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ELEMENTOS - 1a parte

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3ª Aula – 17/08/2015 – ELEMENTOS 
1ª Etapa 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Elementos também podem ser chamados pressupostos, são aqueles 
componentes que devem ser verificados, quando se analisa a existência da 
responsabilidade civil. 
São chamados elementos gerais ou essenciais, quando estes elementos 
possuem a característica de generalidade ou essencialidade, assim quando 
se diz que um elemento é geral ou essencial para a configuração da 
responsabilidade civil, a falta de qualquer um destes requisitos impede que 
seja configurada a responsabilidade. 
Por outro lado existem elementos acidentais, assim considerados aqueles que 
podem ou não existir para que se configure a responsabilidade civil. 
No caso da responsabilidade subjetiva os elementos: conduta, dano, nexo de 
causalidade e culpa ou dolo devem ser preenchidos. 
No caso da responsabilidade objetiva basta a existência da conduta, do dano 
e do nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danos. O elemento 
culpa para a responsabilidade civil é um elemento dispensável. 
Portanto, ao consultarmos novamente o artigo 186 do CC, que é a base 
fundamental da responsabilidade civil, consagradora do princípio de que a 
ninguém é dado causar prejuízo a outrem, temos que: 
Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito a casar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Analisando este dispositivo, podemos extrair os seguintes elementos ou 
pressuposto gerais da responsabilidade civil: 
 Conduta humana (positiva ou negativa) 
 Dano ou prejuízo 
 Nexo de causalidade 
Embora a culpa seja mencionada no artigo 186 por meio das expressões, 
“ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência”, este elemento, a 
culpa não é um pressuposto geral, isto porque a responsabilidade objetiva 
prescinde do elemento culpa. 
Concluindo estas primeiras noções, se nós pretendemos estabelecer os 
elementos básicos componentes da responsabilidade, não poderíamos inserir 
um pressuposto a que falte a nota de generalidade. A culpa, portanto, 
portanto, não é um elemento essencial geral, mas sim acidental. 
ELEMENTOS GERAIS ELEMENTOS ACIDENTAIS 
Conduta Culpa 
Dano Dolo 
Nexo de causalidade 
 
2. CONDUTA 
Um fato da natureza, embora possa causar dano em regra não geraria 
responsabilidade civil, por não ser atribuído ao homem. Apenas o homem por 
si e por meio das pessoas jurídicas que forma poderá ser civilmente 
responsabilizado. 
Então fica fácil entender que a ação ou omissão, guiada pela vontade do 
agente e que desemboca no dano ou no prejuízo é um pressuposto essencial 
para configuração da responsabilidade civil. 
O núcleo então da conduta é a voluntariedade, que resulta da liberdade de 
escolha do agente imputável com discernimento necessário para ter 
consciência daquilo que faz. 
Não se pode então reconhecer este elemento CONDUTA sem o elemento 
volitivo. 
Imagine uma situação que um leitor em uma biblioteca lendo um livro raríssimo 
sofre uma hemorragia e espirra danificando o livro, neste caso não seria 
possível imputar ao agente a prática de um ato voluntário, pois danificou o 
livro por circunstância alheia a sua vontade. Neste caso não há conduta 
propriamente dita. Não havendo conduta não há responsabilidade por faltar 
um elemento geral essencial para a configuração da responsabilidade civil. 
A vontade ou voluntariedade da conduta não se confunde com a intenção 
de causar o dano. Na vontade ou voluntariedade existe apenas a consciência 
daquilo que se está fazendo. Mesmo porque a responsabilidade subjetiva 
calcada na culpa pode ser configurada nos casos de negligência, 
imprudência ou imperícia que não contém nestes casos a intenção do 
agente, bem como nos casos da responsabilidade objetiva que ignora estes 
elementos, porém é necessário a vontade, ou seja, a conduta voluntária. 
2.1 Classificação 
A conduta se classifica em positiva e negativa. 
A primeira traduz-se pela prática de um comportamento ativo positivo, a 
exemplo do dano causado pelo sujeito que, embriagado, arremessa o seu 
veículo contra o muro do vizinho. 
A segunda é de intelecção mais sutil, trata-se da atuação omissiva ou 
negativa e que gera um dano. O próprio artigo 186 impõe a obrigação de 
indenizar a todo aquele que por ação ou omissão voluntária causar dano a 
outrem. Cite-se como exemplo da enfermeira que violando as regras da 
profissão deixa de ministrar os remédios ao paciente, por dolo (intenção) ou 
desídia. 
Devemos destacar que na ação omissiva a voluntariedade da conduta se faz 
presente, consoante se lê no mesmo artigo de lei Omissão voluntária. Isto 
porque, se faltar este requisito, haverá ausência de conduta na omissão, 
inviabilizando, por conseguinte o reconhecimento da responsabilidade civil. 
2.2 Características: 
a) Comportamento humano: assim, não estão incluídos os fatos naturais 
(chuva, raios, etc.) e do mundo animal. Caso um cão morda alguém, a 
mando de uma pessoa, a conduta foi praticada pela pessoa e não pelo 
animal. 
 
