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Tutoria Mecanismo Sono-Vigília, Fases do sono, sono nos idosos, quedas

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
Problema 5 – “O que me falta é sono!” 
 
No Residencial Geriátrico, os alunos da FAMERV encontraram vários internos com queixas 
sobre o sono. Enquanto o Sr. João relatava dormir como um bebê, o Sr. Sebastião passava 
horas insone. Com 73 anos, tinha dificuldade para iniciar o sono, acordava ao menor barulho, e 
sentia-se muito cansado no dia seguinte. Relacionava a baixa qualidade do sono à queda de 
produtividade intelectual, esquecimento e dificuldade de lembrar fatos recentes. Sr. João tem 
despertares noturnos e, geralmente, vai ao banheiro quando acorda para urinar. Já fez uso de 
medicamentos, mas o sono não era o mesmo, e também com o uso das medicações sofreu 
algumas quedas, durante à noite, no caminho do banheiro. Refere que não dorme o suficiente 
e sente que falta alguma coisa. 
Definição do problema: Alterações fisiológicas do sono no envelhecimento 
Objetivos: 
1. DESCREVER O MECANISMO DE SONO-VIGÍLIA E CARACTERIZAR AS FASES DO 
SONO E A SUA MUDANÇA DESSAS FASES NO IDOSO 
- O ciclo sono-vigília é um ritmo circadiano gerado pelos núcleos supraquiasmáticos do 
hipotálamo (NSQ), ele varia de acordo com idade, sexo e características individuais. É um 
processo muito complexo e que envolve diversas áreas do sistema nervoso central e vários 
processos fisiológicos 
- O sono apresenta duas fases: 
 O sincronizado (sono não REM)  representa 75 a 80% do total do sono, é 
subdividido em 3 fases: 
1) N1 (2 a 5%) 
2) N2 (45 a 55%) 
3) N3 (13 a 23%) 
 O não sincronizado (sono REM)  representa 20 a 25% do sono e se caracteriza 
pela baixa amplitude e alta frequência dos potenciais cerebrais detectados no 
eletroencefalograma. Nessa fase, ocorre uma atonia muscular e os sonhos 
aparecem, havendo episódios de movimentos oculares rápidos 
- O sono noturno começa com períodos de aproximadamente 90 min de sono NREM, que 
vão se aprofundando do estágio 1 ao 3, seguidos de um período de 10 a 15 min de sono 
REM. Esse ciclo se repete a cada 70 a 120 min, em um total de 4 a 6 vezes durante a noite 
- A arquitetura do sono muda com o avançar da idade, e vários fatores podem ser 
responsáveis por essa mudança, como: 
 Alterações no ritmo circadiano, de temperatura e hormonais 
 Privação crônica do sono 
 Uso de fármacos 
 Patologias 
 Redução da exposição à luz solar (catarata, síndrome da imobilidade, confinamento) 
 Diminuição da atividade física 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
- O sono do idoso leva mais tempo para ser iniciado e o seu despertar é mais precoce 
em relação ao adulto normal, permanecendo menos tempo na cama 
- O sono do idoso é mais superficial, com o aumento das fases I e II e encurtamento 
das fases de ondas lentas, e mais fragmentado, o que leva a maior taxa de despertares 
- Há também uma redistribuição do sono, com tendência a dormir menos à noite e 
cochilar durante o dia, principalmente durante a tarde, porém a sonolência excessiva 
diurna (SED) não faz parte do envelhecimento normal 
- Em idosos, a alteração mais significativa do padrão de sono é o predomínio das fases 
mais superficiais do sono NREM (N1 e N2), principalmente na 2ª metade da noite e 
consequente diminuição do limiar do despertar devido a ruído, luminosidade e outros 
estímulos, sugerindo aumento da sensibilidade aos estímulos ambientais 
- O tempo de latência para o sono REM, sua densidade e o tempo gasto nesta fase 
diminuem com o envelhecimento. O idoso acorda várias vezes durante a noite 
(aumento da vigília noturna) e demora mais para voltar a dormir 
- O ritmo circadiano sono-vigília sofre degeneração com a idade, o que resulta em 
ritmos menos precisos. Ocorre um gradual decréscimo em sua amplitude, que contribui 
para períodos de sono e vigília menos consistentes em 24 h. A secreção endógena de 
melatonina à noite é reduzida com o avançar da idade. A consequência clínica dessas 
modificações é o avanço de fase do ritmo circadiano. Tal avanço de fase se traduz em ir 
