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PATOLOGIAS DA REPRODUÇÃO
PATOLOGIAS DE OVÁRIO:
São divididas em:
1. Alterações de desenvolvimento: Se desenvolve de maneira inadequada, o animal nasce
com isso,é de origem embrionária, alteração na estruturação do órgão. São hereditárias.
2. Alterações Circulatórias: algum tipo de alteração circulatória no ovário. São 3 tipos de
alterações. Nem sempre trazem problemas reprodutivos, porém, não são fisiológicas.
3. Alterações inflamatórias: é a ooforite, inflamação do ovário. Não é tão comum de
acontecer, mas ocorre nas fêmeas, especialmente em algumas condições infecciosas,
como tuberculose, BVD, brucelose.
4. Alterações Estruturais: são as mais comuns. Podem ser divididas em:
• Regressivas
Cistos: são consideradas patologias regressivas e é a que mais acomete todas as espécies.
Tem a possibilidade de regredir à condição e estabelecer a saúde do animal.
• Progressivas
Ex: tumores, neoplasias.
1) Patologias de desenvolvimento:
As mais importantes são:
A. Agenesia ovariana: Ausência de ovário. Raro, mas é mais comum em bovinos e cadelas.
Pode ser uni ou bilateral, unilateral o animal ainda produz hormônios, têm comportamentos
reprodutivos. Quando é bilateral os animais são inférteis, têm alteração na genitália externa.
B. Ovários supranumerários e ovários acessórios (são distintos entre si): Ovários
supranumerários podem ser 3 ovários, podem ser ativos ou não, além de terem uma tuba
ativa acompanhando os 3 ovários. Ovário acessório é tecido ovariano que está aderido ao
ovário ou a outra estrutura próxima ao ovário (como os ligamentos do ovário, ligamento do
útero). Não é incomum que animais com ovário supranumerário/acessório tenham tumores.
É comum ter cadelas castradas que continuam em manifestação de cio, isso é causado por
falha na técnica cirúrgica (remanescência de tecido ovariano) ou ovário supranumerário. A
resolução disso é a retirada do útero, do tecido ou do ovário propriamente dito.
C. Hipoplasia: É a mais importante das alterações do desenvolvimento. É diagnóstico
diferencial de hipotrofia e/ou ovário afuncional, acontece no caso de anestro. Fêmeas em
lactação, em déficit nutricional, entram em anestro e o ovário fica afuncional, se a fêmea
permanece muito tempo de manejo inadequado, pode chegar a ponto de hipotrofiar o
ovário. Quando passa dos 60 dias pós parto tem que fazer algum tipo de tratamento,pois
pode evoluir para uma hipotrofia.
Ovário afuncional: não tem folículos e nem CL ativo.
• A hipoplasia pode ser confundida com ovário afuncional, principalmente nos casos onde a
hipoplasia é bilateral. Hipoplasia é hereditária, não é comum, e essa alteração é passada
tanto para os machos quanto para as fêmeas. Não tem tratamento. Altera as taxas de
fertilidade do rebanho/eficiência reprodutiva; Por isso, é muito importante olhar o histórico
do rebanho.
• A hipoplasia pode ser:
-Bilateral total ou parcial, o bilateral total é infertil; o parcial é subfértil
*Geralmente também têm alterações na genitália/genitália infantil
-Unilateral total ou parcial
• Por isso, independente da hipoplasia ser no macho ou na fêmea, o ideal é que o animal
seja eliminado do rebanho. A hipoplasia geralmente é vista a longo prazo, quando a
hipoplasia foi disseminada ao longo do rebanho. É um quadro incomum, mas muito
importante. Hipoplasia é vista como queda de produção, ou o animal vai ser infértil ou
subfértil e isso não agrega no rebanho.
• Ex: fêmea com problemas reprodutivos→ se fizer protocolo hormonal e favorecer a
reprodução (nutrição, sanidade) e ela não ficar prenha, deve-se se atentar a hipoplasia
• É mais importante e comum em ruminantes. São ovários pequenos e lisos (mas pode ser
rugoso também). No USG não encontra folículo, CL. Se fizer protocolo hormonal o animal
não responde, ou responde pouco, dependendo do tipo de hipoplasia. Se fizer manejo
nutricional correto e animal responder é sinal de ovário afuncional. Diagnóstico é
basicamente clínico: com histórico do rebanho + ovários lisos/rugosos à palpação.
Dependendo se for uni ou bilateral vamos ver diversas condições reprodutivas e de
ciclicidade. Quando é hipoplasia bilateral geralmente tem comprometimento da genitália
(genitália infantil), além do animal ser infértil.
2) Patologias circulatórias:
A. Folículos hemorrágicos: Não é uma condição fisiológica. Folículo anovulatório
hemorrágico, onde ele se encheu de sangue, e estava se desenvolvendo, mas parou de
crescer, reduz a eficiência reprodutiva porque não se espera embrião dele. Não é comum
em outras espécies, mas na égua sim. Na fase de transição de primavera/verão (onde há
saída do anestro do inverno para começar a ovular no verão), é muito frequente a formação
desses folículos hemorrágicos. Nessas fases de transição de inverno para primavera (saída
do anestro e início da estação de monta) bem como na fase de saída da estação de monta
e início do anestro (verão para outono) é muito comum a formação de folículo hemorrágico.
• Causas do folículo hemorrágico: não há causa correta, mas sabe-se que nesses períodos
de transição há queda nas concentrações de LH, assim, forma-se o folículo hemorrágico.
Quando há a primeira ovulação e primeiro pico de LH, o folículo hemorrágico é rompido. É
muito comum ter muita chuva durante a estação de monta, além de ter diminuição da
intensidade luminosa devido ao clima nublado. Além disso, o estresse ambiental dos
animais a pasto, como o manejo nutricional também podem contribuir para isso. Por isso, é
comum as éguas apresentarem folículo hemorrágico durante esse período
• Obs: alguns folículos hemorrágicos tem pontos de luteinização, assim, pode-se usar
prostaglandina para lisar
B. Corpo lúteo hemorrágico: é uma estrutura cheia de sangue e que vai se diferenciar em
CL. Não é uma patologia, é uma condição fisiológica do ovário, onde tem a transição do fol.
ovulatório e antes de virar o CL, vira um CL hemorrágico. Dura por tempo diferente
conforme a espécie. Na maioria das vezes o folículo hemorrágico dura pouco tempo, 1 ou 2
dias mais ou menos, a única espécie em que o folículo hemorrágico dura mais é na égua,
devido ao tamanho (30mm, mas alguns podem ovular com 70 mm). A égua demora mais
para formar o corpo lúteo, exatamente por ser maior, proporcionalmente é o dobro de um
CL hemorrágico de outras espécies. Diferenciar do foliculo hemorrágico.
