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R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 1 R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 2 FUNÇÕES DO TGI A estimulação epitelial local promove a estimulação do sistema nervoso entérico. Essa estimulação pode ser mecânica (contato e distensão) ou química. A estimulação Simpática causa a constrição dos vasos sanguíneos glandulares, inibindo secreções. A estimulação Parassimpática geralmente acarreta aumento das secreções gastrointestinais. O Muco contem agua, eletrólito e glicoproteínas, com finalidade de proteção e lubrificação do trato. SECREÇÃO E FUNÇÃO DA SALIVA: É secretada principalmente pelas glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. Secreção serosa: contém a amilase salivar Secreção mucosa: contém mucina para lubrificação e proteção. Regulação nervosa: são estimuladas principalmente por estímulo parassimpático originado nos núcleos salivares superiores e inferior no tronco cerebral. Estímulos táteis e gustativos, especialmente o azedo. A área do apetite do cérebro responde principalmente a estímulos sensoriais olfativos e visuais enviando sinais estimulantes parassimpáticos. SECREÇÃO ESOFÁGICA: Inteiramente mucosas e a principal função consiste na lubrificação para a passagem do bolo alimentar. SECREÇÃO GÁSTRICA:- Glândulas gástricas: que contem Células mucosas; Células principais (pépticas); Células parietais(HCL). SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO: As Células parietais secretam ácido clorídrico e cloreto de potássio. Os íons H+ presentes no estômago originam-se da decomposição do H2CO3 pela anidrase carbônica em íons H+ e íons bicarbonato, assim, com a dissociação do cloreto de potássio, o ânion Cl‾ formará H+ (baixíssima quantidade) enquanto o íons K+ formará K2CO3. O efeito ácido deve-se a presença de íons H+ livre, que na verdade constituem íons hidrônio H30+. Essas células produzem também o chamado fator intrínseco, uma glicoproteína que se liga ativamente a vitamina B12, sem a qual essa não é absorvida no íleo. Ativadas por estimulação parassimpática, histamina e gastrina (produzida pelas células G da região pilórica). SECREÇÃO E ATIVAÇÃO DE PEPSINOGÊNIO: Células principais produzem principalmente o precursor da enzima proteolítica pepsina, o pepsinogênio, que em ambiente com níveis de acidez menor que cinco são rapidamente convertidas em pepsina. SECREÇÃO DO FATOR INTRÍNSECO; É secretado pelas células parietais juntamente com a secreção de ácido clorídrico, e constitui um fator essencial que se liga a vitamina B12 para que essa possa ser absorvida. Em paciente que possuem comprometimento estomacal devido a ulcerações exageradas ou gastrectomia total há deficiência de vitamina B12, que é responsável pela maturação das hemácias, ou seja, ocorre anemia perniciosa. As GLÂNDULAS PILÓRICAS contém majoritariamente células mucosas. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 3 SECREÇÃO DE ÁCIDO PELO ESTÔMAGO; Quando alimentos protéicos atingem a região antral do estômago, ocorre a estimulação de gastrina nas glândulas pilóricas, a mistura do suco gástrico contendo gastrina estimula a liberação de histamina por células da camada submucosas que estimularão as células parietais a produção de HCl. SECREÇÃO DE PEPSINOGÊNIO; Ocorre por estimulação de células principais (pépticas) por acetilcolina liberada pelo plexo mioentérico; ou estimulação das células pelo ácido clorídrico. FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA: Fase cefálica: resulta de fatores como a visão, o odor, a lembrança do sabor que origina sinais neurogênicos no córtex cerebral e nos centros do apetite na amígdala e no hipotálamo. São transmitidos até o estômago através dos nervos vagos. Corresponde a cerca de 20% da secreção total. Fase gástrica: o alimento que entra no estômago excita os reflexos vasovagais, reflexos locais (mioentéricos) e da gastrina. Permanece por varias horas, enquanto o alimento permanece no estômago. Corresponde a cerca de 70% da secreção total. Fase intestinal: a presença de alimento na porção superior do duodeno continuará a estimular a produção das secreções gástricas. INIBIÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA: ocorre em presença de alimento no intestino delgado inicia um reflexo enterogástrico reverso, transmitido através do sistema nervoso entérico, por estímulos vagais estímulos simpáticos extrínsecos. Ou pela presença de ácidos, gorduras, produtos de quebra das proteínas, fatores irritantes da mucosa duodenal. Estimulam a produção de vários hormônios intestinais, entre eles a secretina. DOR ABDOMINAL Seus principais fatores desencadeantes são; lesão tecidual, distensão, contração, inflamação e lesão química direta, sendo aguda ou crônica; intermitente ou constante; espasmódica, lancinante ou pontada; localizada ou irradiada. VISCERAL: é de difícil localização e com fraca correspondência ao segmento espinal que inerva a víscera envolvida. Ex.: úlcera péptica. IRRADIADA ou somatoparietal: surge de estimulação nociva do peritônio parietal. É facilmente localizada e corresponde ao dermátomo que inerva a região lesionada. Ex.: apendicite. REFERIDA: é percebida em áreas distantes do órgão doente e ocorre como resultado de neurônios viscerais e aferentes de diferentes regiões anatômicas convergindo para o mesmo segmento medular. EXEMPLO; nas vísceras intestinais, após a 3ª semana embrionária, o intestino primitivo se divide em intestino anterior, intestino médio e intestino posterior. Assim, a artéria mesentérica superior nutre o intestino médio (duodeno, jejuno, íleo, colón ascendente e metade do colón transverso) e a inferior nutre o intestino posterior ( 2ª metade do transverso, colón descendente, sigmoide e reto). O intestino anterior compreende a faringe, esôfago e estomago. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 4 Quanto a INERVAÇÃO, as vísceras apresentam nociceptores difusos, assim a dor do intestino superior refere-se a região epigástrica e a dor do intestino médio também a região epigástrica e monogástrica (por receberem inervação de raízes vagal) e a dor em vísceras do intestino posterior refere-se ao hipogástrio por inervação lombo sacral. Podendo ocorrer DOR IRRADIADA, pois o nervo frênico ( originado de C3, C4 e C5) inerva o diafragma e também o peritônio parietal subjacente (superior), assim se algum foco irritativo toca o peritônio superior a dor será irradiada para a região do ombro das raízes do nervo frênico. Se o foco toca outras regiões do peritônio parietal a dor se irradiará por seu dermátomo. Ex: a dor inicialmente epigástrica ou mesogástrica na apendicite (por distensão de nociceptores viscerais do peritônio visceral), quando a inflamação evolui ao ponto de tocar o peritônio parietal leva a irritação da raiz nervosa do dermátomo local e dor localizada em fossa ilíaca direita. REFLUXO GASTRO-ESOFAGICO É uma afecção crônica, decorrente de fluxo retrógado do conteúdo gastroduodenal ao esôfago. Originando sintomas esofágicos e extra-esofagicos. É uma das afecções mais prevalentes em gastroenterologia, com frequente necessidade de uso continuo de medicamentos. A PIROSE, sensação de queimação retro-esternal, é a manifestação clinica mais comum. Em bora a DRGE raramente cause óbito, costuma comprometer a qualidade de vida dos seus portadores com alto índice de morbidade ocasionado pelo desenvolvimento de ulceras,hemorragias, esôfago de Barret e adenocarcinoma. ETIOGENIA O principal evento é o retorno patológico de agentes agressores para o esofago, como; o acido clorídrico, pepsina, sais biliares e enzimas pancreáticas. Para isso, os fatores de defesa, barreiras anti-refluxo precisam ser superadas. Essas barreiras são constituídas por componentes anatômicos e fisiológicos que atuam sinergicamente mantendo a integridade da mucosa. Porem a defesa propriamente dita depende da resistência tecidual, que varia em cada individuo. MECANISMO DE DEFESA BARREIRA MEC. ENVOLVIDO Área de alta pressão junto a transição esofagogástrica. Pressão intrínseca de EEI Localização intrabdominal de EEI Compressão extrínseca da cúpula diafragmática Lig. Frenoesofagico criando um ângulo agudo na entrada do esofago ao estomago Depuração esofágica Peristalse Salivação; alcalina (neutraliza ácidos) Resistencia da mucosa esofágica Junções firmes Matriz extracelular Secreção de bicarbonato (Glând. Esofágicas da submucosa). R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 5 FATORES DESENCADEANTES ALIMENTOS Chocolate, gorduras, Café MEDICAMENTOS Bloq canais de Ca, Meperidina, Morfina, Dopamina, Diazepan, barbitúricos, teofilina, prostaglandinas E2, I2 HORMONIOS Progesterona, secretina, glucagon, somatostatina, VIP, GIP AGENTES NEURONAIS Betabloqueadores, anticolinérgicos, antagonista alfa- adrenérgicos, agonistas acido nítrico OUTROS Tabaco, álcool MECANISMO FISIOPATOLOGICO: Nos período