para a cama mais cedo e despertar mais precoce. Embora o sono, nesta condição, 
possa ser normal, ele está em assincronia com os padrões sociais (dormir às 22:00 e 
acordar às 06:00) 
- Quanto às alterações fisiológicas do sono sobre os sistemas: 
 No âmbito cardiovascular ocorre um decréscimo da pressão arterial (PA) e da 
frequência cardíaca (FC) nos estágios NREM, com variabilidade desses 
parâmetros na fase REM 
 No âmbito endócrino, ocorre uma diminuição da secreção de hormônio do 
crescimento na fase de sono lento – fase N3, assim como da secreção de 
melatonina pela glândula pineal 
- Os sintomas dos transtornos do sono estão associados à mortalidade aumentada, de 
forma mais relevante em mulheres idosas 
ALTERAÇÕES DO SONO NO IDOSO: 
FASE N1: 
 Aspectos gerais: 
- Estágio de transição do sono 
- Redução da atividade elétrica cerebral 
- Sono leve 
 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
 Características: 
- EEG (eletroencefalograma): baixa voltagem, frequência mista 
- Movimentos oculares lentos 
- Tônus aumentado 
- FC e FR inalteradas 
FASE N2: 
 Aspectos gerais: 
- Relaxamento muscular 
- Redução da temperatura corpórea 
- Redução da FC 
- Fusos do sono no EEG 
- Complexos K no EEG 
 Características: 
- Baixa a moderada voltagem com fusos de sono e complexos K 
- Movimentos oculares ausentes 
- Tônus aumentado 
- FC regular 
- FR discretamente diminuída 
FASE N3 (SONO DE ONDAS LENTAS): 
 Aspectos gerais: 
- Sono profundo 
- Ondas cerebrais de alta voltagem e de baixa frequência 
- Sono restaurador 
 Características: 
- Ondas θ e Δ de grande amplitude 
- Fusos e complexos K reduzidos ou ausentes 
- Movimentos oculares ausentes 
- Tônus diminuído 
- FC e FR reduzidas ou ausentes 
SONO REM: 
 Aspectos gerais: 
- Movimentos oculares rápidos 
- Sonhos vívidos 
- Atividade cerebral aumentada 
- FC acelerada 
- FR aumentada 
- Inibição ativa da musculatura voluntária 
 Características: 
- Baixa voltagem e frequência mista e onda C/S triangulares 
- Surtos de movimentos oculares rápidos 
- Tônus muito diminuído ou ausente, exceto diafragma e grupos musculares 
- FC e FR elevadas e irregulares 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
2. DESCREVER AS INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS E AS 
MEDICAMENTOSAS (INDUTORES DO SONO E MANTENEDORES DO SONO) NO 
SONO DOS IDOSOS 
INTERVENÇÕES NÃO MEDICAMENTOSAS: 
- Existem várias opções não medicamentosas seguras e eficazes para o tratamento da insônia no 
idoso, como: 
 Higiene do sono 
- A higiene do sono é recomendada como uma intervenção inicial para todos os adultos 
com insônia 
- Tem como objetivo evitar comportamentos e/ou aliviar condições incompatíveis com o 
sono reparador e a estabelecer um hábito regular de sono 
1) Dormir o suficiente 
2) Ter regularidade nos horários de deitar e levantar, inclusive nos finais de semana 
3) Não forçar o sono 
4) Evitar o uso de estimulantes como cafeína, nicotina ou álcool durante a tarde ou a 
noite 
5) Não dormir com fome 
6) Deixar o ambiente aconchegante (luz, temperatura e ruído) 
7) Não levar problemas e preocupações para a cama 
8) Manter rotina de exercícios físicos, no máximo até 3h antes de deitar para dormir 
9) Massagem, música suave, banho morno, aquecimento dos pés 
10) Dar prioridade para ingestão de alimentos leves ou ricos em triptofano (ingestão de 
leito morno com maça) e bebidas mornas, exceto café, chás e chocolate, que são 
estimulantes 
11) Estar atento ao conforto do local onde se está dormindo (tipo de colchão, 
travesseiro, lençol macio) 
12) Manter o celular desligado ou no silencioso durante a noirte 
13) Desencorajar o uso de nicotina e, na impossibilidade de retirá-la, tentar reduzi-la e 
evitar uso à noite 
14) Usar roupas confortáveis para dormir 
15) Evitar luminosidade próximo à cama durante a noite 
16) Evitar cochilos prolongados, acima de 45 min, sobretudo a partir das 15h17) Evitar assistir à TV na cama, antes de dormir, e evitar ingerir alimentos próximo ao 
horário de dormir 
18) Evitar ficar muito tempo na frente do computador próximo ao horário de dormir 
 
