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Resumo de Patologia do Robbins

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Página 1 
 
 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
Patologia Geral 
Estudo das causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem e as alterações moleculares, 
morfológicas e funcionais que apresentam. Junto da patologia, a propedêutica estuda os sinais e sintomas das doenças 
e assim chegar ao diagnóstico, prognóstico, terapêutica e prevenção. 
A Patologia cuida dos aspectos de: 
• Etiologia (estudo das causas exógenas e endógenas); 
• Patogênese (estudo dos mecanismos de ação dos agentes agressores); 
• Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que recebem o nome de lesões); 
• Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais de órgãos e sistemas afetados). 
AGRESSÕES 
Provocada por diversos agentes etiológicos 
(agressores) que causam danos as células podendo ser 
endógenos ou exógenos, por exemplo infecções, 
toxinas, traumas entre outros. Podendo ser agentes 
físicos, químicos e biológicos. 
Uma célula normal em homeostasia recebe um 
estímulo prejudicial de agentes agressores, causando 
uma lesão, essa podendo ser reversível dependendo 
do indivíduo (imunidade, idade, nutrição) e do AA (grau 
do agressor, intensidade e tempo na célula) e se ele for 
rapidamente retirado a célula consegue se 
reestabelecer. Caso esse AA não seja expulso da célula 
a lesão reversível pode se tornar irreversível, a célula 
não consegue se reestabelecer e voltar ao seu estado 
normal. 
Após a lesão ter se tornado irreversível deve-se 
selecionar o tipo de morte que ocorrerá nas células: 
necrose ou apoptose, o que depende do AA, sendo que 
na necrose ocorre aumento da célula e lise da 
membrana celular a apoptose a célula se condensa e 
não ocorre inflamação. 
Pigmentos endógenos. Ex: Melanina e Bilirrubina. 
Pigmentos exógenos. Ex: Tatuagem e Carbono. 
ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE 
São alterações reversíveis em: 
• Número; 
• Tamanho; 
• Fenótipo; 
• Atividade metabólica ou funções. 
Resposta a alterações no seu ambiente. 
As adaptações são respostas reversíveis, pois quando o 
estímulo é eliminado a célula consegue voltar a sua 
normalidade. Se o estímulo nocivo ir além da 
capacidade adaptativa, ocorre lesão celular. 
HIPERTROFIA 
Aumento no tamanho das células musculares, 
resultando em aumento no tamanho do órgão. Pode 
ser fisiológica ou patológica. 
Causada pelo aumento da demanda funcional ou por 
fatores de crescimento ou estimulação hormonal. 
Ocorre em células com capacidade limitada de se 
dividir. 
Exemplos de hipertrofia patológica: 
• Excesso de estrogênio; 
• Isquemia. 
Hipertrofia cardíaca: No músculo cardíaco costuma 
ocorrer no ventrículo esquerdo. 
Atinge-se um limite no qual a dilatação da massa 
muscular não pode mais compensar o aumento da 
carga. Quando acontece no coração, ocorrem diversas 
alterações degenerativas nas fibras miocárdicas, como 
a fragmentação e a perda de elementos contráteis 
miofibrilares. 
HIPERPLASIA 
Aumento no número de células. 
Resposta adaptativa de células capazes de replicação. 
Hiperplasia fisiológica: 
• Hormonal: proliferação do epitélio glandular 
da mama feminina na puberdade e durante a 
gravidez. 
• Compensatória: tecido residual cresce após 
remoção ou perda de parte do órgão (ex. 
fígado, medula óssea em caso de hemorragia 
aguda). 
Hiperplasia patológica: estimulação excessiva 
hormonal ou por fatores de crescimento. 
• Hiperplasia endometrial. Ocorre pelo aumento 
do número de glândulas do endométrio, 
estimulada pela ação prolongada do hormônio 
estrógeno sem oposição da progesterona. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
• Estimulação a partir de fatores de crescimento, 
associada a certas infecções virais, por 
exemplo, os papilomavírus causam verrugas 
cutâneas e mucosas, lesões compostas de 
massas de epitélio hiperplásico. 
Hiperplasia patológica é diferente de câncer, porque 
não ocorre por mutações. 
ATROFIA 
Diminuição no tamanho das células por perda de 
substância celular. 
Resulta da combinação da diminuição da síntese 
proteica e a maior degradação de proteínas. A 
degradação ocorre principalmente pela via ubiquitina-
proteossoma. 
Atrofia fisiológica: 
• Parte normal do desenvolvimento: notocorda 
e ducto tireoglosso (desenvolvimento fetal); 
• Útero gravídico após gravidez; 
• Ovários mamas e mucosa vaginal após 
menopausa. 
• Envelhecimento. 
Atrofia patológica: Multifatorial, local ou generalizada. 
• Redução da carga de trabalho (atrofia por 
desuso); 
• Perda da inervação (atrofia por denervação- 
lesão neuronal periférica ou hemiplegia); 
• Diminuição do suprimento sanguíneo; 
(arteriosclerose- envelhecimento); 
• Nutrição inadequada; (desnutrição, marasmo- 
caquexia; 
• Perda da estimulação endócrina; (câncer de 
próstata); 
• Compressão: (tumor comprimem vasos que 
levam a um edema e a uma atrofia muscular). 
Em muitas situações a atrofia é acompanhada da 
autofagia, que resulta em um número mais elevado de 
vacúolos autofágicos. 
A atrofia e o envelhecimento podem depositar 
pigmentos do desgaste (lipofuscina) conhecida como 
atrofia parda nos tecidos do coração, fígado e cérebro. 
METAPLASIA 
Alteração na qual um tipo de célula adulta é 
substituído por outro tipo de célula adulta com 
capacidade de suportar o ambiente adverso. Ocorre 
dentro de um mesmo mesentério. 
• Transformação de epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado em epitélio 
queratinizado (é rico em células mucosas), 
como ocorre no epitélio da boca ou do esôfago 
por irritação prolongada (ex. alimentos 
quentes). Tem grande importância devido a 
sua relação com o desenvolvimento de 
adenocarcinoma de esôfago. Esôfago de 
Barret. 
• Epitélio pseudoestratificado ciliado em 
epitélio estratificado pavimentoso, 
ceratinizado ou não. Metaplasia escamosa 
brônquica por agressão persistente, cujo 
protótipo é o tabagismo. Colunar para 
escamoso; 
• Epitélio mucossecretor em epitélio 
estratificado pavimentoso, como ocorre no 
epitélio endocervical (mucíparo), que se 
transforma em epitélio escamoso do tipo 
ectocervical; 
• Epitélio glandular seroso em epitélio 
mucíparo, como acontece na metaplasia 
intestinal da mucosa gástrica; 
• Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou 
ósseo; 
• Tecido cartilaginoso em tecido ósseo. 
• Tecido escamoso estratificado em tecido 
colunar gástrico, na porção terminal do 
esôfago. 
• Miosite ossificante (formação de osso no 
músculo) é uma condição benigna, sendo 
considerada uma metaplasia do tecido 
mesenquimal. Ocasionalmente ocorre após 
fratura de um osso. 
A metaplasia pode resultar em redução das funções 
ou propensão aumentada para a transformação 
maligna. 
LESÃO CELULAR 
Os sítios mais importantes de membrana, durante a 
lesão celular são: as membranas mitocondriais, 
plasmática e lisossômica. 
Lesão reversível: 
• Tumefação celular (entrada de água) edema 
celular. É a primeira manifestação de quase 
todas as formas de lesão celular. 
• Alteração gordurosa (depósito em alguns 
órgãos); 
• Citoplasma mais eosinófilo (água interfere, 
fica mais desbotado); 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
• Bolhas na membrana plasmática ou 
distorções das microvilosidades; 
• Tumefação das mitocôndrias (a membrana 
dessa organela também foi alterada, fica 
maior); 
• Dilatação do RE (igual a tumefação); 
• Condensação da cromatina; 
Com a retirada do agente agressor a célula volta se 
estabilizar e retorna ao normal, a concentração iônica 
voltaao normal. 
Nossas células quando em hipóxia, por exemplo, 
‘economizam’ energias. Além disso, temos as células 
nobre no nosso corpo, em hipóxia, o volume sanguíneo 
periférico sofre vasoconstrição e o sangue vai ao 
coração para ser mandado ao cérebro. 
Lesão irreversível: 
1. Incapacidade de restaurar a função, 
principalmente, mitocondrial; 
2. Perda de estrutura e função da membrana 
plasmática e intercelulares; 
3. Perda de DNA e da integridade estrutural da 
cromatina. 
Como a célula não se recupera ocorre morte celular: 
necrose ou apoptose. 
CAUSA DAS LESÕES 
Radicais livres: 
• Peroxidação de lipídios- lesão de membranas 
celulares. 
• Peroxidação de proteínas- dobramento 
anormal no enovelamento das proteínas. 
• Interação com DNA- mutações. 
Vírus: ciclo lítico ou lisogênico. 
Morte programada pelo sistema imune. 
Ingestão excessiva de álcool: interfere nas tubulinas 
do citoesqueleto. 
Poluentes: normalmente associados ao trabalho da 
pessoa (ex. mina de carvão), as micropartículas entram 
no pulmão, irritam e lesionam o epitélio respiratório. 
Pneumocolises. 
ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA 
• Período de incubação: sem manifestações. 
• Período prodrômico: sinais e sintomas 
inespecíficos. 
• Período de estado: sinais e sintomas típicos. 
A evolução da doença pode ocasionar cronificação 
(agravamento) e complicações. 
A cura pode ou não ser acompanhada por sequelas. 
AÇÕES DO CALOR SOBRE A PELE: 
• Causa desnaturação das proteínas, resultando 
em necrose. 
• Ocorre ativação dos mastócitos que 
degranulam e liberam histamina, culminando 
em processo inflamatório por edema, que é 
consequência da vasodilatação. 
• A inflamação causa uma lesão endotelial 
indireta, pois células saudáveis são danificadas 
por leucócitos. 
• Consequências: trombose, isquemia e 
degradação (necrose). 
SITUAÇÕES REVERSÍVEIS 
Degeneração hidrotópica, ou edema celular. 
Tumefação, órgão aumentado, “+ pálido”. 
 
