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LITÍASE URINÁRIA AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Primeiras referências escritas sobre a litíase urinária 3200-1200 A.C, sendo a litotomia descrita pela primeira vez entre 600 A.C - Tratamento cirúrgico da litíase urinária limitava-se, habitualmente aos cálculos vesicais de grandes dimensões, o maior descrito tinha 6,5 cm e 1,36kg. - Elliot Smith (1901) – múmia datada de 4800 A.C - Abertura pelo períneo causando grandes sangramentos, incontinência e etc. - Época hipocrática – sinais e sintomas da litíase urinária - Império romano – descrições de tratamentos, com plantas medicinais - Idade medieval – nefrolitíase deve ter um tratamento essencialmente médico, sendo a litotomia praticada apenas nas classes sociais mais desfavorecidas. - Período renascentista – inicia-se a litotomia por via suprapúbica e são removidos pela primeira vez cálculos localizados no rim - Séculos XVIII e XIX – com desenvolvimento da bioquímica, começam a ser identificados os componentes químicos dos cálculos, hábitos dietéticos e a probabilidade de formação dos cálculos. - Século XIX a inicio do século XX – avanço no estudo da nefrolitíase · RX (1895) – Wilhelm Roetgen · Urografia (1928) – Moses Swick · Ecografia (1951) – II Guerra Mundial · Anos 80 – litotricia extracorporal por ondas de choque - Os tratamentos cirúrgicos embora removam o cálculo, fazem pouco para alterar a evolução da doença – recidiva em 5 anos. - 12% da população irá formar cálculo em algum período da vida, e 20-30% irá necessitar de alguma terapia intervencionista. - Compreensão completa da etiologia, epidemiologia e patogênese da doença são necessárias. Epidemiologia e fatores de risco - É a 3º afecção do trato urinário. - Mais comum em países industrializados. - Possui impacto social importante – muitos deixam de fazer suas atividades, devido à alta morbidade, embora baixa mortalidade. - Nos EUA gasta bilhões de dólares por ano no tratamento da litíase. - 17.000 internamentos/ano (Brasil). - A recorrência ocorre em 50% dos casos em 5 anos. Por isso, é importante as medidas preventivas. · Pacientes com má formação em que há correção cirúrgica – não tem recidiva · Pacientes com litíase não associada à má-formação, principalmente bilaterais, mesmo diante tto clínico e cirúrgico – 50% terão recidiva em 5 anos. · Avaliar alterações metabólicas – facilidade em formar cálculos renais - Incidência · 7 a 10% no Brasil · 1 a 5% na Ásia · 5 a 9% na Europa · 12% no Canadá · 13% EUA – alto teor de alimentos proteicos, pobre em fibras e rico em sal · 20% Arábia saudita · 10 a 15% na população mundial · Influência da alimentação e países de altas temperaturas – incidência maior - Fatores de risco · Dieta rica em carne vermelha · Consumo excessivo de sal · Pacientes submetidos a tratamento quimioterápicos · Devido ao catabolismo induzido por algumas drogas · Componentes genéticos · Doenças hereditárias que influenciam e favorecem · Ambiente que o paciente trabalha · Locais muito quentes – urina concentrada, precipitação e formação de cálculos renais. · Sexo masculino · Observa-se que a eliminação de citrato na urina das mulheres é muito maior (protege contra a formação de cálculos), além do homem produzir no fígado mais oxalato. · Raça · Raça branca, em segundo lugar hispânicos, terceiros orientais e por último a raça negra · Local de moradia – Arabia saudita (temperaturas altas) Etiologia - Doenças hereditárias – 25% dos pacientes tem história familiar · Acidose tubular renal familiar – os túbulos renais não extraem adequadamente o H+ do sangue para que seja excretado na urina, baixas concentrações de K+ no sangue. · Nefrocalcinose – depósitos de cálcio e oxalato ou fosfatos nos túbulos renais e interstício, o que reduz função renal, e geralmente é bilateral. · Cistiúria – é rara que origina a excreção