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CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Tutoria MÓDULO 5 – Diarreia & Dor Abdominal o Úlcera Péptica – QC = Epigastralgia – queimação Gástrica: piora com alimentação Tipo 1 e 4: associada a normo/hipocloridria Tipo 2 e 3: associada a hipercloridria Tipo 1: de pequena curvatura, a mais comum Tipo 2: corpo gástrico + úlcera duodenal Tipo 3: úlcera pré-pilórica Tipo 4: próxima a junção gastroesofágica Duodenal (+ comum): melhora com alimentação, dor piora à noite (pós digestão) FR: infecção por H. pylori (patogênese citada abaixo) e uso de AINES (inibe cox inibe efeito citoprotetor das prostaglandinas) *tabagismo Diagnóstico: EDA Tratamento: erradicar H. Pylori se presente, promover diminuição da secreção de HCl( IBP e Antgonista de H2), administração de fármacos que protegem a mucosa gástrica. Classificação Endoscópica: CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Ia – sangramento em jato Ib- sangramento lento IIa - vaso visível IIb- coágulo aderido IIc- hematina III - fibrina, sem sangramento ativo base limpa o H. Pylori Patogênese: Inibe células D causando hipercloridria, efeito lesivo pela produção de amônia através de uréase, causa deseilíbrio nas proteções naturais da mucosa – inibe bicabornato... CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES 1) Inibidor de bomba protônica (IBP) em dose padrão + amoxicilina 1,0 g + claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, durante 7 dias. Controle da erradicação: Oito semanas, no mínimo, após o final da medicação anti-H. pylori. (no mínimo 6 semanas) * Anti-secretores deverão ser suspensos 7 a 10 dias antes do exame de controle da erradicação. o Dispepsia ulcerosa x funcional Dispepsia funcional é diagnóstico de exclusão! Os mecanismos que dão origem aos sintomas na dispepsia funcional não são completamente conhecidos, porém os fatores relevantes são: dismotilidade, hipersensibilidade visceral e alterações psicológicas não tem nada estrutural, o problema está no SNC e SNP TRATAMENTO: deve ser direcionado para o tipo de sintomas predominantes antidepressivo (tricíclicos) e terapia comportamental SDP = Síndrome de Desconforto Pós-Prandial CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES SDE= Síndrome de Desconforto Epigástrico SDP → uso inicial de procinéticos → metoclopramida - Plasil (10 a 30 mg/dia), antagonistas dopaminérgicos Antissecretores → bloqueadores H2 de Histamina → cimetidina (800 mg/dia), ranitidina (300mg/dia) → controle da síndrome da dor epigástrica IBPs → omeprazol (10 a 20 mg/dia), pantoprazol (10 a 40 mg/dia), esomeprazol (20 a 40 mg/dia) → inibição ácida e ação imunomoduladora Não resolvendo com essas medicações, pode começar o uso com antidepressivos → apresentam ação analgésica central e periférica, ação motora pela interferência na liberação de serotonina e outros neurotransmissores, ação sedativa e ansiolítica, imunomoduladora e anti alérgica (tricíclicos) - AMITRIPTILINA o Tipos de Abdome Agudo (Inflamatório, Obstrutivo, Perfurativo, Isquêmico/Vascular e Hemorrágico) – Diferenciar. Nem toda dor abdominal é um quadro de abdome agudo!!!! Inflamatório Apendicite Aguda: inicia com dor periumbilical dor em fossa ilíaca direita / náuseas, vômitos e febre baixa/ sinal de Blumberg + indicando peritonite/ sinal de rovsing / sinal de ileopsoas/ sinal do obturador/ Dg eminentemente clínico -- escala de Alvorado inclui resultados de exames clínicos e laboratoriais / segunda e terceira década de vida / principais causas obstrução do lúmen do apêndice por fecalito ou hiperplasia do tecido linfoide / tratamento cirúrgico: apendicectomia Colecistite aguda: cálculo no ducto cístico / cálculo irrita a parede da vesícula fosfolipase A2 . Lecitina em lisolecitina que é irritativa / dor inicialmente do tipo cólica depois assumindo padrão contínuo / náuseas e vômito / pode ter febre / sinal de Murphy positivo – palpação do ponto cístico / USG é o exame de escolha ( fácil, detecta cálculos, avaliação de órgãos vizinhos) embora a cintilografia biliar seja o exame MAIS ACURADO e melhor método para a confirmação diagnóstica de colecistite aguda. CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Pancreatite Aguda: ativação incorreta de enzimas pancreáticas – autodigestão dor em faixa que irradia para o dorso / aumento de amilase e lipase / Etiologia: biliar e alcoolica. Biliar – mulher, 50 a 70 anos Alcoolica – homens jovens, sinergismo com tabagismo Diverticulite: predomina no sigmoide / pode estar relacionada a dieta pobre em fibras / > 60 anos / dor aguda, náuseas . vômito, febre baixa/ DIP: diagnóstico de exclusão A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é a inflamação aguda do trato genital superior feminino, podendo acometer o endométrio, as trompas uterinas, os ovários, o peritônio e estruturas pélvicas adjacentes. A DIP é secundária à ascensão de bactérias de transmissão sexual ao trato genital feminino, especialmente Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, mas também por bactérias aeróbias e anaeróbias provenientes da flora vaginal. Portanto, a DIP pode ser definida como uma Salpingite decorrente de uma doença sexualmente transmissível (DST). Obstrutivo: obstáculo mecânico ou funcional que leve à interrupção do conteúdo intestinal Aderências: principal causa de quadros obstrutivos, seguido por Hérnia estrangulada e neoplasia intestinal. Em adultos pensar: aderências, hérnias e doença de chron Em idosos pensar: neoplasias, diverticulite e fecalomas *Aumento dos ruídos hidroaéreos No abdome agudo obstrutivo, quem obstrui mais o Delgado ou o Cólon ? - Delgado Perfurativo: Terceira causa de abdome agudo / mortalidade pode chegar a 10 % / etiologia variada / dor de início súbito intensa e difusa em todo abdome / náuseas, vômito, febre, alteração do ritmo intestinal / o quadro normalmente exuberante pode ser mascarado pela idade avançada do paciente e outras entidades que levem à imunossupressão / Raio X confirma presença de pneumoperitônio porém a confirmação diagnóstica é dada por TC / “abdome em tábua” mas pode estar presente em outros tipos de abdome agudo / Sinal de Jobert, que consiste no som timpânico à percussão devido à perda da macicez hepática do hipocôndrio direito pela interposição gasosa. / sinal de Rigler, que corresponde a visualização da parede gástrica ou intestinal, devido a presença de gás na cavidade