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Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I AULA 1→INTRODUÇÃO A PATOLOGIA VETERINÁRIA I CONCEITO: • PHATOS: DOENÇA • LOGOS: ESTUDO Entende-se patologia como estudo das doenças, é dividida para caráter didático em patologia geral (PATO I) e patologia especial dos sistemas (PATO II) Em patologia devemos estar atentos as lesões (alterações morfológicas do tecido) que pode ser vista macroscopicamente (olho nu) ou microscopicamente, e deve-se relacionar sempre as duas visões IMPORTÂNCIA • Estudo: elo entre as disciplinas básicas e profissionalizantes; causa e mecanismo (como? Como a lesão se desenvolve do início ao fim); aspectos morfológicos (micro e macroscopicamente); consequências (repercussão de determinada doença no organismo do animal) • Clinico: Usa a patologia como ferramenta de diagnóstico, para entender o que acontece com o animal em determinado caso clinico DIAGNOSTICO: Importante para definir o tratamento que deve ser realizado ao animal • Patologista: Lesão x causa; associa as lesões e suas possíveis causas; a patogenia que levou a essas lesões, ou seja, os mecanismos de como essa lesão de desenvolveu LINGUAGEM DA PATOLOGIA SINAL CLINICO: o que o animal manifesta SINTOMA: Como descrevemos o que estamos sentindo → Animais não manifestam e o veterinário se norteia pelo sinal clinico Ex: Diarréia → Sinal clinico: fezes amolecidas Sintoma: dor de barriga • Lesão: Alteração morfológica, funcional e bioquímica de células, tecidos ou órgãos • Patogenia: mecanismos → Como essa lesão ocorreu? → Como essa lesão se desenvolveu? • Etiologia: Agente etiológico ou causa • Prognóstico: Previsão de evolução, chances de cura, qualidade de vida • Pode ser: o Favorável: chance de cura elevada o Reservado: pode levar a morte com mais chances o Desfavorável: sem chance de cura Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Diagnóstico morfológico: quando se observa pela macro ou pelo micro alterações morfológicas que nos permite classificar determinado tipo de lesão. • EX: Parvovirose; o animal apresenta enterite necrose hemorrágica • Diagnóstico etiológico: leva em consideração o órgão afetado com a causa. • EX: Parvovirose; enterite parvoviral ou parvovirose intestinal • Etiologia: agente etiológico. • EX: Parvovirose; parvovirus caninus tipo I • Diagnostico diferencial: é o mais utilizado. • EX: um cão chega na clínica com diarreia hemorrágica, lista-se então todos os agentes que podem causar a mesma patologia do mais comum para o menos comum e investiga posteriormente através dos exames. • Diagnóstico definitivo ou conclusivo: É importante determinar a lista de possibilidades para posteriormente através de exames complementares investigar a causa da patologia e por fim chegar à um diagnóstico definitivo. • Exames complementares: histopatológico, microbiológico, Elisa, sorologia, PCR (técnica molecular para detectar DNA viral) EXEMPLO: o Diagnóstico morfológico: broncopneumonia o Diagnóstico etiológico: broncopneumonia viral ou hiperviral o Etiologia: herpesvírus equino tipo I o OBS: A fibrina é um processo indicativo de inflamação, por tanto se tem, no caso da imagem, presença de fibrina e hemorragia no pulmão, o diagnóstico morfológico é pneumonia hemorrágica fibrinosa. Etiologia x Lesão • Etiologia: agente causador do distúrbio/alteração • Lesão: manifestação morfológica ou até funcional do tecido ou células o Os dois termos possuem uma relação importante na patologia o A relação entre a manifestação morfológica e ate funcional do tecido ou célula com o agente causador desse distúrbio, lesão ou alteração. o O numero de injurias e causadores de doenças é infinito, o numero é cada vez mais crescente. o Entretanto, a expressão morfológica que resultam desses agentes etiológicos é limitada. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Ou seja, as causas são inúmeras, mas os mecanismos são limitados. EX: Parvovirose e radiação: as duas fazem exatamente a mesma lesão, o vírus faz uma necrose das células epiteliais da cripta intestinal, e um animal submetido a radiação pode ter a mesma lesão, ou seja, duas causas completamente diferentes fazendo a mesma lesão. As lesões possuem uma evolução dinâmica onde possui início, meio e fim. MÉTODO DE ESTUDO EM PATOLOGIA INTRODUÇÃO Recursos tecnológicos e métodos convencionais (são imprescindíveis) Vir Chow*(1821-1902): Pai da patologia *: Célula lesada → tecido lesado → lesão (PCR) → macroscopia (órgão lesado) → lesão na função/sinal clinico (organismo lesado) MÉTODOS DE ESTUDO EM PATOLOGIA: • Necropsia • Histopatologia (pedaço de tecido) • Citopatologia (células soltas) • Imunohistologia (com anticorpos, semelhante a Histopatologia) • Hibridização in sitio (utiliza sonda de DNA, material genético do vírus) • Microscopia eletrônica (nível delta estrutural, visualiza organelas) • Técnicas moleculares (PCR) NECRÓPSIA: É a mais utilizada Vem do grego: Nekros→ cadáver Ópis→ Vista, ver. DEFINIÇÃO: Abertura e inspeção sistemática e pormenorizada das cavidades e órgãos de um cadáver, objetivando elucidar a causa da morte e verificar a extensão e a natureza das lesões. Qualquer veterinário pode emitir laudo de necropsia. IMPORTÂNCIA: Diagnóstico: rebanho (animais de produção) ou individual (animal de companhia) Prevenção/profilaxia Estudo de doenças Epidemiologia Med veterinária legal (patologia forense; maus tratos) Aprimoramento (clinico e cirurgião) MATERIAL NECESSÁRIO: Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I Identificação do cadáver: dados do animal e proprietário Data e hora da morte Histórico clinico Exame geral do cadáver Abertura do cadáver e exame das vísceras RELATÓRIO E LAUDO DE NECROPSIA: Descrição dos achados Resultados laboratoriais Comentários Feito os exames após analise, é feito um relatório e um laudo associado a exames laboratoriais caso necessário. MATERIAL BÁSICO PARA NECROPSIA: Proteção pessoal (EPI) Macacão/jaleco Lucas Botas Em casos extremos é necessária a isolação total, com respirador (ex: doenças altamente patogênicas) MATERIAL BÁSICO A UMA NECROPSIA FEITA A CAMPO: Água limpa (lavagem de ferramentas e mãos) • Útil para umedecer vísceras • Evita o ressecamento • Preserva o aspecto natural FERRAMENTAS: Material para colheita de amostras para: Histopatologia, sorologia, hematologia, parasitologia, microbiologia, toxicologia e toxicoinfecções. COLETA DE MATERIAL PARA HISTOPATOLOGIA: Fixador e recipiente Prazo para envio ao laboratório Proporção fixador: tecido → 1 parte de tecido para 10 de formol Tamanho/espessura do fragmento → 3 a 4 cm comprimento com 1 cm espessura Encéfalo, pulmão, área lesada/integra • A única excessão para o padrão de tamanho do fragmento é o encéfalo, este é removido por completo. FIXAÇÃO IN TOTUM é uma fixação do órgão inteiro • O pulmão pode ser retirado um pouco mais grosso, porque ele é todo aerado, devido a essa característica o formol se fixa melhor. • Retira-se sempre o fragmento da área de transição pois assim é possível retirar um fragmento que contenha parte do tecido integro e parte lesada. • O congelamento cria muito artefato, com o congelamento e o descongelamento cria- se cristais que rompem a membrana celular alterando a morfologia do tecido. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • O ideal é que a necropsia seja feita imediatamente após a morte, o quanto antes devido a autólise. O resfriamento é um artificio interessante para a preservação da peça. • Aespessura do fragmento deve ser de 1 cm pois a margem de penetração do formol no tecido é de 0,5 cm, pois assim ele entra 0,5 cm de cada lado. HISTOPATOLOGIA • Processamento de tecidos: • Fragmentos • Fixados em formol embebidos em parafina • Cortes de tecidos congelados (criostato) Tecidos proveniente de: NECRÓPSIA: retirar vários órgãos BIÓPSIA: → Excisional (toda a lesão) → Incisional (somente um fragmento da lesão) PEÇAS CIRÚRGICAS Algumas doenças não apresentam alterações macroscópicas Coletar material refrigerado/congelado para exames complementares, tais como: • Toxicológico • Bacteriológico • Virológico Coletar área de transição: isso permite dizer se a neoplasia por exemplo, está infiltrando ou se está comprimindo os tecidos adjacentes, e determinar esses aspectos só é possível quando a coleta contempla essa região de transição adequadamente. Coleta por ‘Punch’: instrumento circular cortante, utilizado comumente na dermatologia, com sedação e bloqueio local e retira-se assim pequenas amostras. MARGEM DE SEGURANÇA: Definição se a biópsia foi correta Pode ter erro, pequenos pedaços são avaliados – micrômetros CITOPATOLOGIA: Método utilizado no diagnóstico de neoplasias, líquidos cavitários, lesões de pele, ciclo estral. Importante informar o histórico do animal e o local da coleta TUMORAÇÃO • Biópsia aspirativa: • Diagnóstico rápido Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Prático • Porém não é tão confiável como o histológico • Barato Punsão aspirativa por agulha fina (PAAF), rápido, pratico e barato como vantagens, sua desvantagem está no aspecto de ser menos confiável que o histológico, pode ser feita também guiada por ultrassom Em tumor de mama a punção aspirativa não é muito indicada, pois os tumores de mamas são muito variáveis, ou seja, o mesmo tumor pode