do aminoácido cistina pela urina. - Fenômenos físico-químicos de cristalização · Zona metaestável (saturada) – onde geralmente ocorre a formação de cálculos, e é nessa área que o tratamento terapêutico é dirigido. · Zona estável (supersaturada) – tem mais soluto do que solvente, urina bastante concentrada – facilitação da formação de cálculos renais. · Ingesta de líquidos – dissolução dos cristais, são cerca de 7200 cristais por ml, se a urina ficar concentrada, facilita a formação de cálculos renais. · Energia para cristalização – potencial para nucleação e crescimento + zona metaestável (saturada). · Energia para dissolução – dissolução dos cristais + zona subsaturação - A urina é uma solução saturada, constituída por: · 95% de água · 2% de ureia · 3% de fosfatos, sulfatos, amônia, magnésio, cálcio, ácido úrico, creatina, sódio, potássio e etc. · Inibidores da cristalização · Glicosaminoglicanos, proteína de Tamm-Horsfall, osteopontina, nefrocalcina, Zn, citrato e Mg. · Tratamento do cálculo renal – utiliza-se citrato e Mg para evitar formação do cálculo. - Promotores da cristalização · Hipercalciúria, hiperoxalúria, hiperuricosúria, hipocitratúria, cistinúria e infecção - Formação de cálculos – desbalanço dos promotores e dos inibidores - Importância do pH na formação do cálculo renal · Ideal é um pH de 6,0 · pH normal – cálculo de oxalato de cálcio puro · pH alcalino – cálculo de oxalato de cálcio e fosfato, fosfato de cálcio puro, estruvita (muito alcalino) · pH ácido – cálculo de ácido úrico, cistina. · Pacientes que tem pH alcalino, podemos acidificar a urina, porém acidificar muito pode facilitar o aparecimento de cálculos renais – busca-se então um equilíbrio. - Como se forma o cálculo? · Perda da solubilidade – matriz · Componente não mineral, constituída por proteínas ou carboidratos, constituí 2,5% do peso do cálculo, a infecção corresponde a 65% do cálculo. · A partir da matriz, · Tem a nucleação, que pode ser homogênea ou heterogênea, seguida por agregação, retenção na luz do túbulo, lesão do urotélio e, por fim, formação do cálculo. · A ingesta de líquido é importante independente do tipo de cálculo. - Placa de Randall – descrita em 1940 · É uma escarificação na papila renal, que acaba fixando cálculos de oxalato de cálcio, por isso deve-se resolver essa escarificação. - Há vários tipos de cálculos (mais de 40 tipos), predomina mais os de oxalato de cálcio e depois o de fosfato de cálcio. - Os cálculos podem ser puramente de cálcio, ou mistos (na maioria) · Os componentes de cálcio dão para identificar pelo Raio-X · No estruvita a densidade é fraca e tem dificuldade de identificar no Raio-X - Cálculos causados por medicamentos · Indinavir, sulfametoxazol, ciprofloxacino, triantereno, fenazopilidina, fenitoína, aminofilina, efedrina (ecstasy) e guaifenesina. Distúrbios metabólicos – etiologia - Hipercalcinúria idiopática · É o distúrbio metabólico mais comum, corresponde a 30-60% dos pacientes com cálculos. · Os pacientes excretam grande quantidade de cálcio na urina, porém quando dosa o cálcio sérico, fosforo e paratormônio são normais. · Ocorre uma maior absorção de cálcio intestinal, e excreção elevada de cálcio na urina. · Devemos tratar o cálculo e procurar a causa. · Tratamento · Ingesta de líquido, dieta rica em cálcio, restrição de sal e proteína (todos), diuréticos tiazídicos – menor excreção urinária · É recomendado uma dieta rica em cálcio – para evitar depleção de cálcio ósseo - Hiperparatiroidismo primário · Representa 5% dos pacientes com litíase, e a litíase ocorre em 20% dos pacientes com hiperpara primário. · Esse paciente tem cálcio sérico e PTH elevado · Aumento da reabsorção tubular de cálcio aumento da produção de calcitrol e aumento da absorção intestinal de cálcio · Elevação do cálcio sérico e queda do fosfato · Cálculos de oxalato e de fosfato de cálcio. - Doenças