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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Responsabilidade Civil – Parte IV
Livro Eletrônico
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Responsabilidade Civil – Parte IV ................................................................................................ 4
1. Classificação da Responsabilidade Civil ................................................................................ 4
1.1. Quanto à Origem ....................................................................................................................... 4
1.2. Responsabilidade pela Quebra da Confiança: uma Terceira Categoria? ...................... 6
1.3. Quanto à Culpa ......................................................................................................................... 7
1.4. Responsabilidade Objetiva .................................................................................................... 8
2. Pressupostos da Responsabilidade Civil ..............................................................................12
2.1. Conduta .....................................................................................................................................13
2.2. Culpa .........................................................................................................................................21
2.3. Nexo Causal ............................................................................................................................ 22
2.4. Dano .........................................................................................................................................24
2.5. Excludentes da Responsabilidade Civil ............................................................................ 36
Questões de Concurso .................................................................................................................43
Gabarito ........................................................................................................................................... 69
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
ApresentAção
Amigo(a), você vai acertar tudo, tudo, tudo de Direito Civil na tua prova!
Vamos continuar na nossa aula de Responsabilidade Civil.
Resumo
Aluno(a), quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercícios. 
É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o conte-
údo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as questões. De 
nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir 
às questões.
O resumo desta aula é este:
• Quanto à origem, a responsabilidade pode ser contratual (quando decorre da violação de 
um dever contratual) ou extracontratual (quando decorre da violação de um dever legal);
• O STJ admite a responsabilidade pela quebra da confiança como uma terceira categoria 
diferente das duas espécies de responsabilidade acima (contratual e extracontratual);
• Quanto à culpa, a responsabilidade pode ser subjetiva ou objetiva;
• Responsabilidade objetiva é a que dispensa a prova de culpa. É exceção: depende de lei, 
pois excepciona a regra geral do caput do art. 927 do CC. O parágrafo único do art. 927 
do CC admite a responsabilidade civil em dois casos: (1) quando for aplicável a teoria do 
risco e (2) quando houver lei específica;
• Os pressupostos da responsabilidade são a conduta, a culpa, o nexo causal e o dano. 
Em regra, sem esses pressupostos, não há responsabilidade civil;
• Levando em conta a conduta, a responsabilidade civil pode ser direta ou indireta;
• A responsabilidade direta ou por ato próprio se dá quando o agente é responsabilizado 
por uma conduta que ele mesmo adotou. É a regra geral da responsabilidade civil e está 
prevista genericamente no art. 927, caput, do CC;
• A responsabilidade indireta ocorre quando alguém responderá por um dano causado por 
conduta de um terceiro ou por uma coisa ou animal. É exceção e, por isso, depende de 
lei;
• Os principais danos indenizáveis são os danos material, moral, estético e existencial, 
além da perda de uma chance e da perda do tempo útil;
• As excludentes de ilicitude são excludentes de responsabilidade civil;
• No caso da responsabilidade objetiva, apenas o fortuito externo é excludente, por se 
tratar de risco alheio à atividade;
• Se a responsabilidade objetiva for fundada na teoria do risco integral, não há fortuito 
externo, pois todos os riscos são considerados inerentes à atividade e, por isso, nenhum 
fortuito será excludente.
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
RESPONSABILIDADE CIVIL – PARTE IV
1. ClAssifiCAção dA responsAbilidAde Civil
1.1. QuAnto à origem
Responsabilidade 
civil quanto à 
origem
Contratual
Extracontratual
Violação de um contrato (ou melhor, de 
um negócio jurídico)
Excepcionalmente violação de lei pode 
ensejar responsabilidade contratual
Credor NÃO precisa provar culpa, apenas 
o INADIMPLEMENTO
Juros de mora: data da interpelação 
judicial ou extrajudicial, salvo mora ex re
Violação de obrigação legal
Credor deve provar a CULPA, e 
não apenas o DANO
Juros de mora: da data do dano
Ex.: pensão alimentícia
Dever de 
cuidado objetivo
Regra pode ser flexibilizada: 
inversão do ônus da prova e 
responsabilidade objetiva
Aluno(a), resolva a questão.
001. (CESPE/JUIZ/TRF-2ª/2009) Na responsabilidade contratual, a distinção entre culpa e 
dolo, para fins de indenização, será irrelevante conforme a natureza do contrato.
Quando se trata de um negócio jurídico gratuito, a parte generosa só responde por dolo, nos 
termos do art. 392 do CC.
Errado.
Vamos tratar um pouco sobre responsabilidade contatual e extracontratual!
Quanto à origem, a responsabilidade civil pode ser contratual ou extracontratual. Marcos 
Ehrardt Jr. (2012, pp. 333-334), com acerto, prefere designar essas duas espécies de responsa-
bilidade como negocial e extranegocial, pois descumprimentos de negócios unilaterais (como 
a promessa de recompensa), que não são contratos, encaixam-se como responsabilidade civil 
negocial. Os termos contratual e extracontratual não exprimem todos os casos por eles abran-
gidos. Manteremos, porém, a nomenclatura antiga pela sua consolidada tradição. É o que cai 
em concurso público.
A responsabilidade extracontratual ou aquiliana decorre da violação direta de obrigação 
legal. Diz respeito a descumprimento de deveres gerais previstos em lei, como os oriundos do 
dever de cuidado objetivo (arts. 186 e 187, CC), dos direitos reais, dos direitos da personalidade 
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
e dos direitos de autor. O dever de cuidado objetivo é aquele que exige que todos adotem con-
dutas cautelosas para não causar danos a outrem (art. 186, CC) e não se portem com abuso 
de direito (art. 187, CC). O fundamento legal da responsabilidade extracontratual são especial-
mente os arts. 186, 187, 402, 927 e 944 do CC.
A responsabilidade contratual é a que decorre da violação de uma obrigação contratual, ou 
melhor, de uma obrigação de um negócio jurídico, inclusive os unilaterais, como a promessa 
de recompensa etc. Excepcionalmente, deve-se admitir como contratual a responsabilidade 
decorrente da violação de uma obrigação nascida de lei, quando esta for, por um negócio jurí-
dico ou judicial, individualizada, como o dever de pagar alimentos. Essa intermediação humana 
por um negócio ou um ato judicial torna contratual a responsabilidade. É nesse sentido que se 
deve entender os doutrinadores que, como Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 45), defendem 
que, excepcionalmente, violação de lei pode ensejar responsabilidade contratual. O fundamen-
to legal da responsabilidade contratual são especialmente os arts. 389, 402, 475 e 927 do CC. 
A título de exemplo, se um ônibus de transporte coletivo se envolve em um acidente, atropelan-
do um transeunte e causando lesões nos passageiros, haverá responsabilidade civil contratual 
da empresa transportadora perante os passageiros por violação ao dever de proteção inerente 
ao contrato de transporte mantido com estes (cláusula de incolumidade tácita no contrato) e 
haverá responsabilidade extracontratual da empresa perante o transeunte por desrespeito ao 
dever legal de cuidado objetivo (art. 186, CC): não há contrato com transeunte.
Aluno(a), diga-me: qual é a relevância prática em classificar a responsabilidade civil em 
contratual ou extracontratual?
Há duas principais.
Uma utilidade prática da classificação é a de que, na responsabilidade contratual, o credor 
não precisa provar culpa, mas basta provar o inadimplemento contratual. O inadimplemento, 
por si só, faz presumir a culpa, admitido, porém, que o devedor faça prova em contrário para 
afastar a culpa. Já na responsabilidade extracontratual, a vítima tem de provar a culpa do 
causador do dano. Não basta apenas provar o dano. Essa regra geral, todavia, pode ser flexibi-
lizada por lei, pois há casos de inversão de ônus da prova por lei (como no art. 6º, VIII, do CDC 
e na teoria da distribuição dinâmica da prova prevista no art. 373, § 1º, do CPC) e há casos de 
responsabilidade objetiva, para qual é irrelevante a prova de culpa.
Outra utilidade da classificação é o termo inicial dos juros de mora. Na responsabilidade 
extracontratual, é a data do dano. Na responsabilidade contratual, é a data da interpelação 
judicial (geralmente a citação) ou extrajudicial, salvo quando se tratar de mora ex re, em que o 
termo inicial será a data do advento do termo (STJ, REsp 1513262/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro 
Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 26/8/2015). Sobre o tema, reportamos ao que escrevemos nas 
aulas de Direito das Obrigações.
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DIREITO CIVIL
1.2. responsAbilidAde pelA QuebrA dA ConfiAnçA: umA terCeirA 
CAtegoriA?
Responsabilidade 
civil pela quebra 
de confiança
Não é 
contratual nem 
extracontratual
Lesão causada 
por frustração 
à legitima 
expectativa
Seria 3º categoria?