pós-prandiais há RELAXAMENTO TRANSITORIO dos esfíncteres, principalmente do esfíncter esofágico inferior por distensão de mecanorreceptores do estomago, proporcionando a vazão de ar liberada da digestão para as vias superiores. O alimento promove a liberação de gastrina, aumentando a secreção gástrica e colecistocinina (quando há presença de gordura no bulbo duodenal), aumentando a secreção duodenal (CCK) somando-se ao estimulo do trato solitário ao centro da deglutição do bulbo que é ativado pelo estimulo dos mecanorreceptores do estomago que envia o sinal via nervo vago liberando NO e promovendo o relaxamento transitório. o aumento de secreção gástrica pós-prandial. O aumento da secreção gástrica, inicia-se com a alimentação, quanto maior a volume alimentar maior a produção de HCL, porem o alimento produz um efeito tampão – neutralizando o Ph acido. Em períodos de jejum prolongados onde o Ph do estomago já se encontra acido (Ph 2-3), a região do fundo estomacal forma uma região chamada de bolsa acida onde o alimento não realiza o efeito tampão, iniciando a gênese do refluxo. RELAXAMENTO TRANSITORIO DO EEI (ESFINCTER ESOFAGICO INFERIOR). O relaxamento transitório dos EEI pode ser notado tanto em indivíduos saudáveis como em indivíduos portadores da DRGE, porem, nos portadores de DRGE os refluxos transitórios são mais longos que os ligados a deglutição ocorrendo o refluxo nestes episódios. O relaxamento transitório é resultante da distensão do fundo gástrico por alimentos ou gases, mais comum em períodos pós-prandial e DECUBITO LATERAL DIREITO. A maioria dos portadores de DRGE apresenta a pressão esfincteriana dentro dos padrões normais. Assim, a diminuição da pressão basal só apresenta importância em casos mais graves. HERNIA HIATAL E ALTERAÇOES DA MOTILIDADE ESOFAGICA A hérnia de hiato é um fator facilitador ao aparecimento da DRGE, embora sua existência não indique a ocorrência de refluxo. Porem episódios de relaxamento transitórios do EEI ocorrem com maior frequência, onde a hérniaçao intratorácica promove a perda da proteção exercida pelo hiato diafragmático, associando-se a casos graves da doença e inspiração. Em pacientes sem alterações de peristalse, a salivação é relevante, pois reduz de volume durante a noite, facilitando lesão esofágica durante esse período. Outros fatores que que diminuem a produção de saliva, como anticolinérgicos, radioterapia, síndrome R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 6 de Sjögren e tabagismo, estão associados a ocorrência da DRGE. Afecções que levam a hiperacidez, como a síndrome de Zollinger-Ellison, podem levar a DRGE grave. HELICOBACTER PYLORI Não existem evidencia de que o H. Pylori influencie na quantidade de material refluído, altere a pressão basal do EEI ou os mecanismo de depuração esofágicos. O único mecanismo que poderia explicar a participação do H. pilory na DRGE seria a modificação da acidez do suco gástrico. A gastrite condicionada pela bactéria teria como consequência a redução da produção de acido clorídrico, a qual voltaria aos índices normais após a erradicação, favorecendo a ocorrência do refluxo acido. Notados por Labenz em 1997 quando uma proporção considerável de paciente com ulceras duodenal tratados da infecção por H. pylori desenvolveram DRGE, onde a infecção por esta bactéria apresentou um efeito protetor em relação ao desenvolvimento da DRGE. Atualmente , sabe-se que a infecção pode ter diversos efeitos sobre a secreção gástrica; A gastrite antral acompanha-se de hipersecreção gástrica. Já a pangastrite, envolve antro e corpo, e a gastrite predominantemente do corpo, caracterizam-se por secreção ácida diminuída associadas a gastrite atrófica e risco aumentado de câncer gástrico. A remoção da bactéria levaria a correção dessas anormalidades na secreção gastrica. Sua erradicação é sempre recomendada. MANIFESTAÇOES CLINICAS: A intensidade ou frequência dos sintomas são fracos preditores da presença ou da gravidade esofagite. Sua duração esta relacionada ao risco de complicações. MANIFESTAÇOES TÍPICAS MANIFESTAÇOES TIPICAS Pirose e regurgitação acida MANIFESTAÇOES ATÍPICAS PULMONARES Asma, tosse crônica, pigarro, bronquite crônica, pneumonia de repetição, bronquiectasias OTORRINO- FARINGOLOGICAS Faringites, otites, sinusites e rouquidão ORAIS Desgaste do esmalte dentário, aftas e halitose. As manifestações atípicas podem ocorrer por dois mecanismos: ação direta do material refluído sobre a via aérea ou reflexo vagal causado pela irritação da mucosa esofágica. DIAGNOSTICO Pode-se apresentar erosões identificadas ao exame endoscópico; FORMA EROSIVA. Ou sem erosões; FORMA NÃO-EROSIVA, de diagnostico mais difícil, levando em consideração as queixas clinicas; PIROSE/REGURGITAÇÃO min 2x/semana, por período igual ou superior a 4 semanas, sugere diagnostico. O sintoma mais comum é a pirose, referida tipicamente de 30 minutos a 2 horas após a refeição, podendo ser aliviada com o uso de anti-acidos. Outro fator importante é a pesquisa de sinais e sintomas que indiquem complicações da DRGE, denominados SINTOMAS DE ALARME, que englobam disfagia, odinofagia, hematêmese, melena, anemia e emagrecimento. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA E BIOPSIA DE ESOFAGO R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 7 De importante relevância para diagnostico diferencial de outras enfermidades, como o câncer de esôfago. Possibilita a coleta de biopsia, imprescindíveis para diagnostico de esôfago de Barret e adenocarcinoma. Amplamente disponível e de fácil execução. O exame pode apresentar: erosões limitadas a mucosa, ulcerações, estenose péptica, esôfago de Barret. A esofagite é um processo inflamatório que se inicia no interstício (lamina própria) e progride em direção à superfície da mucosa, sendo as vezes não visualizadona endoscopia e somente na biopsia ou exame histológico não- complicado. CRITERIO DE LOS ANGELES: EXAME RADIOLOGICO CONTRASTADO DO ESOFAGO Em esofagites complicadas, sendo útil na avaliação morfológica de estenose, ulceras e retrações, além de hérnia hiatal. Suspeitas de megaesôfago. Avaliação pre e pos operatória de fundoplicaturas. MANOMETRIA ESOFAGICA Usado a anos, avalia a motilidade esofágica. Indicações para DRGE: Investigação da peristalse em pacientes com indicação cirúrgica Determinar localização precisa do EEI para permitir a correta instalação do eletrodo de PHmetria Investigação de distúrbio motor esofágico associado, como doença do colágeno e o espasmo esofágico difuso. PHMETRIA DE 24 HORAS É o melhor método disponível para caracterizar o refluxo e permitir correlação dos sintomas com os episódios de refluxo. Quantificando a exposição da mucosa ao conteúdo acido. Indicações: Sintoma típicos de DRGE sem resposta satisfatória ao tratamento medicamentoso e nos quais o exame endoscópico não revelou dano a mucosa esofágica. (o exame deve ser realizado com inibidor de bomba de prótons). Manifestações extra-esofagicas sem esofagite a endoscopia. Utiliza-se dois ou mais sensores supra e infra esofágico. Pré-operatório de casos bem caracterizados em que o exame endoscópico não caracterizou esofagite. IMPEDANCIOMETRIA Possibilita investigação do movimento do conteúdo gástrico independentemente da medida do PH, permitindo assim o diagnostico de refluxo não acido, bem como altura alcançada pelo refluxato. Permitindo diagnostico de refluxo liquido e gasoso. Utilização limitada na pratica. BILITEC Bilimetria prolongada do esôfago, identifica o refluxo biliar. A dificuldade técnica para o exame e a falta de indicação clara para sua utilização limitaram muito seu uso, R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 8 sendo pouco utilizável na pratica clinica. TESTE TERAPÊUTICO Pacientes com menos de 40 anos, com manifestações típicas de DRGE, sem sinais de alarme podem fazer teste terapêutico com inibidores da bomba de prótons, em dose diária por 4 semanas como conduta inicial, em conjunto com medidas comportamentais. O teste é POSITIVO quando desaparecem os sintomas inicialmente presentes, sugerindo fortemente o diagnostico de DRGE. COMPLICAÇOES As evoluções crônicas principalmente em indivíduos que não procuram auxiliam medico, ou que não o segue corretamente, podem apresentar complicações. As mais comuns são: esôfago de Barret e risco potencial para adenocarcinoma, estenose consequente da inflamação levando a fibrose da parede e redução da luz onde a principal manifestação clinica é a disfagia, ulceras e sangramento esofágico lento e insidioso sendo responsáveis por quadros de anemia crônica ou hematêmese. TRATAMENTO Objetiva o alivio sintomático, cicatrização das lesões e profilaxia das recidivas e complicações. Visa-se melhorar a função motora do esofago, estimula da depuração e tamponamento acido e elevação da pressão basal o EEI, aceleramento do esvaziamento gástrico com redução do potencial agressivo do suco gástrico. Não existem