 Terapia cognitivo-comportamental 
- É recomendada como tratamento de primeira linha na insônia crônica, tanto isoladamente 
quanto na forma associada à terapia farmacológica 
- Mostra-se tão eficaz como o tratamento medicamentoso e os resultados são mais 
sustentáveis, e isso também é válido para pacientes idosos 
- Apresenta vantagens em relação ao tratamento farmacológico pelo seu baixo risco de 
efeitos colaterais e uma maior manutenção da melhora em longo prazo 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
- As melhorias no sono dos pacientes que fizeram terapia cognitiva-comportamental 
tiveram duração de 12 e 24 meses após o início da terapia. Pacientes tratados com a 
farmacoterapia como monoterapia não mostraram benefícios tão duradouros 
- O objetivo da terapia é eliminar as crenças e as atitudes errôneas relacionadas ao sono 
- Alguns sintomas e queixas de sono são alvos da terapia cognitiva, entre eles: 
A. Falsa expectativa do tempo necessário de sono (“Eu não consigo dormir as oito 
horas de sono que são necessárias para o meu bem-estar...”); 
B. Concepção inadequada das causas da insônia (“Minha insônia é a consequência de 
um desequilíbrio químico...”); 
C. Amplificação das suas consequências (“Eu não consigo fazer nada após uma má 
noite de sono...”) 
 
 Terapia de controle de estímulos 
- É baseada na premissa de que a insônia é exacerbada ou mantida por uma resposta 
condicionada e mal adaptativa do paciente ao ambiente do dormitório e/ou à rotina 
associada ao ato de dormir. Essa resposta é fruto da dificuldade crônica que o paciente 
experimenta ao tentar iniciar ou manter o sono 
- A TCE propõe duas regras simples que visam melhorar o sono e que, para serem 
efetivas, devem ser seguidas de forma consistente: 
1) Indica que o paciente deve ir para a cama apenas quando estiver sonolento 
2) Instrui o paciente a não ficar frustrado com o fato de ter dificuldades para dormir. Ele 
deve, após quinze a vinte minutos de insucesso, levantar-se, ir para outro aposento 
da casa e realizar atividades tranquilizadoras até que a sonolência retorne (essa 
estratégia visa associar a cama com um início rápido de sono e pode ser repetida 
sempre que necessária) 
- A terapia de controle de estímulos é eficaz no tratamento da insônia crônica 
 Terapia de restrição de sono 
- É eficaz no tratamento da insônia crônica 
- Os pacientes com insônia frequentemente tentam compensar o sono perdido deitando-se 
para dormir mais cedo do que o habitual ou permanecendo despertos na cama após 
acordarem-se pela manhã. Muitos insones acreditam que o repouso no leito por si só é 
restaurador, mesmo que não haja um sono efetivo. Entretanto, o tempo passado em 
excesso no leito leva ao aumento do estado de alerta que, por sua vez, reforça a frustração 
do paciente acerca de sua dificuldade para dormir 
- A terapia de restrição de sono enfoca apenas a quantidade total de tempo despendida na 
cama e propõe ao paciente que ele permaneça deitado apenas durante o tempo em que 
esteja ocorrendo realmente um sono efetivo. Por exemplo, se o insone relata que dorme 
uma média de cinco horas e permanece na cama por oito horas, a recomendação inicial é 
reduzir o tempo despendido na cama para cinco horas. Se a eficiência do sono (razão 
entre o tempo despendido na cama e o tempo total de sono multiplicado por 100) for menor 
que 90%, deve ser realizada uma redução semanal de 15-20 minutos no tempo 
despendido na cama, até que seja alcançada uma eficiência de sono de 90%. A partir 
disto, devem ser aumentados os mesmos 15-20 minutos por semana até que o tempo total 
de sono suficiente seja alcançado. Para prevenir uma sonolência diurna excessiva, 
recomenda-se que o tempo despendido na cama à noite não seja inferior a cinco horas 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 
 
