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FARMACOLOGIA 1

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Farmacologia 1 
 
História da Farmacologia  
Origem dos Fármacos  
Conceitos e princípios da farmacocinética  
Absorção e distribuição dos fármacos  
Metabolismo e eliminação dos fármacos  
Princípios gerais dos fármacos  
Mediadores químicos e o sistema nervoso autônomo  
Transmissão Colinérgica e Transmissão Noradrenérgica 
 
 
 
1 
 
Farmacologia  
 
➤ ​Tipos: 
 ✠ ​FARMACOCINÉTICA​ → Avalia o que o organismo faz com o fármaco administrado 
 ❐ Absorção 
 ❐ Distribuição 
 ❐ Biotransformação 
 ❐ Eliminação 
 ❐ Relação dose-concentração 
 ↡ 
 Determinam a rapidez e o tempo levado para a droga aparecer no órgão alvo 
 
✠ ​FARMACODINÂMICA ​→ Avalia o que o fármaco faz no organismo 
 ❐ Mecanismo de ação 
 ❐ Efeitos bioquímicos 
 ❐ Efeitos Fisiológicos 
 ❐ Relação concentração-efeito 
 ↡ 
A resposta e a sensibilidade determinam a magnitude do efeito de determinada 
concentração 
2 
 
➤ ​Conceitos: 
✠ ​FARMACOLOGIA: 
 ❐ Estudo da interação de drogas com organismos vivos 
 ❐ Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos 
 
✠​ FÁRMACO: ​Também conhecido como ​PRINCÍPIO ATIVO 
❐ Substância que existe na composição do medicamento, responsável por seu efeito 
terapêutico. 
 
✠ ​DROGA: 
 ❐ Qualquer substância que altere a fisiologia de um organismo vivo 
 
✠ ​MEDICAMENTO: 
❐ Produto industrializado, podendo conter um ou mais princípios ativos com ação 
terapêutica comprovada, associado a outros adjuvantes a fim de promover uma melhor 
conservação, liberação ou absorção dos princípios ativos 
 
✠ ​REMÉDIO: 
 ❐ Qualquer coisa que possa fazer bem. 
 
✠ ​PLACEBOS: 
❐ Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição de um 
medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar reações 
 ❐ Não se lista como medicamento 
 
✠ ​BIODISPONIBILIDADE: 
❐ Medida da quantidade de medicamento contida em uma fórmula farmacêutica, que chega 
a circulação sistêmica e da velocidade na qual esse processo ocorre. 
● Ex: Dipirona 
Supondo que cada comprimido de dipirona contenha 500mg do princípio ativo, mas que ao ser 
ingerido, parte desse princípio vai se perder (maior parte durante o metabolismo no fígado). 
Contudo, a concentração de fármaco que chega ao órgão foco não é a mesma contida no 
comprimido. 
- Se o fígado metabolizar 200mg da dipirona, a biodisponibilidade será = a 300mg 
 
Obs: Por esse motivo, quando sentimos dores muito fortes de cólica ou dor de cabeça, por 
exemplo, vamos ao hospital para tomar o fármaco por via intravenosa. Quando o fármaco é 
administrado diretamente nas veias, a biodisponibilidade é muito maior, ou as vezes total. 
 
✠ ​BIOEQUIVALÊNCIA: 
 ❐ Parâmetros realizados entre medicamentos 
 ❐ Demonstra a equivalência farmacêutica entre produtos que contém a mesma fórmula. 
● Contendo idêntica composição qualitativa de princípio ativo 
● Que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo 
desenho experimental. 
 
Obs: Mesma quantidade de mg, mesmo tipo (gotas, comprimido.) 
 
3 
 
✠ ​MEDICAMENTO REFERÊNCIA 
 ❐ Medicamento inovador registrado (ANVISA) 
 ❐ Com eficácia, segurança e qualidade comprovados cientificamente 
● Ex: Quando uma empresa farmacêutica descobre um princípio ativo que causa efeitos 
positivos. São realizados vários estudos in vitro → que passam a ser in vivo (cobaias 
animais) → estudo clínico (ser humano) → lançado no mercado. 
- Após ser lançado no mercado essa empresa possui uma PATENTE do 
medicamento, isso significa que até a expiração da mesma, aquele 
medicamento só pode ser produzido e comercializado por aquela indústria 
- Depois que a PATENTE venceu, outras empresas tem a autorização de fabricar 
o medicamento. 
 
✠ ​MEDICAMENTO GENÉRICO 
 ❐ Produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária 
 ❐ Comprovada sua eficácia e qualidade 
● Precisa passar nos estudos de bioequivalência e biodisponibilidade 
 ❐ Designado pela (DCB) ou, na sua ausência, pela (DCI) 
 ❐ Normalmente o nome vem igual o nome do princípio ativo 
 
 
✠ ​MEDICAMENTO SIMILAR 
 ❐ Aquele que contém os mesmos princípios ativos 
❐ Apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e 
indicação 
 ❐ Diferem em relação ao excipiente 
● Pode não ter o mesmo efeito fisiológico (podendo ser melhor ou pior) 
● O médico raramente irá indicar um medicamento similar 
● Não possui nome do princípio ativo assim como o genérico, possui um terceiro nome 
Ex: 
 
 
 
 
 
 
Os fármacos não criam função 
no corpo. Se ele consegue agir 
no nosso corpo é graças a 
existência de alguns receptores 
do nosso próprio organismo. 
 
 
4 
TIPO   REFERÊNCIA   GENÉRICO   SIMILAR  
PRINCÍPIO ATIVO  DIPIRONA DIPIRONA DIPIRONA 
NOME MEDICAMENTO  NOVALGINA DIPIRONA DIPIMED 
 
➤ ​Ação dos Fármacos: 
● Para que um fármaco produza o efeito biológico esperado no organismo, é necessário 
que as moléculas desse fármaco se liguem a estruturas celulares específicas. 
● Seletividade da Droga → Determina os efeitos indesejáveis depende da natureza 
química, dose e via de adm., e fatores intrínsecos do paciente (genética, idade, 
patologia, etc.) 
 
✠ ​RECEPTOR: Proteínas possuidoras de um ou mais sítios de ação que, quando ativados 
por substâncias, são capazes de desencadear uma resposta fisiológica. 
- Ex: A dipirona é um fármaco utilizado para várias patologias, e isso é possível porque 
ela consegue se ligar nos mediadores produzidos na região afetada. 
 
✠ ​SÍTIOS DE AÇÃO: locais onde substâncias endógenas ou exógenas (fármacos) interagem 
para promover uma resposta fisiológica ou farmacológica. 
 
➤ ​Como prescrever um fármaco: 
✠ ​SITUAÇÕES FISIOLÓGICAS: 
 ❐ Idade 
 ❐ Sexo 
 ❐ Peso 
 ❐ Gestação 
 
✠​ HÁBITOS DO PACIENTE: 
 ❐ Fumo 
 ❐ Álcool 
 
✠ ​DOENÇAS: 
 ❐ Insuficiência renal 
 ❐ Insuficiência hepática 
 
✠ ​CARACTERÍSTICAS DA DROGA: 
 ❐ Via de administração 
 ❐ Toxicidade 
 ❐ Tempo de eliminação 
 ❐ Seletividade do fármaco 
 
➤ ​Novas Drogas e Pesquisa Clínica 
✠ ​PESQUISA PRÉ-CLÍNICA 
 ❐ Deve-se considerar os aspectos da molécula escolhida: 
● Afinidade e seletividade com o alvo, propriedades farmacocinéticas, síntese e 
segurança 
● Avaliar a dose letal e efetiva 
● Testes de toxicidade em animais devem ser realizados (avaliar carcinogenicidade 
toxicidade reprodutiva 
 
 
 
 
5 
 
✠​ ORGANIZAÇÃO DE TESTES CLÍNICOS: 
 ❐ Constitui um dos principais custos no desenvolvimento de um novo fármaco 
● Fase I: pequeno número de pessoas, administrando-o a pessoas saudáveis ou 
pacientes. 
● Fase II: número maior de pessoas que apresentam uma doença ou condição em 
particular. 
● Fase III:​ Um número grande de pessoas com a doença ou condição apropriada. 
- O medicamento em investigação passa por testes adicionais para determinar a 
sua segurança e a sua eficácia, monitoras efeitos colaterais indesejáveis e 
compará-lo aos tratamentos comumente usados ou a um placebo. 
● Fase IV: São os estudos realizados depois que um medicamento se torna disponível 
para prescrição, com a intenção de se obter informações adicionais sobre os ricos, os 
benefícios e o uso de um medicamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Farmacocinética 
O que o corpo faz com para absorção → transferência do fármaco do local onde ele é 
administrado para a corrente sanguínea (circulação sistêmica) 
 
➤​ Fases Farmacológicas: 
 
 
 
➤​ Considerações Gerais: 
✠​ ​Disponibilização do fármaco é dividida em quatro estágios denominados “ADME”: 
 ❐ Absorção a partir do sítiode administração 
 ❐ Distribuição pelo organismo 
 ❐ Metabolização 
 ❐ Eliminação 
 
 
7 
 
➤​ Vias de administração e seus fundamentos: 
✠ ​As vias de administração são escolhidas para tirar o proveito das moléculas de transporte e 
de outros mecanismos que possibilitem a entrada do fármaco nos tecidos corporais 
✠ ​A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco e 
pelos objetivos terapêuticos. 
 
 
 
✠​ VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAL: 
 ❐​ ​Administração oral: 
● São auto-administrados 
● Têm baixo risco de infecções sistêmicas 
● Toxicidade e as dosagens excessivas por via oral podem ser neutralizadas com 
antídotos 
● Ambientes ácido (estômago) e básico (duodeno) → limitar sua absorção 
● Ocorre pouca absorção até que o fármaco chegue ao intestino delgado 
- Parte do fármaco é metabolizado pelo fígado, por meio da circulação enterohepática 
● Tipicamente, cerca de 75% de um fármaco administrado oralmente é absorvido em 1 a 
3 horas. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
● Fatores que afetam a absorção gastrointestinal 
1. Motilidade gastrintestinal → movimento que o intestino realiza para favorecer a 
passagem do alimento (peristaltismo). 
- Em algumas situações essa motilidade é alterada e isso pode favorecer de 
algum modo a absorção dos fármacos (levando o fármaco mais rápido para o 
intestino). 
2. Fluxo sanguíneo → a absorção é justamente a passagem do fármaco do local de 
absorção para a corrente sanguínea. 
- Quanto maior o fluxo sanguíneo - maior a absorção 
3. Tamanho da partícula e formulação → o fármaco precisa passar pelas membranas 
biológicas. 
- Existem espaçamentos delimitados e isso indica se o fármaco vai passar 
diretamente ou por meio de transportadores. 
- De qualquer maneira os fármacos não podem ser muito grandes. 
- A forma com que o medicamento é produzido, influência na sua absorção. 
+ Ex: medicamentos líquidos tendem a absorver melhor que as cápsulas, 
promovendo um resultado mais rápido. 
4. Fatores físico-químicos → relação de acidez e basicidade do fármaco em relação ao 
seu local de absorção. 
 