C. Hemorragia ovariana: Hemorragia do ovário.
Enucleação de CL: quando tem corpo lúteo persistente e que vira um cisto. As fêmeas
podem estar ciclando o e CL não vai embora. Logo tem persistência de p4 alta e com isso
não tem secreção de LH, não tendo ovulação.
Como não tinha tantos protocolos hormonais, era comum espremer o corpo lúteo com as
mãos e então a hemorragia, a ponto de ter choque hipovolêmico. Hoje em dia a retirada é
farmacológica. Além da hemorragia, é muito comum que os animais que passem por
enucleação de CL terem também aderências de ovários, dificultando a captação do oócito.
Enucleação não é recomendado, tem procedimentos farmacológicos que resolvem a
situação. A enucleação é muito comum para as vacas, em éguas isso não é comum, pois o
CL é incluso, na palpação não consegue sentir o CL de éguas e então não consegue ser
enucleado.
Aspiração de folículo: as fêmeas têm maior tendência a ter aderência ovariana. Usada com
frequência em bovinos, em fertilização, onde aspira os folículos dela, com a ultrassom
transvaginal, com agulha com sistema de vácuo que localiza o fol. e suga.
3) Patologias inflamatórias:
São as ooforites e aparecem em quadros infecciosos: tuberculose, brucelose, BVD. Pode
acometer os macho, inflamação nos testículos. Pode acontecer por manejo de aspiração
folicular e palpação. As ooforites não são comuns, e dependendo da causa o animal é
retirado da reprodução temporariamente ou não. Ex: infecciosos (animal descartado), por
aspiração (geralmente não descartado)
4) Alterações estruturais:
A) Regressivas:
Hipotrofia ovariana: importante e encontrada mais em bovinos. isso é em função do manejo
inadequado, estresse, déficit calórico, mas pode acontecer em qualquer espécie.isso gera
o anestro pós parto, por conta de um ovário afuncional, ou seja, não tem fol, não tem CL e
não tem ciclo estral funcionando, são fêmeas que permanecem em anestro patológico (o
fisiológico acontece na gestação). Ovário afuncional é muito comum em bovinos. Se for um
anestro nutricional precisa arrumar a nutrição do animal/manejo. Na hipotrofia é preciso
repensar as condições de manejo para melhorar a reprodução do animal/retorno ao cio.
Fibrose: Muito comum nos animais que são aspirados muitas vezes, animais mais velhos
(porque o CL quando se torna albicans vira uma cicatriz no ovário, quanto mais velha, mais
tecido fibrosado ela tem). Não tem tratamento.
Cistos: Há 2 tipos principais de cistos (folicular e luteínico), mas existem outros tipos:
-Folicular: folículo atinge/passa do tamanho ovulatório, mas não ovula. Presença de folículo
maior que 20 mm, que perdura por mais de 10 dias sem a presença de um corpo lúteo.
Cadela, suína e vaca são comuns; égua não é comum porque o folículo que permanece
sem ovular acaba virando fol. hemorrágico. As fêmeas com cisto folicular geralmente não
tem pico de LH, não consegue desenvolver a quantidade suficiente de LH e não ovula e
isso pode ser causado por má nutrição (a fêmea, ao invés de ter ovário afuncional,
desenvolve um folículo que não ovula). Uma fêmea em condição nutricional inadequada
pode apresentar vários aspectos do ovário, tanto um ovário que não produz estrutura
nenhuma, quanto um ovário que persiste as estruturas que foram produzidas, seja folículo
ou CL. Cisto folicular é muito comum em fêmeas no pós parto, onde crescem o fol. acima de
20 mm, perdurando por mais de 10 dias. Quando tem CL ativo, tem P4 alta bloqueando o
eixo, não fazendo a ovulação. Quando a fêmea não tem CL ativo, não tem por que esse
cisto permanecer. Na maioria das vezes o folículo é ativo e são grandes, produzindo muito
estrógeno, por isso é comum as fêmeas apresentarem hiperestrogenismo (ninfomania, cios
prolongados; alterações na genitália; muco em maior quantidade, podendo ocasionar
mucometra- acúmulo de muco dentro da luz do útero e que pode levar a infecção
secundária-). As fêmeas também podem apresentar edema de clitoris, vulva edemaciada
Tratamento: aplicar hormônio que estimula descarga de LH ou hormônio que faça o papel
do LH. Análogos de GNRH vão estimular o hipotálamo a secretar um pico de LH. Ou a HCG
(gonadotrofina coriônica humana, produzida na placenta de mulheres) é um hormônio
análogo ao LH, que se liga aos receptores de LH e faz a função do LH. Ambos promovem a
luteinização do folículo.
Tem duas possibilidades para associar a esses tratamentos: Tratamento prévio por
progesterona/ fazer o bloqueio da progesterona- usando o implante de P4 consegue
sensibilizar o animal, os receptores do animal para o estrógeno e ter uma descarga de LH
mais eficiente, e depois de retirar associa com um pico de LH exógeno, garantindo que o
folículo vai estar mais luteinizado. Outra forma seria associar uma prostaglandina, pois
muitas vezes, os cistos foliculares, por mais que tenham uma expressão maior de
estrógeno, também há cistos foliculares com células luteinizadas (devido a P4), então usar
prostaglandina ajuda no processo.
