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Mastite Infecciosa Bovina Definição – ➜Mastos – grego – glândula mamária ➜Ite - inflamação Mastites – são inflamações agudas ou crônicas das mamas, sendo mais frequentes nos ruminantes e neles os agentes etiológicos são predominantemente bacterianos (também causas traumáticas, tóxicas, alérgicas ou metabólicas) -Formas - clínica (MC) ou subclínica (MS) Podem induzir alterações patológicas no tecido glandular e uma série de modificações físico-químicas no leite. Introdução – ↳Durante a lactação, o tecido glandular da mama aumenta de volume e no término da lactação (período seco), o tecido secretor regride. *a maioria dos casos de mastite ocorre no período de lactação ↳O tecido secretor básico, também chamado de parênquima da glândula, é representado pelo alvéolo ↳Cada alvéolo apresenta todas as estruturas necessárias para a síntese e o escoamento de leite para o sistema de ductos galactóforos. ↳Os ductos menores são aqueles que recebem o leite produzido nos alvéolos, os quais se comunicam com ductos maiores formando lóbulos. ↳O lóbulo é constituído por um conjunto de alvéolos circundados por tecido conjuntivo. ↳Grupos de lóbulos formam posteriormente um lobo, o qual é drenado por um ducto maior que se comunica com a cisterna da glândula. Leite = armazenado nos ductos galactóforos, na cisterna da glândula e do teto, passa no momento da ordenha pelo conduto do orifício do teto ou ductus papillaris. ↳Esse ducto é constituído por fibras musculares lisas e estriadas, formando um esfíncter, cuja contração impede ou dificulta a penetração de bactérias para o interior das cavidades da glândula. ↳Em vacas de alta produção a glândula mamária pode produzir mais de 20kg de leite por ordenha, podendo o úbere pesar mais de 50kg *Inflamação extremamente dolorosa Prejuízos econômicos: → Desvalorização comercial do animal, → Descarte do leite, → Queda da produção leiteira, → Gastos com antibióticos, → Descarte do animal, → Saúde Pública. (Staphylococcus aureus = se o leite não tratado de forma correta essa bactéria pode produzir toxinas que pode prejudicar a saúde do ser humano) – toxina permanece Manifestações clínicas = mal-estar; dor de cabeça, enjoo, pode ter vômito ou diarréia Produção leiteira é afetada em quantidade e qualidade. Aproximadamente de 17 a 20% da população de vacas leiteiras já tiveram mastite. Prejuízos de aproximadamente US$ 200 (duzentos dólares) para cada vaca acometida por mastite ao ano. Redução da produção leiteira: → Mastite subclínica – 82% → Mastite clínica – 18% Agentes etiológicos – 1 - Agentes das mastites ambientais - Escherichia coli, (indicar fecal) - Klebsiella pneumonia, K. oxytoca, - Enterobacter aerogenes, - Citrobacter, - Serratia - Proteus, - Streptococcus uberis, S. faecalis, S. faecium e outros Streptococcus, - Pseudomonas aruginosa, - Actinomicetales , - Nocardia asteróides e N. brasiliensis), - Leveduras, - Fungos micelianos *Oportunistas – podem aproveitar por uma nova chance de infectar 2 - Agentes das mastites contagiosas - Staphylococcus, - Streptococcus agalactiae, - Streptococcus dysgalactiae, - Corynebacteurim bovis. Agentes eventuais das mastites bovinas: - Pasteurella multocida - Pasteurella haemolytica - Klebsiella pneumoniae - Pseudomonas aeruginosa - Mycoplasma sp. Agentes etiológicos – Considerar: → Fatores de virulência: -Presença de cápsula -Adesão -Etc. Considerar o agente etiológico em relação às características do hospedeiro: ➢ Características do úbere (tamanho, forma, tonicidade dos ligamentos) ➢ Sanidade ➢ Estado nutricional ➢ Oclusão do canal do teto Porta de entrada – ⇨Orifício do teto – canal com boa oclusão – barreira ⇨Via descendente – menos importante Epidemiologia – ✓ Todas as fêmeas dos mamíferos são susceptíveis às mastites. ✓ Caráter econômico e sanitário – bovinos, caprinos e ovinos. ✓ Ocorrem durante todo o ano. ✓ Ocorrem quase que exclusivamente durante a lactação. Incidência varia de acordo com: • Tipo de criação, • Higiene, • Fatores predisponentes. - Transmissão – mãos de ordenhadores, ordenhadeiras mecânicas, panos úmidos, etc. Fatores predisponentes – ➜Mal funcionamento das ordenhadeiras – causam lesão nas tetas. ➜Manejo – tetas lesadas, superlotação, vacas sujas. ➜Idade da vaca – aumenta o risco. ➜Morfologia das tetas – maior diâmetro do canal da teta. ➜Estágio da lactação – principalmente nos dois primeiros meses de lactação. Manifestações clínicas – 1 – Subclínica • Não há sinais visíveis • Capacidade de destruir a capacidade funcional da glândula mamária, • Ocasiona a diminuição da produção leiteira e danos à saúde do animal, • Animal apresenta reação, alterando o local das células de defesa, em especial os leucócitos, na busca por reverter o processo infeccioso, • Células de defesa, associadas às células de descamação do epitélio secretor de leite nos alvéolos, formam as células somáticas do leite. (diagnóstico) 2 - Superaguda - geralmente, associados com a infecção por coliformes: - Inflamação muito intensa, - Presença de sinais sistêmicos, - Febre, - Dispneia, - Hipotensão, - Prostração - Anorexia, - Dentre outros. 