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Página 1 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Patologia Geral Estudo das causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem e as alterações moleculares, morfológicas e funcionais que apresentam. Junto da patologia, a propedêutica estuda os sinais e sintomas das doenças e assim chegar ao diagnóstico, prognóstico, terapêutica e prevenção. A Patologia cuida dos aspectos de: • Etiologia (estudo das causas exógenas e endógenas); • Patogênese (estudo dos mecanismos de ação dos agentes agressores); • Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que recebem o nome de lesões); • Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais de órgãos e sistemas afetados). AGRESSÕES Provocada por diversos agentes etiológicos (agressores) que causam danos as células podendo ser endógenos ou exógenos, por exemplo infecções, toxinas, traumas entre outros. Podendo ser agentes físicos, químicos e biológicos. Uma célula normal em homeostasia recebe um estímulo prejudicial de agentes agressores, causando uma lesão, essa podendo ser reversível dependendo do indivíduo (imunidade, idade, nutrição) e do AA (grau do agressor, intensidade e tempo na célula) e se ele for rapidamente retirado a célula consegue se reestabelecer. Caso esse AA não seja expulso da célula a lesão reversível pode se tornar irreversível, a célula não consegue se reestabelecer e voltar ao seu estado normal. Após a lesão ter se tornado irreversível deve-se selecionar o tipo de morte que ocorrerá nas células: necrose ou apoptose, o que depende do AA, sendo que na necrose ocorre aumento da célula e lise da membrana celular a apoptose a célula se condensa e não ocorre inflamação. Pigmentos endógenos. Ex: Melanina e Bilirrubina. Pigmentos exógenos. Ex: Tatuagem e Carbono. ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE São alterações reversíveis em: • Número; • Tamanho; • Fenótipo; • Atividade metabólica ou funções. Resposta a alterações no seu ambiente. As adaptações são respostas reversíveis, pois quando o estímulo é eliminado a célula consegue voltar a sua normalidade. Se o estímulo nocivo ir além da capacidade adaptativa, ocorre lesão celular. HIPERTROFIA Aumento no tamanho das células musculares, resultando em aumento no tamanho do órgão. Pode ser fisiológica ou patológica. Causada pelo aumento da demanda funcional ou por fatores de crescimento ou estimulação hormonal. Ocorre em células com capacidade limitada de se dividir. Exemplos de hipertrofia patológica: • Excesso de estrogênio; • Isquemia. Hipertrofia cardíaca: No músculo cardíaco costuma ocorrer no ventrículo esquerdo. Atinge-se um limite no qual a dilatação da massa muscular não pode mais compensar o aumento da carga. Quando acontece no coração, ocorrem diversas alterações degenerativas nas fibras miocárdicas, como a fragmentação e a perda de elementos contráteis miofibrilares. HIPERPLASIA Aumento no número de células. Resposta adaptativa de células capazes de replicação. Hiperplasia fisiológica: • Hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez. • Compensatória: tecido residual cresce após remoção ou perda de parte do órgão (ex. fígado, medula óssea em caso de hemorragia aguda). Hiperplasia patológica: estimulação excessiva hormonal ou por fatores de crescimento. • Hiperplasia endometrial. Ocorre pelo aumento do número de glândulas do endométrio, estimulada pela ação prolongada do hormônio estrógeno sem oposição da progesterona. Página 2 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Estimulação a partir de fatores de crescimento, associada a certas infecções virais, por exemplo, os papilomavírus causam verrugas cutâneas e mucosas, lesões compostas de massas de epitélio hiperplásico. Hiperplasia patológica é diferente de câncer, porque não ocorre por mutações. ATROFIA Diminuição no tamanho das células por perda de substância celular. Resulta da combinação da diminuição da síntese proteica e a maior degradação de proteínas. A degradação ocorre principalmente pela via ubiquitina- proteossoma. Atrofia fisiológica: • Parte normal do desenvolvimento: notocorda e ducto tireoglosso (desenvolvimento fetal); • Útero gravídico após gravidez; • Ovários mamas e mucosa vaginal após menopausa. • Envelhecimento. Atrofia patológica: Multifatorial, local ou generalizada. • Redução da carga de trabalho (atrofia por desuso); • Perda da inervação (atrofia por denervação- lesão neuronal periférica ou hemiplegia); • Diminuição do suprimento sanguíneo; (arteriosclerose- envelhecimento); • Nutrição inadequada; (desnutrição, marasmo- caquexia; • Perda da estimulação endócrina; (câncer de próstata); • Compressão: (tumor comprimem vasos que levam a um edema e a uma atrofia muscular). Em muitas situações a atrofia é acompanhada da autofagia, que resulta em um número mais elevado de vacúolos autofágicos. A atrofia e o envelhecimento podem depositar pigmentos do desgaste (lipofuscina) conhecida como atrofia parda nos tecidos do coração, fígado e cérebro. METAPLASIA Alteração na qual um tipo de célula adulta é substituído por outro tipo de célula adulta com capacidade de suportar o ambiente adverso. Ocorre dentro de um mesmo mesentério. • Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado em epitélio queratinizado (é rico em células mucosas), como ocorre no epitélio da boca ou do esôfago por irritação prolongada (ex. alimentos quentes). Tem grande importância devido a sua relação com o desenvolvimento de adenocarcinoma de esôfago. Esôfago de Barret. • Epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não. Metaplasia escamosa brônquica por agressão persistente, cujo protótipo é o tabagismo. Colunar para escamoso; • Epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso, como ocorre no epitélio endocervical (mucíparo), que se transforma em epitélio escamoso do tipo ectocervical; • Epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica; • Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; • Tecido cartilaginoso em tecido ósseo. • Tecido escamoso estratificado em tecido colunar gástrico, na porção terminal do esôfago. • Miosite ossificante (formação de osso no músculo) é uma condição benigna, sendo considerada uma metaplasia do tecido mesenquimal. Ocasionalmente ocorre após fratura de um osso. A metaplasia pode resultar em redução das funções ou propensão aumentada para a transformação maligna. LESÃO CELULAR Os sítios mais importantes de membrana, durante a lesão celular são: as membranas mitocondriais, plasmática e lisossômica. Lesão reversível: • Tumefação celular (entrada de água) edema celular. É a primeira manifestação de quase todas as formas de lesão celular. • Alteração gordurosa (depósito em alguns órgãos); • Citoplasma mais eosinófilo (água interfere, fica mais desbotado); Página 3 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Bolhas na membrana plasmática ou distorções das microvilosidades; • Tumefação das mitocôndrias (a membrana dessa organela também foi alterada, fica maior); • Dilatação do RE (igual a tumefação); • Condensação da cromatina; Com a retirada do agente agressor a célula volta se estabilizar e retorna ao normal, a concentração iônica voltaao normal. Nossas células quando em hipóxia, por exemplo, ‘economizam’ energias. Além disso, temos as células nobre no nosso corpo, em hipóxia, o volume sanguíneo periférico sofre vasoconstrição e o sangue vai ao coração para ser mandado ao cérebro. Lesão irreversível: 1. Incapacidade de restaurar a função, principalmente, mitocondrial; 2. Perda de estrutura e função da membrana plasmática e intercelulares; 3. Perda de DNA e da integridade estrutural da cromatina. Como a célula não se recupera ocorre morte celular: necrose ou apoptose. CAUSA DAS LESÕES Radicais livres: • Peroxidação de lipídios- lesão de membranas celulares. • Peroxidação de proteínas- dobramento anormal no enovelamento das proteínas. • Interação com DNA- mutações. Vírus: ciclo lítico ou lisogênico. Morte programada pelo sistema imune. Ingestão excessiva de álcool: interfere nas tubulinas do citoesqueleto. Poluentes: normalmente associados ao trabalho da pessoa (ex. mina de carvão), as micropartículas entram no pulmão, irritam e lesionam o epitélio respiratório. Pneumocolises. ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA • Período de incubação: sem manifestações. • Período prodrômico: sinais e sintomas inespecíficos. • Período de estado: sinais e sintomas típicos. A evolução da doença pode ocasionar cronificação (agravamento) e complicações. A cura pode ou não ser acompanhada por sequelas. AÇÕES DO CALOR SOBRE A PELE: • Causa desnaturação das proteínas, resultando em necrose. • Ocorre ativação dos mastócitos que degranulam e liberam histamina, culminando em processo inflamatório por edema, que é consequência da vasodilatação. • A inflamação causa uma lesão endotelial indireta, pois células saudáveis são danificadas por leucócitos. • Consequências: trombose, isquemia e degradação (necrose). SITUAÇÕES REVERSÍVEIS Degeneração hidrotópica, ou edema celular. Tumefação, órgão aumentado, “+ pálido”. Degeneração hialina: acúmulo de proteínas podendo ser dentro ou fora das células. Células com coloração mais escura por causa desse acúmulo. Ex: infecção do Trypanosoma cruzi. Célula com sarcoplasma homogêneo e muito acidófilo (a) e outras fragmentadas (b). Esteatose ou degeneração gordurosa: acúmulo de gordura. Comumente pode ocorrer no coração, músculo, rins e fígado. Página 4 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Cirrose hepática= irreversível. Acúmulo de colesterol nas lipidoses. Aterosclerose (enrijecimento): excesso de gordura nas paredes vasculares. Núcleo de ateroma com numerosas células espumosas (setas), envolto por cápsula fibrosa (F); (*) indica área de matriz amorfa no núcleo a placa. MORTE CELULAR • Apoptose fisiológica ou patológica; • Necrose patológica. Os distúrbios metabólicos celulares podem aparecer através de acúmulos intracelulares (reversíveis até certo ponto). NECROSE Hipóxia, isquemia: reduzem ATP; Múltiplos estímulos nocivos (ROS): danos aos lipídios, proteínas e ácidos nucleicos; suprimento nutrientes e ações de toxinas. Célula aumentada e núcleo fragmentado. Se rompe. As células necróticas podem persistir por algum tempo ou serem digeridas por enzimas e desaparecer. Principal fator para se caracterizar um quadro de lesão irreversível por necrose é a liberação das hidrolases ácidos dos lisossomos, pois quando essas saem para o citosol, inicia-se a autólise. Consequências da necrose no núcleo: • Picnose: retração nuclear e aumento da basofilia; o DNA se condensa em uma massa retraída escura. • Cariorrexe: segmentação do núcleo picnótico. • Cariólise: desaparecimento da basofilia por causa da digestão do DNA pela atividade da desoxirribonuclease (DNAse). Necrose coagulativa: mantém a formula da célula, apesar das alterações. Desnaturação de proteínas e enzimas. Ex. Infarto do miocárdio- células acidófilas coaguladas; falta de O2. Gangrena seca. Necrose Gangrenosa: necrose coagulativa de extremidades. Não é um padrão especifico de necrose, mas ainda utilizada na clínica. • Gangrena seca (tem só isquemia, pé preto, “múmia”) gasosa (infecção pela família da bactéria anaeróbica Clostridium, crepitação ao apertar, saída de gás). • Gangrena úmida- quando há infecção bacteriana concomitante, a necrose de coagulação é modificada pela ação de liquefação das bactérias e dos leucócitos que são atraídos para a região. Liquefativa. Necrose Liquefativa: material purulento. Ex. Infecções bacterianas, e ocasionalmente fúngicas. Morte de células do sistema nervoso central por hipóxia geralmente leva a esse tipo de necrose. Sem formação de pus. A liberação de hidrolase a partir de leucócitos polimorfonucleares pode provocar a formação de abscesso. Transforma o tecido em uma massa viscosa. Página 5 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Necrose caseosa: inflamação crônica. Ex. Bacilo da tuberculose. Arquitetura tecidual completamente destruída. Aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como granuloma. Necrose gordurosa ou estestonecrose: resultado da liberação de lipases pancreáticas ativadas no parênquima pancreático e na cavidade peritoneal. Ex. Pancreatite. A lesão traumática pode provocar o surgimento de área irregular, branco-calcárea. Bolhas- sabonificação da gordura. Necrose fibridenóide: reações imunes que envolvem vasos sanguíneos. Ex. Doenças autoimunes. LESÃO ISQUEMICA E HIPÓXICA 1. Redução da síntese de ATP (respiração celular); 2. Redução da atividade da bomba de Na+ K+: gerando um acúmulo de Na+ e perda de K+ na célula; 3. Entrada de água por osmose: edema celular; 4. Redução da atividade da bomba de Ca+2: influxo de Ca+2, desestruturação do citoesqueleto. Se o cálcio começar a ativar proteases e fosfolipases a membrana citoplasmática enfraquece e rompe. Necessidade de O2: inicia a respiração anaeróbica o que resulta em um aumento da glicólise anaeróbica 1. Acúmulo de ácido lático; 2. Diminuição do pH intracelular; 3. Diminuição da atividade de muitas enzimas celulares. Diminuição prolongada de ATP: • Ruptura estrutural dos mecanismos de síntese de proteínas; • Descolamento dos ribossomos do REG; • Polissomos em monossomos; • Citoesqueleto se dispersa, perdendo características ultraestruturas como as microvilosidades. Se a isquemia persistir, a lesão se torna irreversível. LESÃO SECUNDÁRIA À ISQUEMIA-REPERFUSÃO Processo clinicamente importante em condições como infarto agudo do miocárdio e infarto cerebral, sendo suscetível a intervenções terapêuticas. Novos processos lesivos são iniciados durante a reperfusão, causando morte de células que poderiam ter se recuperado. Mecanismos: • Processo de reoxigenação devido ao aumento de radicais livres de oxigênio nas células parenquemosas, endoteliais e nos linfócitos que infiltram a lesão. • Espécie reativas de oxigênio que podem aumentar ainda mais o poro de transição de permeabilidade mitocondrial, impedindo a energização mitocondrial e a recuperação do ATP celular. • Lesão isquêmica associada a inflamação devido a produção de citocinas e ao aumento da expressão das moléculas de adesão por células parenquimais e endoteliais hipóxicas. • Via do complemento, envolvido na defesa do hospedeiro e importante mecanismo de lesão imunológica. Página 6 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV EXTRESSE OXIDATIVO Lesão celular mediada por Radicais livres incluem:lesões químicas, radiação, hipóxia, envelhecimento celular, lesão causada por células inflamatórias e isquemia-reperfusão. Algo prejudicial como radiação pode desencadear problemas, mas a mitocôndria fornece algumas enzimas como mecanismo antioxidante (formação de H2O2), caso esse mecanismo não funcione (SOD, glutationas, proxidases e catalases), há formação de ROS (espécie reativa de oxigênio). As ROS são produzidas normalmente em pequenas quantidades em todas as células durante as reações de redução-oxidação (redox) que ocorrem durante a respiração e a produção de energia mitocondrial. São produzidas, principalmente, em neutrófilos e macrófagos, como uma arma para destruir microrganismos ingeridos e outras substâncias durante a inflamação e a defesa do hospedeiro. Podem causar peroxidação lipídica e causar danos a membrana celular, pode ocasionar modificações em proteínas como quebra ou mau dobramento e causar danos ao DNA como algumas mutações. Em alguns casos a produção de ROS é muito intensa e mesmo com as enzimas funcionando corretamente elas não dão conta e a célula pode ter problemas. APOPTOSE Ocorre normalmente em várias situações e serve para eliminar células indesejáveis ou parcialmente danosas e células que já não sejam mais úteis. Pode ser desencadeada por estímulos exógenos ou endógenos. Se divide em eventos fisiológicos, de adaptação e patológicos. Mutação, estresse celular, infecções, radiação e danos ao DNA. Causa pouca ou nenhuma resposta inflamatória. Célula se condensa. Evento fisiológico= evento normal que elimina células que já não são mais necessárias, e para manter o número estável de várias populações celulares nos tecidos. Todas as células lábeis do nosso corpo fazem apoptose fisiológica. A função é perdida antes da morte. Evento patológico= quando células são danificadas e não podem mais ser recuperadas, especialmente quando a lesão afeta o seu DNA. • Morte celular produzida por vários estímulos nocivos. Ex: lesão do DNA por irradiação e drogas citotóxicas anticancerosas; • Lesão celular em certas doenças viróticas. Ex: hepatite viral, na qual a perda das células infectadas ocorre principalmente por apoptose; • Atrofia patológica dos órgãos parenquimatosas após obstrução ductal. Ex: como no pâncreas, na parótida e nos rins; • A morte celular nos tumores, frequentemente durante a regressão, mas que também ocorre em tumores em crescimento; • Em casos de morte celular principalmente por necrose também pode ocorrer apoptose. Ex: estímulos nocivos que causam aumento da permeabilidade mitocondrial desencadeiam a apoptose. Ocorre uma dissolução nuclear e fragmentação da célula sem perda completa da integridade da membrana. CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS DA APOPTOSE • Degradação de proteínas; • Decomposição do DNA; • Reconhecimento fagocitário. MECANISMO DA APOPTOSE Induzido por uma cascata de eventos moleculares que podem ser iniciados de modos distintos, culminando na ativação das caspases. O processo pode ser dividido em uma fase de ativação, na qual as caspases se tornam cataliticamente ativas, e uma fase de execução, na qual essas enzimas atuam provocando a morte celular. O início da apoptose ocorre principalmente através dos sinais de duas vias distintas, porém convergentes: Via mitocondrial (intrínseca): ativação através das mitocôndrias. • Privação de fator de crescimento. • Danos ao DNA (radiação, tóxicos, radicais livres). • Proteínas mal dobradas (estresse do RE). Resulta do aumento da permeabilidade mitocondrial e da liberação de moléculas pró-apoptóticas no citoplasma, sem a participação dos receptores de morte. Nesse momento há ativação da família BCL2, essa é a responsável pela sinalização da apoptose ocorrer ou não (regulação). Quando o BAX e o BAK forem ativados o processo da apoptose ocorre. Esses BAX e Página 7 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV BAK vão até a membrana da mitocôndria e abrem poros, ativando a saída do citocromo C de dentro da mitocôndria, esse citocromo C ativa a via das caspases, processo em