ser úmidas e de fácil fragmentação. IDDSI 6 (de tamanho pequeno) é uma boa opção. Evitar alimentos que causem refluxo, como tomates, frutas cítricas, bebidas alcoó- licas e café. A alimentação por sonda precisará ser ajustada à medida que aumentar a ingestão de alimentos yy Objetivos de longo prazo: a meta de Gary, além de voltar a consumir alimentos regulares, é voltar ao peso normal de 77 kg. Ele precisará manter um padrão alimentar de cinco a seis pequenas refeições por dia yy Instruções de avaliação: yº Problema: infusão de nutrição enteral inadequada yº Etiologia: fórmula inadequada para atender às necessidades avaliadas yº Sinais e sintomas: perdas ponderal, de massa muscular e de gordura subcutâ nea yy Intervenção: alterar a taxa de nutrição enteral; mudar a pres- crição da dieta para 82 ml/hora para atender às necessidades calóricas e proteicas estimadas; auxiliar o paciente e sua esposa a elaborarem um cardápio para quando Garry puder voltar à dieta oral yy Monitoramento e avaliação: colaborar com o fonoaudió logo sobre o momento certo para a transição para a dieta oral; mo- nitorar semanalmente o peso corporal; monitorar a ingestão de alimentos e ajustar a alimentação pela sonda conforme indi- cado. Respostas 13 Deficiên ciA De crescimento em criAnçAs com AlergiAs AlimentAres 1. Avalie a antropometria de Madeline. Ela se encaixa na categoria de deficiên cia de crescimento? Por que sim ou por que não? a. O peso/idade de Madeline está abaixo do 5o percentil, portanto ela se enquadraria na categoria de deficiên cia de crescimento, especialmente porque está associada a uma doen ça (alergia alimentar). b. Embora seu peso corporal esteja entre 3 e 10%, é preocupante que tenha caí do do percentil 8 para o percentil 4 no último mês. c. Mesmo que sua curva de crescimentotípica para peso tenha sido de 3 a 10%, isso pode não representar um crescimento ideal. Ela teve alergias alimentares graves durante 5 anos e pode ter comido menos do que o necessário devido ao medo de ficar doente. 2. Calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. Existem nutrientes adicionais importantes para sua idade? a. Calorias: (necessidade estimada de energia em kcal) = 135,3 – (30,8 × 7 anos) + 1,31 (atividade física moderada) × (10 × 18 kg) + (934 × 1,16 metro) + 20 135,3 – 215,6 + 1,31 × 180 + 1.083 + 20 = 1.258 calorias b. Proteí na: 0,95 g/kg/dia = 17 g/dia. c. Líquidos: 1.700 ml/dia (ingestão adequada/IDR). 3. Avalie sua dieta de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí nas e nutrientes é adequada? a. Sua dieta parece insuficiente em calorias e proteí nas, especial- mente considerando seu baixo peso e seu declínio na curva de crescimento do 8o ao 4o percentil em 1 mês. b. Nutrientes adicionais preocupantes são: I. proteí na, por causa das múltiplas alergias a alimentos ricos em proteí nas e poucas fontes na dieta antes do jantar; II. cálcio, devido à dieta sem laticínios; III. ferro, devido ao baixo peso, à ingestão insuficiente de alimentos e proteí nas, e limitada variedade alimentar; IV. vitaminas A e C, em de- corrência da baixa ingestão de frutas e vegetais; V. zinco, devido à baixa ingestão de carne ou fontes de zinco (nozes e sementes, grãos integrais); VI. ácidos graxos ômega 3, de- vido à falta de peixes, vegetais verdes, nozes e sementes; VII. é bom que ela esteja tomando um multivitamínico com ferro. Recomendamos que o tome diariamente. 4. Na sua opinião, quais são os motivos pelos quais o peso corporal de Madeline diminuiu desde que voltou para os EUA? a. A personalidade cautelosa e o medo de comer podem reduzir sua ingestão alimentar. b. Desde que se mudou para os EUA, ela ainda não está familiari- zada com os alimentos locais e fica nervosa para comer. c. Ela começará a frequentar uma nova escola e sua ingestão du- rante o dia é insuficiente, pois não se sente confortável co- mendo fora de casa. 5. Descreva os objetivos nutricionais de curto e longo prazos para Madeline. yy Objetivos de curto prazo: 1. Aumentar a ingestão de calorias e proteí nas usando alimen- tos que a paciente já conhece e confia. Certificar-se de evitar alergênios positivos. 2. Adicionar gorduras e proteí nas a cada refeição para aumentar as calorias, evitando alimentos aos quais a paciente é alérgica. 3. Fornecer refeições regulares e lanches diá rios. Fazer três re- feições e três lanches é um bom padrão. 4. Assegurar-se de que a refeição do meio-dia tenha mais equi- líbrio de acordo com o MyPlate do USDA, incluindo prote- í na e uma alternativa de cálcio ao leite não lácteo. 5. Aumentar lentamente a variedade na dieta da paciente, in- troduzindo novos alimentos na segurança do lar para am- pliar a ingestão de nutrientes e a aceitação dos alimentos. yy Objetivos de longo prazo: 1. Certificar-se de que a ingestão diá ria atenda às necessida- des nutricionais, proteicas e calóricas para crescimento e desenvolvimento ideais na infância, especialmente ferro, cálcio, vitamina A, vitamina C, folato, zinco e ácidos gra- xos ômega 3. 2. Continuar a ampliar a variedade de alimentos aceitos e evi- tar estritamente os alergênios. 