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Resumo Direito Civil - Teoria do pagamento ou do adimplemento (arts. 308 a 324, CC)

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Direito civil 
Continuação pagamentos... 
 
 
 
 Credor, representante do 
credor, credor putativo, mandatário 
tácito, credor do credor. 
 
 
 
O pagamento, para ter eficácia, 
poderá ser feito: 
 
1. Para o próprio credor; 
 
Credor: é o titular originário do 
crédito. Também são credores 
aqueles que sucederam o Credor na 
titularidade do Crédito. 
 
Regra geral: O credor será 
“accipiens” (art. 308, CC), pode ser 
o credor originário ou derivado 
(herdeiros, espólio, legatários, 
cessionários, etc.) 
 
 Se houver credores 
solidários, o devedor poderá pagar a 
dívida para qualquer um dos 
credores, tendo em vista que na 
solidariedade cada credor pode 
receber o crédito sozinho (arts. 268 
e 269, CC). 
 
 Diferentemente será nas 
obrigações indivisíveis, pois quem 
recebeu precisa dar caução de 
ratificação dos demais. Isso porque, 
nas obrigações indivisíveis, o 
pagamento só será válido se feito a 
todos eles em conjunto ou, se feito a 
um só se tiver caução de ratificação. 
 
2. Para um representante do 
credor; 
Há dois tipos de representação: 
a) Legal: pais, tutores, 
curadores; 
b) Judicial: inventariante, 
administrador judicial; 
Art. 308, CC – a quem se deve 
pagar? 
Accipiens 
c) Voluntária (convencional): 
mandatário com poderes para 
receber e dar quitação; o 
pagamento também poderá ser 
feito ao seu representante 
legal, que tem poderes para 
receber o pagamento, sob pena 
de só valer depois da ratificação, 
de confirmação pelo credor, ou 
havendo prova de reversão ao seu 
proveito (art. 308, CC). 
 
3. Para um terceiro, desde que o 
credor ratifique o pagamento; ou 
quando o pagamento ao terceiro 
reverter em proveito do credor. 
 
Portanto, o pagamento feito a 
terceiro só terá eficácia se: 
a) Se o credor ratificar o 
pagamento, ou; 
b) Se ficar comprovado que o 
valor pago reverteu em proveito 
do credor. 
 
 
 
O pagamento repercute no plano de 
eficácia, e não no plano da validade 
como prevêem os arts. 308, 309 e 
310 do CC. 
 
 
 
Credor Putativo (credor aparente): é 
a pessoa que aparentemente é 
considerado credor, mas na verdade 
não é. 
Existem dois requisitos para que o 
pagamento feito ao Credor Putativo 
seja eficaz: 
1. Que o devedor, ao pagar a 
dívida para o Credor Putativo, esteja 
de boa-fé; 
 
2. Que o Credor Putativo 
realmente pareça ser o verdadeiro 
credor. 
 
Ex: Pagamento feito a ex-mulher do 
credor, achando que ainda estavam 
juntos. 
Portanto, aplica-se a Teoria da 
aparência e da boa-fé objetiva 
pautada na seriedade e diligência do 
devedor. Se o devedor foi diligente e 
cuidadoso e pagou ao credor 
putativo, pagamento será válido. 
 
A doutrina majoritária entende que 
será boa-fé objetiva: Cristiano 
Chaves, Nelson Rosevald, Leoni Lopes 
de Oliveira. 
Enunciado 425 do CJF – V Jornada de 
Direito Civil 
Art. 309, CC – Credor Putativo 
Em sentido contrário: André Barros. 
 
STJ: REsp. 823.724/RJ – 
Considera-se eficaz o pagamento 
efetuado a aquele que se apresenta 
com aparência consistente de ser 
mandatário do credor se as 
circunstâncias do caso assim 
indicarem. 
 
Art. 876, CC: Aquele que recebeu o 
pagamento que não lhe era devido, 
fica obrigado a restituir (para evitar 
o enriquecimento sem causa). – 
subjetivamente indevido. 
 