 
 
 
 ❐ ​Sprays Nasais: 
● Peptídeos são inativados quando administrados por via oral, uma vez que são 
rapidamente destruídos no trato gastrointestinal, todavia, a sua absorção através da 
mucosa nasal é suficiente para produzir um efeito terapêutico 
 
 
 
9 
 
✠​ VIA DE ADMINISTRAÇÃO - PARENTERAL 
 ❐ A velocidade de início de ação dos fármacos administrados por essa via é frequentemente 
rápida 
 ❐ Introdução direta de um fármaco na circulação sistêmica, no líquido cefalorraquidiano, em 
tecido vascularizado ou em outro espaço tecidual. 
● Aumenta a velocidade de ação do fármaco 
- Intravenosa (biodisponibilidade de 100%) e Endovenosa → ação imediata 
 ❐ Velocidade de início de ação do fármaco que difere entre os vários tecidos do corpo, 
dependendo da velocidade de fluxo sanguíneo para o tecido. 
 ❐ Maior risco de infecção e necessidade de administração por um profissional de saúde. 
● Utilização do álcool nos locais em que vamos tomar alguma injeção, evitar as 
infecções 
 
❐ ​Via intraperitonea​l → não é usada em humanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❐ ​Sublingual:​ Em relação a essa via, ocorre divergência de autores sobre parenteral/enteral 
● Absorção através de pequenos vasos sanguíneos (não se deve mastigar nem chupar o 
medicamento) 
- Exemplo: Nitroglicerina (angina); Vonau 
 ❐ ​Retal: 
● Uso em quadros de vômitos, tratamento local ou inconscientes. 
● Evita 1​a​ passagem (fígado): Fármacos (veia cava inferior) 
 
 ❐ ​Administração por inalação: 
● Constitui a via utilizada para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão serve 
como via tanto de administração quanto de eliminação. 
● A rápida troca resultante da grande área de superfície e do fluxo sanguíneo permite a 
obtenção de rápidos ajustes na concentração plasmáticas. 
● Fármacos administrados por inalação geralmente sofrem absorção parcial na 
circulação, e, consequentemente, podem ocorrer efeitos colaterais sistêmicos 
 
❐ ​Intratecal: A injeção de um fármaco no espaço subaracnóide através de agulha de punção 
lombar é utilizada para alguns fins específicos 
● Fins de anestesia 
● No passado era usado para tratar a meningite 
10 
 
✠​ VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - TÓPICAS 
 ❐ ​Gotas oftálmicas: 
● Absorção através do epitélio do saco conjuntival para produzir seus efeitos. Os efeitos 
locais desejáveis no olho podem ser obtidos sem provocar efeitos colaterais 
sistêmicos. 
 ❐ ​Administração cutânea: 
● Utilizada quando é necessário obter um efeito local na pele 
- Exemplo, aplicação tópica de esteróides. 
● Entretanto, pode ocorrer absorção apreciável, resultando em efeitos sistêmicos. Em 
sua maioria, as substâncias são pouco absorvidas através da pele intacta. 
- Exemplo: adesivos de nicotina, contraceptivas 
 
➤​ Absorção dos fármacos e Vias de administração 
 
 ↴ 
Determinada pela via 
de administração e 
formulação do 
fármaco 
 
 
 
 
 
 
 
✠​ MEMBRANAS BIOLÓGICAS: 
❐ Dupla camada lipídica com cadeias de hidrocarboneto orientadas para dentro 
(características hidrofóbica) 
❐ As proteínas exercem função de receptores que proporcionam vias de sinalização elétricas 
ou químicas e alvos seletivos para ação de fármacos. 
11 
 
 
→ Os fármacos precisam passar por essas membranas para chegar no seu local de absorção 
para realizar seu efeito sistêmico 
→ A parte​ EXTERNA​ da membrana é composta por componentes hidrofílicos (polares) 
- Porque está inserida no sangue, diretamente em contato com água 
→ Água é apolar - logo a face externa da membrana tem que ser polar 
→ A parte mais interna da membrana é lipofílica (apolar) 
 
Fármaco polar tem muita afinidade com a água → para que ele faça a penetração é utilizada as 
proteínas inseridas na membrana, eles não conseguem passar por transporte direto pela 
membrana 
 
➤​ Absorção 
✠ ​MOVIMENTO DOS FÁRMACOS ATRAVÉS DAS BARREIRAS CELULARES 
 ❐ Membranas celulares formam as barreiras entre os compartimentos aquosos do corpo 
❐ No sistema nervoso central (barreira hematoencefálica) e na placenta, existem junções 
estreitas entre as células, e o endotélio é envolvido numa camada impermeável de células 
periendoteliais. 
● As substâncias precisam ser altamente lipofílicas → SNC 
 ❐ Em outros órgãos o endotélio é descontínuo, permitindo livre passagem entre as células 
● Fármacos penetram com maior facilidade 
 ❐ Moléculas pequenas atravessam as membranas de 4 maneiras: 
● Difusão por poros (aquaporinas): ​fármacos com características mais polares ou 
hidrofílicos 
● Transportadores de membrana (proteínas de membrana) 
● Pinocitose 
● Difusão através de lipídeos 
- Dois fatores físico-químicos contribuem 
para: 
1. Solubilidade na membrana: que pode 
ser expressa como coeficiente de 
participação para substância distribuída entre a fase da 
membrana e o ambiente aquoso. 
2. Difusibilidade:​ mobilidade das moléculas no interior do sódio 
 
 
12 
 
Obs:​ Muitas características farmacocinéticas de um fármaco podem ser prevista através do 
conhecimento da solubilidade lipídica do fármaco 
O coeficiente mede uma afinidade de uma substância entre dois meios 
- Ex: Água e Óleo 
Quanto maior o coeficiente permeabilidade maior é a chance do fármaco passar pela 
membrana lipídica 
 
➤​ ​pH e Ionização: 
→ A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca 
→ ​Ácidos (HA)​ → ​ liberam um próton​ causando a formação de um ânion (A​-​): 
 
A melhor forma para um ácido ser absorvido é em suaforma molecular/ associada, pois ela 
não apresenta carga (neutro), consegue ser absorvido pela membrana 
 
→​ As bases fracas (B)​ → ​ recebem prótons (H​+​)​ causando a formação de um ânion (BH​+​): 
 
A melhor forma para uma base ser absorvida é em sua forma dissociada// neutra, pois ao se 
dissociar ela perde sua carga. 
 
- Partição pelo pH e aprisionamento iônico: 
→ Ionização - velocidade com a qual os fármacos atravessam as membranas e a distribuição 
de equilíbrio das moléculas dos fármacos entre compartimentos aquosos 
→ A relação entre substâncias ionizada e não ionizada é controlada pela pKa da substância e 
pelo pH do compartimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
Levodopa → Ácida → pKa = 2,5 
Quando ela chega em um meio ácido (já tem muito 
próton) → ela não consegue doar o seus prótons, porque 
o meio já tem muitos. Logo, ela fica na forma molecular 
(neutra) → mais facilmente absorvida. 
Chega na mucosa intestinal (pH=5) mais básico → 
maior a afinidade do meio pelo H+ → ela se dissocia → 
diminui a sua absorção porque sai de seu estado neutro 
para o seu estado ionizado. 
 
Fármacos Ácidos são melhores absorvidos em ambientes ácidos e fármacos básicos 
são melhores absorvidos em ambientes básicos 
Para um fármaco ser melhor absorvido ele precisa estar em seu estado neutro. 
 
→ A participação do pH não constitui o principal determinante do local de absorção de 
substâncias a partir do trato gastrointestinal 
→ A absorção de uma substância ácida é promovida por substâncias que aceleram o 
esvaziamento gástrico e retardada por substâncias que tornam o esvaziamento gástrico lento. 
→ O pH ácido do conteúdo gástrico favorece a absorção de ácidos fracos. 
 
A nossa urina normalmente tem um pH ácido, 
por volta de 5,4. 
Quando um paciente for intoxicado por ácido, a 
urina precisa ser basificada para conseguir atrair 
o ácido que está intoxicando o organismo. Após o 
fármaco ser atraído para a urina ele não 
consegue sair, pois ele se dissocia e não 
consegue voltar pela membrana 
Ex: ​Intoxicação por ácido → administrar 
bicarbonato (básico) 
Intoxicação por base → administrar ácido 
ascórbico (Vitamina C) → acidificar ainda mais a 
urina. 
14 
 
Obs: A participação do pH tem várias consequências importantes: 
A acidificação da urina acelera a excreção de bases fracas e retarda a de ácidos fracos 
A alcalinização da urina tem o efeito oposto. 
 
- Fatores que influenciam a absorção: 
→ Efeito do pH e pKa 
→ Fluxo de sangue no local de absorção 
→ Área ou superfície disponível para absorção 
→ Tempo de contato com a superfície de absorção 
 
● Transportadores de membrana: 
→ Sistemas de transporte envolvem 
uma molécula transportadora: difusão 
facilitada e transporte ativo. 
 