Não, pois deriva do dever 
de boa-fé objetiva
Aluno(a), vocês já ouviram falar em responsabilidade pela quebra da confiança? Isso seria 
uma terceira categoria de dano? O STJ analisou esse tema e, por isso, há chances de isso ser 
cobrado em concurso.
Enquanto a responsabilidade contratual decorre da violação de uma prestação pactuada 
entre as partes e a responsabilidade extracontratual deriva do descumprimento de um dever 
genérico de abstenção, há corrente doutrinária a sustentar uma terceira categoria de respon-
sabilidade: a responsabilidade pela quebra da confiança. Esta não seria contratual, porque não 
necessariamente se vincula a um contrato, nem seria extracontratual, pois não se relaciona a 
um dever genérico de abstenção (Rosenvald; Farias; Braga Netto; 2015, p. 72).
A responsabilidade pela quebra da confiança consiste nos danos causados a uma vítima 
em razão da frustração de uma legítima expectativa criada pelo agente com sua conduta. 
Não se confundiria com a responsabilidade pré-contratual, porque esta tem, como foco, a ce-
lebração futura de um contrato, meta essa inexistente na responsabilidade pela quebra da 
confiança.
O STJ já admitiu essa responsabilidade pela quebra da confiança para condenar a IBM a 
indenizar uma empresa que, com base na expectativa criada pelo comportamento daquela 
(apresentação de projeto, visita de engenheiros, indicação das especificações técnicas do pro-
duto e utilização de uma empresa intermediária), sofreu prejuízo ao verem rejeitadas as peças 
que fabricara para serem empregadas no produto projetado pela IBM. Nesse caso, embora o 
Ministro Relator tenha chegado a esse veredito entendendo que, embora inexistisse contrato 
entre as partes, seria devida a responsabilidade pela quebra de confiança, a Ministra Isabel 
Gallotti adotou o mesmo veredito com argumento diverso, afirmando haver um contrato in-
formal entre as partes (STJ, REsp 1309972/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 
08/06/2017).
Ao nosso sentir, não é adequado considerar a responsabilidade pela quebra da confiança 
como uma terceira categoria. Temos que ela se enquadra tanto dentro da responsabilidade 
contratual como na extracontratual, pois deriva da violação da boa-fé, que é um dever a ser 
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Responsabilidade Civil – Parte IV
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observado em contratos (responsabilidade contratual) ou fora deles (responsabilidade extra-
contratual).
Se o comportamento de má-fé for adotado sem haver negócio entre as partes, há respon-
sabilidade extracontratual, pois a boa-fé é um dever legal que foi descumprido. Não importa se 
as partes haveriam (fase da puntuação) de celebrar um contrato no futuro, pois aí se terá uma 
responsabilidade civil pré-contratual, que é uma modalidade de responsabilidade extracontra-
tual pela falta de um negócio prévio entre as partes.
Se, porém, houver um negócio, a violação à boa-fé é um descumprimento de um dever con-
tratual, ainda que conexo, e, portanto, enseja responsabilidade contratual.
1.3. QuAnto à CulpA
Responsabilidade 
civil quanto à 
culpa
Subjetiva
Objetiva
É regra geral! Depende da prova 
de culpa do agente
Culpa = em sentido amplo
Negócios jurídicos gratuitos
É exceção e depende de LEI
Abrange o dolo e a culpa
Só responde pelo DOLO ou CULPA GRAVE
Dispensa a prova de CULPA
Quanto à culpa, a responsabilidade pode ser subjetiva ou objetiva.
Responsabilidade subjetiva é a que depende da prova de culpa do agente. É a regra geral: 
sem culpa, não há responsabilidade (art. 927, CC).
Culpa é tomada em sentido amplo e abrange a culpa em sentido estrito (negligência, impru-
dência e imperícia) e o dolo (intenção deliberada de causar o dano).
Não importa o grau de culpa: mesmo no caso de culpa levíssima, já está presente a culpa 
necessária paraa responsabilidade civil subjetiva. Só se excepciona isso quando houver lei 
ou princípio. Em contratos gratuitos, culpa leve ou média não autoriza responsabilização do 
generoso; só dolo ou culpa grave permite essa responsabilização, conforme interpretação ex-
tensiva do art. 392 do CC pelo STJ (inferência da Súmula n. 145/STJ).
Responsabilidade objetiva é a que dispensa a prova de culpa. É exceção: depende de lei, 
pois excepciona a regra geral do caput do art. 927 do CC. O parágrafo único do art. 927 do CC 
admite a responsabilidade civil em dois casos: (1) quando for aplicável a teoria do risco e (2) 
quando houver lei específica.
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Responsabilidade Civil – Parte IV
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1.4. responsAbilidAde objetivA
1.4.1. Breve Histórico
Contexto da 
responsabilidade 
objetiva
Até Idade 
Média
Revolução 
industrial
Idade 
Média
Justificada pela VINGANÇA
Havendo dano, a demonstração 
de culpa era prescindível
Responsabilidade 
objetiva como regra
Associação do 
pecado com a culpa
Teoria do risco para 
quem desenvolve 
certas atividades
Responsabilidade subjetiva 
passa a ser a regra
Responsabilidade subjetiva 
como regra, admitindo-se 
a responsabilidade objetiva 
pela teoria do risco
Aluno(a), vamos ver esta questão:
002. (CESPE/JUIZ/TJ-CE/2018) Pedro descobriu que seu nome havia sido inscrito em órgãos 
de restrição ao crédito por determinada instituição financeira em decorrência do inadimple-
mento de contrato fraudado por terceiro.
Nesse caso hipotético, a instituição financeira
a) não responderá civilmente, uma vez que se trata de fato de terceiro, mas deverá proceder à 
retirada do registro negativo no nome de Pedro.
b) não responderá civilmente, porque a fraude configura uma excludente de caso fortui-
to externo.
c) responderá civilmente na modalidade objetiva integral.
d) responderá civilmente apenas se Pedro comprovar que sofreu prejuízos devido à inscrição 
de seu nome nos órgãos de restrição ao crédito.
e) responderá civilmente na modalidade objetiva, com base no risco do empreendimento.
Se trata de uma aplicação da teoria do risco a justificar a responsabilidade objetiva da institui-
ção financeira. Fraude de terceiros integra o risco da atividade dos bancos: é fortuito interno e, 
portanto, não afasta a responsabilidade objetiva. Para entender melhor esse tema, temos de 
estudar alguns assuntos. Vamos lá!!!
Letra e.
É importante você ter noção rápida da história da responsabilidade objetiva.
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
Até a Idade Média, a regra era a responsabilidade objetiva, que era justificada pela vingan-
ça. Quem sofresse um dano reivindicava, como ato de vingança, indenização independente-
mente de discussão de culpa.
Com a Idade Média, por influência de ideais do cristianismo – que associa o pecado à 
culpa –, a responsabilidade subjetiva passou a ser a regra geral. Ninguém poderia ser respon-
sabilizado por um dano causado sem culpa.
Notadamente com a efervescência das cidades com a Revolução Industrial, muitas víti-
mas das atividades perigosas das máquinas ficavam sem obter a indenização, pois não con-
seguiam provar culpa dos industriais. Havia casos de proletários que, durante suas jornadas 
desumanas de trabalho, sofriam lesões corporais nas máquinas e eram demitidos por conta 
de sua incapacidade laboral. Esses proletários não tinham condições de comprovar a culpa 
do industrial, ainda mais levando-se em conta que o seu baixo grau de instrução e a sua pe-
núria os tornavam vulneráveis para guardar e produzir provas (fotos, perícias etc.). A injustiça 
era notável.
Foi nesse contexto que a doutrina desenvolveu a teoria do risco criado para justificar a res-
ponsabilidade objetiva, de modo que os industriais, ao criarem riscos de danos aos indivíduos, 
passaram a responder objetivamente pelos danos causados em razão de suas atividades.
A teoria do risco criado se especializou nas demais teorias do risco: a do risco profissional, 
do risco-proveito, risco administrativo e risco integral.
Assim, a regra continuou sendo a responsabilidade subjetiva, mas passou-se a admitir ex-
cepcionalmente a responsabilidade objetiva com base na teoria do risco. O fundamento da 
responsabilidade objetiva não era mais a vingança, e sim a teoria do risco.
1.4.2. Teorias do Risco
Teorias do 
risco
Fundamento 
no art. 927, CC
Risco 
administrativo
Risco integral
Risco proveito
Risco criado
Risco profissional
Responsabilidade do Estado por atos de seus agentes
Risco criado pelo Poder Público de causar danos com 
a atividade administrativa
Responde por TODOS os danos 
causados, sem admitir excludentes
Dano ambiental
Dano nuclear
Ataque terrorista ou bélico
Risco de quem tira proveito de uma 
atividade que pode causar dano
Criar um risco de dano com a sua atividade
Risco de quem exerce profissão/
atividade lucrativa que pode causar dano
Responsabilidade civil do Estado 
ou obrigação de segurador?