peritoneal. / sinal de Blumberg indica peritonite / ESTABILIZAR O PACIENTE → OPERAR A úlcera duodenal perfurada habitualmente se localiza na parede anterior do bulbo. A úlcera gástrica perfurada é encontrada mais frequentemente na pequena curvatura. A perfuração de uma úlcera pode ser livre ou tamponada. Uma úlcera penetrante (ou terebrante) é aquela tamponada por órgãos adjacentes, como baço, pâncreas, fígado (lobo esquerdo) ou cólon transverso. Achado radiológico que correspondem à perfuração de víscera oca: Pneumoperitônio CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Isquêmico: dor abdominal intensa desproporcional às alterações do exame físico / ocorrência não é frequente porém a mortalidade é alta / Fisiopato: redução acentuada do fluxo sanguíneo mesentérico, que incapaz de suprir as demandas metabólicas do intestino leva a graus variados de lesãoisquêmica ;;;; isquemia mesentérica aguda: pensar em pcte idoso Hemorrágico: hemorragia intra-abdominal espontânea é rara / ex: ruptura de aneurisma da aorta / Hemorragia intra-abdominal: homens, após 50 anos / é diferente de HDA / deve-se buscar sinais de irritação peritoneal, visceromegalias, massas palpáveis pulsáteis ou não e de sopros no abdome / sinais de cullen e sinal de grey turner o Farmacologia (antiácidos, IBP, agonistas H2) IBP: Inibe H+/K+/ATPase Os IBPs se ligam à enzima H+/K+-ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico. Usos terapêuticos: Os IBPs são superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de ácido e na cicatrização das úlceras. Risco de fraturas e carência de vitamina B12 Supressão do ácido clorídrico pelo inibidor da bomba de prótons → parou o tratamento antes do tempo correto → gerou efeito rebote CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Antagonista de H2: Inibidor competitivo de receptor H2 de histamina Os anti-histamínicos H2 são usados normalmente por infusão intravenosa (IV) para prevenir e lidar com úlceras de estresse agudo associadas com pacientes de alto risco nas unidades de tratamento intensivo. Entretanto, como pode ocorrer tolerância com esses fármacos, o uso dos IBPs também vem avançando nessa indicação. Efeitos androgênicos Antiácidos: Neutralizadores Os antiácidos são bases fracas e sua maioria possui um dos seguintes componentes; sais de magnésio, sais de alumínio, bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio. Estes são classificados como sistêmicos e não sistêmicos, onde os sistêmicos sofrem absorção da parte catiônica da molécula e os não sistêmicos reagem no local com o HCl e não são absorvidos. Em geral os sistêmicos possuem uma ação rápida porém breve e contam ainda com um possível efeito rebote, isso ocorre pois elevam a secreção de gastrina além de poder causar alcalose sistêmica por serem absorvidos estes não são indicados para tratamentos a longo prazo, em contrapartida os não sistêmicos possuem ação mais lenta e duradoura sem o efeito rebote. USO CONTÍNUO DO OMEPRAZOL TIRA OMEPRAZOL E PASSA ANTIHISTAMÍNICO - não tem hipersecreção de rebote, nesse meio tempo normalidade da secreção do HCl DEPOIS QUE PARA OMEPRAZOL: 1 A 2 SEMANAS PRA VOLTAR AO NORMAL Efeito rebote, como faz a suspensão e como introduz cimetidina Olhar fisiopatologia primária e secundária do abdome agudo perfurativo o Diarréia (aguda e crônica) A maioria dos casos de diarreia são decorrentes da alteração do transporte de líquidos e eletrólitos e pouco dependente da motilidade da musculatura lisa. Diarreia: eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida > = 3 x dia Duração da diarreia Aguda: <2 semanas Crônica: >4 semanas Origem da diarreia Alta: Proveniente do intestino delgado (maior volume, menor frequência) Baixa: Proveniente do cólon (menor volume, maio frequência) https://www.infoescola.com/quimica/bases-inorganicas/ https://www.infoescola.com/quimica/sais/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/magnesio/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/ https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/carbonato-de-calcio/ CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES o Fisiopatologia das diarreias Diarreia Osmótica: cessa completamente com o estado de jejum, não há diarreia noturna (ao contrário das diarreias secretórias) Ocorre por acúmulo de solutos osmoticamente ativos não absorvíveis no lúmen intestinal. Assim, ocorre retenção de líquidos intraluminais e consequentemente diarreia. É a partir desse mesmo mecanismo que funcionam os laxativos. Uso de antibióticos também podem causá-la. Diarreia Secretória: não cessa com o jejum e possui gap osmolar fecal baixo Esse é o tipo de diarreia provocada por E. coli enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Salmonella sp Diarreia invasiva ou inflamatória: decorre da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade / presença de pus muco e sangue nas fezes = disenteria Entre as causas, destacam-se a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. NA DIARREIA INFLAMATÓRIA HÁ UMA HIPERPLASIA DOS CRIPTOS E MORTE/LESÃO DOS ENTERÓCITOS, ENVOLVE ALGUNS MECANISMOS, SÃO ELES: DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO DE GORDURA, HIDROELETROLÍTICA E LIBERAÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS, ALÉM DE HIPERMOTILIDADE E HIPERSECREÇÃO. Diarreia funcional: causada pela hipermotilidade intestinal/ Ex: Sd do intestino irritável (pseudodiarreia) e diarreia diabética Diarreia disabsortiva: Também conhecido como esteatorreia. A causa dessa diarreia está associada a baixa absorção dos lipídios no intestino delgado, ou seja, pode ser causada também por uma síndrome de má absorção ou por uma síndrome de má digestão. Por exemplo doença celíaca, doença de Crohn, doença de Whipple, giardíase, estrongiloidíase e linfoma intestinal. CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES OBS: NO PACIENTE DIARREICO MODERADO A GRAVE PODE USAR QUINOLONAS EMPÍRICAS. o Tratamento de Diarreia CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES As metas para o tratamento da diarreia incluem reposição de líquido, agentes antidiarreicos, suporte nutricional e o tratamento antimicrobiano, quando indicada. Considerando que a morte de pacientes com diarreia aguda é causada pela desidratação, a primeira tarefa é avaliar o grau de desidratação e repor os déficits de líquido e eletrólitos. Enquanto o clínico aguarda os resultados da cultura fecal para orientar o