3. Se Madeline permanecer cautelosa e temerosa em relação aos alimentos e ainda estiver em conflito quanto à sua tran- sição para os EUA, consultar um terapeuta ocupacional ou psicólogo pode ser-lhe benéfico. yy Instruções de avaliação: yº Problema: ingestão energética inadequada yº Etiologia: relacionada com histórico de 5 anos de alergias alimentares e receio de ingerir alimentos que desconhece yº Sinais e sintomas: como evidenciado pelo declínio na curva de crescimento para o 4o percentil em peso/estatura e pelo padrão de refeição com baixa densidade calórica e proteica yy Intervenção: orientação nutricional (orientação de habilidades nutricionais) – recomenda-se um padrão alimentar regular de três refeições e três lanches diá rios. Instruiu-se a mãe sobre como adicionar proteí nas e calorias adicionais a cada refeição e lanche e foi fornecida uma lista de opções livres de alergênios. Solicitou-se que os pais da paciente mantivessem um diá rio de dieta de 1 semana para levar a uma consulta nutricional de acompanhamento a fim de avaliar a ingestão alimentar com mais precisão yy Monitoramento e avaliação: con ti nuar monitorando a inges- tão alimentar, as preferências e o crescimento de Madeline a cada 2 a 4 semanas até que a velocidade de crescimento au- mente. Fornecer opções de refeições ricas em proteí nas e calo- rias adicionais. Ajudar a família a entrar em contato com gru- pos de apoio locais para crianças com alergia alimentar. DiAbetes 1. Avalie a antropometria de Emanuel e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. O IMC de Emanuel está na categoria de obesidade estágio 2. Ele perdeu 2,5% de seu peso nas últimas 2 semanas, o que é uma taxa rápida de perda, normalmente insustentável e não recomendada para o sucesso da perda ponderal a longo prazo. Necessidades calóricas: Mifflin (1938) × 1,1 – 1,2 (PAL) = 2.130 – 2.320 kcal/dia (subtraia 250 a 500 calorias para perda de peso). Proteí na: não existe consenso em relação às necessidades pro- teicas para pessoas com obesidade. Pode ser necessário 1,2 g/kg para manter a massa corporal magra para uma dieta hipocalórica (Capítulo 20) = 130 g de proteí na por dia. Também foi usado 0,8 a 1 g kg: 88 a 110 g/dia. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí- nas e líquidos é apropriada para suas necessidades? Há nutrien- tes importantes para sua idade e seu estado de saú de (diabetes, hiperlipidemia, hipertensão arterial)? O padrão alimentar parece desequilibrado pelo fato de Ema- nuel consumir apenas duas refeições e um pequeno lanche por dia. Ingestão de alto índice glicêmico, alto teor de gordura saturada e sódio. Parece baixo na maioria dos nutrientes importantes para suas condições de saú de, incluindo carboidratos complexos, fibras, 14 Respostas ômega 3, gorduras monoinsaturadas e potássio. Durante seu ciclo de vida, a dieta parece deficiente em nutrientes de suporte ósseo. As calorias estão aqué m das necessidades, conforme eviden- ciado pela perda de 2,5% de peso nas últimas 2 semanas. Provavel- mente, há deficiên cia de proteí na em decorrência da subtração de uma refeição, e a ingestão hídrica de 1,7 l parece insuficiente, já que 3,7 l são necessários por dia. 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para esses valores? A glicemia de jejum e a HbA1C estão fora da faixa para diabetes bem controlado. O colesterol total e a LDL estão elevados, assim como a pressão arterial. Todos esses são fatores de risco para com- plicações a longo prazo com diabetes e doen ças cardiovasculares. Alto índice glicêmico, dieta deficiente em fibras, alto IMC/ obesidade, pouca atividade física e alto nível de estresse contri- buem para que os exames laboratoriais permaneçam fora do limite ideal. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutri- cionais e efeitos colaterais. Metformina: diminui a absorção de B 12 e folato, pode provocar fadiga e dores muscula res. Lisinopril: assegurar uma ingestão hídrica adequada, observar os níveis sanguí neos de potássio (podem estar elevados em alguns casos). Sinvastatina: evitar suco de toranja e erva-de-são-joão. Separar os suplementos de fibra por várias horas. Pode provocar alguns efeitos colaterais digestivos como diarreia e flatulência, além de mialgias. Diminui os níveis de CoQ10. Sertralina: evitar suplementos de triptofano e erva-de-são- joão; cuidado com toranja; evitar bebidas alcoó licas. Pode causar problemas digestivos. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para Emanuel a fim de auxiliá-lo a controlar o diabetes, osníveis sanguí neos elevados de lipídios e a pressão arterial. yy Objetivos de curto prazo: 1. Orientar sobre o prato saudável do USDA, incentivar três refeições balanceadas por dia para um ótimo controle glicê- mico e aumentar o consumo de verduras e frutas. 2. Diminuir a carga glicêmica e aumentar a ingestão de fibras utilizando as preferências alimentares culturais – isso aju- dará a reduzir a glicemia e os triglicerídeos. 3. Reduzir o sódio para 1.500 a 2.400 mg de acordo com as diretrizes da AHA/ACC e aumentar o potássio ao intervalo da IDR a fim de auxiliar a reduzir a pressão arterial. 