Degeneração hialina: acúmulo de proteínas podendo 
ser dentro ou fora das células. Células com coloração 
mais escura por causa desse acúmulo. Ex: infecção do 
Trypanosoma cruzi. 
 
Célula com sarcoplasma homogêneo e muito acidófilo 
(a) e outras fragmentadas (b). 
Esteatose ou degeneração gordurosa: acúmulo de 
gordura. Comumente pode ocorrer no coração, 
músculo, rins e fígado. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
 
Cirrose hepática= irreversível. Acúmulo de colesterol 
nas lipidoses. 
Aterosclerose (enrijecimento): excesso de gordura 
nas paredes vasculares. 
 
Núcleo de ateroma com numerosas células espumosas 
(setas), envolto por cápsula fibrosa (F); (*) indica área 
de matriz amorfa no núcleo a placa. 
MORTE CELULAR 
• Apoptose fisiológica ou patológica; 
• Necrose patológica. 
Os distúrbios metabólicos celulares podem aparecer 
através de acúmulos intracelulares (reversíveis até 
certo ponto). 
NECROSE 
Hipóxia, isquemia: reduzem ATP; 
Múltiplos estímulos nocivos (ROS): danos aos lipídios, 
proteínas e ácidos nucleicos; suprimento nutrientes e 
ações de toxinas. 
Célula aumentada e núcleo fragmentado. Se rompe. 
As células necróticas podem persistir por algum tempo 
ou serem digeridas por enzimas e desaparecer. 
Principal fator para se caracterizar um quadro de 
lesão irreversível por necrose é a liberação das 
hidrolases ácidos dos lisossomos, pois quando essas 
saem para o citosol, inicia-se a autólise. 
Consequências da necrose no núcleo: 
• Picnose: retração nuclear e aumento da 
basofilia; o DNA se condensa em uma massa 
retraída escura. 
• Cariorrexe: segmentação do núcleo picnótico. 
• Cariólise: desaparecimento da basofilia por 
causa da digestão do DNA pela atividade da 
desoxirribonuclease (DNAse). 
Necrose coagulativa: mantém a formula da célula, 
apesar das alterações. Desnaturação de proteínas e 
enzimas. 
Ex. Infarto do miocárdio- células acidófilas coaguladas; 
falta de O2. Gangrena seca. 
 
Necrose Gangrenosa: necrose coagulativa de 
extremidades. Não é um padrão especifico de necrose, 
mas ainda utilizada na clínica. 
• Gangrena seca (tem só isquemia, pé preto, 
“múmia”) gasosa (infecção pela família da 
bactéria anaeróbica Clostridium, crepitação ao 
apertar, saída de gás). 
• Gangrena úmida- quando há infecção 
bacteriana concomitante, a necrose de 
coagulação é modificada pela ação de 
liquefação das bactérias e dos leucócitos que 
são atraídos para a região. Liquefativa. 
Necrose Liquefativa: material purulento. Ex. Infecções 
bacterianas, e ocasionalmente fúngicas. 
Morte de células do sistema nervoso central por 
hipóxia geralmente leva a esse tipo de necrose. Sem 
formação de pus. A liberação de hidrolase a partir de 
leucócitos polimorfonucleares pode provocar a 
formação de abscesso. 
Transforma o tecido em uma massa viscosa. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
 
Necrose caseosa: inflamação crônica. Ex. Bacilo da 
tuberculose. Arquitetura tecidual completamente 
destruída. 
 
Aparência é característica de um foco de inflamação 
conhecido como granuloma. 
Necrose gordurosa ou estestonecrose: resultado da 
liberação de lipases pancreáticas ativadas no 
parênquima pancreático e na cavidade peritoneal. Ex. 
Pancreatite. A lesão traumática pode provocar o 
surgimento de área irregular, branco-calcárea. 
 
Bolhas- sabonificação da gordura. 
Necrose fibridenóide: reações imunes que envolvem 
vasos sanguíneos. Ex. Doenças autoimunes. 
 
LESÃO ISQUEMICA E HIPÓXICA 
1. Redução da síntese de ATP (respiração 
celular); 
2. Redução da atividade da bomba de Na+ K+: 
gerando um acúmulo de Na+ e perda de K+ na 
célula; 
3. Entrada de água por osmose: edema celular; 
4. Redução da atividade da bomba de Ca+2: 
influxo de Ca+2, desestruturação do 
citoesqueleto. Se o cálcio começar a ativar 
proteases e fosfolipases a membrana 
citoplasmática enfraquece e rompe. 
Necessidade de O2: inicia a respiração anaeróbica o 
que resulta em um aumento da glicólise anaeróbica 
1. Acúmulo de ácido lático; 
2. Diminuição do pH intracelular; 
3. Diminuição da atividade de muitas enzimas 
celulares. 
Diminuição prolongada de ATP: 
• Ruptura estrutural dos mecanismos de síntese 
de proteínas; 
• Descolamento dos ribossomos do REG; 
• Polissomos em monossomos; 
• Citoesqueleto se dispersa, perdendo 
características ultraestruturas como as 
microvilosidades. 
Se a isquemia persistir, a lesão se torna irreversível. 
LESÃO SECUNDÁRIA À ISQUEMIA-REPERFUSÃO 
Processo clinicamente importante em condições 
como infarto agudo do miocárdio e infarto cerebral, 
sendo suscetível a intervenções terapêuticas. 
Novos processos lesivos são iniciados durante a 
reperfusão, causando morte de células que poderiam 
ter se recuperado. 
Mecanismos: 
• Processo de reoxigenação devido ao aumento 
de radicais livres de oxigênio nas células 
parenquemosas, endoteliais e nos linfócitos 
que infiltram a lesão. 
• Espécie reativas de oxigênio que podem 
aumentar ainda mais o poro de transição de 
permeabilidade mitocondrial, impedindo a 
energização mitocondrial e a recuperação do 
ATP celular. 
• Lesão isquêmica associada a inflamação devido 
a produção de citocinas e ao aumento da 
expressão das moléculas de adesão por células 
parenquimais e endoteliais hipóxicas. 
• Via do complemento, envolvido na defesa do 
hospedeiro e importante mecanismo de lesão 
imunológica. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
EXTRESSE OXIDATIVO 
Lesão celular mediada por Radicais livres incluem:lesões químicas, radiação, hipóxia, envelhecimento 
celular, lesão causada por células inflamatórias e 
isquemia-reperfusão. 
Algo prejudicial como radiação pode desencadear 
problemas, mas a mitocôndria fornece algumas 
enzimas como mecanismo antioxidante (formação de 
H2O2), caso esse mecanismo não funcione (SOD, 
glutationas, proxidases e catalases), há formação de 
ROS (espécie reativa de oxigênio). 
As ROS são produzidas normalmente em pequenas 
quantidades em todas as células durante as reações de 
redução-oxidação (redox) que ocorrem durante a 
respiração e a produção de energia mitocondrial. São 
produzidas, principalmente, em neutrófilos e 
macrófagos, como uma arma para destruir 
microrganismos ingeridos e outras substâncias durante 
a inflamação e a defesa do hospedeiro. Podem causar 
peroxidação lipídica e causar danos a membrana 
celular, pode ocasionar modificações em proteínas 
como quebra ou mau dobramento e causar danos ao 
DNA como algumas mutações. Em alguns casos a 
produção de ROS é muito intensa e mesmo com as 
enzimas funcionando corretamente elas não dão conta 
e a célula pode ter problemas. 
APOPTOSE 
Ocorre normalmente em várias situações e serve para 
eliminar células indesejáveis ou parcialmente danosas 
e células que já não sejam mais úteis. Pode ser 
desencadeada por estímulos exógenos ou endógenos. 
Se divide em eventos fisiológicos, de adaptação e 
patológicos. 
Mutação, estresse celular, infecções, radiação e danos 
ao DNA. Causa pouca ou nenhuma resposta 
inflamatória. Célula se condensa. 
Evento fisiológico= evento normal que elimina células 
que já não são mais necessárias, e para manter o 
número estável de várias populações celulares nos 
tecidos. Todas as células lábeis do nosso corpo fazem 
apoptose fisiológica. A função é perdida antes da 
morte. 
Evento patológico= quando células são danificadas e 
não podem mais ser recuperadas, especialmente 
quando a lesão afeta o seu DNA. 
• Morte celular produzida por vários estímulos 
nocivos. Ex: lesão do DNA por irradiação e 
drogas citotóxicas anticancerosas; 
• Lesão celular em certas doenças viróticas. Ex: 
hepatite viral, na qual a perda das células 
infectadas ocorre principalmente por 
apoptose; 
• Atrofia patológica dos órgãos 
parenquimatosas após obstrução ductal. Ex: 
como no pâncreas, na parótida e nos rins; 
• A morte celular nos tumores, frequentemente 
durante a regressão, mas que também ocorre 
em tumores em crescimento; 
• Em casos de morte celular principalmente por 
necrose também pode ocorrer apoptose. Ex: 
estímulos nocivos que causam aumento da 
permeabilidade mitocondrial desencadeiam a 
apoptose. 
Ocorre uma dissolução nuclear e fragmentação da 
célula sem perda completa da integridade da 
membrana. 
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS DA APOPTOSE 
• Degradação de proteínas; 
• Decomposição do DNA; 
• Reconhecimento fagocitário. 
MECANISMO DA APOPTOSE 
Induzido por uma cascata de eventos moleculares que 
podem ser iniciados de modos distintos, culminando 
na ativação das caspases. 
O processo pode ser dividido em uma fase de ativação, 
na qual as caspases se tornam cataliticamente ativas, e 
uma fase de execução, na qual essas enzimas atuam 
provocando a morte celular. 
O início da apoptose ocorre principalmente através dos 
sinais de duas vias distintas, porém convergentes: 
Via mitocondrial (intrínseca): ativação através das 
mitocôndrias. 
• Privação de fator de crescimento. 
• Danos ao DNA (radiação, tóxicos, radicais 
livres). 
• Proteínas mal dobradas (estresse do RE). 
Resulta do aumento da permeabilidade mitocondrial e 
da liberação de moléculas pró-apoptóticas no 
citoplasma, sem a participação dos receptores de 
morte. 
Nesse momento há ativação da família BCL2, essa é a 
responsável pela sinalização da apoptose ocorrer ou 
não (regulação). Quando o BAX e o BAK forem 
ativados o processo da apoptose ocorre. Esses BAX e 
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BAK vão até a membrana da mitocôndria e abrem 
poros, ativando a saída do citocromo C de dentro da 
mitocôndria, esse citocromo C ativa a via das caspases, 
processo em cascata que formam as pequenas 
vesículas. A fosfatidilserina inverte sua posição na 
membrana plasmática e sinaliza para que o fagócito 
faça a fagocitose. 
Via do receptor de morte (extrínseca): iniciada pela 
ativação de receptores de morte celular em várias 
células. 
Interações receptor-ligante. 
• Proteína Fas. 
• Receptor do TNF. 
Relacionada mais ao sistema imune, ligação FAS ligante 
e receptores do fator de necrose tumoral. Quando 
houver ligação desse fator, por exemplo, há ativação 
da via das caspases, processo em cascata, clivando e 
ativando outras pré-caspases, e as enzimas ativas são 
mediadoras da fase efetora da apoptose; ativada por 
moléculas pré-caspase-8 que clivam umas as outras pra 
formar a forma ativa da capase-8. Fragmentação e 
formação de vesículas e mecanismo de apoptose. 
Alguns reguladores positivos (efetuadores) desse 
processo são o BAK e o BAX (poros na mitocôndria e 
liberação do citocromo C), porém há efetuadores 
negativos (reguladores) como BCL e XL, param a 
apoptose. 
Essa via pode ser inibida por uma proteína chamada 
FLIP, que se liga à pré-caspase-8, mas não consegue 
clivar e ativar a enzima, pois não possui atividade 
enzimática. Alguns vírus e células normais produzem 
FLIP e usam esse inibidor para proteger células 
normais e infectadas da apoptose mediada pela Fas. 
ACÚMULOS INTRACELULARES 
As células podem acumular quantidades de várias 
substâncias. Podem ser inofensivas ou causar graus de 
lesão. 
Ex.: alteração gordurosa (esteatose); colesterol e 
ésteres de colesterol (fagócitos); proteínas como 
albumina, imunoglobulinas, emanharados e 
neurofibrilares; glicogênio (diabetes); pigmentos como 
lipofuscina e melanina; hemossiderina. 
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA 
O cálcio é frequentemente depositado em sítios de 
morte celular, resultando em calcificação patológica. A 
calcificação distrófica é resultante de uma lesão 
irreversível. A calcificação metastática é resultante de 
uma alteração no metabolismo do cálcio que pode 
afetar múltiplos locais. 
Há a deposição anormal de sais de cálcio, juntamente 
com pequenas quantidades de ferro, magnésio e 
outros sais minerais nos tecidos. Ampla gama de 
doenças. 
Classificação distrófica: deposição local. Níveis de 
cálcio normal e ausência de alterações no seu 
metabolismo, mas se deposita em tecidos lesionados 
ou mortos. Embora seja um sinal indicador de lesão 
celular prévia, é com frequência a causa de disfunção 
do órgão. O cálcio sérico é comum na calcificação 
distrófica. 
Classificação metastática: está associada/ é 
secundária a hipercalcemia, caudada por: 
1. Aumento da secreção de paratormônio (PTH), 
com subsequente reabsorção óssea, como no 
hiperparatireoidismo devido a tumores das 
paratireoides, e secreção ectópica de proteína 
relacionada ao PTH por tumores malignos; 
2. Destruição do osso, que ocorre nos tumores 
primários da medula óssea ou metástases 
ósseas difusas, remodelamento ósseo 
acelerado (ex. doença de Paget) ou 
imobilização; 
3. Distúrbios relacionados com a vitamina D, 
incluindo intoxicação por vitamina D, 
sarcoidose (na qual macrófagos ativam um 
precursor da vitamina D) e hipercalcemia 
idiopática da lactância (síndrome de Williams), 
caracterizada por sensibilidade anormal à 
vitamina D; 
4. Insuficiência renal, que causa retenção de 
fosfato, provocando hiperparatireoidismo 
secundário, e outras causas menos comuns 
como na intoxicação por alumínio, e na 
síndrome leite-álcali. 
Pode ocorrer em todo o corpo, mas afeta 
principalmente os tecidos intersticiais da mucosa 
gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicase veias 
pulmonares. 
Perda da homeostase do cálcio: são importantes íons 
mediadores da lesão celular; Homeostase do cálcio 
protege as células de estímulos nocivos. A maioria do 
cálcio intracelular permanece armazenada no RE liso e 
nas mitocôndrias; com a quebra da homeostase, o 
cálcio extracelular entra na célula e também “puxa" o 
cálcio das organelas (cálcio citosólico). 
ENVELHECIMENTO CELULAR 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
É o resultado do declínio progressivo do tempo de vida 
e da capacidade funcional das células. 
Os mecanismos que neutralizam o envelhecimento da 
célula é o reparo do DNA e o aumento da homeostase 
das proteínas. 
 