 
 Terapia de relaxamento e de biofeedback 
- As técnicas de relaxamento visam reduzir a estimulação cognitiva e/ou fisiológica que 
interfere no ato de dormir. Em geral, elas são mais úteis para os pacientes que apresentam 
dificuldades para iniciar o sono 
- Auto-hipnose, relaxamento progressivo, exercícios de respiração profunda, biofeedback, 
meditação são efetivos apenas quando levam o paciente a um estado de relaxamento 
(quando há uma redução na sua tensão muscular e física) 
- O relaxamento assistido por música pode melhorar a qualidade do sono 
- A eficácia das técnicas de relaxamento no tratamento da insônia é inferior àquela 
observada com outras abordagens não-farmacológicas 
 
 Exercício físico 
- A prática de exercícios físicos regular, moderado, pelo menos 6 horas antes de dormir,é 
sugerida para melhorar a qualidade do sono, embora o tipo, a intensidade e a duração do 
exercício ainda não estejam bem definidos 
- Exercícios de intensidade moderada e exercícios aeróbicos de baixo impacto melhora a 
qualidade do sono em adultos idosos, desde que não sejam executados nas 4 horas que 
antecedem o sono 
- A prática do yoga (duas sessões de 75mim/semana), envolvendo respiração, exercícios, 
posturas e meditação pode melhorar a qualidade do sono em pacientes com 
comprometimento do sono após o tratamento para o câncer 
 
 Acupuntura 
 Fototerapia 
INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS: 
- Caso as medidas não farmacológicas não tenham resultado, é feita a utilização de medidas 
farmacológicas 
- Seu uso deve ser pautado considerando: 
 Objetivos do tratamento 
 Expectativas do paciente 
 Perfil de segurança do fármaco 
 Efeitos colaterais 
 Interações medicamentosas 
 Possibilidade de titulação da dose 
 Custo 
 Comorbidades 
 Contraindicações 
- Vale destacar que em idosos, a dose deve ser iniciada com o menor valor possível, passando a 
ser reajustada conforme os resultados obtidos 
- Os principais fármacos utilizados são: 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 
 
MEDICAMENTOS SEDATIVOS HIPNÓTICOS: 
- Induzem sono no cérebro 
- Não há motivos para sua utilização a longo prazo no idoso (evitar por mais de 90 dias) 
- Além disso, com o uso prolongado, o indivíduo começa a ter resistência ao medicamento, então 
doses cada vez maiores serão necessárias para manter o mesmo efeito ou se deve fazer rodízio 
entre os diversos medicamentos. 
 Benzodiazepínicos: sua utilização deve ser criteriosa nos idosos, preferindo até que 
sejam evitados. O seu uso faz com que ocorra maior risco de quedas, alteração cognitiva, 
delirium, dependência e aumento de moralidade. 
 Não benzodiazepínicos: possuem ação similar aos benzodiazepínicos, porém com tempo 
de efeito mais curto. Atuam nos receptores (GABA). Devido aos seus efeitos colaterais 
(sonolência, tontura, desequilíbrio e gosto ruim na boca), devem ser evitados naqueles 
pacientes que apresentem déficit cognitivo e instabilidade postural significativa. Ex.: 
Zaleplona, Zolpidem, Zoplicona, Eszopiclona, Indiplona. 
ANTIDEPRESSIVOS: 
- Não são medicamentos de primeira escolha, a anão ser por insônia secundária a depressão 
- Podem causar efeitos colaterais, como alteração da cognição, delirium, quedas 
- Dependendo da classe podem atrapalhar o sono se tomados a noite (inibidores da receptação 
da seratonina) 
ANTIDEPRESSIVOS SEDATIVOS: 
- Utilizados principalmente quando a insônia sobrepõe a depressão 
- Antidepressivos tricíclicos são utilizados para essa finalidade. Em idosos, os principais efeitos 
colaterais são: boca seca, hipotensão postural, arritmias cardíacas, ganho de peso e sonolência. 
 Trazodona: é mais bem tolerada nos idosos do que algumas outras estratégias de 
tratamento. Possui menores efeitos colaterais cardíacos e menor ação anticolinérgica. 
 Agomelatina: menos efeitos colaterais que os medicamentos da mesma classe 
NEUROLÉPTICOS: 
- Devemser evitados em paciente com demência pois aumentam o risco de mortalidade por 
eventos cardiovasculares e infecção 
- De maneira geral, seu uso deve se ater a casos de alucinações e delírios graves, com cautela e 
doses baixas 
 