4. Reduzir a ingestão de gordura saturada para menos de 10% das calorias na dieta e substituir por gorduras monoinsatu- radas e ácidos graxos poli-insaturados (AGPI). yy Objetivos de longo prazo: 1. Incentivar o AMG diariamente e sugerir a Emanuel que o realize antes e 2 horas após suas refeições favoritas para co- nhecer a resposta glicêmica dessas refeições. 2. Apoiar a perda de 5 a 10% do peso corporal. 3. Aumentar os níveis de atividade física para pelo menos 150 minutos por semana. 4. Fornecer suporte para gatilhos emocionais e padrões habi- tuais de comer em excesso. yy Instruções de avaliação: yº Problema: valor laboratorial relacionado com a nutrição alterada – HbA1C yº Etiologia: padrão e composição de refeição desequilibrados, valor glicêmico elevado, dieta deficiente em fibras yº Sinais e sintomas: teste de glicemia em jejum de 229 mg/dl (A) e HbA1C de 9,6% (A) yy Intervenção: orientação nutricional (orientação sobre a in- fluên cia da nutrição na saú de) – orientado a respeito do MyPlate do USDA e discutida a relação de equilíbrio entre os padrões de refeição e os índices glicêmicos. Orientado quanto à qualidade e à quantidade de carboidratos e discutidas alterna- tivas ricas em fibras para alimentos típicos que o paciente es- tava disposto a experimentar. Recomendou-se ao paciente fazer três refeições balanceadas por dia com carboidratos de baixo índice glicêmico e alto teor de fibras, incluindo frutas e vegetais. Ele colaborou no planejamento das refeições e forneceu um diá rio de dieta yy Monitoramento e avaliação: auxiliar no controle das barreiras à mudança de comportamento de saú de, orientar sobre a redu- ção do sódio e o aumento do potássio, diminuindo as gorduras saturadas e aumentando as gorduras mono e poli-insaturadas, incentivar o AMG, aumentar a atividade física e apoio colabo- rativo com perda de peso. Planejar, com o médico, o encami- nhamento do paciente para aconselhamento psicológico para luto e estresse. gotA 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. Jack está acima do peso em relação à altura e, como a gota está associada ao excesso de peso, ele deve considerar a meta de retornar ao seu peso normal, que é cerca de 90,9 kg. A meta realista de perda ponderal é de 500 g a 1 kg por semana. Usando a equação de Mifflin St. Jeor vezes 1,2 para seu estilo de vida sedentário, suas necessidades energéticas são de, aproximadamente, de 2.245 calorias. As calorias podem ser reduzidas para ajudar a promover a perda ponderal. A necessidade hídrica com base em 1 ml/kcal é de 2,2 l/dia. Suas necessidades proteicas são de em torno de 0,8 g/kg ou 81 g/dia. Não há consenso quanto às necessidades proteicas para pessoas com obesidade. Pode ser necessário 1,2 g/kg para manter a massa corporal magra para uma dieta hipocalórica (ver Capítulo 20). 2. Avalie a adequação de seu registro de 24 horas. Jack está consumindo mais calorias do que gasta. Eliminar a bebida alcoó lica da dieta de Jack diminuirá suas calorias. Calorias aproximadas das bebidas alcoó licas na dieta de Jack: Cuba-libre 260 Cerveja 150 Vinho branco 215 625 calorias Ele consome alimentos com alto teor calórico no happy hour e deve ser encorajado a encontrar alternativas com menos calorias (sem frituras). 3. Comente sobre quaisquer valores laboratoriais anormais. A glicemia em jejum encontra-se ligeiramente acima do normal. Superior a 100 mg/dl está na faixa pré-diabética. A dieta, o histórico familiar e o peso de Jack o põem em risco de desenvolver diabetes melito. As recomendações para sua doen ça cardía ca e gota são as mesmas recomendações gerais de dieta para pré-diabetes. O colesterol total e o LDL-colesterol de Jack estão elevados, apesar de estar sob uso de estatina. A dieta mediterrânea recomendada para a gota também é recomendada para redução de LDL-colesterol e colesterol total. Seus níveis de triglicerídeos também estão altos. A ingestão de bebidas alcoó licas é um importante fator de risco para triglicerídeos elevados. O HDL-colesterol de Jack está abaixo do normal e elevá-lo é desejável. Demonstrou-se que os exercícios são a melhor maneira de aumentar o HDL-colesterol Aumentar o Respostas 15 consumo de peixes e tomar um suplemento de óleo de peixe também podem ser benéficos. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutricionais e efeitos colaterais. Lisinopril: assegurar uma ingestão adequada de líquidos, ob- serve os níveis sanguí neos de potássio (podem aumentar em al- guns casos). Pravastatina: evitar suco de toranja e erva-de-são-joão. Interva- lar os suplementos de fibra por várias horas. Pode provocar alguns efeitos colaterais digestivos, como diarreia e flatulência, e também mialgias. Pode diminuir os níveis de CoQ10. Alopurinol: não deve ser tomado com altas doses de vitamina C. 5. Que recomendações você faria para mudar a dieta desse paciente para melhorar a gota? E para melhorar sua dieta em geral? Liste os objetivos de curto e longo prazos. yy Reduzir a ingestão geral de carne, substituindo por proteí nas vegetais ou peixes/frutos do mar. O alto consumo de carne está associado ao aumento da incidência de gota yy O xarope de milho com alto teor de frutose e até mesmo a frutose que ocorre naturalmente