tratamento específico as fluoroquinolonas (p. ex, ciprofloxacina, 500 mg VO duas vezes ao dia durante um a três dias, ou a levofloxacina, 500 mg VO por dia, durante um a três dias) são o tratamento de escolha quando os antibióticos são indicados. Sulfametoxazol-trimetoprima (um tablete duplo VO duas vezes ao dia por cinco dias ou dois tabletes simples VO, duas vezes ao dia por cinco dias) é tratamento de segunda linha. Exemplo de quinolonas → cipro, levo **Antidiarreicos (loperamida) NÃO deve ser usado em processos infecciosos - **Inibidores da encafalinase diminui os dias da diarreia. Pode ser usado em quadros infecciosos - ATB: diarreia infecciosa **Ciprofloxacino para maiores de 18 anos **Bactrim ou azitromicina para crianças - **Anticolinergicos (buscopan - escopolamina) casos de cólica CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Diarreia por uso excessivo de antibiótico → clostridium difficile → fazer tratamento com metronidazol nunca deve parar o aleitamento materno na diarreia reposição hidroeletrolítica é o mais importante → criar um gradiente que favoreça a absorção dos nutrientes. criança 50 a 100 ml/kg/dia, adulto conforme a aceitação o Síndromes de Má absorção ( DC de enterocinase, Abetalipoproteinemia, Espru tropical, Giardíase, HIV, Doença de Wipple, Doença do enxerto, Intestino Curto, outros) Doença Celíaca A doença celíaca é uma causa comum de má absorção de um ou mais nutrientes As marcas características da doença celíaca são uma biópsia anormal do intestino delgado e melhora do distúrbio (incluindo sintomas e alterações histológicas da biópsia do intestino delgado) à eliminação do glúten da dieta. A análise histológica permanece ainda como padrão-ouro nodiagnóstico de DC! Diarreia, má absorção, Esteatorreia, Emagrecimento HLA-DQ2 E DQ8 O teste de anticorpos IgA anti-tTG, quando obtido juntamente com um valor sérico de IgA, é uma estratégia custo-efetiva para rastreio em grupos de alto risco; títulos muito elevados de IgA anti-tTG e anticorpos EMA são virtualmente diagnósticos de doença celíaca. O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Anti-transglutaminase IgA é um teste de imunoensaio enzimático (ELISA) de fácil acesso com alta sensibilidade (95%) e alta especificidade (95%). É considerado o teste de triagem para doença celíaca. Indivíduos sintomáticos precisam de suplementação de vitamina B12! o Intolerância ao Glúten o É também conhecida como sensibilidade ao glúten não-celíaca. Apresenta características semelhantes à doença celíaca, porém os testes para identificar a presença de anticorpos são negativos e a biópsia intestinal é normal. Esse caso é decorrente da má digestão do glúten, onde essa condição está presente entre 6 a 10% da população. o Os sintomas da intolerância ao glúten são: gases, distensão abdominal, dores e diarreia. Assim como na doença celíaca, o melhor tratamento é a retirada do glúten da dieta. o Na intolerância o problema não é necessariamente o glúten, e sim o trigo. o Doença de Chron x Retocolite Ulcerativa CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES É COMUM DC VIR ASSOCIADA COM INTOLERÂNCIA A LACTOSE (PELA REDUÇÃO DAS VILOSIDADES DO INTESTINO QUE REDUZEM A PRODUÇÃO DA LACTOSE) o Hepatopatias Crônicas (álcool, viral, medicamento, colangite, hemocromatose, autoimune, fibrose cística, deficiência de alfa1-antitripsina) FIQUE ATENTO: Fibrose Cística; metabolismo canal de cloro Doença de Wilson; metabolismo cobre [pode-se observar distúrbios neurológicos por envolvimento dos gânglios da base, como distúrbios de movimento, tremores, rigidez e coreia e o achado mais característico dessa doença que são os Anéis de Kayser-Fleisher que ocorre por deposição de cobre na membrana de Descemet do olho] Hemocromatose; metabolismo do ferro, fibrose de veia porta [pode ocorrer pigmentação das áreas da pele expostas ao sol, adquirindo uma coloração cinza metálica, além de artropatia das pequenas articulações das mãos.] Deficiência de alfa-1-antitripsina; não secreta a alfa-1-antitripsina, DOPC Cabeça de medusa CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES É o tipo conhecido como cabeça de Medusa. Ocorre quando há obstrução no fluxo venoso portal, frequentemente por patologias hepáticas como a cirrose que pode ser secundária a hepatites crônicas, etilismo, doenças autoimunes, entre outras. Icterícia: tom amarelado nos olhos e na pele. Ascite: acúmulo de líquidos dentro da cavidade abdominal, conhecido popularmente como barriga d’água. Sangramento digestivo e quadro súbito de vômitos hemorrágicos. Encefalopatia: alteração de funções cerebrais básicas, que podem causar letargia, irritabilidade, dificuldade de concentração, redução do nível de consciência e coma. Ginecomastia: desenvolvimento de mamas nos homens Telangiectasias: lesões vasculares conhecidas como aranhas vasculares. São mais frequentemente encontradas no tronco, face e braços. Dor ou inchaço na parte superior direita do abdômen, abaixo das costelas. o Hepatopatias: hepatocelular , obstrutiva e mista o Cirrose (ver classificação de CHILD-PUGH e MELD) Fibrose hepática difusa, com substituição da arquitetura normal do parênquima hepático por nódulos regenerativos; *Lesão Células de Kupffer ativa células estreladas produção de colágeno nos espaços de disse (interrompe comunicação entre os sinusóides e os hepatócitos) Com a deposição de colágeno no espaço de Disse, ocorre a perda de fenestrações dos sinusoides, levando ao espessamento da membrana basal e ao surgimento de alta pressão sinudoidal, além de reduzir a troca natural de solutos por esses espaços. Com o aumento da pressão intra-sinusoidal, ocorre o desenvolvimento de shunts vasculares entre veia porta-veia hepática e artéria hepática-veia porta. Isso gera uma pressão anormal dentro do fígado e contribui para a disfunção hepática e a hipertensão porta. *A principal consequência da cirrose é o surgimento de insuficiência hepatocelular e hipertensão porta. * A cirrose hepática pode ser assintomática. Quando apresentam sintomas, estes podem ser inespecíficos. De um modo geral, geralmente os sintomas da cirrose hepática estão relacionados as complicações associadas como hipertensão portal, insuficiência hepática e a causa de base que originou a cirrose. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/telangiectasia CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES O diagnóstico de certeza da cirrose hepática só pode ser dado histologicamente! CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES o Cirrose macronodular x micronodular Macro: hepatite biliar Micro: hepatite alcoólica o Doença Hepática Alcoolica As manifestações da doença hepática alcoólica vão depender da gravidade da doença. Assim, pacientes com esteatose simples são, frequentemente, assintomáticos ou se apresentam com hepatomegalia discreta como único achado clínico. Ocasionalmente, os pacientes com esteatose hepática podem apresentar desconforto no quadrante superior direito, náuseas e, raramente, icterícia. É muito difícil diferenciar a esteatose hepática alcoólica de uma causa não alcoólica, a não ser quando se apura uma história relacionada com a bebida. Já pacientes com hepatite alcoólica, geralmente, apresentam icterícia e pacientes que desenvolvem cirrose podem ter sinais e sintomas inespecíficos ou específicos de doença hepática. CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES - Acetaldeído Esteato-hepatite Não Alcoolica -Resistência à insulina (leva ao aumento da lipólise periférica, diminui beta oxidação e aumenta biossíntese de TGLC) -Aumento da secreção de fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), que também leva ao aumento da captação de lipídeos pelo fígado e diminuição da beta-oxidação hepática. Os mecanismos de morte celular no hepatócito estão relacionados, portanto, aos produtos da peroxidação de lipídios gerados pelo estresse oxidativo, que podem danificar a membrana mitocondrial e plasmática, levando à apoptose. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: É na maioria das vezes assintomática, embora às vezes alguns pacientes possam se queixar de fadiga, mal-estar e desconforto em abdome superior direito. Exame Físico: Hepatomegalia indolor TRATAMENTO: A única intervenção terapêutica universalmente aceita é eliminar causas em potencial e fatores de risco. *tiazolidinas (glitazonas) e vitamina E auxiliam na correção bioquímica e histológica da NASH. Nos casos avançados, indica-se o transplante hepático. o Hipertensão Portal o Varizes e Sangramento Varicoso Profilaxia primária de hemorragia: Beta-Bloqueadores ou Ligadura Elástica Reduzindo a pressão portal há a diminuição do risco do desenvolvimento de varizes e hemorragia varicosa, bem como do risco de ascite e óbito. Os β-bloqueadores adrenérgicos não seletivos (propanolol,nadolol) reduzem a pressão portal produzindo vasoconstrição esplâncnica e diminuindo o fluxo venoso portal. Em pacientes com cirrose e varizes médias ou grandes que nunca sangraram, β-bloqueadores não seletivos reduzem significativamente o risco de uma primeira hemorragia varicosa. Opções de tratamento incluíram o propanolol (iniciado numa dose de 20 mg oral duas vezes por dia) e nadolol (iniciado numa dose de 20 mg oral todos os dias), com a dose titulada para produzir uma frequência cardíaca em repouso de cerca de 50 a 55 batimentos/min.12 Os bloqueadores β-adrenérgicos também reduzem a pressão portal e diminuem o risco para o desenvolvimento de ascite. A ligadura endoscópica de varizes, uma terapia que visa obliterar varizes através da colocação de anéis elásticos nas colunas de varizes, é pelo menos tão útil quanto os β-bloqueadores não seletivos tradicionais para prevenir a primeira hemorragia de varizes.A2 Essa ligadura não tem efeito na pressão portal e pode levar a hemorragia por úlceras induzidas pela própria ligadura. A terapia específica mais eficaz para o controle da hemorragia varicosa ativa é a combinação de um vasoconstritor com a terapia endoscópica. o Encefalopatia Hepática https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150706/epub/OEBPS/Text/B9788535284904001530.xhtml?favre=brett#bib90540 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150706/epub/OEBPS/Text/B9788535284904001530.xhtml?favre=brett#bib0290 CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES O diagnóstico da encefalopatia hepática franca começa pela exclusão de outras causas para o estado mental alterado. Uma vez feito o diagnóstico de encefalopatia hepática, o tratamento envolve identificar e tratar o fator precipitante e reduzir o nível sérico de amônia.1 Os pacientes com encefalopatia frequentemente têm asterixe. O asterixe pode ser evidenciado pedindo-se que os pacientes realizem a extensão de seus braços e dobrem seus punhos para trás. Com essa manobra, os pacientes com encefalopatia mostram um “flap hepático” – isto é, um movimento repentino do punho para a frente. Para tanto, os pacientes precisam ser capazes de cooperar com o examinador e, obviamente, essa manobra não pode ser realizada nos pacientes com encefalopatia profunda ou coma hepático. O diagnóstico de encefalopatia hepática é clínico e requer um médico experiente capaz de reconhecer e juntar todas essas diversas manifestações clínicas. Muitas vezes, quando os pacientes apresentam encefalopatia pela primeira vez, não estão cientes do que está acontecendo, porém, depois dessa primeira experiência, podem identificá-la quando começa a ocorrer nas situações subsequentes e com frequência podem se automedicar para impedir o desenvolvimento ou o agravamento da encefalopatia. A base do tratamento da encefalopatia, além da correção dos fatores desencadeantes, reside em utilizar lactulose (um dissacarídeo não absorvível), que resulta em acidificação do cólon. Em seguida, há um efeito catártico que contribui para a eliminação das escórias nitrogenadas do intestino, que são responsáveis pelo desenvolvimento da encefalopatia. O tratamento com lactulose tem como meta promover 2 a 3 evacuações amolecidas por dia. É preciso pedir aos pacientes que titulem a quantidade de lactulose ingerida de modo a conseguir o efeito desejado. Os antibióticos pouco absorvidos são usados com frequência como tratamentos adjuvantes para pacientes que não toleram lactulose. o Ascite - ver Gradiente Albumina Soro-Ascite (GASA) * A dosagem do GASA é crucial no diagnóstico da etiologia da ascite - Ascite NÃO é uma doença; - O aumento do volume abdominal é uma manifestação de diversas doenças; - Os pacientes com distensão abdominal causada por ascite (líquido na cavidade abdominal) podem relatar surgimento recente de hérnia inguinal ou umbilical. - Existe um transudato fisiológico (até 100 ml), responsável pela lubrificação das membranas peritoneais; e os derrames de pus ou sangue na cavidade peritoneal não representa