cascata que formam as pequenas vesículas. A fosfatidilserina inverte sua posição na membrana plasmática e sinaliza para que o fagócito faça a fagocitose. Via do receptor de morte (extrínseca): iniciada pela ativação de receptores de morte celular em várias células. Interações receptor-ligante. • Proteína Fas. • Receptor do TNF. Relacionada mais ao sistema imune, ligação FAS ligante e receptores do fator de necrose tumoral. Quando houver ligação desse fator, por exemplo, há ativação da via das caspases, processo em cascata, clivando e ativando outras pré-caspases, e as enzimas ativas são mediadoras da fase efetora da apoptose; ativada por moléculas pré-caspase-8 que clivam umas as outras pra formar a forma ativa da capase-8. Fragmentação e formação de vesículas e mecanismo de apoptose. Alguns reguladores positivos (efetuadores) desse processo são o BAK e o BAX (poros na mitocôndria e liberação do citocromo C), porém há efetuadores negativos (reguladores) como BCL e XL, param a apoptose. Essa via pode ser inibida por uma proteína chamada FLIP, que se liga à pré-caspase-8, mas não consegue clivar e ativar a enzima, pois não possui atividade enzimática. Alguns vírus e células normais produzem FLIP e usam esse inibidor para proteger células normais e infectadas da apoptose mediada pela Fas. ACÚMULOS INTRACELULARES As células podem acumular quantidades de várias substâncias. Podem ser inofensivas ou causar graus de lesão. Ex.: alteração gordurosa (esteatose); colesterol e ésteres de colesterol (fagócitos); proteínas como albumina, imunoglobulinas, emanharados e neurofibrilares; glicogênio (diabetes); pigmentos como lipofuscina e melanina; hemossiderina. CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA O cálcio é frequentemente depositado em sítios de morte celular, resultando em calcificação patológica. A calcificação distrófica é resultante de uma lesão irreversível. A calcificação metastática é resultante de uma alteração no metabolismo do cálcio que pode afetar múltiplos locais. Há a deposição anormal de sais de cálcio, juntamente com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros sais minerais nos tecidos. Ampla gama de doenças. Classificação distrófica: deposição local. Níveis de cálcio normal e ausência de alterações no seu metabolismo, mas se deposita em tecidos lesionados ou mortos. Embora seja um sinal indicador de lesão celular prévia, é com frequência a causa de disfunção do órgão. O cálcio sérico é comum na calcificação distrófica. Classificação metastática: está associada/ é secundária a hipercalcemia, caudada por: 1. Aumento da secreção de paratormônio (PTH), com subsequente reabsorção óssea, como no hiperparatireoidismo devido a tumores das paratireoides, e secreção ectópica de proteína relacionada ao PTH por tumores malignos; 2. Destruição do osso, que ocorre nos tumores primários da medula óssea ou metástases ósseas difusas, remodelamento ósseo acelerado (ex. doença de Paget) ou imobilização; 3. Distúrbios relacionados com a vitamina D, incluindo intoxicação por vitamina D, sarcoidose (na qual macrófagos ativam um precursor da vitamina D) e hipercalcemia idiopática da lactância (síndrome de Williams), caracterizada por sensibilidade anormal à vitamina D; 4. Insuficiência renal, que causa retenção de fosfato, provocando hiperparatireoidismo secundário, e outras causas menos comuns como na intoxicação por alumínio, e na síndrome leite-álcali. Pode ocorrer em todo o corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicase veias pulmonares. Perda da homeostase do cálcio: são importantes íons mediadores da lesão celular; Homeostase do cálcio protege as células de estímulos nocivos. A maioria do cálcio intracelular permanece armazenada no RE liso e nas mitocôndrias; com a quebra da homeostase, o cálcio extracelular entra na célula e também “puxa" o cálcio das organelas (cálcio citosólico). ENVELHECIMENTO CELULAR Página 8 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV É o resultado do declínio progressivo do tempo de vida e da capacidade funcional das células. Os mecanismos que neutralizam o envelhecimento da célula é o reparo do DNA e o aumento da homeostase das proteínas. A1/2 INFLAMAÇÃO Inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados às infecções e aos danos teciduais que recruta células e moléculas do sistema de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessários. Mecanismo de defesa que visa cessar a causa inicial da lesão celular e as consequências de tal lesão, estimulando as vias de regeneração e reparo. Reação a vários agentes nocivos: infecções (microrganismos), reações imunes, corpos estranhos e necrose tecidual. “Inflamação é boa se não for intensa de mais, porque destrói o tecido”. (mais ideal ser rápida). Depende do qual tipo de resposta inflamatória vai ter. A principal característica do processo inflamatório é a reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares. Etapas sequenciais: 1. Agente agressor é reconhecido pelas células e moléculas do hospedeiro. 2. Leucócitos e proteínas plasmáticas são recrutados para o local. 3. Leucócitos e proteínas são ativados e trabalham em conjunto para destruir/eliminar o agente lesivo. 4. A reação é controlada e encerrada. 5. O tecido danificado é reparado. Inflamação aguda- controlada e encerrada tendo o tecido reparado. Necrose e microrganismo ativando resposta inflamatória. Agentes agressores. Liberação de substâncias das células, sinalizando. Fagocitose e reconhecimento dos microrganismos liberando mediadores químicos que atuam para recrutar células e sinalizam (mostram o caminho). No local correto os macrófagos e fagócitos realizam a fagocitose, ocorre a liberação de mais mediadores se necessário. Pós fagocitose- sinalização para parar o processo, cessando a liberação dos mediadores. Ocorre o reparo e dependendo do dano há cicatrização ou generalização. Edema devido a vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular. TIPOS DE INFLAMAÇÃO Página 9 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Manifestações externas da inflamação: • Vasodilatação; • Vermelhidão; • Edema, devido aumento da permeabilidade; • Dor, ativação da parte nervosa; • Perda de função. RECONHECIMENTO DE MICRORGANISMOS E CÉLULAS LESADAS Receptores celulares para microrganismos- Família Toll-like (TLRs): receptores mais específicos, localizados na membrana plasmática e endossomos. Reconhecem padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs). Sensores de lesão celulares: receptores citosólicos que reconhecem moléculas liberadas ou alteradas como consequência do dano celular. Reconhecem padrões moleculares associados aos danos (DAMPs), como ácido úrico, ATP (dano mitocondrial), redução intracelular de K+, DNA no citoplasma. Esses receptores ativam complexo citosólico, o inflamassomo, que induz a produção da citocina IL-1, a qual recruta leucócitos e, portanto, induz inflamação. produção de citocinas. Outros receptores celulares envolvido na inflamação: muitos leucócitos expressam receptores para o reconhecimento de microrganismos que sofreram opsonização. Proteínas circulantes: sistema complemento, lectina ligante de manose e colectinas são proteínas que se ligam e combatem microrganismos. INFLAMAÇÃO AGUDA Resposta rápida a um agente nocivo encarregada de levar mediadores de defesa do hospedeiro (leucócitos e proteínas plasmáticas) ao local da lesão. Componentes principais: 1. Dilatação de vasos pequenos, o que desencadeia aumento no fluxo sanguíneo; 2. Aumento da permeabilidade da microvasculatura, permitindo que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação; 3. Emigração dos leucócitos da microcirculação, que se acumulam no foco da lesão e são ativados a fim de eliminar o agente agressor. Para que as células cheguem no local necessário. Extravasamento de fluido, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para o tecido intersticial ou as cavidades corporais. Edema: excesso de fluido no interstício ou nas cavidades serosas. • Exsudato= fluido inflamatório extravascular que possui alta concentração de proteínas, fragmentos celulares. Ex: pus (rico em leucócitos). • Transudato= fluido com pequeno teor proteico. ALTERAÇÃO NO FLUXO E NO CALIBRE VASCULAR Iniciam-se rapidamente após a lesão e consistem em: Vasodilatação induzida pela ação de vários mediadores (principalmente histamina). É uma das primeiras manifestações da inflamação aguda e pode ser precedida por vasoconstrição transitória. Envolve primeiro as arteríolas e, em seguida, leva à abertura de novos leitos capilares na área. O resultado é o aumento do fluxo sanguíneo, que é a causa do calor e da vermelhidão (eritema) no local da inflamação. A vasodilatação é seguida rapidamente pelo aumento da permeabilidade da microvasculatura, com extravasamento de fluido rico em proteínas, exsudato nos tecidos extravasculares. AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR Leva a um exsudato causando: perda de proteína do plasma. • Redução da pressão osmótica intravascular. • Aumento da pressão osmótica no fluido intersticial. • Aumento da pressão hidrostática, devido maior fluxo decorrente da vasodilatação. Com isso ocorre o extravasamento acentuado de fluido e acúmulo deste no tecido intersticial. A perda de líquido