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Prática Penal - Resposta à acusação

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Prática Penal: Resposta à acusação 
 
 
 
 
 
Introdução - A Resposta à acusação é a defesa do denunciado no processo penal. Trata-
se de peça obrigatória (sob pena de nulidade por falta de defesa – Súmula nº 523 do 
STF). Se o denunciado, citado pessoalmente, não a apresentar, o juiz nomeará advogado 
dativo para fazê-lo. 
 
Previsão legal – sua hipótese de cabimento está prevista nos artigos 396 e 396-A, 
ambos do CPP. 
 
Momento de oferecimento – após a citação do denunciado. Oferecida a denúncia ou 
a queixa, deve o juiz analisar a possibilidade de rejeição liminar da denúncia. Inexistindo 
causas de rejeição, deverá mandar citar o acusado para apresentar resposta escrita à 
acusação. 
 
Competência – a resposta à acusação deve ser endereçada ao próprio juiz da causa ao 
qual foi distribuída a ação. 
 
Legitimidade – quem é parte legítima para apresentar resposta à acusação é o 
denunciado, através de seu advogado, seja ele constituído ou dativo. 
 
Prazo – 10 (dez) dias. Se a citação for pessoal, conta-se dez dias a partir da citação. Se 
a citação for por edital, conta-se dez dias a partir do comparecimento do denunciado ao 
processo. 
 
Importante ressaltar que o prazo aqui é processual penal, pois se diz respeito a prazo de 
oferecimento de peça de defesa, devendo ser contado conforme artigo 798, do CPP. 
Lembrando que não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. Conta-se em dias corridos, e não em dias úteis, como no CPC. No mais, se 
o prazo terminar em domingo ou dia feriado, considerar-se-á prorrogado para o próximo 
dia útil imediato. 
 
Teses e pedidos – “Conforme preconiza o artigo 396-A, na resposta à acusação o 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641920/artigo-396-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003939/artigo-396a-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10598215/artigo-798-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
 
 
acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer 
documentos e justificações, especificar provas pretendidas e arrolar testemunhas (em 
número de 8, se o rito for ordinário; ou 5 se for sumário), qualificando-as e requerendo 
a sua intimação, quando necessário.” 1 
 
Na resposta à acusação, pode-se arguir as PRELIMINARES, ou seja, todos aqueles 
vícios processuais que deveriam ter impedido o próprio recebimento da ação. 
 
Rejeição da denúncia (art. 395, CPP) 
 
É possível a REJEIÇÃO DA DENÚNCIA após a apresentação da resposta à acusação? 
 
SIM, É POSSÍVEL A CHAMADA REJEIÇÃO TARDIA DA DENÚNCIA. Vejamos. 
É sabido que o momento processual mais comum para a rejeição da denúncia é antes de 
seu recebimento, porém, a jurisprudência admite um segundo momento, qual seja, após 
a resposta à acusação. 
 
Isso porque, o STJ entendeu, no julgamento do REsp 1.318.180/DF, Rel. Min. Sebastião 
reis Jr., j. 16.05.2013, que é possível ao magistrado rejeitar a denúncia após a resposta 
à acusação. 
 
Por isso, na prática forense é muito comum que exista um primeiro recebimento da 
denúncia pelo juiz, que após manda citar o acusado para oferecer defesa. Após a 
apresentação da resposta à acusação pelo acusado, o juiz volta analisar a questão do 
recebimento/rejeição da denúncia, ratificando seu recebimento anterior, ou rejeitando 
tardiamente a exordial acusatória. 
 
Quais as hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa? 
 
a) Quando for manifestamente inepta; 
Em resumo, uma denúncia ou queixa manifestamente inepta é aquela que não descreve 
o tipo penal e nem indica as circunstâncias e modo do crime, quando, como, onde, etc. 
 
b) Quando faltar condição da ação ou pressuposto processual; 
Quando faltar, por exemplo, a representação do ofendido em crime de ação penal 
pública condicionada à representação (falta de representação na ameaça - artigo 147, do 
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23334285/recurso-especial-resp-1318180-df-2012-0082250-9-stj
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621647/artigo-147-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
 
 
CP). 
 
c) Quando faltar justa causa; 
Quando faltar o suporte probatório mínimo para o oferecimento da denúncia, seria a 
indícios mínimos de autoria e materialidade. 
 
Nulidade (art. 564, CPP e outros) 
Se o processo estiver maculado por algum vício processual, de rigor alegar a nulidade 
do feito, com fulcro no artigo 564 do CPP. 
 
No MÉRITO, tem-se as hipóteses que ensejam a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, prevista 
no artigo 397 do CPP. 
 
São elas: 
 
- Presença manifesta de causas excludentes de ilicitude; 
Para que o juiz julgue antecipadamente a lide penal, deve estar comprovada 
manifestamente causa excludente de ilicitude do fato (arts. 23, 24 e 25 do CP), ou seja, 
plena certeza de que o réu agiu em legítima defesa, estado de necessidade, estrito 
cumprimento do dever legal, ou exercício regular do direito. 
 
- Presença manifesta de causa excludente de culpabilidade, salvo a 
inimputabilidade por doença mental; 
Trata-se da absolvição sumária pelas excludentes de culpabilidade, na falta potencial de 
consciência da ilicitude (erro de proibição inevitável), coação moral irresistível e 
obediência hierárquica (art. 22 do CP), além da inimputabilidade pela embriaguez 
completa e acidental (art. 28, § 1º, do CP). 
 
