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4ºAula
Escola, currículo e ensino
Boa aula!
Fonte: Google imagem, acesso em 20 outubro, 2012.
Na aula 03 refletimos a respeito 
de três eixos diretamente ligados ao 
entendimento de currículo:
• poder;
 • ideologia;
 • cultura.
Ao final desta aula estaremos 
preparados para discussões mais aprofundadas 
sobre as questões de Escola, Currículo e Ensino!
Dedicação e concentração são 
indispensáveis para o alcance de nossos 
objetivos no estudo!
Bom estudo!
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Escola, Currículo e Avaliação Institucional
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Objetivos de aprendizagem
1 - Instituição escolar
2 - O que significa planejar currículo?
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender aspectos da escola e do ensino;
• identificar aspectos da visão conservadora e 
progressista no campo educacional;
• c o m p r e e n d e r o p l a n e j a m e n t o e 
s u a s p e c u l i a r i d a d e s .
Seções de estudo
1 - Instituição escolar
Um som estridente de campainha corta o ar, juntando-
se ao burburinho de vozes, carros, ônibus. São 18:30 hs e a 
escola dá o seu primeiro sinal. Nota-se uma pequena agitação. 
Os alunos que chegaram, até esse momento, se encontram em 
grupos, espalhados pelo largo formado pela confluência de três 
ruas. É um pequeno centro comercial de um bairro de periferia, 
na região metropolitana de Belo Horizonte: lojas, açougue, 
padaria, locadora de vídeo, bares, etc. Alguns rapazes chegam 
á porta das lojas, esperando pelo movimento. A entrada dos 
alunos na escola parece ser um ritual cotidiano, repetindo-se 
todos os dias os gestos, falas, sentimentos, em momentos de 
encontro, paquera, ou simplesmente, de um passa tempo. 
Rapazes e moças continuam chegando aos poucos, alguns 
em grupos, outros sozinhos. Cumprimentos, risos, conversas 
ao pé de ouvido. Grupo de rapazes, grupo de moças, grupos 
misturados. Olhares sugestivos acompanhados de comentários 
e risos, um rapaz sai do seu grupo e vai até as moças e diz 
algo que provoca sorrisos. Existe um clima de desejo no ar. 
Um casal de namorados se beija, encostado no muro sob uma 
árvore, indiferente ao burburinho. 
Mas é no momento do sinal que aumenta o volume de 
pessoas chegando.Brancos, negros, mulatos, na sua maioria 
jovens, aparentando idades que variam de 15 a 20 anos, 
alguns poucos mais velhos, principalmente mulheres. Vestem-
se de formas as mais variadas, predominando jeans e tênis. 
Começam a entrar por um portão de ferro inteiriço. 
A escola ocupa todo um quarteirão, cercada por muros 
altos, pintados de azul, o que lhe dá uma aparência pesada. 
Além do portão, existe uma outra entrada, através de uma 
garagem por onde passam os professores. Após o portão, 
os alunos descem por uma rampa ao lado de um pequeno 
anfiteatro, e entram por um outro portão, onde deixam a 
caderneta com uma servente, entrando em seguida no pátio 
coberto da escola. 
O espaço é claramente delimitado, como que a evidenciar 
a passagem para um novo cenário, onde vão desempenhar 
papéis específicos, próprios do “mundo da escola”, bem 
diferentes daqueles que desempenham no cotidiano do “mundo 
da rua”. 
Juarez Tarcisio Dayrell/UFMG,2012 
Como na descrição acima sobre o ambiente escolar, convido 
Perceber a escola como objeto de estudo 
implica em discutir seus problemas sua organização 
e suas responsabilidades, o que torna essa tarefa 
muito difícil, pois é fundamental uma análise séria, 
ressaltando alguns pontos a respeito também do 
currículo e do ensino. 
Veiga (2002) defende a escola como instituição 
social, órgão, por excelência, que dimensiona a 
educação de uma maneira formal e sistemática, 
podendo ser constituída de duas faces: a 
conservadora e a progressista.
Mas, o que é a visão Conservadora?
Na visão conservadora, a escola tem como 
papel a preocupação com o cultivo individual, a fim 
de preparar o homem para o desempenho de papéis 
sociais, obtendo, assim, um caráter de faciltadora do 
processo de divisão técnica e social do trabalho, o que, 
na verdade, acaba reforçando as desigualdades sociais.
