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Clínica de Pequenos Animais 3 Camilla Teotonio Pereira MANEJO DE FERIDAS SISTEMA TEGUMENTAR Órgão sensorial que permite a comunicação do organismo com o meio ambiente. Espessura varia de 1 a 6 mm, para grandes animais, em locai em que a espessura da pele é fina, mais delgada, quando ocorre uma laceração os bordos da ferida se afastam de mais tornando mais difícil a cicatrização do local; como em região de cabeça dos equinos (região periocular, plano nasal) e porção distal dos membros, do carpo até o casco, do tarso até o casco. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Utilizado para preencher fichas clinicas, ou quando houver necessidade de enviar material para o laboratório para análise, exames de imagens e afins. LOCALIZAÇÃO Utiliza termos anatômica e zootécnicos para descrever a localização da ferida. Ex: ferida aberta em região dorsal do metatarso do membro pélvico. GRAU DE CONTAMINAÇÃO Fundamental pra poder designar qual o tipo de tratamento e considerar o tempo de exposição. Comum proprietários aplicarem produtos domésticos para tentar promover a cura da ferida, e isto acabam aumentando o grau de contaminação. Feridas contaminadas pode ocorrer deiscência de pontos. ABERTA X FECHADA 1. Feridas abertas onde teve um grau de laceração que promoveu a exposição dos órgãos internos. Abrasiva acomete uma grande região, porém de fácil resolução, é uma ferida superficial. Incisional contato com um objeto pontiagudo ou perfurocortante, lembra uma incisão cirúrgica. Lacerativa geralmente é mais extensa/profunda com perda de tecido cutâneo, tegumento, musculatura, tendões. Maior dificuldade de resolução e normalmente a cicatrização é feita por segunda intensão. Avulsiva ocorre avulsão tecidual. Puncional são feridas com aberturas pequenas, porém profundas. Normalmente, trauma por ter encostado em um objeto cortante ou perfurocortante. Pode acometer estruturas mais internas (vasos e nervos) até órgãos. 2. Fechadas obteve a manutenção do sistema tegumentar. Muito causada por erros humanos, como injeções ou animais brincam dando cabeçadas uns nos outros. Geralmente fáceis de identificação são aumentos de volume. Em alguns casos podem ocorrer fistulas. Diagnóstico diferencial neoplasias. Necessita realizar a palpação para verificar o tipo de conteúdo. Seroma acúmulo de secreções serosas. Pode ser somente acúmulo de infiltrado inflamatório. Um seroma pode evoluir para um hematoma, se houver um sangramento nesta região. Hematoma acúmulo de sangue no interior dos tecidos do corpo. Abcesso acúmulo de pus que se forma no interior dos tecidos do corpo. FASES DA REPARAÇÃO DE FERIDAS FASE VASCULAR OU HEMOSTASIA Lesão vascular – vasoconstrição reflexa – fibrina Produção e deposição de fibrina na região para formar um coágulo (início cicatricial). Os receptores de membrana das cél. lesionadas promove quimiotaxia para plaquetas, substâncias vasoativas e fatores de crescimento tecidual com o objetivo de reparação lesional. Adequada hemostasia e formação de tecido de base para cicatrização. Quando processo de hemostasia do organismo for insuficiente, utilizamos a compressão (compressas, atadura) para realizar a hemostasia. FASE INFLAMATÓRIA Formação do infiltrado celular composto por: O tecido tem sinais inflamatórios como tecido brilhante, edemaciado, rubor e outros. FASE DE PROLIFERAÇÃO Preenchimento migração de queratinócitos para a lesão realizar a formação de queratina. Neovascularização para auxiliar no processo de irrigação sanguínea. Aumento do metabolismo do colágeno para formação de fibroblastos. Polimerização do colágeno e consequente a adesão. Estas e tapas acima promovem a formação do tecido de granulação, conferindo uma proteção ao organismo por meio de uma barreira mecânica contra antígenos e agressões ambientais (umidade, temperatura, radiação solar). Este tecido de granulação possui aparência rosada e muito vascularizado (sangra facilmente). Os equídeos tendem a formação tecidos de granulação exacerbados, chama-se tecido de granulação exuberante. Reepitelização ocorre o processo de epitelização (céls.epiteliais) dos bordos lesional para o centro. A proliferação máxima