resulta em uma concentração de hemácias nos vasos de menor calibre e aumento da viscosidade sanguínea, o que se reflete pela presença de pequenos vasos dilatados repletos de hemácias e um fluxo sanguíneo mais lento, condição conhecida como estase. À medida que a estase se desenvolve, leucócitos sanguíneos, principalmente neutrófilos, acumulam-se Página 10 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV ao longo do endotélio vascular. Ao mesmo tempo, as células endoteliais são ativadas por mediadores produzidos nos locais de infecção e de dano tecidual, e expressam níveis aumentados de moléculas de adesão. Os leucócitos então aderem ao endotélio e logo em seguida migram através da parede vascular para o tecido intersticial. MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR • A retração das células endoteliais (induzida por histamina, bradicinina, leucotrienos e outros mediadores) ocorre em 15 a 30 minutos após exposição. • Lesão endotelial, resultado de necrose e destacamento de células endoteliais (ex: queimaduras; toxinas microbianas). • Transcitose (aumento do transporte de líquidos e proteínas) através da célula endotelial. RESPOSTA DE VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS O sistema linfático filtra e controla os fluidos extravasculares. Na inflamação, o fluxo linfático é aumentado e ajuda a drenar o fluido do edema que se acumula. Os vasos linfáticos como os sanguíneos proliferam durante as reações inflamatórias para lidar com o aumento de carga. Devido a diminuição da pressão coloidosmóticacapilar, o retorno dos líquidos do interstício não ocorre e esses líquidos são então captados pelos vasos linfáticos. Por isso, quando há inflamação dos linfonodos ou vasos linfáticos podem estar associadas a uma inflamação bacteriana. RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA OS LOCAIS DE INFLAMAÇÃO Os leucócitos são recrutados para locais de inflamação e desempenham a função-chave de eliminar os agentes ofensivos. • Neutrófilos: são produzidos na medula óssea e rapidamente recrutados para locais de inflamação. Respostas rápidas e transitórias (nas primeiras 6 a 24hrs). • Macrófagos: montam respostas mais lentas, mas mais prolongadas, que frequentemente dependem de uma nova transcrição gênica (dentro de 24 a 48h). Quando fortemente ativados os leucócitos podem induzir danos teciduais e prolongar a inflamação, porque os produtos leucocitários também podem produzir “danos colaterais” aos tecidos normais. Quando há ativação inflamatória sistêmica, como pode ocorrer em uma invasão da corrente sanguínea por bactérias, a resposta inflamatória sistêmica resultante pode até ser letal. 1. Marginação= leucócitos na periferia do fluxo; 2. Leucócitos se prendem frouxamente as moléculas de adesão. Ação das selectinas; 3. Rolamento= Os leucócitos ligam-se e destacam-se e, assim, começam a rolar na superfície endotelial; 4. Adesão firme dos leucócitos ao endotélio, pela ação das Integrinas. Após serem ativados pelas quimiocinas; 5. Transmigração= os leucócitos migram através da parede do vaso, espremendo-se entre as junções intercelulares das células 6. Migração dos tecidos intersticiais em direção ao estímulo quimiotático. Na inflamação o endotélio precisa ser ativado para permitir que ele se ligue aos leucócitos, o passo inicial para que depois eles saiam dos vasos sanguíneos. O processo de recrutamento de células se inicia pelos macrófagos presentes nos tecidos que liberam quimiocinas, responsáveis pela vasodilatação além de fator de necrose tumoral (TNF), interleucina-1 (IL-1). Em nossos leucócitos, há secreção Selectina, que próximo ao local de infecção faz uma espécie de ligação e aproxima os leucócitos da parede do endotélio dos vasos, após isso, os leucócitos liberam integrinas que aumentam a afinidade com o endotélio, há mudança em seu citoesqueleto, mais quimiocinas são produzidas. Integrina de alta afinidade, adesão estável. LIGAÇÃO LEUCOCITÁRIA Após os leucócitos (particularmente neutrófilos e monócitos) serem recrutados para o local de infecção ou de lesão tecidual, eles devem ser ativados para executar suas funções. Página 11 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Diversas classes de receptores na superfície celular dos leucócitos reconhecem estímulos diferentes. Os receptores iniciam respostas intermediárias das funções dos leucócitos. Proteínas multipassagens fazem uma cascata de reconhecimento. Receptor tipo Toll reconhece de forma específica. Interferon bloqueia a forma viral, mas não bacteriana. Ocorre no interstício. Três momentos: • Identificação de microrganismos mediadores; • Resposta celular; • Efeitos Funcionais: após a produção de mediadores, Espécies Reativas de Oxigênio são produzidas para digerir os AA, com isso temos a morte. Dessa forma, ROS são produzidas dentro do lisossomo e do fagolisossomo, onde podem agir nas partículas ingeridas sem danificar a célula hospedeira. FAGOCITOSE Etapas desencadeadas pela ativação dos fagócitos por microrganismos, detritos necróticos e vários mediadores: 1. Reconhecimento e fixação da partícula a ser ingerida pelo leucócito; 2. Engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo fagocítico; 3. Morte ou degradação do material ingerido. Armadilhas extracelular de neutrófilos (NETs): rede fibrilares extracelulares (de cromatina nuclear) que fornecem alta concentração de substâncias (peptídeos e enzimas) antimicrobianas em locais de inflamação, evitando que os microrganismos se espalhem ao prendê-los nas fibrilas. O neutrófilo degrada seu próprio núcleo e liberam histonas funcionando como uma espécie de armadilha. O neutrófilo acaba morrendo no processo. CONSEQUÊNCIAS DA INFLAMAÇÃO Consequência fisiológica da inflamação: mecanismos que funcionam para eliminar microrganismos e células mortas. Consequência Patológica da inflamação: capazes de lesar tecidos normais. Os mediadores anti-inflamatórios terminam a inflamação quando ela não é mais necessária. RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Pode ocorrer por três caminhos: 1. Resolução completa: ocorre normalmente quando a lesão é limitada. Tecido volta a sua forma normal; 2. Fibrose, cicatrização pela substituição do tecido conjuntivo, reparo do dano, e ação dos fibroblastos. Perda de função da área afetada. 3. Progressão da resposta para inflamação crônica: ocorre quando a resposta inflamatória aguda não pode ser resolvida, como resultado da persistência do agente prejudicial ou de alguma interferência no processo normal de cicatrização. Ex: angiogênese; infiltrado de células mononucleares; fibrose (cicatriz). Maior destruição tecidual. MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO São substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias. Podem ser produzidos pelas células no local da inflamação, ou podem circular no plasma como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. A maioria dos mediadores apresenta tempo de vida curto. Um mediador pode estimular a liberação de outro mediador. Página 12 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV Células que produzem mediadores de inflamação aguda: • Macrófagos teciduais. • Células dendríticas. • Mastócitos. • Plaquetas, leucócitos e células do epitélio também podem ser induzidos. MEDIADORES ATIVOS Produzidos somente em resposta a várias moléculas que estimulam a inflamação, incluindo: • Produtos microbianos; • Células necróticas. Tais estímulos incitam receptores e vias de sinalização. Aminas vasoativas: Histamina Fontes: • Mastócitos (normalmente presentes nos tec. Conjuntivo e próximos aos vasos sanguíneos) fonte principal; • Basófilos; • Plaquetas. Funções: • Vasodilatação; • Aumento da permeabilidade vascular. Sendo o principal mediador da fase transitória imediata desse aumento; • Ativação endotelial. Serotonina: Fontes: • Plaquetas; • Certas células neuroendócrinas. Funções: • Neurotransmissor no trato digestivo; • Vasoconstritor (ação na inflamação ainda não está clara). METABÓLITOS DO ÁCIDO ARACDÔNICO Prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas. São sintetizados a partir dos fosfolipídios da membrana celular. Pode sofrer três processos principais por meio da ação de três enzimas: Ciclo-oxigenase, S-Lipoxigenase e 12- Lipoxigenase. Leucotrienos Fonte: • Mastócitos; • Leucócitos. Função: • Aumento da permeabilidade vascular; • Quimiotaxia; • Adesão; • Ativação de leucócitos. Prostaglandinas Fonte: • Mastócitos; • Macrófagos; • Células endoteliais: expressam uma gama de fatores que inibem as atividades pró- coagulantes das plaquetas e dos fatores de coagulação e outros que aumentam a fibrinólise, agem em conjunto para evitar a trombose e para limitar a coagulação ao local de lesão vascular. Enzimas produtoras de prostaglandinas: • COX 1: fisiológico ou constitutivo. Ex.: mucosa duodenal (proteção gástrica), agregação plaquetária, homeostase vascular e manutenção do fluxo sanguíneo renal. • COX 2: enzima indutiva presente em locais de inflamação. Ex: fisiologicamente encontrado nos rins, no SNCe no endotélio. AÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS Ações fisiológicas das prostaglandinas: • Mucosa duodenal: produção de muco, redução do colesterol HDL e vasodilatação. COX 1. • Rins: aumento do fluxo sanguíneo e da