apresentar diferentes células malignas e benignas, com comportamentos diferentes. Algumas neoplasias como o mastocitoma é mais fácil fazer o diagnostico na citologia do que na Histopatologia, porque as células neoplásicas apresentam grânulos e estes na Histopatologia não são facilmente visualizados LIPOMA, diagnóstico fácil por Citopatologia, apresentando blocos de adipócitos bem diferenciados. Outra neoplasia é o TVT, comum e fácil diagnostico por citologia devido à disfonia com células redondas e citoplasma com pequenos vacúolos e ocorre com frequência na vulva e no pênis. Uma doença importante em bovinos, principalmente em bezerros (BABESI BOVIS→ BABESIOSE) causa uma congestão dos vasos no sistema nervoso central, o encéfalo fica com cor de cereja. A esporotricose em gatos, faz-se o esmagamento do tecido em uma lâmina onde é possível observar o fungo. Diferenças entre Histopatologia e Citopatologia AULA 2- Resposta celular e tecidual as injurias (causas, mecanismos, injurias reversíveis) • Célula x doença Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I Inicialmente → Teoria humoral da doença Alterações em órgãos e tecidos → doença (Morgagni e Bichat) Alterações celulares (morfológicas ou bioquímicas)→ lesão estrutural ou funcional em órgãos e tecidos→ doença (Rudolf Virchoul) • Célula normal Compartimento envolto por membrana Sistema de membranas interconectadas e organelas Componentes de vulnerabilidade: o Membrana (alvo de injurias) o Organelas (mitocôndrias) Rudolf Vircho, maior entendimento de que o organismo funciona, como alterações celulares e sistema, sejam elas morfológicas ou bioquímicas que resultam de lesões estruturais ou funcionais em órgãos e tecidos. As células ‘sofrem’ o tempo inteiro e muitas delas morrem, mas essa ideia que a quebra da homeostase é devido a alguma desorganização celular, injúria ou agressão é recente. EQUILIBRIO HOMEOSTÁTICO X STRESS (menos drástico) X INJÚRIA Muita das injurias comprometem a célula só a nível de membrana, no caso de injurias reversíveis a célula suporta a injuria e não morre. • Fisiológico x patológico o Adaptação ou morte: as células se adaptam para suportar á determinadas injurias • Causas de injúrias celulares: o Hipóxia/anóxia (menor quantidade de O2: anemia: baixo numero de hemácias: diminuição no transporte de O2) o 02-> importante no ciclo de Krebs. o Físico o Agentes infecciosos o Nutricional o Alterações genéticas o Agentes químicos, drogas, toxinas o Doenças imunes o Idade (envelhecimento) • Hipóxia/anóxia o Hipóxia: diminuição de O2 o Anoxia: ausência de O2 Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ▪ EX: um indivíduo anêmico tem poucas hemácias no sangue (hemoglobina → transporta O2), consequentemente chega pouco O2 no tecido. ▪ Insuficiência cardíaca • Físicos o Trauma (ex: cirgurgias) o Temperaturas extremas→ calor e frio o Radiação e energia elétrica o O tempo e a intensidade da injuria definem se a célula se adapta ou morre à injuria • Agentes infecciosos o Vírus (morte celular/neoplasia) ▪ Utilizam as engrenagens celular e modificam sua estrutura gerando câncer o Protozoários o Bactérias o Fungos/leveduras • NUTRICIONAL o Deficiências calóricas proteicas o Deficiências ou excesso de vitaminas o Hipovitaminoses, Hipervitaminose, excesso de colesterol, diabetes... o Vitaminas são lipossolúveis se acumulam no corpo formando Hipervitaminose causando danos celulares, e a falta delas (principalmente complexo B) fazem o papel de cofatores enzimáticos comprometendo assim o metabolismo. • Agentes químicos, drogas e toxinas o Bloqueiam ou estimulam receptores de membrana o Alterações sistemas enzimáticas especificas o Produção de radicais livres tóxicos o Alteram a permeabilidade da membrana→ bomba sódio/potássio o Danos cromossomais o Alteram vias metabólicas o Danos estruturais • Doenças imunes o Hipersensibilidade (resposta imune exacerbada) o O mastócito desgranula e libera estamina no organismo, é necessário então tomar antistaminico o A estamina causa: coca, incha, fica vermelho, entope nariz. • Idade o Envelhecimento Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Incapacidade de executar suas funções, ou de aguentar o metabolismo, sem capacidade de recuperação. • Causas e mecanismos de injuria celular: o Inúmeras causas x respostas limitadas o Necrose de criptas intestinas em cães (ex: parvovirose e radiação) o Degeneração gordurosa de hepatócitos (ex: toxinas, hipoxia, desnutrição) o As injurias acontecerão das mais varias formas e tempo de duração, as respostas que serão limitadas independente da injuria sofrida ▪ EX: O jejum prolongado em gatos pode desencadear degeneração gordurosa de hepatócitos (lipidose hepática) • Injuria celular resulta de ativação de uma ou mais de 4 vias bioquímicas/mecanismos: o Depleção de ATP: hipoxia: baixa de O2 o Permeabilidade de membranas celulares (perda do funcionamento adequado da bomba sódio/potássio) o Distúrbios em vias bioquímicas o Dano ao DNA A falta de oxigênio (hipóxia) causa depleção de ATP Entrada de íons de cálcio (acumulando no interior da célula) o Respostas células à injurias ou stress ▪ Adaptação ▪ Degeneração ▪ Acumulação intra/extracelular ▪ Morte celular (injuria muito grave a não tão grave que permaneça por muito tempo) ▪ A célula pode se adaptar ao estresse, atue em hipofunção, ou seja, abaixo da sua capacidade quando em estado normal, mas não morre quando a injuria cessa. ▪ O dano pode fazer com que alguma engrenagem metabólica não funcione de forma adequada e algum metabólico que deveriam ser processados vão se acumulando no interior das células; ▪ E a morte celular ocorre quando a célulanão suporta esse acumulo de metabólicos, e não conseguem se adaptar. Foto ilustrativa pagina seguinte Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I APOPTOSE: morte celular programada o Célula perde a capacidade de se manter estável → injuria celular ▪ Reversível (degeneração, acúmulos ou adaptações) ▪ Irreversível (morte) o Injuria reversível: ▪ Resposta inicial ou manifestação discreta o Características: ▪ Fosforilação oxidativa reduzida: baixa na concentração de ATP ▪ Tumefação celular: → Alteração na concentração iônica (Na/K) → Entra H20 na célula ▪ Uma das primeiras características de sofrimento celular é a tumefação (aumento de liquido intracelular) em consequência do aumento de sódio intracelular o DegEneração Hidrofóbica (edema/tumefação celular aguda) ▪ Expressão celular mais comum ▪ Resulta no aumento de volume celular o Diante de uma injuria reversível, a resposta celular mais comum é a degeneração hidrópica, pois a maioria das injurias comprometem a fosforilação oxidativa resultando em queda de ATP e por consequência compromete a bomba de Na/K, a concentração de Na no interior da célula aumenta e a agua começa a entrar em uma quantidade absurda que compromete o funcionamento da célula e esta aumenta de tamanho, por sua vez, a mesma fica tumefeita. o Cessando a injuria a célula volta a sua função com energia, a bomba Na/K volta a funcionar a célula atinge a homeostase. ▪ MECANISMO DA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA o Danos da membrana celular o Falha na produção de energia o Danos enzimas reguladoras de canais iônicos da membrana Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Além do problema com o funcionamento da bomba de Na/K, pode ocorrer também comprometimento do controle do cálcio intercelular, sendo assim deletério para as funções enzimáticas, podem vir das organelas, principalmente mitocôndrias e também de origem extracelular ▪ Causas da degeneração hidrofóbica o Injurias mecânicas o Hipóxia e intoxicação o Radicais livres o Agentes infecciosos o Imuno-mediada ▪ Macroscopia da degeneração hidrofóbica o Palidez e aumento do volume do órgão o Turgidez e protusão do parênquima o Degeneração vacuolar ou balonosa (o que antes eram organelas organizadas passou a ser vacúolos) o Palidez e vacúolos citoplasmáticos não corados ▪ EX: Epitélio tubular renal → obstrução do lúmen (oblitera a passagem comprometendo a unidade funcional do rim – néfron- e o não funcionamento de vários néfrons compromete o rim)→ hepatócitos→ obstrução sinusoidal o Tudo que ocorre a nível celular, para associar à visão macroscópica, basta projetar à nível de órgão ▪ Degeneração gordurosa = esteatose = lipidose o Hipoxia o Injuria toxica ou metabólicas ▪ Células dependentes do metabolismo de gordura ▪ Hepatócitos e cardiomiócitos ▪ EX: O fígado fica mais amarelado, com bordas arredondadas, ao passar a faca fica rançoso. ▪ Compromete diretamente o metabolismo de lipídeos e as células lipídeos dependentes Hepatócitos e cardiomiócitos são atingidas diretamente, sofrem mais ▪ Quando há o comportamento do metabolismo de gordura é comum que se deposite gordura nas células relacionadas intimamente ao metabolismo de gordura ▪ E os hepatócitos e cardiomiócitos manifestam essa injuria através da degeneração que pode ser hidrópica, mas também gordurosa, Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I reversível, a célula pode voltar a trabalhar bem e metaboliza a gordura que foi acumulada ▪ A célula fica com a mesma ‘cara’ da degeneração hidrópica, só que ao invés de ter H2O tem gordura. INJÚRIAS IRREVERSIVEIS Morte celular Tempo de intensidade da injúria Ponto de não