Aluno(a), veja esta questão:
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
003. (FAURGS/JUIZ/TJ-RS/2016/ADAPTADA) Sobre a reparação de danos, é correto afirmar 
que se adota, segundo entendimento majoritário, a teoria do risco integral como fundamento 
da imputação de responsabilidade, independente de culpa em razão de atividade de risco (ar-
tigo 927, parágrafo único).
A teoria do risco integral é excepcional entre as várias teorias do risco. Ela só se aplica para 
casos especiais.
Errado.
Vamos estudar esse tema.
Todas as espécies de teorias do risco originaram-se da teoria do risco criado. As três pri-
meiras teorias do risco (criado, profissional e proveito) encontram fundamento expresso no 
parágrafo único do art. 927 do CC, de modo que, em sendo elas verificadas em um caso con-
creto, a responsabilidade será objetiva. Um mesmo caso pode ser justificado em cada uma 
dessas teorias. Por exemplo, a responsabilidade dos bancos por danos causados a clientes 
por estelionatários pode ser justificada na teoria do risco criado, na do risco profissional ou do 
risco proveito.
Já a teoria do risco administrativo é voltada para a responsabilidade do Estado por ato dos 
seus agentes públicos, e o seu fundamento será nas normas de Direito Administrativo (como 
o art. 37, § 6º, CF).
Por fim, a teoria do risco integral se aplicará a casos específicos em que o responsável 
terá de assumir todos os riscos de danos provocados por sua atividade e tem por fundamento 
normas específicas, que geralmente são interpretadas extensivamente.
Vamos falar um pouco mais sobre essas teorias do risco.
Pela teoria do risco criado, quem cria um risco de dano com sua atividade responde objeti-
vamente pelo dano. Na teoria do risco criado, não se exige prova de lucro; basta uma atividade 
criadora de risco de dano. Não se trata de qualquer risco; é preciso que se trate de um risco 
além do usual, sob pena de banalizara responsabilidade objetiva para todos os casos do mun-
do visto que qualquer atividade – até mesmo a de andar pela rua – cria um risco de dano a 
terceiros. O risco criado também é conhecido como “risco da atividade” ou “risco da atividade 
perigosa”.
Pelo risco profissional, quem exerce profissão ou atividade com fins lucrativos assume os 
riscos dos danos. Trata-se de uma aplicação da regra do “ubi emolumentum ibi onus” (onde 
há lucro, há ônus). No risco profissional, a vítima sofre dano pela atividade profissional do res-
ponsável. O risco profissional justifica responsabilidade por acidentes de trabalho e por outros 
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Responsabilidade Civil – Parte IV
Carlos Elias
DIREITO CIVIL
casos, como o da responsabilidade do empregador por atos do empregado (art. 932, III, CC). 
O STJ já invocou a teoria do risco profissional para responsabilizar objetivamente instituições 
financeiras perante clientes cujos nomes foram negativados por dívidas decorrentes de che-
ques emitidos fraudulentamente por terceiros. A atividade profissional dos bancos, ao atrair a 
atenção dos bandidos, cria risco de os clientes serem atingidos por condutas desses crimino-
sos (STJ, AgRg no AREsp 75.376/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. Raul Araújo, DJe 01/07/2013; REsp 
1093617/PE, 4ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 23/03/2009).
Segundo a teoria do risco proveito, quem tira proveito de uma atividade que cria risco de 
danos responde objetivamente. É também aplicação da regra do ubi emolumentum ibi onus. O 
proveito não precisa ser puramente econômico e abrange também casos de proveitos econômi-
cos indiretos. É o que ocorre com os casos de estacionamentos gratuitos oferecidos por gran-
des empresas: há proveito econômico indireto pelo fato de essa comodidade atrair clientes.
No risco administrativo, o Poder Público cria risco de danos a terceiros com sua atividade 
administrativa e, por isso, responderá objetivamente. De fato, o exercício da atividade estatal, 
por envolver prerrogativas de poderes (poder de polícia, por exemplo), cria riscos além do usu-
al. A aplicação da teoria do risco administrativo é restrita aos casos de responsabilidade civil 
do Estado.
Por fim, vamos falar da teoria do risco integral. Pelo risco integral, quem exercer uma ativi-
dade muito perigosa responde objetivamente por todos – sem exceção – os danos causados. 
Distingue-se das demais teorias do risco pelo fato de que estas admitem o fortuito externo 
como excludente de responsabilidade. Nos casos de teoria do risco integral, não há fortuito 
externo: todos os fortuitos são internos à atividade.
A jurisprudência vem admitindo a aplicação da teoria do risco integral mesmo sem texto le-
gal expresso, desde que seja identificada a altíssima periculosidade da atividade desenvolvida. 
Os três principais casos citados pela doutrina são os de responsabilidade ambiental, nuclear e 
por atos terroristas ou bélicos. Tratemos deles.
Um dos casos de teoria do risco integral é a responsabilidade por dano ambiental por for-
ça de interpretação extensiva do art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81 (STJ, REsp 1114398/PR, 2ª 
Seção, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe 16/02/2012). Essa interpretação extensiva decorre da 
elevada importância do meio ambiente, de sorte que quem ameaça o meio ambiente com sua 
atividade terá de responder objetivamente por qualquer dano causado: não há fortuito exter-
no. Pessoalmente discordamos desse entendimento, pois entendemos que, embora de forma 
mais limitada, deve ser admitida a existência de fortuito externo, a exemplo de um dano am-
biental decorre de um ataque bélico. Não nos parece razoável impor ao explorador de uma ati-
vidade econômica na natureza um risco totalmente alheio à sua atividade, como uma guerra.
Outro caso é a responsabilidade do operador por dano causado pela atividade de energia 
nuclear. O fundamento é uma interpretação extensiva do art. 21, XXIII, “c”, da CF, que, ao prever 
a responsabilidade por dano nuclear independentemente de culpa sem fazer qualquer ressal-
va, teria recepcionado o art. 8º da Lei n. 6.453/77, que excluía a responsabilidade do operador 
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de energia nuclear se o dano tiver decorrido de guerras e fatos excepcionais da natureza. Essa 
é interpretação majoritária. Dela, porém, discordamos, pois não enxergamos incompatibilidade 
do referido art. 8º da Lei n. 6.453/77 com o referido dispositivo da CF, que, em momento algum, 
previu a teoria do risco integral nem atacou a opção legislativa de considerar a guerra e catás-
trofes naturais como fortuitos externos. O art. 8º da Lei n. 6.453/77, portanto, estaria em vigor. 
Todavia, temos por conveniente que o Congresso Nacional revogue esse dispositivo e preveja 
expressamente a teoria do risco integral. Acrescemos, porém, que a limitação de indenização 
prevista no art. 9º da Lei n. 6.433/77 não foi recepcionada pela Constituição Federal, que ga-
rante o direito à reparação integral.
A doutrina cita ainda como caso de teoria do risco integral seria a responsabilidade do Es-
tado por ataque terrorista, por atos de guerra ou por eventos correlatos ocorridos no território 
brasileiro. O fundamento são as Lei n. 10.309/2001 e 10.744/2003, que autoriza a União a, 
com limite de valor, assumir a responsabilidade civil perante terceiros vítimas de atentados ter-
roristas ou de atos de guerra. Discordamos do enquadramento dessa hipótese como respon-
sabilidade civil. Entendemos que essas leis instituem, na verdade, uma faculdade de a União 
se tornar uma espécie de segurador: ela está a assumir uma obrigação de segurador perante 
qualquer vítima, e não uma responsabilidade civil. A ideia é que quem estiver em território bra-
sileiro estaria segurado por danos causados por terrorismo ou guerra. Obrigação é diferente 
de responsabilidade: esta decorre da violação de uma obrigação. No caso das referidas Leis, a 
União ficou autorizada a assumir uma obrigação de indenizar quem for vítima de ataque terro-
rista ou bélico. Não se trata de responsabilidade civil, e sim de obrigação.
2. pressupostos dA responsAbilidAde Civil
Pressupostos da 
responsabilidade civil
Conduta
Culpa
Nexo causal
Dano
Os pressupostos da responsabilidade são a conduta, a culpa, o nexo causal e o dano. Em 
regra, sem esses pressupostos, não há responsabilidade civil.