 
 
O pagamento feito conscientemente 
ao credor incapaz não terá eficácia 
porque ele não tem capacidade para 
dar quitação em uma dívida. Sendo 
assim, não terá eficácia e terá de ser 
paga novamente. 
 Art. 3º e 4º do CC. 
O pagamento feito ao incapaz, em 
regra, será nulo ou anulável. 
O caso do pagamento feito ao menor 
relativamente capaz não assistido, 
quando ele oculta maliciosamente 
sua idade ou propositalmente 
declara-se maior ao tempo 
adimplemento. Nesse caso deve ser 
aplicada a regra dos arts. 180 e 
181 do CC, pois não pode o incapaz 
beneficiar-se da própria torpeza 
para receber o pagamento do credor 
de boa-fé. 
 
O pagamento somente terá eficácia 
se: 
1. For feito a uma pessoa capaz; 
2. For feito ao representante 
legal do absolutamente 
incapaz; ou, 
3. For feito ao relativamente 
incapaz e seu representante legal 
confirmar o pagamento; ou se o 
relativamente incapaz confirmar o 
pagamento quando cessada a causa 
da incapacidade. 
 
Se o devedor provar que o 
pagamento feito ao incapaz reverteu 
em benefício do próprio Incapaz o 
pagamento terá eficácia, pois se não 
fosse assim o credor estaria 
enriquecendo indevidamente à custa 
do devedor. 
 
Concluindo: 
Regra geral: O pagamento 
cientemente feito para um credor 
Art. 310, CC – Pagamento feito ao 
Incapaz de quitar. 
incapaz de dar quitação não terá 
eficácia; 
Exceção: O pagamento feito para um 
credor incapaz de dar quitação terá 
eficácia se o devedor provar que o 
pagamento reverteu em proveito do 
credor incapaz. 
 
 
 
 
É aquele que porta a quitação (porta 
o título de crédito representativo ou 
a quitação – recibo – dada pelo 
credor), nos termos do art. 311, 
CC. Se ele carrega consigo o título de 
crédito ou o recibo, presume-se que 
representa o credor. 
 
Exemplos de documentos de 
quitação: 
 Recibo de pagamento; 
 Nota promissória assinada pelo 
devedor; 
 Declaração de quitação da 
dívida; 
 Cheque que foi devolvido sem 
fundos; etc. 
 
Exemplos de Portador do 
documento de quitação: 
 Funcionário de uma empresa 
que é portador de um recibo 
de pagamento; 
 Pessoa que é portadora de 
nota promissória assinada pelo 
devedor; 
 Pessoa que é portadora de 
declaração de quitação da 
dívida; 
 Pessoa que é portadora de 
cheque sem fundos; etc. 
 
Podemos dizer que se uma pessoa 
tiver em suas mãos um documento de 
quitação, essa pessoa estará 
autorizada a receber o pagamento da 
dívida. 
Portanto, se o devedor fizer o 
pagamento para o portador do 
documento de quitação, o pagamento 
terá eficácia. 
Concluindo: 
Regra geral: O pagamento feito ao 
portador do documento de quitação 
terá eficácia. 
Exceção: O pagamento feito ao 
portador do documento de quitação 
não terá eficácia se as 
circunstâncias contrariarem a 
presunção de que o portador do 
título estava autorizado a receber o 
pagamento. 
 
Art. 311, CC – Pagamento feito ao 
portador da quitação/ mandatário 
tácito. 
 
 
Quando o crédito for penhorado e o 
devedor for devidamente intimado 
de que o débito este em juízo. 
Se ainda assim pagar o credor, 
poderá ser constrangido a pagar 
novamente ao credor do credor, pois 
quem paga mal paga duas vezes – 
poderá exercer o regresso contra o 
credor através da ação de repetição 
do indébito. 
 
 
 
 
Objeto; prova; lugar; tempo. 
 
