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DOENÇAS INFECCIOSAS DE GRANDES ANIMAIS - MASTITE – Julia Carrah Colares A mastite é a inflamação da glândula mamária, quase 99% dos casos de mastite em bovinos são decorrentes de um processo infeccioso, embora não seja necessário um processo infeccioso para que ocorra um processo inflamatório. É um processo multifatorial, envolvendo diversos patógenos, o ambiente e fatores inerentes do animal. A anatomia do úbere apresenta 2 barreiras (esfíncter do canal do teto e esfíncter da crista circular), que se abrem durante a ordenha e se fecha lentamente após a ordenha. A inflamação da glândula mamária diminui a qualidade do leite e pode cronificar, fazendo com que o úbere vá perdendo sua função. A glândula mamária é uma glândula sudorípara modificada, dividida em alvéolos → lóbulos → lobos. Apresenta 4 quartos mamários independentes entre si. Os alvéolos e os ductos são revestidos por células mioepiteliais contráteis, que reagem contraindo ao estímulo da ocitocina. É o grande problema da bovinocultura leiteira. Sua principal forma está relacionada à falta de higiene. A mastite é aceitável em certos níveis, passando disso entende-se que tem uma falha de manejo na propriedade, culminando em um prejuízo financeiro. IMPORTANCIA Saúde publica Risco de veicular agentes etiológicos e ou enterotoxinas para homem/cria Econômica Prejuízos na produção leiteira • Descarte do leite, • Perda funcional das glândulas • Descarte/óbito de animais • Redução da produção de leite Perda de 7 a 64% Mastite subclínica → maiores perdas Em uma propriedade com um caso de mastite clínica, teremos inúmeros animais com mastite subclínica ETIOLOGIA Principais causas: bactérias, fungos, vírus, leveduras e algas • Contagiosa (equipamento de ordenha) Streptococcus agalactiae Streptococcus dysgalactiae Staphylococcus áureos Mycoplasma bovis Corynebacterium bovis • Ambientais Streptococcus uberis E. coli Klebsiella sp. Serratia sp. Actinomices pyogenes Pseudomonas sp. Fungos/ leveduras Algas (Prothoteca sp.) EPIDEMIOLOGIA Fatores Predisponentes • Estágio da lactação Início do período seco (onde se para de ordenhar o animal) → período de grande suscetilidade pois o leite fica armazenado no teto, e pode se tornar um meio de cultura. Alguns medicamentos são utilizados para evitar a contaminação no período seco Início da lactação → período muito complexo, muitas mudanças físicas e hormonais podem deixar o animal mais suscetível • Características da ordenha Alta velocidade da ordenha • Morfologia das tetas Grande diâmetro do canal do teto • Idade do animal Quanto mais velho, mais predisposto • HIGIENE e MANEJO Animais sujos, tetos com lesões, superlotação(estresse) • Mal funcionamento das ordenhadeiras PATOGENIA PENETRAÇÃO → INFECÇÃO → INFLAMAÇÃO A penetração ocorre, em sua grande maioria, de forma ascendente, e patógenos acabam por passar para o interior do canal da teta. A infecção ocorre e os microorganismos se multiplicam e invadem o tecido Ocorre liberação de mediadores pro inflamatórios, que culminam na vasodilatação e permeabilidade vascular e infiltrado leucocitário Injúria (biológica, física, química) → liberação de mediadores inflamatórios (vasodilatação, permeabilidade vascular, infiltrado leucocitário) → inflamação = mastite (calor, rubor, dor, edema e perda da função) Sinais da inflamação → calor, dor, rubor, edema e perda de função Fatores relacionados com o estabelecimento da infecção por um patógeno • Microorganismos – tem que ser um microorganismo que consiga se fixar na glândula, e sobreviver ao pH do leite • Hospedeiro – imunossupressão • Meio ambiente – animais deitados n próprio excremento, umidade, etc. Processo infeccioso → reação inflamatória → se persistir ocorre atrofia do parênquima e fibrose do tecido SINAIS CLINICOS MASTITE CLÍNICA • Hiperaguda Inflamação intensa, febre, prostação, anorexia • Aguda Evolução mais lenta, sinais sistêmicos mais discretos e sinais de leite mais expressos Sinal de godet positivo, edema, dor, calor, rubor • Subaguda Presença de grumos (alteração no leite), sinais de inflamação mais discretos, fibrosamento • Crônica Fibrosamento, atrofia MASTITE SUBCLINICA • Sem alterações visíveis na mama/leite • Mudança na composição do leite e diminuição da produção o Aumento dos íons Cl e Na o Diminuição da concentração de caseína, gordura, sólidos totais e lactose MASTITE GANGRENOSA • Forma mais severa • Quarto mamário afetado se encontra: Frio, cor alterada (roxo enegrecido), sem sensibilidade, úmido, gotejamento constante (cor de soro tingido de sangue) Um animal com mastite gangrenosa desenvolve sepse facilmente. DIAGNÓSTICO MASTITE CLINICA • Sinais clínicos • Exames laboratoriais (microbiológico, antibiograma) • Teste da caneca MASTITE SUBCLÍNICA • Contagem de células somáticas Vai aparecer linfócitos (75-98%) + células epiteliais Mormal < 300.000 cel/ml • Métodos químicos Wisconsin mastits test CMT (Califórnia mastits test) – CCS indireto? Resultado pode ser: negativo, reação suspeita, positiva fraca, positiva ou fortemente positiva Um ml de leite por cada 1 ml de reagente, ocorre mudança de viscosidade e coloração em leite com mastite • Cultivo e identificação Microbiológico Testes bioquímicos TRATAMENTO Imediato: • Tratamento local • Tratamento parenteral (Sinais sistêmicos) • Terapia combinada: intramamária + sistêmica • Vacas no período seco (Medicamentos próprios para o período) No caso da mastite subclínica (difícil identificação) • Tratamento local, apenas PROFILAXIA Objetivo: limitar a presença da mastite a níveis economicamente aceitáveis para a propriedade Deve visar: • Reduzir infecções existentes • Evitar a ocorrência de novas infecções • Monitorar o nível de mastite QUANTO A LIMPEZA DO UBERE Escore de sujeira - risco de mastite Não pode limpar com agua, pois a agua suja escorre e contamina MANEJO DE ORDENHA ADEQUADO: • Pré dipping Utilização de solução desinfetante: iodo 0,25%, clorexidina 0,25 a 0,5%, cloro 0,20% Secagem com papel toalha • Pós dipping Utilização de solução desinfetante glicerinada: iodo 5%, clorexidina 0,5 a 1%, cloro 0,3 a 0,5% Secagem com papel toalha CORRETA MANUTENÇÃO E USO DO EQUIPAMENTO DE ORDENHA Limpeza com agua morna e desinfetante básico → sempre após a utilização Uma vez por semana limpar com desinfetante acido LINHA DE ORDENHA Vacas primíparas sem mastite →Vacas multíparas que nunca tiveram mastite → Vacas curadas da mastite → Vacas com mastite subclínica → Vacas com mastite clinica → Vacas com mastite crônica
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