retrocesso (Ponto de não retorno) Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • As causas para que ocorra a morte celular são as mesmas que causam injurias reversíveis, a diferença está no tempo e intensidade com que essa injuria ocorreu • Quando a injuria ultrapassa o ponto de retrocesso, ou seja, ponto em que a célula conseguiria se recuperar caso cessem a injuria, passando assim de reversível a irreversível DUAS CARACTERISTICAS DE IRREVERSIBILIDADE: • Inabilidade de reestabelecer função mitocondrial • Lesão acentuada da membrana • Quando falamos de morte celular, temos dois eventos distintos, apesar de representarem a morte (inexistência da célula) ▪ NECROSE E APOPTOSE NECROSE: • EX: cárie, úlcera, escara, infarto, gangrena... • Processo celular que resultam em morte • Resulta da desnaturação de proteínas, digestão enzimática • Integridade de membrana comprometida, vazamento de conteúdo celular (pode ocorrer inflamação) • NECROSE sempre resulta em processo inflamatório APOPTOSE: • Existe a necessidade dessa célula não vingar, portanto, a morte é programada. (se vingar dará problema) • Morre ‘quieta’ (não há processo inflamatório) TIPOS DE NECROSE: • Coagulação (gragrena) : Mais famosa e comum. • Liquefação • Gordurosa • Caseosa • Fibrinoide ▪ Haverá algumas diferenças macro e micro, mas a ideia geral de morte é a mesma. NECROSE DE COAGULAÇÃO Aspecto macro: amarela pálida sem brilho (esfacelada) Ocorrência: infartos (relacionada a episódios isquêmicos) Aspecto micro: coagulação de citoplasma, participação de hidrolases que digerem tudo Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I Arcabouço acidófilico: células perdem sua característica morfológica, mas o espaço que as organelas ocupavam ficam vazios, só o molde. • Ocorrência de: ▪ PICNOSE: núcleo pequeno ▪ CARORREXIS: fragmentação nuclear ▪ CARIÓLISE: rompimento de núcleo NECROSE DE LIQUEFAÇÃO Aspecto macro: mole, dissolução enzimática: semi-fluida, liquefeita. Ocorrência: SNS, rico em lipoides, agua e enzimas lisossomais e pobre em proteínas; HETERÓLISE (bactérias) → enzimas de origem externa AUTÓLISE → enzimas da própria célula ASPECTOS MICRO: perda do arcabouço celular e dissolução das células necróticas Ao contrario da necrose de coagulação, a de liquefação está em ambientes com menor quantidade proteica • EX:leicocefalomalásia, abcesso hepático, rodococose (agente infeccioso equino, causado por bactéria rodococus equi) NECROSE DE CASEIFICAÇÃO • Aspecto macro: massa amorfa, esbranquiçada, sem brilho, consistência pastosa, friável (esfacelamento), aspecto de massa de queijo branco fresca • Ocorrência: Tuberculose, paracoccidioidomicose, Histoplasmose • Aspecto micro: massa eosinofilica, com restos celulares fragmentados, perda de contornos celulares, infiltrado inflamatório granulomastoso. NECROSE DE GORDURA: • Pode ser uma necrose gordurosa enzimática ou traumática: parto distócito, decúbito, necrosa a gordura • Gordura saponificada • Aspectos macro: depósitos esbranquiçados ou aspectos de pingo de vela • Aspectos micro: perda do arcabouço celular, contornos imprecisos da célula gordurosa, zona inflamatória circundante • Ocorrência: Pancreatite aguda (necrose gordurosa enzimática) e trauma no tecido adiposo (necrose gordurosa traumática) EVOLUÇÃO DA NECROSE: morte + processo inflamatório com morte celular • Destinos possíveis dos restos celulares/restos mortais: o Zona de inflamação o Regeneração o Drenagem o Cicatrização Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Calcificação o Encistamento ou sequestro A evolução da necrose se dá por processo inflamatório que resulta na morte celular, pode ser reparado e o tecido regenera, promovendo a absorção, drenagem e cicatrização em tecidos e órgãosque permitem tais como: intestino, pulmão, rins e outros que ocorre a calcificação, encistamento ou sequestro. • EX: caseificação no pulmão (não expectora) logo calcifica. A gangrena é o evento de mais observação clínica, faz parte da necrose de coagulação em 90% dos casos, existe: • Gangrena seca • Gangrena úmida • Gangrena gasosa GANGRENA SECA – Mumificação • Ocorrência: membros e estruturas alongadas • Etiologia: o Cordão umbilical o Alcaloides do Ergot o Frio e congelamento o Gesso e bandagens GANGRENA ÚMIDA – Putrida • Ocorrência: áreas de isquemia • Etiologia: o Feridas traumáticas o Evolução de pneumonias o Evolução de metrite puerperal o Isquemias graves: ▪ Falta de atendimento sanguíneo, a água de origem de dissociação (plasma/soro) promovendo um ambiente propicio para o desenvolvimento de microrganismos GANGRENA GASOSA • Processo envolve bactérias produtoras de gases • Mais relacionada ainda com bactérias, com bolhas (causadas pelo acumulo de gases produzidos por essas bactérias) APOPTOSE: Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Desenvolvimento embrionário → organogênese • Tecidos hormônios dependentes após supressão hormonal • Células que já cumpriram sua função (corpos apoptóticos) • Renovação de células epiteliais e hemolinfopoiéticas o EX: Involução de órgãos reprodutivos e da glândula mamaria • Ocorre em vários sítios a todo momento • No caso de involução apoptótica células que já cumpriram sua função biológica morrem sem sinalizar a sua morte formando corpos apoptóticos que não geram informação nenhuma para processo inflamatório e posteriormente esses corpos apoptóticos são fagocitados CONDIÇÕES PATOLÓGICAS • Vírus (utiliza do DNA da célula) • Hipóxia • Substancia químicas • Radiações ionizantes • Algumas condições/situações estimulam a célula a entrar em apoptose, e algumas dessas situações, que podem causar injurias reversíveis e irreversíveis podem também desencadear um estimulo para que a célula entre em programação de morte 1. A célula tem receptores que se ligam a outras células e mandam a informação que ela deve morrer: Macrófago e Linfócito T 2. Via intrínseca, mitocondrial, vem de dentro da célula, ela vai envelhecendo e entra em apoptose FASE DE INICIAÇÃO → Via extrínseca (1) → Via intrínseca (2) PATOGÊNESE FASE DE EXECUÇÃO → Depois que há o estimulo, as caspases executoras (enzimas) clivam o citoesqueleto e a matriz nuclear A macroscopia (depende), alguns diminuem, outros deixam de existir. EX: No timo a microscopia afeta as células isoladamente, condensação de núcleo e cromatina, fragmentação do citoplasma, formando corpo apoptótico que é fagocitado. Morfologia: corpúsculo apoptótico = corpo apoptótico * SEM PROCESSO INFLAMATÓRIO Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Manifestações fenotípicas que sinalizam a ocorrência de uma injuria • Características macro e microscópicas • Comprometendo a membrana, mitocôndria e reticulo endoplasmático rugoso (síntese de proteína, arcabouço bioquímico que garante o funcionamento da célula sem acumulo de “lixo” metabólico) • A partir do momento que se tem o comprometimento funcional a célula passa a não desempenhar a função que deveria acumular assim substancias que deveriam ser excretadas RESPOSTA CELULAR E TECIDUAL ÀS INJÚRIAS • Adaptação do crescimento e diferenciação celular • Acúmulos intracelulares • Acúmulos extracelulares • Se as alterações persistem, a célula morre, seja por necrose ou apoptose Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I AUTOFAGIA x HETEROFAGIA AUTOFAGIA: • Captação e degradação de organelas lesadas ou defeituosas • Regressão fisiológica (glândulas) e atrofia • Corpos residuais (lipofucsina) ou exocitose HETEROFAGIA • Fagocitose de restos celulares ou células degenerando ou morrendo ADAPTAÇÃO DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR: • NORMAL: • RESPOSTAS ADAPTATIVAS: o HIPERTROFIA: aumento no volume das células o HIPERPLASIA: aumento no numero das células o ATROFIA o METAPLASIA: alteração na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal), é substituído por outro tipo celular de mesma linhagem o DISPLASIA: surgimento de anomalias durante o desenvolvimento de um órgão ou tecido corporal, em que ocorre uma proliferação celular que resulta em células com tamanho, forma e características alteradas o HIPERTROFIA: ▪ Aumento do volume celular sem aumentar o número de células ▪ Maior síntese de organelas Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ▪ Arquitetura tecidual tende a se manter normal ▪ Ocorre em todos os tecidos: mais comum em tecidos compostos por células estáveis ou permanentes. Ex: musculo estriado esquelético ▪ Termo “hipertrofia” na macroscopia ▪ CAUSAS: • FISIOLÓGICAS o Ativ. física o Aumento da função (demanda) o Hipertrofia muscular em animais atletas o Hipertrofia uterina na prenhez o Hipertrofia compensatória ▪ EX: Rim (hiperplasia) • PATOLÓGICAS o Aumento da exigência de trabalho (precedem a hiperplasia) o Hipertrofia muscular cardíaca o Hipertrofia da musculatura lisa da bexiga o Ação hormonal ▪ EX: Hipertireoidismo o HIPERPLASIA ▪ Aumento do numero de celular: Aumento da mitose ▪ Aumenta o tamanho do órgão ▪ Histologicamente as células parecem normais: podem estar maiores (hipertrofia) ▪ Células lábeis (epitélio e medula óssea) → mais susceptíveis ▪ Células estáveis ou quiescentes (cartilagem óssea, musculo liso e túbulos) → suscetibilidade intermediária ▪ Células permanentes (neurônio e musculo esquelético cardíaco) → menos susceptível ▪ CAUSAS: fisiológicas, patológicas, hormonais