→ Do ponto de vista farmacocinético, 
entretanto, existem apenas alguns 
locais no corpo onde o transporte de 
fármacos mediado por transportadores 
é importante, sendo os principais: 
1. Túbulo renal 
2. Trato Biliar 
3. Barreira Hematoencefálica 
4. Trato Gastrointestinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
- Transporte mediado por transportadores: 
 
→ Dois outros fatores que exercem uma importante influência na distribuição e eliminação da 
substância. São eles: 
1. Ligação às proteínas 
2. Participação no tecido adiposo e outros tecidos do corpo 
 
- Ligação dos fármacos a proteínas plasmáticas: 
→ No plasma muitos fármacos encontram-se principalmente na forma ligada 
→ A substância livre constitui a forma farmacologicamente ativa. 
→ A quantidade de uma substância que se liga à proteína depende de 3 fatores: 
1. A concentração da substância livre 
2. Sua afinidade pelos sítios de ligação 
3. Concentração de proteína 
→ Representa um grande compartimento não-polar 
→ Fator que limita o acúmulo de fármacos no tecido adiposo corporal é seu baixo suprimento 
sanguíneo 
 
- Participação no tecido adiposo e em outros tecidos do corpo: 
→ Partição no tecido adiposo corporal após a administração aguda de fármacos só é 
importante para algumas substâncias altamente lipossolúveis. 
→ A gordura corporal não constitui o único tecido onde substâncias podem acumular-se 
→ Cloroquina - alta afinidade pela melanina 
→ Tetraciclinas - acumulam-se lentamente nos ossos e nos dentes, em virtude de sua alta 
afinidade pelo cálcio. 
● Evitar tomar antibióticos com leite, porque a tetraciclina se liga ao cálcio do leite antes 
mesmo de ser absorvido pelo organismo. 
● Altera coloração de dentes, não é indicado para pessoas jovens 
→ Amiodarona - no fígado e nos pulmões, bem como no tecido adiposo 
● Pode formar depósitos no tecido pulmonar (pode resultar em fibrose pulmonar) 
 
https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1017.html 
 
16 
https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1017.html
 
Absorção e Distribuição 
➤​ Distribuição dos Fármacos no Corpo: 
✠​ COMPARTIMENTOS DE LÍQUIDOS CORPORAIS: 
 ❐ A distribuição de um fármaco ocorre primariamente através do sistema circulatório, e em menor 
quantidade através do sistema linfático. 
 ❐ A concentração do fármaco no plasma é frequentemente utilizada para definir os níveis 
terapêuticos do fármaco e monitorá-los, visto que é difícil medir a quantidade de fármaco que é 
realmente captada pelo órgão-alvo. 
 ❐ Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua capacidade de captar diferentes 
fármacos, bem como na proporção de fluxo sanguíneo sistêmico que recebem 
 ❐ As moléculas de substância encontram-se de duas formas: 
● Solução livre​ (fração farmacologicamente ativa) → chega mais fácil no sítio de ação 
● Forma ligada à proteína plasmática ​(por meio de uma ligação fraca) 
 ❐ Substâncias que são ácidos fracos ou bases fracas encontram-se numa mistura de equilíbrio de 
forma com carga e sem carga, dependendo da posição do equilíbrio do pH 
 
✠​ FATORES QUE AFETAM A DISTRIBUIÇÃO: 
 ❐ ​Perfusão:​ vascularização de cada tecido; 
 ❐ ​Ligação às proteínas plasmáticas​; 
 ❐ ​Propriedades físico-químicas da droga ​– hidro ou 
lipossolubilidade, peso molecular (apresenta relação 
inversamente proporcional com a velocidade de 
transferência da droga); 
 ❐ ​Afinidade por tecidos: 
● Exemplos: 
1. Chumbo nos ossos 
2. CO nas hemoglobinas:​ As hemoglobinas normalmente tem função de carrear o 
oxigênio, para a última fase da cadeia respiratória. Entretanto, em algumas situações a 
gente retém mais CO do que oxigênio, o que acidifica o sangue → aumenta o fluxo da 
respiração para tentar compensar a falta de oxigênio. 
3. Digoxina (coração)​ → ​se liga na bomba de sódio e potássio ATPase. Tem uma maior 
afinidade pelo músculo cardíaco, portanto ela pode atuar em qualquer lugar do corpo, 
uma vez que todas as células têm a presença da bomba. A concentração para o uso 
terapêutico desse fármaco é muito perto da dose tóxica do medicamento. 
 
✠​ PERFUSÃO SANGUÍNEA: 
 ❐ Determina a quantidade máxima de droga que pode ser distribuída por minuto para órgãos e 
tecidos específicos, para uma dada concentração plasmática. 
 ❐ Tecidos mais ou menos irrigados receberam diferentes quantidades da droga; também o tempo 
de permanência das drogas nos tecidos irá variar 
● Tecidos com maior fluxo sanguíneo permite que esse tecido receba maior quantidade de 
medicamentos 
 
 
17 
 
 
 ❐ Volume/fluxo sanguíneo → o que determinado tecido ou órgão recebe do coração 
Por isso existe a barreira hematoencefálica no cérebro, para que os medicamentos todos não 
conseguem agir sobre o SNC, isso poderia acontecer por causa da alta perfusão do cérebro.✠​ FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: 
 ❐ A segunda fase também envolve uma parte maior de massa corporal que a inicial e geralmente 
responde pela maior parte do fármaco distribuído. 
 ❐ A lipossolubilidade é um importante fator para a difusão do fármaco. 
● Se ela for muito lipossolúvel ela pode ficar presa nos adipócitos ou no SNC 
● Os anestésicos normalmente ficam retidos no SNC 
 ❐ O pH gradiente de pH entre líquido intra (7,0) e extracelular (7,35 à 7,45). 
 ❐ O principal fator é a ligação do fármaco com proteínas plasmáticas. 
 
✠​ LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: 
 ❐ No compartimento vascular, as moléculas dos fármacos 
existem sob duas formas: 
● Forma livre 
● Ligada a proteínas plasmáticas:​ vai se desligar ao 
longo do tempo (até porque se ela não se 
desligasse nós não precisaríamos tomar o remédio 
mais vezes) 
- Esse equilíbrio farmacocinético que define o 
tempo de intervalo entre o medicamento (Ex: 6 
em 6h) 
- Essa fração do fármaco que está ligada à 
proteína é inativa, porque a proteína não 
permita que o fármaco se ligue ao seu receptor. 
Contudo, quando o fármaco que está livre no 
sangue, começa a diminuir em concentração, 
os que estavam ligados às proteínas começam 
a se soltar. 
 
18 
 
 
 ❐ As principais proteínas são: Albumina - básica (atrai os ácidos) e α1- glicoproteína ácida (atrai as 
bases). 
 ❐ O grau de ligação protéica das drogas depende de: 
● Afinidade entre droga e proteínas 
● Concentração sanguínea da droga 
● Concentração sanguínea das proteínas 
 ❐ Contribui para as diferenças nas concentrações das drogas em diferentes compartimentos 
corporais. 
 Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional à concentração nos locais de 
ligação e à constante de dissociação. 
 Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional ao número de locais de ligação e 
à concentração do fármaco. 
 ❐ Geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação. 
 ❐ A ligação plasmática é um processo saturável e não-linear. 
 ❐ A extensão da ligação plasmática (proteínas) também podem ser alterada por fatores 
relacionados com a doença. 
Hipoalbuminemia secundária a doença hepática grave ou a síndrome nefrótica → levam à 
diminuição da ligação e o aumento da fração livre. 
 ❐ Afecções que levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do 
miocárdio) levam a altos níveis de α1- glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos 
básicos. 
 ❐ Em sua forma livre → farmacologicamente ativa, pois e capaz de atravessar membranas 
biológicas e atingir os receptores-alvo. 
 ❐ Ligada as proteínas plasmáticas → farmacologicamente inativa → não pode sair da circulação 
sanguínea sem antes se “desligar” da albumina ou de outras proteínas do plasma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 ❐ ​Consequências: 
● Limita a concentração dos fármacos nos tecidos e no local de ação 
● Retarda a eliminação dos fármacos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Ligações não específicas → competição entre fármacos 
 
 
✠​ COMPARTIMENTOS ESPECIAIS: 
 ❐​ Barreira hematoencefálica 
● Função → proteger o sistema nervoso central (SNC) de substâncias “estranhas”. 
● Fármacos apolares e com pequena massa (e tamanho) molecular podem rapidamente 
atingir os tecidos encefálicos, enquanto drogas polares, ionizadas e de grande massa 
molecular (e tamanho) tendem a ser impedidas. 
 
 
 
 
 
 ❐​ Placenta: 
● Conjunto de tecidos localizados entre a circulação materna e a fetal. 
● Apenas retarda a passagem de drogas da circulação da mãe para o feto​. 
● Os requisitos para a travessia: lipossolubilidade, não polaridade e pequena massa 
molecular. 
● Substâncias como antibióticos, anestésicos, álcool etílico e certas drogas ilícitas podem 
atravessar a barreira placentária 
20 
 
✠​ VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO: 
 ❐​ ​O volume de distribuição aparente (Vd): é o volume de líquido necessário para conter todo o 
fármaco do organismo na mesma concentração mensurada no plasma. 
1. Vd pequeno → captação pelos tecidos limitada. 
2. Vd grande → ampla distribuição nos tecidos fármacos lipofílicos captação tecidual 
extensa. 
+ Normalmente são menores, uma menor afinidade pelas proteínas plasmáticas.. 
 ❐​ ​Distribuição no compartimento aquoso do organismo. 
 ❐​ Logo que o fármaco entra no organismo, ele tem o potencial de distribuir-se em: 
● Compartimento plasmático: 
- Se um fármaco apresenta massa molecular muito elevada ou se liga extensamente às 
proteínas plasmáticas → se distribui em um volume (o plasma) que é cerca de 6% da 
massa corporal ou, em uma pessoa com 70 kg, cerca de 4 L de líquido (exemplo: 
heparina) 
● Líquido extracelular: 
- Se um fármaco apresenta baixa massa molecular, mas é hidrofílico → não se movem 
através das membranas celulares lipídicas para entrar na fase aquosa do interior da 
célula → se distribuem em um volume que é a soma da água plasmática e da água 
intersticial, as quais, juntas, constituem o líquido extracelular. Isso corresponde a cerca 
de 20% da massa corporal ou cerca de 14 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: 
aminoglicosídeos) 
● Água corporal total: 
- Se um fármaco apresenta baixa massa molecular e é hidrofóbico → se distribui para o 
interstício e para o líquido intracelular através das membranas celulares → se distribui 
em um volume de cerca de 60% da massa corporal ou cerca de 42 L em uma pessoa 
com 70 kg (exemplo: etanol) 
 
✠​ DISTRIBUIÇÃO EM IDOSOS: 
 ❐ Redução da água corporal total 
 ❐ Redução das Proteínas 
 ❐ Diminuição de massa muscular 
 ❐ Aumento da massa gorda Alterações na distribuição e na acumulação 
 ❐ Diminuição do funcionamento dos órgãos 
● Eliminação renal 
● Primeira passagem hepática 
 
✠​ DISTRIBUIÇÃO EM CRIANÇAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Metabolismo e 
Eliminação de Fármacos  
➤​ Eliminação 
✠​ A ELIMINAÇÃO OCORRE POR DOIS PROCESSOS: 
❏ Eliminação: saída do fármaco do organismo (quimicamente inalterado ou através de seus 
metabólitos) 
● Principais vias das quais as substâncias e seus metabólitos são removidos do corpo: 
- Os rins 
+ Rim promove a eliminação em maior parte, das substâncias hidrossolúveis 
- O sistema hepatobiliar ​→ via alternativa interessante para os pacientes que têm 
problemas renais 
+ Remoção das substâncias lipossolúveis. Possível devido a presença da bile, 
responsável pela emulsificação dos componentes lipídicos, promovendo a 
reabsorção. 
+ Quando o corpo elimina a Bile, é que o corpo elimina um pouco do fármaco, contudo, 
a parte reabsorvida da bile, pode conter parte do medicamento, que será juntamente 
reabsorvido 
- Os pulmões​ → importantes para anestésicos voláteis/ gasosos. 
+ Existem os anestésicos inalatórios e os intravenosos. No caso dos inalatórios, que 
tem uma lipossolubilidade muito grande, chegam rapidamente até o SN e age de 
maneira muito rápida. 
+ Essa via pulmonar é importante para a eliminação desses fármacos. É importante 
lembrar o fornecimento de oxigênio com o intuito de limpar o pulmão desses 
fármacos. 
 