-Luteínico: é um corpo lúteo persistente. Na maioria das vezes é causada pela
deficiência/ausência de prostaglandina. A fêmea apresenta anestro comportamental, porque
a P4 está alta e o folículo não cresce e não tem secreção de estrógeno. Tem o
comportamento sexual inexistente por um período, sem receptividade;. Na palpação o CL é
grande (maior que 20 mm) durante muito tempo
Tratamento: análogos de prostaglandina que fazem a lise do CL. Se tem um cisto luteínico
tem que fazer aplicação de prostaglandina para a retirada farmacológica dele e a fêmea
voltar ao cio. Mas é importante mudar o manejo nutricional, porque o cisto luteínico pode ser
associado a deficiências nutricionais.
Por que o manejo nutricional é importante? Animais em condições nutricionais inadequadas
não produzem hormônios esteroidais/gonadotropinas em quantidades suficientes, e o
metabolismo hepático fica alterado, acelerado, atrapalhando os hormônios, de forma que
não cheguem em quantidade suficiente aos ovários.
-Corpo lúteo cístico/cavitário: É um CL que formou uma cavidade. Muitos produzem P4 em
quantidade normal. Como é uma cavidade sem massa luteal, acreditava-se que os corpos
lúteos císticos produziam P4 em quantidade insuficiente. A partir de estudos descobriu-se
que a área produtora de P4 é menor, mas que a densidade de células produtoras de P4 é
maior, assim a quantidade total de P4 produzida continua a mesma. Não é patológico, pode
ter deficiência de P4 ou não, mas no geral, a produção é normal e até aumentada.
-Cisto luteinizado: É um cisto folicular que luteinizou. Difícil diagnosticar, principalmente na
palpação, é mais fácil por ultrassom. É um folículo que não ovulou, mas que começou a
luteinização. O folículo apresenta borda espessa e interior bem escuro quando avaliado no
ultrassom. Esse cisto produz P4.
Tratamento: prostaglandina, podendo associar com GNRH e P4.
B) Progressivas: Tem vários tumores de ovário, mas um é mais comum, o tumor de células
da granulosa, comum para todas as espécies. São fêmeas que tendem a ter aumento
expressivo na quantidade de estrógeno e muitas vezes aumento de testosterona. As
fêmeas têm aumento do comportamento sexual (ninfomania), além de terem
comportamentos sexuais de macho (reflexo de Fleming, monta), hipertrofia de clitoris,
aumento de pêlos na vulva, começam a ter as características morfológicas de macho
mesmo. É de difícil diagnóstico, porque tem outros tumores que podem ter esses sinais
clínicos também. O aumento de estrógeno pode se dar ao ovário acometido pelo tumor ou
não, então é difícil diagnosticar por dosagem de hormônio. O tumor de células da granulosa
pode estar associado ao luteoma/tecoma (tumor das células luteais, tumor de CL) e observa
o aumento de E2 e testosterona. O diagnóstico é baseado no histórico, onde as fêmeas
apresentavam comportamento normal e depois passam a apresentar alterações, falhas no
ciclo estral, mantém estro no período prolongado, ovário trabeculado na palpação, cheio de
cistos/folículos, aparência de colméia.
Tumor de células da granulosa: macroscopicamente é um ovário cheio de cistos (ovário
com aparência de colmeia).O tecoma a parede é mais denso, com menos cistos. Hoje em
dia é chamado de tumor das células da granulosa/teca, pois estão associados
Diagnóstico final é por histopatologia, apesar de ter como fazer a dosagem de estrógeno
também, mas não é garantido. O tratamento é a retirada do ovário, quando se retira o ovário
contralateral ao acometido o animal volta a ciclar normalmente.
Teratoma ovariano: tecido embriologicamente diferente do que era esperado naquele local,
como cabelos, outro tecido formado dentro dele. Não é hormonalmente ativo. E o
tratamento é a retirada dos ovários, porque evita progressão de um estado benigno para
maligno.
_________________________________________________________________________
01/09/2021
PATOLOGIAS DE TUBA UTERINA
**
Tuba uterina: não são comuns, não são frequentes e com diagnóstico difícil de ser feito.
Porém tem impacto na fertilização muito grande, já que a fertilização ocorre na tuba.
Não são comuns e frequentes, e tem diagnóstico difícil, pois é uma estrutura pequena,
delgada e de difícil palpação. É possível pensar em tuba com afecção depois de descartar
patologias em ovários e útero. Apesar de pouco frequente, as alterações em tuba uterina
comprometem a fertilidade de forma importante, pois ali acontece a fertilização, além dos
eventos espermáticos e oocitários. A tuba não é fácil de ser avaliada, mas em eventos
inflamatórios a anormalidade da tuba fica mais evidente à palpação
São divididas em:
1) Alterações de desenvolvimento:
pode ter tuba acessória, agenesia, aplasia segmentar são as principais patologias de
alteração de desenvolvimento. Tuba acessória gera cisto como consequência, e
compromete a tuba principal, obstruindoa passagem do oócito com o sptz. Agenesia
encontra-se em pseudo hermafroditismo, Aplasia é raro e pode acontecer em animais que
têm pseudo hermafrodita, free martin, sendo que essa aplasia pode ser bi ou unilateral,
única ou múltipla. Comum em casos de intersexo.
As 3 principais são:
A) Tuba acessória: raro acometimento, mas com frequência gera cistos, o que obstrui a
passagem dos ovários para o útero, assim, oócito e espermatozóide não conseguem passar
pela tuba.
B) Agenesia: muito raro. Geralmente acontece em fêmeas freemartin e
pseudo-hermafroditismo, especialmente pseudo-hermafrodita macho.
C) Aplasia segmentar: raro. Acontece em animais com problemas de desenvolvimento
sexual (pseudo-hermafroditas, hermafroditas, free-martim). Essa aplasia pode ser uni ou
bilateral, única ou múltipla
2) Alterações circulatórias: pouco frequente, não tem ocasiões que tem trauma ou
hemorragia que vai acontecer em tuba, comum em ovário e útero.