A1/2 
INFLAMAÇÃO 
Inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados 
às infecções e aos danos teciduais que recruta células 
e moléculas do sistema de defesa do hospedeiro da 
circulação para os locais onde são necessários. 
Mecanismo de defesa que visa cessar a causa inicial da 
lesão celular e as consequências de tal lesão, 
estimulando as vias de regeneração e reparo. 
Reação a vários agentes nocivos: infecções 
(microrganismos), reações imunes, corpos estranhos 
e necrose tecidual. 
“Inflamação é boa se não for intensa de mais, porque 
destrói o tecido”. (mais ideal ser rápida). 
 
Depende do qual tipo de resposta inflamatória vai ter. 
A principal característica do processo inflamatório é a 
reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de 
fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares. 
Etapas sequenciais: 
1. Agente agressor é reconhecido pelas células e 
moléculas do hospedeiro. 
2. Leucócitos e proteínas plasmáticas são 
recrutados para o local. 
3. Leucócitos e proteínas são ativados e 
trabalham em conjunto para destruir/eliminar 
o agente lesivo. 
4. A reação é controlada e encerrada. 
5. O tecido danificado é reparado. 
 
Inflamação aguda- controlada e encerrada tendo o 
tecido reparado. 
Necrose e microrganismo ativando resposta 
inflamatória. Agentes agressores. 
Liberação de substâncias das células, sinalizando. 
Fagocitose e reconhecimento dos microrganismos 
liberando mediadores químicos que atuam para 
recrutar células e sinalizam (mostram o caminho). 
No local correto os macrófagos e fagócitos realizam a 
fagocitose, ocorre a liberação de mais mediadores se 
necessário. 
Pós fagocitose- sinalização para parar o processo, 
cessando a liberação dos mediadores. 
Ocorre o reparo e dependendo do dano há cicatrização 
ou generalização. 
Edema devido a vasodilatação, aumento da 
permeabilidade vascular. 
TIPOS DE INFLAMAÇÃO 
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Manifestações externas da inflamação: 
• Vasodilatação; 
• Vermelhidão; 
• Edema, devido aumento da permeabilidade; 
• Dor, ativação da parte nervosa; 
• Perda de função. 
RECONHECIMENTO DE MICRORGANISMOS E CÉLULAS 
LESADAS 
Receptores celulares para microrganismos- Família 
Toll-like (TLRs): receptores mais específicos, 
localizados na membrana plasmática e endossomos. 
Reconhecem padrões moleculares associados aos 
patógenos (PAMPs). 
Sensores de lesão celulares: receptores citosólicos que 
reconhecem moléculas liberadas ou alteradas como 
consequência do dano celular. Reconhecem padrões 
moleculares associados aos danos (DAMPs), como 
ácido úrico, ATP (dano mitocondrial), redução 
intracelular de K+, DNA no citoplasma. Esses 
receptores ativam complexo citosólico, o 
inflamassomo, que induz a produção da citocina IL-1, a 
qual recruta leucócitos e, portanto, induz inflamação. 
produção de citocinas. 
Outros receptores celulares envolvido na inflamação: 
muitos leucócitos expressam receptores para o 
reconhecimento de microrganismos que sofreram 
opsonização. 
Proteínas circulantes: sistema complemento, lectina 
ligante de manose e colectinas são proteínas que se 
ligam e combatem microrganismos. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
Resposta rápida a um agente nocivo encarregada de 
levar mediadores de defesa do hospedeiro (leucócitos 
e proteínas plasmáticas) ao local da lesão. 
Componentes principais: 
1. Dilatação de vasos pequenos, o que 
desencadeia aumento no fluxo sanguíneo; 
2. Aumento da permeabilidade da 
microvasculatura, permitindo que proteínas 
plasmáticas e leucócitos deixem a circulação; 
3. Emigração dos leucócitos da microcirculação, 
que se acumulam no foco da lesão e são 
ativados a fim de eliminar o agente agressor. 
Para que as células cheguem no local necessário. 
Extravasamento de fluido, proteínas e células 
sanguíneas do sistema vascular para o tecido 
intersticial ou as cavidades corporais. Edema: excesso 
de fluido no interstício ou nas cavidades serosas. 
• Exsudato= fluido inflamatório extravascular 
que possui alta concentração de proteínas, 
fragmentos celulares. Ex: pus (rico em 
leucócitos). 
• Transudato= fluido com pequeno teor 
proteico. 
ALTERAÇÃO NO FLUXO E NO CALIBRE VASCULAR 
Iniciam-se rapidamente após a lesão e consistem em: 
Vasodilatação induzida pela ação de vários 
mediadores (principalmente histamina). É uma das 
primeiras manifestações da inflamação aguda e pode 
ser precedida por vasoconstrição transitória. Envolve 
primeiro as arteríolas e, em seguida, leva à abertura de 
novos leitos capilares na área. O resultado é o aumento 
do fluxo sanguíneo, que é a causa do calor e da 
vermelhidão (eritema) no local da inflamação. 
A vasodilatação é seguida rapidamente pelo aumento 
da permeabilidade da microvasculatura, com 
extravasamento de fluido rico em proteínas, exsudato 
nos tecidos extravasculares. 
AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR 
Leva a um exsudato causando: perda de proteína do 
plasma. 
• Redução da pressão osmótica intravascular. 
• Aumento da pressão osmótica no fluido 
intersticial. 
• Aumento da pressão hidrostática, devido 
maior fluxo decorrente da vasodilatação. 
Com isso ocorre o extravasamento acentuado de fluido 
e acúmulo deste no tecido intersticial. 
A perda de líquido resulta em uma concentração de 
hemácias nos vasos de menor calibre e aumento da 
viscosidade sanguínea, o que se reflete pela presença 
de pequenos vasos dilatados repletos de hemácias e 
um fluxo sanguíneo mais lento, condição conhecida 
como estase. 
À medida que a estase se desenvolve, leucócitos 
sanguíneos, principalmente neutrófilos, acumulam-se 
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ao longo do endotélio vascular. Ao mesmo tempo, as 
células endoteliais são ativadas por mediadores 
produzidos nos locais de infecção e de dano tecidual, e 
expressam níveis aumentados de moléculas de 
adesão. Os leucócitos então aderem ao endotélio e 
logo em seguida migram através da parede vascular 
para o tecido intersticial. 
MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO AUMENTO DA 
PERMEABILIDADE VASCULAR 
• A retração das células endoteliais (induzida 
por histamina, bradicinina, leucotrienos e 
outros mediadores) ocorre em 15 a 30 minutos 
após exposição. 
• Lesão endotelial, resultado de necrose e 
destacamento de células endoteliais (ex: 
queimaduras; toxinas microbianas). 
• Transcitose (aumento do transporte de 
líquidos e proteínas) através da célula 
endotelial. 
RESPOSTA DE VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS 
O sistema linfático filtra e controla os fluidos 
extravasculares. 
Na inflamação, o fluxo linfático é aumentado e ajuda 
a drenar o fluido do edema que se acumula. Os vasos 
linfáticos como os sanguíneos proliferam durante as 
reações inflamatórias para lidar com o aumento de 
carga. 
Devido a diminuição da pressão coloidosmóticacapilar, 
o retorno dos líquidos do interstício não ocorre e esses 
líquidos são então captados pelos vasos linfáticos. Por 
isso, quando há inflamação dos linfonodos ou vasos 
linfáticos podem estar associadas a uma inflamação 
bacteriana. 
RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA OS LOCAIS DE 
INFLAMAÇÃO 
Os leucócitos são recrutados para locais de inflamação 
e desempenham a função-chave de eliminar os agentes 
ofensivos. 
• Neutrófilos: são produzidos na medula óssea e 
rapidamente recrutados para locais de 
inflamação. Respostas rápidas e transitórias 
(nas primeiras 6 a 24hrs). 
• Macrófagos: montam respostas mais lentas, 
mas mais prolongadas, que frequentemente 
dependem de uma nova transcrição gênica 
(dentro de 24 a 48h). 
Quando fortemente ativados os leucócitos podem 
induzir danos teciduais e prolongar a inflamação, 
porque os produtos leucocitários também podem 
produzir “danos colaterais” aos tecidos normais. 
Quando há ativação inflamatória sistêmica, como pode 
ocorrer em uma invasão da corrente sanguínea por 
bactérias, a resposta inflamatória sistêmica resultante 
pode até ser letal. 
 