eliminação de sódio. COX 2. Ações patológicas das prostaglandinas: • Dor (PGE2 e PGI2): via redução do limiar de ativação de nociceptores. • Inflamação (PGE2 e PGI2): culmina em aumento do fluxo sanguíneo e em infiltração leucocitária. • Febre (PGE2): via ação no hipotálamo. Uso da aspirina: Como ocorre o bloqueio das prostaglandinas? Página 13 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV R.: Sem seletividade, pois age tanto na COX 1 quanto na COX 2. Provoca um processo irreversível. Por que a aspirina é considerada antiagregante plaquetária? R.: Um trombo ocorre por meio de agregação plaquetária. A não agregação ocorre por inibição da COX 1 (relativo a plaquetas) que inibe o Tromboxano; e da COX 2 (relativo ao endotélio) gera vasoconstrição. Qual é o efeito adverso? R.: Problemas associados à mucosa e aumento da pressão sanguínea. Dor de estômago, pois as prostaglandinas mantêm a produção de muco de proteção do estômago. CITOCINAS (direciona à localização) E QUIMIOCINAS (sinaliza a localização) São proteínas que regulam reações imunes e inflamatórias. Na inflamação aguda: TNF, IL-1, IL-6, quimiocinase e IL- 17. Na inflamação crônica: IL-12, IFN-gama e IL-17. IL-1 deixa as células resistentes a insulina. Manifestações da fase aguda: inflamação incluem aumento da pulsação e da pressão sanguínea, calafrios, anorexia, sonolência e mal estar geral, provavelmente por causa da ação das citocinas nas células cerebrais. SISTEMA COMPLEMENTO Coleção de proteínas solúveis e de receptores de membrana que funcionam principalmente na defesa do hospedeiro contra os microrganismos e nas reações inflamatórias patológicas. A ativação do complemento por diferentes vias leva à clivagem do C3. As funções do sistema complemento são mediadas pelos produtos da quebra do C3 e de outras proteínas do complemento, bem como pelo complexo de ataque à membrana (MAC). O sistema complemento tem três funções principais: inflamação, opsonização e fagocitose além de lise celular. OUTROS MEDIADORES DE INFLAMAÇÃO • Fator Ativador Plaquetas: agregação plaquetária, vasoconstrição e broncoconstrição. • Produtos da Coagulação. • Cininas: bradicinina que aumenta a permeabilidade vascular e provoca contração do musculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor quando injetada na pele. • Neuropeptídeos: secretados por nervos sensoriais e vários leucócitos. PADRÕES MOFOLÓGIOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Marcos morfológicos: • Dilatação de pequenos vasos sanguíneos. • Acúmulo de neutrófilos. • Fluido no tecido extracelular. INFLAMAÇÃO SEROSA Exsudação de fluidos pobres em células, nos espaços criados pela lesão celular ou em cavidades corporais revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio. Característica: epiderme separada da derme por uma coleção focal de efusão serosa. Ex: presente em bolha cutânea de uma queimadura ou infecção virótica, dentro ou imediatamente sob a epiderme. Página 14 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV bolha cutânea INFLAMAÇÃO FIBRINOSA Se desenvolve quando: • Os extravasamentos vasculares são grandes. • Há estímulo procoagulante local. Quando há grande aumento na permeabilidade vascular, proteínas de alto peso molecular no sangue, como o fibrinogênio, atravessam a barreira epitelial e há formação de fibrina, que é depositada no espaço extracelular. O exsudato fibrinoso é característico da inflamação no revestimento das cavidades do corpo, como meninges, pericárdio e pleura. Pode ser dissolvido por fibrinólise e removido pelos macrófagos. A conversão do exsudato fibrinoso em tecido cicatricial dentro do saco pericárdico causa espessamento fibroso opaco do pericárdio e do epicárdio na área de exsudação e, se a fibrose for extensa, há obliteração do espaço pericárdico. Exsudato de fibrina INFLAMAÇÃO PURULENTA Caracterizada pela produção de grandes quantidades de pus ou de exsudato purulento, constituído de: • Neutrófilos; • Debris liquefeitos das células necróticas; • Líquido de edema. Pode ser infecção por bactéria ou não (cérebro- isquêmica). Abscessos bacterianos no pulmão Abscessos contendo neutrófilos e debris celulares. ÚLCERA É um defeito local, ou escavação, da superfície de um órgão ou tecido que é produzido pela destruição (descamação) do tecido necrótico inflamado. A ulceração pode ocorrer apenas quando a necrose tecidual e a inflamação resultante encontram-se em uma superfície ou próxima a ela. Mais comuns: 1. Na mucosa boca, estômago, intestino ou trato geniturinário. 2. Na pele e tecido subcutâneo das extremidades inferiores em pessoas idosas que apresentam distúrbios circulatórios, que predispõem a extensa necrose isquêmica. Ulcera duodenal Cratera da úlcera com exsudato agudo na base Ulcera de decúbito: compressão pele-osso. INFLAMAÇÃO CRÔNICA É uma resposta de duração prolongada na qual inflamação, lesão tecidual e tentativa de reparo coexistem em diferentes combinações. A progressão para a resposta inflamatória crônica ocorre quando há interferência no processo normal de cura. Infiltração de linfócitos, macrófagos: • Aleatória: bagunçado; Página 15 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Especial: granulomas imunológicos (isolamento); e granulomas de copos estranhos. Causas da Inflamação Crônica: • Infecções persistentes por microrganismos que são difíceis de erradicar. Provocam uma reação imune, a hipersensibilidade do tipo tardio. • Doenças de hipersensibilidade e autoimunes, que são desencadeadas contra antígenos que normalmente são inofensivos, e não apresentam um propósito útil e só causam doenças. Tais doenças podem apresentar padrões morfológicos de inflamação aguda e crônica ou mista porque são caracterizadas por episódios repetidos de inflamação. • Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos. Ex. Sílica particulada e Aterosclerose. • Não consideradas distúrbios inflamatórios: doenças degenerativas- alzheimer, síndrome metabólica e diabetes tipo 2, e certos tipos de câncer nos quais as reações inflamatórias promovem o desenvolvimento tumoral. Características morfológicas: • Infiltrado de células mononucleares que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos. • Destruição tecidual induzida pelo agente ofensivo persistente ou pelas células inflamatórias. • Tentativas de cura pela troca do tecido danificado por tecido conjuntivo, pela angiogênese e, em particular, pela fibrose. Vasos congestos: decorrente da vasodilatação ter causado maior fluxo sanguíneo. Células inflamatórias predominantes no processo inflamatório crônico: macrófagos M2; linfócitos T; plasmócitos. PAPEL DOS MACRÓFAGOS Células predominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas, que contribuem para a reação através da secreção de citocinas e fatores de crescimento que atuam sobre várias células, destruindo invasores e tecidos estranhos e ativando outras células, principalmente os linfócitos T. Normalmente estão espalhados difusamente pela maioria dos tecidos conjuntivos. São encontrados em locais específicos em órgãos como o fígado (células de Kupffer), baço e linfonodos (histiócitos sinusais),sistema nervoso central (células microgliais) e pulmões (macrófagos alveolares). Compreendem o sistema fagocitário mononuclear. • Atuam como filtros para partículas, microrganismos e células senescentes; • Funcionam como células efetoras que eliminam os microrganismos nas respostas imunes celulares e humorais; • Apresentam muitas outras funções na inflamação e no reparo; • Secretam mediadores da inflamação, como citocinas (TNF, IL-1, quimiocinas e outros) e eicosanoides; • Exibem antígenos para os linfócitos T e respondem aos sinais das células T, criando assim um ciclo de feedback. Os macrófagos, em geral, tornam-se a população de células predominante nas reações inflamatórias dentro de 48 horas após o seu início. Existem duas vias principais de ativação de macrófagos. A via escolhida por um determinado macrófago depende da natureza dos sinais de ativação. • Macrófagos classicamente ativados (também chamados M1): produzem NO e ROS e suprarregulam as enzimas lisossômicas, o que aumenta sua capacidade de eliminar organismos ingeridos e secretar citocinas que estimulam a inflamação. São importantes na defesa imune do hospedeiro. • Macrófagos ativados alternativamente (M2): tem como função principal o reparo tecidual. Eles secretam fatores de crescimento que promovem a angiogênese, ativam fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. Outras células na inflamação crônica: • Eosinófilos- reações imunomediadas por IgE e nas infeções parasitárias. • Mastócitos- reações de hipersensibilidade. Página 16 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV • Neutrófilos- induzidos por microrganismos persistentes ou por citocinas e outros mediadores produzidos por macrófagos ativados e linfócitos T. INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA É caracterizada por coleções de macrófagos ativados, muitas vezes com linfócitos, e as vezes associadas a necrose central. Os macrófagos ativados desenvolvem um citoplasma abundante e passam a se assemelhar a células epiteliais, sendo chamados células epitelioides. Alguns macrófagos ativados podem se fundir, formando células gigantes multinucleadas. A formação de granulomas