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2.1. CondutA
2.1.1. Comissiva ou Omissiva
Só é juridicamente 
relevante quando 
havia do dever 
jurídico de agir
Ato praticado pelo 
agente
1) Decorrente da profissão
2) Quem assumiu a função de 
garante
3) Dever de socorrer quem está 
em situação de perigo criada 
pelo próprio agente
Definido em LEI
Conduta
Omissiva
Comissiva
Para haver responsabilidade civil, é fundamental haver uma conduta do agente que tenha 
causado o dano. A conduta pode ser comissiva, quandohá um ato praticado pelo agente (ex.: 
xingar alguém, atropelar outrem etc.), ou omissivo.
A conduta omissiva, todavia, só é juridicamente relevante quando havia dever jurídico de 
agir, em respeito ao princípio da legalidade (ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo 
senão em virtude de lei). O dever jurídico de agir ocorre quando houver lei, e os principais casos 
são estes: (1) dever jurídico decorrente da profissão, como no caso de médicos e bombeiros, 
que têm dever de socorrer quem esteja em situação de risco; (2) dever jurídico de quem as-
sumiu a condição de garante, como um generoso que voluntariamente se obrigou a cuidar de 
uma criança enquanto os pais se deslocam a algum outro lugar; e (3) dever jurídico de socorrer 
alguém que está em uma situação de perigo criada pelo próprio agente, caso em que a omis-
são pode configurar não apenas um ilícito civil, mas também o crime de omissão de socorro 
(art. 135, CP).
Quanto a este último caso, se a situação de perigo não tiver sido criada pelo agente, não 
há dever jurídico de agir e, portanto, não poderá ser responsabilizado civilmente quem, vendo 
alguém em apuros, faz ouvidos moucos e segue seu rumo. Esse ato egoísta é criticável moral-
mente, mas não pode ser considerado um ilícito por falta de obrigação legal. A lei não obriga 
ninguém a ser um bom samaritano. Temos, ademais, por indevido o uso abusivo de princípios 
jurídicos para criar obrigações que o texto legal não previu, de maneira que o princípio consti-
tucional do solidarismo (art. 3º, I, CF) não poderia ser utilizada para responsabilizar civilmente 
esse egoísta.
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2.1.2. Espécies de Responsabilidade quanto à Conduta
Responsabilidade causada pela conduta 
de um 3º ou por uma coisa ou animal
Responsabilidade por fato de 3º
Responsabilidade pela 
guarda do animal
Responsabilidade 
pelo fato da coisa
Quando o agente é responsabilizado por sua 
própria conduta
Proprietário ou detentor responde 
objetivamento pelos danos causados 
pelo animal
Detentor responde solidariamente 
com o proprietário, assegurado direito 
de regresso contra o culpado
O dano não é provocado 
diretamente pelo agente, 
mas por coisa que estava 
sob seu poder
Teoria da guarda da coisa
Coisas caídas
Ruína de prédio: 
proprietário de prédio 
responde objetivamente 
pelos danos causados 
pela sua ruína
Quem possui coisa 
perigosa responde pelo 
seu mau uso por outros
É exceção. Depende 
de previsão em LEI
Responsabilização por danos 
causados por uma 3º pessoa
Espécies de 
responsabilidade 
quanto à conduta
Responsabilidade 
direta
Responsabilidade 
indireta
Quanto à conduta, a responsabilidade civil pode ser classificada como direta ou indireta.
2.1.3. Responsabilidade Direta
A responsabilidade direta ou por ato próprio se dá quando o agente é responsabilizado por 
uma conduta que ele mesmo adotou. É a regra geral da responsabilidade civil e está prevista 
genericamente no art. 927, caput, do CC. Assim, quem xinga ou atropela outrem tem de respon-
der civilmente pelos danos que ele mesmo causou.
2.1.4. Responsabilidade Indireta
A responsabilidade indireta ocorre quando alguém responderá por um dano causado por 
conduta de um terceiro ou por uma coisa ou animal. A responsabilidade pela guarda do animal 
é enquadrada como responsabilidade por fato da coisa por alguns doutrinadores, mas prefe-
rimos segregar as hipóteses para fins didáticos. A responsabilidade indireta é exceção e, por-
tanto, só é admitida quando houver lei expressa. Sem lei específica, não há responsabilidade 
indireta. Há, porém, casos de responsabilidade civil indireta extraídas com base em princípios 
jurídicos deduzidos do texto legal, como é o caso da responsabilidade por fato da coisa funda-
da na teoria da guarda da coisa.
Enfim, a responsabilidade indireta ocorre em dois casos: por fato de terceiro, pelo fato da 
coisa e pela guarda do animal. Vamos falar um pouco sobre isso.
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Responsabilidade por Fato de Terceiro
A responsabilidade por fato de terceiro ocorre quando, por lei, alguém será responsabiliza-
do pelos danos causados por uma terceira pessoa. É o que ocorre nos casos do art. 932 do 
CC, que, por exemplo, responsabiliza o empregador por ato do empregado. No regime do CC, 
essa responsabilidade é, em regra, objetiva, solidária e com direito de regresso nos termos dos 
arts. 928, 932, 933, 934 e 942, parágrafo único, do CC, mas há particularidades. Sobre o tema, 
reportamos o leitor ao que escrevemos sobre a responsabilidade do incapaz e sobre a respon-
sabilidade solidária.
Responsabilidade pela Guarda do Animal
Quero começar com esta questão:
004. (FCC/ANALISTA/ALESE/2018) Thaísa é dona de cão feroz que atacou e feriu 
Thiago. Thaísa
a) somente indenizará Thiago se este comprovar que Thaísa agiu com dolo, provocando o ata-
que com manifesta intenção de causar lesão.
b) somente indenizará Thiago se este comprovar que Thaísa agiu com negligência ou impru-
dência na guarda do animal.
c) será obrigada a indenizar Thiago ainda que se prove que tenha havido culpa exclusiva da 
vítima ou força maior.
d) deverá ressarcir o dano causado pelo animal, a menos que prove culpa exclusiva de Thiago 
ou motivo de força maior.
e) responderá subjetivamente pelo dano, não podendo alegar causa excludente do nexo de 
causalidade.
Corresponde ao art. 936 do CC.
Letra d.
005. (FAURGS/JUIZ/TJ-RS/2016) A responsabilidade pelo fato do animal é independente de 
culpa do seu dono ou detentor, não podendo ser afastada mesmo quando ausente o nexo de 
causalidade.
O nexo causal é pressuposto da responsabilidade civil mesmo no caso de responsabilidade 
objetiva, como no caso de responsabilidade pelo fato do animal. O próprio art. 936 do CC afas-
ta a responsabilidade por culpa exclusiva da vítima, pois aí se rompe o nexo causal.
Errado.
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Vamos explicar.
Pela responsabilidade por guarda do animal, o proprietário ou o detentor responde objeti-
vamente pelos danos causados por um animal, como no caso de um cachorro agressivo que, 
desvencilhando-se da coleira, morde um transeunte na rua (art. 936, CC). Não importa se havia 
culpa do proprietário ou do detentor; a responsabilidade é objetiva1. Quem tem a propriedade 
ou o poder sobre um animal assume o risco pelos danos por este causado.
Se o animal estava sob os cuidados de alguém, esse possuidor ou detentor responderá 
solidariamente com o proprietário pelos danos causados pelo animal, assegurado, porém, a 
quem pagar a dívida o direito de regresso contra o culpado. A solidariedade decorre da inter-
pretação extensiva do art. 936 do CC e do parágrafo único do art. 942 do CC (ambos seriam 
coautores do dano, para esse efeito).
As excludentes de responsabilidade são as mesmas quevigoram para os casos de res-
ponsabilidade objetiva baseada na teoria do risco criado, como o fortuito externo e a culpa 
exclusiva da vítima.
Responsabilidade pelo Fato da Coisa
A responsabilidade indireta por fato da coisa ocorre quando o dano não é diretamente 
provocado por uma conduta do agente, e sim de forma indireta, por meio de alguma coisa que 
estava sob o controle ou sob o risco do agente. Os casos principais são os de ruína do prédio, 
o de coisas caídas e os assentados na teoria da guarda da coisa.
Ruína do Prédio
No caso de ruína do prédio, temos o seguinte. O proprietário do prédio responde objetiva-
mente pelos danos causados pela sua ruína (art. 937, CC). Apesar de o art. 937 do CC mencio-
nar a falta de reparos de necessidade manifesta, a doutrina majoritária entende que, se houve 
a ruína, é porque havia essa necessidade de reparos manifesto. As excludentes de responsa-
bilidade são as mesmas que vigoram para os casos de responsabilidade objetiva baseada na 
teoria do risco criado, como o fortuito externo e a culpa exclusiva da vítima.