 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 
 
MELATOMINÉRGICOS/MELATONINA: 
- Trata-se de um hormônio excretado pela hipófise durante a noite, que se liga a receptores do 
SNC. Sua produção é estimulada pela escuridão e inibida pela luz. Nos idosos, sua produção é 
menor e traz relação com o aumento dos transtornos de sono. Sendo assim, a sua utilização 
ajuda a reduzir esses transtornos e também a incidência de delirium nos idosos. 
3. CITAR AS CAUSAS DE QUEDAS E AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO 
CAUSAS DE QUEDAS: 
FATORES ASSOCIADOS AO ENVELHECIMENTO: 
- Um dos fatores associados ao envelhecimento que pode predispor o indivíduo a quedas é a 
tendência à lentidão dos mecanismos de integração central, importantes para os reflexos 
posturais 
- O envelhecimento parece reduzir a capacidade de processamento e a habilidade de dividir a 
atenção. Se a concentração for distraída por outra tarefa cognitiva, há recuperação mais lenta de 
uma perturbação postural 
DOENÇAS ESPECÍFICAS: 
 Epilepsia  tem sua prevalência aumenta com a idade e se associa à perda de 
consciência. O diagnóstico pode ser difícil sem a presença de uma testemunha 
 Doença de Parkinson  devido seus distúrbios de marcha, postura e equilíbrio é 
reconhecidamente uma causa potencial de quedas 
 Miopatias e neuropatias periféricas  Os distúrbios motores dessa ordem que afetam 
principalmente os membros inferiores têm sido demonstrados como fatores de risco para 
quedas. As neuropatias sensoriais podem contribuir para quedas por distúrbios na 
informação sensorial postural 
 Síncope cardiogênica  As arritmias cardíacas mostraram, em alguns estudos, estar 
associadas a aumento de risco de quedas, lesões e fraturas. Entretanto, há evidências 
importantes em contrário e, pela alta prevalência de arritmias em pacientes mais velhos, 
torna-se muitas vezes difícil e, por vezes, pouco eficiente estabelecer essa correlação. 
Muitas pessoas mais velhas apresentam alguma arritmia, e seu simples diagnóstico não 
estabelece obrigatoriamente uma relação causa/efeito. Trabalhos recentes sugerem que 
um número significativo de pacientes que sofre quedas pode ter arritmias precipitadas por 
hipersensibilidade do seio carotídeo 
 Espondilose cervical  Há duas maneiras pelas quais essa patologia pode precipitar 
quedas. Em primeiro lugar, uma diminuição do estímulo proprioceptivo dos 
mecanorreceptores da medula espinal pode provocar sensações de tonturas leves e 
desequilíbrio em pacientes mais velhos. Também, a mielopatia cervical que pode decorrer 
da espondilose está associada à espasticidade dos membros inferiores 
 Hidrocefalia de pressão normal ou normobárica  Essa patologia se caracteriza por 
distúrbio da marcha com BdS larga e pequenos passos, incontinência urinária e demência. 
Todos esses fatores podem precipitar quedas 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 
 
 Demências  Os pacientes demenciados apresentam vários fatores de risco para quedas, 
como distúrbios cognitivos que impedem o reconhecimento do ambiente e distúrbios da 
marcha que são prevalentes nessa população. É possível que haja defeitos no controle 
postural como parte da disfunção neurológica. Disfunção autonômica e hipotensão 
postural: a disfunção autonômica não é uma patologia frequente em pacientes mais velhos 
saudáveis, mas a hipotensão postural relacionada pode ser uma causa potencial de 
quedas. A hipotensão postural sem disfunção autonômica parece ser mais prevalente entre 
mais velhos, podendo ser causada por medicamentos, desidratação ou imobilização 
SÍNDROMES DE QUEDAS: 
 Déficits sensoriais múltiplos  É provável que alguns sintomas de tonturas, instabilidade 
e quedas em pacientes mais velhos estejam relacionados com múltiplos distúrbios em 
vários sistemas sensoriais. Muitas vezes, tais perturbações podem ser discretas, porém, 
em conjunto, suficientes para aumentar o risco 
 Doença cerebrovascular  Há vários indícios de que esse grupo de doenças pode afetar 
o risco de quedas de várias maneiras (comprometimento cognitivo, distúrbios posturais e 
da marcha e outras lesões) 
 Ataques de quedas (drop attacks)  Essa é uma entidade de etiologia pouco conhecida, 
caracterizada por um ataque súbito de queda sem perda de consciência, que não pode ser 
explicado por fraqueza muscular, distúrbios neurológicos focais ou arritmias e não é 
induzida por movimentos rotatórios da cabeça ou vertigens ou outra sensação cefálica. As 
teorias fisiopatológicas mais aceitas associam esse fenômeno a anormalidades na função 
postural ou a uma disfunção transitória na formação reticular que controla a musculatura 
antigravitacional. Normalmente apresenta bom prognóstico 
MEDICAÇÕES: 
- É difícil separar o efeito das medicações daquele das patologias para as quais elas são 
prescritas, mas é possível que o consumo de qualquer medicamento esteja associado a um maior 
risco de quedas 
- Algumas alterações decorrentes do envelhecimento normal modificam as características 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos. Dessas, a alteração da gordura 
corporal, com um aumento proporcional de mais de 35% entre as idades de 20 e 70 anos; 
alterações no metabolismo renal e discreta diminuição na fase I do metabolismo hepático; e 
alterações na composição de proteínas plasmáticas de transporte são importantes fatores no 
aumento do risco das medicações em pacientes mais velhos 
- As patologias múltiplas a que os pacientes mais velhos estão sujeitos são fatores importantes 
que compõem o quadro geral da maior sensibilidade desse grupo a efeitos colaterais de 
medicamentos e, particularmente, ao maior risco de quedas 
- Vários estudos indicam associação entre o uso de medicações e quedas. Classes específicas 
associadas a esse aumento incluem substâncias psicotrópicas, cardiovasculares, corticosteroides 
e anti-inflamatórios não hormonais (AINH). Residentes de casas de repouso em uso de mais de 
quatro medicações prescritas apresentam um risco até três vezes maior de quedas 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 
 
