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Alexis de Tocqueville


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Alexis de Tocqueville
(Fonte: Recorte da pintura de Théodore Chassériau, 1850)
· Contexto
· Século XIX;
· Nasce em Paris, 1805, pós-revolução francesa;
· Deputado da Assembleia Nacional entre 1839 e 1831;
· Participou da redação da Constituição da Segunda República Francesa em 1848;
· A democracia na América surge como resultado de suas observações do sistema político dos EUA no governo de Andrew Jackson.
· Nessa obra ele fala sobre a preocupação com a possibilidade da democracia se converte em uma tirania da maioria (ou seja, como evitar que o crescente igualitarismo ameaçasse a liberdade individual)
· Esses temas decorrem do fato de que o governo Jackson implementou uma série de medidas para criar condições para a constituição de uma sociedade igualitária, tais como: abolições de restrições do sufrágio e das exigências de propriedade para o cumprimento de mandatos (somente quem tinha propriedade podia se candidatar); (promoveu uma maior democratização dos EUA)
· A democracia é seu grande tema.
· “A Democracia na América”
· Eixo central da obra: O que fazer para que o desenvolvimento da igualdade não seja inibidor da liberdade (ou seja, como produzir o equilíbrio entre igualdade e liberdade)?
· Analisou experiências concretas de democracia (comparação entre a democracia francesa e a americana)
· Ao analisar o contexto dos EUA, buscou entender um lugar onde igualdade e liberdade não foram contraditórias. Ou seja, onde a democracia se realizava com liberdade
· Porém, entendia que a democracia nos EUA não estava plenamente realizada (uma vez que a escravidão não havia sido abolida ainda, por exemplo)
· Acreditava que cada nação possui seu próprio desenvolvimento democrático. No entanto, o caminho será sempre o da ampliação da igualdade de condições;
· Percebeu algumas peculiaridades da sociedade americana que, a seu ver, são fundamentais para o desenvolvimento da democracia. Entre elas:
1. A distância entre ricos e pobres era menor nos EUA do que na Europa (menor desigualdade social)
2. O modelo federativo, a liberdade de imprensa e, principalmente, a 
pluralidade de partidos políticos (descentralização do poder);
3. A concentração de poder que a União tinha na federação americana 
(para ele, mais centralizado que em várias monarquias absolutas da 
Europa (devido a participação de outras instituições, como a Igreja))
4. O povo é quem governa e dirige (soberania popular, uma vez que tudo 
é votado e escolhido pelo povo)
(o povo nomeia diretamente quem faz a lei e quem as executa. Além 
de constituir o júri que pune as infrações da lei) ou seja, o povo 
constitui o Legislativo, o Executivo, e participa do Judiciário
· A democracia e os problemas da igualdade
· Para Tocqueville a democracia está sempre ligada a um processo de 
igualitarismo crescente que não pode ser interrompido
· Porém, esse processo pode envolver desvios perigosos pois pode culminar em 
2 caminhos:
1. Aparecimento de uma sociedade de massa que constitua uma tirania da 
maioria;
2. O surgimento de um Estado Despótico
· Tirania da maioria
· o Primeiro perigo é o de surgir uma cultura igualitária da maioria que destrua as 
· possibilidade de manifestação de minorias (risco de quanto mais igualitário, 
menos espaços para as diferenças)
· Seria a tirania da maioria
· Individualismo e estado despótico
· Outro perigo é o crescimento do individualismo;
· Para ele, quanto mais os cidadãos se dedicam ao enriquecimento e ao lucro, 
vão abandonando o interesse pelas coisas públicas;
· Com isso, se deixam conduzir (terceirização da política) e podem alimentar 
um Estado que tome para si todas as atividade e decisões (podendo também 
intervir nas liberdades fundamentais);
· Ação política e instituições políticas 
· Tais perigos para ele podem ser evitados tanto pela atividade política dos cidadãos, quanto pela manutenção de certas instituições políticas 
· Alguns mecanismos são sugeridos, tais como:
1. Existência de instituições que levem à descentralização administrativa, ou que levem os indivíduos a se associarem para defender seus direitos
2. A existência de uma Constituição e de leis que possam garantir a manutenção das liberdades
· Tocqueville acreditava que embora as instituições possam ajudar na manutenção das liberdades fundamentais, é a ação política dos cidadãos que garante a real existência da democracia
Prof. Humberto Ribeiro Junior
Relações Internacionais - UVV