fármacos para a correção do relaxamento transitório do EEI. Deve-se esclarecer ao paciente a natureza crônica dos eventos e a necessidade de modificações em seu estilo de vida. TRATAMENTO CLINICO; medidas comportamentais e dietéticas; eliminar ou reduzir certos alimentos, medicamentos e hábitos que favoreçam o refluxo. Evitar refeições volumosas, ricas em gorduras. Aguardar 1 ou 2 horas após as refeições antes de se deitar Cessar o consumo de tabaco. A obesidade também se relaciona com a DRGE, por aumentar a pressão intra- abdominal, redução da pressão basal do EEI, esvaziamento gástrico lento e aumento da frequência de relaxamentos transitórios; aumentando o tempo de exposição acida. Além de que as hérnias de hiato são mais frequentes em pacientes obesos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO; Visa-se neutralizar ou eliminar o acido refluído ou melhorar distúrbios motores que podem acompanhar a doença. INIBIDORES DA BOMBA DE PROTONS; droga de primeira escolha, inibem a produção de acido pelas células parietais do estomago, além de demonstrar melhores índices de cicatrização com baixo índice de efeitos R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 9 adversos. Devem ser administrados antes das refeições, pois bloqueiam somente bombas ativas. USO; dose plena por 4-8semanas, caso resposta não satisfatória; dobrar a dose. Em casos de recidivas ao cessar o tratamento, manter terapia de manutenção em dose mínima sempre associada a medidas comportamentais. BLOQUEADORES DOS RECEP. H2 DA HISTAMINA: os ARH2 bloqueiam os receptores de histamina das células parietais, bloqueando a secreção acida basal e estimulada. Os mais utilizados são; Ranitidina, Famotidina e Cimetidina. Sua limitação se da a baixa eficácia em casos mais graves e a tolerância com uso crônico. PROCINETICOS; elevam a amplitude das contrações peristálticas acelerando o esvaziamento gástrico elevando a pressão do EEI, mas tem influencia no relaxamento transitório. Ex; metoclorpramida. Efeitos adverso; sonolência e efeitos extrapiramidal. A Domperidona apresenta ação limitada no SNC e menores efeitos colaterais. ANTIACIDOS, ALGINATOS E SUCRALFATO; fornecem alivio sintomático passageiro, neutralizando a secreção acida com controle a curto prazo da DRGE. Curativa limitada. TRATAMENTO CIRURGICO Indicado para pacientes com hérnias hiatais, formas complicadas, estenose, ulceras, adenocarcinoma e pacientes que respondem ao tratamento clinico mas não podem ou não querer continuar o mesmo. Pacientes que não respondem ao tratamento medicamentoso não são bons candidatos. DISPEPSIA DEFINIÇÃO: presença de dor ou desconforto no abdômen superior, referindo-se assim assim a uma grande variedade de sintomas de causas diversas, como; sensação de distensão abdominal, saciedade precoce, plenitude pós-prandial, epígastralgia, eructação, náuseas e vômitos muitas vezes referidos como má digestão. Pacientes com pirose e regurgitação predominantes apresentam elevado valor preditivo para DRGE. EPIDEMIOLOGIA; 40-70% em consultórios de gastrenterologia. Com discreta incidência maior em mulheres. Estimasse que cerca de 1/3 da população experimente algum sintoma dispéptico por ano. Pode ser dividida em DOIS grandes grupos; Orgânica; quando há um marcador biológico relacionado as queixas Funcional; quando um marcador biológico não é encontrado. CAUSAS ORGANICAS; pode ser secundaria a uma grande variedade de causas orgânicas, como ulceras pépticas, câncer e outros processos inflamatórios ou infecciosos do trato digestório superior. CAUSAS FUNCIONAIS; quando não se encontra justificativa orgânica para a queixa, tratando-se portanto, de um diagnostico de exclusão. Cerca de 50% R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 10 dos casos não se encontram causas orgânicas aparentes. DOENÇA ULCEROSA PEPTICA Prevalência em 8% dos pacientes. Variando de acordo com a população estudada. Sendo maior entre os homens, maiores de 40 anos com quadro de dor noturna que melhora com a ingestão de alimentos ou antiácidos, fumantes, com historia previa ou familiar de ulceras com infecção pelo H. Pylori e uso de anti-inflamatórios previamente. Assim, embora pacientes com síndrome dispépticanão apresente doença ulcerosa, ela constitui a primeira hipótese na avaliação. INTOLERANCIA ALIMENTAR Queixas associadas a algum alimento em particular como; café, alimentos muito condimentados; em particular a pimenta, abuso de álcool e alimentos ricos em gorduras, frutas cítricas. No entanto ainda não há comprovação. Os principais mecanismos para o desenvolvimento: Irritação da mucosa gastresofágica Irritação de ulceras preexistente Retardo do esvaziamento gástrico Distensão gástrica Estimulo direto de receptores aferentes da mucosa Aumento de produção de gas Alergia alimentar Intolerância ao leite como diagnostico diferencial. Pode ocorrer em cerca de 9% dos pacientes DOENÇAS SISTEMICAS E MEDICAMENTOS; insuficiência coronariana, onde há dor abdominal, distensão, náuseas e vômitos quase que indistinguíveis dos ocasionados por lesão de segmento gastroduodenal. Diabetes Mellitus, insuficiência renal, doenças da tireoide, adrenal e paratireoide. Medicamentos como AINES, digoxina, cloreto de potássio, inibidores da ECA, diuréticos, aspirina, nitratos, corticoides, colchicina, antibióticos (macrolídeos e metronidazol), levodopa usado em Parkinson, podem desencadear sintomatologia de síndrome dispeptica. NEOPLASIA GASTRICA E ESOFAGICAS Prevalência em 2% dos pacientes, sendo que 98% desses tem mais de 45 anos. O risco aumenta quando há historia previa de cirurgia gástrica, historia familiar de câncer gástrico e pacientes com infecção por H. Pylori. SINAIS DE ALARME; R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 11 vômitos frequentes sangramento gastrointestinal anemia ferropriva disfagia emagrecimento massas abdominais palpáveis. Exame confi9rmatorio; EAD- endoscopia digestiva Alta. DOENÇA DO SISTEMA BILIOPANCREATICO Sintomas característicos de arvore biliar ou pâncreas, não causando grandes confusões no diagnostico. A pancreatite aguda é o diagnostico diferencial mais comum. DOENÇAS GASTRINTESTINAIS NÃO PEPTICAS. Parasitoses não devem ser negligenciadas; sendo giárdia e estrongiloide os agentes mais comuns associados. Outras causas citáveis são; gastroparesia ocasionada por esclerodermia e diabetes mellitus, pseudo-obstruçao intestinal e ressecções gástricas. Doença celíaca. Doenças inflamatórias; doença de Crohn. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGICO De difícil diagnostico diferencial, já que os sintomas podem coexistir, mascarando sinais e sintomas da doença. Devido a isso, o consenso de ROMA III excluiu dispepsia tipo refluxo (presença de sintoma como PIROSE) da classificação de dispepsia, recomendando que pacientes sejam tratados como tendo provável DRGE. DISPEPSIA FUNCIONAL DEFINIÇÃO: Segundo o consenso de ROMA III, define-se como; dor de duração mínima de 12 semanas, contínuos ou recidivantes, durante os últimos 6 meses, ou desconforto em abdome superior na ausência de qualquer causa orgânica, sistêmica ou metabólica e sem achados de síndrome de intestino irritável.” A fisiopatologia é obscura, associada a hipersensibilidade visceral, disfunção motora e fatores psicossociais. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SINTOMAS: com base em ROMA III, a dispepsia funcional pode ser dividida em; INDUZIDA POR ALIMENTAÇÃO e DOR R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 12 EPIGASTRICA segundo seus sintomas mais frequentes. FISIOPATOLOGIA As principais hipóteses são; Alteração da motilidade gastroduodenal, presente em 60% dos pacientes com dispepsia funcional. Seguindo-se de; Retardo do esvaziamento gástrico (40% dos pacientes), mais relacionado com plenitude pós-prandial do que com dor ou vomito. Alteração de acomodação gástrica (40-50%), capacidade alterada em acomodar o alimento na parte proximal do estomago atingindo o antro precocemente, levando a dilatação do antro e saciedade precoce e perda de peso. Sumatriotanos e agonistas 5HT promovem melhor acomodação gástrica. Hipersensibilidade visceral (50%), aumento da sensibilidade a distensão gástrica por redução do limiar de percepção aos estímulos Sensibilização dos mecanorreceptores intragastricos, por inflamação ou injuria. Maior recrutamento ou excitabilidade de neurônios do corno posterior e até alterações do SNC em processar ou modular estímulos aferentes que aumentariam ou amplificariam os estímulos viscerais. Fatores psicossociais; alto índice de diagnósticos associados com depressão, síndrome do pânico, ansiedade generalizada e doenças somatoformes. Traumas em idades precoces e stress crônico na vida adulta podem causar alterações irreversíveis no sistema de resposta ao stress, gerando dessa forma, disfunção no sistema autonômico. Especialmente redução do tônus vagal e alteração nas vias aferentes, com consequente alteração na percepção ou modulaçao pelo SNC DIGANOSTICO Excluir causa orgânica HISTORIA CLINICA; limitada para distinguir causas orgânicas. Questionar motivo de procura medica; medos e temores. Questionar historia familiar e social do paciente a fim de investigar stress e fatores de melhora ou piora. Classificar sintomas em subgrupos para facilitar o diagnostico; TIPO ULCEROSOS, TIPO DISMOTILIDADE, TIPO REFLUXO. Avaliar presença de sinais de alarme. Recomendações dietéticas. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA; possibilita visualização direta com alta acurácia diagnostica para ulceras, esofagite e neoplasias. Pacientes com endoscopia alta normal podem ter síndrome dispeptica ou DRGE não erosiva. O medico deve distinguir pacientes com alta probabilidade de doença grave, dos pacientes que podem ser tratados com terapia R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 13 empírica anti-secretora ou erradicação do H. Pylori. Para decidir entre tratamento empírico e endoscopia precoce, deve- se analisar; nível de ansiedade do paciente, idade, presença de sinais de alarme ou sinais que aumentam a probabilidade de doença orgânica seria, sintomas de refluxo e infecção por H. Pilory. EXAME CLINICO; dectar evidencias de doenças orgânicas; doenças cardíacas, diabetes mellitus e doença tireoidiana. Deve-se procurar sinais como visceromegalias, massas, ascite, sangue oculto nas fezes. Toda a pesquisa também pode ser terapêutica ao paciente, proporcionando tranquilidade de que os sintomas estão USO DE MEDICAÇÃO: deve-se revisar o uso de medicamentos pelo paciente com síndrome dispeptica, Aspirina e AINES, devem ser suspensas quando possível. Pacientes que não podem suspender AINES, um teste com inibidores da bomba de prótons ou antagonista dos receptores H2, devem melhorar os sintomas e cicatrizar ulceras, se presentes. CONDUTAS; segundo o colégio americano de gastroenterologia: Em pacientes menores de 55anos e assintomáticos, deve-se considerar também outras opções de conduta equivalente: testar e tratar H. Pilory utilizando teste não invasivo e um teste de supressão acida se a erradicação tiver sido eficaz ou tratamento empírico com inibidores de bomba acida. Cabe lembrar que o câncer gástrico é a 3ª maior causa de morte entre as neoplasias no homem, e a 4ª entre as mulheres. TRATAMENTO Normalmente as modificações de estilo de vida apresentam melhoras. Tratamento placebo demonstra melhora de cerca de 80% dos R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 14 pacientes, denotando a importância de uma boa relaçãomedico pacientes. MEDIDAS DIETETICAS: evitar alimentos que agravem os sintomas; ex; refeições ricas em gorduras/lipídeos aumento a sensibilidade gastroduodenal. Orientar refeições frequentes em porções menores. Evitar cafeína. TRATAMENTO FARMACOLOGICO: eficácia limitada e alto índice de efeito placebo. Destacam-se anti-acidos, drogas anti- secretores, procineticos, antibióticos para erradicação do H. Pylori, ansioliticos INIBIDORES DA SECREÇAO GASTRICA: segundo ROMA III, é a primeira escolha para dispepsia tipo dor epigástrica, uso de 2-4 semanas em períodos de piora do quadro. Sendo os prócineticos em dispepsia tipo dismotilidade. Antiacidos em sintomas leves e intermitentes. PRÓCINETICOS; ex metoclorpramida bloqueia os receptores dopaminérgicos do tgi estimulando a motilidade gastrointestinal. Porem apresenta muitos efeitos adversos. A domperidona, antagonista da dopamina age perifericamente não cruzando a barreira hematoencefalica, sendo mais eficaz e com menos efeitos colaterais, A eritromicina aumenta o esvaziamento gástrico e melhora o inchaço produzido pela alimentação, porem não melhora a plenitude gástrica e náuseas pós-prandial. DROGAS QUE RELAXAM O FUNDO GASTRICO; Paroxetina, gliceril trinitrato (oxido nítrico), sumatriptanos. AGENTES ANTINOCICEPTIVOS; medicamentos com capacidade de reduzir a percepção do trato gastrointestinal. Ex; antidepressivos tricíclicos (amitriptilina e imipramina), fluoxetina. CONSENSO H. PYLORI TRATAMENTO; considerar custo- beneficio e possibilidade de remissão sintomática em pacientes tratados. Avaliação histológica, incluindo tipo e R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 15 intensidade do processo inflamatório e presença de metaplasia intestinal; parâmetros de irradicação. INDICAÇOES; • Úlcera gastroduodenal, ativa ou cicatrizada. • Linfoma MALT de baixo grau. •Pós-cirurgia para câncer gástrico avançado, em pacientes submetidos a gastrectomia parcial. • Pós-ressecção de câncer gástrico precoce (endoscópica ou cirúrgica). • Gastrite histológica intensa. OUTRAS SITUAÇOES; •Pacientes de risco para úlcera/complicações que utilizarão AINEs. • Pacientes com história prévia de úlcera ou hemorragia digestiva alta (HDA) que deverão usar AINEs inibidores específicos ou não da COX-2. • Indivíduos de risco para câncer gástrico. • Pacientes de risco para úlcera ou complicações que deverão usar cronicamente derivados do ácido acetil salicílico (AAS), mesmo em doses baixas. Havendo opção de tratamento, a duração devera ser de 7 dias. ESQUEMA DE TRATAMENTO: 1) Inibidor de bomba protônica (IBP) em dose padrão + amoxicilina 1,0 g + claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, durante 7 dias. 2) IBP em dose padrão, uma vez ao dia + claritromicina 500 mg duas vezes ao dia + furazolidona 200 mg duas vezes ao dia, durante 7 dias. 3) IBP em dose padrão, uma vez ao dia + furazolidona 200 mg três vezes ao dia + cloridrato de tetraciclina 500 mg quatro vezes ao dia, durante 7 dias. Controle da erradicação deverá ser verificado: • Úlcera duodenal. • Úlcera gástrica. • Linfoma MALT de baixo grau. Identificaçao de cepas não constitui erradicação. A opinião do paciente deve ser considerada. O tempo para reavaliação é de no mínimo 1 ano. Controle da erradicação • Oito semanas, no mínimo, após o final da medicação anti-H.pylori. Através do teste respiratório com uréia marcada, quando não houver indicação para endoscopia. Na eventualidade do exame endoscópico, através de teste da urease e histologia. Anti-secretores deverão ser suspensos 7 a 10 dias antes do exame de controle da erradicação. RETRATAMENTO DO HP Recomenda-se mais duas tentativas de tratamento, com duração, de 10 a 14 dias. Os esquemas a serem utilizados dependem do tratamento inicial. Se foi utilizado IBP + amoxicilina + claritromicina ou IBP + furazolidona + claritromicina: IBP em dose plena + sal de bismuto 240 mg + furazolidona 200 mg + amoxicilina 1,0 g (podendo ser substituída pela doxiciclina 100 mg), administrados duas vezes ao dia, durante 10 ou 14 dias. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 16 ABDOME AGUDO O termo refere-se a sinais e sintomas de doença intra-abdominal cujo melhor tratamento em geral é cirúrgico. O medico deve agir em tempo hábil para salvar a vida do paciente, avaliando; historia clinica, exame físico, exames laboratoriais e exames de imagens. Ocorrendo em todos sexos e faixas etárias, apesar de que o diagnostico pode variar de acordo sexo e faixa etária; assim como gestação tubaria so ocorrem em mulheres, apendicites são mais comuns em crianças e adultos jovens e diverticulite, doença biliar e infarto mesentérico na população de mais idade. ANATOMIA E FISIOLOGIA Após a 3ª semana embrionária o intestino primitivo se divide em intestino anterior ( que origina faringe, esôfago, estomago e duodeno proximal), intestino médio (duodeno, jejuno, íleo, ceco, apêndice, colon ascendente e hemi-colon transverso direito) e intestino posterior (2ª metade do colon transverso, colon descendente, sigmoide e reto). Assim, a artéria mesentérica superior nutre o intestino médio (duodeno, jejuno, íleo, colón ascendente e metade do colón transverso) e a inferior nutre o intestino posterior ( 2ª metade do transverso, colón descendente, sigmoide e reto). O intestino anterior compreende a faringe, esôfago e estomago. Quanto a INERVAÇÃO, as vísceras apresentam nociceptores difusos do peritônio visceral (dor difusa e mau localizada), assim a dor do intestino superior refere-se a região epigástrica e a dor do intestino médio também a região epigástrica e mesogástrica e a dor em vísceras do intestino posterior refere-se ao hipogástrio por inervação lombo sacral (por receberem inervação intra- peritoneal e de ramos aferente inominados simpáticos. O nervo vago não transmite dor). Podendo ocorrer IRRADIAÇAO da DOR, principalmente quando o foco irritativo toca o peritoneo parietal; ricamente inervado por nervos perifericos, produzindo dor aguda e localizada. Ex; O nervo frênico ( originado de C3, C4 e C5) inerva o diafragma e também o peritônio parietal subjacente (superior, das capsulas; hepática e esplênica e do pericárdio), assim se algum foco irritativo toca o peritônio superior a dor será irradiada para a região do ombro das raízes do nervo frênico. Se o foco toca outras regiões do peritônio parietal a