devem ser minimizados; por- tanto, recomenda-se um pedaço de fruta em vez de suco de la- ranja e evitar refrigerantes que contenham frutose. O xarope de milho com alto teor de frutose é encontrado em muitos ali- mentos embalados, como os biscoitos recheados, portanto o paciente deve ler os ingredientes no rótulo da embalagem yy Um dos fatores mais importantes na redução dos sintomas da gota é o consumo de bebidas alcoó licas. Recomenda-se evitá- las o máximo possível durante uma exacerbação da gota e, a seguir, ingerir, no máximo, dois drinques (60 ml de ál cool, ou duas taças de vinho de 180 ml ou duas cervejas de 350 ml) yy A dieta de Jack é insuficiente em fibras e rica em calorias. A dieta anti-inflamatória ou mediterrânea é recomendada para sua gota e doen ça cardía ca. Ao adotar um padrão de dieta mais ba sea da em vegetais, ele provavelmente também diminuiria suas calorias e aumentaria sua ingestão de fibras e micronu- trientes. Recomendações específicas: yy No aeroporto, comprar nozes para comer durante o voo ou preparar um lanche mais saudável yy Se fast food for uma necessidade durante a viagem, procurar opções mais saudáveis. Algumas redes oferecem aveia ou io- gurte. Substituir o suco de laranja pequeno pelo grande se a fruta inteira não estiver disponível yy Escolher para o almoço saladas ou sopas; considerar alguns restaurantes étnicos, quando possível, como lámen japonês, sushi, etío pe (principalmente vegetariano), poke havaiano. Muitas cidades têm restaurantes self-service que oferecem mais flexibilidade para escolhas saudáveis. Vários restaurantes de redes de hotéi s têm opções saudáveis listadas com as respectivas calorias yy Limitar as bebidas alcoó licas e os lanches fritos yy Discutir com o marido algumas opções do menu de pratos à base de vegetais ou frutos do mar/peixes para o jantar algumas vezes por semana yy Recomendar a con ti nuação do suplemento de óleo de peixe como parte de uma dieta anti-inflamatória. Objetivos de curto prazo: 1. Diminuir as calorias e a ingestão de bebidas alcoó licas.2. Melhorar a ingestão seguindo um plano de dieta mediterrânea. 3. Encontrar maneiras de comer mais peixes. 4. Evitar alimentos que agravem os sintomas da gota, como xarope de milho com alto teor de frutose e grandes porções de carne. Objetivos de longo prazo: 1. Buscar melhores opções de dieta durante a viagem (baixa frutose, baixa proteí na animal, evitar bebidas alcoó licas, menos calorias). 2. Atingir o peso ideal de 90,9 kg. yy Instruções de avaliação: yº Problema: escolhas alimentares indesejáveis yº Etiologia: falta de orientação prévia sobre as in fluên cias dietéticas na gota yº Sinais e sintomas: a ingestão típica inclui bebida alcoó- lica em excesso, calorias, xarope de milho com alto teor de frutose e proteí na animal yy Intervenção: orientação nutricional (orientação sobre a in fluên cia da nutrição na saú de) – paciente instruí do so- bre as in fluên cias dietéticas na gota, incluindo bebidas alcoó licas, excesso de carne vermelha, açúcar e consumo de frutose. Recomenda-se um padrão de dieta mediterrâ- nea, consumindo peixes e proteí nas vegetais e minimi- zando o consumo de carne vermelha. Estratégias discuti- das para refeições feitas em restaurantes e durante viagens para minimizar a ingestão de alimentos e bebidas que podem agravar a gota yy Monitoramento e avaliação: estratégias para redução de peso corporal, recomendações para escolhas alimentares saudáveis ao viajar, apoio para superar as barreiras à mu- dança de comportamento de saú de. hepAtite 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. Necessidades calóricas: Mifflin-St. Jeor (937) × 1,2 a 1,4 para doen ça hepática = 1.125 a 1.310 kcal/dia. Necessidades proteicas: 1,2 a 1,3 g/kg = 58 a 67 g/dia. Necessidades hídricas: 30 ml/kg = 1,4 l. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí- nas e líquidos é adequada? A ingestão atual é muito baixa e inadequada em calorias, proteí nas e nutrientes em geral. Ela está recebendo líquido sufi- ciente porque são fornecidos 1.200 ml IV mais 600 ml com as refeições. 3. Há nutrientes importantes para o estado de saú de da paciente? As deficiên cias de vitaminas e minerais podem contribuir para complicações de doen ças hepáticas. A falta de calorias leva à glico- neogênese e ao catabolismo da proteí na magra. Esse processo re- sulta em aumento do nitrogênio transportado para o fígado como amônia para conversão em ureia e tem o potencial de elevar ainda mais o nível sanguí neo de amônia. A diarreia é induzida pela lactulose, que faz parte do trata- mento da encefalopatia. Isso pode resultar em esteatorreia e má absorção de nutrientes específicos, como vitaminas A, D, E e K. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutri- cionais e efeitos colaterais. Espironolactona: evite substitutos do sal que contenham K+ e altas quantidades de potássio na dieta. Monitorar os sinais de deficiên cia de zinco. Lactulose: é um acidificante do cólon que atua diminuindo a quantidade de amônia no sangue, mas, por ser um laxante, pode causar edema gastrintestinal, cólicas e perda hídrica excessiva relacionada com a diarreia. Ribavirina: o alimento intensifica a ação do fármaco. Deve ser tomada com alimentos ou imediatamente após as refeições. 