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O estruturo-funcionalismo e as propostas teoóricas de Merton

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1 
 
 
 
 
 
 
 
O estruturo-funcionalismo e as propostas 
teoóricas de Merton 
 
A Proposta de Novas Áreas da Sociologia 
 
 
 
 
 
Licenciatura em Sociologia 
(1º Ciclo de Estudos) 
Disciplina: teorias Sociológicas Modernas (13119) 
Docente: José Carlos Venâncio 
 
 
Maio de 2021, Covilhã 
Universidade da Beira Interior 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 
Departamento de Sociologia 
2 
 
Índice 
As teorias de médio alcance e os limites do Funcionalismo: .......................................................... 3 
As profecias autorealizáveis: .......................................................................................................... 3 
A construção de tipologias e a teoria da tenção do desvio: ............................................................ 4 
Sociologia das ciências, um novo campo de estudo: ...................................................................... 5 
Estruro-Funcionalismo: ................................................................................................................... 6 
 
 
 
3 
 
As teorias de médio alcance e os limites do Funcionalismo: 
Merton defende a importância das teorias de médio alcance, que consistem em desenvolver teorias 
aplicáveis a uma quantidade limitada de dados como por exemplo, a dinâmica das classes sociais, 
pressões sociais em conflitos, a autoridade e o poder do exercício da influência interpessoal, 
demarcando-se das teorias demasiado ambiciosas sobre a natureza ou a sociedade, embora, sem se 
opor às teorias gerais. 
Na sua obra “Social theory and Social structure” é onde Merton define as contribuições e limites 
do funcionalismo na Sociologia. A análise funcional foi importada para a etnografia por autores 
como Bronislaw Malinowski ou Alfred Radcliffe-Brown a partir da biologia; assim como os 
órgãos do corpo têm uma função biológica, a análise funcional consiste em relacionar cada 
instituição com uma determinada função social. Assim dir-se-á que a família tem uma função de 
reprodução e socialização, que o estado assume a função de manutenção e a ordem, etc. Merton 
alerta sobre o uso desta noção demasiado vaga, sublinhando que uma instituição social pode ter 
funções latentes (não consistente) distintas dos seus motivos explícitos, por isso Merton apressa-
se a acrescentar que é preciso ser muito prudente na utilização de esta noção de “função”. 
Na sua obra, Merton aborda temas como a relação entre a investigação e teoria, a anomia, a 
influência social, etc. Define as contribuições e os limites do funcionalismo. Diz que uma 
instituição social pode ter funções latentes distintas dos seus motivos explícitos. “uma prática 
social pode ser funcional de um ponto de vista e disfuncional de outro”. Merton na teoria da ação 
faz a distinção entre os motivos e os efeitos de uma ação. Empenha-se a demonstrar a influencia 
recíproca entre a teoria e a investigação empírica. 
As profecias autorealizáveis: 
Merton retomou a uma ideia de 1928 do sociologo William I.Thomas, em que a representação que 
os individuos têm de determinadas situações contribuem para criar essas mesmas situações. Robert 
K.Merton descreve este mecanismo como Profecias auto realizaveis (Self fulfilling profecies), que 
funcionam do seguinte modo: o indivíduo tem um definição falsa da situação em questão, e essa 
definição errada da origem a um novo comportamento que a torna verdadeira – por exemplo, a 
neurose do fracasso: se um estudante acredita que não vai conseguir passar no teste, o stress e a 
desmotivação poderam fazer com que não passe efetivamente nesse teste-. 
4 
 