Teoria da Guarda da Coisa
Embora inexista um dispositivo legal com uma cláusula geral, admite-se a responsabilida-
de pelo fato da coisa com base na teoria da guarda da coisa, desenvolvida no direito francês. 
Segundo essa teoria, quem detém o comando intelectual (guarda) e de direção sobre a coisa 
deve responder pelos danos causados pelo mau uso por outros. É que, em última análise, tal 
dano decorre da falta da necessária vigilância da coisa.
1 Há corrente minoritária a sustentar que a responsabilidade é subjetiva com base na culpa presumida.
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Entendemos que o fundamento dessa responsabilidade é a teoria do risco sediada no pa-
rágrafo único do art. 927 do CC, pois quem tem uma coisa potencialmente perigosa cria um 
risco de dano à sociedade e, por isso, deve responder objetivamente. Entendemos ainda que 
a teoria não pode ser aplicada para qualquer coisa, mas apenas para aquelas que, de acordo 
com o senso comum, sejam potencialmente perigosas.
Com base nisso, o STJ entende que, ao emprestar o veículo, o proprietário assume a res-
ponsabilidade pelos danos por ele culposamente causados, caso em que haverá responsabili-
dade solidária entre o proprietário e o condutor. Temos ressalva pessoal contra esse entendi-
mento no caso de empréstimo gratuito de veículo, pois não consideramos o veículo um bem 
potencialmente perigoso a ponto de atrair a teoria da guarda da coisa. Temos que, nesses 
casos, a responsabilidade do dono do carro deveria seguir a regra geral da responsabilidade 
subjetiva: se o dono emprestar o carro para alguém sem habilitação, poderia ser responsabili-
zado solidariamente por sua negligência. 
Igualmente, o STJ assentou que o uso indevido de máquina retroescavadeira pelo caseiro, 
que transportava na “concha” pessoa que veio a falecer, impõe a responsabilização do proprie-
tário do bem. É irrelevante que o caseiro não tivesse autorização e estivesse bêbado e fora do 
horário de trabalho, pois só o fortuito externo excluiria a responsabilidade pela guarda da coi-
sa. De fato, “pela aplicação da teoria da guarda da coisa, a condição de guardião é imputada a 
quem tem o comando intelectual da coisa, não obstante não ostentar o comando material ou 
mesmo na hipótese de a coisa estar sob a detenção de outrem, como o que ocorre frequente-
mente nas relações ente preposto e preponente” (STJ, REsp 1072577/PR, 4ª Turma, Rel. Minis-
tro Luis Felipe Salomão, DJe 26/04/2012).
Coisas Caídas
Habitante do prédio responde objetivamente pelas coisas 
que dele caírem ou forem arremessadas
Não se aplica quando 
o que cai é o prédio
Prédio em 
condomínio edilício
Prédio em 
condomínio edilício
Queda de pessoa 
suicida
Queda anônima
Queda não anônima
O condomínio responde 
pelos danos
Somente as unidades de 
onde a coisa possa ter 
potencialmente caído?
A responsabilidade é do habitante 
(que não necessariamente é 
proprietário)
Não se aplica o art. 938, CC
Será considerado fortuito e os 
danos serão cobrados do espólio
Unidade autônoma de 
onde a queda procedeu é 
identificável
O condômino dessa unidade 
responde objetivamente 
pelos danos
Nesse caso, haverá responsabilidade 
civil por ruína
Responsabilidade 
indireta
Coisas 
caídas
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Noções Gerais
O habitante de um prédio ou de parte dele responde objetivamente pelos danos decorren-
tes de coisas que caírem do prédio ou que forem arremessadas (art. 938, CC). É o caso, por 
exemplo, de alguém que foi atingido por uma panela que caiu do prédio; nesse caso, a vítima 
poderá pleitear indenização contra o dono do prédio. Trata-se do que, no Direito Romano, cha-
mava-se de actio de effusis et dejectis (ação de coisas sólidas e líquidas).
Esse dispositivo não deve ser aplicado para casos em que um pedaço do prédio se despren-
de e cai em outrem. Temos que, nesse caso, o mais adequado é aplicar o art. 937 do CC, pois 
aí se trata de uma ruína parcial do prédio. Nesse caso, o proprietário da coisa é que responde 
objetivamente, e não o mero habitante, pois o dano aí decorre do risco de ruína do prédio.
Portanto, o art. 938 do CC deve ser aplicado para casos de coisas arremessadas do prédio, 
a exemplo de uma queda, a partir de uma janela, de um celular ou de um vaso na cabeça de 
um pedestre.
No caso do art. 938 do CC, há duas situações importantes: uma em que o prédio não está 
em condomínio edilício, outra em que está.
Coisas Caídas de Prédio sem Condomínio
Quando não se trata de condomínio edilício, deve-se entender que a responsabilidade é do 
habitante, que não necessariamente será o proprietário. Pode ser um locatário ou um como-
datário. Quem responde é aquele que tinha a ocupação efetiva do bem. Assim, se um celular 
é arremessado de uma casa alugada na cabeça de um pedestre, o locatário dela responderá 
objetivamente pelo dano, e não o proprietário.
Não importa se a coisa foi arremessada por um visitante que estava na casa do locatário: 
o locatário responderá objetivamente pelo dano (art. 938, CC), sem prejuízo de esse visitante 
responder solidariamente por ter sido o autor do ato danoso (art. 927, CC). É que o locatário é 
o “habitante” aí para todos os efeitos. Desconhecemos precedentes do STJ nesse caso.
Coisas Caídas de Prédio em Condomínio Edilício
Quando se tratar de condomínio edilício, é preciso identificar se se trata de queda anôni-
ma2 ou não.
De um lado, se puder ser identificada a unidade autônoma de onde procedeu a coisa, não 
há queda anônima. Nesse caso, o condômino dessa unidade responderá objetivamente pelos 
danos. Se a unidade autônoma estava na posse de um terceiro, como um inquilino, entende-
mos que é esse inquilino que terá de arcar com a indenização, e não o mero condômino, porque 
o art. 938 do CC se refere ao “habitante” apenas.
2 Feliz expressão de Rosenvald, Farias e Braga Netto (2016, p. 592).
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De outro lado, se não puder ser identificada a unidade autônoma de onde caiu a coisa, 
tem-se uma queda anônima. Nesse caso, por força do art. 938 em conjunto com o parágrafo 
único do art. 927 do CC (teoria do risco), a responsabilidade será do condomínio, que poderá 
cobrar uma contribuição extraordinária dos condôminos para arcar com a indenização (STJ, 
REsp 64.682/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. Bueno de Souza, DJ 29/03/1999). Se, posteriormente, for 
identificada a unidade de onde partiu a coisa, o condomínio poderá pleitear direito de regresso 
contra o habitante dessa unidade à época do dano para reembolsar-se do que houver pago 
de indenização, deduzido, obviamente, o que esse habitante já tiver desembolsado a título de 
contribuição extraordinária. No mesmo sentido, é o enunciado n. 557/JDC (“nos termos do art. 
938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar 
qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso”).
Nesse caso, indaga-se: essa contribuição extraordinária pode ser cobrada do condômino 
mesmo se a sua unidade estiver em posse de terceiro (como um inquilino)? Entendemos que 
sim, assegurado direito de regresso contra esse terceiro (o habitante). É que, apesar de o art. 
938 do CC se referir apenas ao habitante como responsável por coisas caídas, o fato de o 
condomínio ser o responsabilizado no caso de queda anônima implica que ele poderá cobrar a 
contribuição extraordinária com fundamento no art. 1.336, I, do CC. Essa contribuição tem na-
tureza propter rem, decorre do regime jurídico dos condomínios edilícios e, portanto, vincula-se 
a cada unidade autônoma. Dessa maneira, se uma unidade estiver na posse de um terceiro que 
não o condômino, essa contribuição extraordinária poderá ser cobrada tanto do condômino 
quanto do inquilino, assegurado àquele direito de regresso contra este.
Ainda nesse caso de queda anônima, se a coisa caída só puder ter procedido potencial-
mente de determinadas unidades autônomas, há controvérsia doutrinária e desconhecemos 
julgados do STJ sobre o assunto.
De um lado, com nosso apoio, respeitados doutrinadores, como Pablo Stolze Gagliano e 
Rodolfo Pamplona Filho (2020, p. 230), defendem que só os condôminos dessas unidades po-
derão sofrer o encargo financeiro pela responsabilidade civil. Temos que, nesse caso, o condo-
mínio continuará sendo responsabilizado, mas só cobrará contribuição extraordinária desses 
condôminos potencialmente vinculados ao dano. Assim, se, por exemplo, o prédio possui duas 
faces de unidades autônomas, somente os condôminos de uma face poderão ser obrigados a 
pagar a contribuição extraordinária ao condomínio pelos danos causados por uma pedra que 
caiu em um carro estacionado em frente dessa face. Os condôminos da outra face não terão 
esse dever, pois é impossível ter procedido de lá a coisa caída. Para concursos públicos, em 
provas objetivas, recomendamos seguir essa primeira corrente por ela haver precedentes de 
Tribunais locais nesse sentido, como dão conta Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona 
Filho (2020, p. 230), embora entendamos que uma questão objetiva nesse ponto merece ser 
anulada diante da divergência doutrinária e da falta de julgado do STJ.