ascite, mas, respectivamente, pioperitônio e hematoperitônio. - Hipertensão portal relacionada à cirrose é a principal causa de ascite no BR e no mundo * Quando a causa da ascite não é esclarecida, o padrão de referência ainda é laparotomia ou laparoscopia com biópsias peritoneais para exame histológico e cultura. → patogênese nos casos de cirrose - Ascite é causada por hipertensão portal e retenção de água e sódio pelos rins. Hipertensão portal → elevação da pressão dentro do sistema porta https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150706/epub/OEBPS/Text/B9788535284904001530.xhtml?favre=brett#bib90555 CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES O eixo principal do manejo para ascite causada por cirrose consiste na restrição de sal e no uso de diuréticos (espironolactona + furosemida). A ingestão de sódio a partir da alimentação deve ser restrita a 2 g/dia. Uma dieta mais restritiva não é recomendada e pode comprometer o estado nutricional do paciente. Quando o tratamento clínico não é suficiente, a ascite refratária pode ser tratada com parecenteses de grande volume (PGVs) ou instalação de um shunt intra-hepático transjugular peritoneal (TIPS) – uma derivação portossistêmica colocada radiograficamente para descomprimir os sinusoides hepáticos. A infusão intravenosa de albumina durante a PGV reduz os riscos de “disfunção circulatória pós-paracentese” e morte. → patogênese nos casos em que não há cirrose - Ascite geralmente é causada por carcinomatose peritoneal, infecção do peritônio ou doença pancreática. - A carcinomatose peritoneal pode resultar de câncer primário do peritônio (p. ex., mesotelioma ou sarcoma), câncer abdominal (p. ex., carcinoma gástrico ou adenocarcinoma do intestino grosso), ou metástases de carcinoma mamário ou pulmonar ou de melanoma. As células tumorais que recobrem o peritônio produzem um líquido rico em proteínas, que contribui para o desenvolvimento da ascite. A entrada de líquido do espaço extracelular para a cavidade peritoneal contribui para a formação da ascite. A peritonite tuberculosa produz ascite por um mecanismo semelhante; os tubérculos depositados sobre o peritônio produzem um exsudato proteináceo. A ascite pancreática resulta do extravasamento de enzimas pancreáticas para o peritônio. A ascite causada por câncer não responde à restrição de sódio ou ao uso de diuréticos. Os pacientes podem ser tratados com PGV, drenagem transcutânea por cateter ou, raramente, instalação de shunt peritoniovenoso (uma derivação entre a cavidade abdominal e a veia cava). A ascite causada por peritonite tuberculosa deve ser tratada com os esquemas tuberculostáticos padronizados. A ascite não cirrótica de outras causas é tratada corrigindo-se o fator desencadeante. Semiologia da ascite → sinal de Piparote (Morgani): o sinal do Piparote deve ser pesquisado no paciente em decúbito dorsal – o médico dá um "peteleco" em um dos flancos do paciente e tenta sentir a propagação da força no outro flanco. Para evitar a propagação de uma onda superficial da parede abdominal que confundiria o diagnóstico, o médico deve colocar a borda cubital da mão na região mediana ou pedir para que o próprio paciente o ajude. Cumpre ressaltar que este sinal só é positivo quando a ascite é muito grande, geralmente superior a cinco litros, e ainda pode ser negativo se houver tensão da parede abdominal. CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES → macicez móvel de decúbito: é o melhor método semiológico para detecção de ascite; baseia- se na análise diferencial dos sons da percussão abdominal, quando o pacientese posiciona em várias angulações de decúbito lateral. Mas como é a técnica? Inicialmente se faz a percussão do paciente em decúbito dorsal, marcando o local do flanco em que o som fica maciço. Pede-se então que o paciente adote uma angulação de decúbito lateral. Percute-se no local marcado e, se este estiver timpânico agora, configura-se a macicez móvel de decúbito. Geralmente detecta ascite a partir de 1,5 litros... RX: tem pouca utilidade USG: A USG é o método de escolha para se detectar pequenas coleções líquidas no abdome, que aparecem como imagens anecoicas (livres de ecos). TC: permite o diagnóstico de ascite com segurança e também diferencia as coleções líquidas livres das massas sólidas ou císticas, uma vez que o líquido ascítico apresenta menor densidade radiológica que as estruturas sólidas adjacentes. Paracentese (exame obrigatório em paciente com ascite): procedimento realizado à beira leito no qual uma agulha ou cateter pequeno é introduzido por via transcutânea para extrair líquido ascítico da cavidade peritoneal Os quadrantes inferiores são os locais mais frequentemente puncionados. É importante dar preferência ao quadrante inferior esquerdo em razão da maior profundidade da ascite e da menor espessura da parede abdominal. A paracentese é um procedimento seguro mesmo em pacientes com coagulopatia; as complicações, incluindo hematoma de parede abdominal, hipotensão, síndrome hepatorrenal e infecção, são raras. Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal, após anestesia local, com assepsia cuidadosa da área a ser puncionada. Para determinar o ponto de punção devemos traçar uma linha imaginária do umbigo à espinha ilíaca anterossuperior esquerda e dividi-la em três partes. Na junção entre o terço médio e o terço inferior, procede-se à inserção da agulha para realização da paracentese. Mas por que deve ser feito do lado esquerdo? Por um motivo simples: o ceco (localizado à direita) é mais fixo em sua posição do que as alças contralaterais, aumentando o risco de perfuração do lado direito... Obs.: após a punção, pode ocorrer saída constante de líquido (principalmente se a ascite for grande), o que pode ser evitado realizando-se a técnica em "Z" (desloca-se a pele para o lado e CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES realiza-se a punção, perfurando a pele e o peritônio em locais diferentes). Após a punção, deve- se aplicar um curativo compressivo. Uma vez obtido o líquido ascítico, deve-se examinar seu aspecto macroscópico. A presença de infecção ou de células tumorais resulta em turbidez do líquido. Líquido branco leitoso indica triglicerídeos em níveis > 200 mg/dL (frequentemente > 1.000 mg/dL), uma marca registrada da ascite quilosa. A ascite quilosa é causada por rompimento de vasos linfáticos, que pode ocorrer em razão de traumatismo, cirrose, tumor, tuberculose