3) Alterações inflamatórias/salpingites: em caso de tuba, a salpingite é a principal e mais
frequente em vacas e éguas. A inflamação está relacionada com uma infecção ascendente,
tem uma origem uterina que leva a infecção tubárica, a salpingite. As bactérias contaminam
o útero e acabam contaminando a tuba. A salpingite é baseada em histórico, com queda de
fertilidade e por palpação, mas não é fácil de identificar. Staphylococcus, Streptococcus, e
E. coli são as principais agentes bacterianos. O problema é que começa acumular fluidos e
isso leva a um a piossalpinge, que é o acúmulo de pus. E pode levar a uma perda de
epitélio e tuba fica super fina e perde os cílios, o muco e dificulta a percepção, dependendo
do nível de infecção, e ocorre obstrução, que pode ter a formação de cistos, aderências e
tem a obstrução da tuba e como consequência a perda de fertilidade. Pode evoluir a
hidrossalpinge, e isso depende do grau de muco da tuba, tem uma secreção mais serosa,
menos fluida. (MINHAS ANOTAÇÕES).
O diagnóstico não é fácil, e é baseado no histórico do animal: queda de fertilidade
importante e palpação (onde a endometrite subclínica está levando a queda da fertilidade)
Há duas condições inflamatórias possíveis:
A) Piossalpinge: acúmulo de pus. É uma condição extrema, onde costuma ter perda de
epitélio tubário, perdendo a funcionalidade desse órgão, ficando só a camada basal. A partir
dessa condição inflamatória podemos ter a formação de cistos e aderências dentro da tuba,
o que leva a um quadro obstrutivo, gerando perda de fertilidade do animal.
B) Hidrossalpinge: varia de acordo com a o grau de hidratação do muco presente na tuba
uterina. Também pode causar obstrução.
4) Alterações estruturais: são as neoplasias e é extremamente raro.
PATOLOGIAS DE ÚTERO
1) Alterações de desenvolvimento:
A) Aplasia segmentar: Aplasia segmentar é a principal, onde acontece em vacas e porcas
mais comumentes, nos casos de intersexo. Pode ser total, de um corno só, só tem um
corno ou pode ser parcial, onde falta um segmento dos cornos ou de um corno. Se for no
corpo do útero, a fêmea é infertil. Se for em um corno, a fertilidade é comprometida, mas
outro corno é funcional. Em função dessa má formação, pode ter consequências na
produção de prostaglandinas -PGF2 alfa-, não produzindo de forma adequada ou quadros
de hidro/mucometra. A parte cranial da aplasia tende a acumalr muco, o estrogeno estimula
o útero e tem a tendência de acumular fluidos e os fluidos não tem por onde sairem, A
queda de PGF leva a uma condição de CL persistente e deixa a fêmea tem níveis de
progesterona prolongado. Deixa suscetível a questões infecciosas e pode deixar a fêmea
com anestro persistente, uma consequência secundária da inflamação.
2) Alterações circulatórias:
A) Hemorragias: tem hemorragias fisiológicas e patológicas, as hemorragias do metaestro
em vacas e pró estro em cadelas, são hemorragias fisiológicas. Outras causas, que são as
causas patológicas: neoplasias, hiperplasia endometrial ( em fêmeas que foram submetidas
a doses altas de estrógeno e logo em seguida foram colocadas em doses de progesterona),
biópsias em época errada pode ter consequência hemorrágica, algumas condições como
erliquiose pode gerar uma perda de sangue pelo útero.
3) Alterações estruturais:
A) Regressivas:
Mucometra e hidrometra são acúmulos de fluidos mais seroso ou mucoso dentro útero, não
é incomum, independe de contaminação, mas o fator predisponente pode ser uma seção
hormonal envolvida (aumento de estrógeno, exógeno ou em função da fisiologia da fêmea
ou questões patológicas, como cistos), ou obstruções em cérvix e vagina, onde pode ter
cervix tortuosa, em vacas é comum, que dificulta a eliminação de conteúdo uterino, uma
vaca superestriogenizada seja natural ou por hormônios, gera muito fluido e se não eliminar,
acumula. O que diferencia a mucometra da hidrometra é o nível de hidratação da mucina -o
que dá a consistência do muco-. Se tem contaminação de útero, tem o desenvolvimento
secundário de endometrite. Se não tiver contaminação tem perda do epitélio uterino e tem
perda funcional do útero, ou seja, o útero fica com hipotrofia endometrial - perda de
funcionalidade, têm queda da produção de prostaglandina e com isso CL persistente, e com
isso excesso de progesterona(P4) prolongado e então uma endometrite secundária -, ou
hipotrofia miometrial - útero que não tem tônus, redução da contratilidade e redução de
expulsar o contaminante e piora a condição de contaminação-.
Cistos de origem glandular ou de origem linfática: glandular é de acúmulo de fluidos em
glândulas endometriais, são chamados de cistos endometriais, que acontece em excesso
de estrógeno, uma glândula edemaciada pelo excesso de estrógeno e não consegue
eliminar esse excesso e forma um cisto. Acontece em fêmeas de qualquer idade, em
animais com problemas hormonais. Linfáticos são em animais velhos, onde tem uma fibrose
e degeneração de vasos linfáticos, onde não tem drenar o útero. Porém não é só animais
velhos que têm, jovens também que são animais que têm endometrite. Não existe
tratamento para cisto, pode fazer curetagem mas não compensa (?), física/mecânica ou
curetagem química onde coloca um produto que corrói o cisto, onde causa uma inflamação
na tentativa do útero limpar e renovar o epitélio, o problema da curetagem química que
pode levar a uma lesão irreversível, não tem como prever. O cisto causa perda de função,
mas não em todos os casos, em éguas é comum os cistos endometriais, e dependendo do
tamanho o cisto endometrial é na base dos cornos, e o embrião não consegue placentar e
com isso tem a perda de produtividade.