De outro lado, juristas de escol, como Flávio Tartuce (2020, p. 629) e Sílvio de Salvo Venosa, 
defendem ser irrelevante a face do bloco de onde potencialmente tenha partido a coisa caída. 
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Todos os condôminos devem suportar os ônus financeiros da condenação do condomínio, 
mesmo daqueles cujas unidades estejam no lado oposto àquele de onde procedeu a coisa 
caída. O fundamento dessa tese é a necessidade do que Venosa chama de pulverização dos 
danos na sociedade, de modo que todos os integrantes de um grupo devem responder pelos 
danos causados por um membro não identificado. Transcrevemos aqui as palavras do cérebre 
doutor pelas Arcadas Flávio Tartuce:
Dúvidas surgem (...) quanto à responsabilização dos condôminos que que estão do lado 
oposto de onde caiu a coisa. Entendemos, com Sílvio de Salvo Venosa, que todo o condomínio 
deve ser responsabilizado, não interessando de onde exatamente caiu o objeto. Para justificar 
seu ensinamento, o doutrinador fala em pulverização dos danos na sociedade, ensinando que, 
“assim, quando o dano é praticado por um membro não identificado de um grupo, todos os 
seus integrantes devem ser chamados para a reparação” (Direito civil..., 2003, p. 119).
Entendemos que é perfeitamente possível sustentar que o caso é de aplicação da tese da 
responsabilidade pressuposta, que busca, antes de qualquer discussão, reparar a vítima diante 
de uma exposição ao perigo ou ao risco. Em síntese, o condomínio deve reparar todos os pre-
juízos suportados pela pessoa atingida pelo objeto. Após a vítima estar devidamente reparada, 
está assegurado o direito de regresso do condomínio contra o eventual culpado.
Apesar do brilho dos juristas sectários dessa corrente, preferimos a outra por entendermos 
que a pulverização dos danos só deve ocorrer entre aqueles membros do grupo que potencial-
mente tenham causado o dano, de modo que não poderíamos onerar os moradores de unida-
des do lado oposto do bloco de onde procedeu a “coisa caída”. Para a vítima, não há prejuízo 
algum: ela poderá cobrar a indenização diretamente do condomínio. Para a comunidade con-
dominial, é que o repasse desse valor desembolsado pelo condomínio só poderá recair sobre 
os habitantes da face do prédio de onde pode ter procedido a coisa.
Por fim, nada impede que a vítima, no lugar de propor a ação contra o condomínio, endere-
ce o seu pleito contra cada um dos condôminos das unidades de onde potencialmente pode 
ter procedido a coisa. Entendemos que não há solidariedade entre os condôminos, porque ela 
não se presume, mas decorre de lei ou da vontade (art. 265, CC). A vítima só poderá cobrar a 
quota de cada um. Todavia, a dificuldade processual será notável, razão por que é melhor co-
brar do condomínio.
Queda de Pessoa Suicida
No caso de a queda ser de uma pessoa suicida que pulou de um prédio, e não de uma 
coisa, não se aplica o art. 938 do CC, pois este se aplica apenas para queda de coisas, e não 
de pessoas. Ainda que assim não fosse, o suicídio nessas hipóteses deve ser considerada um 
fortuito a excluir a responsabilidade objetiva do art. 938 do CC. Nesse caso, apenas o espólio 
do suicida responderá pelos danos causados a terceiros (Rosenvald, Farias e Braga Netto, 
2016, p. 593).
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Pode, porém, haver alguma outra norma que responsabilize terceiros por esse episódio, 
como o próprio art. 12 do CDC, que responsabilizaria o shopping solidariamente pelo dano 
sofrido por um consumidor que venha a ser atingido por um suicida que de um andar alto in-
terno do Shopping saltou no chão do térreo da parte interna do Shopping. Nesses casos, por 
se tratar de relação de consumo, dificilmente se poderá considerar uma hipótese de fortuito 
externo, pois nos parece ser risco interno à atividade de Shopping lidarcom essas espécies de 
potenciais suicidas que ameacem os consumidores.
2.2. CulpA
Depende de previsão legal
Culpa
É pressuposto da responsabilidade civil e 
abrange o dolo e a culpa stricto sensu
É dispensada na 
responsabilidade civil objetiva
A culpa em sentido amplo é um pressuposto da responsabilidade civil e abrange o dolo (in-
tenção deliberada) ou a culpa em sentido estrito (negligência, imprudência e imperícia). Se, to-
davia, a responsabilidade for objetiva – o que exigirá lei específica ou a aplicação da teoria do 
risco (art. 927, parágrafo único, CC) –, a culpa será dispensada para a responsabilização civil.
Vamos ver um caso concreto do STJ para ilustrar.
Empresa de vigilância responde por danos causados à instituição financeira que a contra-
tou apenas no caso de culpa. O contrato de prestação de serviço de vigilância constitui obri-
gação de meio, e não de resultado, de modo que a empresa de segurança deve envidar todos 
os esforços possíveis para coibir assaltos às agências bancárias. Não se trata de obrigação 
de resultado, sob pena de desfigurar esse contrato de vigilância em um contrato de seguro. 
Na análise da culpa, é preciso considerar que a empresa de segurança tem de observar as 
restrições de armamento impostas pela legislação específica (Lei n. 7.102/1983), o que limite 
o seu poder de ação. Por isso, o STJ isentou de responsabilidade, por falta de culpa, a empresa 
Congelseg Vigilância Privada Ltda numa ação proposta pelo Banco do Brasil com o objetivo de 
obter, a título de indenização, valor superior a um milhão de reais em razão de assalto realiza-
do em agência bancária por bandidos fortemente armados e disfarçados de funcionários de 
empresa de transporte de valores. O STJ entendeu que o fato de o segurança ter destravado 
espontaneamente a porta para os bandidos disfarçados não configura culpa, pois, se tivesse 
mantido as portas fechadas, é certo que os bandidos fortemente armados adentrariam a agên-
cia ceifando a sua vida e dos clientes (STJ, REsp 1329831/MA, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis 
Felipe Salomão, DJe 05/05/2015).
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2.3. nexo CAusAl
Teoria da equivalência das 
condições (conditio sine qua non)
Teoria da causalidade adequada
Teoria do dano direito e imediato
TUDO que concorre para o dano 
é considerado CAUSA
Não adotada pelo CC
Deve haver entre a conduta e o dano uma 
relação de causa e efeito direta e imediata
Dano remoto não será indenizado
Há nexo causal em qualquer circunstância 
que seja apta para ocasionar o dano sob a 
ótica da experiência comum.
Somente havendo previsão legalNexo 
causal
Responsabilidade por conduta de 3º
A conduta deve ter sido a causa do dano
Teorias do nexo causal
O nexo de causalidade consiste na necessidade de a conduta do agente ter sido a causa do 
dano. Não há responsabilidade civil se o dano tiver sido causado por outro fato não relaciona-
do com a conduta do agente. Assim, ninguém pode ser condenado a indenizar dano causado 
exclusivamente por uma conduta de terceiro, salvo se houver lei (como nos casos de respon-
sabilidade por ato de terceiro nas hipóteses do art. 932 do CC).
Há ampla margem de subjetividade na definição do nexo causal em cada caso concreto, 
o que gera intenso debate na doutrina e na jurisprudência. Na doutrina, há várias teorias do 
nexo causal, conforme abordaremos a seguir. Os tribunais oscilam entre as teorias e, no STJ, 
há precedentes tanto a favor da teoria da causalidade quanto em prol da teoria do dano direto 
e imediato. Ao nosso sentir, preferimos a teoria do dano direto e imediato, pois, além de estar 
no art. 403 do CC, abrange elementos das demais teorias.
2.3.1. Teorias do Nexo Causal
Teoria da Equivalência das Condições ou da Conditio Sine Qua Non
Aluno(a), resolva esta questão:
006. (CESPE/JUIZ/TRF-2ª/2009) O Código Civil adota a teoria da equivalência dos antece-
dentes causais, para fins de indenização.
Embora haja controvérsia acerca de qual teoria foi adotada, a doutrina é majoritaríssima no 
sentido de que a teoria da equivalência dos antecedentes causais não foi a adotada pelo CC.
Errado.
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Vamos tratar mais do tema.