1. Marginação= leucócitos na periferia do fluxo; 
2. Leucócitos se prendem frouxamente as 
moléculas de adesão. Ação das selectinas; 
3. Rolamento= Os leucócitos ligam-se e 
destacam-se e, assim, começam a rolar na 
superfície endotelial; 
4. Adesão firme dos leucócitos ao endotélio, pela 
ação das Integrinas. Após serem ativados pelas 
quimiocinas; 
5. Transmigração= os leucócitos migram através 
da parede do vaso, espremendo-se entre as 
junções intercelulares das células 
6. Migração dos tecidos intersticiais em direção 
ao estímulo quimiotático. 
Na inflamação o endotélio precisa ser ativado para 
permitir que ele se ligue aos leucócitos, o passo inicial 
para que depois eles saiam dos vasos sanguíneos. 
O processo de recrutamento de células se inicia pelos 
macrófagos presentes nos tecidos que liberam 
quimiocinas, responsáveis pela vasodilatação além de 
fator de necrose tumoral (TNF), interleucina-1 (IL-1). 
Em nossos leucócitos, há secreção Selectina, que 
próximo ao local de infecção faz uma espécie de ligação 
e aproxima os leucócitos da parede do endotélio dos 
vasos, após isso, os leucócitos liberam integrinas que 
aumentam a afinidade com o endotélio, há mudança 
em seu citoesqueleto, mais quimiocinas são 
produzidas. Integrina de alta afinidade, adesão estável. 
LIGAÇÃO LEUCOCITÁRIA 
Após os leucócitos (particularmente neutrófilos e 
monócitos) serem recrutados para o local de infecção 
ou de lesão tecidual, eles devem ser ativados para 
executar suas funções. 
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Diversas classes de receptores na superfície celular dos 
leucócitos reconhecem estímulos diferentes. Os 
receptores iniciam respostas intermediárias das 
funções dos leucócitos. 
Proteínas multipassagens fazem uma cascata de 
reconhecimento. 
Receptor tipo Toll reconhece de forma específica. 
Interferon bloqueia a forma viral, mas não bacteriana. 
Ocorre no interstício. 
Três momentos: 
• Identificação de microrganismos mediadores; 
• Resposta celular; 
• Efeitos Funcionais: após a produção de 
mediadores, Espécies Reativas de Oxigênio são 
produzidas para digerir os AA, com isso temos 
a morte. Dessa forma, ROS são produzidas 
dentro do lisossomo e do fagolisossomo, onde 
podem agir nas partículas ingeridas sem 
danificar a célula hospedeira. 
FAGOCITOSE 
Etapas desencadeadas pela ativação dos fagócitos por 
microrganismos, detritos necróticos e vários 
mediadores: 
1. Reconhecimento e fixação da partícula a ser 
ingerida pelo leucócito; 
2. Engolfamento, com subsequente formação de 
um vacúolo fagocítico; 
3. Morte ou degradação do material ingerido. 
Armadilhas extracelular de neutrófilos (NETs): rede 
fibrilares extracelulares (de cromatina nuclear) que 
fornecem alta concentração de substâncias (peptídeos 
e enzimas) antimicrobianas em locais de inflamação, 
evitando que os microrganismos se espalhem ao 
prendê-los nas fibrilas. O neutrófilo degrada seu 
próprio núcleo e liberam histonas funcionando como 
uma espécie de armadilha. O neutrófilo acaba 
morrendo no processo. 
CONSEQUÊNCIAS DA INFLAMAÇÃO 
Consequência fisiológica da inflamação: mecanismos 
que funcionam para eliminar microrganismos e células 
mortas. 
Consequência Patológica da inflamação: capazes de 
lesar tecidos normais. 
Os mediadores anti-inflamatórios terminam a 
inflamação quando ela não é mais necessária. 
RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA 
Pode ocorrer por três caminhos: 
1. Resolução completa: ocorre normalmente 
quando a lesão é limitada. Tecido volta a sua 
forma normal; 
2. Fibrose, cicatrização pela substituição do 
tecido conjuntivo, reparo do dano, e ação dos 
fibroblastos. Perda de função da área afetada. 
3. Progressão da resposta para inflamação 
crônica: ocorre quando a resposta inflamatória 
aguda não pode ser resolvida, como resultado 
da persistência do agente prejudicial ou de 
alguma interferência no processo normal de 
cicatrização. Ex: angiogênese; infiltrado de 
células mononucleares; fibrose (cicatriz). 
Maior destruição tecidual. 
 
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO 
São substâncias que iniciam e regulam as reações 
inflamatórias. 
Podem ser produzidos pelas células no local da 
inflamação, ou podem circular no plasma como 
precursores inativos que são ativados no local da 
inflamação. 
A maioria dos mediadores apresenta tempo de vida 
curto. Um mediador pode estimular a liberação de 
outro mediador. 
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Células que produzem mediadores de inflamação 
aguda: 
• Macrófagos teciduais. 
• Células dendríticas. 
• Mastócitos. 
• Plaquetas, leucócitos e células do epitélio 
também podem ser induzidos. 
MEDIADORES ATIVOS 
Produzidos somente em resposta a várias moléculas 
que estimulam a inflamação, incluindo: 
• Produtos microbianos; 
• Células necróticas. 
Tais estímulos incitam receptores e vias de sinalização. 
Aminas vasoativas: 
Histamina 
Fontes: 
• Mastócitos (normalmente presentes nos tec. 
Conjuntivo e próximos aos vasos sanguíneos) 
fonte principal; 
• Basófilos; 
• Plaquetas. 
Funções: 
• Vasodilatação; 
• Aumento da permeabilidade vascular. Sendo o 
principal mediador da fase transitória imediata 
desse aumento; 
• Ativação endotelial. 
Serotonina: 
Fontes: 
• Plaquetas; 
• Certas células neuroendócrinas. 
Funções: 
• Neurotransmissor no trato digestivo; 
• Vasoconstritor (ação na inflamação ainda não 
está clara). 
METABÓLITOS DO ÁCIDO ARACDÔNICO 
Prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas. 
São sintetizados a partir dos fosfolipídios da membrana 
celular. 
Pode sofrer três processos principais por meio da ação 
de três enzimas: Ciclo-oxigenase, S-Lipoxigenase e 12-
Lipoxigenase. 
Leucotrienos 
Fonte: 
• Mastócitos; 
• Leucócitos. 
Função: 
• Aumento da permeabilidade vascular; 
• Quimiotaxia; 
• Adesão; 
• Ativação de leucócitos. 
Prostaglandinas 
Fonte: 
• Mastócitos; 
• Macrófagos; 
• Células endoteliais: expressam uma gama de 
fatores que inibem as atividades pró-
coagulantes das plaquetas e dos fatores de 
coagulação e outros que aumentam a 
fibrinólise, agem em conjunto para evitar a 
trombose e para limitar a coagulação ao local 
de lesão vascular. 
Enzimas produtoras de prostaglandinas: 
• COX 1: fisiológico ou constitutivo. Ex.: mucosa 
duodenal (proteção gástrica), agregação 
plaquetária, homeostase vascular e 
manutenção do fluxo sanguíneo renal. 
• COX 2: enzima indutiva presente em locais de 
inflamação. Ex: fisiologicamente encontrado 
nos rins, no SNCe no endotélio. 
AÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS 
Ações fisiológicas das prostaglandinas: 
• Mucosa duodenal: produção de muco, 
redução do colesterol HDL e vasodilatação. 
COX 1. 
• Rins: aumento do fluxo sanguíneo e da 
eliminação de sódio. COX 2. 
Ações patológicas das prostaglandinas: 
• Dor (PGE2 e PGI2): via redução do limiar de 
ativação de nociceptores. 
• Inflamação (PGE2 e PGI2): culmina em 
aumento do fluxo sanguíneo e em infiltração 
leucocitária. 
• Febre (PGE2): via ação no hipotálamo. 
Uso da aspirina: 
Como ocorre o bloqueio das prostaglandinas? 
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R.: Sem seletividade, pois age tanto na COX 1 quanto 
na COX 2. Provoca um processo irreversível. 
Por que a aspirina é considerada antiagregante 
plaquetária? 
R.: Um trombo ocorre por meio de agregação 
plaquetária. A não agregação ocorre por inibição da 
COX 1 (relativo a plaquetas) que inibe o Tromboxano; 
e da COX 2 (relativo ao endotélio) gera vasoconstrição. 
Qual é o efeito adverso? 
R.: Problemas associados à mucosa e aumento da 
pressão sanguínea. Dor de estômago, pois as 
prostaglandinas mantêm a produção de muco de 
proteção do estômago. 
CITOCINAS (direciona à localização) E QUIMIOCINAS 
(sinaliza a localização) 
São proteínas que regulam reações imunes e 
inflamatórias. 
Na inflamação aguda: TNF, IL-1, IL-6, quimiocinase e IL-
17. 
Na inflamação crônica: IL-12, IFN-gama e IL-17. 
 