**
Pode ser exógeno ou endógeno. Esse aumento de estrógeno pode ser por aplicação de
estrógeno exógeno; pode ter aumento de e2 pela própria fêmea (formando hidrometra
transitória); questões patológicas (cisto folicular); questões endócrinas que levam a o
hiperestrogenismo
Há duas possibilidades da mucometra: Se tem contaminação do útero + cérvix aberta que
leva a contaminação desse útero: ocorre desenvolvimento secundário de endometrite,
miometrite. Se não tiver contaminação haverá perda de epitélio uterino (hipotrofia de
epitélio) → perda funcional do útero → queda de prostaglandina→ CL persistente→ fêmea
com excesso de p4→ maio facilidade de endometrite secundária a esse quadro
*Hipotrofia endometrial/miometral
Miometrial: diminuição da contratilidade uterina→ piora e aumenta as possibilidades de
infecção, bem como a capacidade uterina de eliminar essa infecção. P4 também atua
deixando o útero mais relaxado
• Cistos: há dois tipos:
-Cistos de origem glandular: proveniente de acúmulo de fluido dentro das glândulas
endometriais. Em geral estão associados a questões hormonais
Geralmente é chamado de cisto endometrial: que acontece em função do aumento de E2. A
glândula não consegue secretar o conteúdo e assim, há formação de um cisto em seu
interior
*Acontece em fêmeas de qualquer idade, nos animais que tem problema hormonal
-Cistos de origem linfática: geralmente em animais velhos, pois eles têm fibrosee
degeneração de vasos linfáticos, onde não há a eliminação/drenagem adequada do
conteúdo linfático.
Obs: mas não acomete somente animais mais velhos, pode acometer também animais
jovens, geralmente nos animais que tem endometrite. Quando a fêmea não teve muitas
gestações/partos/eventos uterinos ao longo da vida, muito provavelmente a fêmea tem
chance de ter endometrite
Obs: Qual o tratamento para cisto?
-Curetagem física não compensa
-curetagem química (colocar produto corrosivo para fazer a remoção do cisto), mas são
irritantes e abrasivospara a mucosa, causando lesão tão grande que o epitélio é forçado a
crescer novamente e de forma saudável
*Problemas: pode levar a lesão de forma irreversível. É recomendável em último caso,
quando a fêmea já foi testada em todas outras alternativas.
Obs: usar em protocolo específico
Obs: o principal problema dos cistos, principalmente em égua, são as fêmeas que são
segurar embrião. Os cistos ocupam espaço no útero (pois com muita frequência ficam na
base dos cornos, no lugar onde o embrião se fixa para começar a placentação), se tem um
cisto grande o embrião não consegue se ligar. Por isso, fêmeas com cisto não são
recomendadas como matriz ou receptoras de embrião. Se ela for doadora de embrião não
há problema em ter cisto, pois todo processo de fixação do embrião não será na fêmea com
cisto endometrial.
4) Alterações inflamatórias
A) Endometrites: junto com os cistos são as principais causas de queda de fertilidade, é a
principal causa de fertilidade equina. O útero que está na condição estrogenizada tem uma
melhor chance de contrapor uma infecção/contaminação, qualquer fêmea que pode ter
problema uterino precisa colocar ela em estro/cio, porque tem estrogênio e pode eliminar a
infecção que está acontecendo. Tem que fazer a lise do CL, para ela voltar em cio e fazer o
tratamento.
**
O útero estrogenizado tem melhor chance de contrapor uma infecção, até por que é um
útero mais exposto (cérvix relaxa, recebe sêmen, etc), então tem que apresentar condições
fisiológicas para proteção. Por isso, para qualquer tipo de problema, é necessário colocar a
fêmea em estro, pois é onde ela tem condições de debelar processos infecciosos. Por isso,
antes de qualquer tratamento, é importante fazer a lise de corpo lúteo (aplicar análogo de
prostaglandina)
É necessário pensar em algumas condições que podem levar a fêmea a essa condição de
endometrite, como:Hormônio
Genitália e sua conformação: isso serve para qualquer espécie.
Ex: fêmea com conformação perineal inadequada→ leva a maior incidência de
pneumovagina ou urovagina, que é quando a fêmea tem os lábios vulvares sem ligação
adequada, facilitando a entrada de ar. Comum em fêmeas mais velhas e vulva mais flácida,
magra, onde há perda da elasticidade.
Ex: fêmea com o ânus muito mais cranial à vagina (problemas de conformação)→ leva a
pneumovagina
Ex: animais magros e que perdem a conformação perineal
Ex: prega vestíbulovaginal (primeira barreira entre vulga e cérvix, protegendo do meio
externo). Pode ficar mais relaxada com a idade, além do que a conformação perineal
também atrapalhar a conformação vestibulovaginal
Obs: a cérvix tem que ter funcionalidade e elasticidade de cérvix, então, nas fêmeas com
anel tortuoso, prolapso de anel, cérvix fibrosada→ isso pode levar a não relaxamento
adequado de cérvix→ predispõe a endometrite
Fatores predisponentes a qualquer fêmea:
• Hormonal
• Vulva/conformação perineal
• Prega vestibulovaginal
• Cérvix
• Higiene: animal, inseminador, manipulação do sêmen, qualidade do sêmen, materiais
-Isso não é fator predisponente para égua??
A endometrite pode acontecer de duas formas:
• Ciclo fisiológico normal e pós cobertura/inseminação
Toda fêmea pós cobertura tem endometrite, o que diferencia se a fêmea vai ter problema
futuro de fertilidade ou não é o tempo em que essa endometrite é eliminada. Se ela
consegue eliminar a endometrite pós cobertura dentro de 48 horas. Se passar de 48 horas é
uma fêmea que vai ter problemas futuros de fertilidade. Essa endometrite pós cobertura é
muito importante, principalmente na égua, pois é uma fêmea que recebe grande quantidade
de sêmen (cavalo ejacula em média 50 ml)→ muitos espermatozoides e proteínas no
plasma seminal. Na vaca isso não é muito comum pois o touro ejacula cerca de 10ml; nas
vacas é mais comum a metrite ou endometrite puerperal do que nas éguas→ que vai
acontecer em função dos pósparto. Isso se dá por vários fatores, principalmente a involução
uterina. Nas éguas a involução ocorre em cerca de 15 dias, enquanto nas vacas é por volta
de 60 dias. Essa involução uterina tardia pode ter como consequência a maior
susceptibilidade a infeções, pois o útero demora mais retornar ao estado natural
(predispondo a infecções), bem como a cérvix que fica aberta por mais tempo. Fêmeas com
menor tônus uterino também tem maior predisposição. Também há fatores nutricionais e
manejo, estresse, que podem predispor a endometrite. A endometrite também pode estar
presente nas fêmeas que apresentaram distocia, retenção de placenta, hipocalcemia
pós-parto, aborto. Se ela consegue eliminar a endometrite pós cobertura dentro de 48
horas. Se passar de 48 horas é uma fêmea que vai ter problemas futuros de fertilidade
• Obs: animal pode morrer de metrite pós-parto
As endometrites são classificadas de acordo com a localização do comprometimento do
útero:
• Endometrites: comprometimento do endométrio
• Miometrite: comprometimento do miométrio
• Piometrite: comprometimento do perimétrio
• Metrite: comprometimento do útero como um todo
Obs: o curso pode ser agudo ou crônico, bem como os exsudatos podem ser diferentes
Piometra: metrite com acúmulo de pus e principalmente com persistência de CL.