❏ Metabolismo:​ Conversão enzimática de uma substância em outra, dentro do organismo. 
● Ocorre, em maioria, pela fonte hepática. Sobre o sistema do ​Citocromo P450 (CYP) 
- Esse citocromo NÃO é UMA enzima, e SIM um CONJUNTO de enzimas que vão 
metabolizar substâncias endógenas ou exógenas. 
- P450 → Esse conjunto apresenta-se em um comprimento de onda 450 e em coloração 
rosa (pink) 
- Algumas enzimas P450 são extra-hepáticas e desempenham um importante papel em 
diversas vias de síntese. 
● Acontece sempre que a molécula precisa se tornar mais polar, para que ela consiga ser 
eliminada via renal. → Faz essa conversão 
 
✠ BIOTRANSFORMAÇÃO:​Mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar 
compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores, etc) e eliminar 
substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos). 
22 
 
 
PRÓ-FÁRMACOS → substâncias feitas/pensadas pela indústria farmacêutica para serem 
ativadas APENAS após passar pelo fígado sofrer o processo de metabolismo hepático. 
Administrado por via ORAL. 
 
❏ Desfechos do processo de biotransformação 
I. Término da ação de uma substância 
- Detoxificar 
- Inativar compostos 
II. Facilitar a excreção formando: 
- Produtos mais polares, consequentemente menos lipossolúveis 
III. Ativar 
- Drogas originalmente inativas 
- Alterar perfil farmacocinético 
- Formar metabólitos ativos 
 
 ​ Consequência do metabolismo das drogas 
 
Exemplos de ativação metabólica 
1. Metabólitos ativos​ (Como se o metabolismo prorrogasse o efeito da droga no organismo) 
- Ácido. Acetilsalicílico → Ácido. Salicílico // Diazepam → nordazepam + oxazepam 
2. Metabólitos tóxicos​ (Fármacos que quando metabolizados podem ser tóxicos) 
- Isoniazida → Acetaminofen 
3. Pró-drogas​ (Originalmente inativas, mas ao serem metabolizadas se ativam) 
- Cortisona → Hidrocortisona // Prednisona → Prednisolona // Paration → Paraoxon 
 
23 
 
Os Fármacos podem agir de diferentes 
maneiras: 
A) Pode passar direto pela fase II 
B) Não precisarem da fase II. 
C) Seguir a ordem, passando primeiro 
pela fase I e posteriormente pela fase II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✠​ REAÇÕES DE FASE I: 
❏ São catabólicas 
❏ Produzem grupos reativos (e.g. OH, COOH e NH2) que as vezes podem ser mais tóxicos. 
❏ Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as reações de conjugação. 
❏ Ocorre principalmente no fígado. 
❏ Para chegarem a essas enzimas, os fármacos devem atravessar a membrana plasmática. 
 
✠​ SISTEMA MONO-OXIDASE P450 
❏ Hemeproteinas uma chamada de CYP seguida 
por um conjunto de números e uma letra. 
❏ Principais CYPI, CYP2 e CYPB, que estão 
envolvidas no metabolismo de fármacos no 
fígado humano. 
 
 
24 
 
✠​ P450 E VARIAÇÃO BIOLÓGICA: 
❏ Existem variações na expressão e na regulação das enzimas P450 entre espécies. 
❏ Essas diferenças têm notáveis implicações na escolha da espécie utilizada para testar a 
toxicidade e a carcinogenicidade durante o desenvolvimento de novos fármacos para uso 
em seres humanos. 
❏ Nas populações humanas, existem importantes fontes de variação interindividual nas 
enzimas P450. 
 
✠​ OUTRAS REAÇÕES DE FASE I: 
❏ Etanol é metabolizado por uma enzima citoplasmática solúvel, a álcool desidrogenase, além 
da CYP2E1. 
❏ Xantina oxidase, que inativa a 6-mercaptopurina e a monoamina oxidase, que inativa muitas 
aminas biologicamente ativas 
 
✠​ REAÇÕES DE FASE II: 
❏ São anabólicas​ (também conhecidas como reação de síntese). 
❏ O conjugado resultante é quase sempre farmacologicamente inativo e menos lipossolúvel do 
que seu precursor, sendo excretado na urina ou na bile. 
❏ Se uma molécula de substância tiver grupo hidroxila, tiol ou amino, tanto na molécula 
original quanto no produto decorrente do metabolismo de fase I, ela é suscetível. 
❏ Muitas dessas reações de conjugação são observadas no fígado; entretanto, outros tecidos 
também estão envolvidos, como o pulmão e o rim. 
 
Reações oxidativas não-microssomais 
1. Álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase 
a) Etanol → Acetaldeído → Acetato 
2. Xantina oxidase 
a) Hipoxantina → Xantina → Ácido. Úrico 
3. Monoamino oxidase 
a) Metabolismo de catecolaminas e serotonina 
 
Reações oxidativas microssomais 
1. Citocromo P450 
2. Ferro 
3. Flavoproteína 
4. Oxigênio 
5. NAD(dinucleotídeo nicotinamida adenina) 
 
✠​ CITOCROMO P450: 
❏ Principal mecanismo para metabolização de produtos endógenos e xenobióticos. 
❏ Importante fonte de variabilidade inter-individual no metabolismo de drogas. 
❏ Envolvido no mecanismo de interação entre as drogas. 
❏ Relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos 
❏ Nomenclatura dos Citocromos P450 
● Exemplo: CYP1A2 
- CYP1 (família):​ apresenta homologia → Existem 14 famílias descritas em humanos 
- CYP1A (subfamília):​ apresenta homologia > Existem 30 subfamílias em humanos 
- CYP1A2 (enzima específica). 
25 
 
“Conjunto de enzimas hepáticas que fazem o metabolismo de diversas substâncias” 
 
Substrato é onde a enzima irá promover aquela reação química 
Antagonista é aquele que bloqueia, que corta o efeito (bloqueia a CYP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ex. formação de compostos reativos 
 
Essa reação gera um metabólito que é altamente reativo (P BENZOQUINONAIMINA) 
1. Acetimidoquinona é uma molécula instável que deve se reduzir para se estabilizar. 
2. Sua redução é obtida pela oxidação de um outro composto (GLUTATIONA). 
3. Quando a glutationa se esgota, lipídios da membrana celular são oxidados → lise celular 
Paracetamol é uma substância hepatotóxica e quando administrada em grandes 
quantidades pode causar intoxicação. Quando é administrado junto com o álcool, 
competem pelo mesmo sistema de metabolismo. 
 
➤​ Metabolismo de Xenobióticos: 
✠​ INDUTORES: 
❏ São compostos que ​induzem a atividade de enzimas do CYP450​, portanto ​aumentam a 
velocidade da excreção de xenobióticos.​ Dessa maneira, ​a biodisponibilidade é menor. 
❏ Na presença de um INDUTOR: 
● Aumenta a atividade da enzima CYP 
● Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato 
● Aumenta a velocidade de excreção 
● Diminui a concentração do substrato no sangue 
 
 
 
 
26 
 
CYP 2C19 
 
1. Um paciente, que faz uso de Amitriptilina (antidepressivo/ prevenção de enxaqueca), 
apresentou um quadro de micose, precisando fazer o uso de Cetoconazol (antifúngico). O 
Cetoconazol inibe a CYP e a Amitriptilina aumenta e pode causar uma possível intoxicação. 
 
2. Um paciente, fazendo o uso de Amitriptilina começa a tomar Rifampicina, para tratar de uma 
tuberculose. Como a Rifampicina é um indutor de CYP, a sua presença vai aumentar o 
metabolismo da Amitriptilina. Logo o efeito desta vai diminuir. 
 
Exemplo: Interação entre o omeprazol e o clopidogrel. 
Omeprazol:​ usado para diminuir a produção de ácido clorídrico (tratamento de úlcera). 
Clopidogrel: usado para inibir a coagulação sanguínea - anticoagulante plaquetário (usado 
pacientes que têm risco de formação de coágulo aumentado) 
O omeprazol inibe a enzima CYP2C19 que é responsável pelo metabolismo do clopidogrel na 
sua forma ativa, logo o uso do omeprazol com este antiagregante plaquetário causa a perda da 
farmacoterapia prescrita. 
 
✠​ INIBIDORES: 
❏ São compostos que ​inibem a atividade de enzimas do CYP450​, portanto ​diminuem a 
excreção de xenobióticos.​ Dessa maneira, ​a biodisponibilidade é maior. 
❏ Na presença de um INIBIDOR: 
● Diminui a atividade da enzima 
● Diminui a velocidade do metabolismo do substrato 
● Diminui a velocidade de excreção 
● Aumenta a concentração do substrato no sangue 
 
CYP 2C9 
27 
EXEMPLO DE SUBSTRATO   EXEMPLO DE INIBIDOR   EXEMPLO DE INDUTOR  
AMITRIPTILINA FLUOXETINA CARBAMAZEPINA 
CITALOPRAM FLUVOXAMINA RIFAMPICINA 
DIAZEPAM CIMETIDINA 
IMIPRAMINA CETOCONAZOL 
OMEPRAZOL 
EXEMPLO DE SUBSTRATO   EXEMPLO DE INIBIDOR   EXEMPLO DE INDUTOR  
WARFARINA FLUCONAZOL FENOBARBITAL 
IBUPROFENO CETOCONAZOL RIFAMPICINA 
 METRONIDAZOL 
 ITRACONAZOL 
 RITONAVIR 
 
✠​ METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM (PRÉ- SISTÊMICO) 
❏ O fígado (ou, algumas vezes, a parede intestinal) extrai e metaboliza algumas substâncias 
com tanta eficiência que a quantidade que chega à circulação sistêmica é 
consideravelmente menor do que a quantidade absorvida.❏ Necessária uma dose muito maior do fármaco quando este é administrado por via oral do 
que quando administrado por outras vias 
❏ São observadas variações individuais pronunciadas na extensão do metabolismo de 
primeira passagem de determinada substância, resultando numa situação imprevisível 
quando essas substâncias são administradas por via oral. 
 