Segundo Flach e Behrens (2006) na escola 
em que a visão é conservadora o professor é um 
planejador, é um elo entre a verdade científica e 
o aluno. Enquanto os alunos são recipientes de 
informações, condicionados, passivos, obedientes e 
responsivos, privados de criticidade, competentes e 
eficientes para aquela função que foram treinados. 
A metodologia empregada visa controlar o 
indivíduo perante objetivos preestabelecidos, com 
ênfase na programação, enfatiza a resposta certa. O 
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aluno para ser bem avaliado tem que ter memória e 
retenção por que é assim que é cobrado, a avaliação 
tem como ênfase o produto.
E na visão Progressista?
Na visão progressista, compreende-se que a 
educação escolar é parte integrante da sociedade e, 
por isso, deve colaborar na divulgação de um novo 
conceito de mundo, desenvolvendo um trabalho em 
favor das camadas mais pobres da população, sendo 
que seu objetivo é o de emancipar o homem.
Flach e Behrens (2006) apontam ainda que 
a abordagem progressista visa à transformação 
social e tem como precursor o educador Paulo 
Freire (1992). Essa abordagem busca a formação 
do homem concreto, cidadão do seu país e do seu 
mundo, transformador da sua realidade.
O aluno é um participante da ação educativa, 
que necessita educar-se permanentemente, é um 
sujeito da práxis. O professor estabelece uma 
relação horizontal com seus alunos, possibilita a 
vivência grupal, empenha-se na luta em favor da 
democratização da sociedade (FREIRE, 1992). 
Na abordagem progressista (MORAES, 1997; 
FREIRE, 1986; FREIRE, 1992; GADOTTI, 2000 apud 
FLACH E BEHRENS 2006), tem o aluno como ser 
original único e indiviso, um ser de relações contextualizadas 
e dotadas de inteligências múltiplas. Possibilita as relações 
pessoais e interpessoais do ser humano, visando à busca da 
ética, da harmonia e da conciliação.
A metodologia busca diferentes formas de 
diálogo, ação libertadora e democrática, provoca 
reflexão crítica. A avaliação é contínua, processual 
e transformadora. 
Para Gadotti (2000, p.102 apud FLACH E 
BEHRENS, 2006), “a pedagogia conservadora 
humilha o aluno e a pedagogia de Paulo Freire dá 
dignidade ao aluno, colocando o professor ao lado 
dele – com a tarefa de orientar e dirigir o processo 
educativo”.
O professor aprendendo junto com os alunos, sem saber de 
antemão, o que resultaria disso, mas inventado o conhecimentos 
durante a aula, junto com os estudantes. Esse é um momento 
O material de estudo se transforma. A relação entre professor e 
A mudança de uma escola conservadora para 
uma escola progressista se torna muita difícil, sendo 
que há inúmeros obstáculos a serem vencidos. Um 
deles é porque a escola conservadora é reprodutora 
de uma ideologia que reforça a sociedade capitalista, 
isolada do conjunto das demais práticas sociais 
e acentuadora das desigualdades sociais, como já 
vimos anteriormente. Essa maneira de ver a escola 
mostra que ela não tem conseguido consideráveis 
avanços no que diz respeito a ensinar os alunos de 
forma consistente.
Para Veiga (2002), a escola conservadora 
está ligada a uma organização e dentro dela o 
que determina o que será realizado e como será 
realizado não é o educador, mas outros órgãos 
da hierarquia da administração educacional. Tal 
definição nos mostra que a organização escolar 
depende de uma minoria que atua fortemente sobre 
uma maioria, o que ocasiona diversos conflitos. E 
ainda mais: quanto mais esse controle ocorrer de 
forma racionalizada, menos autonomia o professor 
terá sobre sua prática pedagógica. Para que tal 
lógica seja realizada com êxito, a escola utiliza-se 
de alguns mecanismos que reforça a divisão entre 
pensar e fazer. 
O currículo e o ensino são alguns instrumentos 
da prática pedagógica, e que, na maioria das 
vezes, implica em um processo de reprodução, 
fundamentando-se na racionalidade, na eficácia e, 
assim, na produtividade.
O que é considerado currículo e ensino em escolas que 
fazem partede um sistema capitalista?