Pela teoria da equivalência das condições, também batizada de teoria da conditio sine qua 
non ou de teoria da equivalência dos antecedentes causais, toda e qualquer circunstância é 
considerada causa, se tiver concorrido para o dano. Sem qualquer delas, o dano não ocorreria. 
Critica-se essa teoria por ela chancelar uma cadeia causal infinita. Em tese, o fabricante de uma 
arma teria vínculo causal com todos os assassinatos ocorridos no mundo com uso de suas 
armas, pois, sem a fabricação da arma, o crime não teria ocorrido, o que é um despropósito.
Apesar da sua insuficiência, a teoria da equivalência das condições pode ser usada como 
uma triagem inicial do caso: se um caso concreto não passa por essa teoria, não poderá pas-
sar pelas demais, que são mais rigorosas na caracterização do nexo causal.
Teoria da Causalidade Adequada
Pela teoria da causalidade adequada, há nexo causal em qualquer circunstância que, se-
gundo a experiência comum3, seja apta para ocasionar o dano. Entende-se por “apta” aquela 
circunstância que seja necessária e determinante para o dano. Critica-se essa teoria por ela 
não contemplar determinadas situações, como, por exemplo, a de alguém que desferiu um 
“cascudo” na cabeça de uma pessoa que, sem ciência do agressor, possuía uma abertura na 
caixa craniana e que veio a falecer. Em princípio, a conduta “cascudo” não é apta, segundo a 
experiência comum, para causar o dano “morte”, de modo que, pela teoria da causalidade ade-
quada, não haveria nexo causal, o que livraria o agressor de responder pelos danos causados 
pela morte. Nesse caso, ele poderia responder apenas por uma eventual lesão corporal, que 
seria o resultado que um “cascudo”, segundo a experiência comum, geraria.
Seja como for, a teoria da causalidade adequada é útil e já foi utilizada pelo STJ. Por exem-
plo, o STJ reconheceu que Park Shopping (um dos maiores Shoppings de Brasília/DF) responde 
por avarias causadas por assaltantes durante fuga policial em veículo de cliente do shopping. 
A conduta do Shopping em falhar no seu serviço de guarda e vigilância do veículo consumidor 
foi determinante para que os bandidos, durante fuga policial, atingissem o veículo do consumi-
dor (STJ, EDcl no AgRg no AREsp 790.643/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, 
DJe 01/07/2016).
Igualmente, o STJ livrou empresa televisiva vinculada ao SBT de pagar indenização em um 
caso em que uma criança que, após ver um programa em que um mágico ateava fogo em si 
mesmo e não se queimava, combinou com o seu irmão – também criança – de imitar a mágica 
em casa e, com uso de álcool e fogo, ateou fogo nele. O STJ entendeu que, embora o programa 
tenha inspirado as crianças, ele não era causa adequada para causar o dano: a queimadura 
dos irmãos. Em princípio, o sinistro foi causado pela omissão dos pais em não se manterem 
perto dos filhos e pela conduta deles de deixar substâncias inflamáveis ao alcance da criança. 
Assim, com base na teoria da causalidade adequada, o STJ afastou a responsabilidadedo SBT 
(STJ, REsp 1067332/RJ, 4ª Turma, Rel. Ministro Marco Buzzi, DJe 05/05/2014).
3 Grosso modo, o bom senso.
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Teoria do Dano Direto e Imediato
A teoria do dano direto e imediato representa um meio-termo das duas teorias anteriores (a 
da equivalência das condições e a da causalidade adequada). Essa teoria foi adotada expres-
samente pelo NCC, conforme art. 403. Deve haver, entre a conduta e o dano, uma relação de 
causa e efeito direta e imediata. O dano é efeito direto e imediato de determinada causa. Por 
essa razão, não é indenizável o dano remoto, assim entendido o decorrente de consequência 
indireta da conduta, por ausência de nexo causal a luz da teoria dos danos diretos e imediatos.
O STJ analisou o seguinte caso. Um adolescente havia fugido há oito dias do centro de 
internação no qual cumpria uma medida socioeducativa sob regime de semi-liberdade e, em 
tiroteio com um desafeto, atingiu mortalmente uma terceira pessoa por erro de mira. O STJ 
entendeu que o Estado não poderia ser responsabilizado civilmente por essa morte, pois a sua 
conduta omissiva (não ter evitado a fuga do adolescente) não foi a causa direta e imediata do 
dano (a morte). Se, porém, a morte de um terceiro tivesse ocorrido durante um tiroteio entre a 
polícia e o fugitivo durante a fuga, poder-se-ia falar em nexo causal. Todavia, na espécie, já ha-
via vários dias da fuga (STJ, REsp 858.511/DF, 1º Turma, Rel. Ministro Luiz Fux, Rel. p/ Acórdão 
Ministro Teori Albino Zavascki, DJe 15/09/2008).
2.4. dAno
Lei tem conceitos abertos
Princípios criam novas 
modalidades de dano indenizável
Dano moral
Dano material
Dano estético
Dano existencial
Perda de uma chance
Perda do tempo útil
Dano
Nem todos são 
juridicamente 
indenizáveis
Principais 
danos 
indenizáveis
Nem todos os danos são juridicamente indenizáveis. Só o são aqueles que se enquadrarem 
naquelas espécies de danos indenizáveis admitidos na lei. A lei, todavia, tem categorias muito 
abertas (como o dano moral), além de a utilização de princípios jurídicos para criar novas espé-
cies de danos indenizáveis (como o dano existencial) gerar um maior grau de subjetividade. O 
enquadramento dos danos como indenizáveis e não indenizáveis geram muitas controvérsias 
por conta dessa abertura dos tipos legais.
Assim, por exemplo, o descumprimento de um contrato gera um aborrecimento no credor, 
mas esse aborrecimento não necessariamente caracterizará um dano indenizável. Em regra, 
trata-se de mero aborrecimento, que é um dano não indenizável. Excepcionalmente, porém, 
esse aborrecimento pode caracterizar um dano indenizável, na modalidade do dano moral.
Aguardar na fila de um banco é um aborrecimento, que é um dano não indenizável, salvo se 
houver um tempo excessivo de espera.
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Há muitos danos na vida que não são indenizáveis.
Os principais danos indenizáveis são os danos material, moral, estético e existencial, além 
da perda de uma chance e da perda do tempo útil.
2.4.1. Dano Material
Dano Emergente e Lucros Cessantes
Efetivo desfalque patrimonial
Aquilo que a vítima 
razoavelmente deixou de lucrar
Exige prova de que foram 
frustrados proveitos econômicos
Dano 
material
Dano 
emergente
Lucro 
cessante
O dano material corresponde a danos patrimoniais. Podem ser divididos em duas espé-
cies: os danos emergentes e aos lucros cessantes (art. 402 do CC4).
O dano emergente é o efetivo desfalque patrimonial, é o efetivo prejuízo, é a efetiva dimi-
nuição patrimonial sofrida pela vítima, é o dano patrimonial que emerge do evento danoso. No 
caso, por exemplo, de uma batida de carro, o valor do conserto do carro e das despesas médi-
co-hospitalares para o passageiro lesionado é um dano emergente.
Lucro cessante, também chamado de dano negativo ou dano frustrado, corresponde àquilo 
que a vítima razoavelmente deixou de lucrar. É a frustração de um lucro razoável, ou seja, é a 
perda de um lucro esperado. Decorre da constatação de que, presumindo que os fatos se de-
senrolariam no seu curso normal (tendo em conta os antecedentes), a vítima deixaria de lucrar 
aquilo que, à luz do bom senso, lucraria.
Não se trata de dano meramente hipotético ou fantasioso. Os lucros cessantes precisam 
ser razoáveis, o que exige prova de que foram frustrados proveitos econômicos que, à luz do 
bom sendo, adviria naturalmente de uma atividade que foi interrompida pelo agente. A existên-
cia de antecedentes causais reforça a razoabilidade, mas não é requisito essencial.
A definição é aberta, o que gera controvérsias na jurisprudência em cada caso concreto.
Vamos ver alguns casos concretos.
4 O art. 402 do CC vale-se da expressão “perdas e danos”, que nos parece atécnica pela sinonímia dos dois termos coorde-
nados (Gonçalves, 2011, p. 356). Preferimos simplesmente utilizar o termo “dano”.
