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PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR

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PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR 
DENTÍSTICA
A dentina é composta pela pré-dentina e pelos 
túbulos dentinários. A polpa é dividida em quatro camadas, 
sendo elas a camada de odontoblastos, a camada acelular, 
a camada rica em célula, e o corpo celular. 
A dentina e a polpa possuem estruturas diferentes, 
porém estão intimamente ligadas e podem sofrer reações 
fisiológicas ou patológicas juntas. 
Durante o processo de dentiogênese, os 
odontoblastos deixam seus prolongamentos formando vias 
de comunicação entre a dentina e a polpa, conhecidos como 
túbulos dentinários. Estas estruturas irão interligar a 
dentina com a polpa fornecendo proteção e nutrição para a 
dentina, além de sensibilidade. 
 
Dentina 
 
A dentina é composta em sua maior parte por uma 
matriz inorgânica, contudo, é possível encontrar também 
uma matriz orgânica e água. A matéria inorgânica é 
basicamente de hidroxapatita, enquanto a porção orgânica é 
constituída de colágeno, proteoglicanas, 
glicosaminoglicanos e lipídeos. 
A dentina peritubular envolve os túbulos dentinários 
possuindo uma baixa composição de matéria orgânica, 
enquanto a dentina intertubular possui uma alta composição 
orgânica, com muitas fibras colágenas dispostas e grande 
quantidade de substância amorfa. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
Polpa 
 
É composta por 75% de água e 25% de matéria 
orgânica. Além disso, é formada por muitas fibras 
colágenas, vasos sanguíneos e fibras nervosas, desta 
forma, a polpa adquire uma característica de alta 
vascularização e inervação. 
A polpa é dividida em quatro camadas: 
1. Camada Odontoblástica: é a camada mais 
externa composta por odontoblastos que estão 
ligados uns aos outros através dos desmossomos. 
São responsáveis pela formação de dentina. 
2. Zona acelular: esta é uma camada composta por 
capilares sanguíneos, fibras nervosas amielínicas e 
fibroblastos. 
3. Zona rica em células: é composta por fibroblastos, 
células mesequimais indiferenciadas, macrófagos e 
linfócitos. Acredita-se que nesta zona, as células 
mesenquimais são responsáveis por realizarem 
mitoses formando novos odontoblastos que 
migrarão para a camada odontoblástica ativando a 
capacidade reparadora da polpa em uma região 
lesada. 
4. Corpo Pulpar: é formado por vasos sanguíneos e 
nervos aderidos por um tecido conjuntivo rico em 
fibroblastos e células ectomesenquimais 
indiferenciadas. É responsável pela percepção de 
estímulos externos como térmicos, dores, etc. 
 
Sabe-se que quanto mais jovem o dente mais 
células ele terá, ou seja, mais rápido irá responder aos 
estímulos. Então, se o dente for mais envelhecido, a polpa 
apresentará menos células e um maior componente fibroso 
reduzindo a resposta biológica. 
 
Importância da manutenção da vitalidade pulpar 
 
Para entende o processo de defesa é necessário 
saber que a dentina primária é uma dentina formada 
durante o desenvolvimento do dente; a dentina secundária 
é uma dentina fisiológica formada com o decorrer da idade 
do dente; já a dentina terciária é uma dentina que se forma 
através de um estímulo agressivo ao dente. 
Quando o dente é exposto a um agente agressor, 
ocorre o esclerosamento local dos túbulos dentinários, onde 
o diâmetro dos mesmos se torna menores devido à 
deposição de dentina peritubular subjacente à lesão cariosa. 
Posteriormente, é possível visualizar a deposição de dentina 
terciária nas proximidades da agressão, aumentando a 
distância entre o agente agressor e a polpa. 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 Casos os estímulos agressivos sejam intensos, a 
polpa pode não conseguir suportar a reparação através da 
dentina, podendo sofrer uma necrose pulpar. Para isso, é 
recomendado que o tratamento vise a preservação da 
vitalidade da polpa. 
 