Tratamento das endometrites
1º saber se o útero tem condições de fazer a limpeza, por isso, deixamos as fêmeas em cio
para que ela tenha condições de fazer essa autolimpeza.
• Aplicar análogo de prostaglandina para fazer indução do estro nessas fêmeas
Vantagem: aumentar E2 e com isso há maior capacidade de infiltração leucocitária para
fazer proteção do útero; abertura de cérvix. Também aumenta contratilidade uterina, mas de
forma diferente da ocitocina, deixa o útero mais tônico, mesmo que a contratilidade seja
mais fraca, melhorando a liberação de conteúdo uterino. Se tem CL persistente (comum em
fêmeas endometrite) a prostaglandina ajuda na eliminação desse CL persistente.
APLICAR DOSES CONSECUTIVAS!!
• Usar agentes que aumentem a contratilidade uterina, dentre eles a ocitocina. Mas antes da
ocitocina precisa dos receptores de ocitocina, e isso é feito através do E2. Ocitocina faz
contratilidade espasmódica, mais rápida
• Aplicar agentes ecbólicos: também aumentam a contratilidade uterina (Ex: ocitocina)
• Lavagem uterina, dependendo da fêmea e das condições do animal. Comum em égua.
Coloca sonda no útero e lava com soro, colocando soro limpo e retirando o soro sujo
• Tratamento intrauterino: Infusão de elementos no útero: antibióticos e agentes irritantes
intrauterinos. Agentes irritantes: não se sabe o nível da reação inflamatória que vai ser
provocada, sendo que essa lesão pode causar fibrose.
-Antibióticos: de ação local. O problema é o atb ter ação no local (temperatura e ph
adequados), porém, as fêmeas com endometrite não estão com essas condições locais
adequados. Além disso, muitas vezes o atb não é de uso uterino. Muitos atb não fazem
efeito na presença de matéria orgânica. Atb parenteral é sistêmico. É recomendado fazer
atb em endometrite bacteriana
Obs: a maioria das endometrites é de causa ascendente, mas também pode ser via
hematógena; também pode ter endometrite fúngica, mas é difícil. o recomendado é fazer
lavado uterino e fazer a cultura microbiana para saber qual o agente (bactéria ou fungo), e
qual é a espécie do agente, assim, o tratamento é mais certo
Obs: é muito comum ter endometrite bacteriana junto com endometrite fúngica
Outras causas de endometrite: trauma, lavagem uterina para retirada de embrião com
solução em temperatura muito
elevada
Obs: tambémhá terapias alternativas como ozonioterapia, células tronco, etc
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14/09/2021
DIFERENÇA DE ENDOMETRITE, METRITE E PIOMETRITE
Pode ter um animal que está com endometrite e rapidamente evolui para metrite? Sim!
Endometrite e metrite podem estar associados à presença de corpo lúteo.
Diferença entre endometrite/metrite e piometra? Está muito relacionado a presença ou não
de corpo lúteo!
Endometrite: afecção uterina mais superficial, relacionada ao endométrio. Pode ser
subclínica ou clínica (com sintomatologia). Se for tratada e não solucionada a questão
clínica ou não for tratada, pode evoluir para uma metrite.
Metrite: inflamação do útero com acometimento da camada do miométrio. Processo
inflamatório mais grave do que endometrite. O que diferencia metrite de endometrite é a
gravidade
O que diferencia metrite da endometrite é a gravidade dos sinais clínicos:
Endometrite: Principal sinal clínico: repetição de cio. Por que isso acontece? Pois não
conseguem emprenhar! Essas fêmeas muitas vezes conseguem fertilizar oócito, mas o
embrião formado não consegue se fixar ao endométrio, assim, há novo cio.Comum ter a
secreção de muco turvo, não necessariamente purulento e com odor, mas é um muco mais
viscoso, mais branco.Na palpação uterina é comum ver assimetria dos cornos uterinos,
devido ao conteúdo no interior
*Na USG: geralmente consegue visualizar conteúdo anecoico no interior do útero
Metrite: Repetição de cio se mantém de forma prolongada. Liquido turvo começa a ser
secretado de forma mais purulenta, podendo ter odor fétido. Geralmente não é possível
detectar assimetria uterina, pois o útero fica inteiro tomado por inflamação. Mas é possível
observar espessamento da parede do útero, característico de processo inflamatório mais
grave e crônico, a ponto de alterar o tecido uterino. Na USG: o conteúdo que era anecoico
pode começar a apresentar alguma ecogenicidade. Geralmente apresenta conteúdo
anecoico com pontos de ecogenicidade. Tratamento de metrite/endometrite
• Análogos de prostaglandina. Por que usar?
1º: para poder retomar a fêmea ao cio, pois durante o cio há uma condição uterina mais
adequada (resposta imunológica), além de conseguir eliminar conteúdo uterino
2º: para aplicar tratamento parenteral de antibiótico
3º: muitas vezes o quadro de endometrite/metrite está associado a persistência de corpo
lúteo. O animal que está com o endométrio lesionado é um animal que não consegue
secretar prostaglandina da forma que secretaria em condições fisiológicas normais, dessa
forma, não há pulsatilidade endometrial para fazer a lise do corpo lúteo→ por isso ocorre a
persistência de corpo lúteo
Obs: muitas vezes consegue resolver os casos mais leves somente com prostaglandina
Dose: lutalize: 5 ml em vacas
• Ocitocina. Por que usar?
-Aumentar a contratilidade uterina, pois muitas vezes a fêmea tem diminuição da contração
uterina. Em equinos é comum de utilizar, em bovinos depende da conduta do profissional.