IL-1 deixa as células resistentes a insulina. 
Manifestações da fase aguda: inflamação incluem 
aumento da pulsação e da pressão sanguínea, calafrios, 
anorexia, sonolência e mal estar geral, provavelmente 
por causa da ação das citocinas nas células cerebrais. 
SISTEMA COMPLEMENTO 
Coleção de proteínas solúveis e de receptores de 
membrana que funcionam principalmente na defesa 
do hospedeiro contra os microrganismos e nas reações 
inflamatórias patológicas. 
 A ativação do complemento por diferentes vias leva à 
clivagem do C3. As funções do sistema complemento 
são mediadas pelos produtos da quebra do C3 e de 
outras proteínas do complemento, bem como pelo 
complexo de ataque à membrana (MAC). 
O sistema complemento tem três funções principais: 
inflamação, opsonização e fagocitose além de lise 
celular. 
 
 
OUTROS MEDIADORES DE INFLAMAÇÃO 
• Fator Ativador Plaquetas: agregação 
plaquetária, vasoconstrição e 
broncoconstrição. 
• Produtos da Coagulação. 
• Cininas: bradicinina que aumenta a 
permeabilidade vascular e provoca contração 
do musculo liso, dilatação dos vasos 
sanguíneos e dor quando injetada na pele. 
• Neuropeptídeos: secretados por nervos 
sensoriais e vários leucócitos. 
PADRÕES MOFOLÓGIOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA 
Marcos morfológicos: 
• Dilatação de pequenos vasos sanguíneos. 
• Acúmulo de neutrófilos. 
• Fluido no tecido extracelular. 
INFLAMAÇÃO SEROSA 
Exsudação de fluidos pobres em células, nos espaços 
criados pela lesão celular ou em cavidades corporais 
revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio. 
Característica: epiderme separada da derme por uma 
coleção focal de efusão serosa. Ex: presente em bolha 
cutânea de uma queimadura ou infecção virótica, 
dentro ou imediatamente sob a epiderme. 
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bolha cutânea 
INFLAMAÇÃO FIBRINOSA 
Se desenvolve quando: 
• Os extravasamentos vasculares são grandes. 
• Há estímulo procoagulante local. 
Quando há grande aumento na permeabilidade 
vascular, proteínas de alto peso molecular no sangue, 
como o fibrinogênio, atravessam a barreira epitelial e 
há formação de fibrina, que é depositada no espaço 
extracelular. 
O exsudato fibrinoso é característico da inflamação no 
revestimento das cavidades do corpo, como 
meninges, pericárdio e pleura. Pode ser dissolvido por 
fibrinólise e removido pelos macrófagos. 
A conversão do exsudato fibrinoso em tecido cicatricial 
dentro do saco pericárdico causa espessamento 
fibroso opaco do pericárdio e do epicárdio na área de 
exsudação e, se a fibrose for extensa, há obliteração 
do espaço pericárdico. 
Exsudato de fibrina 
INFLAMAÇÃO PURULENTA 
Caracterizada pela produção de grandes quantidades 
de pus ou de exsudato purulento, constituído de: 
• Neutrófilos; 
• Debris liquefeitos das células necróticas; 
• Líquido de edema. 
Pode ser infecção por bactéria ou não (cérebro- 
isquêmica). 
Abscessos bacterianos no 
pulmão 
 
Abscessos contendo neutrófilos e debris celulares. 
ÚLCERA 
É um defeito local, ou escavação, da superfície de um 
órgão ou tecido que é produzido pela destruição 
(descamação) do tecido necrótico inflamado. A 
ulceração pode ocorrer apenas quando a necrose 
tecidual e a inflamação resultante encontram-se em 
uma superfície ou próxima a ela. 
Mais comuns: 
1. Na mucosa boca, estômago, intestino ou trato 
geniturinário. 
2. Na pele e tecido subcutâneo das extremidades 
inferiores em pessoas idosas que apresentam 
distúrbios circulatórios, que predispõem a 
extensa necrose isquêmica. 
 
Ulcera duodenal 
 
Cratera da úlcera com exsudato agudo na base 
Ulcera de decúbito: compressão pele-osso. 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
É uma resposta de duração prolongada na qual 
inflamação, lesão tecidual e tentativa de reparo 
coexistem em diferentes combinações. A progressão 
para a resposta inflamatória crônica ocorre quando há 
interferência no processo normal de cura. 
Infiltração de linfócitos, macrófagos: 
• Aleatória: bagunçado; 
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• Especial: granulomas imunológicos 
(isolamento); e granulomas de copos 
estranhos. 
Causas da Inflamação Crônica: 
• Infecções persistentes por microrganismos 
que são difíceis de erradicar. Provocam uma 
reação imune, a hipersensibilidade do tipo 
tardio. 
• Doenças de hipersensibilidade e autoimunes, 
que são desencadeadas contra antígenos que 
normalmente são inofensivos, e não 
apresentam um propósito útil e só causam 
doenças. Tais doenças podem apresentar 
padrões morfológicos de inflamação aguda e 
crônica ou mista porque são caracterizadas por 
episódios repetidos de inflamação. 
• Exposição prolongada a agentes 
potencialmente tóxicos, exógenos ou 
endógenos. Ex. Sílica particulada e 
Aterosclerose. 
• Não consideradas distúrbios inflamatórios: 
doenças degenerativas- alzheimer, síndrome 
metabólica e diabetes tipo 2, e certos tipos de 
câncer nos quais as reações inflamatórias 
promovem o desenvolvimento tumoral. 
Características morfológicas: 
• Infiltrado de células mononucleares que 
incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos. 
• Destruição tecidual induzida pelo agente 
ofensivo persistente ou pelas células 
inflamatórias. 
• Tentativas de cura pela troca do tecido 
danificado por tecido conjuntivo, pela 
angiogênese e, em particular, pela fibrose. 
 
Vasos congestos: decorrente da vasodilatação ter 
causado maior fluxo sanguíneo. 
Células inflamatórias predominantes no processo 
inflamatório crônico: macrófagos M2; linfócitos T; 
plasmócitos. 
PAPEL DOS MACRÓFAGOS 
Células predominantes na maioria das reações 
inflamatórias crônicas, que contribuem para a reação 
através da secreção de citocinas e fatores de 
crescimento que atuam sobre várias células, 
destruindo invasores e tecidos estranhos e ativando 
outras células, principalmente os linfócitos T. 
Normalmente estão espalhados difusamente pela 
maioria dos tecidos conjuntivos. São encontrados em 
locais específicos em órgãos como o fígado (células de 
Kupffer), baço e linfonodos (histiócitos sinusais),sistema nervoso central (células microgliais) e pulmões 
(macrófagos alveolares). Compreendem o sistema 
fagocitário mononuclear. 
• Atuam como filtros para partículas, 
microrganismos e células senescentes; 
• Funcionam como células efetoras que 
eliminam os microrganismos nas respostas 
imunes celulares e humorais; 
• Apresentam muitas outras funções na 
inflamação e no reparo; 
• Secretam mediadores da inflamação, como 
citocinas (TNF, IL-1, quimiocinas e outros) e 
eicosanoides; 
• Exibem antígenos para os linfócitos T e 
respondem aos sinais das células T, criando 
assim um ciclo de feedback. 
Os macrófagos, em geral, tornam-se a população de 
células predominante nas reações inflamatórias 
dentro de 48 horas após o seu início. 
Existem duas vias principais de ativação de 
macrófagos. A via escolhida por um determinado 
macrófago depende da natureza dos sinais de ativação. 
• Macrófagos classicamente ativados (também 
chamados M1): produzem NO e ROS e 
suprarregulam as enzimas lisossômicas, o que 
aumenta sua capacidade de eliminar 
organismos ingeridos e secretar citocinas que 
estimulam a inflamação. São importantes na 
defesa imune do hospedeiro. 
• Macrófagos ativados alternativamente (M2): 
tem como função principal o reparo tecidual. 
Eles secretam fatores de crescimento que 
promovem a angiogênese, ativam fibroblastos 
e estimulam a síntese de colágeno. 
Outras células na inflamação crônica: 
• Eosinófilos- reações imunomediadas por IgE e 
nas infeções parasitárias. 
• Mastócitos- reações de hipersensibilidade. 
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• Neutrófilos- induzidos por microrganismos 
persistentes ou por citocinas e outros 
mediadores produzidos por macrófagos 
ativados e linfócitos T. 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA 
É caracterizada por coleções de macrófagos ativados, 
muitas vezes com linfócitos, e as vezes associadas a 
necrose central. 
Os macrófagos ativados desenvolvem um citoplasma 
abundante e passam a se assemelhar a células 
epiteliais, sendo chamados células epitelioides. Alguns 
macrófagos ativados podem se fundir, formando 
células gigantes multinucleadas. 
A formação de granulomas é uma tentativa celular de 
conter um agente agressor difícil de erradicar. Nesta 
tentativa, frequentemente há uma forte ativação de 
linfócitos T que desencadeia ativação dos macrófagos, 
o que pode causar lesões nos tecidos normais. 
Tipos de Granulomas: 
• Granulomas imunes: causados por vários 
agentes capazes de induzir resposta imune 
mediada por células T persistente. Possuem 
células gigantes em forma de C. 
• Granulomas de corpo estranho: são 
encontrados na resposta a corpos estranhos 
relativamente inertes, na ausência de resposta 
imunomediada por células T. Células 
epitelioides e as células gigantes são 
direcionadas para a superfície do corpo 
estranho. O material estranho geralmente 
pode ser identificado no centro do granuloma. 
 