e compensatórias. • HORMONAL o Lactação o Prenhe ▪ PATOLÓGICA: o Processos regenerativos o Estímulos hormonais excessivos. Ex: hiperplasia endometrial cística (reversível) e Cushing o Irritação crônica (reacional) ▪ COMPENSATÓRIA (vicariante) o Quando uma porção do órgão é perdida o EX: Pele abrasão, hepatectomia Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I HIPERPLASIA PATOLÓGICA: ▪ DIFUSA: o Hiperplasia prostática o Bócio ▪ NODULAR: o Baço o Fígado o Pâncreas METAPLASIA ▪ Célula adulta substituída por célula de mesma linhagem germinativa o Ex: metaplasia escamosa (epitélio → epitélio) o Cél. Troncos locais → diferenciação para nova linhagem celular ▪ Irritação crônica (fumantes) ▪ Deficiência de vitamina A → ductos de glândulas salivares e glândulas esofágicas (aves) ▪ Hiperestrogenismo (sertolioma em cães) ▪ Metaplasia óssea. ATROFIA (Hipertrofia) ▪ Diminuição do tamanho e número de células ou órgãos: ocorre após ter atingido tamanho normal. ▪ Deficiência nutritiva: → desnutrição → diminuição do suprimento sanguíneo Ex: Diminuição do suprimento da veia porta → atrofia hepática ▪ Desuso: atrofia muscular (sedentarismo, imobilização de membros) ▪ Denervação ▪ Pressão ▪ Autofagocitose ▪ Macroscopia: Diminuição no tamanho do órgão (volume) DISPLASIA: ▪ Crescimento desorganizado ▪ Frequente em metaplasia epitelial ▪ Perda da uniformidade celular individual ▪ Perda da orientação arquitetural ▪ Deve ser diferenciada de neoplasia: o Pleomorfismoo Elevada relação núcleo x citoplasma o Displasia antecede o aparecimento de neoplasia, mas não necessariamente é considerada pré-neoplásica ACÚMULOS INTRACELULARES ▪ Manifestação de transtorno metabólico Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ▪ Acúmulo excessivo de várias substâncias o Componentes normais da cel.: ▪ H20, lipídeos, proteínas e carboidratos o Componentes anormais exógeno: ▪ Minerais ou produtos de agentes infecciosos o Componente anormal endógeno: ▪ Resultante de síntese ou metabólico anormal o Pigmentos ▪ Acúmulo transiente ou permanente: o Sem efeito ou altamente tóxico o Citoplasma → fagolisossomo o Núcleo Acúmulos intracelulares: Lipídeos, glicogênio, proteínas e inclusões. ▪ LIPÍDEOS • Injúria reversível • Hipóxia • Injúria tóxica ou metabólica ▪ Cel. dependentes do metabolismo de gordura ▪ Hepatócitos e cardiomiócitos ▪ Acumulo de lipídeos, esteatose, lipidose, degeneração gordurosa. ▪ DEGENERAÇÃO GORDUROSA: • MECANISMOS: • 1-Excesso de Ag (intestino ou tecido adiposo) • 2-Diminuição da beta-oxidação de Ag lesão mitocondrial (toxinas, hipóxia) • 3-Síntese de apoproteínas prejudicada (intoxicação, aflatoxicoses) • 4-Não conjugação de triglicerídeos com proteínas para formar lipoproteínas • 5-Não secreção de lipoproteínas pelos patócitos. • Final de gestação e início de lactação (bovinos) • Toxemia da gestação (prenhez gemelar em ovinos) • Obesidade • Desnutrição o Síntese de apoproteinas prejudicadas o Mobilização (tecido adiposo) • Lipidose hepática felina (exemplo clássico e grave) o Mecanismo desconhecido • GLICOGÊNIO o Degeneração/infiltração glicogênica o Normal em hepatócitos e miócitos o Jejum: ausente em hepatócitos o Metabolismo anormal da glicose ou glicogênio → acumulo excessivo Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Acúmulo anormal intracelular de glicogênio, consequência de desequilíbrios na síntese ou catabolismo do mesmo. o O glicogênio é normalmente encontrado nos músculos (0,5 a 1%), no fígado (2 a 8 %), no miocárdio gestante, nas células cartilaginosas, nos tecidos fetais, na parótida, na pele, nos rins, nos macrófagos e neutrófilos próximos à focos inflamatórios e em oncócitos (quanto mais indiferenciados forem, maior a quantidade de glicogênio). • CAUSAS: o Diabetes mellitus (hiperglicemia): fígado, túbulos renais, cel. B, ilhotas de Langherans o Corticoides: ▪ Iatrogênico ou hiperadrenocorticismo (doença de Cushing) ▪ Hepatopatia esteroidal o Glicogenose: ▪ Doença o armazenamento (defeito enzimático) o Macro ▪ Hepatopatia esteroidal (palidez e hepatomegalia) o Micro ▪ Vacuolização (vacúolos claros, irregulares e pobremente delimitados) ▪ Núcleo central ▪ PAS+ (sem amilase) PROTEÍNAS • Causas e aspectos variados o Gotícula eosinofilicas arredondadas o Vacúolos o Agregados • Degeneração/alteração hialina o Hialino: aspecto vítreo, transparente o Histologicamente: aspecto vítreo, homogêneo e eosinofílica • Gotas de hialinas de reabsorção: o Túbulos renais (proteinúria) não é degeneração o Intestino de suínos e bezerros recém-nascidos (Ig) • Produção excessiva: o Corpúsculo hialinos (corpúsculos de Russell) o Citoplasma de plasmócito (cel. mott) = gamma – globulinas • Defeito no processamento de proteínas; o Albumina: pressão cobidosmótica Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I INCLUSÕES PROTEÍCAS • Corpúsculo de inclusão cristalinos o Hepatócitos, túbulo renal (cães velhos) o Grande e eosinofílico • Corpúsculo de inclusão viral: o Acúmulo de proteína viral o Localização (varia com o vírus e espécie afetada) o Ex: adenovírus, poxvirus, cinomose, herpevirus, raiva. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ACÚMULOS EXTRACELULARES • Também conhecidos como acúmulo intersticial • Amiloidose • Alteração fibrinóide • Gota AMILOIDOSE • Amilóide: substancia proteinácea extracelular • Glicoproteínas com arranjo beta-pregueado • Reage com iodo, como o amido • Localizações usuais: fígado, baço, rins, ilhotas de Langherans MACRO: “baço de sangue” MICRO: • Substancia hialina, amorfa e eosinofílica • Compressão e atrofia de parênquima CLASSIFICAÇÃO: • Primária (discrasia plasmocitária) o Humanos • Secundária: o Animais hiper imunizados o Doenças crônicas CONSEQUÊNCIAS: • Ruptura • Compressão de parênquima • Compressão de vasos (isquemia) • Proteinúria (glomérulos) Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ALTERAÇÃO FIBRINÓIDE (necrose/degeneração fibrinóide) • Degeneração e necrose são impróprios • Ocorre na parede dos vasos • Deposição de Igs, complexos de proteínas plasmáticas • Ocorre por lesão de íntima e média o Vasiculites imunomediadas • Trombose e hemorragia • Material eosinofilico e amorfo na parede de vasos. GOTA • Cristais de urato • Humanos, aves e repteis • Formas: o Homem: articular e periarticular o Aves/répteis: articular e visceral • Macro: o Grânulos acinzentados em serosas (pericárdio, rins) • Micro: o Tofo (depósitos de ac. Úrico) subcutâneo + inflamação CAUSAS DA GOTA: • Deficiência vitamina A • Dietas ricas em proteínas • Lesão renal • Desidratação Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I CALCIFICAÇÕES MINERALIZAÇÃO (calcificação) PATOLÓGICA • Deposição de carbonatos ou fosfatos em: o Tecidos ou células mortas ou morrendo ▪ Mineralização (calcificação) distrófica o Tecidos normais (sem lesão prévia) ▪ Mineralização (calcificação) metastática PATOGENIA: • Ligação de íons de cálcio a fosfolipídios de membrana • Fosfatase associadas à membranas formam fosfato, que se ligam ao cálcio • Ciclo repete: Aumenta a concentração e produz deposito • Configuração cálcio e fosfato: forma um microcristal → propicia a precipitação de mais cálcio Ocorre em qualquer tipo de necrose: • Mínima em necrose liquefativa • Depósitos permanentes e silenciosos; prejudicial apenas se há interferência mecânica. Ex: válvulas cardíacas. Locais mais comuns: • Necrose do miocárdio • Musculo esquelético • Granulomas (tuberculose) • Cistos parasitários → Calcinose cútis: • Hiperadrenocorticismo (endógeno e exógeno) • Mineralização do colágeno e membrana basal da epiderme → Calcinose circunscripta • Clistrófica • Familiar (pastor alemão e dog alemão) • Trauma repetitivo • Ex: Escara de decúbito MINERALIZAÇÃO METATÁSTICA • Tecidos normais (sem lesão) • Secundário a hipercalcemia • Entrada anormal de cálcio na célula Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Precipitação em organelas (Mitocôndria) ETIOPATOGENIA: Estudo que provoca uma doença, análise especializada das causas que ocasionam o desenvolvimento de certas doenças. • Hiperparatireoidismo secundário renal: o IRC: retenção de fósforo → hiperfosfatemia e hipercalcemia OBS: Na IRC também há mineralização distrófica IRC: insuficiência renal crônica • Hiperparatireoidismo secundário nutricional: o Alimentação rica em fósforo e pobre em cálcio ou rica em quelantes de cálcio o Herbívoros e carnívoros • Intoxicação vitamina D o Solanum malacoxylon e hiesembergia veitchii o Rodenticidas (veneno de rato) contendo colecalciferol (cães e gatos) • Hiperparatireoidismo primário e pseudohiperparatireoidismo o HPP: raro em medicina veterinária o Pseudo-HP: linfoma e carcinoma de saco anal • Destruição óssea: o Neoplasias primarias e metástases: osteosarcoma, linfoma, etc... PIGMENTOS: • Sistêmicos ou localizados • Identificaçãomacroscópica • Endógenos ou exógenos o ENDÓGENOS ▪ Melanina ▪ Lipofucsina ▪ Hemossiderina ▪ Hematina o EXÓGENOS: ▪ Carvão e outras Pneumocomicoses ▪ Tatuagens ▪ Carotenoides ▪ Tetraciclina • PENEUMOCOMICOSES Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Inalação poeira com retenção pulmonar o Silicose (mineração) o Escapa mecanismo multiciliar LIPOFUCSINA: • Pigmento de desgaste • Idade e patógenos • Neurônios, cardiomiócitos e musculo estriado esquelético • Macro: tecido amarronzado ou alaranjados o Pigmento