ou determinadas malformações congênitas. Líquido marrom-escuro indica concentração elevada de bilirrubina e perfuração do trato biliar. Líquido negro indica necrose pancreática ou melanoma metastático. O líquido ascítico deve ser enviado para dosagens de albumina e proteínas totais, contagem global e diferencial de células e, se houver suspeita de infecção, bacterioscopia por Gram e cultura com inoculação em meio de hemocultura à beira do leito para aumentar o índice de positividade. Além disso, o nível sérico de albumina deve ser dosado simultaneamente para permitir o cálculo do gradiente de albumina soro-ascite (GASA). O GASA é útil para distinguir a ascite com ou sem hipertensão portal. O GASA reflete a pressão dentro dos sinusoides e está correlacionado com o gradiente pressórico venoso hepático. O GASA é calculado subtraindo-se a concentração de albumina no líquido ascítico do nível sérico de albumina e não se altera com a diurese. Um GASA ≥ 1,1 g/dL reflete a presença de hipertensão portal e indica que a ascite seja causada por aumento da pressão nos sinusoides hepáticos. De acordo com a lei de Starling, a elevação do GASA reflete a pressão oncótica que contrabalança a pressão portal. Entre as possíveis causas estão cirrose, ascite cardíaca, trombose de veia hepática (síndrome de Budd-Chiari), síndrome da obstrução dos sinusoides (doença venoclusiva) ou metástase hepática massiva. Um GASA < 1,1 g/dL indica que a ascite não está relacionada com hipertensão portal, como ocorre na peritonite tuberculosa, carcinomatose peritoneal ou ascite pancreática. Para as ascites com elevação do GASA (≥ 1,1), o nível de proteína no líquido ascítico fornece outros indícios etiológicos. Níveis de proteína no líquido ascítico ≥ 2,5 g/dL indicam que os sinusoides hepáticos estejam normais e permitem a passagem de proteína para o líquido, como ocorre na ascite cardíaca, na fase inicial da síndrome de Budd-Chiari ou na síndrome de obstrução dos sinusóides. Níveis de proteína no líquido ascítico < 2,5 g/dL indicam que os sinusóides hepáticos foram lesados e cicatrizaram e não permitem mais a passagem de proteína, como ocorre nos casos de cirrose, fase tardia da síndrome de Budd-Chiari ou metástase hepática maciça. O pró-peptídeo natriurético cerebral (BNP) é um hormônio natriurético liberado pelo CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES coração como resultado do aumento de volume e estiramento da parede do ventrículo. A elevação dos níveis de BNP no soro ocorre nos pacientes com insuficiência cardíaca e pode ser usado para confirmar que esta é a causa da ascite com elevação do GASA. O tratamento inicial da ascite causada por cirrose consiste na restrição da ingestão de sódio a 2 g/dia. Quando apenas a restrição de sódio é insuficiente para controlar a ascite, utilizam-se diuréticos por via oral – normalmente a combinação de espironolactona e furosemida. A espironolactona é um antagonista da aldosterona que inibe a reabsorção de sódio no túbulo contornado distal dos rins. O uso de espironolactona pode ser limitado por hiponatremia, hiperpotassemia e ginecomastia dolorosa. Quando a ginecomastia é muito desconfortável, a amilorida (5-40 mg/dia) pode substituir a espironolactona. A furosemida é um diurético de alça geralmente associado à espironolactona na proporção de 40:100; as doses diárias máximas de espironolactona e furosemida são, respectivamente, 400 mg e 160 mg. Nos pacientes com hiponatremia, pode ser necessário restringir a ingestão de líquidos. Complicações A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é uma complicação comum e potencialmente fatal da ascite cirrótica. Ocasionalmente, a PBE também complica a ascite causada por síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca, hepatite aguda e insuficiência hepática aguda, mas é rara nos casos de ascite maligna. Os pacientes com PBE normalmente percebem aumento do volume abdominal; entretanto, em apenas 40% dos casos há dor à palpação e é incomum que haja dor à descompressão rápida. Os pacientes podem ter febre, náusea e vômitos, ou início recente ou agravação da encefalopatia hepática preexistente. Nos pacientes hospitalizados com ascite, a realização de uma paracentese nas primeiras 12 horas depois da internação reduz a mortalidade em razão da detecção precoce de PBE. A PBE é definida por contagem de neutrófilos polimorfonucleares (PMN) no líquido ascítico ≥ 250/μL. A cultura do líquido ascítico normalmente isola um patógeno bacteriano. O isolamento de vários patógenos de um paciente com líquido ascítico e aumento da contagem de PMNs sugere peritonite secundária à ruptura de víscera ou abscesso. O isolamento de vários patógenos sem elevação da contagem de PMN sugere perfuração intestinal pela agulha de paracentese. A PBE geralmente é causada por bactérias entéricas que atravessaram a parede intestinal edemaciada. Os patógenosmais comuns são bastonetes Gram-negativos, incluindo Escherichia coli e Klebsiella, assim como estreptococos e enterococos. O tratamento da PBE com antibióticos como cefotaxima intravenosa é eficaz contra bactérias aeróbias Gram-negativas e Gram-positivas. O tratamento por 5 dias é suficiente quando o paciente apresenta melhora clínica. * Uma antibioticoterapia empírica com cefalosporina de terceira geração intravenosa (p. ex., cefotaxima, 2 g intravenosamente a cada 12 horas, ou ceftriaxona, 2 g intravenosamente a cada 24 horas) * Os aminoglicosídeos devem ser evitados por causa da alta incidência de toxicidade renal em pacientes com cirrose. o Hemorragia Digestiva alta (conduta) CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES *Endoscopia em 24 horas Hemorragia Digestiva Alta (HDA) é definida como sangramento intraluminal decorrente de lesões no sistema digestório proximal ao ligamento de Treitz, podendo acometer esofago, estômago e duodeno. Normalmente se expressa como hematêmese e/ou melena e com menor frequência (5-20%), pode apresentar hematoquezia nos casos de hemorragias súbitas de grande volume. Sua incidência varia de 48-160 casos a cada 100 mil pessoas/ano e ocorre duas vezes mais frequentemente em homens do que em mulheres. HDA decorrente de varizes: ocorre mais comumente nas varizes esofágicas, mas estar relacionada à ruptura de varizes gástricas. Aparece nos pacientes portadores de hipertensão portal de qualquer etiologia, mas 1/3 dos pacientes com cirrose hepática