16 Respostas Peginterferona: provoca náu seas e falta de apetite, podendo elevar os níveis glicêmicos. Cardo-mariano: embora comumente usado para diminuir a inflamação e a fibrose no fígado, há evidências conflitantes sobre sua efetividade. Pode ser efetivo na redução da glicemia em jejum. Sulfato ferroso: pode causar distúrbios gastrintestinais. 5. Avalie os resultados laboratoriais e como eles se relacionam com a doen ça e comente sobre quaisquer implicações nutricionais. O aumento do nível de amônia é marca registrada da encefalo- patia hepática. O metabolismo das proteí nas está implicado, mas uma dieta com baixo teor de proteí nas não é recomendada. A inges- tão inadequada pode levar a maior catabolismo do tecido magro, contribuindo para a elevação da amônia. A albumina baixa não é um indicador nutricional. Nesse caso, ela está deprimida relacio- nada com o fato de ser produzida no fígado ou relacionada com alguma inflamação ou com ambos. TGO e TGP são enzimas encon- tradas no fígado que se encontram elevadas na doen ça hepática, mas podem estar deprimidas na desnutrição. Maria parece desnutrida, então isso representa um quadro misto. Nitrogênio ureico no sangue e creatinina são testes de função renal e estão na faixa normal, indi- cando que a paciente não tem síndrome hepatorrenal. O hematócrito está baixo, mas a paciente está sendo tratada com suplemento de ferro. A absorção de ferro está provavelmente prejudicada e pode ser melhorada com a administração de vita- mina C com o suplemento de ferro. 6. Descreva os objetivos nutricionais de curto e longo prazos. yy Objetivos de curto prazo: 1. Entrevistar a paciente sobre a ingestão nutricional tão logo seu estado mental lhe permita comunicar-se. 2. Aumentar a ingestão nutricional geral. 3. Corrigir a provável deficiên cia de vitamina C e fornecer suplemento multivitamínico e multimineral. 4. Melhorar a absorção do suplemento de ferro. yy Objetivos de longo prazo: 1. Melhorar a qualidade e a quantidade da dieta da paciente. 2. Ajudar a paciente a lidar com as mudanças de sabor. 3. Desenvolver uma estratégia para a paciente e outras pessoas significativas para que seja mantida a ingestão nutricional adequada em casa e que também seja hipossódica. yy Instruções de avaliação: yº Problema: ingestão inadequada de proteí na e energia yº Etiologia: apetite diminuí do e náu seas relacionadas com doen ça hepática e efeitos colaterais de medicamentos yº Sinais e sintomas: registro de ingestão mostra consumo insuficiente; avaliação física nutricional demonstra sinais de emagrecimento, com 4,5% de perda de peso corporal yy Intervenções: yº Dieta com aumento de proteí nas e calorias: iniciar uma dieta hospitalar fortificada que forneça calorias e proteí nas adicionais em alimentos e bebidas. Fornecer limão às refei- ções para ajudar nas alterações de sabor. Discutir o possível uso de medicamentos antieméticos com o médico. Começar a contagem de calorias de 3 dias yº Terapia de suplemento multivitamínico e de vitamina C: iniciar MVI com minerais e 250 mg/dia de vitamina C r/t sinais e sintomas (s/s) de deficiên cia de vitamina C. Dar suplemento de vitamina C com sulfato ferroso para melho- rar a absorção yy Monitoramento e avaliação: yº Avaliar a ingestão após a contagem de calorias de 3 dias e o peso corporal yº Participar de uma conferência de cuidados interdisciplina- res para planejar a alta e o acompanhamento yy Quando estiver pronta para a alta: yº Orientar quanto às maneiras de manter a ingestão nutricio- nal adequada yº Verificar se Maria segue uma dieta tradicional de seu paí s, porque a comida filipina em geral contém alto teor de sódio, devendo a paciente receber instruções específicas sobre o sódio yº Fornecer orientações escritas sobre a ingestão nutricional em casa e ideias para lidar com as mudanças de paladar e as intervenções para reduzir o consumo de sódio. insuficiên ciA cArDíA cA 1. Quais são suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas? Usando-se o peso corporal de 84 kg e 25 a 30 kcal/kg para a faixa etária de George, suas necessidades energéticas são de 2.100 a 2.520 kcal; as proteicas, 1 a 1,2 g/kg ou 84 a 101 g; e as hídricas, com base em seu diagnóstico de insuficiên cia cardía ca e estado hídrico, são de 2 l/dia. 2. Avalie se a ingestão habitual de George de calorias, proteí nas e líquidos é adequada para suas necessidades. Existem nutrientes importantes a serem considerados? A ingestão habitual de George é adequada quanto às calorias, mas parece insuficiente em proteí nas. Contém baixo teor de fibras e micronutrientes devido à falta de frutas e outros vegetais. Sua ingestão é muitoelevada em sódio e essa será a prioridade na mo- dificação de sua dieta. 3. Qual é a provável razão para seu baixo teor de sódio sérico? Isso significa que ele precisa de mais sódio em sua dieta? O baixo valor de sódio sérico é dilucional. George con ti nua com algum grau de sobrecarga hídrica, portanto tem mais água no sangue do que o normal. Isso não é tratado com sódio dietético. Na verdade, pode piorar, porque a absorção de sódio no intestino faz que a água entre na corrente sanguí nea. Essa condição, quando decorrente de insuficiên cia cardía ca, é tratada com restrição de sódio e de líquidos. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutri- cionais e efeitos colaterais. Sinvastatina: evitar suco de toranja e erva-de-são-joão. Ingerir os suplementos de fibra em intervalos de várias horas. Pode causar alguns efeitos colaterais digestivos como diarreia e flatulência, além de mialgias. Diminui os níveis de CoQ10. Potássio: os suplementos às vezes podem causar problemas es- tomacais. Furosemida: pode causar xerostomia. Compressas ou lubrifi- cantes podem ser usados na boca. A furosemida provoca perda de potássio pela urina, por isso geralmente é associada à reposição de potássio. Além disso, como o fármaco atua reduzindo os líquidos na corrente sanguí nea, nitrogênio ureico sanguí neo e glicose po- dem se elevar. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para o tratamento da insuficiên cia cardía ca de George. yy Objetivos de curto prazo: 1. Orientar em relação à necessidade de con ti nuar com uma dieta com baixo teor de sódio, mas também de ingerir calo- rias e proteí nas suficientes para manter a força. Oferecer um intensificador de sabor com baixo teor de sódio, limão, molho picante etc., para ajudar na palatabilidade. 2. Auxiliar quanto à queixa de xerostomia. Sugerir balas e mais molhos nos alimentos para que não fiquem tão secos. Reco- mendar frutas frescas. Picolés podem ser úteis. Respostas 17 yy Objetivos de longo prazo: 1. Adotar, em casa, uma dieta saudável para o coração com baixo teor de sódio. A dieta DASH é a melhor para essa condição. É necessária a adoção de estratégias para aumentar o consumo de frutas e hortaliças. Se não houver outra opção além de vegetais enlatados, ele deve ser instruí do a lavá-los bem. Discutir a opção de congelar vegetais. 2. O paciente precisa encontrar, para si mesmo, alimentos fáceis de preparar que atendam aos seus objetivos dietéticos de adesão à dieta DASH, especialmente considerando-se as dificuldades de acesso aos alimentos e sua dependência de enlatados. yy Instruções de avaliação: yº Problema: ingestão inadequada de calorias e proteí nas yº Etiologia: xerostomia relacionada com a furosemida e a restrição de líquidos, insuficiên cia cardía ca levando a ano- rexia e dieta hospitalar não palatável para o paciente yº Sinais e sintomas: a ingestão atual informada é de 50 a 75% das refeições e o paciente relata falta de apetite e perda de peso de 3% em 3 dias yy Intervenção: orientação nutricional (desenvolvimento de ha- bilidades relacionadas com a nutrição) – orientado sobre a ne- cessidade de manter a ingestão adequada de calorias e proteí nas, tendo-se oferecido sugestões para auxiliar na aceitação do cardá- pio hospitalar. Orientado quanto a manter baixo consumo de sódio e restrição hídrica. Sugestões para lidar com a xerostomia foram oferecidas. A filha do paciente foi contatada para discutir sobre a dieta em casa. Foram debatidas ideias de substituições de baixo teor de sódio aceitáveis pelo paciente para alimentos que habitualmente são comprados. Uma lista de alimentos ricos em sódio a serem evitados foi fornecida à filha de George, algumas receitas simples e uma cópia da dieta DASH por e-mail yy Monitoramento e avaliação: acompanhamento com orienta- ção sobre a dieta de alta que inclui a filha do paciente. Auxiliar George quanto às barreiras para adotar uma dieta mais saudá- vel para o coração. insuficiên ciA renAl 1. Avalie a antropometria de Henry. Ele ganhou mais do que a quantidade recomendada entre as sessões de diá lise? Calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. O peso corporal de Henry diminuiu 10% no ano passado e 4% nos últimos 3 meses. Isso é considerado perda ponderal grave. Ele ganhou 5,4 kg entre as sessões de diá lise, o que é mais do que o dobro da quantidade recomendada de 2,27 kg. Calorias: 35 kcal/kg = 2.430 kcal/dia. Proteí na (g/kg): 1,2 g/kg = 83 g. Líquidos (ml/kg): 720 ml/3 xícaras + micção (1 xícara/240 ml) = 950 ml (cerca de 1.000 ml). 2. Avalie a dieta de 24 horas de Henry. Sua ingestão de calorias, proteí nas e líquidos é adequada para suas necessidades? Alguns nutrientes são importantes para sua idade e seu estado de saú de (doen ça renal terminal, diabetes melito, hipertensão arterial)? Sua dieta é deficiente em proteí nas e calorias e rica em sódio (jantar, sopa), potássio (suco de laranja, sopa de tomate, banana, purê de batatas), fósforo (leite, sorvete) e líquidos. Também são altos seus níveis glicêmicos para quem tem diabetes melito (doces, suco, chá adoçado, sorvete). Ele precisa restringir a ingestão de potássio a 2 a 3 g/dia; de sódio a 1,5 a 2 g/dia; e de fósforo a 0,8 a 1,2 g/dia. Conforme men- cionado, os líquidos devem ser limitados a 720 ml/3 xícaras + micção (1 xícara/240 ml) = 950 ml (cerca de 1.000 ml). Embora sua A1C esteja quase ideal, ele se beneficiaria com a redução dos açúcares refinados, de chá doce e suco em sua dieta. Também é importante considerar a qualidade de vida do paciente e a facili- dade de preparo dos alimentos em todas essas recomendações. 