dor se irradiará por seu dermátomo. Ex: a dor inicialmente epigástrica ou mesogástrica na apendicite (por distensão de nociceptores viscerais do peritônio visceral), quando a inflamação evolui ao ponto de tocar o peritônio parietal leva a irritação da raiz nervosa do dermátomo local e dor localizada em fossa ilíaca direita. FISIOPATOLOGIA A presença de bactérias na cavidade peritoneal pode causar grande saída de líquidos das membranas peritoneais a partir da circulação, causando desidratação e quadros de choque hipovolêmico. Produzindo sinais clínicos de R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 17 hipotensão ortostática, em repouso, e taquipnéia. O conteúdo intra- peritoneal é drenado pelos linfáticos diafragmáticos,bi-laterais. O liquido não depurado por esse processo tende a se acumular nas regiões inferiores da pelve, como no fundo de saco de Douglas por exemplo. Assim, o peritônio responde ao processo INFLAMATORIO (ex; um abscesso pode produzir função gastrointestinal normal enquanto processos disseminados como ulceras perfuradas produz um abdômen silencioso por bactérias) aumentando o fluxo sanguíneo e a permeabilidade capilar; formando exsudato fibrinoso a partir da transudação peritoneal com liquido e proteínas (neutrófilos e leucócitos). O intestino diminui consideravelmente as contrações peristálticas, de forma localizada ou difusa, a fim de promover a formação da superfície fibrosa e conter a infecção. Nesse momento podem ocorrer aderências entre alças e formação de pastrão (onde o omento maior se fusiona ao foco inflamatório formando uma massa, com fim de bloquear macroscopicamente a inflamaçao). CAUSAS PRIMARIA: geralmente espontânea, por infecção bacteriana difusa sem fonte intra-abdominal de contaminação obvia. Mais comum por pneumococos e estreptococos hemolítico em crianças ou E. Coli e klebsiella em adultos com ascite e cirrose. SECUNDARIA; subtipo mais comum, resulta de perfuração, infecção ou gangrena de um órgão intra abdominal. As secreções digestivas, bile, sangue e urina causam peritonite química, comum em ulceras pépticas. TERCIARIA; Com alto índice de mortalidade 30-64%, característica de dor imprecisa, flora microbiana alterada e falência progressiva dos órgãos. CARACTERISTICAS COMUNS; DOR LOCALIZADA; Apendicite aguda DOR GENERALIZADA; ulcera péptica perfurada R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 18 DOR REFERIDA; colecistite (referida a escapula). TIPOS DE ABDOMEN AGUDO HEMORRAGICO; derrame de sangue na cavidade peritoneal, principais causas; GASTROINTESTINAIS Laceração de fígado, baço, pâncreas, mesentério e intestino GINECOLOGICAS Prenhes ectópica rota, rotura de útero e rotura de folículo ovariano VASCULAR Rotura de aneurisma; aorta, renal, esplênica, hepatica UROLOGICA Rotura de bexiga INFLAMATORIO; ESTOMAGO Ulcera gastroduodenal TRATO BILIAR Colecistite aguda c/ ou s/ coledocolitiase PANCREAS Pancreatite INTESTINO DELGADO Doença de crohn, diverticulite de merkel INTESTINO GROSSO Apendicite, diverticulite, retocolite, doença de crohn OBSTRUTIVA JEJUNO Tumores, aderências, vólvulos, intuscepção, hérnia estrangulada ILEO Tumores, aderências, vólvulos, intuscepção, COLON Tumores, aderências, vólvulos, diverticulite, hérnia estrangulada VASCULAR GASTROINTESTINAL Isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção de omento, infarto esplênico. GINECOLOGICAS Torção de anexo Perfurativo: úlcera péptica, neoplasia gastro-intestinal, perfurada, amebíase, febre tifóide, divertículos do cólon, dentre outros. A dor súbita e generalizada sugere quadro intra-abdominal grave que pode levar ao choque, decorrente de perfuração de víscera abdominal ou isquemia aguda, necessitando de reposição volêmica e operação imediata. A dor progressiva, gradual, em algumas horas, sugerem doenças que levam ao abdômen agudo; colecistite aguda, pancreatite aguda, obstrução de intestino proximal. Quando a evolução é rápida em intensidade e localizada, pode ser sugestiva para apendicite aguda, diverticulite, perfuração visceral contida ou bloqueada e etc. EXAMES LABORATORIAS O hemograma geralmente apresenta leucocitose leve a moderada, a dosagem de amilase e lipase auxiliam no diagnostico diferencial de R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 19 pancreatite aguda. O exame de urina simples tipo1 (EAS) pode auxiliar no diagnostico de infecção urinaria e litíase renal. Mulheres em idade fértil devem ter dosagem BHCG. VALORES DE REFENCIA; Ainda há pesquisa de eletrólitos quanto ao estado de hidratação do paciente. Valores de glicemia para avaliação de estado metabólico e endócrino do paciente Os testes de UREIA e CREATININA também são de importância relevante. UREIA: 10-40mg (soro) produto da degradação de compostos proteicos por bactérias intestinais, sintetizada no fígado, excretada pelos rins, sendo indicador de função renal. CREATININA; 0,7-1,3mg/dl. Produto do catabolismo muscular, excretada pelos rins, servindo para avaliação de função renal. Por depender do metabolismo muscular, idosos apresentam insuficiência renal com níveis normalizados de creatinina. O exame físico é a peça principal onde os exames de imagem melhoram a eficácia diagnostica. O exame físico inicia-se pela inspeção, procurando-se por massas, hérnias e cicatrizes, depois a palpação dos pontos de referência do abdômen; ponto McBurny (apendicite), dor em FIE (diverticulite), dor difusa a palpação (peritonite), Murphy (colistite). Ausculta do abdômen silencioso; íleo paralitico, Hipertimpanismo; distensão gasosa, timpânismo em área hepática sugere ar livre e perfuração de víscera oca. O toque retal pode apresentar exsudato em fundo de saco de Douglas, procurar sangue em reto, massas palpáveis assim como o toque vaginal. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 20 Deve-se questionar; característica da dor, tempo de evolução, sintomas associados, medicações, cirurgias prévias DIAGNOSTICO POR IMAGEM; RAIO X, TOMOGRAFIA e ULTRASSOM (em casos de doença biliar, apendicite, baço e rins), revelam detalhes anatômicos fornecendo diagnostico na maioria dos casos. Uma radiografia de abdômen com incidência no diafragma (ortostática) pode detectar pneumoperitônio de até 1ml. Se o paciente não puder ficar sentado, a radiografia pode ser realizada em decúbito lateral esquerdo, e o pneumoperitônio será visível se houver de 5 a 10ml na cavidade peritoneal. 75% das úlceras duodenais perfuradas causam pneumoperitônio e as perfurações de estômago e cólon, geralmente, provocam grandes pneumoperitônios. O íleo paralitico pode demonstrar distensão intestinal com múltiplos níveis hidroaéreos. E. físico + Raios X; eficácia diagnostica de 50%. Exame físico + Tomografia; eficácia diagnostica de 95%. A apendicite deve ser o diagnostico diferencial mais comum R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 21 para a maioria das dores abdominais agudas. Nas mulheres, sempre deve-se questionar a D.U.M e diagnostico diferencial de gravidez, ale de procurar por diagnósticos diferenciais de salpingite, prenhes ectópica, dismenorreia, lesões ovarianas e lesões uterinas. TRATAMENTO CLINICO OPERAR; quando houver sinais definitivos de peritonite; como dor grave ou progressiva, defesa e irritação peritoneal, sinais de sepse ( febre, calafrios), pneumoperitoneo. Pacientes atípicos ou com duvidas no diagnostico deve-se; realizar tomografia ou ultrassom para D. definitivo. PRÉ-OPERATORIO; Paciente estável, colocar sonda naso-gastrica e estabelecer acesso venoso para administração hídrica, cateter vesical de Foley para registrar debito urinário e analgesia de alivio para dor. ADMINISTRAR ANTIBIOTICO PROFILAXICOem pré-operatorio, já que causa inflamatória obscura. Paciente instável; avaliação e hidratação adequada antes de cirurgia. Com as mesmas medidas acima até estabelecerem níveis seguros de P.A (> 100 mmhg sistólico), FC (<100) e volemia com debito urinário de 0,5ml/kg/hr. ate se tornarem hemodinamicamente estáveis e com debito urinário satisfatório. Pacientes com uso de esteroide; doses suplementadas antes e após operação. Diabeticos; controlar atentamente glicemia e equilíbrio acido-base. Monitorar função cardiovascular com avaliação pré e pos operatória de medicamentos em usam, administrar potássio em pacientes com hipopotassemia OPERAÇÃO: anestesia geral inalatória, endotraqueal. Escolher laparotomia ou laparoscopia ou cirurgia aberta (diagnostico incerto; incisão mediana). NÃO-OPERAR; Certas doenças podem causar dor abdominal aguda, como a anemia falciforme provocando crise R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 22 falcemica. Gastroenterite, colite por clostridium difficile ou pseudomembranosa. Envenenamento por chumbo, porfiria aguda e febre familiar do mediterrâneo também podem causar dor abdominal aguda. A hepatite, pneumonia e o IAM cursam com dor epigástrica simulando ulceras, pancreatite o colecistites. VIAS BILIARES