 
O que se deve pagar? 
Sempre a prestação – pode ser de 
dar, fazer ou não fazer. 
 Nemo aliud pro alio – art. 
313, CC. 
 Exceção: execução de dar 
quantia certa – art. 916, 
CPC. 
 
 
Pagamento em dinheiro 
(prestação de dar coisa certa) 
Princípio nominalismo (art. 315, CC) 
– Dívidas em dinheiro devem ser 
pagas no vencimento, em moeda 
corrente e pelo valor nominal. 
 O princípio do nominalismo 
traz implícita a correção monetária. 
STJ – Resp. 1.240.963/RS – 
mesmo no silêncio das partes. 
 
Pagamento em moeda estrangeira 
ou ouro 
O sistema jurídico brasileiro proíbe o 
pagamento em moeda estrangeira e 
nem em ouro, sob pena de nulidade. É 
chamada de vedação de cláusula-
ouro. (art. 318, CC). 
 O próprio art. 318, CC prevê 
exceções: 
Há duas exceções previstas em lei; 
(decreto-lei 857/69); 
1. Obrigação assumida no 
exterior; 
2. Obrigação decorrente de 
importação. 
 
Obs.: pode ser cotado em ouro ou 
em moeda estrangeira, desde que 
conste o valor correspondente em 
Art. 312, CC – Pagamento feito ao 
credor do credor. 
Condições objetivas do 
pagamento 
 
Arts. 313 a 318, CC – Do objeto do 
pagamento 
reais, por conversão. STJ – Resp. 
1323.219/RJA quitação é a prova do pagamento. 
Pode ser o próprio título ou recibo. 
Se ocorrer negativa da quitação pelo 
credor: 
Direito de retenção pelo credor 
(art. 319, CC) – a quitação é um 
direito do devedor que poderá exigi-
la do credor, inclusive podendo reter 
o pagamento por conta disso. 
O credor será considerado em 
mora – autorizando a consignação em 
pagamento. 
 
Forma do pagamento 
A quitação poderá ser sempre por 
instrumento particular, mesmo se o 
negócio foi lavrado por escritura 
pública. Art. 320, CC. 
 Essa regra consagra o princípio 
da liberdade das formas previsto no 
art. 107, CC. 
Enunciado 18 da I Jornada de 
Direito Civil – A "quitação regular" 
referida no art. 319 do novo Código 
Civil engloba a quitação dada por 
meios eletrônicos ou por quaisquer 
formas de "comunicação a distância", 
assim entendida aquela que permite 
ajustar negócios jurídicos e praticar 
atos jurídicos sem a presença 
corpórea simultânea das partes ou de 
seus representantes. 
 
 
 
Conteúdo da quitação 
A quitação deverá conter: 
 O valor e a espécie da dívida 
quitada; 
 O nome do devedor ou o nome 
de quem por ele pagou; 
 A data em que o pagamento foi 
efetuado; 
 O lugar em que o pagamento 
foi efetuado; 
 A assinatura do credor ou do 
seu representante. 
 
Par. Único, art. 320, CC – Esses 
requisitos não são obrigatórios. O 
legislador privilegiou o princípio da 
liberdade das formas (art. 107, 
CC). 
 
Presunções do pagamento 
Arts. 319 a 326 – Da prova do 
pagamento 
Em determinadas situações, haverá a 
presunção que houve quitação: 
1. No pagamento em quotas 
periódicas, o pagamento da última 
parcela estabelece uma presunção de 
quitação das anteriores – art. 322, 
CC. 
 
2. Quitando o capital, 
presumem-se quitados os juros, eis 
que o juro é acessório do capital – 
princípio da gravitação jurídica – 
Art. 323, CC. 
 
 
3. A entrega do título ao 
devedor firma a presunção do 
pagamento. Art. 324, CC. 
 
 
 Todas as regras acima geram 
presunção juris tantum. Na 
prática, ocorre a inversão do 
ônus da prova.