3 - Aguda -Os sinais descritos estão presentes, mas a evolução é mais lenta e os sinais sistêmicos são mais discretos. -Leite com sangue, pus, flocos ou dessorando 4 - Subaguda - caracterizada pela presença de grumos no teste da caneca (caneca fundo preto), sendo mais discretos os demais sinais inflamatórios 5 - Crônica - caracteriza da por infecção persistente do úbere, que pode durar dias, meses ou anos, podendo ocorrer sinais de fibrose dos quartos acometidos, em alguns casos acompanhados de atrofia do mesmo e presença de fístulas. 5 - Gangrenosa - o quarto mamário afetado apresenta- se frio, de cor alterada, variando do escuro ao púrpuro- azulado e sem sensibilidade. Pode apresentar-se úmido e com gotejamento constante de soro tingido de sangue. O que é o dipping? O dipping consiste na imersão do teto em determinada substância antisséptica para prevenir infecções na glândula mamária. Esse procedimento é dividido em duas etapas: o pré e o pós-dipping. O pré-dipping é um procedimento realizado antes da ordenha, que consiste em imergir os tetos das vacas em produto antisséptico, para a desinfecção. A intenção é deixar os tetos submersos para que carga de microrganismos residentes no local diminua, reduzindo a possibilidade de infecção por microrganismos do ambiente (mastite ambiental). O pós-dipping é um procedimento de desinfecção após a realização da ordenha. O objetivo desse manejo é, além de evitar novas infecções entre as ordenhas, é evitar a contaminação por microrganismos do ambiente. Diagnóstico Mastite clínica: ➢ Sinais clínicos – anormalidades na glândula mamária e no leite ➢ Exame bacteriológico ➢ Prova do fundo da caneca Mastite subclínica: ➢ Contagem de células somáticas (500.000 células/mL) ➢ Métodos químicos: CMT (Califórnia Mastitis Test) ➢ Cultivo e identificação: ágar sangue, ágar Mac Conkey, ágar Sabouraud e provas bioquímicas. CALIFÓRNIA MASTITE TESTE (CMT) ➜ Necessita de uma raquete contendo quatro cavidades e o reagente do CMT. Mistura-se o leite com o reagente, homogeneíza-se e faz-se a leitura após 10 segundos. De acordo com a quantidade de células somáticas do leite, forma-se um gel, de espessura variada. Quantidade de células somáticas é baixa, não forma gel, o resultado é negativo. De acordo com a espessura do gel, o resultado é dado em escores, que variam de traços (leve formação de gel) a + (fracamente positivo), ++ (reação positiva) e +++ (reaçãofortemente positiva). Tratamento – Mastite clínica: ↳Importante - identificação precoce e tratamento imediato. ↳Infusão intramamária – 3 dias após o esgotamento completo do quarto afetado. ↳Sinais sistêmicos – tratamento parenteral. ↳Mastite subclínica – durante a lactação ou no período seco. ↳* Resistência dos agentes à antimicrobianos Controle – Reduzir as infecções pré-existentes: • Diagnóstico e tratamento precoce dos casos clínicos; • Tratamento de mastite sub-clínica na interrupção da lactação; • Descarte: vacas com mais de 3 casos clínicos por lactação, que não respondem ao tratamento. Prevenir novas infecções: • Manejo e higiene de ordenha corretos; • Manter úberes limpos; • Ordenhar tetos limpos e secos (toalhas descartáveis); • Desligar o vácuo antes da remoção das teteiras Desinfecção pós-ordenha adequada: • Usar desinfetante recém preparado, com correta diluição; • Aplicação correta, cobrindo todos os tetos; • Usar de preferência com emoliente (glicerina 5-10%); • Evitar acúmulo de matéria orgânica, pois diminui o poder germicida. Manutenção adequada do equipamento de ordenha: • Revisão periódica do equipamento, pelo menos anual, e sempre que necessário; • Garantir uma pulsação adequada, mantendo a fase de massagem em pelo menos 15% do ciclo de pulsação. Monitoramento dos casos de mastite clínica: • Manter o registro de todos os quartos tratados; • Colher amostras antes do início do tratamento; • Monitorar o nível de mastite sub-clinica periodicamente: • Manter os registros atualizados - resultados do CMT. Estabelecer as metas: • Nível de mastite clínica igual ou inferior a 1%; • Nível de mastite sub-clínica igual ou inferior a 15%; • Nível de vacas recém-paridas com mastite menos que 10%; • Contagem celular abaixo 250.000 células/ml.
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