granulomatosas · Sarcoidose – proteinúria, aumento da Cr sérica, diminuição da capacidade de concentração urinária, hipercalcinúria, hipercalcemia e alterações no sedimento urinário (cilindrúria, hematúria e leucocitúria). · Calculose renal como primeira manifestação da doença é rara - Hipocitratúria · Citrato é um quelante de cálcio na urina – sua dosagem é importante· O citrato é filtrado no túbulo proximal, e faz parte do equilíbrio acidobásico · Algumas causas que podem facilitar a hipocitratúria – alta ingesta de proteína, diarreia, hipocalemia e idiopática. · Tratamento – alcalinizantes e citrato de potássio. - Hiperoxalúria · Causas – entérica (mais encontrada no dia-a-dia, quando tem doenças inflamatórias ou derivações biodigestivas), dieta e primária (muito rara). · Na dieta – baixa ingesta de cálcio, maior absorção de oxalato, alta ingesta de proteínas e de oxalato. - Estrutiva · Correspondem a 15-20% dos cálculos, sendo que cerca de 75% são coraliformes · O fosfato e o magnésio são ricos em bactérias, por isso esses cálculos estão relacionados às infecções por bactérias, fungos e parasitas. · 87% dos cálculos – infecção por Proteus mirabilis (pH>7,2, precipitação com pH elevados) · Profilaxia com antibióticos · O tratamento é feito com remoção dos cálculos (coraliformes), hidratação, acidificação urinária e vitamina C em altas doses. · Urease converte a ureia em amônia dióxido de carbono eleva o pH urinário que resulta em precipitação de carbonato de cálcio. - Ácido úrico · Representam cerca de 5-10% dos cálculos, e são radio-transparentes – não identifica no Raio-X · Causas – idiopática, hiperuricemia (gota, doenças mielo-proliferativas), DM2, obesidade, processos malignos, alta ingesta de proteínas, diarreia, ambiente quente, medicamentos (salicilatos e tiazídicos) e meios de contraste. · O tratamento é clínico · Hidratação, restrição de sódio, restrição de proteínas, alopurinol, alcalinização da urina – citrato de potássio (preferível), bicarbonato de sódio (cuidado com sobrecarga de sódio em paciente hipertenso) e acetazolamida. - Fosfato de cálcio · Representam 10% dos cálculos · Há 5 tipos de fosfato, mas os mais comuns são a Hidroxiapatita e o Carbonato de apatita · pH acima de 6,6 · Geralmente associadas a oxalato de cálcio · O tratamento é feito com acidificação da urina. - Litíase de cistina · Corresponde a 1-2% dos cálculos renais · Cistinúria – é uma doença rara, resulta do defeito no transporte de aminoácidos. · Somente a forma homozigota supera os níveis de saturação, afeta crianças e adultos jovens. · Cálculos múltiplos e redondos · Resistentes a LECO · Tratamento – clínico, feito com alcalinização urinária, formação de complexo solúvel (D-penicilamina) e thiola (farmecaptopropionilglicina). - Há um percentual de pacientes que mesmo investigando não encontra nenhuma alteração metabólica, mesmo com recidivas. - Outras causas – iatrogênicas (fios não absorvíveis), imobilização prolongada, hipertiroidismo e acromegalia. Diagnóstico - História clínica · Episódio agudo de cólica nefrítica · Histórico familiar positivo de litíase · Exposição excessiva ao sol · Baixa ingesta de líquidos · Bexiga neurogênica, ITU de repetição, diarreia crônica e gota · Restrição dos derivados do leite · Uso de medicamentos – Vita A e D - Cólica renal – mais intensa que a cólica de parto ou cólica intestinal · Acompanhada de náuseas · Inervação do tronco celíaco inerva os rins, intestinos e pode ter náuseas e vômitos - Obstrução do sistema coletor – distensão da cápsula, aumentam as pressões dentro do rim e provocam dor. · Na tentativa de eliminar o cálculo, o rim aumenta o fluxo renal, e perfusão renal, nas primeiras 6 horas na tentativa de o rim trabalhar melhor e colocar o cálculo para fora. · Primeiras 5-6h tem aumento da taxa de filtração glomerular e aumento da perfusão renal. · Após 6h o rim para de