✠​ ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS: 
❏ Trato Biliar e as Fezes 
❏ Outras vias: ​ar expirado, saliva, leite, suor 
❏ Rim 
● Filtração glomerular 
● Secreção tubular ativa 
● Reabsorção tubular passiva 
 
Uma das principais funções dos 
rins é a filtração. 
A unidade funcional dos rins, é o 
néfron. 
O glomérulo é envolto na 
cápsula de Bowman, cuja 
membrana é especializada em 
filtração. Essa membrana retém 
praticamente as células e as 
proteínas. 
O fluxo sanguíneo renal é um 
componente importante para a 
formação da urina. 
Portanto, as substâncias que 
têm ação no fluxo sanguíneo dos 
rins, acaba por atrapalhar o 
funcionamento do órgão. 
 
 
 
 
28 
 
❏ Depuração renal e meia-vida 
● Clearance renal e meia vida 
Processo que vai medir a 
depuração renal de alguma 
substância, na urina. 
Marcador de função renal. 
Também pode ser usado para 
avaliar a função de eliminação 
farmacológica. 
 
 
 
 
A filtração glomerular só permite a 
passagem de moléculas com PM < 
20000. Albumina = 68000 Secreção 
tubular Até 20% do fluxo plasmático é 
filtrado. 80% restante passa pelo 
capilares peritubulares. Secreção ativa 
de ácidos e bases. A eliminação de um 
fármaco mediada por transportadores 
pode efetuar a depuração máxima de 
uma droga. Penicilina – 80% ligada a 
ptn plasmática. Velocidade alta de 
depuração. 
 
 
❏ Efeito do pH urinário na eliminação de fármacos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
❏ Fármacos que inibem a secreção tubular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores que definem esta forma de eliminação incluem tamanho e polaridade da molécula 
do medicamento a ser excretado. 
 
Medicamentos com peso molecular alto apresentam grande probabilidade de serem 
eliminados pela bile. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Princípios Gerais dos 
Fármacos  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Fases da Ação do Fármaco no Organismo 
 
 
31 
 
✠ ​AÇÃO DOS FÁRMACOS: 
❏ Para que um fármaco produza o efeito biológico esperado no organismo, é necessário que 
as moléculas desse fármaco se liguem a estruturas celulares específicas. 
❏ A ligação das moléculas do fármaco a estruturas celulares se dá por interações químicas. 
❏ Normalmente, as estruturas celulares são proteínas celulares, e cujas estruturas químicas 
acoplam-se de forma justa à molécula do fármaco 
 
✠ ​ESPECIFICIDADE: 
❏ A especificidade é recíproca: classes individuais de fármacos ligam-se apenas a certos 
alvos, e alvos individuais só reconhecem determinadas classes de fármacos. 
 
FÁRMACOS POSSUEM ALVOS ESPECÍFICOS 
❏ Nenhum fármaco é completamente específico. 
❏ Em muitos casos, ao aumentar a dose de um fármaco, a substância pode afetar outros alvos 
além de seu alvo principal, e esse fato pode levar ao aparecimento de efeitos colaterais. 
 
✠ ​ALVOS PROTEICOS PARA LIGAÇÃO DE FÁRMACOS: 
❏ Há quatro tipos principais de proteínas reguladoras que normalmente atuam como alvos 
farmacológicos primários: 
● Enzimas (Ex: anti inflamatórios esteroidais) 
● Moléculas transportadoras (Ex: Omeprazol - inibe a bomba de prótons -células parentais) 
● Canais de íons - que não são por regulados ligantes) 
● Receptores - São subdivididos em 4 grupos 
 
✠ ​INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR 
❏ Afinidade:​ ​Tendência/Capacidade do fármaco de se ligar ao receptor. 
❏ Eficácia: ​Tendência/Capacidade do fármaco ativar o receptor após se ligar a ele. 
 Epinefrina e propranolol: afinidade semelhante e eficácia diferente 
Epinefrina ou adrenalina é uma catecolamina (neurotransmissor), endógena (produzida pelo 
córtex da medula da suprarrenal), quando ela é liberada na circulação ela aumenta a frequência 
cardíaca, devido sua capacidade de ativar o receptor beta1 presente no nó sinoatrial. 
O propranolol é um fármaco (betabloqueador) sintético capaz de reduzir a frequência cardíaca. 
Faz efeito contrário da epinefrina e é usado em pacientes com hipertensão ou taquicardia. 
Ambas as substâncias se ligam ao receptor Beta1-cardíaco, contudo a epinefrina atua como 
agonista do receptor, já o propranolol atua como antagonista. 
 
✠​ AGONISTA x ANTAGONISTA 
❏ Para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter: Afinidade + Eficácia 
● Agonista: substâncias que ocupam o espaço do receptor e o ativam, produzindo uma 
resposta biológica. 
● Antagonista: ​ quando a substância ou fármaco liga-se ao receptor, mas não o ativa. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
Ambos os fármacos estão 
presentes na mesma concentração. 
Contudo o fármaco que é um 
agonista parcial apresenta uma 
efetividade média, enquanto o 
agonista pleno pode chegar na 
resposta máxima. 
 
Resposta máxima nem sempre 
significa atingir 100%, pois essa 
eficácia máxima depende do 
receptor. 
 
 
 
 ​Eficácia do Agonista 
“ O mais potente é aquele que conseguir ativar uma determinada via em uma menor dose” 
Essa comparação precisa ser feita entre mesma classe 
de medicamentos (Ex: conjunto de betabloqueadores) 
Uma ligação irreversível de um fármaco com seu 
receptor, é quando há presença de ligação covalente. 
O fármaco pode se ligar ao receptor de maneira 
33 
AGONISTAS TOTAIS   ❖ Têm afinidade pelo receptor. 
❖ Produzem Efeito máximo. 
❖ Tem atividade intrínseca = 1 
(100%) 
AGONISTAS PARCIAIS   ❖ Têm afinidade pelo receptor. 
❖ Não produz efeito máximo. 
❖ Atividade intrínseca entre 0 e 1 
ANTAGONISTAS  ❖ Têm afinidade pelo receptor. 
❖ Não produz resposta direta. 
❖ Atividade intrínseca = 0 
 
reversível (quando a ligação é mais fraca - geralmente iônica). 
 
Quantificação do Antagonista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✠​ ANTAGONISMO COMPETITIVO REVERSÍVEL 
❏ A concentração fixa de antagonista desloca a 
curva para a direita sem mudança na inclinação 
❏ É o tipo de antagonismo mais comum e 
importante 
 
 
 
 
 
 
 
✠​ ANTAGONISMO COMPETITIVO IRREVERSÍVEL 
❏ Antagonista se dissocia muito lentamente, ou não se 
dissocia, dos receptores 
❏ Ocorre com fármaco que formam ligações covalentes 
com receptor 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
✠​ AGONISMO INVERSO 
❏ Reduzem a ativação constitutiva dos receptores 
❏ Possuem eficácia negativa 
- Antagonistas possuem eficácia zero 
❏ Na prática não há diferença entre antagonista 
competitivo e agonista inverso = bloqueio da atv. fisiológica 
 
Alguns receptores endógenos não precisam que os 
agonistas endógenos se liguem a eles para que a atividade 
fisiológica seja ativada. 
Nesse caso, quando alguma substância se liga nela, ela 
pode deixar de ter essa atividade 
 
 
✠​ ANTAGONISMO E SINERGISMO FARMACOLÓGICO 
❏ Antagonismo Químico 
● Duas substâncias se combinam em solução e o efeito do fármaco é perdido 
● Ex: Dimercaprol (reduz toxicidade de metais pesados) + infliximabe (anticorpo 
neutralizante com ação anti-inflamatória, pois sequestra TNF) 
❏ Antagonismo Farmacocinético 
● Antagonista reduz a concentração do fármaco ativo em seu sítio de ação 
● Pode ocorrer por aumento da velocidade de degradação (aceleração do metabolismo 
hepático), redução da absorção intestinal ou aumento da eliminação renal 
❏ Antagonismo Fisiológico 
● Interação entre fármacos no organismo que possuem ações opostas 
● Ex: Histamina estimula a secreção ácida, enquanto omeprazol inibe a bomba de prótons 
 
✠​ RECEPTORESDE RESERVA 
❏ Ocorrem quando um agonista pode evocar uma 
concentração que não acarrete a ocupação de todos os 
receptores disponíveis 
❏ Comum em fármacos que agem sobre a musculatura lisa 
 
 
 
 
✠ ​DESSENSIBILIZAÇÃO E TAQUIFILAXIA 
❏ Dessensibilização e taquifilaxia: Redução do efeito do fármaco quando administrado 
continuamente (na maioria dos casos se desenvolve em poucos minutos) 
● Exemplo: aplicação de anestesia local e o paciente em poucos minutos já apresenta um 
quadro de “rejeição” 
❏ Tolerância: descreve a diminuição gradual da responsividade a um fármaco, que leva dias 
ou semanas para se desenvolver 
❏ Resistência a um fármaco: perda da eficácia do fármaco (geralmente antimicrobiano ou 
antineoplásico 
35 
 
 
 
✠ ​ALTERAÇÃO EM RECEPTORES 
❏ Frequente em receptores acoplados a canais iônicos 
❏ Causado por alteração conformacional do receptor, sem que ocorra abertura do canal 
❏ Dessensibilização também ocorre em receptores acoplados à proteína G 
❏ Fosforilação do receptor interfere em sua capacidade de ativar cascatas dos segundos 
mensageiros 
❏ Sensibilidade é restabelecida com a retirada do agonista 
 
✠ ​TRANSLOCAÇÃO DE RECEPTORES: 
 
Mecanismo de feedback negativo 
O corpo pode até continuar sintetizando, 
mas ele não coloca os receptores na 
membrana e pode promover a 
internalização destes, para diminuir a 
resposta dos fármacos. Às vezes para 
impedir um processo de intoxicação 
 
 
 
✠ ​DEPLEÇÃO DE MEDIADORES: 
❏ Ocorre por esgotamento de uma substância intermediária 
essencial 
● O corpo pode simplesmente parar de produzir alguma 
substância endógena 
● Ex: Anfetamina 
- Serve para manter alguns neurotransmissores mais na 
fenda sináptica (por isso aumenta a sensação de 
agitação/euforia) 
- Com o uso contínuo de anfetamina, o corpo pode para 
de produzir (mecanismo de acomodação) 
 
 
 
✠ ​AUMENTO DA DEGRADAÇÃO METABÓLICA DO FÁRMACO 
❏ Ex.: O uso crônico de etanol promove tolerância - quem bebe muito, acaba criando uma 
certa tolerância para a bebida. Isso acontece porque o corpo aumenta o metabolismo da 
substância para compensar a sua ingestão. 
 