ANATOMIA: O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, subdividido em 4 porções; superior ou ascendente, descendente, inferior e ascendente novamente. Na 2ª porção se abrem os dutos pancreáticos e colédoco, na papilar maior ou ampola de Vater, também temos a papila menor onde desemboca o duto acessório (Santorini) pancreático. Recebe irrigação na cabeça por ramas anastomoticas da mesentérica superior e da gástrica direita; gastroduodenal e pancreato duodenal. VESICULA BILIAR: 7-10 cm, localiza-se na face visceral do fígado. Capacidade 50-60ml. Do figado nascem os dutos hepático direito e hepático esquerdo que logo unem-se para formar o duto hepato comum, que se une ao duto cístico da vesícula biliar para então forma o colédoco desembocando na 2ª porção do duodeno junto ao duto pancreático principal. Excreta a bile, formada de sais biliares, bilirrubina e lipase. PANCREAS; glândula mista, de secreção endócrina (insulina e glucagon) e exócrina (suco pancreático; amilase, tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase, elastase, lipase, ribonuclease e desoxiribonuclease); 1200-1500ml. Divide-se em cabeça, colo, corpo e cauda, localizado extra- peritonealmente. METABOLISMO DA BILIRRUBINA A icterícia se evidencia no paciente quando sua bilirrubina sérica eleva-se acima de 2,5-3,0 mg/dl. Para entender sua elevação e etiologias, devemos entender seu metabolismo, dividido em 4 etapas; R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 23 CAPTAÇAO ARMAZENAMENTO CONJUGAÇAO EXCREÇAO HEPATICA As hemácias duram 120 dias no organismo, até que suas membranas vao se tornando relativamente frágeis e se rompem ou se auto destroem no baço. Logo quando rompem liberam hemoglobina que imediatamente sofre fagocitose pelos macrófagos (células de Kupffer no fígado). CAPTAÇÃO; o sistema reticulo endotelial (fagocitário), transforma a HB em biliverdina, co2 e ferro (grupo heme) + globina, através da ação da enzima HEME_OXIGENASE. ARMAZENAMENTO; Logo após, a BILIVERDINA_REDUTASE converte a biliverdina em biliverdina livre para o plasma numa taxa de conversão de 4mg/kg/dia, podendo se ligar a albumina plasmática. Sua forma livre atravessa a barreira hemato-encefalica sendo toxica ao SNC, podendo levar a síndrome KERNICTERICA (kernicterus). Sua forma ligada a albumina é transportada para o figado sendo recolhida pelos hepatócitos; nos transportadores trans-membrana (X e Y). CONJUGAÇÃO; a enzima UDP_GLUCURONIL_TRANSFERASE, do sistema microssomal, realiza a conjugação da biliverdina, removendo sua ligação com a albumina e transformando-a em um composto mais polar e hidrossolúvel, impedindo seu efluxo para o plasma e permitindo a excreção através do polo biliar dos hepatócitos para o intestino, EXCREÇÃO; A maior parte é excretada nas fezes através do estercobilinogênio A bilirrubina conjugada que permanece no intestino grosso e é metabolizada pelas bactérias colônicas de urobilinogênio. Urobilinogênio é reabsorvido (circulação entero-hepática) e excretado na urina, juntamente com uma forma oxidada, urobilina; Quando presente nas fezes, essas apresentam coloração marrom. Sua ligação com a albumina torna a excreção renal limitada, exceto quando há aumento de bilirrubina não conjugada no sangue, na forma livre em excesso. BIOQUIMICA Não-Conjugada , Indireta: Produzida no baço; Apolar , ou seja, insolúvel em água; Transportada para o fígado via corrente circulatória; Ligada de maneira firme, mas reversível, à albumina. Conjugada, Direta: Produzida por reação enzimática da bilirrubina não-conjugada; Molécula polar+apolar; Solúvel em água; Eliminada na urina. ICTERICIA COLESTATICA/NÃO- COLESTATICA. COLESTATICA; se da pela redução do fluxo normal da bile; por R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 24 acumulo, obstrução ou estase de fluxo biliar, estagnação da bile no figado. Sinais; acolia ou hipocolia fecal. Deve-se primeiro; diagnosticar obstrução ou não obstrução. NÃO-OBSTRUTIVA; intra hepática, de defeito no hepatócito ou dutos intra hepáticos. Não mostrando alterações das vias em exames de imagem. Causas: vírus, álcool, drogas, medicamentos, etc. OBSTRUTIVAS: obstrução extra- hepatica; coledocolitiase, tumor, carcinoma de dutos, estenose pós- operatoria, pancreatite. BIOQUIMICA; PROVAS DE FUNÇÃO HEPATICA: Bilirrubinas total e direta; função de conjugação hepática. Eleva-se quando há defeitos na captação ou conjugação. B. indireta: circula +albumina. B. Direta; aumentada e disfunção hepática e síndromes aumentadas ou adquiridas podendo ser excretada na urina. TAP/INR; tempo de protrombina, coagulação, função de síntese indireta de fatores de coagulação hepáticos. Devem se interpretar uso de anticoagulantes ou disfunção hepática com o contexto clinico do paciente. Albumina; proteína de síntese hepática, pode estar diminuída em hepatopatias, má absorção intestinal e desnutriçao PROVAS DE LESAO HEPATICA; a nomenclatura antiga ; TGO (transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica pirúvica); passou, respectivamente, a se chamar/usar atualmente: AST (rins, cérebro, pâncreas, pulmão, leucócitos) e ALT (figado e musculo estriado – maior especificidade para lesão hepática). Obstrução de fluxo biliar interferem sua excreção. ALT>AST; lesões agudas e crônicas. AST>ALT: 1:0 cirrose, 2:1 e 3:1 alcool, relação maior; causas extra hepaticas ENZIMAS CANALICULARES; Fosfatase alcalina e Gama_GT FAL: transportadora de metabolitos da membrana dos dutos biliares. Mostra-se elevada em quadros colestaticos. Sua meia vida é de 7 dias; explicando sua elevação tardia e diminuição lenta. Encontra-se elevada no estirão do crescimento, devido a sua presença nos ossos e em mulheres gravidas no 3º trimestre. Quando de causahepática, eleva-se simultaneamente a GGT. GGT: enzima microssomal do hepatócito e endotélio biliar. Também pode ter origem renal, pâncreas e intestino. Quando sobe junto a FAL indica doença colestatica. Se sobe junto ao TGO e TGP pode indicar doença hepato-alcoolica ou hepatite medicamentosa R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 25 IMAGEM; ULTRA-SOM; sem contraste, é a 1ª opção de exame, não invasivo, tem capacidade para detectar presença de litíase (cálculos), definição de quadros de dilatação de vias biliares, textura hepática e nódulos. Vias extra-hepatica > 10 mm e intra-hepatica >4mm sugere obstrução biliar TOMOGRAFIA: Mais precisa para exame detalhado de lesões do parênquima hepático e do pâncreas. Não adequado para visualização de cálculos, sendo primeira opção na suspeita de obstrução por tumor. COLANGIORRESSONANCIANUCLEARM AGNETICA: sem contraste, não invasiva, define coledocolitíase, estenoses, tumores. Pode-se visualizar em tempo real a anatomia da arvore biliar intra e extra-hepática CPRE (COLANGIO PANCREATOGRAFIA ENDOSCOPICA); visualização em tempo real da arvore biliar com injeção de contraste, relativamente invasivo. COLANGIOGRAFIA TRANSPARIETO- HEPATICA; invasiva com risco de complicações em 2-5% dos pacientes, indicado quando há dilatação intra- hepatica por suspeita de obstrução das vias altas. Pode ser diagnostico e terapêutica com passagem de próteses e drenagem. BIOPSIA HEPATICA; quando ainda restam duvidas para o diagnostico ou deseja-se obter estadiamento da doença e diagnostico de tumor. Útil em colestase intra-hepatica avaliando grau de comprometimento hepático. COLECISTITE AGUDA. Dor no hipocôndrio direito com litíase vesicular ao ultrassom, podendo estar associada à febre, leucocitose e/ou proteína C reativa >10mg/l. Em 90% dos casos a causa da colecistíte aguda é a litíase. A dor da cólica biliar é causada pelo espasmo do ducto cístico, desencadeado pelo estímulo da colecistoquinina durante a alimentação, seguida da inflamação da mucosa vesicular. Pode ainda ocorrer infecção secundária evoluindo para empiema, necrose e até a perfuração da vesícula biliar. Náuseas e vômitos e de duração menor que 6 horas EXAMES LABORATORIAS: podem apresentar: leucocitose, elevação da fosfatase alcalina e transaminases. Geralmente não há elevação das bilirrubinas, porém na Síndrome de Mirizzi, que ocorre quando cálculos grandes impactam no infundíbulo e/ou ducto cístico erodindo a parede e acometendo o interior do R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 26 ducto hepático comum, podemos encontrar hiperbilirrubinemia. DIAGNOSTICO; ultra-som abdominal, com sensibilidade e especificidade de 95%. Em casos duvidosos a TC ou a cintilografia podem auxiliar. TRATAMENTO; colecistectomia. A antibioticoterapia deve ser direcionada para germes gram negativos, e germes anaeróbios nos idosos e na colecistite alitiásica. O tratamento cirúrgico deve ser realizado preferencialmente nas primeiras 24 a 48 horas de internação, sem caracterizar uma situação de emergência. A laparoscopia é o padrão ouro para colecistectômias eletivas. COLANGITE; SINAIS; dor no hipocôndrio direito, febre e icterícia (Tríade de