b) Exteriorização: a conduta exige a necessidade de uma repercussão externa 
da vontade do agente. O pensar e o querer humanos não preenchem as 
características da ação, enquanto não se tenha iniciado a manifestação 
exterior dessa vontade. Não constituem conduta o simples pensamento, a 
cogitação, o planejamento intelectual da prática de um crime. 
 
c) Finalidade: é elemento da conduta o ato de vontade dirigido a um fim e a 
manifestação dessa vontade (atuação), que abrange o aspecto psíquico 
(campo intelectual) e o aspecto mecânico (movimento ou abstenção de 
movimento). Ato voluntário não implica em ato livre, onde seja querido o 
resultado. O ato é voluntário quando existe uma decisão por parte do agente, 
quando não é um simples resultado mecânico. A conduta é voluntária ainda 
quando a decisão do agente não tenha sido tomada livremente, ou quando 
este a tome motivado por coação ou por circunstâncias extraordinárias, uma 
vez que isso se resolve no campo da culpabilidade e não no da conduta, pois 
em ambas as situações a conduta sempre existirá. 
Conduta não significa conduta livre. 
 
d) Consciência: é decorrente do saber causal do homem, tornando possível a 
ele ter ciência da sua conduta e antever, dentro de certos limites, o resultado 
decorrente de sua prática. 
Assim, só as pessoas humanas podem realizar conduta, pois são as únicas 
dotadas de vontade e consciência para buscar uma finalidade. Animais 
irracionais não realizam condutas, e fenômenos da natureza não as 
constituem. 
 
Nota Especial quanto a ausência da conduta: A simples vontade de praticar 
um ato ilícito não é resulta em responsabilidade civil, se não for seguida de um 
comportamento externo. 
 
 
 
 
2.3 Conceito 
A conduta consiste na ação ou omissão humana consciente e dirigida a 
determinada finalidade. Por ser um comportamento humano excluem-se 
deste conceito os fatos naturais, fatos praticados por animais. A conduta deve 
ser exteriorizada, ou seja, deve haver uma repercussão externa da vontade do 
agente. É um ato voluntário, que não necessariamente implique em ato livre, 
quando é consequência de uma coação. E finalmente a simples vontade de 
praticar ilícito não resulta na responsabilidade civil. 
RESPONSABILIDADE CIVIL INDIRETA 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçaise 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus 
hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até 
a concorrente quantia. 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este 
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja 
necessidade fosse manifesta. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar 
indevido. 
 
 
Nestes casos, poder-se-ia argumentar que inexistiria a conduta voluntária do 
pretenso responsabilizado. No entanto, o que ocorre nestes casos são 
situações, que podem ocorrer omissões ligadas a deveres jurídicos de 
custódia, vigilância ou má eleição de representantes, cuja responsabilização é 
imposto por norma legal. 
 
4ª Aula – 19/08/2015 – ELEMENTOS 
2ª Etapa 
3. DANO 
O dano é o grande vilão da responsabilidade civil. Não poderia se falar em 
indenização se não houvesse o dano. Pode haver responsabilidade sem 
culpa, mas, não pode haver responsabilidade sem dano. 
Neste contexto podemos conceituar o dano como a lesão a um interesse 
jurídico tutelado. O dano consiste na diminuição do patrimônio de alguém 
decorrente da ação de outra pessoa. 
Em regra todos os danos devem ser ressarcíveis, mesmo que não se possa 
retornar ao status quo ante, ou seja, retornar o estado da coisa antes do dano, 
porém, para que o dano possa ser reparado alguns requisitos devem ser 
preenchidos. 
3.1 Requisitos do dano indenizável 
1º. Deve haver uma VIOLAÇÃO a um interesse jurídico patrimonial ou 
extrapatrimonial. Para cumprir cum este primeiro requisito temos que perceber 
a violação, sem a violação não se cogita da responsabilidade. 
2º. Deve existir também, a CERTEZA do dano, somente o dano certo, efetivo é 
indenizável. Ninguém poderá ser obrigado a compensar a vítima por um dano 
abstrato ou hipotético, mesmo em se tratando de direitos personalíssimos, o 
fato de não se poder apresentar um critério preciso para a sua mensuração 
econômica não significa que o dano não seja certo. A exemplo da calúnia a 
imputação falsa de um fato criminoso macula a honra que não tem um preço, 
mas, traz a certeza do dano. 
3º. E o último requisito é a SUBSISTÊNCIA do dano. Assim se o dano já foi 
reparado, perde-se o interesse da responsabilidade civil. O dano deve subsistir 
no momento de sua exigibilidade. 
Esses três são os requisitos básicos para que se possa atribuir o qualificativo 
“reparável”. Todos os outros aventados pela doutrina, como a legitimidade do 
postulante, o nexo de causalidade e a ausência de causas excludentes de 
responsabilidade, embora necessários, tocam, mais de perto a aspectos 
extrínsecos ou secundários à consideração do dano em si. 
Portanto, os três atributos inerentes e necessários ao dano reparável são: a) 
violação de um interesse jurídico patrimonial ou moral; b) a certeza do dano e 
c) a subsistência do dano. 
 