Pode-se afirmar que a falta de pensar 
criticamente sobre a amplitude e importância, tanto 
do currículo quanto do ensino, tem feito com que 
ambos sejam desenvolvidos de modo distante de 
uma realidade socioeconômica e também política. 
Para a realização do currículo e do ensino, 
ambos devem ser tratados, considerando as 
especificidades de cada escola, bem como as dos 
alunos e educadores. 
Cabe então, à escola, planejar esse currículo 
com o objetivo primordial, que é o de ensinar. 
Outra questão que deve ser considerada é a de que o 
conhecimento deve ser produzido e que o sujeito do 
conhecimento deve ser aquele que tem de conhecer. 
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Escola, Currículo e Avaliação Institucional
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Os descasos por estas e muitas outras questões 
é que torna o currículo e o ensino algo mecanizado 
e, portanto, não criativo. 
Tudo isso, por acreditarem que o currículo são 
todas as atividades que ocorrem na escola e que ensino é 
um processo de transmitir o conhecimento já elaborado. 
Partindo desse pressuposto, limita-se a função 
do educador, ao simples papel de transmitir 
conceitos isolados, abstratos e distantes da realidade 
vivenciada pela sociedade. O ensino de diferentes 
disciplinas está baseado em agir de acordo com 
as determinações oriundas de órgãos federais, 
estaduais e municipais.
A escola conservadora negligencia sua função quando, 
ao invés de cumprir seu papel, automatiza-o, assumindo 
uma tarefa repetitiva e ainda propicia o fortalecimento das 
relações competitivas que negam o saber.
Sobre a escola progressista, percebe-se um 
novo olhar, com um espírito de luta e um espaço 
de contestações, dúvidas, questionamentos, 
problematizações. Nesse sentido, a instituição 
escolar assume um compromisso com as classes 
populares, buscando tornar real, o que é direito de 
todos, partindo de uma formação básica comum, de 
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais 
e regionais, independente de condição ou origem.
Uma escola formativa e humanística que se 
preocupa em oferecer às camadas mais populares 
meios de conquistar melhores condições de 
participação cultural e política; uma instituição capaz 
de formar o cidadão para participar ativamente da 
luta contra as desigualdades sociais e o desvelamento 
da ideologia dominante – são nessas perspectivas 
nas quais a escola será fundamentada, ou seja, 
em princípios que deverão conduzir o ensino 
democrático, público e gratuito.
Oferecer igualdade de condições para o acesso 
e permanência na escola, liberdade para aprender, 
ensinar, pesquisar e divulgar a arte de saber, além 
de repensar sobre a estrutura de poder da escola 
são qualidades que não podem ser privilégio de uma 
minoria. Sua concretização envolve a definição de 
critérios transparentes, incluindo desde a produção 
divulgação do material didático, até a arrecadação e 
utilização das verbas, o que garante a participação 
de todos que fazem parte da instituição como, 
professores, coordenadores, alunos e funcionários. 
Também é fundamental o reconhecimento e a 
valorização do magistério, que procura obter 
alguns benefícios para a classe dos professores. A 
importância de cada um desses princípios está em 
agir de acordo com a operacionalização da estrutura 
escolar, pois uma coisa é estar no papel da legislação, 
no currículo, outra é estar diretamente atuando de 
acordo com a dinâmica interna da escola no real. 
Para que ocorra uma organização escolar adequada, 
é indispensável que haja, também, uma mobilização 
das categorias interessadas, pois sem a conscientização 
dos educadores, a proposta conservadora irá persistir 
durante muito tempo. É preciso, ainda, que esses 
profissionais compreendam a amplitude dos problemas 
postos pela prática pedagógica. Uma nova visão deve 
ganhar espaço e extinguir a separação entre pensar e 
fazer, entre teoria e a prática, reconhecendo que ambos 
estão interligados.
SP: Papirus, 1995.
2 -
Sobre uma perspectiva mais abrangente, o 
currículo é visto como um conjunto das atividades 
da escola que interferem direta ou indiretamente 
no processo de transmissão, assimilação e 
produção de conhecimentos. Sob essa perspectiva, 
podemos, então, compreender que currículo é 
um instrumento de confronto de saberes: o saber 
sistematizado, necessário à compreensão crítica da 
realidade e também o saber de classe, aquela que o 
aluno representa e que é resultado das formas de 
sobrevivência que as camadas populares criam.