Lembrando de usar ocitocina quando o animal está pré-sensibilizado com estrógeno, ou
seja, usar ocitocina quando a fêmea está em cio ou quando a fêmea está anestro e
previamente sensibilizada com estrógeno
*obs: geralmente não usa E2 em égua
• Antibióticos. Por que usar?
-Pode ser local ou parenteral. Os tratamentos com prostaglandina ou prostaglandina +
antibiótico local tem equivalência de resultados, o que indica que antibiótico de uso local
nem sempre funciona (ph do útero alterado, útero não tem capacidade absortiva,
presença de matéria orgânica inativando atb)
-Obs: alguns atb parenterais tem boa perfusão uterina
-Algumas pessoas associam infusão local de antibiótico + agente irritante (lugol, querosene,
DMSO, iodo)
*Intenção de renovar epitélio uterino, para alguns animais resolve, mas para outros causa
mais danos
-Quais são os antibióticos mais usados? Ceftiofur, penincilina + estreptomicina,
oxitetraciclin, florfenicol, gentamicina
Os quadros de metrite/endometrite são muito associados a pós-parto e parto,
principalmente em vacas. Seja por animal com baixo ecc, animal em distocia, filhote muito
grande. Em equinos, o principal fator associado a metrite/endometrite é a cobertura ou
inseminação artificial. Seja pela frequência dessa cobertura/inseminação artificial, seja pela
falta de higiene no processo de inseminação artificial ou no processo de higiene do pênis do
macho, qualidade do sêmen (piores qualidade pioram a endometrite). Por isso, em éguas
esse quadro é mais presente em pós cobertura
Obs: lembrando que nas duas espécies pode ocorrer metrite/endometrite por todos os
fatores acima!!
PIOMETRA
• Em geral associado a persistência de corpo lúteo
• Em bovinos acontece mais em pós aborto. Nesses casos o corpo lúteo permanece ativo
após a perda do feto, e essa fêmea que já está susceptível a infecção vai ter um quadro
ainda mais grave, tendo acúmulo de exsudato purulento
• O que diferencia piometra de metrite/endometrite é a gravidade do caso e a fase de
ocorrência, pois a piometra tem que necessariamente ter a presença de corpo lúteo
Tratamento:
Mesmo tratamento de endometrite, sendo ainda mais essencial a aplicação de
prostaglandina (em frequência maior do que na endometrite aplicando 1 vez a cada
semana), pois é necessário que a fêmea entre em cio muitas vezes e ocorra a limpeza
uterina.
• Lembrando que muitas vezes a condição uterina/fertilidade não vai ser recuperada,
mesmo que visualmente o útero esteja íntegro, pois o útero foi muito lesionado
Obs: tanto em piometra quanto em endometrite/metrite o momento em que o tratamento é
aplicado é fundamental para restauração da função reprodutiva. Quanto mais tempo o
animal permanecer nesse quadro menor as chances de recuperação
Obs: não é comum piometra em égua, mas é muito comum em vaca
Em cadelas:
Obs: em cadelas a piometra está muito associada a hiperplasia endometrial cística. Essa
hiperplasia é relacionada aos altos níveis de E2 que a fêmea passa durante as fases de
proestro e estro. Nessas fases há hipervascularização uterina, edema de útero, cérvix
aberta (o que facilita entrada de agentes contaminantes). Esse útero está naturalmente
“contaminado” por conta das altas concentrações de E2, então, quando há aumento nos
níveis de P4, a P4 facilita a ocorrência da hiperplasia, pois o E2 sensibiliza os receptores de
P4. Esse aumento abrupto de P4 faz com que ocorra fechamento de cérvix e hiperplasia
endometrial, assim, o edema pode ficar acumulado nas glândulas endometriais, e somado à
contaminação uterina, causar piometra
-Em cadelas é comum acontecer primeiro a hidromera (se não estiver contaminado);
mucometra; priometra (se tiver contaminado)
*A piometra ocorre em presença do corpo lúteo, pois está na fase de diestro. A piometra na
cadela ocorre na fase de diestro. O diestro da cadela é longo, ou seja, os níveis de P4
permanecem elevados por cerca de 60 dias, e útero permanece por muito tempo sem ter
condições o suficiente para combater infeções, tornando-o muito susceptível à infecções,
além da cérvix
fechada.
*Pode ter quadro de piometra aberto? Sim! Mas quando a piometra é fechada o quadro
tende a ser mais grave!
*Geralmente o tratamento feito é a osh, geralmente são cirurgias de emergência! Os
animais chegam a clínica com inapetência, anorexia (sinais pouco específicos), mas com o
histórico + exame de imagem é possível direcionar o diagnóstico para piometra
*A piometra tem maior casuística em fêmeas mais velhas (que passaram por essas
alterações endometriais por muito tempo); fêmeas que nunca tiveram o histórico de parição;
fêmeas submetidas a tratamento com anticoncepcionais/progestágeno
*Existe tratamento conservativo? Sim! Se for fêmea jovem o proprietário tem interesse em
manter o animal em reprodução pode-se optar por isso! Mas tem os riscos da fêmea
desenvolver piometra futura. As possibilidades são antibioticoterapia, geralmente associada
a E2 para fazer relaxamento da cérvix e melhorar a limpeza uterina. Porém, essa aplicação
de E2 pode piorar oquadro. Além disso, é preciso associar prostaglandina para ajudar na
lise do corpo lúteo.