3.2 Espécies 
Tradicionalmente, a doutrina costuma classificar o dano em patrimonial e 
moral. O dano patrimonial traduz lesão aos bens e direitos economicamente 
apreciáveis do seu titular. Assim ocorre quando sofremos um dano em nossa 
casa ou em nosso veículo. 
Há, no entanto, um entendimento que consiste na despatrimonialização do 
direito civil, em que outros bens, personalíssimos, também podem ser atingidos, 
gerando, assim, a responsabilidade civil do infrator. 
As espécies de dano se dividem em: 
a) Dano Patrimonial ou material. Pode consistir na violação ao um bem móvel, 
imóvel ou até mesmo um patrimônio intelectual. 
b) Dano Extrapatrimonial ou moral: pode decorrer da agressão a direitos ou in 
interesses personalíssimos a exemplo do direitos da personalidade, 
especialmente o dano moral. 
c) Dano estético: Significa a lesão à beleza física, ou seja, à harmonia das 
formas físicas de alguém. 
d) Dano Reflexo ou ricochete: atinge de forma reflexa a pessoa ligada à vítima 
direta, exemplo é o pai de família que vem a perecer por descuido de um 
segurança de banco, no caso o patrimônio reflexo pode ser a pensão 
alimentícia dos filhos da vítima. 
3.3 Forma de tutela 
Pode ser preventiva, no caso de uma cautelar de arresto em que o devedor 
pretenda dilapidar seu patrimônio. 
CONFLITO INTERNO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO CAUTELAR DE ARRESTO E 
INDISPONIBILIDADE DE BENS. AÇÃO PRINCIPAL A SER INTENTADA. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. I - Compete à 2.ª Seção deste Tribunal o julgamento 
de recurso especial interposto contra acórdão que manteve a liminar 
concessiva de indisponibilidade de bens de ex-dirigentes do Banco Estadual, a 
fim de garantir futura ação de conhecimento para apuração de 
responsabilidade civil. II - Conflito conhecido para declarar competente a 2ª 
Seção 
A exemplo do banco Estadual o autor da ação de reparação de danos 
(processo principal), pode ajuizar a ação cautelar preparatória (de forma 
preventiva). 
Pode também ser repressiva, neste caso já ocorreu a lesão e a vítima promove 
a ação e requer a aplicação de uma sanção que pode se traduzir em um 
indenização ou reposição 
3.4 Formas de reparação 
Reposição: retornar o estado em que se encontrava antes do dano, no caso 
do dano moral esta forma não é possível. 
Reparação: consiste em uma indenização em pecúnia. 
No caso do dano patrimonial tanto a reposição como a reparação é 
perfeitamente possível. 
O ordenamento jurídico que consagra o princípio “neminem laedere”, que 
significa “a ninguém se deve ofender”, consagra um ideal e estabelece como 
dever nas formas de reparação do dano a necessidade exatamente de repor 
a patrimônio lesado ou ofendido. 
Desta forma, a reposição, quando possível, retorna ao status quo ante, ou seja, 
a situação anterior, ao evento danoso. Por exemplo, um veículo é perdido em 
razão de um incêndio causado pelo ofensor, quer seja por culpa ou dolo, a 
forma ideal, que o direito prefere será a reposição do bem, nas condições em 
que se encontrava antes do resultado danoso. 
No caso do dano moral, a reposição à situação anterior não é possível, 
portanto, em regra, a forma de reparação desta modalidade de dano será a 
conversão em perdas e danos, o juiz, utilizando critérios de razoabilidade e 
proporcionalidade a ofensa cometida arbitrará um valor a título de 
indenização. 
Em suma temos que: 
No dano patrimonial: a reparação poderá ser feita, preferencialmente pela 
reposição ou em não sendo possível pela reparação ou indenização. 
No dano moral: a reparação será feita por meio de uma indenização.

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