Dessa maneira, o currículo mantém uma forte 
ligação com o papel que a escola deve desenvolver 
diante dos alunos, educadores, funcionários, pais 
e também de toda a sociedade. Papel esse que 
significa obter responsabilidades sociais e políticas, 
tratando, principalmente, de questões relacionadas 
com o processo de transmissão, assimilação e 
produção do conhecimento.
Diante de tudo isso, planejar currículo, implica 
em tomar decisões educacionais, compreendendo 
os conceitos curriculares existentes e que envolvam 
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uma visão da sociedade, da educação e do homem 
que se pretende formar.
O planejamento curricular terá então de se 
fundamentar de modo que:
• compreenda o aluno como sujeito de seu 
processo de aprendizagem;
• considere o saber como algo a ser produzido, 
sem desconsiderar o que o aluno já possui;
• planeja as atividades do currículo e ensino 
como instrumentos responsáveis pela transformação 
crítica e criativa do contexto escolar;
• considera essa transformação como 
acirramento das contradições e da realização de 
propostas de ação, tendo em vista a superação das 
questões apresentadas pela prática pedagógica. 
Informação relevante: Planejamento
1. Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre 
funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, 
organizações grupais e outras atividades humanas. O ato 
e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos 
(humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, 
resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30). 
2. Planejar, em sentido amplo, é um processo que “visa a dar 
apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos 
antes previstos, pensando e prevendo necessariamente 
o futuro”, mas considerando as condições do presente, 
as experiências do passado, os aspectos contextuais e os 
quem planeja e com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63). 
Planejar é uma atividade que está dentro da educação, 
visto que esta tem como características básicas: evitar a 
improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que 
possam nortear mais apropriadamente a execução da 
ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da 
 é “processo contínuo 
que se preocupa com o ‘para onde ir’ e ‘quais as maneiras 
adequadas para chegar lá’, tendo em vista a situação presente 
e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da 
educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto 
as do indivíduo” (PARRA apud SANT’ANNA et al, 1995, p. 14). 
Para Vasconcellos (1995, p. 53), “o planejamento do Sistema 
de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis 
do planejamento na educação escolar), correspondendo 
ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e 
municipal”, incorporando as políticas educacionais. 
é o “processo de tomada 
sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno”. 
Portanto, essa modalidade de planejar constitui um 
instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois 
a preocupação é com a proposta geral das experiências 
de aprendizagem que a escola deve oferecer ao 
estudante, através dos diversos componentes curriculares 
(VASCONCELLOS, 1995, p. 56). 
é o processo de decisão 
sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de 
em constante interações entre professor e alunos e entre 
Sant’Anna et al (1995, p. 19), esse nível de planejamento 
trata do “processo de tomada de decisões bem informadas 
que visem à racionalização das atividades do professor e do 
aluno, na situação de ensino-aprendizagem”. 
6. PlanejamentoEscolar é o planejamento global da escola, 
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar 
 tem como preocupação 
fundamental responder as questões “para quê”, “para quem” 
situações de crise e em que a proposta é de transformação, 
em médio prazo e/ou longo prazo. “Tem o plano e o programa 
como expressão maior” (GANDIN, 1994, p. 55). 
, a preocupação é 
responder as perguntas “o quê”, “como” e “com quê”, 
tratando prioritariamente dos meios. Abarca cada aspecto 
isoladamente e enfatiza a técnica, os instrumentos, 
funcionamento. Tem sua expressão nos programas e, mais 
administradores, onde a ênfase é o presente, momento de 
execução para solucionar problemas (idem.). 
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Escola, Currículo e Avaliação Institucional
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A elaboração de um currículo, segundo Veiga 
(1997), contém as decisões que dizem respeito tanto 
aos pressupostos e objetivos quanto aos meios para 
atingi-los, e, ainda, para finalizar o ato de executar, 
que corresponde ao ato de transpor do papel para os 
fatos. A avaliação que permeia todo o movimento 
do processo de planejamento curricular tem com o 
objetivo a efetivação do confronto entre o proposto 
e o realizado. O que constitui grande relevância 
nesse processo avaliativo é a busca de soluções 
para os problemas identificados e que as pessoas 
envolvidas assumam as propostas elaboradas.