é uma tentativa celular de conter um agente agressor difícil de erradicar. Nesta tentativa, frequentemente há uma forte ativação de linfócitos T que desencadeia ativação dos macrófagos, o que pode causar lesões nos tecidos normais. Tipos de Granulomas: • Granulomas imunes: causados por vários agentes capazes de induzir resposta imune mediada por células T persistente. Possuem células gigantes em forma de C. • Granulomas de corpo estranho: são encontrados na resposta a corpos estranhos relativamente inertes, na ausência de resposta imunomediada por células T. Células epitelioides e as células gigantes são direcionadas para a superfície do corpo estranho. O material estranho geralmente pode ser identificado no centro do granuloma. Exemplos de doenças com inflamação granulomatosa: • Tuberculose: granuloma caseoso; • Hanseníase: bacilos álcool-ácido resistentes em macrófagos, granulomas não caseosos; • Sífilis: parede de macrófagos encerrando a lesão; infiltrado de plasmócitos; células centrais necróticas; organismos de difícil identificação no tecido; • Doença da arranhadura do gato: bacilos Gram- negativos; granuloma arredondado ou estrelado contendo debris granulares centrais e neutrófilos reconhecíveis; • Sarcoidose: granulomas não caseosos com numerosos macrófagos ativados; • Doença de Crohn: reação imune contra bactérias intestinais, granulomas não caseosos ocasionais na parede do intestino, com denso infiltrado inflamatório crônico. EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO Respostas de fase aguda: • Febre: TNF e IL-I estimulam a produção de prostaglandinas no hipotálamo. • Proteínas da fase aguda: proteína C reativa – (PCR); Fibrinogênio; Proteína amiloide A – (AAS). • Leucocitose: leucócitos jovens na corrente sanguínea. Neutrofilia: bactérias; • Linfocitose (aumento de linfócitos): infecções virais; • Eosinofilia: alergia e parasitas; • Leucopenia: certos tipos de vírus e Richettsiae. • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial. Diminuição transpiração, calafrios, anorexia, sonolência e mal estar. • Algumas infeções graves, o choque séptico: queda de pressão, coagulação intravascular disseminada, anormalidades metabólicas. RESUMO DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA • Resposta prolongada do hospedeiro a estímulos persistentes que pode se desenvolver em decorrência de uma inflamação aguda não resolvida ou, ainda, por uma resposta crônica desde o início do processo. • Causada por microrganismos que resistem à eliminação, por respostas imunes a antígenos próprios ou ambientais e por algumas substâncias tóxicas; é a base de muitas doenças importantes sob o ponto de vista médico. • Caracterizada por inflamação coexistente, lesão tecidual, tentativas de reparo por cicatrização e resposta imune. • Infiltrado celular constituído por macrófagos, linfócitos e plasmócitos e outros leucócitos. • Mediada por citocinas produzidas pelos macrófagos e linfócitos (notavelmente Página 17 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV linfócitos T); as interações bidirecionais entre essas células tendem a amplificar e prolongar a reação inflamatória. • A inflamação granulomatosa é um padrão morfológico específico de inflamação crônica induzida pela ativação de células T e macrófagos em resposta a um agente resistente à erradicação. REPARO TECIDUAL Depende do nível da agressão. Ocorre por: • Regeneração por meio da proliferação das células residuais e manutenção de células tronco teciduais. • Deposição de tecido conjuntivo (formação de cicatriz). Ocorre quando os tecidos lesados são incapazes de regeneração completa ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas. Tecidos lábeis= as células são continuamente substituídas por novas células derivadas de células tronco teciduais e progenitores imaturos que proliferam rapidamente. Incluem células hematopoiéticas da medula óssea e muitos epitélios superficiais. Tecidos estáveis (fase G0) = não proliferam, mas são capazes de se dividir em resposta à lesão ou à perda de massa tecidual. Entre esses tecidos está o parênquima da maioria dos órgãos sólidos, como fígado, rim e pâncreas, as células endoteliais, os fibroblastos e as células musculares lisas geralmente também são quiescentes, mas podem proliferar em resposta aos fatores de crescimento, uma reação que é particularmente importante para a cicatrização das feridas; Tecidos permanentes= consistem em células não proliferativas terminalmente diferenciadas, como a maioria dos neurônios e células musculares cardíacas. A lesão desses tecidos é irreversível e resulta em cicatriz, porque as células não podem se regenerar. REGENERAÇÃO DO FÍGADO Ocorre por 2 mecanismos: • Proliferação dos hepatócitos após hepatectomia parcial. Até 90% pode ser corrigida pela proliferação dos hepatócitos residuais. • Regeneração hepática a partir de células progenitoras. Em situações nas quais a capacidade proliferativa dos hepatócitos é prejudicada. O ponto final da regeneração hepática após hepatectomia parcial é a restituição da massa funcional em vez de formação. Como os hepatócitos são células quiescentes, levam muitas horas para entrar no ciclo celular, progredir através de G1 e alcançar a fase S da replicação do DNA. A onda de replicação dos hepatócitos é sincronizada e seguida pela replicação sincrônica dascélulas não parenquimatosas (células de Kupffer, células endoteliais e células estreladas). No final os hepatócitos retornam à quiescência. REPARO POR CICATRIZES Substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, levando a formação de uma cicatriz, ou por uma combinação de regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz. 1. Tampão hemostático: formado alguns minutos após a lesão; 2. Inflamação: composta pelas típicas respostas inflamatórias aguda e crônica. 3. Proliferação celular: vários tipos de células, incluindo células epiteliais, endoteliais e outras células vasculares e fibroblastos, proliferam e migram para fechar a ferida. Cada tipo de célula apresenta funções únicas. Formação de tecido de granulação. 4. Remodelação: O tecido conjuntivo que foi reorganizado é depositado pelos fibroblastos para produzir uma cicatriz fibrosa estável. A cicatrização depende de vários fatores como: localização anatômica, tipo da pele, raça, e técnica cirúrgica utilizada. A cicatrização final depende da perda tecidual inicial. É evento complexo e dinâmico. ANGIOGÊNESE É um processo de desenvolvimento de novos vasos sanguíneos a partir de vaso existente. Envolve vias de sinalização, interações célula-célula, proteínas da MEC e enzimas teciduais. Fatores de crescimento: VEGF-A: • Estimula proliferação e a migração das células endoteliais. • Promove vasodilatação, estimulando a produção de NO e contribui para a formação do lúmen vascular. Página 18 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV FGF-2 (fibroblasto): • Proliferações de células endoteliais. • Migração de macrófagos e fibroblastos para a área danificada. • Estimulam a migração de células epiteliais para cobrir a ferida. Os vasos recém formados são estabilizados a partir do recrutamento de pericitos e células musculares lisas, e pela deposição de tecido conjuntivo. Os fatores de crescimento PDGF e TGF-β também participam do processo de estabilização: o PDGF recruta as células musculares lisas, enquanto o TGF-β inibe a proliferação e a migração endotelial, além de melhorar a produção de proteínas da MEC. ATIVAÇÃO DE FIBROBLASTOS E DEPOSITAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO A deposição do tecido conjuntivo ocorre em duas etapas: 1. Migração e proliferação de fibroblastos no local da injúria. 2. Deposição de proteínas da MEC produzidas por essas células. TGF-β é a citocina mais importante para a síntese e a deposição de proteínas do tecido conjuntivo: • Estimula a proliferação e a migração de fibroblastos. • Aumenta a síntese de colágeno e fibronectina. • Diminui a degradação da MEC, por inibição da metaloproteinase. • Apresenta efeitos anti-inflamatórios. • Inibe a proliferação de linfócitos e outros leucócitos. CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS NA PELE São classificadas em: • Primeira intenção: se refere a regeneração epitelial com formação mínima de cicatrizes. Bordos mais próximos. Ferida cirúrgica. • Segunda intenção: feridas maiores que cicatrizam por meio da combinação de regeneração e cicatrização. Presença de miofibroblastos. RESITÊNCIA DA FERIDA Quando as suturas são removidas, geralmente, no final da primeira semana, a resistência da ferida é aproximadamente 10% da pele não-ferida, mas a resistência aumenta rapidamente nas próximas quatro semanas. Essa taxa de aumento diminui, aproximadamente, no terceiro mês após a incisão original e alcança um nível de aproximadamente 70% a 80% da resistência tensil da pele não-ferida, uma condição que pode persistir para a vida toda. Feridas cuidadosamente suturadas apresentam aproximadamente 70% da resistência da pele normal. Remodelação do tecido conjuntivo Após a cicatrização ser formada, ela é remodelada para aumentar a sua força de contratilidade. Substituição do colágeno tipo III para o tipo I (aumenta resistência e tensão no local). FATORES QUE IMPEDEM O REPARO DO TECIDO Fatores locais: tensão; infecção; corpo estranho; O2; temperatura; estase. Fatores sistêmicos: desnutrição (vitamina C, colágeno, zinco; proteínas); anemia; doenças autoimunes; fármacos anti-inflamatórios. CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA A formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode originar: • Cicatrizes hipertróficas= acúmulo de quantidades excessivas de colágeno. Geralmente se desenvolvem após uma lesão térmica ou traumática que envolve as camadas profundas da derme. • Queloides= tecido cicatricial cresce além dos limites da ferida original e não regride. • Granulação exuberante= quantidade excessiva de tecido de granulação, que se projeta acima do nível da pele, bloqueando a reepitelização. FIBROSE EM ÓRGÃOS PARENQUIMATOSOS Fibrose é utilizada para designar a deposição excessiva de colágeno e outros componentes da MEC em um tecido. É um processo patológico induzido por estímulos prejudiciais persistentes, como infecções crônicas e reações imunológicas, e geralmente está associada à perda de tecido. ATIVIDADE 1) Explique como a deficiência da vitamina C interferem no reparo do tecido. Página 19 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV R= A vitamina C (ácido ascórbico) atua na hidroxilação dos aminoácidos prolina e lisina, essenciais na transformação do pró‐colágeno em colágeno. 