✠ ​ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA 
❏ O corpo está acostumado com certos tipos de condições fisiológicas. Por exemplo, um 
paciente hipertenso tem o funcionamento do seu organismo acostumado com a elevada 
pressão. Ao entrar com um medicamento para reduzir a pressão desse paciente, o corpo 
precisa entrar em uma adaptação fisiológica para funcionar agora em uma pressão mais 
baixa, o que leva tempo. 
36 
 
● Ação hipotensiva de diuréticos tiazídicos é limitada pela ativação do sistema 
renina-angiotensina 
 
✠ ​CURVA DOSE-RESPOSTA 
Importante para definir a ​POSOLOGIA (dose daquela 
substância que irá produzir um efeito farmacológico) 
 
A partir dessa curva é possível saber em relação a 
potência do medicamento 
- Quanto menor a dose (dentro de uma mesma 
classe) maior a potência daquele medicamento 
 
 
 
 
✠ ​RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO E EFEITO DOS FÁRMACOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✠ ​RELAÇÕES DOSE-RESPOSTA - CONCEITOS E PARÂMETROS 
❏ Concentração Efetiva 50% (ED50) 
● Concentração do fármaco que induz um efeito específico em 50% de indivíduos de 
uma dada população. 
❏ Dose Letal 50% (LD50) 
● Concentração do fármaco que induz morte em 50% de indivíduos de uma dada 
população. 
❏ Índice terapêutico 
● Relação da dose que produz respostas tóxicas com a dose que produz o efeito 
terapêutico em uma população. 
 
✠ ​JANELA TERAPÊUTICA 
❏ Significa a área (ou faixa) entre a dose eficaz mínima, e a dose máxima permitida. 
Corresponde a uma faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são 
positivos. 
 
O melhor é o que tem a maior janela 
terapêutica 
- Ex: Rivotril (clonazepam) 
São remédios seguros. 
Dificilmente um paciente que toma 
esses remédios separadamente, irá à 
37 
 
óbito, mesmo que utilize uma grande quantidade de medicamento. 
Moleculares dos Fármacos 
 
➤​ Alvos Para a Ação dos Fármacos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
➤​ Proteínas Receptor: 
✠ ​TIPOS DE RECEPTORES: 
 
Tipo 1: Canais Iônicos Controlados por Ligantes 
 ↲ ​Regulado por ligante (acetilcolina) 
❖ Regulado por voltagem 
❖ Regulado por segundo mensageiro 
❖ Regulado por reserva 
❖ Resposta rápida 
❖ Conhecidos como ionotrópicos 
● Ex.: Receptores de neurotransmissores rápidos - 
encontrados nas Sinapses 
 
 
Tipo 2: Receptores Acoplados à Proteína G (GPCR) 
 ↳ 
❖ Conhecidos como metabotrópicos ou hepta helicoidais 
❖ São receptores de membrana acoplados a sistemas 
efetores intracelulares por uma proteína G 
❖ Uma resposta um pouco mais lenta 
● Ex.: Receptores de hormônios e transmissores lentos 
 
 
 
Tipo 3: Receptores Relacionados e Ligados a Quinases 
 ↲ 
❖ Grande grupo heterogêneo 
❖ Responde principalmente a mediadores protéicos 
❖ Duplicação Celular - efeito ainda mais lento (horas/dias) 
❖ O domínio intracelular geralmente possui atividade enzimática 
● Ex.:receptores da insulina, citocinas e fatores de 
crescimento 
 
 
Tipo 4: Receptores Nucleares 
↳ 
❖ Regulam a transcrição gênica - bem mais lentos 
❖ Nível intracelular (citoplasma) 
❖ Maior peso nuclear - precisa de ligar às proteínas plasmáticas 
❖ Compreendem receptores de esteróides, hormônios 
tireoidianos e vitamina D 
 
 
 
39 
 
 
✠ ​ESTRUTURA MOLECULAR DOS CANAIS IÔNICOS CONTROLADOS POR LIGANTES 
 
Único receptor que não é transmembrana é o nuclear 
➤​ Canais iônicos controlados por ligantes 
✠ ​RECEPTOR NICOTÍNICO OU IONOTRÓPICO: 
- Primeiro a ser clonado 
- Possui cadeias/ subunidades 𝛂, 𝛃, 𝛄, 𝛅 
- Possui 2 sítios de ligação para ACth 
 
 
40 
 
➤​ Receptores acoplados à proteínas G 
✠ ​ESTRUTURA MOLECULAR 
 
 
 
Quando são ativados, interagem com a proteína GTP para 
ativar a proteína G → que vai propagar a informação desse 
receptor → para uma ou mais proteínas 
 
A proteína G é conhecida por formar segundos mensageiros, 
pois ela propaga a sinalização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Engloba diversos receptores (muscarínicos, adrenérgicos, opióides...) 
● Genoma humano possui cerca de 400 GPCRs 
● São divididos em família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
● Receptores Ativados por Proteases 
Não precisa necessariamente da ligação de um agonista, eles conseguem ser ativados 
independente da ligação dos ligantes. Essa ativação acontece pela ação da protease → 
responsável pela quebra desse domínio 
- GPCRs 
- Receptores desse tipo ocorrem em vários tecidos 
- Estão relacionados com inflamação e respostas a lesão que ocorre liberação de 
proteases 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Proteínas G reconhece o GPCR ativado e transmite a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Normalmente o alvo da subunidade alfa são as enzimas e na maioria das vezes é a adenilato 
ciclase (para as proteínas G​S ​, G​I ​) e a fosfolipase C no caso da G​Q​. 
G​S​ ​→ Adenilato Ciclase → AMPc ​(Estimula) 
G​I​ ​→ Adenilato Ciclase → AMPc ​(Inibe) 
G​Q​ → ​Fosfolipase C → PIP2 →​ ​IP3 e DAG 
 
IP3 - quando ativado (promove o aumento do cálcio intracelular 
DAG - ativa uma proteína quinase C (PKC) - para fosforilar - aumenta resposta 
42 
 
Variações moleculares na subunidade a permite maior especificidade nas reações 
desencadeadas por GPCRs 
 
● Quatro classes principais de proteína G possuem importância farmacológica: 
 
Quem determina a classificação e a 
funcionalidade da proteína G é a 
subunidade alfa, pois é a responsávelpela síntese do segundo mensageiro 
e ativar a cascata bioquímica 
 
Normalmente a proteína: 
G​S ​- Estímulo da adenil ciclase - ​↑​AMPc 
G​I​ - Inibição da adenil ciclase -​ ↓​AMPc 
G​O ​- Não falamos 
G​Q​ - Ativação do cálcio 
 
 
 
 
● Alvos das Proteínas G 
43 
 
- Adenilil ciclase:​ Responsável pela formação de AMPc 
- Fosfolipase C:​ Responsável por formar: inositol trifosfato e o diacilglicerol (DAG) 
- RhoA/Rho quinase:​ sistema que controla a atividade de diversas vias de sinalização 
- Proteína quinase ativada por mitógenos (MAP quinase): envolvida no controle da divisão 
celular e várias outras funções 
 
● Receptores Acoplados à Proteína G 
- Sistema Adenilil Ciclase/AMPc 
AMPc é inativado por fosfodiesterase 
Ativação de receptores ​𝛃-​adrenérgicos em diferentes tecidos 
 
O AMPc é um nucleotídeo 
sintetizado na célula por meio 
da quebra do ATP. Tem um 
efeito regulatório na função 
celular que consiste na 
ativação de proteínas 
quinases, capazes de 
fosforilar diversas estruturas 
para desencadear processos 
bioquímicos. 
 
As fosfodiesterases são 
enzimas que degradam AMPc 
e GMPc 
 
Alguns medicamentos atuam 
inibindo a fosfodiesterase. 
- Anticoagulantes 
- Cardiotônicos 
- Asma 
- Disfunção erétil 
Medicamento que inibe essa 
enzima, aumenta a quantidade 
de AMPc na célula, aumentando 
a resposta fisiológica 
 
 
Ativação de receptores muscarínicos no coração 
M1; M2 (inibitório); M3; M4 (inibitório); M5 
 
Ativação de receptores inibitórios atuam em Gi (inibindo), 
enquanto a ativação dos outros atuam em Gs (ativando) 
 
Adrenérgica no músculo cardíaco → ​TAQUICARDIA 
- NORADRENALINA 
Colinérgica no músculo cardíaco → ​BRADICARDIA 
- ACETILCOLINA 
44 
 
- Sistema Fosfolipase C/ Fosfato de Inositol 
 
Quando se trata de mecanismos 
envolvendo o cálcio, estamos falando da 
proteína GQ. 
 
Quando ativada, vai promover a 
produção de fosfolipase C, que dará 
origem a 2 segundos mensageiros. 
- DAG → atua na ativação da 
proteína quinase C 
- IP3 → atua na liberação do cálcio 
intracelular 
 
 
- Outros meios acoplados à proteína G 
Cascata Inflamatória também é desencadeada por meio da degradação de um fosfolipídio de 
membrana. 
A diferença da Cascata é a atuação da FOSFOLIPASE A2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
✠ ​TIPO 3: RECEPTORES LIGADOS A QUINASES 
● Receptores tirosina quinase (RTKs): 
● Serina treonina quinase: Similar aos RTKs, porém, fosforila um resíduo de serina e/ou 
treonina 
 
● Receptor de Citocina 
 
46 
 
 
 
✠ ​TIPO 4: RECEPTORES NUCLEARES 
 
47 
 
Mecanismos de ação dos 
Fármacos 
➤​ Regulação do Cálcio Intracelular 
● Controle da entrada de Ca2+ por meio de 4 mecanismos. 
- Canais iônicos controlados por voltagem, ligantes, segundo mensageiros e reserva 
● O movimento de Ca2+ entre o citosol e os locais de armazenamento intracelular 
O cálcio que desencadeia respostas na células não é o cálcio citoplasmático e sim o 
deflagrador de resposta 
 
 
Para que a célula consiga responder aos 
estímulos, o nível de cálcio precisa ser 
controlado, por isso existem vários 
mecanismos para controlar esse fluxo de 
cálcio na célula. 
 
Entrada de cálcio na célula pode ser 
regulada por segundo mensageiro. 
Mecanismo de regulação da proteína GQ, 
que degrada em segundos mensageiros. 
O IP3 se liga ao canal do retículo e isso 
promove a saída do cálcio do retículo. 
 