Exemplos de doenças com inflamação granulomatosa: 
• Tuberculose: granuloma caseoso; 
• Hanseníase: bacilos álcool-ácido resistentes 
em macrófagos, granulomas não caseosos; 
• Sífilis: parede de macrófagos encerrando a 
lesão; infiltrado de plasmócitos; células 
centrais necróticas; organismos de difícil 
identificação no tecido; 
• Doença da arranhadura do gato: bacilos Gram-
negativos; granuloma arredondado ou 
estrelado contendo debris granulares centrais 
e neutrófilos reconhecíveis; 
• Sarcoidose: granulomas não caseosos com 
numerosos macrófagos ativados; 
• Doença de Crohn: reação imune contra 
bactérias intestinais, granulomas não caseosos 
ocasionais na parede do intestino, com denso 
infiltrado inflamatório crônico. 
EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO 
Respostas de fase aguda: 
• Febre: TNF e IL-I estimulam a produção de 
prostaglandinas no hipotálamo. 
• Proteínas da fase aguda: proteína C reativa –
(PCR); Fibrinogênio; Proteína amiloide A – 
(AAS). 
• Leucocitose: leucócitos jovens na corrente 
sanguínea. Neutrofilia: bactérias; 
• Linfocitose (aumento de linfócitos): infecções 
virais; 
• Eosinofilia: alergia e parasitas; 
• Leucopenia: certos tipos de vírus e Richettsiae. 
• Aumento da frequência cardíaca e pressão 
arterial. Diminuição transpiração, calafrios, 
anorexia, sonolência e mal estar. 
• Algumas infeções graves, o choque séptico: 
queda de pressão, coagulação intravascular 
disseminada, anormalidades metabólicas. 
RESUMO DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
• Resposta prolongada do hospedeiro a 
estímulos persistentes que pode se 
desenvolver em decorrência de uma 
inflamação aguda não resolvida ou, ainda, por 
uma resposta crônica desde o início do 
processo. 
• Causada por microrganismos que resistem à 
eliminação, por respostas imunes a antígenos 
próprios ou ambientais e por algumas 
substâncias tóxicas; é a base de muitas 
doenças importantes sob o ponto de vista 
médico. 
• Caracterizada por inflamação coexistente, 
lesão tecidual, tentativas de reparo por 
cicatrização e resposta imune. 
• Infiltrado celular constituído por macrófagos, 
linfócitos e plasmócitos e outros leucócitos. 
• Mediada por citocinas produzidas pelos 
macrófagos e linfócitos (notavelmente 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
linfócitos T); as interações bidirecionais entre 
essas células tendem a amplificar e prolongar 
a reação inflamatória. 
• A inflamação granulomatosa é um padrão 
morfológico específico de inflamação crônica 
induzida pela ativação de células T e 
macrófagos em resposta a um agente 
resistente à erradicação. 
REPARO TECIDUAL 
Depende do nível da agressão. 
Ocorre por: 
• Regeneração por meio da proliferação das 
células residuais e manutenção de células 
tronco teciduais. 
• Deposição de tecido conjuntivo (formação de 
cicatriz). Ocorre quando os tecidos lesados são 
incapazes de regeneração completa ou se as 
estruturas de suporte do tecido são 
gravemente lesadas. 
Tecidos lábeis= as células são continuamente 
substituídas por novas células derivadas de células 
tronco teciduais e progenitores imaturos que 
proliferam rapidamente. Incluem células 
hematopoiéticas da medula óssea e muitos epitélios 
superficiais. 
Tecidos estáveis (fase G0) = não proliferam, mas são 
capazes de se dividir em resposta à lesão ou à perda de 
massa tecidual. Entre esses tecidos está o parênquima 
da maioria dos órgãos sólidos, como fígado, rim e 
pâncreas, as células endoteliais, os fibroblastos e as 
células musculares lisas geralmente também são 
quiescentes, mas podem proliferar em resposta aos 
fatores de crescimento, uma reação que é 
particularmente importante para a cicatrização das 
feridas; 
Tecidos permanentes= consistem em células não 
proliferativas terminalmente diferenciadas, como a 
maioria dos neurônios e células musculares cardíacas. 
A lesão desses tecidos é irreversível e resulta em 
cicatriz, porque as células não podem se regenerar. 
REGENERAÇÃO DO FÍGADO 
Ocorre por 2 mecanismos: 
• Proliferação dos hepatócitos após 
hepatectomia parcial. Até 90% pode ser 
corrigida pela proliferação dos hepatócitos 
residuais. 
• Regeneração hepática a partir de células 
progenitoras. Em situações nas quais a 
capacidade proliferativa dos hepatócitos é 
prejudicada. 
O ponto final da regeneração hepática após 
hepatectomia parcial é a restituição da massa funcional 
em vez de formação. 
Como os hepatócitos são células quiescentes, levam 
muitas horas para entrar no ciclo celular, progredir 
através de G1 e alcançar a fase S da replicação do DNA. 
A onda de replicação dos hepatócitos é sincronizada e 
seguida pela replicação sincrônica dascélulas não 
parenquimatosas (células de Kupffer, células 
endoteliais e células estreladas). No final os 
hepatócitos retornam à quiescência. 
REPARO POR CICATRIZES 
Substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, 
levando a formação de uma cicatriz, ou por uma 
combinação de regeneração de algumas células 
residuais e formação de cicatriz. 
1. Tampão hemostático: formado alguns 
minutos após a lesão; 
2. Inflamação: composta pelas típicas respostas 
inflamatórias aguda e crônica. 
3. Proliferação celular: vários tipos de células, 
incluindo células epiteliais, endoteliais e outras 
células vasculares e fibroblastos, proliferam e 
migram para fechar a ferida. Cada tipo de 
célula apresenta funções únicas. Formação de 
tecido de granulação. 
4. Remodelação: O tecido conjuntivo que foi 
reorganizado é depositado pelos fibroblastos 
para produzir uma cicatriz fibrosa estável. 
A cicatrização depende de vários fatores como: 
localização anatômica, tipo da pele, raça, e técnica 
cirúrgica utilizada. A cicatrização final depende da 
perda tecidual inicial. É evento complexo e dinâmico. 
ANGIOGÊNESE 
É um processo de desenvolvimento de novos vasos 
sanguíneos a partir de vaso existente. Envolve vias de 
sinalização, interações célula-célula, proteínas da MEC 
e enzimas teciduais. 
Fatores de crescimento: 
VEGF-A: 
• Estimula proliferação e a migração das células 
endoteliais. 
• Promove vasodilatação, estimulando a 
produção de NO e contribui para a formação 
do lúmen vascular. 
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FGF-2 (fibroblasto): 
• Proliferações de células endoteliais. 
• Migração de macrófagos e fibroblastos para a 
área danificada. 
• Estimulam a migração de células epiteliais para 
cobrir a ferida. 
Os vasos recém formados são estabilizados a partir do 
recrutamento de pericitos e células musculares lisas, 
e pela deposição de tecido conjuntivo. Os fatores de 
crescimento PDGF e TGF-β também participam do 
processo de estabilização: o PDGF recruta as células 
musculares lisas, enquanto o TGF-β inibe a proliferação 
e a migração endotelial, além de melhorar a produção 
de proteínas da MEC. 
ATIVAÇÃO DE FIBROBLASTOS E DEPOSITAÇÃO DO 
TECIDO CONJUNTIVO 
A deposição do tecido conjuntivo ocorre em duas 
etapas: 
1. Migração e proliferação de fibroblastos no 
local da injúria. 
2. Deposição de proteínas da MEC produzidas por 
essas células. 
TGF-β é a citocina mais importante para a síntese e a 
deposição de proteínas do tecido conjuntivo: 
• Estimula a proliferação e a migração de 
fibroblastos. 
• Aumenta a síntese de colágeno e fibronectina. 
• Diminui a degradação da MEC, por inibição da 
metaloproteinase. 
• Apresenta efeitos anti-inflamatórios. 
• Inibe a proliferação de linfócitos e outros 
leucócitos. 
CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS NA PELE 
São classificadas em: 
• Primeira intenção: se refere a regeneração 
epitelial com formação mínima de cicatrizes. 
Bordos mais próximos. Ferida cirúrgica. 
• Segunda intenção: feridas maiores que 
cicatrizam por meio da combinação de 
regeneração e cicatrização. Presença de 
miofibroblastos. 
RESITÊNCIA DA FERIDA 
Quando as suturas são removidas, geralmente, no final 
da primeira semana, a resistência da ferida é 
aproximadamente 10% da pele não-ferida, mas a 
resistência aumenta rapidamente nas próximas quatro 
semanas. 
Essa taxa de aumento diminui, aproximadamente, no 
terceiro mês após a incisão original e alcança um nível 
de aproximadamente 70% a 80% da resistência tensil 
da pele não-ferida, uma condição que pode persistir 
para a vida toda. 
Feridas cuidadosamente suturadas apresentam 
aproximadamente 70% da resistência da pele normal. 
Remodelação do tecido conjuntivo 
Após a cicatrização ser formada, ela é remodelada para 
aumentar a sua força de contratilidade. 
Substituição do colágeno tipo III para o tipo I (aumenta 
resistência e tensão no local). 
FATORES QUE IMPEDEM O REPARO DO TECIDO 
Fatores locais: tensão; infecção; corpo estranho; O2; 
temperatura; estase. 
Fatores sistêmicos: desnutrição (vitamina C, colágeno, 
zinco; proteínas); anemia; doenças autoimunes; 
fármacos anti-inflamatórios. 
CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA 
A formação excessiva dos componentes do processo de 
reparo pode originar: 
• Cicatrizes hipertróficas= acúmulo de 
quantidades excessivas de colágeno. 
Geralmente se desenvolvem após uma lesão 
térmica ou traumática que envolve as camadas 
profundas da derme. 
• Queloides= tecido cicatricial cresce além dos 
limites da ferida original e não regride. 
• Granulação exuberante= quantidade 
excessiva de tecido de granulação, que se 
projeta acima do nível da pele, bloqueando a 
reepitelização. 
FIBROSE EM ÓRGÃOS PARENQUIMATOSOS 
 Fibrose é utilizada para designar a deposição excessiva 
de colágeno e outros componentes da MEC em um 
tecido. 
É um processo patológico induzido por estímulos 
prejudiciais persistentes, como infecções crônicas e 
reações imunológicas, e geralmente está associada à 
perda de tecido. 
ATIVIDADE 
1) Explique como a deficiência da vitamina C 
interferem no reparo do tecido. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
R= A vitamina C (ácido ascórbico) atua na hidroxilação 
dos aminoácidos prolina e lisina, essenciais na 
transformação do pró‐colágeno em colágeno. 
2) Paciente, 70 anos. Apresenta varizes graves e úlcera 
venosa na perna que não cicatriza. Explique por que a 
úlcera não cicatriza. 
R= Uma das principais causas da úlcera que não 
cicatriza são problemas associados à circulação 
sanguínea, evidente neste caso no que tange agressões 
venosas e grau avançado de envelhecimento 
fisiológico. A má circulação dificulta a perfusão de 
oxigênio e impede que fibroblastos alcancem a área 
afetada. 
A1/3 
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS, TROMBOEMBÓLICOS 
E CHOQUE 
Condições patológicas: alteram a função endotelial; 
aumentam a pressão hidrostática vascular ou 
diminuem o conteúdo de proteínas no plasma, 
formando o edema. 
Hemostasia: é o processo de coagulação sanguínea 
que impede o sangramento excessivo após uma lesão 
ao vaso sanguíneo. 
Hemostasia inadequada= pode resultar em 
hemorragia, capaz de comprometer a perfusão 
tecidual regional. Se for maciça e rápida, pode causar 
hipotensão, choque e óbito. 
Coagulação inadequada (trombose) ou a migração de 
tromboêmbolos (embolia)= pode obstruir os vasos 
sanguíneos, causando potencialmente a morte celular 
isquêmica (infarto). 
HIPEREMIA 
Aumento do volume sanguíneo, no interior de vasos, 
em um tecido. 
Os tecidos hiperêmicos ficam mais avermelhados do 
que o normal devido ao ingurgitamento dos vasos por 
sangue oxigenado. 
Hiperemia ativa: vasodilatação arteriolar e aumento 
do influxo sanguíneo. Ex: rubor facial. 
Hiperemia passiva ou congestão: comprometimento 
do efluxo do sangue, geralmente, venoso de um tecido, 
havendo dificuldade do retorno venoso (acúmulo). 
Alteração do fluxo sanguíneo. Célula sofre hipóxia. Ex: 
fígado e consequentemente baço aumentados, 
principalmente decorrente de ICC. 
Na congestão hepática aguda, a veia central e os 
sinusóides estão distendidos com sangue. Como a área 
centrolobular está na extremidade distal do 
fornecimento de sangue hepático, os hepatócitos 
centrolobulares podem sofrer necrose isquêmica, 
enquanto os hepatócitos periportais (mais bem 
oxigenados por causa da proximidade com as arteríolas 
hepáticas) podem desenvolver apenas esteatose 
(perda parcial de função). 
Na congestão hepática crônica, as regiões 
centrolobulares apresentam macroscopicamente uma 
cor vermelho-acastanhada e estão levemente 
deprimidas(devido à morte celular), destacando-se 
das zonas circunjacentes do fígado não congesto de cor 
amarelo-acastanhada (fígado em noz-moscada). 
Microscopicamente, observam-se hemorragia 
centrolobular, macrófagos carregados de 
hemossiderina e vários graus de perda de haepatócitos 
e necrose. Os hepatócitos próximos a veia centro-
lobular irão morrer (hipóxia crônica e necrose), os que 
estão no intermédio e próximos ao espaço porta 
perdem a capacidade funcional (esteatose). 
Pode ocorrer sistemicamente, como na insuficiência 
cardíaca, ou localmente, como consequência de uma 
obstrução venosa isolada. 
Os tecidos congestos apresentam uma coloração 
vermelho-azulada anormal (cianose) originada a partir 
do acúmulo da hemoglobina desoxigenada na área 
afetada. 
Na congestão crônica de longa duração, a perfusão 
tecidual inadequada e a hipóxia persistente podem 
levar à morte celular parenquimatosa e à fibrose 
tecidual secundária, e a pressão hidrostática 
intravascular elevada pode causar edema ou, algumas 
vezes, ruptura dos capilares, o que causa hemorragias 
focais (por diapedese). 
A ruptura dos capilares na congestão crônica dos 
tecidos pode, também, causar pequenos focos 
hemorrágicos com subsequente catabolismo das 
hemácias extravasadas, o que pode resultar em 
grupamentos “denunciadores” residuais de 
macrófagos carregados de hemossiderina. 
Os tecidos mais afetados pela congestão passiva 
crônica são o tecido pulmonar, tecido hepático e tecido 
esplênico. 
EDEMA 
Acúmulo de fluido no espaço intersticial. 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
60% do peso corporal magro é composto por água, da 
qual 2/3 são intracelulares. A maior parte da água 
restante encontra-se em compartimentos 
extracelulares na forma de líquido intersticial; somente 
5% da água corporal se encontram no plasma 
sanguíneo. 
Efusões= acúmulo de fluido extravascular em 
cavidades corporais. Como na cavidade pleural 
(hidrotórax), na cavidade pericárdica (hidropericárdio) 
ou na cavidade peritoneal (hidroperitônio ou ascite). 
Anasarca= edema grave, generalizado, caracterizado 
por grande tumefação dos tecidos subcutâneos e 
acúmulo de fluido nas cavidades corporais. 
Mais encontrado em tecidos subcutâneos. O edema 
subcutâneo pode ser difuso, mas em geral acumula-se 
preferencialmente nas partes do corpo posicionadas a 
uma maior distância em relação ao coração, onde as 
pressões hidrostáticas são maiores. Sofre influência da 
gravidade. 
No edema pulmonar a superfície de corte revela um 
líquido espumoso, sanguinolento, representando uma 
mistura de ar, líquido de edema e hemácias 
extravasadas. 
 