3. Avalie seus exames laboratoriais e sua pressão arterial. O que, em sua dieta, poderia contribuir para esses valores? Exames laboratoriais Valores de referência para diá lise Como os fatores dietéticos influenciam os resultados laboratoriais Nitrogênio ureico no sangue 20 mg/dl 50 a 100 mg/dl Ingestão insuficiente de proteí na Glicemia de jejum 140 mg/dl < 300 mg/dl Dentro dos limites normais para diá lise HbA1C 7,2% < 7% Um pouco alta – reduzir a carga glicêmica da dieta Albumina 3 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl Baixa – provavelmente resultante de edema e inflamação Potássio (K+) 6,4 mEq/l 3,5 a 5,5 mEq/l Alto devido à ingestão de potássio em excesso Sódio (Na+) 126 mEq/l 135 a 145 mEq/l Baixo devido ao edema, à ingestão excessiva e ao acúmu lo de líquidos Fósforo (PO4) 7,2 mg/ dl 3 a 5,5 mg/dl Alto devido ao excesso de fósforo na dieta e por não tomar seus quelantes de fosfato regularmente Hematócrito (HCT) 36% 42 a 52% Desnutrição (proteí na e ferro inadequados), porém mais provável anemia por doen ça crônica devido à doen ça renal terminal Hemoglobina (Hgb) 12,2 g/dl 14 a 18 g/dl Anemia por doen ça crônica devido a doen ça renal terminal e desnutrição (proteí na e ferro inadequados) 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutri- cionais e efeitos colaterais. Atenolol: tomar separadamente do suco de laranja, Ca, Na, K e alcaçuz natural. Pode causar N e D. Eritropoetina (EPO): necessidade de aumento do aporte de ferro (geralmente IV), B 12 , folato, pode causar N/V/D. Gliconato férrico de sódio, insulina (insulina basal Lantus®): usar o plano alimentar do diabético; ter cautela com bebidas alcoó- licas, aumentam o efeito hipoglicêmico. Paricalcitol: evitar suplementos de vitamina D e Mg, evitar o excesso de Ca. Dieta com baixo teor de fósforo é recomendada. Sertralina: evitar toranja e frutas cítricas relacionadas. Polietilenoglicol 3350: aumentar as fibras e os líquidos (a eleva- ção da ingestão hídrica não é apropriada para esse paciente). Comprimidos de carbonato de cálcio: assegurar-se de líquidos adequados (não exceder a quantidade recomendada para diá lise); tomá-los com as refeições para a quelação do fósforo. 5. Descreva os objetivos de curto e longo prazos para ajudar Henry a administrar sua saú de durante a diá lise.18 Respostas yy Objetivos de curto prazo: 1. Priorizar a redução do potássio, pois níveis elevados podem causar parada cardía ca. 2. Reduzir o sódio e os líquidos – isso também representa um risco de parada cardía ca, edema e flutuações hídricas peri- gosas devido ao excesso de líquido que precisa ser removido durante a diá lise. 3. Reduzir o fósforo – representa risco de doen ça óssea meta- bólica; incentivar o paciente a usar quelantes ou solicitar uma consulta com um nefrologista para um tipo alternativo se o paciente se recusar a tomar os comprimidos de carbo- nato de cálcio. 4. Aumentar as proteí nas e calorias para prevenir a perda pon- deral. 5. Considerar as preferências do paciente juntamente com as recomendações dietéticas essenciais. yy Objetivos de longo prazo: 1. Manter o peso corporal e a massa magra ao longo do tempo (evitar mais perda de peso). 2. Continuar a otimizar os níveis glicêmicos e a pressão arterial. 3. Fornecer recomendações para ajudar a reduzir a constipação intestinal. 4. Encaminhar para terapia ocupacional ou fisioterapia a fim de manter a força e o equilíbrio. 5. Colaborar com o paciente e seus familiares na superação das barreiras para manter a saú de e seguir uma dieta renal específica. yy Instruções de avaliação: yº Problema: ingestão excessiva de minerais (potássio e sódio) yº Etiologia: o paciente e seus cuidadores precisam de infor- mações e recursos adicionais para seguir uma dieta renal específica yº Sinais e sintomas: potássio sérico elevado e ingestão ali- mentar excessiva, edema e elevado consumo de sódio yº Outro problema: alta ingestão de líquidos yº Etiologia: pouco conhecimento sobre a necessidade hídrica em uma dieta renal yº Sinais e sintomas: ganho ponderal de 5,4 kg entre as sessões de diá lise versus limite de 2,27 kg. Um dia típico é excessivo na ingestão de líquidos yy Intervenção: fornecimento de alimentos e/ou nutrientes: dieta mineral modificada. Orientado sobre a natureza fundamental de restringir potássio e sódio na dieta para preservar a função cardía ca. Os alimentos na dieta do paciente com quantidades excessivas foram revisados e forneceram-se listas de alimentos com baixo teor de potássio e sódio. Foi elaborada de forma colaborativa uma lista de substitutos alimentares com baixo teor de potássio e sódio, que eram aceitáveis para o paciente e fáceis de preparar yy Intervenção: fornecimento de alimentos e/ou nutrientes: dieta modificada com líquidos. Paciente instruí do sobre a importân- cia fundamental de restringir a ingestão de líquidos à meta de 1.000 ml/dia para prevenir edema e insuficiên cia cardía ca. Re- visaram-se as fontes hídricas na sua dieta e elaborou-se um plano para reduzir a ingestão usando instruções visuais e volu- mes pré-medidos de líquidos. A filha do