- As substâncias psicotrópicas, particularmente os benzodiazepínicos (meia-vida curta ou longa) e 
neurolépticos (típicos e atípicos), têm sido mais constantemente implicadas nos riscos de quedas. 
O uso dessas medicações contribui para as quedas e fraturas por mecanismos presumivelmente 
relacionados com distúrbios do equilíbrio, respostas corretoras posturais alentecidas e hipotensão 
postural 
- Há dúvidas sobre se o risco do uso de benzodiazepínicos aumenta durante o período de início 
ou uso crônico 
- Em recente metanálise de 22 estudos envolvendo múltiplas classes de fármacos, a 
probabilidade de quedas aumentava com o uso de sedativos e hipnóticos (razão de chances de 
1,47, intervalo de confiança [IC95% 1,35 a 1,62), neurolépticos (razão de chances de 1,59, IC95% 
1,37 a 1,83), antidepressivos (razão de chances de 1,68, IC95% 1,47 a 1,91)] e 
benzodiazepínicos (razão de chances de 1,57, IC95% 1,43 a 1,72). Não houve aumento de risco 
com narcóticos 
- O uso de álcool e o risco de quedas têm relação mais conflituosa. Esta relação parece depender 
da quantidade consumida. Em estudo de 6.000 homens com mais de 65 anos, a ingesta leve 
(menos de 14 drinks por semana) apresentou um risco diminuído de duas ou mais quedas em 1 
ano em comparação com os abstêmios. Entretanto, homens que se excederam no consumo de 
álcool tiveram um risco aumentado (risco relativo [RR] 1,59, IC95% 1,30 a 1,94) 
PREVENÇÃO DE QUEDAS: 
-Trata-se de um assunto essencial, muito por causa dos prejuízos e da morbidade causada por 
esses eventos 
- Para a prevenção de quedas, é necessário fazer uma avaliação multifatorial a fim de identificaros potenciais agentes e assim inibi-los. Alguns pontos são necessários para uma prevenção 
efetiva, são eles: 
 Adaptação ou modificação dos fatores ambientais no domicílio; 
 Suspensão ou uso em doses e tempo mínimo de medicamentos psicotrópicos; 
 Suspensão ou uso mínimo de outros medicamentos; 
 Controle da hipotensão postural; 
 Tratamento de problemas nos pés e intervenção sobre calçados; 
 Exercícios, particularmente de condicionamento de equilíbrio, força e marcha. 
 Outras intervenções podem ocorrer com suplementação de vitamina D, cirurgias de 
correção (ex.: catarata), evitar uso de lentes multifocais durante deambulação, marca 
passos em idosos co hipersensibilidade cardionibitória do seio carotídeo. Também podem 
ser consideradas as orientações educacionais. 
- A utilização de protetores de quadris ou artefatos que diminuam o impacto da queda é de grande 
valia para diminuir o risco de fraturas e o medo de queda. 
- É preciso entender que as quedas não serão 100% evitadas, sendo necessário compreender 
que o idoso também deve ter sua qualidade de vida preservada. Dessa forma, o idoso não deve 
ser privado de fazer suas atividades pelo risco de queda.

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