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DIREITO CIVIL
Ganho que o aluno teria com a atividade profissional 
não pode ser pleiteado a título de lucro cessante
Média de lucro percebido pode ser 
cobrada a título de lucro cessante
Lucro que seria obtido com aumento 
da produção industrial NÃO 
caracteriza lucro cessante
Aquilo que a vítima 
razoavelmente deixou de lucrar
Exige prova de que foram 
frustrados proveitos econômicos
Não é lucro cessante, mas mero 
dano hipotético
Não se pode presumir que a 
empresa teria sucesso
Produtos agropecuários que a empresa 
poderia transportar com o veículo
Pode ser cobrada a título de lucro 
cessante
Impossibilidade de exercer sua 
atividade até a cura
É considerado lucro cessante
Casos concretos 
de lucros 
cessantes
Atraso na entrega 
de um imóvel
Frustração do início 
de uma empresa
Atraso no término 
de um curso
Danos causados a 
profissionais autônomos
Recusa da seguradora em 
reparar veículo segurado 
de empresa agropecuária
Paralisação da atividade 
de posto de gasolina
Falta de repasse de recursos para 
ampliação de parque industrial
Atraso na Entrega de um Imóvel: Aluguéis e Rendas de uma Hipotética Ati-
vidade
O atraso na entrega de um imóvel pelo devedor, como no caso de um inquilino que tinha 
de restituir o bem ou no de um vendedor que tinha de entregar as chaves para o comprador, 
causa ao credor lucros cessantes correspondentes aos alugueis que seriam percebidos com a 
entrega do imóvel. É compatível com o bom senso que o credor, ao receber o imóvel, iria fruir 
dele pessoalmente, ainda que essa fruição consista em simplesmente deixar o imóvel fechado 
por fútil capricho. Essa fruição tem um valor econômico: o valor de aluguel.
Todavia, não podem ser considerados, como lucros cessantes, a renda que o credor teria 
explorando economicamente o imóvel, abrindo, por exemplo, um comércio, pois aí se tem um 
dano meramente hipotético. Não é compatível com obom senso presumir que o credor haveria 
de conseguir abrir um comércio e, ainda por cima, obter lucro com isso (STJ, REsp 194.483/RN, 
5ª Turma, Rel. Ministro Felix Fischer, DJ 12/04/1999).
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Frustração do Início de uma Empresa vs Lucros Cessantes
A frustração do lucro que seria percebido com o início de uma atividade empresarial não 
é lucro cessante, e sim mero dano hipotético, pois não é razoável presumir que o sucesso de 
uma nova atividade empresarial, especialmente levando-se em conta que, no Brasil, é pequena 
a chance de sucesso das novas empresas (STJ, REsp 253.068/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Ari Par-
gendler, DJe 04/08/2003).
Atraso no Término de um Curso: Renda Hipotético em Atividade
No caso de demora no término de um curso por culpa da instituição de ensino, não pode 
pleitear, a título de lucros cessantes, o ganho que o aluno teria com uma atividade profissional 
que seria exercida com base no curso. Trata-se aí de dano meramente hipotético, pois não é 
razoável presumir que a vítima, caso terminasse o curso no prazo inicialmente previsto, iria per-
ceber lucros em uma atividade profissional baseada na titulação obtida (STJ, REsp 615.203/
MS, 4ª Turma, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, DJe 08/09/2009).
Dano Causado A Profissionais Autônomos: Renda Perdida Durante O Perí-
odo De Convalescença
No caso de profissional autônomo que, por conta de uma dano físico, fica inabilitados a 
exercer sua atividade profissional até a sua cura, há lucros cessantes correspondentes à média 
da renda que, até a data do dano, o profissional percebia (STJ, REsp 971.721/RJ, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 22/03/2011).
Recusa da Seguradora em Reparar Veículo Segurado de Empresa Agrope-
cuária: Lucros Cessantes pela Indisponibilidade do Bem
Empresa agropecuária que fica sem veículo essencial à sua atividade econômica por culpa 
da seguradora – que recusou indevidamente cobrir a reparação desse veículo – pode pleitear, 
a título de lucros cessantes, o valor correspondente aos produtos agropecuários que, com o 
veículo, a empresa poderia transportar para venda (STJ, REsp 1056295/RJ, 3ª Turma, Rel. Mi-
nistra Nancy Andrighi, DJe 18/02/2009).
O STJ já aceitou, em outro caso, esses lucros cessantes contra a seguradora por negativa 
indevida a cobertura de veículos importantes para a atividade normal do segurado (STJ, REsp 
593.196/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro Hélio Quaglia Barbosa, DJ 17/12/2007).
Paralisação da Atividade de um Posto de Gasolina vs Lucros Cessantes
Posto de gasolina cuja atividade é interrompida por incêndio sofre, como lucros cessan-
tes, durante o período necessário para a reconstrução, a média dos lucros que ele percebia 
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DIREITO CIVIL
antes do sinistro (STJ, REsp 1110417/MA, 4ª Turma, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 
28/04/2011).
Falta de Repasse de Recursos para Ampliação de Parque Industrial: Lucro 
que Seria Percebido
No caso de indevida falta de repasse de recursos pelo banco financiador para empresa que 
promoveria a ampliação do parque industrial, o lucro que seria percebido com o aumento da 
produção industrial após essa obra não configura lucro cessante, mas caracteriza mero dano 
hipotético, que não é indenizável (STJ, REsp 846455/MS, 3ª Turma, Rel. Ministro Castro Filho, 
Rel. p/ Acórdão Ministro Sidnei Beneti, DJe 22/04/2009).
2.4.2. Dano Moral
Direto
Indireto
Lesão causada diretamente ao 
direito de personalidade
Lesão a um bem patrimonial que causa 
dano a um bem extrapatrimonial
Dano 
moral
Atraso na entrega 
de um imóvel
Frustração do início 
de uma empresa
Dano moral é uma lesão a um direito da personalidade. Não é a mera tristeza e angústia. 
Se alguém sofre angústia por ver uma criança ser atropelado, não necessariamente sofre dano 
moral, pois isso não implica direito da personalidade. Se, porém, nesse caso, a criança atro-
pelada fosse filha do telespectador, haveria dano moral, pois a morte da criança implicou a 
violação de um direito da personalidade deste telespectador (o direito relacionado ao vincula 
familiar).
Dano Moral Direto e Indireto
O dano moral pode ser classificado como direto ou indireto.
O dano moral direto é lesão causada diretamente ao direito da personalidade, como no 
caso de alguém xingar outrem.
O dano moral indireto é uma lesão a um bem patrimonial, mas que causa um dano a um 
bem extrapatrimonial. Ex.: perda de um bem com valor afetivo. Nesse caso, é cabível indeni-
zação pelo dano moral indireto (pelo valor afetivo da coisa). O art. 952, parágrafo único, do CC 
estabelece que o valor de afeição da coisa não pode exceder o preço ordinário da coisa, no 
caso de usurpação ou esbulho de coisa alheia. Sobre o tema, anota Rui Stoco (2011, p. 1.436):
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A previsão da lei de ‘preço de afeição’ é feita tendo em conta que alguns objetos pessoais em uso 
há longos anos já não têm valor material, senão e apenas afetivo. Nesta hipótese, estima-se o valor 
de modo mais ou menos aleatório, desde que não supere o valor que o bem alcançaria se tivesse 
que ser comprado.
Arbitramento do Valor do Dano Moral
1º) Fixa valor básico 
baseado em precedentes
2º) Aumenta ou diminui 
o valor com base no caso 
concreto
Dimensão do dano
Culpabilidade do 
agente
Culpa concorrente
Condição econômica 
do ofensor
Condições pessoais 
da vítima
Insuscetível de reparação integral
Leva em conta a 
função punitiva 
e preventiva da 
indenização por 
dano moral 
Leva em conta a 
função punitiva 
e preventiva da 
indenização por 
dano moral
Arbitramento 
do valor do 
dano moral
STJ - método 
bifásico
Bem violado 
é imaterial
Tendência de TARIFAMENTO 
do dano moral
O valor da indenização por dano moral é mais ou menos aleatório, pois o bem violado é 
imaterial (direito da personalidade) e, portanto, insuscetível de uma reparação integral. O valor 
pecuniário da indenização apenas destina-se a atenuar a lesão extrapatrimonial. O arbitramen-
to não pode ser tão alto a ponto de expor o causador do dano a um “inferno de severidade”5, 
nem tão baixo de tal modo a estimular reincidências.
O STJ desenvolveu o método bifásico como critério para o arbitramento do valor do 
dano moral (STJ, REsp 959.780/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 
06/05/2011). Por esse método, a liquidação do dano moral ocorre em duas etapas.
Em um primeiro momento, fixa-se um valor básico com base no estudo dos precedentes 
dos Tribunais em casos análogos. Atenta-se aí essencialmente para o bem jurídico lesado para 
fixar uma indenização básica.
Em uma segunda etapa, aumenta-se ou diminuiu esse valor-base a partir da análise das 
particularidades do caso concreto, de modo a fixar o valor final da indenização. Por esse cri-
tério bifásico, o valor da

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