Merton realça também fenómenos inversos, em que a predição de um acontecimento impede que 
este se realize – por exemplo, quando os automobilistas receiam engarrafamentos, podem decidir 
utilizar massivamente os transportes públicos, ou deferir da partida, tornando assim o trânsito mais 
fluido-. 
“a profecia autorrealizável começa por ser uma definição falsa de uma situação, mas essa definição 
dá origem a um novo comportamento que a torna verdadeira” 
A construção de tipologias e a teoria da tensão do desvio: 
Merton parte do exemplo dos modos de integração social, e descobre que é possivel construir cinco 
tipos de adptação individual ás normas sociais, ao cruzar os dados empíricos resultantes das 
investigações e conceptualizações lógicas. E esses tipos são: a conformidade (o indivíduo submete-
se ás expectativas do grupo), a inovação (o indivíduo aceita as normas do grupo mas não faz as 
sua normas sociais e procedimentos habituais), o ritualismo (o indivíduo fixa-se num dado modo 
de comportamento), a evasão (o indivíduo vive á margem da sociedade), a rebelião (o indivíduo 
contesta e e combate as normas sociais). Merton ainda realça que estes modos de adptação formam 
outros tantos estilos de vida característicos de alguns grupos sociais. 
Esta tipologia foi também usado por Merton para explicar a Teoria da tenção do desvio, que 
consiste em que o crime é um resultado do processo de socialização das pessoas onde as mesmas 
têm a expectativa de obter sucesso na vida, embora as oportunidades para tal serem limitadas. 
Merton exemplifica este conceito com O Sonho Americano (“American Dream”) – um conjunto 
de princípios que asseguravam ao público americano a igualdade de opurtunidades para todos, O 
Sonho Americano encorajava os indivíduos a perseguirem o sucesso, que estava directamente 
ligado com a aquisição de bens monetários e materiais. Era expectado das pessoas que elas 
seguissem os seus objetivos através de meios legítimos como educação e trabalho, a mensagem 
culturalmente dominante era que, se o indivíduo fosse ambicioso, talentoso e trabalhasse muito, 
então a riqueza seria a sua recompensa. Mas Merton afirma que estes objetivos projetados pelo 
Sonho Americano nas pessoas eram algo que não seria atingível para todos, pois a estrutura 
organizacional dos USA significava que os meios não eram justamente distribuidos para todos e 
eram difíceis de obter se é que não eram impossíveis para alguns. 
5 
 
Merton desemvolveu o conceito de “anomia” para descrever esta falta de equilíbrio entre objetivos 
culturais e métodos institucionalizados. Ele argumentava que este desequilíbrio produzia anomia 
- há uma tensão entre os objetivos e os métodos dos quais produzem aspirações insatisfatórias; e 
quando os indivíduos se deparam com estas dificuldades entre os seus objetivos, ocorre tensão o 
que faz com que as pessoas se adptem, mais expecificamente de acordo com Merton e a sua 
construção de tipologias, os indivíduos adaptavam-se de cinco maneiras diferentes (as mesmas 
mencionadas anteriormente). 
 
Sociologia das ciências, um novo campo de estudo: 
Robert K.Merton específica os quatro princípios essenciais que são propícios ao espírito científico: 
1) O Universalismo, segundo o qual os conhecimentos científicos são independentes dos 
atributos dos indivíduo, das suas opiniões, da sua cultura, da sua nacionalidade ou religião 
– “a ciência é para todos”. 
2) O Comunalismo, que defende a ideia da partilha do saber no seio de uma comunidade – 
“não sabiamos a cura para a hepatite C, porque ninguém a queria partilhar”. 
3) O Desinteresse, que prossupõe que o cientísta trabalhe pelo conhecimento puro e que seja 
integro e honesto relativamente aos resultados que apresenta – subjetividade dos interesses 
do cientísta. 
4) O Ceticismo organizado, por fim, que adota uma atitude de crítica e de dúvida, favorável 
ao progresso do conhecimento – religião? 
Segundo Merton, o respeito por estes valores garante o desenvolvimento do conhecimento 
objetivo, racional e rigoroso, esta «ética da ciência» não ficou limitada ao protestantismo. Tornou-
se a norma de todas as «comunidades científicas», que formam um subsistema social, independente 
do resto da sociedade. Por isso, Merton nota que nos países onde as regras e autonomia da ciêncianão são respeitadas, é onde a ciência não consegue desenvolver-se verdadeiramente. 
Não pode simplesmente ser explicado através do pensamento, contexto social e cultural. 
6 
 