 
 
 
 
 
 
✠ ​TIPOS E FUNÇÕES DOS CANAIS DE CÁLCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
✠ ​MECANISMOS DE EXTRUSÃO DE CÁLCIO 
● Transporte ativo de cálcio para fora da célula acontece através da membrana plasmática 
● O nível intracelular de cálcio precisa ser baixo para que a célula seja capaz de gerar 
respostas a partir do aumento de cálcio (ocasionado em decorrência de um estímulo) 
 
● O cálcio pode ser mandado para fora da célula ou para dentro do retículo sarcoplasmático e 
isso acontecer por meio de dois mecanismos: 
1. Bomba de cálcio ATPase​ → essa bomba é ativada, por meio do fornecimento de ATP 
2. Trocador NCX (representado na imagem) → coloca o sódio para dentro mediante a 
extrusão de cálcio. → cotransportador antiporte de sódio e cálcio 
- O sódio é colocado para dentro no momento em que a membrana está repolarizando 
- Coloca mais carga positiva para dentro, contudo o cálcio é um íon divalente. 
Esses mecanismos de extrusão são ativados depois de um estímulo (mecanismo de ação) 
 
✠ ​MECANISMOS DE LIBERAÇÃO DE CÁLCIO 
O cálcio que entra na célula, sinaliza a necessidade de uma resposta fisiológica da célula. Com 
isso, os cálcios armazenados no retículo sarcoplasmático precisam ser liberados, isso acontece 
por meio de dois mecanismos principais: 
1. Ativação via receptor (trifosfato de inositol) - IP3 
2. Canal de Rianodina 
 
✠ ​RECEPTOR IP3 
 
49 
 
✠ ​RECEPTOR DE RIANODINA 
 
Músculo 
O cálcio entra na célula por causa do 
mecanismo de ação. Posteriormente, o 
cálcio irá se ligar ao canal de rianodina, 
mediante a extrusão do cálcio do retículo 
sarcoplasmático (responsável pela ação 
celular). 
Essa liberação de cálcio induzida pelo 
cálcio, amplifica a resposta da célula. 
 
 
Ex:​ Cafeína (aumenta a saída de cálcio) → gera o aumento da frequência cardíaca, aumentando 
a concentração de cálcio intracelular, por meio do aumento dos canais de rianodina. 
 
Ex 2:​ Dantroleno (medicamento que bloqueia a ligação do cálcio no canal de rianodina, logo, 
bloqueia a saída do cálcio do retículo) → usado em casos de hipertermia maligna (excesso de 
liberação de cálcio) 
 
➤​ Excitabilidade: 
● Membrana da célula em repouso é permeável ao potássio e impermeável ao sódio e cálcio 
● Fármacos que inibem os canais de potássio reduzem a excitabilidade da membrana 
 
 
Excitabilidade é a capacidade da célula em gerar uma 
resposta elétrica. 
 
→ É Fundamental para a funcionalidade do organismo, 
porque a célula precisa de meios para receber e mandar 
informações. 
 
→ Quando alguma estrutura atua na célula, mudando o 
potencial daquela membrana celular, vai ocasionar a 
responsividade daquela célula. 
 
A célula em repouso (ativa) = mantém aberto os canais 
de K+ → para manter o potencial de repouso da 
membrana. 
 
Célula polarizada: a nível de membrana 
- Face externa - positiva 
- Face interna - negativa 
 
 
 
 
 
50 
 
✠ ​EVENTOS ELÉTRICOS E IÔNICOS RESPONSÁVEIS PELO POTENCIAL DE AÇÃO 
 
 
Comportamento dos canais de sódio e potássio durante 
a condução de um potencial de ação 
Ocorre a abertura rápida dos canais de sódio na fase de 
ascensão do potencial de ação. A abertura tardia dos 
canais de potássio e a inativação dos canais de sódio 
causam a repolarização E potencial de membrana, 
condutância da membrana ao Na+ e K+ 
 
 
 
 
 
 
✠ ​EXCITAÇÃO - CANAIS DE SÓDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
✠ ​EXCITAÇÃO - CANAIS DE POTÁSSIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Contração Muscular​: 
● Ocorre em resposta ao cálcio 
● Na musculatura lisa a contração pode ocorre sem potenciais de ação (caso ocorra 
aumento de IP3, por exemplo) 
● Ativação do mecanismo contrátil envolve a fosforilação da cadeia leve da miosina 
 
 
52 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
➤​ Liberação de Mediadores Químicos 
● Maioria dos mediadores é armazenada em vesículas e liberado por exocitose 
● Exocitose é estimulada pelo cálcio 
● Grupos principais de mediadores químicos: 
- Mediadores pré-formados e armazenados em vesículas (neurotransmissores, 
neuromoduladores e diversos hormônios) 
- Mediadores produzidosem função da demanda (liberados através de difusão ou 
transportadores de membrana – NO, prostanóides...) 
 
 
Papel da exocitose, transporte mediado por carregadores e 
difusão na liberação de mediadores. 
 
O principal mecanismo de liberação dos mediadores monoaminas 
e peptídeos é a exocitose mediada pelo Ca+2, mas também 
ocorre a liberação do citosol mediada por carregador. T 
representa um transmissor amina típico, como a norepinefrina ou 
5-hidroxitriptamina. O óxido nítrico (NO) e as prostaglandinas são 
liberados por difusão assim que são formados, a partir da arginina 
(Arg) e do ácido araquidônico (AA), respectivamente, pela ação de 
enzimas ativadas pelo Ca2+, a sintase do óxido Nítrico e a 
fosfolipase A2 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Farmacologia Autonômica 
Sistema Nervoso Autônomo é dividido em Sistema Nervoso Simpático, Parassimpático e Entérico  
 
➤​ Organização do Sistema Nervoso Periférico 
 
 
 
 
 
 
 
 
O primeiro neurônio se mostra fazendo sinapse com o sistema nervoso 
central (normalmente na medula) - levando a mensagem do sistema 
nervoso central para a periferia 
 
Esse neurônio pré ganglionar vai fazer sinapse (por meio do gânglio) com o 
neurônio pós sináptico (está diretamente relacionado ao órgão efetor) 
 
Comunicação entre neurônios se dá normalmente por meio de 
neurotransmissores químicos 
- Depois que o neurônio é ativado (por um neurotransmissor) → 
provoca uma resposta celular via potencial elétrico. 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Sistema Nervoso Entérico: ​ ​Vamos ver mais detalhadamente no quarto período 
● Consiste nos neurônios cujos corpos celulares situam-se nos plexos intramurais na 
parede do intestino. 
● Não se enquadram simplesmente dentro da classificação simpática/parassimpática. 
● Alguns neurônios entéricos atuam como mecanorreceptores ou quimiorreceptores. 
● Do ponto de vista farmacológico, o sistema nervoso entérico é mais complexo do que o 
sistema simpático ou parassimpático, envolvendo muitos neuropeptídeos e outros 
transmissores (como 5-hidroxitriptamina (5-HT), serotonina, óxido nítrico e ATP). 
 
➤​ Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático 
 
 
 
57 
 
Maioria dos gânglios parassimpáticos estão na parede do órgão inervado ou perto dela 
Maioria das fibras pós-ganglionares parassimpáticas e poucas fibras pós-ganglionares 
simpáticas são colinérgicas 
Maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas liberam norepinefrina (fibras noradrenérgicas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Química dos Neurotransmissores do SNA 
Fibras colágenas: Liberam acetilcolina. Inclui todas as fibras autonômicas eferentes 
pré-ganglionares e as fibras motoras somáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todo neurotransmissor liberado na região ganglionar de qualquer sistema é a acetilcolina, porque ela 
possui dois tipos de receptores (nicotínico - canal iônico) e o (muscarínico - proteína G) 
58 
 
➤​ Transmissão Colinérgica 
● O efeito da Acetilcolina no órgão alvo​ → na maioria das vezes reflete um efeito 
parassimpático 
A Acetilcolina pode desencadear ações no sistema nervoso simpático, mas em sua 
MAIORIA ocorre no sistema parassimpático 
 
Uma bomba simport internaliza Sódio e Colina 
nos terminais axonais dos neurônios 
pré-sinápticos. 
 
A colina se junta com a Acetil CoA (resultado 
da quebra da glicose - na respiração celular), 
por meio da enzima acetilcolina transferase, 
formando o ACh 
 
A Acetilcolina produzida vai ser armazenada 
em vesículas (pois a sua liberação só vai ser 
ativada em casos de necessidade) 
 
Esse estímulo que promove a liberação da 
AcetilColina: 
- Potencial de ação (elétrico) que 
promove a fusão da vesícula com a 
membrana do neurônio pré-sináptico 
- Internalização de cálcio que vai 
promover essa fusão da vesícula e a 
consequente liberação do neurotransmissor. 
 
 
 
 
O neurônio pós sináptico possui em sua constituição a enzima acetilcolinesterase, responsável 
por degradar a acetilcolina liberada pelo neurônio pré-sináptico. 
 
 ACETILCOLINA 
 ​↓ 
 ACETILCOLINESTERASE 
 ↙ ↘ 
 COLINA + ACETATO 
 
Os receptores nicotínicos (canais iônicos - em maioria de Na​+​) para a acetilcolina estão presentes 
em regiões ganglionares (sinapses) que necessitam de uma resposta rápida 
- Exemplo: resposta rápida 
● Regiões de contato entre axônios e musculatura esquelética 
- Nos demais órgãos alvos (ex: coração) a resposta não precisa ser rápida 
● Normalmente estão ligados aos receptores associados à proteína G (que resultam na 
liberação de segundos mensageiros) 
59 
 
Os receptores muscarínicos da ACh são subdivididos em 5 tipos: 
M1 
M2 - INIBITÓRIO (Proteína Gi) - 
M3 
M4 - INIBITÓRIO (Proteína Gi) 
M5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ​✠ ​RECEPTORES COLINÉRGICOS - MUSCARÍNICOS: 
● Receptores de acetilcolina foram nominados por causa dos alcalóides (terminação INA) 
originalmente utilizados em sua identificação (Muscarina e Nicotina) 
✠ ​RECEPTORES COLINÉRGICOS - NICOTÍNICOS 
● Denominados N2 ou NN → Nos gânglios autônomos e no sistema nervoso central. 
● Denominados N1 ou NM → na junção neuromuscular (JNM) 
 
 
 
 
→ Sítios de Ação para a acetilcolina 
 
 
 
60 
 
➤​ Transmissão Adrenérgica 
● Efeito da noradrenalina (norepinefrina) no órgão alvo 
● Na maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos, a norepinefrina é o produto final. 
● Na medula da suprarrenal e em certas áreas do cérebro, parte da norepinefrina é 
convertida em epinefrina. 
● Em neurônios dopaminérgicos, a síntese termina em dopamina. 
● Vários processos nessas terminações são potenciais sítios para ação de fármacos. 
 