funcionar como mecanismo de defesa, por isso, muitas vezes o paciente não sente dor, podendo até ir para a casa. · Nas primeiras 6h o paciente chega com muita dor, deve ser medicado, tratado e se tiver disponível exame de imagem, solicita. · Se não tem exame o paciente muitas vezes pode voltar para casa e continuar obstruído, e se ficar muito tempo pode provocar uma lesão renal importante e ter uma lesão do rim. · Obstrução completa – o paciente não sente dor · Se persistente – pode perder o rim · Obstrução parcial – o paciente sente dor - Diagnóstico diferencial · Infarto muscular · Distúrbio conversivo · Apendicite aguda – posição de defesa, diferente da cólica renal que o paciente fica inquieto. · Diverticulite – abdome agudo – irritação peritoneal. · Isquemia mesentérica – a dor pode confundir, mas é importante a história do paciente, além dos exames complementares. · Cólica biliar · Peritonite · Obstrução intestinal aguda · Abscesso/hematoma dos psoas · Pielonefrite · Prenhez ectópica · Torção de ovário · Endometriose · Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis – implantes na região pélvica de processos inflamatórios) - Estreitamentos anatômicos – locais de impactação dos cálculos · Junção ureteropélvica · Bifurcação das ilíacas · Junção ureterovesical Exames laboratoriais - Sedimento urinário (EAS) – cultura de urina · Cristais de cistina, cristais de estruvita, cristais de cálcio e ácido úrico - Análise do cálculo · Métodos químicos e espectrofotometria - Investigação completa em – doença recorrente, crianças, calculose múltipla ou rim único. · Avaliação metabólica – tanto da urina, quanto do sangue (no PS não é feito essa avaliação, geralmente). - Avaliação laboratorial de pacientes com nefrolitíase · Volume, pH, Creatinina, Na, Ca, Ácido Úrico, F, Citrato, Oxalato, Cistina, Cultura. · pH, Bicarbonato, Creatinina, Na, Ca, Ácido Úrico, F, K, Ureia, PTH, Vitamina D. Avaliação radiológica - Raio X Simples de Abdome – é mais usado no PS, é importante ter um preparo intestinal, principalmente se pequenos cálculos. · Vantagens – disponível, barato e baixa radiação · Desvantagens – radiologista experiente, baixa especificidade e sensibilidade (no ureter). · 90% dos cálculos são radiopacos · Precisa ter no mínimo 2 mm no maior diâmetro - Ultrassom · Vantagens – disponível, sem radiação, processos obstrutivos, alergia a contraste, gestante e radiotransparentes. · Desvantagens – radiologias experientes, moderadamente caro, baixa sensibilidade (ureter) e cálculo < 3 mm. - Urografia excretora – está em desuso devido a TC, mas é importante para identificar fístulas · Vantagens – confirmação diagnóstica (alta especificidade e sensibilidade), planejar terapia, avaliação anatômica e da função renal. · Desvantagens – moderadamente caro, uso de contraste, exposição aos raios x e pouco valor no quadro agudo. - Tomografia – é o padrão-ouro · É o padrão-ouro – vantagem. · Desvantagem – caro e expõe o paciente moderadamente aos raios X. - TC helicoidal sem contraste · Vantagens – alta sensibilidade e especificidade. · Desvantagens – alto custo, indisponibilidade e flebólitos (ureter). - Ressonância nuclear magnética (RNM) – é caro e acaba não sendo muito usado na prática · Vantagens – cálculos em ureter. · Desvantagens – muito caro e inútil p/ cálculos não afetados pelo magnetismo. - Medicina nuclear · Vantagens – auxílio na intervenção urológica e/ou monitorização da função renal. · Desvantagens – alto custo e indisponibilidade. Litíase ureteral - Complicações da obstrução: infecção, dilatação, urosepse. - Eliminação espontânea – inferior 45%, médio 22%, superior 12%. - Limite sem complicação – 7mm (a chance de eliminação é menor acima disso). Litíase vesical - Endêmica – Indonésia, norte da África e Ásia · Baixa ingesta de leite materno · Dieta pobre em proteínas e minerais – maior excreção de oxalato