Estruro-Funcionalismo: 
A estrutura no Funcionalismo encontra-se expressa em formulações teóricas de diversos autores 
como, Merton, que procurava definir a estrutura, a partir da análise crítica das posições de autores 
que lhe eram próximos, rejeitando os argumentos que para ele considerava ser incongruentes, 
enquanto sedimenta uma alternativa. A primeira formulação básica é que a sociedade é estruturada 
por um conjunto de funções sociais que são determinadas pelos membros socialmente activos. 
Estrutura social e Anomia: 
 Uma notável tendência nas teorias sociológicas é atribuida ao mal funcionamento da estrutura 
social, primariamente devido aos impulsos biologicos do Homem que não são adequadamente 
restringidos pelo controlo social. De acordo com Merton, a ordem social ou controlo social são o 
único sistema para o contolo de impulsos e, o processo social de tenções. 
Neste estudo da estrutura social, Merton sugere que certas fases de estrutura social geram as 
circunstâncias que infringem as regras sociais constituídas pelas respostas “normais”; o objetivo 
principal é descobrir como a estrutura social exerce uma pressão em certos indivíduos de tal forma, 
que os faz agir de forma não-conformista ou conformista. De entre alguns elementos da estrutura 
social, dois deles são importantes para os nossos propósitos. O primeiro consiste na definição 
cultural de objetivos, propósitos, e interesses. O segundo, é o que define, regula, e controla os 
métodos aceitáveis de atingir estes objetivos. (ver coisas do 1o sem.) 
 Um equilíbrio entre estas duas fases da estrutura social é mantida desde que a satisfação dos 
indivíduos acumule aos que se conformam com as restrições, isto é, a satisfação de atingir um 
objetivo e a satisfação directamente emergente dos métodos institucionais canalizados de esforço 
para obter o objetivo final. O sucesso é calculado em termos do produto do processo, em termos 
do fim desejado e, em termos das actividades. A satisfação contínua deve ser um resultado de pura 
participação de uma forma competitiva e também de forma a ultrapassar os outros competidores 
de forma sustentável; os sacrifícios ocasionais envolvidos na institucionalização da conduta devem 
ser compensados, por recompensa social. A distribuição de status e papéis sociais através de 
competições devem ser bem organizadas, de tal forma que os incentivos positivos pelos papéis 
conformistas e aderência a obrigações de status são fornecidos, por cada posição dentro da ordem 
distributiva. A conduta aberrante, é vista como um sintoma de dissociação entre aspirações 
culturalmente definidas e métodos socialmente estruturados. 
7 
 
Com a continuação deste processo, a integração da sociedade torna-se ténue e a anomia segue-se, 
como podemos ver na teoria da tenção do desvio. 
Com anomia, quer-se dizer, segundo a definição do autor, que o comportamento dos indivíduos 
desenvolve um sentimento de tensão quando estes se deparam com um conflito entre as normas 
aceites e a realidade. Conceito este criado por Durkheim, o qual foi mais tarde recuperado e 
redefinido por Merton. Da anomia, resultam um conjunto de sentimentos autodestrutivos, como é 
exemplo o suicídio. 
Durkheim, através dos seus estudos em torno do suicídio, definiu-o como qualquer ato de término 
à vida provocado pelo próprio indivíduo, com um propósito positivo ou negativo. Este, argumenta 
ainda que as suas causas não estão no indivíduo, mas em toda uma predisposição geral à sociedade, 
em outras palavras, qualquer fator exterior ao indivíduo, que permuta com o grau de coesão do 
grupo em que se insere. De entre os três tipos de suicídio classificados por Durkheim, importa-nos 
aqui discutir o suicídio egoísta, que ocorre quando o sujeito se sente dissociado do seu grupo social, 
marginalizando-se e desvinculando-se do sentimento de solidariedade social. 
No que diz respeito à marginalização, Merton desenvolveu a Teoria Mediocrática, que segundo 
este, é uma ideologia que na realidade não se pratica. O comportamento desviante dá-se por meio 
da dicotomia dos desejos florescentes e das desigualdades persistentes, que, por conseguinte, dão 
origem a um sentimento de privação relativa. O desvio, é nada mais, que uma consequência das 
discrepâncias económicas e de oportunidades. Merton afirma ainda, que o comportamento 
desviante nem sempre se deve à inconformidade com determinados padrões institucionais, 
podendo também ser considerado um padrão de comportamento de grupos em desacordo, ao que 
Durkheim, no seu estudo sobre o facto social e a coesão social, denomina de consciência coletiva. 
8 
 
Bibliografia 
Câmara, Antônio da Silva (1987 [1980]), Considerações sobre a noção de estrutura social, 
Sitientibus – Feira de Santana, vol.4, nº7, pp.103-112. 
Merton, Robert K. (1938), “Social Structure and Anomie”, American Sociological Review, Vol.3, 
Nº5, pp. 672-682. 
Molénat, Xavier, et al. (2011 [2009]), Sociologia: História, Ideias e Correntes, Lisboa, Edições 
Texto & Grafia (tradução). 
Thompson, Karl (2016), “Merton’s Strain Theory of Deviance”, em ReviseSociology, consultado 
a 13/05/2021, em https://revisesociology.com/2016/04/16/mertons-strain-theory-deviance/

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