2) Paciente, 70 anos. Apresenta varizes graves e úlcera venosa na perna que não cicatriza. Explique por que a úlcera não cicatriza. R= Uma das principais causas da úlcera que não cicatriza são problemas associados à circulação sanguínea, evidente neste caso no que tange agressões venosas e grau avançado de envelhecimento fisiológico. A má circulação dificulta a perfusão de oxigênio e impede que fibroblastos alcancem a área afetada. A1/3 DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS, TROMBOEMBÓLICOS E CHOQUE Condições patológicas: alteram a função endotelial; aumentam a pressão hidrostática vascular ou diminuem o conteúdo de proteínas no plasma, formando o edema. Hemostasia: é o processo de coagulação sanguínea que impede o sangramento excessivo após uma lesão ao vaso sanguíneo. Hemostasia inadequada= pode resultar em hemorragia, capaz de comprometer a perfusão tecidual regional. Se for maciça e rápida, pode causar hipotensão, choque e óbito. Coagulação inadequada (trombose) ou a migração de tromboêmbolos (embolia)= pode obstruir os vasos sanguíneos, causando potencialmente a morte celular isquêmica (infarto). HIPEREMIA Aumento do volume sanguíneo, no interior de vasos, em um tecido. Os tecidos hiperêmicos ficam mais avermelhados do que o normal devido ao ingurgitamento dos vasos por sangue oxigenado. Hiperemia ativa: vasodilatação arteriolar e aumento do influxo sanguíneo. Ex: rubor facial. Hiperemia passiva ou congestão: comprometimento do efluxo do sangue, geralmente, venoso de um tecido, havendo dificuldade do retorno venoso (acúmulo). Alteração do fluxo sanguíneo. Célula sofre hipóxia. Ex: fígado e consequentemente baço aumentados, principalmente decorrente de ICC. Na congestão hepática aguda, a veia central e os sinusóides estão distendidos com sangue. Como a área centrolobular está na extremidade distal do fornecimento de sangue hepático, os hepatócitos centrolobulares podem sofrer necrose isquêmica, enquanto os hepatócitos periportais (mais bem oxigenados por causa da proximidade com as arteríolas hepáticas) podem desenvolver apenas esteatose (perda parcial de função). Na congestão hepática crônica, as regiões centrolobulares apresentam macroscopicamente uma cor vermelho-acastanhada e estão levemente deprimidas(devido à morte celular), destacando-se das zonas circunjacentes do fígado não congesto de cor amarelo-acastanhada (fígado em noz-moscada). Microscopicamente, observam-se hemorragia centrolobular, macrófagos carregados de hemossiderina e vários graus de perda de haepatócitos e necrose. Os hepatócitos próximos a veia centro- lobular irão morrer (hipóxia crônica e necrose), os que estão no intermédio e próximos ao espaço porta perdem a capacidade funcional (esteatose). Pode ocorrer sistemicamente, como na insuficiência cardíaca, ou localmente, como consequência de uma obstrução venosa isolada. Os tecidos congestos apresentam uma coloração vermelho-azulada anormal (cianose) originada a partir do acúmulo da hemoglobina desoxigenada na área afetada. Na congestão crônica de longa duração, a perfusão tecidual inadequada e a hipóxia persistente podem levar à morte celular parenquimatosa e à fibrose tecidual secundária, e a pressão hidrostática intravascular elevada pode causar edema ou, algumas vezes, ruptura dos capilares, o que causa hemorragias focais (por diapedese). A ruptura dos capilares na congestão crônica dos tecidos pode, também, causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo das hemácias extravasadas, o que pode resultar em grupamentos “denunciadores” residuais de macrófagos carregados de hemossiderina. Os tecidos mais afetados pela congestão passiva crônica são o tecido pulmonar, tecido hepático e tecido esplênico. EDEMA Acúmulo de fluido no espaço intersticial. Página 20 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 60% do peso corporal magro é composto por água, da qual 2/3 são intracelulares. A maior parte da água restante encontra-se em compartimentos extracelulares na forma de líquido intersticial; somente 5% da água corporal se encontram no plasma sanguíneo. Efusões= acúmulo de fluido extravascular em cavidades corporais. Como na cavidade pleural (hidrotórax), na cavidade pericárdica (hidropericárdio) ou na cavidade peritoneal (hidroperitônio ou ascite). Anasarca= edema grave, generalizado, caracterizado por grande tumefação dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais. Mais encontrado em tecidos subcutâneos. O edema subcutâneo pode ser difuso, mas em geral acumula-se preferencialmente nas partes do corpo posicionadas a uma maior distância em relação ao coração, onde as pressões hidrostáticas são maiores. Sofre influência da gravidade. No edema pulmonar a superfície de corte revela um líquido espumoso, sanguinolento, representando uma mistura de ar, líquido de edema e hemácias extravasadas. Saída de líquido para o interstício. Pressão coloidosmótica puxa grande parte desse líquido, restante é absorvido pelos vasos linfáticos. O movimento de fluido entre os espaços vascular e intersticial é controlado principalmente por duas forças opostas: a pressão hidrostática vascular e a pressão coloidosmótica, produzida pelas proteínas plasmáticas. Fluido do edema que se acumula devido ao aumento da pressão hidrostática é um transudato. O edema pode ser caudado por: • Aumento da pressão hidrostática (insuficiência cardíaca). • Aumento permeabilidade vascular (inflamação). • Redução da pressão coloidosmótica que resulta na diminuição da albumina plasmática: redução na síntese (desnutrição proteica, doença hepática); aumento da perda (síndrome nefrótica, edema generalizado) • Obstrução linfática: inflamação; neoplasia; pós-cirurgia; pós irradiação, comprometem a reabsorção de fluidos dos espaços intersticiais. • Retenção de sódio (insuficiência renal). Pode induzir o edema devido ao aumento da pressão hidrostática e redução da pressão osmótica plasmática. • Retorno venoso comprometido: insuficiência cardíaca congestiva; pericardite constritiva; ascite (cirrose hepática); obstrução ou compressão venosa; trombose; pressão externa (ex. massa). Inatividade das extremidades inferiores em posição vertical prolongada. • Dilatação arteriolar: calor; desregulação neuro-humoral. A pressão hidrostática aumentada ou a pressão coloidosmótica diminuída causa maior movimento de água para dentro do interstício. Isso aumenta a pressão hidrostática tissular e, eventualmente, um novo equilíbrio é alcançado. O excesso de fluido do edema é removido pela drenagem linfática e retorna à circulação sanguínea via ducto torácico. Aumentos locais da pressão intravascular causados, por exemplo, por uma trombose venosa profunda nos membros inferiores pode causar edema restrito à porção distal da perna acometida. No edema pulmonar o acúmulo de líquido em torno dos capilares nos septos alveolares impede a difusão de oxigênio, e também cria um ambiente favorável à infecção bacteriana. Página 21 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV HEMORRAGIA Extravasamento de sangue dos vasos, ocorre mais frequentemente devido a lesões aos vasos sanguíneos ou à formação defeituosa do coágulo. Pode se manifestar com diferentes aparências e consequências clinicas. O risco de hemorragia está aumentado em uma ampla variedade de distúrbios clínicos chamados coletivamente diáteses hemorrágicas. Esses distúrbios apresentam diversas causas e entre elas estão os defeitos hereditários e/ou adquiridos associados às paredes dos vasos, plaquetas ou fatores de coagulação. A hemorragia pode ser externa ou acumular-se dentro de um tecido, como um hematoma. Dentro das cavidades: hemotórax, hemopericardio, hemoperitônio ou hemartose. Podem ocasionalmente resultar em icterícia decorrente da destruição maciça de hemácias e hemoglobina. Petéquias: hemorragias diminutas (1 a 2mm de diâmetro) na pele, membranas mucosas ou superfícies serosas, entre suas causas estão trombocitopenia; função plaquetária