Saída de líquido para o interstício. 
Pressão coloidosmótica puxa grande parte desse 
líquido, restante é absorvido pelos vasos linfáticos. 
O movimento de fluido entre os espaços vascular e 
intersticial é controlado principalmente por duas 
forças opostas: a pressão hidrostática vascular e a 
pressão coloidosmótica, produzida pelas proteínas 
plasmáticas. 
Fluido do edema que se acumula devido ao aumento 
da pressão hidrostática é um transudato. 
O edema pode ser caudado por: 
• Aumento da pressão hidrostática 
(insuficiência cardíaca). 
• Aumento permeabilidade vascular 
(inflamação). 
• Redução da pressão coloidosmótica que 
resulta na diminuição da albumina plasmática: 
redução na síntese (desnutrição proteica, 
doença hepática); aumento da perda 
(síndrome nefrótica, edema generalizado) 
• Obstrução linfática: inflamação; neoplasia; 
pós-cirurgia; pós irradiação, comprometem a 
reabsorção de fluidos dos espaços intersticiais. 
• Retenção de sódio (insuficiência renal). Pode 
induzir o edema devido ao aumento da 
pressão hidrostática e redução da pressão 
osmótica plasmática. 
• Retorno venoso comprometido: insuficiência 
cardíaca congestiva; pericardite constritiva; 
ascite (cirrose hepática); obstrução ou 
compressão venosa; trombose; pressão 
externa (ex. massa). Inatividade das 
extremidades inferiores em posição vertical 
prolongada. 
• Dilatação arteriolar: calor; desregulação 
neuro-humoral. 
A pressão hidrostática aumentada ou a pressão 
coloidosmótica diminuída causa maior movimento de 
água para dentro do interstício. Isso aumenta a 
pressão hidrostática tissular e, eventualmente, um 
novo equilíbrio é alcançado. O excesso de fluido do 
edema é removido pela drenagem linfática e retorna à 
circulação sanguínea via ducto torácico. 
Aumentos locais da pressão intravascular causados, 
por exemplo, por uma trombose venosa profunda nos 
membros inferiores pode causar edema restrito à 
porção distal da perna acometida. 
No edema pulmonar o acúmulo de líquido em torno 
dos capilares nos septos alveolares impede a difusão 
de oxigênio, e também cria um ambiente favorável à 
infecção bacteriana. 
 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
HEMORRAGIA 
Extravasamento de sangue dos vasos, ocorre mais 
frequentemente devido a lesões aos vasos sanguíneos 
ou à formação defeituosa do coágulo. Pode se 
manifestar com diferentes aparências e consequências 
clinicas. 
O risco de hemorragia está aumentado em uma ampla 
variedade de distúrbios clínicos chamados 
coletivamente diáteses hemorrágicas. Esses distúrbios 
apresentam diversas causas e entre elas estão os 
defeitos hereditários e/ou adquiridos associados às 
paredes dos vasos, plaquetas ou fatores de 
coagulação. 
A hemorragia pode ser externa ou acumular-se dentro 
de um tecido, como um hematoma. Dentro das 
cavidades: hemotórax, hemopericardio, 
hemoperitônio ou hemartose. Podem ocasionalmente 
resultar em icterícia decorrente da destruição maciça 
de hemácias e hemoglobina. 
Petéquias: hemorragias diminutas (1 a 2mm de 
diâmetro) na pele, membranas mucosas ou superfícies 
serosas, entre suas causas estão trombocitopenia; 
função plaquetária defeituosa (trombocitopatia), 
perda do suporte da parede vascular (como na 
deficiência da vitamina C). 
Púrpura: consiste em hemorragias ligeiramente 
maiores (3 a 5 mm), mesmas causas da petéquias e 
também trauma, vasculite (inflamação vascular). 
Equimose: Hematomas subcutâneos maiores. 
“Hemorragias em lençol”. Hemácias extravasadas são 
fagocitadas e degradadas por macrófagos; as 
alterações características da coloração de uma 
contusão se devem à conversão enzimática de 
hemoglobina para bilirrubina e, eventualmente, em 
hemossiderina. 
Hemorragias petequiais na 
mucosa colônica, como consequência de 
trombocitopenia. 
Hemorragia intracerebral fatal 
A significância clínica de qualquer hemorragia em 
particular depende do volume de sangue perdido e da 
velocidade do sangramento. O local da hemorragia 
também é importante; o sangramento que seria 
insignificante nos tecidos subcutâneos pode causar 
morte se localizado no cérebro. 
Perdas maiores que perdas rápidas de até 20% do 
volume sanguíneo, podem causar choque hemorrágico 
(hipovolêmico). 
A perda sanguínea externa crônica ou recorrente (ex. 
por úlcera péptica ou sangramento menstrual) muitas 
vezes culmina em anemia ferropriva. No entanto, o 
sangramento interno (ex. hematoma) não leva à 
deficiência de ferro, pois esse é reciclado com 
eficiência a partir das hemácias fagocitadas. Com o 
passar do tempo, contudo, a hemorragia reduz a 
quantidade de ferro no corpo, de maneira que a 
medula óssea não consegue aumentar a produção de 
novos glóbulos vermelhos para substituir os perdidos, 
causando anemia ferropriva. 
HEMORRAGIA POR DIAPEDESE 
Ocorre pela saída de sangue através de espaços entre 
as células endoteliais por causa de: 
1. Alteração local nas junções intercelulares= 
diapedeseparacelular; 
2. Formação de poros nas células endoteliais= 
diapedese transcelular, possivelmente em 
locais com citoplasma mais delgado. 
Ocorre em vênulas ou capilares quando existe 
hiperemia passiva e resulta de aumento da pressão 
intravascular. 
Quantidades consideráveis de sangue perdidas pelo 
escapamento das células sanguíneas, uma a uma, 
através de imperfeições quase imperceptíveis que 
ocorrem nas paredes dos vasos sanguíneos. 
Fragilidade vascular acompanhada por saída de 
hemácias para tecidos extravasculares. 
HEMOSTASIA 
Hemostasia normal é um processo precisamente 
orquestrado envolvendo as plaquetas, os fatores de 
coagulação e o endotélio, que ocorre no local de lesão 
vascular e culmina na formação de um tampão 
fibrinoplaquetário, que serve para evitar ou limitar a 
extensão do sangramento. 
A vasoconstrição arteriolar ocorre imediatamente e 
reduz intensamente o fluxo sanguíneo para a área 
lesionada. Essa etapa é mediada por mecanismos 
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 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC T-XXXV 
 