✠ ​BIOSSÍNTESE DE CATECOLAMINAS 
● Etapa limitante da reação é a conversão de tirosina em dopamina 
● Catecolaminas endógenas: adrenalina, noradrenalina e dopamina 
● Catecolaminas sintéticas: isoproterenol 
 
Catecolaminas = Aminas com núcleo Catecol 
- Substâncias com origem biossintéticas 
comum, produzidas a partir de um aminoácido 
específico → Tirosina 
- Tirosina entra na membrana do neurônio e é 
convertida em dopa (ocorre a biossíntese) 
- A dopa sofre uma descarboxilase, dando 
origem a dopamina 
- Essa dopamina serve como substrato para a 
síntese de um outro neurotransmissor (norepinefrina) 
- Apesar de terem a mesma via biossintética, 
não são todos os neurônios que produzem todos os 
tipos de neurotransmissores. 
- O conteúdo enzimático é o ponto que define 
qual tipo de neurotransmissor a ser produzido por 
aquele neurônio. 
 
Representativo da síntese de norepinefrina por um 
neurônio pós sináptico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
A grande diferença entre a Transmissão Colinérgica e a Transmissão Adrenérgica é que na 
adrenérgica a noradrenalina não precisa ser degradada tão rapidamente como a epinefrina, 
então o modo de consumo dos neurotransmissores pós sinápticos (término de ação) é 
diferente. 
 
Como o neurônio controla o processo de liberação da noradrenalina? 
Todo neurônio pré-sináptico possui um auto receptor inibitório em sua membrana, responsável por 
enviar um feedback para que o neurônio perceba o ponto de parar a liberação. Isso se dá por 
meio da atuação da noradrenalina na membrana do próprio neurônio pré-sináptico. 
 
Receptores Autonômicos da Transmissão Adrenérgica 
TODOS SÃO ACOPLADOS À PROTEÍNA G 
Pelo fato de todos osreceptores serem acoplados à proteína G, torna possível a ausência 
da enzima degradante na membrana do neurônio, pois as respostas vinculadas a proteína G 
são respostas lentas. 
 
1. Alfa 1 - 
2. Alfa 2 - INIBITÓRIO 
Todo receptor beta é associado à proteína Gs 
1. Beta 1 (coração) - Aumento de frequência cardíaca e da P.A, por exemplo 
2. Beta 2 (pulmão) - Broncodilatação = relaxamento muscular 
3. Beta 3 - 
 
✠ ​CO TRANSMISSORES EM NERVOS COLINÉRGICOS E ADRENÉRGICOS 
● Vesículas colinérgicas e adrenérgicas possuem outras substâncias. 
● Propiciam uma ação mais rápida ou mais lenta do transmissor primário. 
● Muitos são transmissores primários em fibras NANC. 
● Participam da inibição da retroalimentação dos mesmos terminais nervosos e de terminais 
próximos. 
 
 
 
 
 
62 
 
Efeito Direto da Atividade Autonômica → MEMORIZAR ESSAS TABELAS 
✠ ​ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DA ATIVIDADE AUTÔNOMA 
A função autonômica é integrada e regulada em muitos níveis, desde o SNC até as células 
efetoras. A maior parte da regulação usa retroalimentação negativa, mas vários outros 
mecanismos têm sido identificados. 
● Integração central 
- Em seu nível mais alto — mesencéfalo e bulbo raquidiano — as duas divisẽs do SNA e 
o sistema endócrino estão integrados uns aos outros, com influxo sensorial, e com 
informães dos centros mais elevados do SNC, inclusive o córtex cerebral. 
● Integrão da função cardiovascular 
- Os reflexos autonômicos são de particular importância na compreensõ de respostas 
cardiovasculares a fármacos autonômicos. 
 
63 
 
 
➤​ Modulação Pré-Sináptica 
● Regulam a liberação de transmissores principalmente ao afetarem a entrada de Ca​2+ nas 
terminações nervosas. 
● Os receptores pré-sinápticos, que, em sua maioria, são do tipo acoplado à proteína G 
controlam a função dos canais de cálcio e de potássio através de segundos mensageiros. 
● A liberação de transmissor é inibida quando a abertura dos canais de cálcio é inibida, ou 
quando aumenta a abertura dos canais de potássio. 
● Ocorre também regulação pré-sináptica por receptores ligados diretamente a canais 
iônicos. 
● Receptores pré-sinápticos que respondem à substância liberada são chamados 
autorreceptores. 
● Autorreceptores geralmente são inibitórios. Heterorreceptores são capazes de responder a 
várias outras substâncias. 
 
✠ ​TÉRMINO DAS AÇÕES DOS TRANSMISSORES 
 
● Mecanismo para o rápido processamento do 
transmissor liberado, de modo que a sua ação seja breve e 
localizada. 
● Nas sinapses colinérgicas a acetilcolina liberada é 
inativada muito rapidamente na fenda sináptica pela 
acetilcolinesterase; 
 
 
 
 
 
 
64 
 
➤​ Alvos Potenciais para terapia farmacológica 
1. Síntese 
2. Armazenamento 
3. Liberação 
4. Término da ação do transmissor 
5. Efeitos do receptor 
 
✠ ​PRINCIPAIS EFEITOS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
Transmissão Colinérgica  
➤ É aquela na qual o neurotransmissor que vai mediar os efeitos é a acetilcolina (ACh) 
● Quase 100% das vezes é de função parassimpática, mas não descarta a presença de 
algumas funções simpáticas 
➤ Função das vias colinérgicas são complexas, porém envolvem geralmente a junção 
neuromuscular (JNM), o sistema nervoso autônomo e o sistema nervoso central; 
➤ Aplicações terapêuticas atuais dos fármacos colinérgicos e anticolinérgicos são limitadas, 
devido à natureza ubíqua e complicada das vias colinérgicas. 
● A maioria dos fármacos que atuam nesse tipo de transmissão dificilmente apresentam 
grande especificidade em relação aos receptores. → geram muitos efeitos colaterais 
 
➤​ Experimento de Dale 
Mostra que a acetilcolina produz dois tipos de efeitos sobre a pressão arterial 
 
FASE A → Aplicou 2 microgramas de 
acetilcolina em um gato e com o passar do 
tempo foi aferindo sua PA.. 
● A presença dessa ACh indicou 
uma bradicardia (diminuição da PA) 
 
FASE B → concluiu que quanto maior a 
concentração da ACh, menor a PA 
 
FASE C → Aplicou “Atropina” e percebeu 
que a PA do gato se manteve constante 
 
FASE D → Aplicou 5 mg de ACh (ainda 
sob ação da atropina) → TAQUICARDIA 
 
“Atropina” - produto natural obtido de uma planta, que tem função de antagonista muscarínico 
(bloqueia o efeito da acetilcolina apenas nos receptores muscarínicos) 
 
Atualmente: 
FASE A → A ACh conseguiu uma seletividade maior, fazendo com que esta atuasse nos 
receptores muscarínicos cardíacos do tipo M2 (inibitórios) - promovendo a diminuição do AMPc e 
a entrada de cálcio, diminuindo consequentemente a pressão arterial. 
 
FASE B​ → Quanto maior a dose maior era o efeito na queda da pressão arterial 
 
FASE C → Com a aplicação da Atropina (bloqueador muscarínico) o efeito da ACh nos receptores 
muscarínicos foi inibido. 
 
FASE D → ACh passou a atuar em excesso nos receptores nicotínicos, devido ao bloqueio dos 
receptores muscarínicos. Passa então a atuar na região ganglionar → estimulando o sistema 
nervoso autônomo simpático. 
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➤​ Grupos principais de fármacos ativadores de colinoceptores 
 
Inibidores da Colinesterase e estimulantes de receptores de acetilcolina compõem um grupo 
grande de fármacos que mimetizam a acetilcolina 
 
➤​ Espectro de Ação dos Fármacos Colinomiméticos 
 
➤​ Receptores Nicotínicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Receptores Muscarínicos 
 
 
 
 
 
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➤​ Modo de Ação dos Fármacos Colinomiméticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➤​ Fármacos que afetam os receptores muscarínicos 
✠ ​SÍTIOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO 
● Agonistas muscarínicos​ → imita a ação da ACh apenas em receptores muscarínicos 
- Ésteres de Colina 
- Alcalóides (terminação ina) 
 
● Anticolinesterásicos e fármacos que intensificam a transmissão colinérgica 
- Substâncias que atuam bloqueando a ação da acetilcolinesterase (enzima que 
degrada a ACh) 
● Antagonistas muscarínicos 
● Fármacos estimulantes ganglionares 
● Fármacos bloqueadores ganglionares 
● Fármacos bloqueadores neuromusculares 
 
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➤​ Farmacologia dos Estimulantes de Ação Direta 
 ✠ ​QUÍMICA E FARMACOCINÉTICA: 
● Estrutura 
- Grupo amônio quaternário carregado os torna insolúveis em lipídios 
- Variações no grupo éster da colina reduzem a suscetibilidade à hidrólise pela 
colinesterase 
 
● Sistema cardiovascular: 
- Receptores M2 
1. ↓ Frequência e débito cardíaco 
2. ↓ da resistência vascular periférica 
3. ↓ Pressão arterial 
4. Vasodilatação - mediada via receptor M3 (promove relaxamento de músc. liso) 
 
 ✠ ​EFEITOS EM SISTEMAS ORGÂNICOS 
● Trato geniturinário: 
- Agonistas muscarínicos promovem micção 
● Olho: 
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● Sistema Respiratório: 
 
- Acetilcolina estimula receptores muscarínicos e induz broncoconstrição 
- Neurônio parassimpáticos são dominantes na manutenção do tônus 
- Agentes anticolinérgicos causam relaxamento 
 
● Trato Gastrointestinal: 
- Aumenta a atividade secretora e motora do intestino 
- Receptor M3 é necessário para a ativação direta da contração de músculos lisos 
- Receptor M2 reduz a formação de AMPc e o relaxamento causado por fármacos 
simpatomiméticos 
 
● Glândulas secretoras: 
- Receptores M3 → estimulam a secreção 
 
● Sistema Nervoso Central: 
- Possui receptores muscarínicos (principalmente cérebro) e nicotínicos (medula 
espinhal) 
- As funções da ACh no SNC incluem: 
1. Modulação do sono 
2. Estado de vigília 
3. Aprendizagem e memória 
4. Supressão da dor em nível da medula espinal 
5. Funções essenciais

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