Outra droga usada é o aglepristone. Funciona como antagonista da progesterona, atua
competindo pelos receptores de progesterona, minimizando os efeitos da p4 no útero
Em tratamento conservativo recomenda-se emprenhar a cada mais rápido possível e em
sequência fazer a OSH PSEUDOCIESE
• Fêmea não gestante, mas apresentando toda sintomatologia de gestação, muito em
função de:
-Na cadela a p4 fica muito tempo devido ao diestro ou por algum desbalanço hormonal
ainda não identificado → depois da queda de P4 a fêmea tem produção de prolactina, essa
mudança de perfil hormonal é que traz esses sinais clínicos de uma gestação (produção de
leite, agressividade, tendência a fazer ninho, apática, letárgica)
Tratamento
• Tratar primeiro a mastite que pode acontecer
• Alguns casos são autolimitantes
• Quando a fêmea tem pseudociese por muito tempo e/ou os sinais clínicos são muito
intensos há a utilização de medicamentos que diminuem os níveis de prolactina:
-Cabergolina
-Metergolina
NEOPLASIAS UTERINAS: Não são comuns, mas há duas principais
A) Liomioma: Não é comum, especialmente em cadelas, pois é um tumor hormônio
dependente. Por isso, cadela com hiperplasia nodular cística tem grandes chances de
desenvolver liomioma. Cerca de 10% dos casos de liomioma em cadelas se desenvolve de
forma maligna, podendo gerar metástases
B) Adenocarcinoma: Cerca de 10% dos casos de adenocarcinoma em cadelas se
desenvolve de forma maligna, podendo gerar metástases. É um tumor extremamente
importante em vacas. Apesar de não ser comum, as fêmeas bovinas são as mais
acometidas. Pode desenvolver malignidade. Começa a desenvolver nos linfonodos pélvicos
e pode chegar a metástase pulmonar. Em comum acontece em fêmeas mais velhas
Em ambos os casos a remoção uterina cirúrgica é o recomendado!
Obs: endometriose é o crescimento de tecido endometrial em local fora do útero.
Geralmente não acomete os animais, mas quando relatado é em cadelas
PATOLOGIAS DE CÉRVIX E VAGINA
PATOLOGIAS DE CÉRVIX
1) Patologias de desenvolvimento
A) Dupla cérvix: Não é incomum de acontecer, principalmente em bovinos. Pode ocorrer de
duas formas, parcial e completa -Completa: Essas duas cérvix podem ter o óstio cervical
completo e que que liga a vagina com o útero. O grande problema é quando acontecem
casos de distocia, em muitos casos o bezerro pode entrar com uma mão em uma cérvix e a
outra mão na outra cérvix
-Parcial: Pode ter uma das cérvix fechada, onde é estenose na parte final que comunica
com o útero
*Causa problemas de fertilidade, não na cobertura em si (pois a fêmea vai partir
normalmente). Quando é inseminação artificial, pois corre o risco de fazer a inseminação na
cérvix que é fechada
B) Hipoplasia
• Essa cérvix é afuncional, predispondo a endometrites
• As fêmeas com essa patologia são usadas na reprodução, pois tem problemas recorrentes
de fertilidade, já que a cérvix não consegue cumprir a sua função
C) Tortuosidade da cérvix: Os anéis cervicais não são alinhados. Quando vai inseminar, ao
ficar tentando passar pelos anéis tortuosos, pode ocasionar um quadro de fibrose. Ocorre
queda da fertilidade tanto por deixar de inseminar essa fêmea quanto pela fibrose causada
nas tentativas de inseminação. Dependendo do grau de tortuosidade o Clearance uterino
não vai acontecer de forma correta, predispondo o útero á afecções. É recomendável a
retirada da reprodução de fêmeas com muita tortuosidade
2) Alterações inflamatórias
A) Cervicite: inflamação da cérvix. Frequentemente associada a endometrite ou metrite e/ou
ao quadro de vaginite. Os animais com inflamação uterina podem desenvolver quadro de
cervicite por consequência. Animais podem começar a ter vaginite (especialmente em
função e alterações anatômicas, como conformação da vulva, vulga alta ou inclinada,
tendem a gerar mais vaginite), devido ao maior acúmulo de sujeira.
*Acúmulo de urina e sujeira na vagina: urovagina.
Quando a cervicite acontece por si só geralmente está associada à manipulação uterina,
como inseminação artificial e infusão uterina. A cervicite pode desencadear uma
endometrite, pois devido ao processo inflamatório a cérvix não está funcional. é muito
comum ver várias alterações associadas, ex: cervicite, endometrite, vaginite
Como visualizar essas alterações? Visualização de cérvix através do vaginoscópio. Passa o
vaginoscópio na fêmea e observa a coloração, pois nos casos de cervicite há hiperemia e
edema de cérvix. Além disso, também pode haver acúmulo de muco no óstio cervical
Tratamento de cervicite: conforme a fase que está sendo observada, se é cervicite com
endometrite, etc
Na vaginite (e também urovagina) causada por alteração de conformação, é comum fazer
cirurgia reconstrutiva em éguas como tratamento. É feita uma reconstrução perineal
cirúrgica, de forma a reduzir a contaminação da vagina. Isso depende do valor zootécnico e
do interesse na reprodução desse animal. Tratamento com antibióticos e anti-inflamatórios,
dependendo também pode fazer o lavado uterino para retirar conteúdo. Se a cervicite for
crônica pode haver estenose da cérvix, também ocorre prolapso de cérvix em vacas,
especialmente relacionado ao número de partos. Se ocorre complicações no parto com
geração de fibrose, pode acontecer o prolapso. A recomendação é retirar esse animal da
reprodução, principalmente devido a redução de fertilidade e devido a problemas futuros
PATOLOGIAS DE VAGINA
A) Vaginite: Causada por alteração da conformação anatômica. Pode estar associada com
urovagina: quando há sujeira e urina que ficam retidas na vagina.Também pode ser
causada por persistência do hímen: facilita o acúmulo de conteúdo da vagina
-Nesse caso faz a remoção do hímen: com anestesia local, faz secção do hímen. É um
processo simples.
B) Persistência de hímen:
C) Hiperplasia/prolapso de vagina: Hiperplasia acompanhada por prolapso vaginal é comum
em cadelas. Esse prolapso não necessariamente está associado a gestação. Hiperplasia é
geralmente fêmea em proestro ou estro. Essa hiperplasia se deve aos altos índices de E2,
que vai promover alteração de epitélio vaginal, relaxamento dos ligamentos pélvicos e,
automaticamente, levar a um qudro de prolapso vaginal (quando a vagina é evaginada pela
rima vulvar). Na grande parte dos casos é comum que a hiperplasia seja autolimitante e a
hiperplasia ser transitória, voltando a condição original. Esse prolapso também pode ocorrer
devido a gestação.
D) Tumores vaginais: De origem viral:
-TVT em cadela
-Fibropapiloma em vacas
-Melanoma em éguas, especialmente tordilhas
Ambos não patogênese esclarecida, mas são os mais comuns.