reflexos neurogênicos, aumentados pela secreção local 
de fatores, como a endotelina, um potente 
vasoconstritor derivado do endotélio. Esse efeito é 
transitório. O sangramento rapidamente retornaria se 
não fosse a ativação de plaquetas e dos fatores de 
coagulação. 
Hemostasia primária: a formação do tampão 
plaquetário. A descontinuidade do endotélio expõe o 
fator de von Willebrand (vWF) e o colágeno 
subendotelial, que promovem a adesão e ativação das 
plaquetas. A ativação plaquetária resulta em uma 
alteração de sua forma, e na liberação de grânulos de 
secreção, que recrutam mais plaquetas, as quais 
sofrem agregação e formam um tampão hemostático 
primário. 
Hemostasia secundária: deposição de fibrina. A lesão 
vascular também expõe o fator tecidual no local da 
lesão, uma glicoproteína pró-coagulante, 
normalmente expressa pelas células subendoteliais na 
parede dos vasos. O fator tecidual liga-se e ativa o 
fator VII que desencadeia a cascata de reações que 
culminam na geração da trombina. A trombina cliva o 
fibrinogênio circulante formando fibrina insolúvel, o 
que gera uma malha de fibrina e também é um 
potente ativador adicional de plaquetas (potencializa 
o tampão). Essa sequência, denominada hemostasia 
secundária, consolida o tampão plaquetário inicial. 
Estabilização e reabsorção do tampão hemostático. A 
fibrina polimerizada e as plaquetas agregadas sofrem 
contração para formar um tampão sólido e 
permanente que impede ainda mais a hemorragia. 
Nesta fase, os mecanismos contrarregulatórios, 
mediados pelo ativador do plasminogênio tecidual (t-
PA, um produto fibrinolítico) e trombomodulina, estão 
em movimento para limitar a coagulação ao local da 
lesão e eventualmente desencadear reabsorção do 
tampão e reparo do tecido. 
Fatores que alteram a hemostasia: lesão; excesso de 
fatores de coagulação; níveis de plaqueta. 
 
PLAQUETAS 
Desempenham um papel crítico na hemostasia 
normal por meio da formação um tampão 
hemostático primário, que inicialmente sela os 
defeitos vasculares e proporciona uma superfície que 
recruta e concentra os fatores de coagulação 
ativados. 
As plaquetas são fragmentos celulares anucleados, em 
forma de disco, presentes na corrente sanguínea, que 
se originam dos megacariócitos medulares. 
Os grânulos-α possuem a molécula de adesão P-
selectina nas suas membranas e contêm proteínas 
envolvidas na coagulação, como o fibrinogênio, o fator 
de coagulação V e o vWF, bem como fatores proteicos 
que podem estar envolvidos na cicatrização de feridas, 
como a fibronectina, o fator de plaquetas 4 
(quimiocina ligante de heparina), o fator de 
crescimento derivado de plaquetas (PDGF) e o fator 
de crescimento transformante β. 
Os grânulos densos (ou δ) contêm difosfato de 
adenosina (ADP) e trifosfato de adenosina, cálcio 
ionizado, serotonina e epinefrina. 
Adesão plaquetária: mediada amplamente por 
interações com o vWF, que age como uma ponte entre 
a glicoproteína Ib do receptor da superfície das 
plaquetas (GpIb) e o colágeno. As deficiências 
genéticas de vWF ou GpIb (síndrome de Bernard-
Soulier) resultam em distúrbios hemorrágicos. 
Alteração na forma: as plaquetas alteram sua forma 
rapidamente após a adesão, convertidas de discos lisos 
para esferas com numerosas extensões 
citoplasmáticas longas e espiculadas, aumentando em 
muito a área de superfície. Essa mudança é 
acompanhada por alterações na glicoproteína IIb/IIIa 
que aumenta a sua afinidade para o fibrinogênio, e pela 
translocação de fosfolipídeos carregados 
negativamente (fosfatidilserina) para a superfície da 
plaqueta. Estes fosfolipídeos se ligam ao cálcio e 
servem como locais de nucleação para a montagem de 
complexos de fatores de coagulação. 
Secreção do conteúdo dos grânulos: ocorre 
juntamente com as alterações conformacionais. A 
ativação plaquetária é desencadeada por uma série de 
fatores, incluindo a trombina e o ADP. A trombina ativa 
as plaquetas através de um tipo especial de receptor 
acoplado a proteína G, o receptor ativado por 
protease (PAR). O ADP é um componente dos grânulos 
densos; assim, a ativação plaquetária e a liberação de 
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ADP geram ciclos adicionais de ativação das 
plaquetas, um fenômeno chamado recrutamento. As 
plaquetas ativadas também produzem a 
prostaglandina tromboxano A2 (TXA2), um potente 
indutor da agregação plaquetária. Suspeita-se também 
que os fatores de crescimento liberados pelas 
plaquetas contribuem para o reparo da parede do vaso 
após lesão. 
Agregação plaquetária: após sua ativação; a alteração 
conformacional na glicoproteína Ilb/IIIa que ocorre na 
ativação das plaquetas permite a ligação do 
fibrinogênio, que forma pontes entre as plaquetas 
adjacentes, causando sua agregação. A onda inicial de 
agregação é reversível, mas a ativação simultânea de 
trombina estabiliza o tampão plaquetário, causando 
maior ativação e agregação de plaquetas e promove a 
contração irreversível das plaquetas. A contração das 
plaquetas é dependente do citoesqueleto e consolida 
as plaquetas agregadas. Paralelamente, a trombina 
também converte o fibrinogênio em fibrina insolúvel, 
mantendo as plaquetas no lugar, criando o tampão 
hemostático secundário definitivo. Células e leucócitos 
aprisionados são encontrados em tampões 
hemostáticos, em parte devido a adesão de leucócitos 
à P-selectina expressa nas plaquetas ativadas. 
CASCATA DE COAGULAÇÃO 
É um conjunto de reações enzimáticas amplificadoras 
que culminam com a formação de um coágulo de 
fibrina insolúvel. 
Cada passo da reação envolve uma enzima (um fator 
de coagulação ativado), um substrato (na forma de 
pró-enzima inativa de um fator de coagulação) e um 
cofator (acelerador da reação). A montagem dessa 
reação complexa também depende do cálcio, que se 
liga aos resíduos de ácido glutâmico γ carboxilados 
presentes nos fatores II, VII, IX e X. As reações 
enzimáticas que produzem ácido glutâmico γ 
carboxilado utilizam a vitamina K como cofator. 
Dividida em: via extrínseca (tecido) e via intrínseca 
(vaso). 
As deficiências dos fatores V, VII, VIII, IX e X estão 
associadas a distúrbios hemorrágicos moderados a 
graves, e a deficiência de protrombina é incompatível 
com a vida. A hemofilia do tipo A afeta o fator VIII de 
coagulação. 
Entre os fatores de coagulação, a trombina é o mais 
importante porque as suas várias atividades 
enzimáticas controlam diferentes aspectos da 
hemostasia e ligam a coagulação à inflamação e ao 
reparo. Entre as atividades mais importantes da 
trombina estão:

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