Charcot), e quando não tratada pode evoluir para confusão mental e sepse, que caracterizam a Pentade de Reynalds. Consiste na obstrução do ducto biliar principal, seguida de infecção secundária, a qual irá acometer o fígado e disseminar-se por todo o organismo, evoluindo para quadros graves e potencialmente letais. A coledocolitíase é a principal causa de obstrução da via biliar, seguida de estenoses, neoplasia e mais raramente parasitas, coledococele e manipulação da via biliar pela colangio pancreatografia endoscópica retrógrada. Os germes comumente causadores da infecção são a Escherichia coli, Klebsiella sp, Enterococcus e Bacterioides. BIOQUIMICA; podem apresentar hiperbilirrubinemia, com predomínio da bilirrubina direta, elevação das transaminases e fosfatase alcalina, leucocitose com desvio escalonado para esquerda. DIAGNOSTICO; clínico e pode ser confirmado pela colangiografia endoscópica retrógrada que poderá ainda ser terapêutica (95% dos casos) promovendo a desobstrução da via biliar. Antibioticoterapia de largo espectro está inidicada. PANCREATITE AGUDA; Incidencia baixa (80/100.000) com mortalidade em torno de 10 a 15%. A coledocolitíase e a ingesta alcoólica abusiva são responsáveis por cerca de 80% das pancreatites agudas. Cerca de 10% são idiopáticas e os outros 10% são atribuídos a todas as demais possíveis causas como hiperlipidêmia, viroses (caxumba, HIV, traumas, cirurgias), FATORES DE RISCO; “4F ou 5F”; Fair, Fat, Female, Fertile, Forty. FISIOPATOLOGIA; existem mecanismo que protegem o pâncreas da autodigestão; enzimas proteolíticas secretadas em forma inativada, enzimas armazenadas em grânulos de zimogênio, presença de anti-enzimas plasmáticas que inativam enzimas do interior da glândula. Porem, a migração de cálculos pode promover lesão esfincteriana favorecendo refluxo duodenal e ativação de enzimas pancreáticas. Macroscopicamente caracteriza-se pela presença de edema acompanhado ou não de hemorragia e necrose glandular ou parenquimatosa. Tipo; R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 27 EDEMATOSA ou INTERSTICIAL; aumento de volume da glândula com edema e necrose; edema perilobular e infiltrado de neutrófilos com congestão e dilatação vascular. NECRO-HEMORRAGICA; aumento de volume associado a necrose focal e hemorragias de vários graus. Os focos podem evoluir para formação de cistos e extravasamento de líquidos ou suco para o peritônio., não havendo bloqueio, os focos podem evoluir para verdadeiros abcessos infectados; choque hipovolêmico e febre. QUADRO CLINICO; inicialmente é de dor no andar superior do abdômen (epigástrio e flancos), que pode irradiar para o dorso. Possui característica contínua e pode estar associado à icterícia ou não. Os vômitos são frequentes e precoces, devido à compressão do pâncreas sobre o duodeno e/ou estômago. A distensão abdominal também é comum, e nos quadros graves poderão estar presentes a hipotensão arterial, taquicardia, sudorese, febre, torpor, e coma. BIOQUIMICA; A amilase apresenta-se elevada já nas primeiras horas de evolução do quadro, habitualmente voltando a valores normais após 48 horas. Em período maior; solicita-se lipase. EXAMES RADIOLOGICOS ;pouco auxiliam na avaliação inicial, podendo detectar complicações como derrame pleural, coleções, pseudocistos e ascite pancreática ou diagnosticar litíase vesicular. A avaliação pancreática é realizadas através da TC de abdômen. A colangiopancreatografia endoscópica esta indicada em obstrução biliar associado a pancreatites graves e/ou colangites. Nas pancreatites brandas até a TC pode ser dispensada, ou substituída pela colangiopancreatografia por ressonância magnética. TRATAMENTO: clínico, com reposição hídrica vigorosa, analgesia, repouso alimentar e medidas de suporte (sondagem nasogastrica, antiácidos e anticoagulantes). A antibioticoterapia profilaxia de largo espectro,com imipenem. Necrose sem repercussão clínica poderá ser tratada com quinolonas associadas ao metronidazol. CIRURGIA: só deverá ser realizada em situações específicas como necrose infectada > 30%, comprovada através de cultura por punções, ou presença de ar peripancreático na TC. O procedimento cirúrgico consiste em necrosectomias e drenagem de todas as coleções Peri-pancreáticas. REFLEXO DO VÔMITO O excesso de distensão ou distensão duodenal ou hiperestimulaçao aferente da mucosa de Meisner, estimula o vomito; impulsos caminham por aferentes vagais e simpáticos até o centro do vomito no bulbo, a nível do núcleo motor do vago, gerando uma resposta motora ao diafragma. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 28 Antecedendo o vomito ocorre o anti-peristaltismo desde regiões distais do delgado, como uma onda de 2 a 3Cm/seg empurrando o conteúdo intestinal por todo trajeto até o duodeno e estomago. Assim distendendo-se estes órgãos, potencializam-se os reflexos, seguido de contração intrínseca e relaxamento do esfíncter esofágico inferior; os músculos abdominais contraem-se aumentando a pressão intra-abdominal e expelem o conteúdo. APENDICITE AGUDA A apendicite á a principal causa de cirurgias abdominais na urgência. Nos EUA chegam a 250.000 casos/ano. Acredita-se que a sua principal causa seja a obstrução da sua luz do apêndice, seguida da inflamação, infecção secundária e necrose evoluindo para a perfuração do órgão. FISIOPATOLOGIA : fatores: TRAUMATISMOS internos ou externos que podem desencadear inflamação ou infecção apendicular e erosões de mucosas. Tambem podem ser provocadas po parasitoses (Oxiurose e infecção secundaria), corpos estranhos como sementes podem traumatizar a mucosa e determinar inflamação Concomitância com moléstia exantemática. Ex; em associação com sarampo. Acredita-se que certos agentes associam-se a genes ou a baixa resistência orgânica, levando às crises. INFECÇAO; principal causa, pela TEORIA ENDOGENA; micróbios penetram na mucosa, ganhando a circulação linfática e se estendendo a todo o apêndice, não havendo germes determinados. Ou TEORIA HEMATOGENICA; germes penetram através das amigdalas palatinas, ganhando a circulação até se alojarem no apêndice, levando a inflamação. OBSTRUÇÃO; aumento da pressão intra-lumial >15mm/Hg (por fecalitos, corpos estranhos, tecido fibroso), aumentando o peristaltismo na fossa ilíaca direita e acumulando bactérias, ocorre então a distensão capsular (dor) e infecção além de congestão vascular por pressão intra lumial maior que a pressão capilar, edema e diapedese de neutrófilos, levando a gangrena vascular. A irritação da submucosa de Meisner leva a náuseas e/ou vômitos. Pequenos infartos da parede promovem invasão bacteriana, originando; febre, leucocitose e taquicardia. Quando ocorre a perfuração, a dor cessa, voltando com características de peritonite (localizada, de alta intensidade). 3 FASES: CATARRAL: hiperemia e edema, muco interno e neutrófilos escassos. SUPURATIVA; hiperemia, edema, ulcerações e exsudato + neutrófilos GANGRENOSA; oclusão vascular por germes com necrose de parede. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 29 APENDICITE HIPERPLASICA; aumento, causando espasmos e dor. O paciente procura atendimento médico com história de dor abdominal peri-umbilical (causado pela obstrução da luz apendicular e a distensão da sua parede), irradiada para fossa ilíaca direita (correspondendo à inflamação e infecção do apêndice) geralmente associada a náuseas e vômitos, inapetência e febre baixa. Este processo pode evoluir em poucas horas ou até um dia. Neste momento, podemos encontrar ausência de leucocitose e no exame físico alguns sinais como Blumberg (dor a descompressão brusca no ponto de McBurney), Rovsing (dor referida na fossa ilíaca direita após compressão do hemi-abdômen esquerdo, levando a distensão do ceco por refluxo de gases), Lapinsky ( compressão do ceco contra parede do psoas, elevando o MIE estendido elevando também a parede posterior do abdômen ao apêndice; provocando dor). O exame físico aliado à história clínica tem uma acurácia de cerca de 95% no diagnóstico. Podem ocorrer formas atípicas, sendo associadas a alterações anatômicas do apêndice (retro-cecais, pélvicos, retro-vesicais) e em pacientes de imunossuprimidos como gestantes e idosos. Nestes casos as evoluções podem ser desastrosas, com peritonites fecais, abscessos intra cavitários e sepse, elevando a morbidade neste grupo. EXAMES IMAGEM; ULTRASSOM ABDOMINAL; possui sensibilidade de 75 a 90% e sua especificidade é de 86 a 100%. TOMOGRAFIA; tem sensibilidade de 90 a 100% com especificidade de 91 a 99%. Nos casos típicos, os exames de imagem não acrescentam muito, porém nos casos duvidosos podem auxiliar no diagnóstico. TRATAMENTO; Nos casos iniciais, consiste na intervenção cirúrgica e ressecção do apêndice, não necessitando de tratamento adjuvante. Fazer antibiótico terapia profiláxica. Nos casos avançados, com necrose do apêndice, peritonites, perfuração e abscessos, é necessários o tratamento