Diagnóstico da Condição Pulpar 
 
O diagnóstico pode ser feito através de exames 
clínicos, radiográficos e exames de vitalidade pulpar. Para 
um tratamento adequado é necessário fazer o diagnóstico 
da condição pulpar reconhecendo alguns pontos, sendo 
eles: 
 Idade do paciente; 
 Condição geral de saúde e risco de cárie; 
 Características da dor; 
 Condições clínicas do dente; 
 Exame clínico para fornecimento de respostas pulpares; 
 Características da lesão (aguda ou crônica); 
 Período de exposição (trauma ou lesão com dentina 
exposta). 
 
O Exame clínico é essencial. Através dele, pode 
ser realizados testes de sensibilidade pulpar (térmicos, 
elétricos, anestésicos e de cavidade), além de palpação e 
percussão. 
 
Causas de injúrias pulpares 
 
Mesmo possuindo estruturas diferentes, eventos 
patológicos ou degenerativos que acomete uma das 
estruturas, pode facilmente refletir na outra, ou seja, uma 
lesão cariosa que afeta a dentina pode se estender através 
dos canalículos dentinários e afetar a polpa. 
 
1. Lesão Cariosa: nas lesões cariosas encontra-se uma 
porção de zona superficial onde há intensa atividade 
bacteriana com restos de alimentos e de fragmentos de 
dentes. Adjacente a esta zona, encontra-se a zona de 
alteração dentinária que é dividida em Dentina cariada 
superficial, Dentina cariada profunda e Dentina 
esclerosada reacional. A dentina cariada superficial é 
caracterizada por ter intensa atividade bacteriana e 
comprometimento irreversível da estrutura orgânica. Já 
a Dentina cariada profunda possui poucos 
microrganismos e é passível de recuperação e 
remineralização. 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
2. Preparo Cavitário: essas injúrias podem ser causadas 
devido a fatores técnico (pressão de corte, alteração de 
temperatura e desidratação da dentina) e clínico 
(condição inicial da polpa, qualidade e quantidade de 
dentina remanescente). É essencial a refrigeração 
durante os preparos cavitários para evitar aumento de 
temperatura e danificação pulpar. Além disso, injúrias 
pulpares causadas pelo preparo cavitário podem ser 
evitadas se for utilizados instrumentos rotatórios novos 
e aplicação menor de corte. 
 
3. Trauma: Os traumas podem ser agudos ou crônicos. 
Os agudos são causados por uma mudança brusca na 
oclusão, como morder um alimento duro. Já o trauma 
crônico se desenvolve de forma gradual, onde ser 
causado por restaurações mal realizadas ou alteração 
na posição dos dentes. 
 
4. Procedimento Restaurador: o procedimento 
restaurador também pode levar a uma reação pulpar, 
pois quando o ácido é adicionado sobre o esmalte é 
criado porosidades através da dissolução dos cristais 
de hidroxiapatita permitindo movimentação de fluidos 
através da dentina para a polpa causando 
hipersensibilidade. 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
Antes de realizar um tratamento restaurador deve 
ser analisada a quantidade de dentina presente no dente 
afetado, pois ela indicará qual o material mais indicado para 
a restauração. Além disso, deve ser observado: 
 Profundidade cavitária; 
 Qualidade e tipo de dentina remanescente; 
 Idade do paciente; 
 Material restaurador indicado. 
 