e ácido úrico - Primária – crianças de regiões endêmicas, na ausência de alterações funcionais, anatômicas ou infecciosa. - Secundária – obstrução, corpos estranhos, migração de cálculos, bexiga neurogênica. · Geralmente os cálculos são secundários a divertículos, estenose de uretra, HPB, ampliações vesicais e derivações urinárias. - Clínica da litíase vesical · Dor supra púbica · Disúria, dor peniana · Retenção urinária devido impactação · Hematúria terminal dolorosa - Diagnóstico da litíase vesical é feito por Raio-X, cistoscopia e uretrografia excretora (falha de enchimento). Tratamento da Litíase - Cólica renal · Indicações de hospitalização · Analgésicos parenterais frequentes· Vômitos persistentes · Pielonefrite · Disfunção renal - Cálculo · Eliminação espontânea: 80% dos cálculos até 5mm - Faz a retirada imediata do cálculo se, · Refratariedade ao tratamento clínico · Obstrução persistente · Função renal alterada · Infecção concomitante · Risco de urosepse · Obstrução bilateral (litíase) ou cálculo em rim único - Tratamento clínico para melhorar a eliminação espontânea · Antiespasmódico (dor) + antiemético – devido as náuseas · Anti-inflamatórios hormonais cuidado – diminui perfusão renal · Alfa-bloqueadores – facilita a migração de cálculos pequenos, usado em cálculos que se encontram em processo de migração · Cálculo de até 7mm – tenta uma terapia expulsiva - Cólica ureteral · Hidratação – aumento do volume, filtração glomerular, produção de urina, pressão intraluminal que causa ruptura de cálice e aumento da dor. · É importante ter um exame de imagem, pois podemos sobrecarregar o rim e piorar a dor do paciente. · Hidratação pausada – mesmo que o paciente esteja perdendo eletrólitos por causa de náuseas e vômitos. - Tratamento fitoterápico – Chá de quebra pedra – Phyllantus niruri · Antilitiasico, antiespasmódico, diurético, anti-inflamatório, abortivo e hipoglicemiantes · Sem toxicidade · Aumenta a eliminação de cálculos · Redução do tamanho dos cálculos em ratos. Litotripsia extracorpórea (LECO/LOEC) - É usado um eletrodo com onda de choque em que o paciente fragmenta e elimina esses cálculos. - Indicação para cálculos de até 2 cm, maiores que isso, tais podem migrar, obstruir e causar uma série de complicações. - Contraindicações – gestação, coagulopatas, ITU, HAS não controlada e obstrução distal ao cálculo sem derivação prévia. - Complicações – hematúria macroscópica, rua de cálculos, prejuízo transitório da função renal, sepse, coleções, hematomas peri-renais/subcapulares, lesões de órgãos vizinhos. · Controverso – desenvolvimento de hipertensão e diabetes (ondas de choque atingir o pâncreas – pancreatite). - Maior que 2 cm – o melhor tratamento é NLPC (cirurgia percutânea de retirada de cálculo). - Até 2 cm – o LECO/LOEC é uma boa opção - Litíase ureteral · Ureter superior · 1ª opção – LECO · Alternativas – NLPEC, ureteroscopia (rígida ou flexível), ureterolitotomia aberta, ureterolitotomia laparoscópica. · Ureter médio · 1ª opção – LECO · Alternativas – ureteroscopia (rígida ou flexível), ureterolitotomia laparoscópica ou aberta. · Ureter inferior · Melhor opção – Ureteroscopia · A LECO não tem vantagem porque a onda de choque atinge algumas estruturas ósseas · É importante lembrar que com o passar do tempo as opções foram ficando cada vez mais finas e flexíveis para agredir menos o ureter. - Litíase uretral na infância · Ureteroscopios finos · Dilatação uretral e dos meatos · LECO – bons índices de sucesso – a criança suporta bem a passagem de fragmentos. Ureteroscopia - É um método endoscópico, também denominado ureterolitotripsia com objetivo de fragmentar e retirar o cálculo do ureter ou do rim. - Rígida ou flexível – a vantagem da flexível é que ela faz a curva. Ureterolitotomia endoscópica - É uma técnica endoscópica para retirada do cálculo, e para isso existem cestas para retirada