Na hipótese em que a inimputabilidade pela doença mental esteja comprovada por 
exame de insanidade mental o art. 397, II, do CPP ressalva a possibilidade de absolvição 
imprópria do agente, pois esta implicará a imposição de medida de segurança, o que 
poderá ser prejudicial ao réu, já que não lhe será possível comprovar por outras teses 
defensivas a sua inocência, sem a imposição de qualquer outra medida restritiva. 
 
- Excludente de tipicidade (fato narrado evidentemente não é crime); 
Se o fato narrado evidentemente não constitui crime, pode o juiz absolver sumariamente 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620716/artigo-564-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637476/artigo-23-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637299/artigo-24-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637196/artigo-25-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637517/artigo-22-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637082/artigo-28-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636976/par%C3%A1grafo-1-artigo-28-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641756/inciso-ii-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
 
 
o acusado. Trata-se de erro de tipo essencial invencível, de crime impossível, aplicação 
doprincípio da insignificância, e fato atípico. 
 
- Causas extintivas de punibilidade. 
A extinção da punibilidade, em regra, não é questão em que implica a análise do mérito, 
mas sim causa impeditiva de sua análise. Por isso questionável a presença dela no artigo 
397 do CPP. 
De todo modo, prevê o legislador que, para fins de resposta à acusação, o juiz declara 
extinta a punibilidade do agente e absolve o réu. 
As principais causas extintivas de punibilidade estão elencadas no artigo 107 do CP, em 
que pese não serem as únicas. 
 
Vale lembrar que se for alegada qualquer causa extintiva da punibilidade em qualquer 
outro momento processual, em qualquer outra peça (memorial, apelação, RESE, etc.) o 
pedido correto a ser feito não é o de absolvição sumária, pois passado o momento de 
incidência do artigo 397, IV, do CPP. O correto é pedir pura e simplesmente que seja 
declarada a extinção da punibilidade do agente. 
 
SUBSIDIÁRIA: 
 
Desclassificação (art. 383, CPP) 
É possível alegar a DESCLASSIFICAÇÃO em sede de resposta à acusação? 
SIM, É POSSÍVEL, MAS DEPENDE. Vejamos. 
 
Em que pese o momento mais comum que ocorra a desclassificação seja após a 
instrução, durante o julgamento (artigo 383 do CPP), as alterações jurisprudenciais 
tornaram possível a chamada DESCLASSIFICAÇÃO ANTECIPADA. 
 
“No HC 11.5831 (j. 22.10.2013), a Min. Rosa Weber entendeu que é possível ao 
Magistrado alterar a classificação do crime no momento do recebimento da denúncia. 
Dessa forma, é possível pedir a desclassificação do crime na resposta à acusação 
quando a qualificação do crime repercute na competência (por exemplo, no caso de 
desclassificação que gere a remessa dos autos para o juizado especial criminal) ou 
quando, com a desclassificação, possa surgir algum direito, como é o caso da 
suspensão condicional do processo que pode surgir com a desclassificação.” 2 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627547/artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641679/inciso-iv-do-artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644213/artigo-383-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4415715/habeas-corpus-hc-115831-ap-2008-0205902-6
 
 
Portanto, a desclassificação antecipada, em sede de resposta à acusação, é possível em 
duas hipóteses: 
 
a) Se com a nova tipificação houver mudança na competência. 
Exemplo: Súmula 73 do STJ, a falsificação de moeda grosseira configura o crime de 
estelionato, que é de competência da justiça comum estadual, não da justiça federal. É 
tese que pode ser alegada em resposta à acusação. 
 
b) Se com a nova tipificação surgir direito antes inexistente. 
Exemplo: desclassificação do crime de roubo para furto, em que pode surgir direito 
antes inexistente de proposta de suspensão condicional do processo (artigo 89 da Lei nº 
9.099/95). 
 
Produção de provas e arrolamento de testemunhas: 
 
Importantíssimo que na resposta à acusação conste pedido expresso de produção de 
provas, com designação de audiência de instrução e julgamento e oitiva das testemunhas 
arroladas. 
 
Rol de testemunhas é item obrigatório, que deve sempre respeitar o número máximo 
previsto em cada rito (ordinário 8 testemunhas, sumário 5 testemunhas). 
 
Por fim, deve-se fazer o encerramento da peça, com uso da expressão “Termos em que, 
pede deferimento” ou outra similar, a depender do estilo de cada um. Após, indicar o 
local, a data, o nome do advogado e o número de inscrição da OAB. 
Em síntese, esses são os principais aspectos que o operador do direito precisa saber 
sobre essa peça denominada resposta à acusação, antes de iniciar a sua elaboração. 
 
 
 
Natalia Cola de Paula – advogada criminalista e pós-graduanda em penal e 
processo penal pela ABDCONST. OAB/SP 454.372 
 
 
Bibliografia: 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11304243/artigo-89-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/773841431/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
 
 
1 e 2 - Prática Jurídica Penal. Guilherme Madeira Dezem. Paulo Henrique Aranda 
Fuller. Gustavo Octaviano Diniz Junqueira. Patricia Vanzolini. 14ª ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2019.

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