A PROFUNDIDADE CAVITÁRIA PODE SER: 
1. Superficial: a lesão se estende até pouco depois da 
junção amelodentinária. Pouco permeável devido à 
baixa densidade dos túbulos dentinários. 
2. Rasa: é uma lesão que afeta o dente em um espaço de 
0,5 mm até 1 mm. 
3. Média: afeta p dente em um espaço de 1mm até 2 mm. 
4. Profunda: é uma lesão em que o espaço entra a 
dentina e a polpa é de 0,5 mm. 
5. Muito profunda: é caracterizada por uma dentina 
remanescente menor que 0,5 mm. Muito permeável 
devido à alta densidade dos túbulos dentinários, porém 
é muito úmida o que pode dificultar a adesividade dos 
materiais. 
 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
QUALIDADE DA DENTINA: 
A dentina esclerosada é pouco permeável e bastante 
mineralizada, promovendo proteção pulpar. 
 
Fonte: Busato,2005. 
 
 Fonte: Busato, 2005. 
 
IDADE DO PACIENTE: 
Pacientes mais jovens possuem uma cavidade pulpar mais 
ampla. É um dente mais suscetível as injúrias dentárias, 
porém é um dente mais reativo, que induz processos 
fisiológicos de regeneração. 
 
MATERIAL RESTAURADOR: 
1. Se o diâmetro entre a dentina e polpa for superior a 
1mm: 
a. Amálgama associado a verniz ou sistema adesivo 
(SA); 
b. Resina associada a sistema adesivo (SA). 
2. Se o diâmetro entre a dentina e a polpa estiver entre 
1mm e 0,5mm: 
a. Amálgama associado a Cimento de Ionômero de 
Vidro (CIV), e verniz ou SA; 
b. Resina associado a CIV e SA. 
3. Se o diâmetro entre a dentina e polpa for menor que 
0,5mm: 
a. Amálgama associado a Cimento de Ca(OH)2 pó ou 
pasta, CIV, e verniz ou SA; 
b. Resina associada a Cimento de Ca(OH)2 pó ou 
pasta, CIV, e verniz ou SA; 
c. CIV associado a Cimento de Ca(OH)2. 
 
4. Se a polpa estiver exposta: 
a. Amálgama com cimento de silicato de cálcio 
bioativo ou Ca(OH)2 pó ou pasta, e verniz ou SA; 
b. Resina associada a cimento de silicato de cálcio 
bioativo ou Ca(OH)2 pó ou pasta, e SA; 
c. CIV: cimento de silicato de cálcio bioativo ou 
Ca(OH)2 pó ou pasta. 
 
O sistema adesivo é um selante de cavidade que 
promove adesão do material restaurador ao dente, 
diminuindo a infiltração. 
A amálgama pode apresentar um grau de 
irritabilidade pulpar devido a sua condutividade térmica e 
elétrica, para isso é indicado fazer um forramento com 
cimentos e vernizes. 
A proteção pulpar pode ser direta (quando o 
material protetor entra em contato com a polpa) ou indireta 
quando o material não entra em contato com a polpa. 
 
Fonte: Busato, 2005. 
 
Limpeza do complexo 
 
O objetivo da limpeza da cavidade é favorecer a 
adaptação do material restaurador, além de eliminar a 
presença de bactérias causadoras de injuria pulpar. 
Ao concluir o preparo cavitário ocorre a formação 
de uma camada contendo restos de bactérias, lâminas da 
brocas, e material vindo da dentina e do esmalte. Esta 
camada é chamada de Smear Layer. A Smear Layer quando 
não removida dificulta a adesão dos materiais adesivos. 
A limpeza, na maioria das vezes é realizada 
através dos próprios produtos do sistema adesivo. O 
condicionamento ácido é uma etapa fundamental para a 
eliminação da smear layer. 
Contudo, alguns autores afirmam que Clorexidina 
de 0,2% a 2% pode auxiliar nesse processo de limpeza da 
cavidade. Alguns alcalizantes, como as bases de Hidróxido 
de Cálcio também podem ser utilizadas. 
 
Proteção indireta 
 
A proteção indireta ocorre quando não há 
exposição da polpa dentária. Alguns autores ainda usam a 
palavra capeamento pulpar indireto. 
Para a proteção pode ser utilizados seladores, 
forradores e bases protetoras. 
 