ocorre 48 à 72 horas após a lesão inicial. Os fatores de crescimento como plaquetas e macrófago, estimulando a epitelização. FASE DE CONTRAÇÃO Diminuição do tamanho da ferida. Os fibroblastos se diferenciam em miofibroblastos para realizar a contração das margens da ferida sobre o tecido de granulação. Modulada pela tensão ou contração dos bordos da ferida. Os bordos muito tracionados (pele fina) podem ter tensão e retardar a contração da pele, assim, dificultando a cicatrização. Pode-se utilizar a implantação de enxertos de pele ou “flaps” (deslizamento de pele) para agilizar a fase de contração. FASE DE REMODELAMENTO Fase mais longa, ocorre por vários anos. Nesta fase já houve o consolidação da ferida. Redução e remodelamento da escara inicial. Os componentes são colágeno e matriz tecidual (ácido hialurônico e proteoglicanas) para formar o tecido diferenciado. AVALIAÇÃO DO PACIENTE Exame físico completo. Situações de urgência como hemorragias, ventilação inadequada, desequilíbrio circulatório e dor intensa. Inspeção da ferida e determinação da profundidade da lesão, tecidos acometidos e estruturas vizinhas que oferecem risco. EXAME DA FERIDA Naturalmente contaminadas. Comprometimento sensorial, motor, vascular, neurológico. Corpos estranhos perfurantes. Exames complementares como radiográfico, ultrassonográfico, citologia, microbiologia e outros. PREPARO DA FERIDA Tricotomia, antissepsia PVP-I 2% no frasco de soro fisiológico e debridamento para feridas infeccionada com pinça ou tesoura. Antimicrobianos a escolha da via e tipo dependem da região e exposição interna, secreção e fibrina, extensão da lesão, perda tecidual, tempo e grau de contaminação. Drenos devem permanecer 48 à 72 horas via direta de drenagem, com contínua remoção do pús, sangue e debris celulares. Colocar o dreno no ponto mais baixo com ajuda da gravidade facilitar a saída da secreção, mas nem sempre é possível diferenciar saída do dreno e linha de sutura. Utilizados em casos de tecido necrótico sem possibilidade de debridamento; lavagem da ferida; sinal de muita inflamação com espaço morto. TIPOS DE RESOLUÇÃO 1ª INTENÇÃO Sutura em feridas cirúrgicas ou naturais, avaliar: grau de contaminação, tempo de ocorrência e condição e pele. Tratamento cirúrgico com material e luvas estéreis. Escolha do padrão de sutura depreende da condição da pele e tecidos adjacentes. Manutenção com curativo, limpeza com antisséptico, pomada cicatrizante. Retirada dos pontos. Padrão captonado – utilizado em peles friáveis, tem proteção do equipo ou sonda, que confere maciez para pele. 2ª INTENÇÃO Cicatrização aberta, na qual ocorre o processo de granulação, epitelização contração da ferida. Indicações MANEJO DA FERIDA Limpeza tricotomia, antissepsia, bandagem fechada. Pomadas com objetivo de hidratação, cicatrizante, estimular ou inibir granulação, ATB (Ganadol®, Rifamicina). ATB sistêmico Controle da granulação exuberante complicação em equídeos a granulação exuberante (impede cicatrização). Realizar diagnóstico diferencial neoplasias. Os equídeos não respondem o feedback negativo deposição de colágeno na cicatrização de feridas. CONTROLE DA GRANULAÇÃO Debridamento/cauterização químico sulfato de cobre (Licor de Villate® ou Albocresil®). Excisão cirúrgica bisturi, sangra muito (hemostasia). Corticóides infiltrativos e/ou tópicos (Omcilon®, Quadriderm®) somente no início da cicatrização para bom resultado.Ação de impedir a cicatrização e consequentemente impede a deposição de colágeno. Bandagens compressivas impedem a expansão do tecido. Pomadas cicatrizantes Ketanseina (Vulketan®), Triticum vulgare (Bandvet®) e Barbatimão. 3ª INTENÇÃO OU PRIMÁRIA TARDIO Começa tratamento por 2ª intenção e sutura após granulação. FERIDAS LACERATIVAS EXTENSAS E PROFUNDAS Risco de infecção e necrose. Limpeza acentuada. Estímulo à granulação com agente bactericidas Sistêmico AINE, ATB, prevenção da laminite. FERIDAS FECHADAS Diagnóstico diferencial de hematoma, seroma, abcesso, fistula articular. Exames complementares como palpação, USG, Rx, punção. Abcessos incisão – drenagem – lavagem – curetagem – sedenho (antissépticos, ATB, nitrofurazona).
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