dos cálculos – sonda de Dormia. Cálculos na gravidez - As alterações fisiológicas da gravidez facilitam o aparecimento pela estase, assim como há um aumento dos elementos inibitórios. · De um modo geral – há um equilíbrio – por isso, a incidência de cálculo na gestante é igual à da população geral. - 1ª escolha o USG – visualiza apenas o rim e a bexiga - A urografia excretora (UGE) apenas duas chapas – visualiza ureter - Eliminação espontânea em 65 a 85% - Passagem de duplo J em cálculos enganchados · Troca a cada 2 meses – devido calcificação com facilidade Litrotricia pneumática – pneumato-mecânica - Localiza o cálculo e fragmenta Laser Holmiun - Antes de colocar o aparelho deve-se dilatar um pouco o ureter, com inserção de um fio guia primeiro para segurança. - Por via endoscópica, identifica o cálculo, e pulveriza os cálculos e depois retira-os com uma cesta. - Se acidente – para o procedimento e coloca um duplo J - É o que se tem de mais moderno - Vantagem – consegue fragmentar os cálculos com mais rapidez. - O duplo J depois do procedimento é importante devido à formação de um edema pós-procedimento. Comparação entre o LECO e a Ureteroscopia - LECO · Com ou sem anestesia · Depende da qualidade da maquina · 20-40% de retratamento - Ureteroscopia · Com anestesia · Experiência do cirurgião · Quase 100% de pacientes livres de cálculos - O LECO é utilizada ainda hoje - Na ureteroscopia o paciente precisa ficar internado, mas por ter menor ou nenhuma recidiva a tendência é migrarmos para essa técnica. - Os procedimentos em si geram complicações - A passagem do aparelho via endoscopia pode causar lesão ou estenose do ureter. - A técnica percutânea – lesão do intestino, colo e fístulas arteriovenosas - O duplo J pode ter calcificação Nefrolitotripsia percutânea - Incisão de 1cm e fragmenta-se o cálculo - Em casos de cálculos gigantes, tem que se fazer a abertura do rim para sua retirada Importante lembrar · Se febre e calafrios – pensar em pielonefrite · Náuseas e vômitos ocorrem pela inervação do plexo celíaco · Diagnóstico – raio X · Apenas cálculos radiopacos, não identifica de ácido úrico. · USG é uma segunda opção, e opção para cálculos altos e em gestantes · Padrão-ouro – Tomografia sem contraste (cálculos de 2-3 mm) · Tratamento em assintomáticos – citrato de potássio, ingesta de líquidos e mudança da dieta. · Tratamento em sintomáticos – cálculo grande, ITU de repetição e alteração de função renal. · Intervenção cirúrgica · Tratamento em sintomáticos com cálculo menor · Terapia expulsiva, antiespasmódico, antiemético e principalmente alfabloqueadores, pois facilita a migração dos cálculos devido a dilatação do ureter. Abordagem nutricional na litíase renal - Dieta individualizada de acordo com o distúrbio metabólico, e evitar a restrição de Ca2+. - A ingestão de Ca2+ e oxalato devem estar em balanço. · Se restringe Ca2+, vai ter retirada dos ossos, por isso não é bom restringir. - Deve-se adequar a ingestão de proteína animal. · Evitar alimentos ricos em purinas - Evitar a ingestão excessiva de sal. - A ingestão de K+ deve ser estimulada. - Os suplementos de vitamina C devem ser utilizados com cautela. · Vita C facilita formação de ácido úrico - Ingestão de líquidos para produzir ao menos de 2 litros de diurese por dia. · Preferencialmente água, chás de frutas, flores e ervas, sucos de frutas como limão e laranja (alto teor de citrato) e ricos em potássio. · Água mineral – controvérsia – contém cálcio e magnésio · O magnésio protege contra litíase – então há um equilíbrio - Deve ser desestimulado a ingesta de refrigerantes – estimula calciúria - Chá-preto tem alto teor de oxalato – seu uso deve ser feito com moderação - Professor: “dálmatas são os únicos animais, além de nós que formam cálculos de ácido úrico, devido a ausência de uma enzima lá”.
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