defeituosa (trombocitopatia), perda do suporte da parede vascular (como na deficiência da vitamina C). Púrpura: consiste em hemorragias ligeiramente maiores (3 a 5 mm), mesmas causas da petéquias e também trauma, vasculite (inflamação vascular). Equimose: Hematomas subcutâneos maiores. “Hemorragias em lençol”. Hemácias extravasadas são fagocitadas e degradadas por macrófagos; as alterações características da coloração de uma contusão se devem à conversão enzimática de hemoglobina para bilirrubina e, eventualmente, em hemossiderina. Hemorragias petequiais na mucosa colônica, como consequência de trombocitopenia. Hemorragia intracerebral fatal A significância clínica de qualquer hemorragia em particular depende do volume de sangue perdido e da velocidade do sangramento. O local da hemorragia também é importante; o sangramento que seria insignificante nos tecidos subcutâneos pode causar morte se localizado no cérebro. Perdas maiores que perdas rápidas de até 20% do volume sanguíneo, podem causar choque hemorrágico (hipovolêmico). A perda sanguínea externa crônica ou recorrente (ex. por úlcera péptica ou sangramento menstrual) muitas vezes culmina em anemia ferropriva. No entanto, o sangramento interno (ex. hematoma) não leva à deficiência de ferro, pois esse é reciclado com eficiência a partir das hemácias fagocitadas. Com o passar do tempo, contudo, a hemorragia reduz a quantidade de ferro no corpo, de maneira que a medula óssea não consegue aumentar a produção de novos glóbulos vermelhos para substituir os perdidos, causando anemia ferropriva. HEMORRAGIA POR DIAPEDESE Ocorre pela saída de sangue através de espaços entre as células endoteliais por causa de: 1. Alteração local nas junções intercelulares= diapedeseparacelular; 2. Formação de poros nas células endoteliais= diapedese transcelular, possivelmente em locais com citoplasma mais delgado. Ocorre em vênulas ou capilares quando existe hiperemia passiva e resulta de aumento da pressão intravascular. Quantidades consideráveis de sangue perdidas pelo escapamento das células sanguíneas, uma a uma, através de imperfeições quase imperceptíveis que ocorrem nas paredes dos vasos sanguíneos. Fragilidade vascular acompanhada por saída de hemácias para tecidos extravasculares. HEMOSTASIA Hemostasia normal é um processo precisamente orquestrado envolvendo as plaquetas, os fatores de coagulação e o endotélio, que ocorre no local de lesão vascular e culmina na formação de um tampão fibrinoplaquetário, que serve para evitar ou limitar a extensão do sangramento. A vasoconstrição arteriolar ocorre imediatamente e reduz intensamente o fluxo sanguíneo para a área lesionada. Essa etapa é mediada por mecanismos Página 22 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV reflexos neurogênicos, aumentados pela secreção local de fatores, como a endotelina, um potente vasoconstritor derivado do endotélio. Esse efeito é transitório. O sangramento rapidamente retornaria se não fosse a ativação de plaquetas e dos fatores de coagulação. Hemostasia primária: a formação do tampão plaquetário. A descontinuidade do endotélio expõe o fator de von Willebrand (vWF) e o colágeno subendotelial, que promovem a adesão e ativação das plaquetas. A ativação plaquetária resulta em uma alteração de sua forma, e na liberação de grânulos de secreção, que recrutam mais plaquetas, as quais sofrem agregação e formam um tampão hemostático primário. Hemostasia secundária: deposição de fibrina. A lesão vascular também expõe o fator tecidual no local da lesão, uma glicoproteína pró-coagulante, normalmente expressa pelas células subendoteliais na parede dos vasos. O fator tecidual liga-se e ativa o fator VII que desencadeia a cascata de reações que culminam na geração da trombina. A trombina cliva o fibrinogênio circulante formando fibrina insolúvel, o que gera uma malha de fibrina e também é um potente ativador adicional de plaquetas (potencializa o tampão). Essa sequência, denominada hemostasia secundária, consolida o tampão plaquetário inicial. Estabilização e reabsorção do tampão hemostático. A fibrina polimerizada e as plaquetas agregadas sofrem contração para formar um tampão sólido e permanente que impede ainda mais a hemorragia. Nesta fase, os mecanismos contrarregulatórios, mediados pelo ativador do plasminogênio tecidual (t- PA, um produto fibrinolítico) e trombomodulina, estão em movimento para limitar a coagulação ao local da lesão e eventualmente desencadear reabsorção do tampão e reparo do tecido. Fatores que alteram a hemostasia: lesão; excesso de fatores de coagulação; níveis de plaqueta. PLAQUETAS Desempenham um papel crítico na hemostasia normal por meio da formação um tampão hemostático primário, que inicialmente sela os defeitos vasculares e proporciona uma superfície que recruta e concentra os fatores de coagulação ativados. As plaquetas são fragmentos celulares anucleados, em forma de disco, presentes na corrente sanguínea, que se originam dos megacariócitos medulares. Os grânulos-α possuem a molécula de adesão P- selectina nas suas membranas e contêm proteínas envolvidas na coagulação, como o fibrinogênio, o fator de coagulação V e o vWF, bem como fatores proteicos que podem estar envolvidos na cicatrização de feridas, como a fibronectina, o fator de plaquetas 4 (quimiocina ligante de heparina), o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) e o fator de crescimento transformante β. Os grânulos densos (ou δ) contêm difosfato de adenosina (ADP) e trifosfato de adenosina, cálcio ionizado, serotonina e epinefrina. Adesão plaquetária: mediada amplamente por interações com o vWF, que age como uma ponte entre a glicoproteína Ib do receptor da superfície das plaquetas (GpIb) e o colágeno. As deficiências genéticas de vWF ou GpIb (síndrome de Bernard- Soulier) resultam em distúrbios hemorrágicos. Alteração na forma: as plaquetas alteram sua forma rapidamente após a adesão, convertidas de discos lisos para esferas com numerosas extensões citoplasmáticas longas e espiculadas, aumentando em muito a área de superfície. Essa mudança é acompanhada por alterações na glicoproteína IIb/IIIa que aumenta a sua afinidade para o fibrinogênio, e pela translocação de fosfolipídeos carregados negativamente (fosfatidilserina) para a superfície da plaqueta. Estes fosfolipídeos se ligam ao cálcio e servem como locais de nucleação para a montagem de complexos de fatores de coagulação. Secreção do conteúdo dos grânulos: ocorre juntamente com as alterações conformacionais. A ativação plaquetária é desencadeada por uma série de fatores, incluindo a trombina e o ADP. A trombina ativa as plaquetas através de um tipo especial de receptor acoplado a proteína G, o receptor ativado por protease (PAR). O ADP é um componente dos grânulos densos; assim, a ativação plaquetária e a liberação de Página 23 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV ADP geram ciclos adicionais de ativação das plaquetas, um fenômeno chamado recrutamento. As plaquetas ativadas também produzem a prostaglandina tromboxano A2 (TXA2), um potente indutor da agregação plaquetária. Suspeita-se também que os fatores de crescimento liberados pelas plaquetas contribuem para o reparo da parede do vaso após lesão. Agregação plaquetária: após sua ativação; a alteração conformacional na glicoproteína Ilb/IIIa que ocorre na ativação das plaquetas permite a ligação do fibrinogênio, que forma pontes entre as plaquetas adjacentes, causando sua agregação. A onda inicial de agregação é reversível, mas a ativação simultânea de trombina estabiliza o tampão plaquetário, causando maior ativação e agregação de plaquetas e promove a contração irreversível das plaquetas. A contração das plaquetas é dependente do citoesqueleto e consolida as plaquetas agregadas. Paralelamente, a trombina também converte o fibrinogênio em fibrina insolúvel, mantendo as plaquetas no lugar, criando o tampão hemostático secundário definitivo. Células e leucócitos aprisionados são encontrados em tampões hemostáticos, em parte devido a adesão de leucócitos à P-selectina expressa nas plaquetas ativadas. CASCATA DE COAGULAÇÃO É um conjunto de reações enzimáticas amplificadoras que culminam com a formação de um coágulo de fibrina insolúvel. Cada passo da reação envolve uma enzima (um fator de coagulação ativado), um substrato (na forma de pró-enzima inativa de um fator de coagulação) e um cofator (acelerador da reação). A montagem dessa reação complexa também depende do cálcio, que se liga aos resíduos de ácido glutâmico γ carboxilados presentes nos fatores II, VII, IX e X. As reações enzimáticas que produzem ácido glutâmico γ carboxilado utilizam a vitamina K como cofator. Dividida em: via extrínseca (tecido) e via intrínseca (vaso). As deficiências dos fatores V, VII, VIII, IX e X estão associadas a distúrbios hemorrágicos moderados a graves, e a deficiência de protrombina é incompatível com a vida. A hemofilia do tipo A afeta o fator VIII de coagulação. Entre os fatores de coagulação, a trombina é o mais importante porque as suas várias atividades enzimáticas controlam diferentes aspectos da hemostasia e ligam a coagulação à inflamação e ao reparo. Entre as atividades mais importantes da trombina estão:
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