com antibióticos após a ressecção do apêndice que pode durar alguns dias. Anaeróbios e bastonetes Gram (-); ciprofloxacina 200mg, EV/2xdia e Metronidazol 250mg, EV/3xdia. Não existe consenso na literatura sobre a duração da antibioticoterapia pós- cirúrgica. Em caso de duvidas no diagnostico, solicitar exames complementares podendo-se observar evolução de 6-12 horas. A videolaparoscopia é indicada em casos de dúvida diagnóstica, permitindo a melhor exploração da pelve e órgãos ginecológicos, ou ainda em pacientes selecionados que irão se beneficiar pela via de acesso, principalmente os pacientes obesos. COMPLICAÇOES; PERITONITE; perfuração do apêndice, podendo ocorrer em qualquer fase até 36 horas. Com piora do estado geral por R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 30 contaminação do peritônio com taquicardia e hipotensão. ABSCESSO LOCALIZADO empastamento doloroso ao ceco e epiplon. De remoção cirúrgica, similar a apendicite hiperplásica (tratar clinicamente ate cessar os sinais inflamatórios, após estabilização; retirada cirúrgica.) ABSCESSO SUB-FRENICO; por aspiração do pus pelos dutos linfáticos intra-diafragmaticos. OBSTRUÇAO INTESTINAL; promovendo aderência de alças entre regiões inflamadas. DIARREIAS O termo diarreia define-se pela eliminação de fezes amolecidas, de consistência liquida.; consistindo em aumento de evacuações diárias (aumento de frequência e diminuição de consitencia). Normal é 1-3 evacuações por dia, até 1 evacuação a cada 3 dias. CLASSIFICAÇÃO; AGUDA; até 2 semanas PERSISTENTE; 2-4 semanas CRONICA; mais de 4 semanas ALTA; intestino delgado BAIXA; intestino grosso DIARREIA ALTA; Mais voluminosa com perda de líquidos de até 10 litros/dia, levando ao choque hipovolêmico. O colon so absorve até 4 litros/dia excedente de sua capacidade. Mais que isso pode levar a diarreia por aumento da pressão intra-lumial, desencadeando o reflexo da defecação.DIARREIA BAIXA; pouca quantidade e maior frequência, normalmente associada ao tenesmo e urgência fecal por irritação do reto. Não excede 1,5 litros/dia. SINDROMES DIARREICAS OSMOTICA; por substancias ativas e não absorvíveis pelo epitélio, retendo liquido na luz e equilibrando a osmolaridade arrastando agua para o soluto não absorvível da luz. Estima-se perda de 3,5 litros de H2O para cada 1mMol. Cessa completamente com estado de jejum, não há diarreia noturna (como no caso das secretoras). Profilaxia; exclusão da substancia indutora. Ex; Lactose (déficit de lactase) SECRETORA NÃO-INVASIVA; toxina, droga ou substancia neuro- hormonal que estimula a secreção hidroeletrolítica, podendo ser alta ou baixa, ou ambas. Nos exames laboratoriais pode-se notar hipo- osmolaridade sanguínea e Na- e K+ em fezes. DIARREIA INFLAMATORIA INVASIVA; também chamada disentérica, ocorre por liberação de citocinas e mediadores inflamatorios na mucosa intestinal. Os mediadores inflamatorios estimulam hiperperistaltismo. Solicita- se EAF (elementos anormais de fezes), que traz valores de leucócitos, sangue e muco. O resultado é leucócitos, muco e sangue nas fezes. As causa mais comuns são: R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 31 DOENÇA DE CROHN; irregular e descontinua, pode manifestar-se da boca ao ânus. Invade a sub-mucosa. Originando polarização de resposta TH1 com ativação de macrófagos, resposta citolitica com formação de granuloma, liberando TNF-a. RETOCOLITE; Polarização de resposta humoral, TH2, com ativação de linfócitos B, plasmócitos e mastócitos, produzindo IL4, IL5 E IL6. Não ultrapassa a mucosa, sendo de forma regular e uniforme Ocorre de forma ascendente desde o reto; retosigmoidite- retocolite esquerda- pancitocolite. DISABSORTIVA; BIARREIA + ESTEATORREIA. Divide-se em causas; PRÉ-ENTERICAS (má hidrolise e rejeição de substrato, aumento do esvaziamento gástrico); ENTERICA (ulceras e lesões epiteliais que impossibilitam absorção pelo enterocito; PÓS-ENTERICA (o substrato não alcança a circulação, ex; Crohn, linfoma). DIARREIA FUNCIONAL OU MOTORA; Hipermotilidade intestinal. Ex; síndrome do intestino irritável. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Ocasionada por vários fatores. Com maior incidência entre as mulheres e mais idosos, por menor ingestão alimentar e perda de mobilidade. Associa-se a falta de resíduos no colon, perda de sensibilidade dos órgão que desencadeiam o reflexo da defecação e obstrução mecânica (tumores, diverticulite e compressões extrínsecas), alimentação inadequada, sedentarismo, desequilíbrio hidroeletrolítico, efeitos colaterais de medicamentos. Na maioria das vezes é funcional mas causas patológicas devem ser excluídas. BIOQUIMICA: não há exame laboratorial de rotina em diarreia crônica. • Exame parasitológico de fezes: giardíase, a estrongiloidíase e, menos comumente, a amebíase intestinal. • Hemograma com VHS: é útil quando se suspeita de anemia. Eosinofilia importante sugere verminose ou doença alérgica, principalmente quando se manifesta como colite; no entanto, eosinófilos normais não afastam estas possibilidades. O VHS suspeita de doença inflamatória. • Teste da D-xilose: por ser um açúcar absorvido sem digestão prévia, este teste é útil sempre que se suspeita de doença com lesão de vilosidades intestinais. • Testes de absorção de gorduras: determina presença de gordura em excesso nas fezes (teste de Sudan e esteatócrito), R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 32 • Teste de tolerância aos açúcares: suspeita de doenças, como intolerância à sacaroseisomaltose. • Determinação de sódio e cloro no suor: diagnóstico de fibrose cística. • Dosagem de imunoglobulinas :suspeita de imunodeficiências. • Sorologia para Doença Celíaca. • Biopsia intestinal: para confirmação de doença celíaca, após testes de absorção alterados ou quando suspeita clínica muito forte. • Outros: na dependência do quadro, podem ser solicitados diversos exames, como testes de perda protéica intestinal, exames de imagem, endoscopia digestiva alta ou baixa, etc. EXAMES DE IMAGEM TRATAMENTO DIETA Terapêutica de exclusão ou redução do nutriente desencadeante das crises. Deve-se avaliar se exclusão não acarretará desequilíbrios dietéticos, substituindo o alimento excluído por um do mesmo grupo e que tenha o mesmo valor nutricional. Ex; lactose, maltose, gluten... Pacientes com constipação; dieta rica em fibras Paciente com cólicas ou diarreias; dieta pobre em fibras insolúveis (frutas, legumes, verduras) carboidratos e cafeína. Paciente com perda sanguínea; reposição de ferro. Paciente com uso de sulfassalazina, reposição de acido fólico 1 – Correções de erros alimentares 2 – Aumento de gordura na dieta; pacientes com síndrome do cólon irritável, obtem-se controle da diarréia em aproximadamente 30% dos casos com a simples normalização ou mesmo aumento do conteúdo de gorduras da dieta. Parece estar relacionado com a interferência da gordura no reflexo gastrocólico. (diminuindo o tempo de esvaziamento gástrico). TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: 1. Reposição de enzimas (principalmente pancreáticas). 2. Reposição de zinco. Sua deficiência pode levar a acrodermatite enteropática (lesões de extremidades e peri-orificiais, acompanhada de alopécia, déficit de crescimento e diarreia), doença mortal quando não tratada. Administrar 1 a 2mg/kg de zinco ao dia por toda a vida. 3. Outros: sulfassalazina, drogas anti-inflamatórias nos casos de doença inflamatória intestinal, anti-parasitários nas parasitoses, tratamento de doenças associadas como infeções, hipovitaminoses, anemias. Corticoides em formas em formas agudas ou graves. NUNCA EM MANUTENÇÃO. Prednisona 40mg/dia oral ou Hidrocortisona EV. R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 33 SINDROME OBSTRUTIVA Define-se por obstrução do conteúdo lumial por impedimento de progressão distal. Ainda pode ser dividida em causas; MECANICAS ou FUNCIONAIS. MECANICA; quando há barreira física (anatômica) dificultando a passagem do conteúdo lumial, subclassificando-se em; COMPLETAS E INCOMPLETAS; com prognostico e evolução clinica pior para completas. As incompletas podem evoluem para COMPLETAS. SIMPLES OU ESTRANGULADAS; na simples não comprometimento do suprimento sanguíneo. Nas estranguladas há comprometimento vascular e necrose de segmento. Ex; (vólvulo, intussuscepção, obstrução externa, obstrução de alça fechada). OBSTRUÇAO DE ALÇA FECHADA; oclusão de segmento nas duas extremidades. Ex; obstrução colonica com válvula ileocecal competente. Esse tipo de obstrução evolui para forma ESTRANGULADA. Outra classificação é quanto a sua localização: INTRALUMINAL, se na própria parede do intestino (causas R O D R I G O S . A U G U S T O – M O D . D O R A B D O M I N A L 2 0 1 4 Página 34 intrínsecas) ou EXTRA-INTESTINAL (causas extrínsecas). INTRALUMINAIS: Clássica das neoplasias (adenocarcinoma de colon causa principal).
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