marrom granular ao redor do núcleo ICTERICIA: (hiperbilirrubinemia) • Pré-hepática • Hepática • Pós-hepática Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS • Hiperemia e congestão • Edema • Hemorragia • Trombose • Embolia • Infarto • Choque A circulação do sangue e a distribuição de líquidos se dá pela ação bombeadora do coração, sendo que as artérias conduzem o sangue aos tecidos, na microcirculação ocorrem as trocas metabólicas, as veias retornam o sangue ao coração, cabendo aos vasos linfáticos o papel de reabsorver o excesso de liquido filtrado na microcirculação Nas artérias os leucócitos e as hemácias caminham no centro do vaso, e o plasma flui próximo as paredes A microcirculação é responsável pela oxigenação, nutrição e remoção de produtos finais do catabolismo celular • HIPEREIA E CONGESTAO (é um tipo de hiperemia) o Hiperemia ativa o Hiperemia passiva ou congestão. o Aumento do volume sanguíneo no leito vascular o HIPEREMIA: processo ativo com aumento do fluxo sanguíneo, vasodilatação arterial e arteriolar o CONGESTÃO: processo passivo com retenção do fluxo sanguíneo, circulação venosa de retorno ATIVO → RELACIONADO ENTREGA → ARTERIAL (presença de O2) PASSIVO → RELACIONADO RETORNO → VENOSO (ausência de 02) CLASSIFICAÇÃO: • Ativa (hiperemia) *vermelho* → MACROSCOPIA: órgão ou sitio com a coloração mais avermelhada o Fisiológica: estômago, musculo, face, pênis, calor, emocional... o Patológica: inflamação • Passiva (congestão) *azul-avermelhada*: cianótica, falta de O2 o Local (ICCE): insuficiência cardíaca congestiva esquerda o Sistêmica (ICCD): insuficiência cardíaca congestiva direita. CONSEQUÊNCIAS: • Edema (aguda) • Hemorragias • Degeneração, necrose, atrofia e fibrose Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I EDEMA: • Liquido não sanguinolento • Lesão • Não é uma doença • Acumulo anormal de liquido no compartimento extracelular intersticial ou nas cavidades corporais CAUSAS: • Aumento da permeabilidade vascular • Aumento da pressão hidrostática • Diminuição da pressão oncótica • Diminuição da drenagem linfática Quando o excesso de líquidos está em uma cavidade do corpo, podem ser chamados de: hidrotórax, hidropericárdio e hidroperitônio ou ascite A ascite ocorre por congestão crônica ou insuficiência cardíaca, pelo aumento da pressão hidrostática. As causas do edema estão relacionadas com pressão hidrostática, e osmótica do sangue de líquidos teciduais, obstrução linfática, entre outros. Isto causa um desiquilíbrio entre os componentes fluidos, sangue, interstício e sistema linfático. 1. Pressão hidrostática: ocorre o aumento desta, proporcionando uma maior saída e menor retorno dos fluidos dos vasos para o interstício. EX: congestão, trombose, insuficiência cardíaca congestiva direta, compressão externa, cirrose. 2. Pressão osmótica: A diminuição da pressão osmótica reduz a força de atrair liquido do interstício para o vaso. Isto ocorre devido ao nível reduzido de proteínas plasmáticas, seja por falha na produção, ou pela perda excessiva. Ex: hipoproteinemia por insuficiência renal, hipoproteinemia nutricional, hipoproteinemia parasitária. 3. Obstrução linfática: acontece quando a lesão impede a drenagem linfática por pressão ou obstrução. Ex: tumores expansivos LOCALIZAÇÃO DO EDEMA: • Anasarca (distribuído por todo o corpo) • Subcutâneo “teste de godet”, pressiona a área com suspeita de edema, fica a impressão do dedo quando o teste é positivo. • Visceral • Cavidades corporais CAUSAS: Aumento da permeabilidade vascular: • INFLAMAÇÃO: o Vírus, bactérias, riquétsias o Mediada pelo sistema imune o Anormalidades da coagulação e metabólicas Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I Aumento da pressão hidrostática: • Hipertensão portal: ICC direta ou fibrose hepática • Hipertensão pulmonar: ICC esquerda • Obstrução ou compressão venosa: torção de órgãos (intestino, estomago, útero); decúbito. • Hiperemia • Liquido dentro do leito vascular • Excedendo o limite suportado pelo vaso o liquido “vaza” para o espaço extracelular Diminuição da pressão oncótica: • = pressão osmolar o Está relacionado com a concentração de proteínas dentro dos vasos e a de mais relevância neste caso é a albumina • Diminuição na produção • Perda excessiva de albumina • Nutricional o Hipoalbumina = menor concentração de albumina no sangue o Pacientes com hipoalbuminemia tendem a ter edema devido ao processo de perda por pressão oncótica o Um dos fatores principais d perda de albumina são as nefropatias (doenças renais de origem glomerular) o Proteinúria: perda proteína na urina o Diminuição da produção de albumina: (produzida exclusivamente pelo fígado), ou seja, quando há um comprometimento de ordem funcional: insuficiência hepática o Privação de alimentação Diminuição da drenagem linfática: • Obstrução ou compressão: inflamação ou neoplasias • Aplasia ou hipoplasia linfática congênita • Linfangite: Paratuberculose, esporotricose. • Acumulo de líquidos no leito vascular, expresso em membros Características morfológica do edema: MACRO: • Massa flutuante subcutâneo/pele • Fluido transparente a levemente amarelado • Proteína baixa: TRANSUDATO → Não inflamatório, raramente coagula em contato com ar, poucas proteínas, inodoro, ausência de contaminação, poucas células. • Tecidos adjacentes a cavidades – interstício pressão elevada. Ex: cavidade torácica luz alveolar, saco pericárdico, abdômen. MICRO: • Amorfo • Fluido eosinofílico pálido HEMORRAGIA: Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Sangue fora do leito vascular • Ocorre por: o Anormalidades nos fatores de hemostasia ▪ Vasos sanguíneos ▪ Plaquetas ▪ Fatores de coagulação o Uma das causas de hemorragia pode ser o comprometimento da integridade vascular (injurias, trauma, necrose, inflamação – flebite: inflamação da parede das veias, conhecida como inflamação dos vasos) • VASOS SANGUINEOS: o Vasos normais: (aumento de permeabilidade) ou pequenos defeitos (diapedese) o Trauma, erosão ou ulcera (necrose ou digestão enzimática) • PLAQUETAS (trombocitopenia) o Produção diminuída → megacariócitos (radiação, parvovirus, drogas) o Destruição aumentada → imunomediada (lúpus) o Aumento do uso HEMOSTASIA: reparação para a manutenção do fluxo visando a permanência do sangue dentro do leito vascular • A hemostasia é dividida em 3 etapas (ciclicamente) o HEMOSTASIA PRIMÁRIA: tentativa inicial de conter a hemorragia, plaqueta, tromboplastia (fator tecidual) expor colágeno e subendotelio. (pp eventos para a ativação de 2 vias da carreata de coagulação) o HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: coagulação o HEMOSTASIA TERCIÁRIA: fibrinólise, remodelação tecidual, plasminogenese e plasmina, hemorragia foi contida, portanto na 3ª fase ocorre a reparação tecidual. Fatores de coagulação: • Deficiências hereditárias (cães) • Defeitos adquiridos da coagulação: o Deficiência hepática o Dicumarínicos → anticoagulante de origem natural ou sintético o Cio CLASSIFICAÇÃOE NOMECLATURA: • Quanto a origem: o Arterial o Venosa o Capilar • Quanto a relação com o organismo: o Externas ou superficiais Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o Internas com fluxo externo o EX: gastrorragia, enterorragia, otorragia, rinorragia, pneumorragia, nefrorragia, metorragia. • Ocultas: o Viscerais o Cavitárias o Ex: hemo/hemato + cavidade; • Quanto ao mecanismo de formação: o Por rexe (ruptura) – trauma o Por diabrose (necrose ou digestão enzimática) – Micose ulcera o Por diapedese (lesão ausente ou mínima) – capilares com permeabilidade vascular Coagulação intravascular disseminada: síndrome que ocorre por algum evento infeccioso que provoca um uso excessivo de fatores de coagulação diminuindo esses fatores de coagulação (depleção de fatores) e consequentemente ao sofrer injurias necessita coagular o organismo não terá em quantidades suficientes os fatores de coagulação, resultando assim em hemorragia. CONSEQUÊNCIAS DA HEMORRAGIA: • Morte (se não contida) • Perda de elementos (proteínas, água, plaquetas...) • As consequências são diferentes, quando a hemorragia é interna ou externa. o Por exemplo, a anemia, quando a hemorragia é externa, os componentes perdidos não são recuperados enquanto não sanar a hemorragia • Hipóxia tecidual • Descompensação da hemodinâmica dos sistemas; problemas cardíacos • Choque hipovolêmico. (falta de pressão nos vasos por falta de líquidos) • Anemia • Asfixia (Diminuição no volume sanguíneo, e respectivamente há uma diminuição na quantidade de hemácias e no transporte de gas oxigênio) • Dependendo do local onde a hemorragia acontece, essa terá maior importância, por exemplo, uma hemorragia intracraniana, sua gravidade é mais importante, compromete tecidos importantes e aumenta a pressão intracraniana. o O aumento da pressão intracraniana pressiona o cérebro e o sangue fora dos vasos, provocando assim um processo inflamatório • Existem dois tipos de acidente vascular cerebral o ISQUÊMICO: desassistência de sangue no local ▪ Isquemia > infarto > necrose o HEMORRÁGICO (+ GRAVE): derramamento de sangue HEMATOQUÉSIA: hemorragia por via retal de cor avermelhada ou de cor marrom; sangue vivo (sangue nas fezes) HENEMA: sangue digerido Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • HEMÓLISE EXTRAVASCULAR: destruição de hemácias (no sistema hemofagocitário) imunomediadas, hiperplasia do baço, esplenomegalia (estímulos antigênicos, também podem causar aumento do baço→ devido ao grande estimulo que o órgão recebe) • CIRROSE HEPÁTICA: regeneração do tecido do fígado dentro de tecido cicatricial fibroso Quanto à morfologia: • Petéquia (pontilhada): dérmica/mucosa, microhemorragia • Equimose: malha dos tecidos, 2 a 3 cm, ruptura de capilares • Sufusão (atinge uma área mais extensa) – órgãos • Hematoma (sangue encapsulado). Ex: cães, otohematomas. • Hifema (hemorragia no olho) • Epistaxe: hemorragia nasal Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I TROMBOSE • Hemostasia normal (reparativa) o H. primária: vasoconstrição transitória e agregação plaquetária o H. secundária: coagulação p/ formar uma rede de fibrina. o Fibrinólise: para remover o tampão plaqueta/fibrina o Reparo tecidual no local danificado HEMOSTASIA: suspensão do sangramento. É uma resposta fisiológica a um dano vascular e fornece um mecanismo para selar um vaso danificado para prevenir a perda de sangue É um processo finamente regulado que envolve interações entre endotélio, plaquetas e fatores de coagulação Ocorre somente em locais de dano vascular, sem afetar a fluidez e o fluxo de sangue na vasculatura não danificado normal A interrupção no delicado equilíbrio de homeostasia pode resultar em estados patológicos de perda de sangue (hemorragia) a formação inapropriada de trombo (trombose) O endotélio fornece uma superfície que promove o fluxo de sangue suave e não turbulento. Ele produz e responde aos mediadores que aumentam a vasodilatação e inibem a ativação plaquetária e a coagulação. Em contraste, após a lesão ou a ativação, o endotélio produz ou responde aos mediadores eu induzem a vasoconstrição, aumentando a adesão e a agregração plaquetária estimulando a coagulação → MEDIADORES ENDOTELIAIS DA HEMOSTASIA: • Prostaciclina (PGI2): mantém o relaxamento vascular e inibe a adesão e a ativação plaquetária • Óxido nítrico (NO): mantém o relaxamento vascular e inibe a agregação plaquetária. Age sinergicamente com a via da proteína e a antitrombina III (ATIII) para suprir a produção de trombina • Trombomodulina: Proteína de membrana que se liga à trombina para iniciar a ativação das proteínas C • Proteína S: cofator na via da proteína C, inibe, independentemente a ativação dos fatores VIII e X • Molécula tipo Heparina: Proteoglicanos de sulfato de heparano ligam e concentram ATIII na superfície endotelial. • Ativador do plasminogênio tecidual (TPA): ativa a fibrinólise pela estimulação da conversão do plasminogênio a plasmina • Adenosina difosfato (ADP): degradação de ADP para inibir seus efeitos pró- coagulantes • Anexina V: liga-se a fosfolipídios carregados negativamente e ao cálcio para remover os fatores coagulantes dependentes de fosfolipídios na superfície endotelial e inibir a formação de trombina e o fator Xa • Inibidor-1 da via do fator tecidual (TFPI-1): proteína da superfície celular que inibe diretamente o fator complexo TF. VIIA e o fator Xa Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I PRÓ-COAGULANTE: • Fator tecidual: produzido após a ativação endotelial por substancias como citocinas, endotoxinas, trombina, complexos imunes e mitógenos. • Fator de Von Willebrand: liberado após a exposição do endotélio a substancias como trombina, histamina e fibrina. • Inibidor-1 do ativador do Plasminogênio (PAJ-1): reduz a fibrinólise pela inibição do tPA e do ativador do plasminogênio tipo uroquinase (uPA) REPARO VASCULAR • Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF): estimula a mitogenese de musculo liso e fibroblastos • Fator de crescimento de fibroblastos (FGF): estimula a proliferação de fibroblastos • Fator de crescimento transformados B(TGF-B): modula o reparo vascular pela inibição da proliferação de vários tipos celulares, incluindo o endotélio PLAQUETAS: são fragmentos de células anucleadas derivadas dos megacariócitos. Sua maior participação na hemostasia é formar o botão inicial que cobre e sela uma pequena área de dano vascular. Após o dano, as plaquetas aderem ao colágeno subendotelial e outros componentes tais como fibronectina, glicoproteínas adesivas e proteoglicanos. As plaquetas aderidas expressam receptores que promovem a agregação de plaquetas adicionais e se tornam ativas para liberar os produtos de seus grânulos citoplasmáticos e produzir outros mediadores da coagulação. Ex: tromboxano. A superfície fosfolipídica das membranas das plaquetas agregadas também serve para fornecer uma superfície usada pelos fatores de coagulação ativados concentrados para promover a coagulação MEDIADORES DE PLAQUETAS NA HEMOSTASIA • PRÓ-COAGULANTES o Tromboxano A2(TXA2) o Fosfolipídios (ex: fosfatidilserina) o Adenosina difosfato (ADP) o Cálcio o Fator 4 de plaqueta o Trombospondina o Fibrinogênio o Fator V, VI e XIII o Fator de Von Willebrand o Antiplasmina e Macroglobulina o Inibidor-1 do ativador do Plasminogênio (PAI-1) o Serotonina. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • ANTICOAGULANTES: o Adenosina trifosfato (ATP) o Protease anexina II o Inibidor da via do fator tecidual (TFPI) o Proteína S • REPARO VASCULAR: • Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) • B. Tromboglobulina• Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) • Fator de crescimento transformador-B (TGF-B) • Fator de crescimento epidermal (EGF) Os fatores de coagulação são proteínas plasmáticas produzidas principalmente pelo fígado. Sua facilidade na hemostasia é formar a fibrina. OS fatores de coagulação são divididos em: 1. Um grupo de contato estruturalmente relacionado e funcionalmente independente (pré-calicreina, aminogenio de alto peso molecular {HMNK} e fatores XII e XI 2. Um grupo dependente de vitamina K (fatores II, VII, IX e X) 3. Um grupo fibrinogênio muito instável (fatores I, V, VIII e XIII) Os fatores da coagulação circulantes são ativados em cascata pela hidrolise de peptídeos contendo arginina ou lisina para convertê-los em serino proteases enzimaticamente ativas (exceto para o fator XIII, que tem sítios ativos ricos em cisteinas) O grupo de fatores de contato é ativado pelo contato com colágeno ou com componentes subendoteliais para iniciar a coagulação pela via intrínseca A via extrínseca da coagulação é ativada pela liberação do fator tecidual (TF, fator III) pelas células danificadas Os fatores de coagulação dependentes da vitamina K tem um importante papel na coagulação localizada pelos resíduos de ácido glutâmico j-carboxilados da porção N-terminal dos fatores precursores, de tal forma que eles podem se ligar ao cálcio para formar pontes de cálcio com fosfolipídios plaquetários. PROCESSOS HEMOSTÁTICOS: • A sequência de eventos que contribui para a hemostasia apresenta: • Vasoconstrição transitória e agregação plaquetária para formar o tampão plaquetário no local do dano (hemostasia primaria) • Coagulação para formar uma rede de fibrina (hemostasia secundária) • Fibrinólise para remover o tampão plaqueta/fibrina (retração do trombo) • Reparo tecidual no local danificado • Após a lesão vascular, fatores neuro-humorais locais induzem uma vasoconstrição transitória • Após a injuria endotelial e o rompimento que expõe a matriz extracelular subendotelial (ECM), as plaquetas aderem à ECM via fator de Von Willebrand (VWF) e então são ativadas, passando por uma alteração na sua forma e liberação granular. • A liberação de adenosina difosfato (ADP) e o tromboxano (TXA2) levam a mais agregação plaquetária para formar o tampão hemostático primário Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • A ativação local da cascata de coagulação envolvendo fatores teciduais e os fosfolipídios plaquetários resulta em polimerização da fibrina, “cimentação” das plaquetas no tampão secundário definitivo • Mecanismos contrarregulatórios tais como a liberação do ativador de plasminogênio tecidual (fibrinolítico) e a trombomodulina (interferindo com a cascata de coagulação), limitam o processo hemostático ao local da lesão ETIPATOGENIA Estudo do que provoca uma doença. Análise especializada das causas que ocasionam o desenvolvimento de certas doenças • Alterações na parede vascular ou endocárdica: ▪ CAUSAS: Traumas, microrganismos, larvas... ▪ MECANISMOS: falha do processo de desconstrução do trombo (fibrinólise) ou estimulo de lesões permanentemente seja por microrganismos ou larvas, por exemplo, e além de sugerir processo hemorrágico também sugere a formação de mais trombos (na tentativa de reparação) • Alterações hemodinâmicas ▪ Por estase (estagnação, fluxo com menos força): corrente axial para marginal ▪ Por turbulência: aneurisma • Essas turbulências podem ser causadas por más formações teciduais (Ex: aneurismo). • Favorecendo a agregação plaquetária e formação de trombo. • Alterações sanguíneas com hipercoagulabilidade. ▪ Trombocitose ▪ Aumento dos fatores de coagulação ▪ Aumento da viscosidade sanguínea • Quanto se tem muitas plaquetas no sangue, ou o sangue é muito denso com pouco liquido isso favorece a passagem lenta do sangue, favorecendo assim a agregação plaquetária e a formação de trombose CLASSIFICAÇÃO DO TROMBO: • Quanto à estrutura: o Vermelho ou de coagulação: lenta, fibrina + hemácias (dentro dos vasos) o Branco ou de conglutinação: rápida, fibrina + plaquetas. o Mistos o Hialinos: fibrina. Material fibrinótico fora dos vasos, em contato com o sangue o fibronogênio → fibrina e junto com as plaquetas forma uma espécie de geleia, ocorre muito em cavidades devido a processos inflamatórios que estimulam a coagulação sem hemácias. DIFERENÇA ENTRE TROMBO E COÁGULO Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • TROMBO: formação fibrinótica dentro do vaso, segue a forma do vaso, pode se soltar eventualmente. • COÁGULO: o coágulo ocorre quando há derramento de sangue, e este sangue por ter fibrinogênio e plaqueta coagula, o coágulo é disforme e difuso, e acontece fora dos vasos. COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSIMINADA (CID) • É uma síndrome que se desenvolve quando ocorre exposição súbita de sangue a procoagulantes (EX: fator de necrose tecidual ou tromboplastina) gerando a coagulação intravascular. Mecanismos hemostáticos compensatórios são rapidamente esmagados, e como consequência, uma grave coagulopatia consumidora levando a hemorragia. o CAUSAS: septicemias gram. negativas; complexo antígeno anticorpo, hemólise intravascular; lesão endotelial extensa; vírus no endotélio Algumas doenças (de ordem infecciosa) consomem todos os fatores de coagulação que em um momento posterior, no momento em que for necessário reparar um vaso ou qualquer lesão, não será possível desencadear o processo de coagulação por falta desses recursos resultando assim em hemorragia. • A transfusão de sangue é a forma de salvar o paciente que está com hemorragia devido ao CID CAUSAS: o Viral – Felv, FPV e FIP o Fungos, septicemia de levedura o Toxoplasmose o Doença inflamatória – pancreatite o Doença infecciosa – sepse devido a tuberculose, Histoplasmose, cytauxzoonose, toxoplasmose. • Doença que acomete felinos, causado por um hemoparasita, que afeta em um primeiro momento, as células mononucleares fagocíticas e logo após os eritrócitos. • Coagulopatia: tromboembolismo córtico por cardiomiopatia, transfusão de sangue, isoeritrólise neonatal. • NEOPLASIA: eg. Hemangiossarcoma, carcinomas hepático, biliar e pulmonar, mesotelioma, linfoma, leucemia mieloide, histiocitosumaligna. • Doenças imunológicas: Anemia hemolítica imunomediada, doença articular imunomediada. • TRAUMA: golpe de calor, trauma físico, choque • Toxinas e mordeduras de serpentes (envenenamento) • Quanto ao efeito de interrupção do fluxo sanguíneo: o Oclusivos (ocludentes) o Murais (parietais) o Canalizado Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Destino dos trombos o Lise-plasmina o Amolecimento – neutrófilos o Organização o Canalização o Calcificação – sépticos o Colonização bacteriana (bactéria colonizam o trombo) o Embolização. Tromboembolismo: êmbolo derivado de fragmentos de um trombo, eventualmente vem a se alojar em um vaso de pequeno calibre em função de um processo chamado embolização. • Consequência da trombose o Isquemia (infarto) o Hiperemia passiva o Embolia (mais grave) o A própria embolia pode causar a isquemia ou infarto, tem-se um trombo, a consequência mais grave é o ÊMBOLO que gera um TROMBOEMBOLISMO cuja consequência é isquemia ou infarto. EMBOLIA • Massa intravascular liquida, solida ou gasosa transportada pelo sangue • Algo que passa através do sangue de um lugar ao outro TIPOS DE EMBOLOS: • Trombos • Células cancerosas • Bactérias • Gorduras • Gases • Parasitos • Fibrocartilaginoso o As consequências dependem do tipo de embolo o Na quebra de ossos, a gordura presente dentro da medula do osso pode cair na corrente sanguínea, caracterizando assim a embolia o Um outro exemplo é a embolia por descompressão rápida, nocaso de mergulhadores formam êmbolos gasosos (nitrogênio) ISQUEMIA • Falta de suprimento sanguíneo e consequentemente falta de oxigenação dos tecidos (Pode ser reversível) • Perfusão diminuída em determinada área para atender demanda metabólica • Chega pouco O2 a determinadas regiões devido a presença de um embolo, por exemplo o ARTERIAL: trombo ou êmbolo Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I o ARTERIOLAR: vasoconstrição prolongada o VENOSA: Trombose Compressão (inflamação ou neoplasia) • Consequências: o Áreas e vasos afetados o Órgãos e anastomoses A isquemia é caracterizada pela falta de oxigenação no tecido AREA ISQUÊMICA: área sem oxigênio, organismo tenta atender a essas áreas fazendo anastomoses. A área isquêmica pode virar um infarto, portanto este é em consequência da isquemia. INFARTO • Consequência da isquemia não reparada • Enfarte (nunca infarte ou enfarto) • Área de isquemia aguda a superaguda que evolui para necrose de coagulação CAUSAS: • Trombose e embolias • Vasoconstrição • Arteriosclerose • Compressão vascular CLASSIFICAÇÃO: • BRANCO: o Circulação terminal, arterial o Rins e baço • VERMELHO o Circulação dupla, arterial ou venoso o Pulmão e fígado CONSEQUÊNCIAS: Depende da extensão e órgão acometido CHOQUE (COLAPSO CARDIOVASCULAR) Falta de atendimento de O2 nos tecidos – microcirculação É uma dis-homeostasia circulatória associada à: • Perda do volume sanguíneo circulante • Perda do rendimento cardíaco • Resistencia vascular periférica inapropriada Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I CAUSAS: • Hemorragia severa • Diarreia • Queimadura • Trauma tecidual • Endotoxemia (intoxicação resultante do excesso de toxinas no sangue) • Perfusão tecidual: irrigação lenta e continua de sangue na rede de capilares para nutrir um tecido • Hipoperfusão: diminuição da irrigação sanguínea EVENTOS SUBJACENTES: • Embora as causas sejam diversas, os eventos subjacentes são similares: • Hipotensão • Perfusão tecidual prejudicada • Hipóxia celular • Mudança para metabolismo anaeróbico pelas células • Degeneração • Morte celular • Embora os efeitos da hipoperfusão sejam inicialmente reversíveis, a persistência do choque resulta em lesão celular e tecidual irreversível • Quando as respostas compensatórias são inadequadas o choque é rapidamente progressivo e ameaçador à vida • Com base nos problemas subjacentes fundamentais, o choque pode ser classificado em: o Hipovolêmico o Cardiogênico o Distributivo o Obstrutivo CHOQUE CARDIOGÊNICO • Débito cardíaco, problema no coração. • Falência do coração em bombear sangue adequadamente • Infarto do miocárdio • Taquicardia ventricular • Fibrilação • Cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica • Obstrução do fluxo sanguíneo do coração (embolismo pulmonar e estenose pulmonar ou aórtica) • Outras disfunções cardíacas o Todos esses tópicos colaboram para uma insuficiência cardíaca, caracterizada pela diminuição do volume sanguíneo e consequentemente uma diminuição do rendimento cardíaco Má distribuição sanguínea Séptico Anafilático Neurogênico Crise adrenal Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I PRINCIPAIS MECANISMOS COMPENSATÓRIOS: • Estimulação simpática do coração: o Aumento da contratilidade cardíaca o Aumento do volume circulante o Aumento do rendimento cardíaco o Aumento da taxa cardíaca • Dependendo da natureza do dano cardíaco a capacidade do coração danificado responder com sucesso é variável CHOQUE HIPOVOLÊMICO (mais comum; pouco vol de sangue circulante) • Surge de uma redução do volume de sangue circulante o Hemorragia o Perda secundárias: vômitos, diarreias e queimaduras. PRINCIPAIS MECANISMOS COMPENSATÓRIOS: Vasoconstrição periférica Movimento de fluido para o plasma • Quando o insulto é brando, a compensação é geralmente um sucesso e o animal retorna para a homeostasia • Pode ocorrer uma perda de 10% do volume sanguíneo sem a diminuição da pressão sanguíneo ou no rendimento cardíaco • Perda de sangue aproximadamente entre 35 a 45% da pressão sanguíneo e o rendimento cardíaco podem cair drasticamente MÁ DISTRIBUIÇÃO SANGUÍNEA: distributivo e obstrutivo. • Maior força de contração • Aumento da frequência cardíaca • Aumento da pressão vascular • Mantém o fluxo de sangue para tecidos críticos tais como coração, rins e cérebros Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Caracterizada por resistência vascular periférica reduzida e acumulo de sangue nos tecidos periféricos • CAUSADO POR: o Vasodilatação neural ou induzida por citocinas o Devido a: ▪ Trauma ▪ Estresse emocional ▪ Hipersensibilidade sistêmica à alérgenos ▪ Endotoxemia A vasodilatação sistêmica resulta em aumento drástico na área microvascular e embora o volume sanguíneo seja normal, o volume sanguíneo efetivo em circulação é diminuído A não ser que organismos compensatórios possam diminuir os estímulos para a vasodilatação, há acumulo e estagnação do sangue com subsequente hipoperfusão do tecido • Os principais tipos de choque ocasionado por má distribuição do sangue são: o Choque anafilático o Choque séptico o Choque neurogênico • CHOQUE ANAFILÁTICO o Hipersensibilidade do tipo I generalizada (resposta imune exacerbada) Mediada por antígenos IgE CAUSAS: • Exposição à insetos • Exposição a alérgenos: plantas, fármacos e vacinas • A interação das substancias estimulantes com a imunoglobulina E (IgE) ligada aos mastócitos resulta em degranulação generalizada dos mastócitos e liberação de histaminas e outros mediadores vasoativos → VASODILATAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS: • Vasodilatação sistêmica • Aumento da permeabilidade vascular: ▪ Hipotensão ▪ Hiperfusão CHOQUE NEUROGÊNICO (perda súbita de tônus muscular) • CAUSAS: o Trauma ao sistema nervoso o Eletrocussão (como por um relâmpago) o Medo o Estresse emocional • Em contraste com o choque anafilático e endotoxico, a liberação de citocinas não é um fator principal na vasodilatação. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Nesse tipo de choque, ocorre uma descarga autonômica que resulta em vasodilatação periférica seguida por acumulo de sangue venoso e hipoperfusão. CHOQUE SÉPTICO: (mais comum associado a má distribuição de sangue) Componentes de bactérias ou fungos → liberam quantidade excessiva de mediadores vasculares e inflamatórios → Vasodilatação periférica. • A causa mais comum de choque séptico é a endotoxina, um complexo de lipopolissacarídeos (LPS) dentro da parede celular de bactérias gram. negativas. • A liberação de LPS das bactérias em degeneração é um potente estimulo para inúmeras respostas do hospedeiro induzidas por agentes infecciosos • Muitas vezes o LPS alcança a entrada da microbiota do intestino, entrando na circulação do sistema reticulo endotelial e se acumulando, então, no fígado, baço, alvéolos e leucócitos. • O LPS ativa células (pp. Endotelial e leucócitos) através de: o Proteínas ligante de LPS (uma proteína de fase aguda) o CD14 (proteína de membrana celular e proteína plasmática solúvel) o Receptor 4 do tipo TOLL (TLR4, proteína transdutora de sinal) • A ativação endotelial pelo LPS inibe a produção de substancias coagulantes: o TPFI o Trombomodulina • A ativação dos monócitos e macrófagos pelo LPS induz a liberação direta ou indireta de: o TNF o IL-1 o Outras citocinas (IL-6; IL-8; quimiocinas) o Diretamente → Fator XII iniciar a coagulação intrínsecae outras vias relacionadas ao fator XIIa (cininas, fibrinólise, complemento) o Cascata de complemento para gerar as anafilotoxinas (C3a e C5a) • Embora esses eventos sejam importantes no aumento da resposta inflamatória para controlar infecções localizadas associadas a concentrações relativamente baixas de LPS, eles podem ser deletérios se a resposta for mais pronunciada • Essas concentrações mais altas de LPS, induzem cada vez mais a produção de TNF, IL-1 e outras citocinas, e os efeitos secundários dessas citocinas se tornam mais proeminentes. • TNF e IL-1 induzem a expressão de TF e a ativação endotelial da coagulação extrínseca e aumentar a expressão de moléculas de adesão e leucócitos endoteliais. • IL-1 estimula a liberação do fator de ativação de plaquetas (PAF) para aumentar a agregação plaquetária e a coagulação. • A liberação de PAF dos leucócitos, plaquetas e endotélio pode causar agregação plaquetária e trombose, aumentando assim a permeabilidade vascular e de modo Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I semelhante a TNF e a IL-1, estimulação da produção dos metabólitos do ác. Araquidônico (pp. Prostaciclina PG1 e tromboxano) • O TNF e a IL-1 induzem a produção de oxido nítrico, que também contribui para a vasodilatação e hipertensão. Os neutrófilos se tornam ativados pelo TNF e IL-1 para aumentar sua adesão ao endotélio, que em seguida interfere com o fluxo sanguíneo através da microvasculatura. • O resultado final da ativação desses processos de alterações vasculares, pró- inflamatórias e pró-coagulantes é a vasodilatação sistêmica profunda, hipotensão e hipoperfusão tecidual características do choque séptico. ESTÁGIO E PROGRESSÃO DO CHOQUE: • Independente da causa o choque progride através de 3 estágios: o Estágio não progressivo o Estágio progressivo o Estágio irreversível ESTÁGIO NÃO PROGRESSIVO: • Os mecanismos compensadores normais atuando conseguem promover recuperação completa, sem a ajuda de terapia externa ESTÁGIO PROGRESSIVO: • Nesse estágio, o choque continua progressivamente. ESTÁGIO IRRERVERSIVEL: • A evolução do choque é tão grave que não é possível, por nenhum meio conhecido, salvar a vida do paciente, ainda que esteja vivo no momento. Características Clínicas E MORFOLÓGICAS DO CHOQUE (rapidamente progressivo) • Hipotensão • Pulso fraco • Taquicardia • Hiperventilação com estalidos pulmonares • Redução na produção de urina • Hipotermia • Insuficiência em órgãos ou sistema (estágios finais) IMUNOPATOLOGIAS: • Estudo de lesões e doenças produzidas pela resposta imunológica o Doença por hipersensibilidade o Doenças autoimunes (genético) o Imunodeficiência (genético) o Rejeição à transplante. • Sistema imune é vital para a sobrevivência o FUNÇÃO: Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I ▪ Proteger o organismo animal contra patógenos infecciosos e o desenvolvimento do câncer • 1º linha: INATA o Mecanismo efetor, eliminar ou neutralizar o antígeno o Barreiras epiteliais o Células fagocitárias: neutrófilos, monócitos e macrófagos o Células dendríticas o Células NK (são cel. citotóxicas) o Pele, lagrima, ác. gástricos. • 2º linha: ADAPTATIVA o Especificidade, diversidade, memória e reconhecimento do próprio e não-próprio. o Possui características adicionais de memoria o Representado pelos linfócitos e anticorpos o HUMORAL: microrganismos extracelulares e toxinas (linfócito B) o CELULAR: microrganismo intracelular (linfócitos T) IMUNIDADE: resultado de respostas não especificas (inato) e especificas (adaptativa), que em conjunto, oferecem proteção eficaz. Distúrbios do sistema imunológico: Hipersensibilidade, autoimunidade e imunodeficiência. Componentes do sistema imune: Células, tecidos e moléculas. LINFÓCITOS: Linfócito naive: correspondem ao grupo de células B ou células T maduras provindas de órgãos linfoides que nunca encontraram um antígeno diferente Depois de ativado: células efetoras (elimina o microrganismo); cél de memória. LINFÓCITO T: →Reconhece antígenos específicos ligados a células por meio de receptores (TCR): receptor de células T. →Reconhece antígenos exibidas pelas moléculas do complexo de histocompatibilidade (MHC), nas células apresentadoras de antígenos. CD4 e CD3: CD4+(Th): linfócitos auxiliares (reconhece Ag → MHC classe II) CD3+(Tc): linfócitos citotóxicos (Ag →MHC classe I) LINFÓCITO B: Desenvolve-se em duas fases: • 1 – Antígeno independente (tec linfóide primário) • 2 – Antígeno dependente (tec. Linfóide secundário) Tecido linfóide primário: medula óssea Tecido linfoide secundário: baço, linfonodo, tonsilas, placa de Peyer. Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • O linfócito B reconhecem antígenos específicos ligados à células por meio de receptores (TCR) • Depois de estimulados por antígenos transformam-se em plasmócitos que secretam anticorpos. • Receptores de complemento CR2, Fc e CD40. • Receptor de antígeno Linfócito B é a imunoglobulina ligada á membrana (IgM e IgD) → indica que o linfócito B está maduro. CÉLULAS DENDRÍTICAS: • Cel. apresentadoras de antígenos (APCs) • Estão localizadas em locais estratégicos para capturar antígenos. SISTEMA FAGOCITÁRIO MONONUCLEAR (sistema monócito-macrófago) • População de célula funcionam e fenotipicamente diversa de células fagocíticas mononucleadas (sistema fagocitário mononuclear) • Possuem ampla gama de funções que contribuem para a imunidade, inflamação e remodelagem e reparação tecidual. CÉLULAS NATURAL KILLERS: • Citotóxica não especifica: importante na resposta precoce à célula tumorais e a infecções virais • Não apresentam TCR • Matam várias células infectadas sem exposição prévia. • Linha inicial de defesa contra infecções virais • Responde ás toxinas produzidas precocemente numa infecção viral, mas também produz citocinas que auxiliam diretamente à resposta imune. o IL-2 E IL-15: estimulam a proliferação de NK o IL-12: aumentam a capacidade das células NK o IFN j: citocina importante que direciona o desenvolvimento da resposta imune do tipo TH1 precocemente na infecção. TECIDOS DO SISTEMA IMUNE: Órgãos linfoides geradores (timo)→ amadurecimento de linfócito T e B Órgãos linfoides periféricos (linfonodos, baço e tecidos linfoides das mucosas e cutâneas) → inicia a resposta imune adaptativa aos microrganismos. MACRÓFAGOS: • Cel. fagocitária • Envolvida na resposta imune como célula apresentadora de antígeno. • Importante papel na geração de resposta imune mediada por células, sendo sua presença essencial nas reações de hipersensibilidade tipo IV Félix Henrique Amaral PATOLOGIA VETERINARIA I • Os linfonodos TH1 quando ativados sintetizam IFN j → potente ativador de macrófagos → aumento da atividade fagocitária eliminando o agente. CITOCINAS: • Vasto grupo de proteínas e glicoproteínas, produzido pelas células imunes e não imunes, localmente e atuam no local para dirigir a resposta imune. A regulação cruzada de linfócito TH1 e TH2 em parte determina se a imunidade é primariamente uma resposta mediada por células ou uma resposta humoral. Os linfócitos Th1, ativados, primariamente pelas interleucinas IL-12 e IL-13, promovem a imunidade mediada pelas células (CMI) pela ativação de macrófagos e linfócitos T citotóxicos. Os linfócitos Th2, ativados principalmente pela IL-4, promovem a imunidade humoral através da produção de citocinas que ativam os linfócitos B a se desenvolverem em monócitos secretores de anticorpos. Os linfócitos Th2 também produzem citocinas que ativam os mastócitos e os eosinófilos na patogênese das doenças
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