O cimento de hidróxido de cálcio tem perdido seu 
destaque no como protetor pulpar, justamente porque ele 
não possui boas propriedades mecânicas, pois ele é muito 
hidrossolúvel. Pode fraturar com facilidade. Porem 
apresenta excelentes propriedades biológicas. 
 
1. Cavidades Rasas / Médias: limpeza com solução de 
clorexidina. Proteção CIV e Sistemas adesivos. 
2. Cavidades Profundas: limpeza com solução de 
hidróxido de cálcio ou sistema adesivo. Proteção com 
CIV e Sistemas Adesivos. 
3. Cavidades muito profundas: limpeza com solução de 
hidróxido de cálcio ou clorexidina. Proteção com 
cimento de hidróxido de cálcio, CIV e Sistemas 
Adesivos. 
 
 
 
 
Proteção Direta 
 
 Agentes de selamentos: são os sistemas adesivos; 
 Agentes de forramento: pode ser o Hidróxido de 
Cálcio e o MTA (Agregado Trióxido Mineral). 
 Agentes de base protetora: seria o CIV. 
É realizado quando ocorre exposição da polpa 
durante o preparo. 
Para isso pode ser realizada a limpeza com 
solução de hidróxido de cálcio, além da proteção com o pó 
de hidróxido de cálcio + cimento de hidróxido de cálcio+ 
cimento de ionômero de vidro + Sistema adesivo. 
 
Tratamento expetante 
 
Quando estamos removendo o tecido cariado e 
percebemos que se continuarmos essa remoção iremos 
causar uma exposição pulpar, entendemos que o tratamento 
expectante pode ser necessário. 
O tratamento expectante consiste em remover o 
máximo de tecido cariado sem expor a polpa quando o 
preparo é muito profundo. Para isso, o cirurgião dentista 
deve parar de cavitar e então lavar e secar a cavidade. Em 
seguida deve ser colocado o hidróxido de cálcio fechando o 
preparo provisoriamente por 60 dias. 
Após os 60 dias, o CD deverá abrir a cavidade 
novamente para analisar a dentina remineralizada. Deverá 
remover todo o material presente na cavidade, inclusive a 
dentina amolecida. Logo em seguida, poderá ser feita a 
restauração definitiva com Resina composta. 
 
 Ao remover a cárie, poderá ser adicionada uma fina 
camada de hidróxido de cálcio na zona de maior 
proximidade com a polpa; 
 O Cimento de Ionomero de Vidro pode ser utilizado 
como material restaurador provisório. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=kD7MUUXv09Y 
 
 
 
 
Exemplo de condutas clínicas 
 
Paciente de 12 anos procurou atendimento odontológico 
para remoção de cárie. Qual o protocolo adequando para 
cada situação: 
a) Remoção do tecido cariado sem exposição 
pulpar: limpeza da cavidade com solução de 
hidróxido de cálcio ou com clorexidina; forramento 
com hidróxido de cálcio, base de ionômero de vidro 
e resturação definitiva com resina composta. 
(PROTEÇÃO INDIRETA). 
b) Remoção total do tecido cariado com pequena 
exposição acidental da polpa: limpeza da 
cavidade com solução de hidróxido de cálcio, 
aplicação do pó de hidróxido de cálcio sobre a área 
de exposição, aplicação do cimento de hidróxido de 
cálcio sobre o pó, cimento de ionômero de vidro, 
restauração. (PROTEÇÃO DIRETA). 
c) Lesão profunda com risco de exposição pulpar: 
remoção total da dentina cariada e manutenção da 
dentina afetada. Colocar pasta de hidróxido de 
cálcio e realizar restauração provisória com CIV. 
Após 60 dias, abrir a cavidade, remover a pasta de 
hidróxido de cálcio e realizar a restauração definitiva 
com resina composta. 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=kD7MUUXv09Y

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