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Tipos de dismenorreia TICS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO 
UNIFIPMOC 
Medicina - 6° período 2024.1 
Dismenorreia 
 Maria Vitória Sapori Versiani 
MONTES CLAROS 
 2023 
Dismenorreia 
A dismenorreia pode ser 
• Primária (mais comum) 
• Secundária (decorrente de outras doenças) 
 
 Dismenorreia primária 
Dismenorreia primária é idiopática e não pode ser explicada por outras doenças 
ginecológicas. Admite-se que a dor resulte de isquemia e contrações uterinas, provavelmente 
mediadas por prostaglandinas (p. ex., prostaglandina F2-alfa, um potente estimulante e 
vasoconstritor do miométrio) e outros mediadores inflamatórios produzidos no endométrio 
secretório e, possivelmente, associadas a contrações uterinas prolongadas e à diminuição do 
fluxo sanguíneo para o miométrio. 
Os fatores que contribuem podem incluir: 
• 
A passagem do tecido menstrual através da colo do útero 
• 
Níveis altos de prostaglandina F2-alfa no líquido menstrual 
• 
Óstio cervical estreito 
• 
Útero mal posicionado 
• 
Ansiedade 
A dismenorreia primária tipicamente começa em um ano após a menarca e ocorre quase 
sempre em ciclos ovulatórios. A dor geralmente ocorre quando a menstruação inicia (ou 
pouco antes) e persiste durante os primeiros 1 a 2 dias; essa dor, descrita como espasmódica, 
sobrepõem-se à dor abdominal inferior constante, que pode se irradiar para as costas ou 
coxas. As pacientes também podem ter mal-estar, fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, dor 
lombar ou cefaleia. 
Fatores de risco de sintomas graves incluem: 
• Idade precoce da menarca 
• Períodos menstruais longos ou intensos 
• Tabagismo 
• História familiar de dismenorreia 
Os sintomas tendem a diminuir à medida que a idade aumenta e após a primeira gestação. 
 
 Dismenorreia secundária 
Os sintomas da dismenorreia secundária são decorrentes de anomalias pélvicas. Quase 
qualquer anormalidade ou processo que pode afetar as vísceras pélvicas pode causar 
dismenorreia. 
As causas comuns da dismenorreia secundária incluem 
• Endometriose 
• Adenomiose uterina 
• Mioma 
Causas menos comuns incluem malformações congênitas (p. ex., útero bicorno, útero 
septado, septo vaginal transverso), cistos e tumores ovarianos, doença inflamatória pélvica, 
congestão pélvica, aderências intrauterinas, e dispositivos intrauterinos (DIUs), 
particularmente com cobre. 
Em algumas mulheres, a dor ocorre quando o útero tenta expelir tecido em decorrência de 
óstio cervical extremamente estreito [secundário a conização, procedimento de excisão 
elétrica por alça (PEEA) ou crioterapia]. Ocasionalmente, a dor resulta de mioma submucoso 
pediculado ou de pólipo endometrial saliente ao longo do colo uterino. 
Fatores de risco para a dismenorreia secundária grave são os mesmos que os para a primária. 
Em geral, a dismenorreia secundária inicia-se na idade adulta, a menos que seja provocada 
por malformações congênitas. 
Tratamento 
• Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) 
• Frequentemente, contraceptivos hormonais 
• Tratamento das doenças subjacentes 
Se identificadas, tratam-se as doenças que causam a dismenorreia (p. ex., cirurgia para 
remover miomas). 
 Medidas gerais 
Medidas para melhorar o bem-estar geral da paciente (p. ex., repouso e sono adequados, 
exercícios regulares) podem ser úteis. . Algumas pacientes acham que uma compressa quente 
(usada com segurança para evitar queimaduras) aplicada ao abdome inferior alivia a dor. 
Sugeriram-se outras intervenções como sendo potencialmente eficazes. Consistem em dieta 
pobre em gordura e suplementos nutricionais como ácidos graxos ômega-3, linhaça, 
magnésio, vitamina B1, vitamina E e zinco. Poucos dados corroboram a utilidade dessas 
intervenções; entretanto, elas são de baixo risco. 
Mulheres com dismenorreia primária são tranquilizadas sobre a ausência de outros distúrbios 
ginecológicos. 
 
 Medicamentos 
Se a dor é incômoda, AINEs (que aliviam a dor e inibem as prostaglandinas) são geralmente 
tentados. Em geral, iniciam-se os AINEs 24 a 48 horas antes, sendo mantidos por 1 a 2 dias 
após o início da menstruação. 
Se AINEs não forem eficazes, pode-se tentar a supressão da ovulação com contraceptivo de 
estrógeno/progesterona. 
Em geral, um AINE ou um AINE mais um contraceptivo de estrogênio/progesterona costuma 
ser eficaz. 
Outra terapia hormonal, como danazol, progesteronas (p. ex., levonorgestrel, etonogestrel e 
acetato de medroxiprogesterona depot), agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina ou 
DIU liberador de levonorgestrel podem diminuir a intensidade dos sintomas de dismenorreia. 
 Outros tratamentos 
Pode-se tratar a endometriose farmacologicamente ou com fulguração cirúrgica das lesões. 
Para dor intratável de origem desconhecida, neurectomia pré-sacral laparoscópica ou ablação 
do nervo uterossacral foi eficaz em algumas pacientes por até 12 meses. 
REFERÊNCIAS: 
1. Iacovides S, Avidon I, Baker FC: What we know about primary dysmenorrhea today: A 
critical review. Hum Reprod Update 21 (6):762–778, 2015. doi: 10.1093/humupd/dmv039.

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