terão hemorragia varicosa. O risco de sangramento das varizes esofágicas é relacionado ao seu tamanho e a presença de marcas vermelhas ou “red spots”. A taxa de hemorragia por varizes recorrentes em um ano é de cerca de 60% e a mortalidade de cada episódio varia de 15-20% em pacientes com Child A e cerca de 30% em pacientes Child C. Paciente pode apresentar juntamente com a HDA, outras características referentes a estigmas de doença hepática crônica: icterícia, eritema palmar, telangiectasias, ginecomastia. HDA decorrente de úlcera péptica: é a causa mais frequente. Os fatores de risco compreendem a infecção pelo Helicobacter pylori, uso de AINE, estresse fisiológico e condições que cursam com hipersecreção gástrica (Síndrome Zollinger-Ellison). O paciente cursa com dor abdominal superior. Esofagite: a esofagite é uma causa comum de HDA. Pacientes com esofagite erosiva geralmente têm história de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Outros fatores de risco incluem o uso de medicamentos (AINE, bifosfonatos orais, tetraciclina) e infecções (Candida, vírus do herpes simples). Síndrome de Mallory-Weiss: também chamada de síndrome da laceração gastroesofágica, refere-se ao sangramento proveniente de lacerações das paredes na junção do estômago com o esôfago induzidos por ataques de tosse ou vômito. Mais comuns em pessoas que consomem álcool cronicamente e gestantes. Síndrome de Boerhaave: é a ruptura espontânea do esôfago, ocorre subitamente e gera grande risco de morte. Em 80% dos casos é precedida por episódios de vômitos intensos. Lesão de Dieulafoy: é um vaso submucoso anômalo dilatado que pode erodir o epitélio de revestimento sobrejacente na ausência de uma úlcera primária. Os episódios de sangramento são frequentemente autolimitados, embora o sangramento possa ser recorrente e profuso. (SANGRA MUITO) As lesões de Dieulafoy são malformações vasculares encontradas primariamente ao longo da curvatura menor do estômago, a até 6 cm da junção esofagogástrica, embora também possam ocorrer em outros pontos no trato GI (Fig. 48-6). Elas representam uma ruptura de vasos calibrosos (1-3 mm) encontrados na submucosa do estômago. A erosão da mucosa gástrica sobrejacente a esses vasos leva à hemorragia. O defeito mucoso geralmente é pequeno (2-5 mm) e pode ser difícil de ser identificado. Dado o maior tamanho da artéria subjacente, o sangramento pela lesão de Dieulafoy pode ser copioso. CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES As tentativas iniciais de controle endoscópico frequentemente são bem-sucedidas. A aplicação de terapia térmica ou esclerosante é efetiva em 80% a 100% dos casos. Nos casos de fracasso na terapia endoscópica, a embolização por via angiográfica pode ter êxito. Se essas abordagens não tiverem sucesso, a intervenção cirúrgica se faz necessária; Executa-se uma gastrotomia, realizando-se uma tentativa de identificar a origem do sangramento. A lesão pode, então, ser suturada. **SUbmucosa - sangra muito Fístulas aorto entéricas: é uma causa rara de HDA e geralmente, de origem iatrogênica. Deve ser suspeitada em todos os pacientes com HDA maciça ou repetitiva, com história de aneurisma da aorta torácica ou abdominal ou prótese vascular. A taxa de mortalidade, quando não tratada, é de quase 100%. O reparo cirúrgico do aneurisma da aorta e fístula é o tratamento padrão. *A esofagite erosiva, a lesão de Mallory-Weiss (laceração hemorrágica da transição esofagogástrica induzida por esforços de vômito), a gastropatia congestiva, ectasia vascular antral e a lesão de Dieulafoi (exulceratio simplex) são responsáveis por menos de 10% das causas de HDA HDA X HDB - Treitz: ligamento suspensor do duodeno, circunda a flexura duodeno-jejunal. Função de fixar a junção duodenojejunal (flexura que marca a transição do duodeno para o jejuno) no pilar direito do diafragma. Hemorragia digestiva alta (HDA) é definida como um sangramento decorrente de uma lesão proximal ao ligamento de Treitz, envolvendo o esôfago, estômago ou duodeno. Causas mais comuns: As lesões agudas erosivas da mucosa gastroduodenal Doença ulcerosa péptica. Também se observa sangramento secundário à rotura de varizes gastroesofágicas. hematêmese e melena são os sintomas Vômito em borras de café HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA: A hemorragia digestiva baixa (HDB) é definida pelo sangramento distal ao ligamento de Treitz. Doença diverticular: causa mais comum. Geralmente, é indolor, e resulta de lesão na artéria penetrante do divertículo, cólon direito sangra mais. Em 90% se resolve espontaneamente, mas apresenta recorrência em 90% dos casos Ectasias vasculares → segunda causa Colite isquêmica e isquemia mesentérica Divertículo de Meckel Tem casos que se manifestam com enterorragia → casos graves, sendo a principal causa CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Neoplasia é a terceira causa Hematoquesia e enterorragia são os sintomas mais comum o LAMG A lesão aguda de mucosa gástrica (LAMG), ou “úlcera de estresse”, é uma condição relacionada à resposta inflamatória e simpática do trauma, queimaduras, choque ou sepse. O conceito de LAMG abrange desde achados endoscópicos incidentais, superficiais e assintomáticos até o sangramento gastrointestinal, seja ele oculto ou evidente. A LAMG acomete principalmente as regiões do corpo e fundo gástrico e parece estar relacionada à resposta inflamatória e simpática ao estresse, ocasionando redução da perfusão esplâncnica local com redução da secreção gástrica de bicarbonato e aumento da secreção de citocinas pró-inflamatórias e catecolaminas. Consequentemente, ocorre destruição da barreira de muco que, associada à redução da motilidade gástrica, leva ao processo erosivo no epitélio do estômago pela ação ácida . PROFILAXIA DE ÚLCERA DE ESTRESSE (UE) Embora não haja estudos controlados, sabe-se que o início da administração de dieta enteral já é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento de úlcera de estresse. Apenas para pacientes que apresentam fatores de risco para sangramento, está indicado o uso de profilaxia medicamentosa,dando-se preferência aos inibidores de bomba de prótons (por exemplo, omeprazol). São considerados fatores de risco: uso de ventilação mecânica, coagulopatia, internação em UTI de paciente com três ou mais comorbidades, doença hepática, necessidade de terapia de substituição renal, uma ou mais falências orgânicas. A úlcera de estresse define as lesões erosivas ou ulceradas da mucosa gástrica, associadas a estresse fisiológico extremo (sepse, politraumatismo ou queimadura grave). Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), atualmente estima-se uma incidência de 1,5% de sangramento digestivo clinicamente importante secundário a úlcera de estresse o Icterícia CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES Alteração na excreção aumenta bilirrubina direta Síndrome de dubin- johnson, rotor, colestase gestacional, colestase medicamentosa Obstrução biliar aumenta bilirrubina direta Tumor, estenose, cálculos o Doenças Calculosas Biliares (Colelitíase, Colecistite Aguda, Coledocolitíase, Colangite) o Pancreatite (AGUDA e CRÔNICA) Para diferenciar pancreatite alcoólica da pancreatite por litíase GAMA GT - aumenta por pancreatite alcoólica AMILASE E LIPASE - aumenta por pancreatite por litíase o Em Pancreatite: Critérios de Ranson e Critérios de Baltazar o DRGE Phmetria: PADRÃO-OURO! EDA: se >45 anos ou sinais de alarme A indicação primária deste exame é saber se ocorre refluxo gastro-esofágico e, caso este ocorra, se está temporalmente relacionado com os sintomas relatados pelo doente. Assim, a pHmetria é habitualmente usada em doentes com queixas de azia (pirose) que não responderam à CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES terapêutica farmacológica (equacionando-se aqui uma escalada terapêutica ou mesmo opção por cirurgia anti-refluxo) ou quando há queixas atípicas atribuídas ao refluxo gastro-esofágico (dor torácica, asma, tosse crônica). O exame pode também ser realizado quando se pretende avaliar a eficácia da terapêutica escolhida. o MINTI Estudos com contraste luminal/esofagobatria baritada exame contrastado seriado do esôfago, estômago e duodeno (SEED ou EED) permite avaliação de diversas patologias desde o esôfago cervical até o ângulo de Treitz O exame fluoroscópico é importante quando se objetiva determinar o mecanismo de deglutição e a motilidade do trato GI (peristaltismo), pois permite a aquisição de imagens e sua evolução em tempo real após a deglutição do contraste. MANOMETRIA A Manometria Esofágica é uma técnica que permite avaliar o funcionamento do esôfago (motilidade esofágica) através da medição da pressão e coordenação das contrações musculares deste órgão (chamada genericamente de peristalse) em repouso e quando ocorre uma deglutição. É possível também avaliar o comportamento dos esfíncteres esofágicos (bandas de músculo no topo e no fundo do esófago). Desta forma, a manometria esofágica é uma forma indireta de estudar como se processa o movimento dos alimentos desde a boca até ao estômago. Existem alguns padrões de motilidade que são sugestivos de determinadas doenças pHmetria A pHmetria consiste na monitorização contínua do pH ao nível do esôfago durante um período definido de tempo (habitualmente 24 ou 48 horas), permitindo assim estimar quando e durante quanto tempo se verifica refluxo de ácido do estômago para o esôfago. As principais diferenças entre a Colonoscopia e a Retossigmoidoscopia estão relacionadas ao alcance e à extensão do exame e, também, ao tempo de preparação do paciente. Enquanto a Retossigmoidoscopia é utilizada para o diagnóstico em segmentos finais do tubo digestivo, sem a necessidade de sedação e com um preparo de poucas horas, a Colonoscopia vai mais além, possibilitando a visualização de todo o cólon e um estudo completo do intestino grosso. Além disso, a Colonoscopia é fundamental para o diagnóstico de câncer colorretal. Retossigmoidoscopia: Avaliação do reto e sigmóide Colonoscopia: Avaliação do cólon, sendo mais sensível do que o exame radiológico, simples execução mas necessita de um médico capacitad CEI – T3 CAMILA MAGALHÃES As perfurações colônicas associadas à colonoscopia → necessita de laparotomia de urgência Dentre as indicações para a realização da colonoscopia, o sangramento retal e anemia são as causas mais comuns para a realização do exame, seguido pela alteração do hábito intestinal. Outras indicações, como história familiar de câncer colorretal, emagrecimento a esclarecer, exame de enema opaco inconclusivo e dor abdominal também são indicações frequentes. A colonoscopia é particularmente importante para o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Chron e a Retocolite Ulcerativa. Os diagnósticos mais frequentes nos exames realizados são os pólipos. É de grande importância a detecção e tratamento adequados de pólipos, considerando que a maior parte dos carcinomas colorretais decorram de pólipos adenomatosos pré-existentes (seqüência adenoma-adenocarcinoma). Outros achados comuns são divertículos e, mais raramente, neoplasias intestinais avançadas. Apesar de sua alta sensibilidade, a colonoscopia pode apresentar resultados falso-negativos, fato que pode ser atribuído a impossibilidade anatômica de visibilizar o ceco, preparo intestinal inadequado ou técnica e treinamento inapropriados. FÍGADO - Métodos de aquisição de imagem. TC, RM e US produzem imagens de alta qualidade do parênquima hepático. Atualmente, a TC com bolus de contraste dinâmico é o método preferencial para a maioria das imagens hepáticas; - RM como solucionadora de problemas e, muitas vezes, como a modalidade primária para obtenção de imagens do fígado. - US é utilizada como método de triagem para pacientes com sintomas abdominais e suspeita de doença hepática difusa ou focal; US é usada como modalidade de triagem rápida para detectar doenças do fígado, vias biliares e vesícula biliar - A aspiração com agulha fina para citologia e a biópsia com agulha calibrosa (core needle) para histologia, guiadas por US ou TC, são métodos populares e seguros para obtenção de diagnósticos de tecido. VIAS BILIARES - A US é o método de triagem preferencial para obstrução biliar devido ao seu baixo custo, alta precisão na detecção de dilatação biliar e conveniência. No entanto, o uso da US é limitado pela visualização inconsistente do ducto biliar comum (DBC) distal e pela baixa sensibilidade para determinar a causa da obstrução. - A TC com ou sem contraste mostra a dilatação das vias biliares. A TC helicoidal sem contraste tem sensibilidade relatada de 88% na detecção de cálculos no DBC - A RM também pode mostrar dilatação biliar e parece ser mais eficaz do que TC ou US na visualização de tumores associados.
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