O ato de elaborar deve estar coerente com 
a realidade escolar. O plano curricular deve 
ser elaborado, como já foi dito, por todos os 
envolvidos no processo educativo, a fim de chegar 
o mais próximo do ideal, ou seja, oferecer a todos 
a oportunidade de participar ativamente. Tomar 
decisões curriculares significa buscar caminhos de 
atuação, decisões de valor com os pressupostos 
básicos que considerem:
• a educação e a escola como partes integrantes 
e inseparáveis dos demais fenômenos que formam 
a totalidade social;
• o currículo, não como algo a ser 
desconsiderado, mas ao contrário, como um grande 
valor político de caráter emancipador;
• o aluno como sujeito da própria história e 
ainda como fruto da realidade histórica, oriundo de 
uma classe social, de um meio familiar e portador de 
valores, aspirações e experiências adquiridos pelo meio 
em que vive, tendo como mediação as orientações 
dos professores, para que ele seja capaz de acreditar 
e, consequentemente, desenvolver suas capacidades, 
ultrapassando inúmeras barreiras do senso comum e 
permitindo-lhe a ampliação de seus horizontes;
• o educador como um mediador e 
desmistificador de conteúdos curriculares e, ainda, 
como um elo com as camadas mais pobres da 
população, na busca da libertação e da opressão.
Algumas decisões básicas abrangem questões 
referentes ao “quê”, “para quê” e o “como” ensinar, 
ligadas ao “para quem”.
A definição dos objetivos enquadra-se em “para 
quê”. É impossível planejar um currículo, sem se 
pensar sobre os objetivos, ou seja, o que se espera 
alcançar. Os objetivos servem como um caminho 
a ser percorrido, estabelecendo uma ordem a ser 
seguida, desde a sequência das disciplinas com suas 
respectivas cargas horárias, a seleção e a organização 
de conteúdos até os meios utilizados para ensinar e 
avaliar as atividades previstas pela escola em seu todo. 
Dessa maneira, todos devem participar da elaboração 
dos objetivos, sejam eles gerais e/ou específicos.
Inicialmente, a escola deve ter bem definido o 
que se pretende alcançar, do ponto de vista político 
e pedagógico. Lembre-se que o planejamento de 
currículo, baseado em uma pedagogia crítica, tem 
o compromisso com a transformação social. Nesse 
sentido, há um objetivo a ser atingido pela escola, 
o de socializar o saber das ciências, das letras, das 
artes, da política e da técnica, para que dê subsídios 
para que o aluno se torne capaz de compreender 
e de participar do processo de construção de uma 
nova ordem social. Isso implica em reforçar que os 
objetivos devem estar relacionados com os reais 
interesses e necessidades sociais. Dessa forma, 
existe um objetivo a ser atingido pela instituição 
de ensino: “a socialização das letras, das ciências, 
das artes, da política e da técnica”, para que o 
educando seja capaz de compreender a realidade 
socioeconômica política e, também, cultural, a fim 
de que se torne um sujeito ativo na transformação 
do processo de construção de uma nova ordem 
social. Isso mostra que os objetivos curriculares 
devem estar diretamente relacionados aos anseios 
e às condições, de fato, de cada sociedade, para que 
sejam realmente interessantes e válidos.
Retomando a aula
Procure retomar as aulas anteriores sempre 
sugeridos.
1 - Instituição escolar
Na seção 1 aprendemos a respeito de duas 
visões encontradas na organização curricular de 
nossas escolas: a visão conservadora (que mantém 
aspectos tradicionais) e a visão progressista onde 
compreende-se que a educação escolar é parte 
integrante da sociedade e, por isso, deve colaborar 
na divulgação de um novo conceito de mundo, 
desenvolvendo um trabalho em favor das camadas 
mais pobres da população, sendo que seu objetivo é 
o de emancipar o homem.
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Escola, Currículo e Avaliação Institucional
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 2 - O que significa planejar currículo?
Na seção 2 refletimos com os autores 
selecionados o que é planejamento e que planejar 
currículo, implica em tomar decisões educacionais, 
compreendendo os conceitos curriculares existentes 
e que envolvam uma visão da sociedade, da educação 
e do homem que se pretende formar.
avisos” e/ou “chat” e interaja com 
seus colegas de curso e com seu 
tutor. 
Vale a pena assistir
Vale a pena
•www.ftd.com.br/sites-pedagogicos/
Vale a pena acessar
• FORREST GUMP O contador de Histórias.
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