paciente concordou em ajudá-lo a medir as necessidades hídricas diá rias yy Monitoramento e avaliação: discutir e superar as barreiras para reduzir K+, Na+ e líquidos. Orientar sobre a redução de PO 4 , tomando quelantes (ou coordenar os cuidados para a re- comendação de um quelante diferente). Planejar refeições para aumentar proteí nas e calorias, reduzir a carga glicêmica dos lanches, recomendações para constipação intestinal. O paciente também pode se beneficiar de fisioterapia/terapia ocupacional para ajudar a manter a força e a massa corporal magra. DoençA De pArkinson 1. Avalie a antropometria e calcule suas necessidades calóricas, proteicas e hídricas. Usando a equação de Mifflin St. Jeor para energia e um estilo de vida sedentário, Richard precisa de cerca de 1.800 kcal. Durante sua fisioterapia, no entanto, suas necessidades energéticas aumen- tarão para cerca de 2.050 kcal, usando-se um fator de atividade moderada. Ele precisa de 0,8 a 1 g/kg de proteí na ou 55 a 70 g de proteí na e de ao menos 1 ml/kcal de líquido ou 2.050 ml/dia. Seu suplemento de fibra de psyllium deve ser tomado com pelo menos 1 xícara de líquido. 2. Avalie seu registro de 24 horas. Sua ingestão de calorias, proteí- nas e líquidos é apropriada? O padrão de dieta parece desequilibrado devido à ingestão ex- cessiva no café da manhã e insuficiente no jantar. A ingestão pro- teica de Richard pela manhã é alta, o que pode estar reduzindo a efetividade de sua medicação para Parkinson. Sua ingestão de frutas é boa, mas a de vegetais é baixa. A ingestão de calorias antes da internação era adequada, con- forme evidenciado por seu peso estável. Seu consumo de proteí nas parece alto, especialmente à luz da medicação que está tomando. Sua ingestão de líquidos é definitivamente inadequada, conforme evidenciado por sua declaração sobre a limitação hídrica, e isso pode estar contribuindo para sua constipação intestinal. 3. Há nutrientes importantes para sua idade e sua saú de? Richard tem uma doen ça associada à constipação intestinal e está tendo problemas com isso. Ele toma um suplemento de fibra, mas também deve aumentar o teor de fibras em sua dieta, concen- trando-se em pães integrais e cereais. Ele tem que ingerir no jantar alimentos simples de preparar, mas poderia adicionar feijão em lata para aumentar suas fibras. Ele poderia fazer uma salada no início do dia para comer com o jantar. Enquanto estiver no centro de reabilitação, ele pode pedir vegetais extras ou uma salada e um vegetal com as refeições. 4. Avalie quaisquer potenciais interações medicamentosas nutri- cionais e efeitos colaterais. Carbidopa-levodopa: suplementos de piridoxina de 10 a 25 mg/dia podem aumentar as necessidades de carbidopa e exacerbar os efeitos adversos da levodopa. A dieta rica em proteí nas (> 2 g/ kg) pode diminuir a efetividade da levodopa. Sertralina: evitar suplementos de triptofano e erva-de-são-joão, ter cautela com a ingestão de toranja, evitar bebidas alcoó licas. Pode causar problemas digestivos. Ranitidina: pode reduzir a absorção de B 12 e ferro. Psyllium: suplementos de fibras podem piorar a constipação intestinal quando tomados com líquidos inadequados. Vitamina C: 1.000 mg estão no limite tolerável de 2.000 mg; no entanto, substancialmente acima da ingestão recomendada de 75 mg, e altas doses podem provocar distúrbios gastrintestinais, incluindo cólicas. 5. Avalie seus exames laboratoriais. O que, em sua dieta e estilo de vida, poderia contribuir para esses valores? Richard parece ligeiramente desidratado, como evidenciado por todos os valores, estando no limite superior do normal. Seu consumo relatado de líquido corrobora que sua ingestão hídrica é deficiente. 6. Descreva os objetivos de curto e longo prazos. Respostas 19 yy Objetivos de curto prazo: 1. Aumentar a ingestão de líquidos e vegetais durante a reabi- litação e monitorar para ter certeza de que a ingestão caló- rica seja adequada. 2. Diminuir a ingestão de proteí nas no início do dia para ma- ximizar a efetividade da carbidopa-levodopa durante o dia ao fazer a fisioterapia. Mais proteí na pode ser consumida no jantar e no lanche tardio. 3. Diminuir a dose do suplemento de vitamina C ou mudar para um multivitamínico. 4. Recomendar medir o nível de B 12 devido à terapia com ra- nitidina. O hematócrito normal sugere que o nível de ferro está bom; no entanto, um nível de ferritina confirmaria isso. yy Objetivos de longo prazo: 1. Incentivar o paciente a encontrar maneiras de melhorar a qualidade de sua refeição no jantar, incluindo o aumento da ingestão de fibras e vegetais. Possivelmente, a família de Ri- chard pudesse auxiliar no preparo de refeições saudáveis para congelar. 2. Monitorar junto com o paciente a ingestão de líquidos e certificar-se de que a meta seja alcançada. 3. Desenvolver um plano alimentar doméstico que altere a ingestão de proteí nas do início do dia para mais tarde. 4. Colaborar com o terapeuta ocupacional em estratégias para ajudar Richard quanto ao seu medo de usar o banheiro, o que está interferindo em sua ingestão de líquidos. yy Instruções de avaliação:
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