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IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - Art. 153, VI, CF - Lei nº 9.393/96 - Decreto nº 4.382/92. A EC n.º 42 trouxe modificações importantes em relação ao tributo, vide artigo 153, § 4º, CF: § 4º O imposto previsto no inciso VI do "caput": I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. - Imunidade sobre pequenas glebas A imunidade concedida às pequenas glebas perdeu o requisito de que tal gleba fosse explorada pelo proprietário, de forma isolada ou com sua família, sendo agora necessário ser por ele explorada e que ele não possua outro imóvel. O termo “pequenas glebas” ficou assim definido na Lei nº 9.393/96, em seu art. 2º: Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a: I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sulmato-grossense; II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. - Delegação da capacidade tributária ativa para os Municípios e DF Outra novidade é a de que os municípios que optarem por fiscalizar e arrecadar o tributo ficarão com 100% do produto de sua arrecadação. Aqueles municípios que não fizerem tal opção continuarão a receber 50% do produto, conforme CF, 158, II. De qualquer forma, a competência tributária continua pertencendo à União, podendo o Município vir a ter capacidade tributária ativa. - Como fica o aspecto processual com a delegação da capacidade tributária ativa do ITR para os municípios? FATO GERADOR Art. 29, CTN: O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. - Área rural O CTN, ao tratar do IPTU, definiu o conceito de área urbana. Por exclusão, o que não é área urbana será área rural. - Exploração de atividade extrativa vegetal No entanto, no caso de exploração de atividade rural em imóvel localizado em área urbana (segundo o conceito do CTN), o STJ tem entendimento de que aplica-se o art. 15 do DL 57/66, recepcionado com status de lei complementar. “Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172 , de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.” - Área rural invadida Quando a área rural estiver invadida, os direitos decorrentes da propriedade ficam prejudicados e, dessa forma, o entendimento do STJ é no sentido de não haver a incidência do ITR. “Ementa - ... 4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes de usar, gozar, dispor e reinvidicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um dos fatos geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando o imóvel encontra-se invadido, pois o proprietário é tolhido das faculdades inerentes ao domínio sobre o imóvel....”[footnoteRef:1] [1: REsp 1.144.982] BASE DE CÁLCULO Art. 30, CTN: A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. A base de cálculo é o valor fundiário, nos termos do art. 30 do CTN. Assim, por força do § 1º do art. 10 da lei 9.393/96, são excluídos da base de cálculo os valores referentes a: · Construções, instalações e benfeitorias; · Culturas permanentes e temporárias; · Pastagens cultivadas e melhoradas; · Florestas plantadas. - Área de preservação permanente e reserva legal Por serem áreas nas quais o direito de propriedade sofre limitações, as áreas de preservação permanente e de reserva legal (Código Florestal) não são incluídas no valor da área tributável. CONTRIBUINTES Art. 31, CTN: Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. ALÍQUOTAS - Extrafiscalidade - Área tributada X Grau de utilização Considerando a natureza predominantemente extrafiscal do ITR, as alíquotas são fixadas em função do binômio área tributada e sua respectiva utilização dada por meio do Grau de Utilização definido como “...a relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável.”